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Aula 6: A perspectiva Cognitivista (Bandura e Kelly) Teorias Cognitivas da Personalidade Uma crescente insatisfação com modelos estritos da teoria da aprendizagem levou os pesquisadores a incorporar a cognição ao entendimento da personalidade. Tal incorporação levou ao desenvolvimento das teorias cognitivo-sociais da personalidade, que enfatizam como as crenças, expectativas e interpretações pessoais das situações sociais moldam o comportamento e a personalidade. Vejamos agora os dois teóricos mais importantes da corrente cognitivista: A Teoria da Modulação de Albert Bandura Albert Bandura nasceu em 4 de dezembro de 1925 numa pequena cidade no norte do Canadá, em Alberta. Foi educado numa pequena e elementar escola com recursos bastante reduzidos, na cidade de Mundare, mas foi um aluno brilhante. Em 1949, Bandura recebeu, em apenas três anos, o Bacharelado em Psicologia pela Universidade de British Columbia. Esteve também na Universidade de Iowa, EUA, fazendo sua pós-graduação, terminando seu doutorado em Psicologia Clínica em pleno ano de 1952. Albert Bandura (1977) postula que os seres humanos possuem capacidades mentais que interagem com o ambiente para influenciar o comportamento. Para Bandura, as crianças, por exemplo, aprendem por modelar um comportamento observado ao ver um filme violento. Assim, uma criança tende a um comportamento violento, por imitação. Quer saber um pouco mais sobre a biografia de Bandura? Para o pós-doutorado, Bandura trabalhou como interno no Wichita Guidance Center. Em 1953, começou a lecionar na Universidade de Stanford, vindo a colaborar com o seu primeiro aluno graduado, Richard Walters. Durante toda a sua carreira, trabalhou na faculdade de Stanford, tornando-se professor em tempo integral em 1964 e titular da cadeira em 1974. Entre 1976 e 1977, dirigiu o Departamento de Psicologia. Foi nomeado, em 1973, presidente da prestigiada Associação Americana de Psicologia. Ainda hoje, Albert Bandura continua a trabalhar em Stanford. Afora as pesquisas, ele gosta de alpinismo e de ópera, e é uma pessoa bem humorada, sendo objeto de histórias sobre seus desligamentos e do seu modo de ser sonso. George A Kelly (1905–1966) cresceu no Kansas. Foi psicólogo da aviação durante a Segunda Guerra Mundial e professor de Psicologia. A primeira experiência clínica de Kelly foi nas escolas públicas do Kansas. Ele verificou que os professores enviavam alunos para sua clínica com queixas que pareciam dizer algo a respeito dos próprios professores. Kelly decidiu compreender as queixas como uma expressão da construção ou interpretação dos eventos por parte do professor. Não entendeu? Então, vamos a um exemplo. Se um professor reclamasse que um aluno era preguiçoso, Kelly não observava o aluno para ver se ele era preguiçoso; ao invés disso, ele tentava entender os comportamentos da criança e a maneira como o professor percebia esses comportamentos, isto é, a construção que o professor tinha deles. George Kelly era uma pessoa que se negava a aceitar as coisas como preto ou branco, certo ou errado. A teoria do constructo pessoal de George Kelly foi desenvolvida principalmente a partir do contato com clientes na terapia. A primeira consideração dessa teoria, portanto, é a pessoa individual ao invés de alguma parte daquela pessoa, algum grupo de pessoas ou qualquer processo particular do comportamento dela. Um constructo é uma forma de construir ou interpretar o mundo. É um conceito que o indivíduo utiliza para categorizar eventos e estabelecer um curso de comportamento. A pessoa experimenta eventos, interpreta-os e coloca neles uma estrutura e um significado, distinguindo similaridades e contrastes. É essa construção de uma semelhança e um contraste que leva à formação de um constructo. Sem os constructos, não seríamos capazes de organizar nosso mundo. Por exemplo, o par dicotômico bom-mau é um constructo freqüentemente utilizado pelas pessoas quando elas consideram os eventos que ocorrem em suas vidas, assim como certo-errado, aceitável-inaceitável etc. Somos essencialmente orientados para o futuro: “É o futuro que atormenta o homem, não o passado. Ele sempre busca o futuro através da janela do presente” (Kelly, 1955, p. 49). A teoria de Kelly interpreta o comportamento em termos cognitivos; ou seja, ele enfatiza a maneira como percebemos os eventos, a maneira como interpretamos esses eventos em relação às estruturas existentes, e a maneira como nos comportamos em relação a essas interpretações. O autor: •Enfatiza a maneira como os indivíduos interpretam o mundo; •Considera que a pessoa é um agente ativo em seu envolvimento com o mundo; •Enfatiza coisas que as pessoas podem fazer para mudar a maneira como pensam. O clínico, baseado no constructo pessoal, não pode fragmentar o cliente e reduzir seu problema a uma questão única. Ao invés disso, o clínico deve enxergar o cliente dentro de diversas perspectivas ao mesmo tempo. Atenção: Kelly rejeitava o termo cognitivo porque sentia que ele era restritivo e sugeria uma divisão artificial entre cognição (pensamento) e afeto (emoção). Sua teoria é construtivista, ou seja, ela enfatiza a construção do mundo pelo indivíduo. Entretanto, por sua ênfase na maneira como o indivíduo atribui significado aos eventos e pelos esforços de uma pessoa para prever os eventos, a teoria do constructo pessoal claramente enfatiza os processos cognitivos. Veja algumas outras ideias de Kelly: De acordo com Kelly, somos, ao mesmo tempo, livres e determinados. “Esse sistema de constructos pessoais proporciona a ele (o homem) liberdade de decisão e limitação da ação – liberdade, porque permite que ele lide com o significado dos eventos, ao invés de forçá-lo a ser impotentemente sacudido por eles; e limitação, porque ele nunca pode fazer escolhas fora do mundo e das alternativas que construiu para si mesmo” (Kelly, 1958, p. 58). Explicação expandida: Após havermos nos “escravizado” com essas construções, somos capazes de ganhar liberdade novamente, reconstruindo o ambiente e a vida. Assim, não somos vítima de nossa história passada ou de nossas circunstâncias presentes – a menos que escolhamos construir a nós mesmos daquela forma. Kelly acreditava que o método clínico é útil porque leva a novas idéias e concentra a atenção em questões importantes. Uma boa teoria da personalidade, assim, deveria nos ajudar a resolver os problemas das pessoas e da sociedade. Para Kelly, a personalidade de um indivíduo é formada pelo seu sistema de constructos. Os constructos que uma pessoa usa, portanto, definem o seu mundo. Atenção: Outras importantes influências para as teorias cognitivas da personalidade foram Albert Ellis e sua Teoria Racional-emotiva, Aaron Beck e sua Teoria Cognitiva e Jeffrey Young e sua Teoria dos Esquemas. 1. Albert Bandura afirma que os seres humanos têm uma forte tendência para aprender através Parte superior do formulário 1) Do comportamento operante 2) Da modelagem 3) Do condicionamento clássico 4) Da natureza genética 2. George Kelly construiu uma teoria cognitiva da personalidade que é conhecida como: Parte superior do formulário 1) Teoria Racional emotiva; 2) Teoria da modelagem; 3) Teoria dos esquemas; 4) Teoria dos constructos pessoais. 3. A proposta dos constructos pessoais prioriza: Parte superior do formulário 1) Percepção associada à cognição; 2) Comportamento e afetividade; 3) Traços e bases neurológicas; 4) Processos sócio-históricos. Parte inferior do formulário Parte inferior do formulário Parte inferior do formulário