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Mandado de Injunção contra o Facebook

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EXCEL ENT ÍSSIM O SENHOR DOUTO R MINI ST RO PRESI DENT E DO
COLENDO SUPREMO T RIB UNAL FED ERAL
RUBENS ALBERTO GAT TI NUNES, brasileiro,
solteiro, co ordenador nacional do Mo vimento Brasil Livre MBL, com Ca dastro
de Pessoas Físicas sob número 369.073.308-14, portador do título de eleitor
númer o 33307092059, domiciliado na Rua Armando Frediani, 230, bairro Jar dim
Alba, cidade de Vinhedo-SP, vem , respeitosamente, à pre sença de Vossa
Excelência, atravé s de seu advogado e bastante procurador, im petrar o
MANDADO DE INJUNÇÃO em fa ce do PRESIDE NT E DA REPÚB LI CA
FEDERATIVA DO BRASIL, domiciliado no Palácio do Planalto , Praça do s Três
Poderes, Brasí lia-DF, CEP n úmero 70150-900, pelos motivos de fato e de dir eito
que pa ssa a expor.
O prese nte Mandado de Injunção t em seu cabimento
previsto no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Fe deral. Vejamos:
Art. 5º. [...]
LXXI - conced er-se-á man dado de injunçã o sempre que a falta de no rma
regula mentadora torne inviável o exer cício do s direito s e liberd ades
constituciona is e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;
No mesmo passo, o artigo 2º, da Lei núm ero
13.300/16, assevera q ue conceder-se - á m andado d e injun ção sempr e que a
falta t otal ou parcial de norma regulamenta dora torne inviável o exe rcício dos
direitos e liberdades co nstitucionais e das p rerrogativas inerentes à
nacionalida de, à soberania e à cidadania”.
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A Le i m ero 1 3.33 0/ 16, q ue disciplina o processo e
o julgamen to dos mandados de injunção individual e coletivo, salienta em seu
artigo que, re conhecido o e stado de m ora legislativa, será deferida a in junção
para (i) determinar prazo razoável p ara que o imp etrado promova a edição da
norma regulamentadora; e para (ii) est abelecer as con dições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades o u da s pr errogativas reclamados ou, se for
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própr ia
visando a exercê-los, ca so não seja suprida a mora legislativa no p razo
determinado.
E a cita da lei continua, d isciplinando q ue “poderá ser
confer ida eficácia ultra partes ou erga omnes à de cisão, q uando isso for inerente
ou indispensá vel ao exercício do direito, da liberdade ou da pr errogativa ob jeto
da impe tração(artigo 9º, § 1º).
Assim, conforme se verá, o presen te remé dio
constituciona l é p erfeitamente cabível, motivo pelo qua l deve ser pr ocessado e
julgad o pelo E. STF, nos termos do ar tigo 102, inciso I, alínea “q”, da Constituição
Federal.
O pedido que se formulará no presente Mandado de
Injunção guarda estrita relação com os fatos a seguir narrados.
No dia 25 de julho d e 2018, quase duas cen tenas de
contas ( páginas e perfis) da rede social Fa ceboo k foram re movidas se qualquer
justificativa plau sível e, pior, sem qualquer aviso pré vio aos usuários.
Os usu ários arbitrariamente removidos páginas e
perfis com milhares de “seguidores” e amigos” foram surpreen didos com a
seguinte mensagem do Facebook:
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Em sua de fesa, o F acebook o n ega que removeu
arbitr ariamente as “páginas” e “perfis” dos usuá rios, divulga ndo nota
1
nos
seguintes termos (com grifos nossos):
Como parte de nossos esforços contínuos par a evitar abusos e depois
de um a rigorosa investigação, s removemos uma rede com 196
Páginas e 87 Perfis no Brasil qu e violavam nossas políticas de
autenticida de. Essas Páginas e Perfis faziam parte de um a rede
coordenada que se o cu lt a v a co m o uso de contas fa lsas no Facebook, e
escondia das pessoas a natureza e a origem d e seu conteúdo com o
propósito de ge ra r d i v is ão e esp a lh ar d esi n fo rma çã o .
Dessa fo rma, re stou claro que o Facebook em p r e sa
com sed e e capita l estrangeiro s – agiu de forma arbitrária e, atentando con tra a
liberdad e de expressão e até mesmo contra a soberania nacional, diz ter
realizado investigação à qual nenhum usuário ou autoridade brasileira tiveram
acesso.
1
Disponível em: ht tps://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,f acebook-retira-do-ar-rede-de-
contas-ligadas-ao-mbl-antes-das -eleicoes-2018,70002414717. Último acesso: 26/07/2018 às
10h34min.
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Ademais, o Facebook confessa ter removido as
contas de consumidores do serviço sem observar o contraditório e sem sequer
notificar previamente os interessados sobre sua decisão unilateral.
Impor ta dizer que muitos d os usuár ios arbitrariamente
excluídos mantinham conta s co m dinheiro depositad o para a realização de
opera ções comerciais pela rede social impulsion amen tos de página, patrocínio
de conteúdo, entre ou tros se ndo qu e até o m omento o Faceboo k não
esclarece u como fará a devolução de tais quan tias, o que fere o Código d e
Defesa do Consumidor e pode configurar a prá tica do cr ime de estelionato.
Destarte , é certo q ue os direitos constitu cionais à
liberdad e de exp ressão e da soberania na cional foram profundamente a balados,
