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O QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE SABER DE IMUNOLOGIA – LINFÓCITOS T E B
Imunidade celular. A imunidade adquirida se caracteriza por respostas fisiológicas ESPECÍFICAS contra determinados estímulos (patógenos, alergenos ambientais), as quais apresentam MEMÓRIA e se manifestam em todos os locais do organismo (ou seja, são SISTÊMICAS). No caso da imunidade humoral, a resposta é mediada por anticorpos presentes no plasma e em vários outros fluidos corporais e secreções, e a presença desses anticorpos é que demonstra a existência da resposta. No caso da IMUNIDADE CELULAR, o critério usado é a detecção de respostas específicas, de memória, e sistêmicas, mediadas por linfócitos que se diferenciaram no timo (LINFÓCITOS T = CÉLULAS T). 
Principais tipos de reação imune celular. Embora muitos aspectos da resposta imune celular possam ser estudadas fora do organismo (in vitro), todas as respostas imunes celulares podem ser demonstradas experimentalmente dentro organismo (in vivo), através da transferência de células T vivas a recipientes geneticamente compatíveis (ou seja, IMUNIZAÇÃO ADOTIVA), seguida de exposição dos recipientes aos antígenos relevantes (também chamada PROVOCAÇÃO). Num nível celular, que pode ser analisado in vitro, as atividades efetoras associadas a estas respostas incluem: a) EXPANSÃO CLONAL EM PRESENÇA DE ANTÍGENO (também chamada TRANSFORMAÇÃO BLÁSTICA) associada com secreção de mediadores (CITOCINAS); b) CITOTOXICIDADE (isto é, destruição de células-alvo por contato direto); c) COOPERAÇÃO CELULAR NA RESPOSTA IMUNE, incluindo a PROMOÇÃO DA PRODUÇÃO DE ANTICORPOS por CÉLULAS B, a PROMOÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS T CITOTÓXICAS, ambas atividades desempenhadas por LINFÓCITOS T AUXILIARES (ou T HELPER, abreviadamente TH). Num nível sistêmico, que só pode ser analisado in vivo, os linfócitos T interagem primeiramente (isto é, na FASE DE INDUÇÃO) dentro dos órgãos linfóides com células apresentadoras de antígeno, com outros linfócitos T ou com linfócitos B, para coordenar múltiplos aspectos da ativação e maturação de outros tipos celulares; secundariamente (isto é, na FASE EFETORA), linfócitos T maduros, capazes de ampla circulação pelo sangue e pela linfa, e de passagem pelos tecidos em sítios de inflamação, interagem com antígeno e com uma variedade de células nos tecidos para coordenar respostas inflamatórias localizadas, especialmente no caso de antígenos associados a células, como no caso das infecções virais e por parasitos intracelulares. Na fase efetora, a provocação com antígeno específico pode provocar uma forma característica de reação inflamatória, chamada uma reação de HIPERSENSIBILIDADE TARDIA, porque leva pelo menos 48 h para atingir a sua intensidade máxima. Na derme, a injeção de preparações antigênicas de diferentes patógenos, como o Mycobacterium tuberculosis, pode servir de critério diagnóstico para afirmar que existe imunidade específica e estimar a intensidade da reação a partir do tamanho máximo atingido pela área inflamada (é a reação à TUBERCULINA, ou PPD). 
Patógenos contra os quais os mecanismos de defesa celulares são essenciais. Nem toda infecção tem seu curso afetado no mesmo grau por deficiências em respostas imunes celulares. Em geral, a nossa resposta a PARASITOS INTRACELULARES (bactérias, micobactérias, protozoários, e vírus, especialmente) é fortemente dependente de células T. Em contraste, nossos mecanismos de defesa contra patógenos extracelulares (como a grande maioria das bactérias) são menos prejudicados por defeitos da imunidade celular. 
Importância da cooperação celular na resposta imune humoral. A produção de anticorpos não é totalmente dependente de linfócitos T (ou seja, não é inteiramente TIMO-DEPENDENTE). Contudo, a resposta de anticorpos a antigenos protéicos, de um modo geral, e, especialmente, a mudança da produção de IgM contra esses antígenos para a produção de outras classes (o “switch”), são fortemente timo-dependentes.
Conseqüências das deficiências de imunidade celular. Embora existam muitos níveis distintos de gravidade nas várias formas de imunodeficiência que prejudicam a imunidade celular, as defesas contra parasitos intracelulares e vírus estão quase sempre comprometidas. Na AIDS, onde são destruídas células TH, existe deficiência progressiva na imunidade celular, reduzindo a capacidade do paciente de enfrentar novos patógenos intracelulares, ou de manter sob controle infecções intracelulares pré-existentes (latentes).
Pró-timócitos, timo e timócitos. As células linfóides produzidas na medula óssea a partir de células-tronco linfóides incluem algumas (PRÓ-TIMÓCITOS) que adquirem a capacidade de migrar, através da circulação sistêmica, para o timo, numa fase muito precoce do desenvolvimento. A colonização do timo por pró-timócitos envolve a liberação de vários sinais químicos a partir de células tímicas (não-linfóides), aos quais os pró-timócitos respondem. Após a entrada no timo, as células recrutadas (timócitos) passam por múltiplas etapas de proliferação celular e expressão de novos componentes da superfície, especialmente receptores para antígeno (os chamados RECEPTORES DE CÉLULA T, ou TCR, do inglês T CELL RECEPTORS). A expressão de TCR e de outras moléculas de superfície permite aos timócitos passar por vários eventos de SELEÇÃO, cujo desfecho depende, em parte, da especificidade e da afinidade do TCR de cada clone por moléculas presentes no timo. Morte celular programada (apoptose) é observada em várias fases do desenvolvimento dessas populações, e o repertório gerado ao final representa os clones sobreviventes, enquanto a grande maioria das células formadas neste processo termina sendo eliminada. As células que completam o processo de maturação podem ser exportadas para órgãos linfóides secundários, e constituem, coletivamente, o repertório de LINFÓCITOS T.
