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Livro Sistemas Biologicos60

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Leitão, A. M. F.; Vilar, J. L.; Almeida R. de.84
Não é comum a transferência de fosfolipídios de uma monocamada 
para outra, para que isso ocorra, existem moléculas específicas trabalhando 
no processo, são os translocadores de fosfolipídios. Essa imobilidade relativa 
permite que determinados componentes se acumulem em regiões específi-
cas da membrana, criando, por exemplo, locais especializados em recepção 
de estímulos externos.
As membranas de células animais, em geral, apresentam uma diversi-
dade de fosfolipídios em sua composição. Entretanto, essa proporção varia, 
dependendo da função de cada célula. Essa diferença de composição, po-
rém, não existe apenas em tipos celulares diferentes, está também presente 
entre as monocamadas de uma mesma membrana, fenômeno que denomi-
namos assimetria de monocamadas.
É essa assimetria que garante a execução de atividades diferentes nas 
duas faces da membrana, como, por exemplo, a percepção de estímulos ex-
ternos e a transferência de informações entre os meios extra e intracelulares. 
A alteração da composição das monocamadas pode levar à morte da célula. 
Existem situações em que a modificação dos elementos das monocamadas é 
programada, determinando a apoptose celular. É o que ocorre quando a célula 
envelhece e há ativação dos translocadores de fosfatidilserina, que é um tipo 
de fosfolipídio concentrado na face interna da membrana. Após a ativação do 
translocador, a fosfatidilserina é transferida para a face externa da membrana, 
servindo como sinal para que os macrófagos destruam a célula em questão.
As proteínas associadas à membrana são responsáveis pelo movi-
mento de substâncias através dela e pela recepção de sinais químicos do 
ambiente. A maioria das proteínas forma ligações não-covalentes com os fos-
folipídios, podendo atravessar toda a membrana (proteínas transmembrana) 
ou estar associada a apenas uma das faces (proteínas periféricas), apresen-
tando também uma diferença de distribuição entre as monocamadas. Quan-
do a proteína apresenta uma conexão firme com os elementos da bicamada 
fosfolipídica, dizemos que ela é uma proteína integral da membrana
Os carboidratos estão fortemente relacionados com o reconhecimento de 
moléculas específicas nas superfícies da membrana. Estão presentes associa-
dos a lipídios ou proteínas de membrana. Certos tipos de glicolipídios da face ex-
terna na membrana são relacionados com a proteção da superfície celular contra 
situações adversas, como variações de pH no meio, ou ação de enzimas.
O glicocálice, que corresponde à região mais externa da membrana, é 
responsável pelo reconhecimento celular, pela prevenção de interações inde-
sejáveis, pela inibição da proliferação celular por contato, pelo reconhecimen-
to de partículas a serem transportadas através da membrana e participam dos 
processos de rejeição de transplantes.
As células são dotadas 
de formas de imobilizar 
proteínas específicas de 
membrana e de confinar 
tanto as proteínas de 
membrana quanto as 
moléculas de lipídeos em 
domínios particulares em 
uma bicamada lipídica 
contínua.
Sistemas Biológicos 85
Uma das principais características da membrana plasmática é a perme-
abilidade seletiva. Para garantir isso, ela só permite a passagem de substân-
cias através de mecanismos de transporte específicos, que podem ser classi-
ficados em dois tipos: o transporte passivo e o transporte ativo.
No transporte passivo, a substância passa do meio onde ela está mais 
concentrada para o que está menos concentrada, sem haver gasto de ener-
gia. Seguindo esses princípios, pode haver três tipo de situações: 1) a difusão 
simples, onde ocorre a passagem de solutos pequenos do meio onde estão 
mais concentrados (hipertônico) para o de menor concentração (hipotônico); 
2) osmose, que corresponde ao processo de difusão da água, que se move 
do meio hipotônico (mais concentrado em água) para o hipertônico (menos 
concentrado em água); e 3) a difusão facilitada, quando as substâncias não 
conseguem atravessar a bicamada fosfolipídica, necessitando de proteínas 
que permitam essa passagem também a favor do gradiente de concentração, 
essas proteínas podem ser proteínas-canal ou carreadoras.
O transporte ativo ocorre sempre contra o gradiente de concentração, 
envolvendo gasto de energia. As proteínas envolvidas nesse tipo de transporte 
podem ser classificadas em três categorias:
• Uniport: que transportam um soluto em uma direção;
• Simport: que transportam dois solutos em uma direção;
• Antiport: que transportam dois solutos em direções opostas.