mere cendo me lhor regulação a legislação que r ege o tema, o que d esde se
requer.
O artigo 5º, inciso IX, da Constitu ição F ederal
assevera que é liv re a expressão da atividade inte lectual, ar tística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença (g.n.) e o artigo
220, da Carta M agna, dispõe que “ a manifestação d o pensamento, a cria ção, a
expressã o e a informaçã o, sob qu alquer forma, processo ou veícu lo não
sofrerão qu alquer restrição, observado o disposto nesta Constituição” (g.n.).
No m esmo trilhar, o artigo 2º, da Lei número
12.965 /14, que estabe lece princípios, garantias, dir eitos e deveres para o uso d a
inter net no Brasil, estipula qu e a disciplina do uso da interne t no Brasil tem como
fundamento o respeito à liberdade de expressão”.
A refer ida Lei, conhecida como “Marco Civil da
Internet”, determina, ainda, que a disciplina do uso da int ernet no Brasil tem como
princípio s a garantia da liberdade de e xpressão, comunicação e manifestação
de pen samento, nos termos da Constituição Federal (artigo 3º, inciso I).
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Outrossim , a citada Lei é categórica a o af irmar quea
garan tia do d ireito à privacidade e à libe rdade de exp ressão nas com unicações
é condição para o pleno exercício do direito de acesso à internet (artigo 8º,
caput).
E o art igo 8º, do Marco Civil da Internet assevera que
são n ulas de p leno direito as cláusu las contratuais q ue violem o dispo sto no
caput, tais como aq uelas que (i) impliquem ofensa à inviola bilidade e ao sigilo
das com unicações privadas, pela internet”.
Assim, é cediço que o or d e n am e n to jurídico brasileiro
homenageia e garante o direito à liberdade de expr essão e, p or corolário, repulsa
veemen temente a censura.
Ocorre que a legislação não traz qua lquer regula ção
quanto à (im )possibilidade de alter ação e/o u remoçã o de u suários pág inas e
perfis ou de conteúdos em g eral da s plataformas denominadas redes sociais
sem que haja prévio a viso a os at ingidos e sem q ue seja ob servado o devido
processo legal, garantidos os direitos ao contraditório e à ampla defesa.
Ainda qu e os usuários possam valer-se da açã o
judicial ca bível poste riormente à remoção arbitrária, é certo qu e a au sência de
previsão legal par a a efet ivação de t al re moção e a falta de normas
regula mentadoras do proced imento par a tanto g eram insust entável insegurança
jurídica e podem aca rretar pr ejuízos aos cidadãos brasileiros, ta is como os acima
narr ados.
O Impetr ado pod e e deve –, baseado em seu poder
regula mentar, edita r a nor ma ne cessária à pacificação da celeuma instalada, o
que de sde já se requer.
É necessá rio que o Impetrado edite norma prevendo
que, para que haja qualquer alteração ou r emoção d e ginas, perfis, post agens
ou em quaisq uer conteúdos publicados e m redes sociais virtuais, seja
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necessár io haver p via autorização ju dicial, ga r ant i n d o- se aos u suários e à
empr esa re sponsável pela plata forma o direito ao d evido pr ocesso leg al, com a
possibilidade do exercício do contraditório e da ampla defesa.
É impor tante que a no rma a ser editada pelo
Impetrado contenha a determinaçã o para que, em caso de ser determinada a
alteraçã o ou r emoção da p ágina, perfil ou conteúdo, o usuário seja prévia e
incontro versamente notificado da decisão judicia l preced ente.
Por fim, é impor tante que o I mpetrado fa ça prever na
norm a a ser editada sanção a ser imposta à em presa que não o bservar os
ditames legais quanto à alteração e/ou re moção de qua lquer conteúdo
publicados nas redes sociais.
Por tud o quanto exposto, requer se dignem Vossas
Excelências a julgar procedente o p resente Man dado d e Injunçã o, concedendo
prazo par a qu e o Imp e t ra d o e d i t e e p u b l iqu e nor m a r eg u l am e n ta d o r a, conferindo
eficácia erga omnes à decisão, n os termos supra dispostos, por ser med ida de
Justiça.
Por derradeir o, re quer que, sob pena d e nulidade,
todas as publicações se jam re alizadas em nome dos ad vogados PA UL O
HENRIQUE F RANCO BUENO, OAB/SP 312. 41 0 e RUBENS AL BERTO GATTI
NUNES, OAB/SP 306. 540.
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília-DF , 27 de julho de 2018.
PAU LO H ENRIQU E FRANC O BU EN O RUBENS ALBERTO GATTI NUNES
OAB/SP 312.410 OAB/SP 3 06.540
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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
RUBENS ALBERTO GATTI NUNES, brasileiro, 
solteiro, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre – MBL, com Cadastro 
de Pessoas Físicas sob número 369.073.308-14, portador do título de eleitor 
número 33307092059, domiciliado na Rua Armando Frediani, 230, bairro Jardim 
Alba, cidade de Vinhedo-SP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, através de seu advogado e bastante procurador, impetrar o 
MANDADO DE INJUNÇÃO em face do PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL, domiciliado no Palácio do Planalto, Praça dos Três 
Poderes, Brasília-DF, CEP número 70150-900, pelos motivos de fato e de direito 
que passa a expor. 
 
