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Texto: Exclusivo metropolitano, “superlucros” e acumulação primitiva na Europa pré-industrial Autor: André Vilella É uma crítica aos argumentos de Arruda e Novais. Vilella acha que o argumento desses caras é axiomático. Existem metropolitanos. Existem colônias e a colônia gerou “superlucros”. A ideia de exclusivo metropolitano (monopólio) não se sustenta graças ao contrabando, a chegada de navios de outros países europeus e comércio com outras áreas do mundo de colônias portuguesas. Os comerciantes da metrópole igualmente tinham receios em ter prejuízos no comércio com colônia. O pacto colonial de exclusividade da metrópole no papel, não garantia o monopólio para o comerciante português. Não havia monopólio para Vilella. Os produtos que chegavam aqui a preços (perto dos) de mercado e vinha de várias fontes metropolitanas ou não. Assim, no mínimo, o metropolitano teria que competir com os outros comerciantes portugueses (de outros lugares tmb) e isso provavelmente levou a convergência dos preços na colônia para os preços de mercado. Para Vilella de fato não havia monopólio dos comerciantes. Em não havendo monopólios fica também evidente que provavelmente não haviam superlucros. Há erro numérico na quantificação desse lucro porque descartam os Arruda descarta os custos de chegada à metrópole. Vilella também não enxerga superlucros por meio da venda (woolens) da Inglaterra para os mercados brasileiro e português. O mercado consumidor da colônia, portanto não era tão relevante assim. Arruda se defende numa réplica e não abre mão da ideia de monopólio português e superlucros. Vilella então faz uma tréplica. Vista abaixo: Textos: Diferencias de preço no comércio colonial não servem como medida de margens de lucro. Autor: André Vilella. Para os autores tradicionais, eram esses diferenciais de preços que geravam superlucros, eles acabam levando em conta que só o fato do preço de produtos subir ao chegar na colônia, comparando com o preço na metrópole. Mas num fluxo da metrópole para a colônia você por definição teria um aumento de preço dos produtos porque naturalmente há um custo de transporte alto, mais isso não implica em superlucros. De fato, o preço mais alto dos mesmos produtos na colônia não garante nem o lucro dos comerciantes, muito menos os superlucros. Apenas se você descarta o custo de transporte isso de fato implica em lucros. Voltando à cronologia (final do século 18, iluminismo, início das revoluções (americana, santo domingo, francesa, inconfidência mineira), apogeu do colonialismo moderno (mas que é posto em cheque por revoluções). Aula: Voltando à cronologia Fim do século 18? Crise do sistema colonial Há uma situação quase paradoxal no fim do século 18, com o apogeu do sistema colonial construído desde o século 16 com a constituição de economias bem desenvolvidas nas Américas. A consolidação de interesses econômicos de colônias entrou em choque com os interesses de metropolitanos que buscavam agora no apogeu reforçar o pacto colonial. (NO taxation without represenatation). Você está diante de economias que crescerem ao longo dos séculos gestando elites colônias importantes que agora em muitos casos já não pensavam valer a pena a subserviência política à metrópole. Novais chama esse momento de crise do antigo sistema colonial, mas isso é bastante polémico. Novais e seu seguidor Arruda argumentam que esses rompimentos marcaram o fim do século colonial. Mas outros historiadores como os historiadores portugueses argumentam que não foi crise, a economia estava muito bem, nunca antes (com a chegada da família real) a economia brasileira esteve tão dinâmica. Vilella aponta que as duas escolas estão falando de crises diferentes: Arruda e Novais da crise do sistema político colonial da maneira como eles próprios haviam descrito e outro estão falando de um apogeu econômico que não justifica o argumento de uma crise econômica colonial. A economia da colônia e a da metrópole da época estava em uma espécie de “apogeu”. Houve um aumento de volume de comércio, na maior parte atribuído a colônia brasileira. No final do século 18 mesmo com o declínio da produção de ouro a atividade econômica diversificada no Brasil favoreceu esse apogeu. Se assistiu no final desse século o aumento da produção e exportação de