CD4 e CD8. As moléculas CD4 e CD8 são proteínas aparentadas às Ig e aos TCR (isto é, membros da SUPERFAMÍLIA GÊNICA DAS IMUNOGLOBULINAS). Elas passam a ser expressas por timócitos durante a sua diferenciação no timo, e participam dos processos de expansão clonal e seleção que fazem parte da geração de um repertório T. CD4 e CD8 podem ser simultaneamente expressos nas fases precoces do desenvolvimento, e as células correspondentes são consideradas DUPLO-POSITIVAS (DP) para esses marcadores. Durante a expansão e seleção, em geral a expressão de um dos dois marcadores é perdida, enquanto o outro marcador é mantido, tornando-se a célula SIMPLESMENTE POSITIVA (SP) para este último. Esta transição marca um grau de especialização funcional, sendo a sobrevivência da célula dependente do funcionamento adequado do TCR em conjunto com CD4 ou CD8, o que caracteriza os perfis de ativação de linfócitos TH e de linfócitos T citotóxicos (TC), respectivamente. Falamos, neste caso, que o FENÓTIPO DE SUPERFÍCIE dos linfócitos T maduros permite distinguir entre células CD4+ (isto é, CD4+CD8-), que incluem células TH, e células CD8 (ou seja, CD4-CD8+), que incluem células TC. 
Células T Helper. Células TH promovem a mudança de classe e a produção de Ig por uma combinação de mecanismos, que podem envolver tanto o contato direto célula-a-célula com linfócitos B como a secreção de mediadores protéicos não-seletivos (CITOCINAS). Na célula B, o impacto destes sinais, celulares e solúveis, é, entre outras coisas, promover rearranjos secundários no DNA dos cromossomos que já produzem cadeia pesada de Ig, os quais resultam na perda da capacidade de produção de IgM e aquisição da produção de novas cadeias pesadas (mais comumente, uma das várias subclasses de cadeia ). Portanto, como resultado de sinais seletivamente emitidos por células TH, o DNA dos clones de linfócitos B responsivos a estes sinais pode ser irreversivelmente alterado. Há situações nas quais a interação T-B é altamente específica, envolvendo contato direto entre as duas células e requerendo a exposição de ambas ao mesmo antígeno. Falamos neste caso de interações COGNATAS (isto é, envolvendo estímulos que são
específicos e relacionados). Contudo, há também situações nas quais células TH dispensam sinais inespecíficos a células B receptivas, mesmo que células TH e B não reconheçam antígenos relacionados. Tais interações não-cognatas também podem ocorrer entre células T e B presentes num mesmo ambiente, e, em certos casos, são mediadas por citocinas, não requerendo contato direto. Outro papel importante para células TH é estimular a diferenciação de linfócitos TC, o que acontece em momentos e locais diferentes da interação T-B detalhada acima. 
Células T citotóxicas. Células TC são capazes de matar células-alvo pertencentes ao próprio organismo, ou a outros (por exemplo, numa REJEIÇÃO DE TRANSPLANTES), através de mecanismos envolvendo contato celular direto e indução de um processo de apoptose na célula-alvo após reconhecimento de antígenos de superfície desta pelo TCR do linfócito, trabalhando em colaboração com CD8. Vários mecanismos efetores são mobilizados nesta etapa, que incluem a atuação de proteínas capazes de formar poros na membrana da célula-alvo (PERFORINAS), de enzimas granulares (GRANZIMAS) e citocinas liberadas pela célula TC, além de moléculas de superfície capazes de induzir apoptose ao se complexarem com certas moléculas na superfície da célula-alvo (como CD95). 
Diferenças entre células T e B no reconhecimento de antígenos. Células T e B diferem em muitos aspectos importantes do processo de reconhecimento de antígeno. Estas diferenças refletem as diferenças na estrutura dos seus receptores clonais. Embora Ig e TCR sejam membros da superfamília gênica das Ig, e sofram um processo de diversificação que é muito parecido, os sítios de reconhecimento de antígeno nos TCR são maiores do que os presentes nas Ig, e adaptados ao reconhecimento de estruturas que são encontradas essencialmente na superfície de outras células. Como resultado, o repertório T é predominantemente dedicado ao reconhecimento de antígenos que estejam associados à superfície celular, e a grande maioria dos linfócitos T é incapaz de reconhecer antígeno isoladamente (ou seja, na ausência de uma célula APRESENTE este antígeno na sua superfície). Em geral, o reconhecimento de proteínas por células TH não é significativamente prejudicado pela desnaturação ou degradação parcial desses antígenos, o que sugere que os componentes protéicos dos agentes patogênicos, quando são apresentados à célula T, já se encontram num estado que é desnaturado e/ou parcialmente degradado (ou seja, PROCESSADO pela CÉLULA APRESENTADORA DE ANTÍGENOS.

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