O presente Mandado de Injunção tem seu cabimento 
previsto no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal. Vejamos: 
 
Art. 5º. [...] 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania; 
 
No mesmo passo, o artigo 2º, da Lei número 
13.300/16, assevera que “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a 
falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
 
 
 
 
 
A Lei número 13.330/16, que disciplina o processo e 
o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, salienta em seu 
artigo 8º que, reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção 
para (i) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da 
norma regulamentadora; e para (ii) estabelecer as condições em que se dará o 
exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for 
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria 
visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
 
E a citada lei continua, disciplinando que “poderá ser 
conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente 
ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto 
da impetração” (artigo 9º, § 1º). 
 
Assim, conforme se verá, o presente remédio 
constitucional é perfeitamente cabível, motivo pelo qual deve ser processado e 
julgado pelo E. STF, nos termos do artigo 102, inciso I, alínea “q”, da Constituição 
Federal. 
 
O pedido que se formulará no presente Mandado de 
Injunção guarda estrita relação com os fatos a seguir narrados. 
 
No dia 25 de julho de 2018, quase duas centenas de 
contas (páginas e perfis) da rede social Facebook foram removidas se qualquer 
justificativa plausível e, pior, sem qualquer aviso prévio aos usuários. 
 
 
Os usuários arbitrariamente removidos – páginas e 
perfis com milhares de “seguidores” e “amigos” – foram surpreendidos com a 
seguinte mensagem do Facebook: 
 
 
 
 
 
 
 
Em sua defesa, o Facebook não nega que removeu 
arbitrariamente as “páginas” e “perfis” dos usuários, divulgando nota1 nos 
seguintes termos (com grifos nossos): 
 
Como parte de nossos esforços contínuos para evitar abusos e depois 
de uma rigorosa investigação, nós removemos uma rede com 196 
Páginas e 87 Perfis no Brasil que violavam nossas políticas de 
autenticidade. Essas Páginas e Perfis faziam parte de uma rede 
coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e 
escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o 
propósito de gerar divisão e espalhar desinformação. 
 
Dessa forma, restou claro que o Facebook – empresa 
com sede e capital estrangeiros – agiu de forma arbitrária e, atentando contra a 
liberdade de expressão e até mesmo contra a soberania nacional, diz ter 
realizado investigação à qual nenhum usuário ou autoridade brasileira tiveram 
acesso. 
 
1 Disponível em: https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,facebook-retira-do-ar-rede-de-
contas-ligadas-ao-mbl-antes-das-eleicoes-2018,70002414717. Último acesso: 26/07/2018 às 
10h34min. 
 
 
 
 
 
Ademais, o Facebook confessa ter removido as 
contas de consumidores do serviço sem observar o contraditório e sem sequer 
notificar previamente os interessados sobre sua decisão unilateral. 
 