algodão, como a expansão do açúcar para outras áreas e o nascimento da atividade do café fariam do Brasil e principalmente a província de Minas Gerias (mesmo ao longo do fim do século 18 e toda primeira metade do século 19) se mantivesse como o principal destino para escravos, evidencia de seu dinamismo, mesmo com o fim do ciclo do ouro. Com a eclosão das guerras napoleônicas a França deu um ultimato para Portugal (bombardearam Lisboa) se não aceitassem submissão. A relação (benéfica segundo Vilella) de Portugal com a Inglaterra fez com que a corte portuguesa tomasse a decisão de seguir para a colônia protegidos pela Grã-Bretanha, eles já vinham planejando a saída desde essa ameaça não foi algo tão apressada. (15 a 20 mil pessoas é número um pouco exagerado de pessoas que vieram para cá, primeiro para Salvador depois para o Rio de Janeiro, demoraram para chegar por causa das calmarias). Vilella destaca que Dom João VI (QUE ERA FODA) foi acertado em preservar a aliança estratégica com a Inglaterra, não aceitando a submissão à Napoleão. A chegada da corte aqui também marcou o fim do “exclusivo colonial” (e talvez de ponto de vista econômico o período colonial, o político só vem com a independência), com a abertura dos portos. Foi o preço talvez da escolta britânica que trouxe a frota portuguesa intacta à corte. A abertura não foi de todo ruim, aumentou a arrecadação da coroa portuguesa com a principal forma de taxação à época (imposto de importação), e continuava tendo Portugal como principal mercado para troca. Entretanto isso acaba com o tratado em 1810 (Tratado de Comércio e Navegação) firmado entre o império português e Inglaterra (numa posição de maior poder) estabelecia uma taxação de ao menos 16% a mais sobre produtos chegados de Portugal do que Ingleses, tornando esses produtos pouco competitivos frente aos produtos Ingleses. Além disso o tratado já avançava na proibição do tráfico negreiro com a sua proibição ao norte da linha do equador, dando poderes a marinha britânica a abordar navios portugueses suspeitos. Os ingleses e europeus de maneira geral são pioneiros nisso. Houve um movimento de fim do tráfico negreiro incentivado porque Ingleses (aboliram a escravidão nas suas colônias no caribe e se viam pressionados a proibirem o tráfico negreiro para garantir a competividade daquelas colônias). A relação com a Inglaterra muda muito, se tornando mais distorcida. A elevação do Brasil à condição de Reino Unido (mesmo status da metrópole) foi um absurdo para muitos portugueses que com a saída de napoleão queriam a volta do rei e enxergavam com maus olhos essa maior força da colônia. Isso colocou em contraste os interesses de colônias que queriam a permanecia da família real aqui com os de metropolitanos. A chegada da família portuguesa ao Rio de Janeiro permitiu um ganho positivo demográfico, maior atividade econômica e uma melhora da infraestrutura da cidade para acomodar a corte e família real com uma qualidade melhor (bibliotecas, universidades, banco do brasil). A Monarquia portuguesa distribui títulos nobiliárquicos concedia generosas sesmarias para se financiar. Conceder/vender o uso do pedação de terra, mais ainda não era um direito de propriedade, contudo, permitiu toda a ocupação no entorno do Rio de Janeiro e a marcha de expansão do café avançando sobre a baixada fluminense, interior paulista, chegando ao Vale da Paraíba. Divisões entre portugueses e brasileiros geraram grande violência e algumas revoltas (foi um período geral de revoltas, não eram apenas as elites masos escravos se revoltando também. Já com tensões acirradas e aclamações por independência com o regresso de Dom João VI a Portugal, Dom Pedro I proclama a república, aceitando pagar uma dívida de Portgual, em boa parte acumulada para tentar evitar a independência. Dom Pedro I tem a sua disposição a primeira constituição//um parlamento/ partidos e uma câmara de .... e o quarto poder (o moderador que concedia poderes ao imperador). Ta faltando esse meiozinho... Linha do Tempo: 1808: Chegada da corte 1815: tratados de comércio e navegação 1822: independência 1826: Segundo tratado firmado com a Inglaterra, dentro de um prazo de x anos acabaria a importação de escravos (na prática não teve efeitos, porque a relação com a Inglaterra se deteriorou, com bombardeios da Inglaterra até.) 1830: café já ultrapassou açúcar em termos de exportação 1831: Dom Pedro I abdica do trono e vai a Portugal Período Regencial 1840: Dom Pedro II assume com 14 anos (começa o segundo reinado) 1850: Lei Eusébio de Queiroz (consenso político de continuação da escravidão, vital para o funcionamento da economia e ainda não condenável moralmente) 1864 -1870: Guerra do Paraguai (Período que a despeito da Guerra foi o apogeu do segundo reinado, com um império pacificado (paz interna), economia crescendo, consenso da elite (escravidão, integridade territorial.)) 