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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS – UNIFIP CURSO DE MEDICINA DISCENTE: LARA VITÓRIA EVANGELISTA DE ARAÚJO G1-GT1 RESENHA CRÍTICA SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA E A VISITA À UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA MINISTRO ERNANI SÁTYRO PATOS – PB 2023 I. DAS NORMAS A portaria Nº 2.436, de 21 de setembro de 2021, aprovou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), com o objetivo de revisar as regulamentações em vigor relacionadas à implementação e funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando estabelecer diretrizes para a organização do componente de Atenção Básica (AB), na Rede de Atenção à Saúde (RAS). Vale ressaltar que a PNAB considerou os termos de Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS), como equivalentes, de maneira a associar aos conceitos os princípios e as diretrizes do documento. Nesse contexto, a PNAB, considera ações de saúde individuais, familiares e coletivas como construtoras da Atenção Básica, que, por sua vez, prevê medidas de promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde envolvendo uma equipe multidisciplinar, destinados à população em um território definido, com o fito de propiciar a responsabilidade sanitária mediante práticas integradas de cuidado e de uma gestão qualificada. Além disso, é imprescindível destacar que os serviços de Atenção Básica são ofertados de forma integral e gratuita a todos, sem nenhuma distinção/exclusão – idade, gênero, cor/raça, etnia, crença, orientação sexual, identidade de gênero, condição socioeconômica, etc.-, de acordo com as demandas do território. Nesse viés, vale ressaltar que devem ser cumpridos na Atenção Básica os Princípios (Universalidade, Equidade e Integralidade) e Diretrizes (Regionalização e Hierarquização, Territorialização, População Adscrita, Cuidado centrado na pessoa, Resolutividade, Longitudinalidade do cuidado, Coordenação do cuidado, Ordenação da rede e Participação da comunidade) do SUS e da RAS, tendo na Saúde da Família sua abordagem prioritária. Logo, destaca-se, sobretudo, a ênfase na Atenção Básica, o enfoque territorial e as equipes multiprofissionais. II. DAS CONSIDERAÇÕES Revela-se, portanto, que a PNAB emerge como um instrumento de grande relevância para a regulamentação e aprimoramento da Atenção Básica no SUS, com impactos significativos na promoção da saúde. Esta política representa um compromisso com a prevenção, cuidados primários e a importância da abordagem holística na saúde, trazendo consigo importantes méritos. Um dos pontos fortes da PNAB é sua ênfase na Atenção Básica como o ponto de partida para a prestação de serviços de saúde. Ela reconhece a relevância de estabelecer uma base sólida, na qual a prevenção e a promoção da saúde possam ser eficazmente conduzidas. Ao enfatizar a equipe multiprofissional, a política demonstra uma compreensão profunda da complexidade dos desafios de saúde enfrentados pela sociedade contemporânea. No entanto, essa política não está isenta de desafios críticos. A redução de recursos alocados para a Atenção Básica, por exemplo, seria motivo de preocupação, a falta de financiamento adequado pode sobrecarregar o sistema e minar os esforços de promoção da saúde, colocando em risco a qualidade dos cuidados oferecidos. Outra questão diz respeito à flexibilização das equipes. Embora uma abordagem mais flexível possa se adequar às diferentes realidades locais, ela também pode resultar em variações na qualidade e disponibilidade dos serviços, dependendo da gestão local. Isso levanta questões sobre a equidade na oferta de cuidados de saúde em todo o país. A avaliação contínua e o diálogo aberto entre os diversos atores do sistema de saúde são cruciais para moldar o futuro da Atenção Básica no Brasil. Isso implica em uma necessidade urgente de garantir recursos adequados, promover a capacitação profissional para o empenho multidisciplinar e garantir igualdade na qualidade e disponibilidade dos cuidados em todo o país. Dessa forma, a PNAB representa um passo importante na direção certa para aprimorar a Atenção Básica no SUS, reconhecendo seu papel vital na promoção da saúde. No entanto, é essencial abordar os desafios pendentes, como a redução de recursos e a flexibilização das equipes, para garantir que essa política cumpra seu potencial e beneficie a população brasileira de maneira eficaz e equitativa. III. DA VISÃO NA PRÁTICA Durante a visita a Unidade de Saúde da Família Ministro Ernani Sátyro, no dia 3 de agosto de 2023, pôde-se comprovar a importância da solidez de políticas públicas na prática cotidiana voltadas para a Atenção Básica, bem como a PNAB, uma vez que, observou-se o impacto positivo da assistência multidisciplinar sob aquele território, desde a condução de exames de rotina - como a avaliação da pressão arterial, Exame de Papanicolau, exames para diagnóstico de tuberculose, aferição de glicemia e entre outros – até a puericultura em crianças e ações de planejamento familiar, bem como a administração de vacinas, medicações injetáveis intramusculares, retirada de pontos e curativos. Nesse panorama, constata-se na Unidade a presença de um ambiente adequado para a administração desses procedimentos, tais como sala exclusiva de vacinação, consultórios para atendimento clínico, sala exclusiva para procedimentos, consultório odontológico, espaço para atividades coletivas e outros. Ademais, no tocante à promoção da saúde coletiva, a Unidade apresenta programas voltados para a saúde física, como a adesão ao Programa Academia da Saúde no seu território, além de ações nas escolas, a exemplo do Programa Saúde na Escola, e de encaminhamentos/acompanhamentos dos beneficiários de Programas Sociais, com a participação de educador físico, psicólogo, assistente social, pediatra, etc. Sob esse viés, tais serviços são a espinha dorsal do sistema de saúde de uma comunidade, desempenhando um papel crucial no acesso à atenção primária, por meio de serviços como consultas médicas, exames preventivos e vacinações, estes atuam na prevenção e promoção da saúde, contribuindo para a identificação precoce de problemas de saúde e o tratamento eficaz de condições comuns. Além disso, essas unidades adaptam seus cuidados às necessidades específicas da população local, promovendo a equidade em saúde, ao oferecer cuidados acessíveis e educar a comunidade sobre práticas saudáveis. Nesse sentido, elas não apenas aliviam a pressão sobre serviços hospitalares, mas também contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida da população atendida. Portanto, ficou claro, que a Unidade de Saúde da Família Ministro Ernani Sátyro está em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Portaria nº 2.436/2017 que regula a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), assim como com os Princípios e as Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Rede de Atenção à Saúde (RAS).