Importa dizer que muitos dos usuários arbitrariamente 
excluídos mantinham contas com dinheiro depositado para a realização de 
operações comerciais pela rede social – impulsionamentos de página, patrocínio 
de conteúdo, entre outros – sendo que até o momento o Facebook não 
esclareceu como fará a devolução de tais quantias, o que fere o Código de 
Defesa do Consumidor e pode configurar a prática do crime de estelionato. 
 
Destarte, é certo que os direitos constitucionais à 
liberdade de expressão e da soberania nacional foram profundamente abalados, 
merecendo melhor regulação a legislação que rege o tema, o que desde já se 
requer. 
 
O artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal 
assevera que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença” (g.n.) e o artigo 
220, da Carta Magna, dispõe que “a manifestação do pensamento, a criação, a 
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não 
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição” (g.n.). 
 
No mesmo trilhar, o artigo 2º, da Lei número 
12.965/14, que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da 
internet no Brasil, estipula que “a disciplina do uso da internet no Brasil tem como 
fundamento o respeito à liberdade de expressão”. 
 
A referida Lei, conhecida como “Marco Civil da 
Internet”, determina, ainda, que a disciplina do uso da internet no Brasil tem como 
princípios a garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação 
de pensamento, nos termos da Constituição Federal (artigo 3º, inciso I). 
 
 
 
 
 
Outrossim, a citada Lei é categórica ao afirmar que “a 
garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações 
é condição para o pleno exercício do direito de acesso à internet” (artigo 8º, 
caput). 
 
E o artigo 8º, do Marco Civil da Internet assevera que 
“são nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que violem o disposto no 
caput, tais como aquelas que (i) impliquem ofensa à inviolabilidade e ao sigilo 
das comunicações privadas, pela internet”. 
 
Assim, é cediço que o ordenamento jurídico brasileiro 
homenageia e garante o direito à liberdade de expressão e, por corolário, repulsa 
veementemente a censura. 
 
Ocorre que a legislação não traz qualquer regulação 
quanto à (im)possibilidade de alteração e/ou remoção de usuários – páginas e 
perfis – ou de conteúdos em geral das plataformas denominadas redes sociais 
sem que haja prévio aviso aos atingidos e sem que seja observado o devido 
processo legal, garantidos os direitos ao contraditório e à ampla defesa. 
 
Ainda que os usuários possam valer-se da ação 
judicial cabível posteriormente à remoção arbitrária, é certo que a ausência de 
previsão legal para a efetivação de tal remoção e a falta de normas 
regulamentadoras do procedimento para tanto geram insustentável insegurança 
jurídica e podem acarretar prejuízos aos cidadãos brasileiros, tais como os acima 
narrados. 
 
O Impetrado pode – e deve –, baseado em seu poder 
regulamentar, editar a norma necessária à pacificação da celeuma instalada, o 
que desde já se requer. 
 
É necessário que o Impetrado edite norma prevendo 
que, para que haja qualquer alteração ou remoção de páginas, perfis, postagens 
ou em quaisquer conteúdos publicados em redes sociais virtuais, seja 
 
 
 
 
necessário haver prévia autorização judicial, garantindo-se aos usuários e à 
empresaresponsável pela plataforma o direito ao devido processo legal, com a 
possibilidade do exercício do contraditório e da ampla defesa. 
 
É importante que a norma a ser editada pelo 
Impetrado contenha a determinação para que, em caso de ser determinada a 
alteração ou remoção da página, perfil ou conteúdo, o usuário seja prévia e 
incontroversamente notificado da decisão judicial precedente. 
 
Por fim, é importante que o Impetrado faça prever na 
norma a ser editada sanção a ser imposta à empresa que não observar os 
ditames legais quanto à alteração e/ou remoção de qualquer conteúdo 
publicados nas redes sociais. 
 
Por tudo quanto exposto, requer se dignem Vossas 
Excelências a julgar procedente o presente Mandado de Injunção, concedendo 
prazo para que o Impetrado edite e publique norma regulamentadora, conferindo 
eficácia erga omnes à decisão, nos termos supra dispostos, por ser medida de 
Justiça. 
 
Por derradeiro, requer que, sob pena de nulidade, 
todas as publicações sejam realizadas em nome dos advogados PAULO 
HENRIQUE FRANCO BUENO, OAB/SP 312.410 e RUBENS ALBERTO GATTI 
NUNES, OAB/SP 306.540. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Brasília-DF, 27 de julho de 2018. 
 
 
 
PAULO HENRIQUE FRANCO BUENO RUBENS ALBERTO GATTI NUNES 
OAB/SP 312.410 OAB/SP 306.540