1871: Lei do Ventre Livre: Todos os filhos novos de escravos estariam livres dentro de um prazo (até 18 anos). É o primeiro sinal do fim dessa instituição. 1888: Fim da escravidão 1889: Fim do segundo reinado e promulgação da república A atividade econômica do café leva a continuação da entrada maciça de Africanos até 1850. Também há muito deslocamento de escravos do Nordeste para o sudeste por causa da demanda do setor cafeeiro. (Quando oficialmente é declarada o fim do tráfico de escravos (que acontecia ilegalmente)). A escravidão foi lentamente substituída por mão de obra livre, por meio de indentured labor de Europeus (que só começa a funcionar no final do século). Quando acaba a Guerra do Paraguai voltam os problemas políticos dos descontentamentos da elite, primeiros questionamentos da escravidão (motivados pelos esforços de negros na guerra) e também com atenção/novo protagonismo dos militares que criticavam a classe política e atuavam de maneira corporativista. Na década de 1880 há uma crescente rotação de governos num contexto de questionamento escravidão. Não houve descontinuidade notável na evolução da cafeicultura paulista com a abolição da escravidão. Devido a entrada maciça de imigrantes europeus (italianos) que superariam em pouco tempo os escravos na atividade de café. Isso deu certo porque tinha mobilidade (os imigrantes podiam plantar também seus próprios alimentos e ele próprios acumularem capitais para se tornarem cafeicultores independentes.) A chegada em larga escala de imigrantes em busca dessas oportunidades (mas subornados com subsídios às passagens), manteve o preço da mão de obra barata e viabilizou a continuação da atividade de café sem grandes perdas. É importante destacar que a maioria desses imigrantes acabou não indo para a atividade do café, trabalhando em outros setores econômicos nos centro urbanos etc... Texto: A Economia Brasileira no Império. Autores: Marcelo P Abreu, Luiz A C do Lago (PUC) Ao longo de todo o século 19 a renda per capta cresceu pouco mesmo com o boom da atividade cafeicultora porque o Nordeste (região mais populosa no mínimo até 1872) retrocedeu (o café só era cultivado no Sudeste). A população do Sudeste só ultrapassa a do Nordeste no final do período imperial. O Rio de Janeiro se consolida como a principal capital política e econômica do Brasil e só perde essa posição para São Paulo no século 20. O analfabetismo era um grave problema no Brasil (ao contrário dos EUA), cerca de 85% da pop. no Brasil era analfabeta. Nesse período áureo do café, há um retrocesso em termos per capita (cresceu mais cresceu muito pouco 0.4%) porque a população crescia a um ritmo perto do PIB e o no nordeste isso devia ser negativo (e o Nordeste era maioria da população.) Em termos per capita a economia brasileira estagnou. Os EUA cresciam 2 vezes mais em termos per capita que o Brasil. A agricultura alimentar era a principal atividade do setor primário. O setor moderno da agricultura (café, tabaco, açúcar) cercado de um mar agricultura de subsistência, o quadro que em rege é uma agricultura que era largamente de baixa produtividade. Entre outros motivos o setor de agricultura alimentar era de baixíssima produtividade porque era difícil a inserção no mercado. Ele produzia o suficiente para não passar fome, sobre tudo por causa da falta de um sistema de transporte que permitisse que ele produzisse acima do seu custo de produção e pudesse gerar excedentes. Esse é um ponto crucial que diferencia a experiência colonial brasileira da dos EUA, porque lá se desenvolveram redes de estradas e de canais e dps ferrovias, reduzindo as distancias continentais na América do Norte, aqui ão teve nada como isso, para reduzir os custos e vender o produtos alimentícios em mercados de forma competitiva.