Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA Prof. Paulo Cesar C. Pinheiro Dept. Engenharia Mecânica da UFMG Maio 2011 O Brasil tem a arquitetura igual a de países temperados.... e sua eficiência? A luz natural é mal aproveitada, apesar de disponível quase o ano todo. As lâmpadas são ineficientes, com luminárias que distribuem mal a luz, sem dispositivos de desligamento automático. A proporção de vidros nas fachadas é inadequada, com janelas grandes, que absorvem calor e aumentam o consumo de energia na refrigeração. Com algumas modificações, a maioria das construções brasileiras poderia diminuir grande parte do consumo de eletricidade. A área rural existem inúmeras alternativas de baixo custo para melhoria do conforto, e nos próximos anos existe a oportunidade para geração de eletricidade em grandes quantidades, tanto para o consumo próprio, como para abastecimento das cidades. Introdução Arquitetura bioclimática é uma abordagem do projeto que busca fazer com que os edifícios e seus espaços adjacentes obtenham o melhor benefício das condições ambientais minimizando fatores indesejáveis e promovendo espaços naturais e saudáveis. A adoção de técnicas para tornar as construções mais eficientes no consumo energético, com uso mais eficiente da luz e da ventilação natural, dispensando o uso de luzes artificiais e sistemas de ar condicionado, poderia significar uma economia de energia gigantesca. Introdução A arquitetura Bioclimática se preocupa com conforto ambiental interno e eficiência energética, a serem obtidos através de estratégias naturais, aproveitando os recursos naturais de seu entorno de forma racional. Princípios básicos: · A promoção de espaços para morar, lazer e trabalhar em ambiente saudável para os ocupantes e usuários dos edifícios; · O consumo mínimo de energia, sem estragos desnecessários ao ambiente natural considerando o ciclo de vida da estrutura edificada; · A geração mínima de desperdícios para construção, funcionamento e manutenção dos edifícios; · O uso de recursos energéticos renováveis e materiais sem ameaças às espécies e à natureza. Introdução Estudo da orientação solar – Determinação das “trajetórias solares”, quais zonas de recepção de mais e menos radiação solar, luz do céu e luz do Sol, permitindo projetar aberturas e janelas; Iluminação natural – pode ser controlada por meio de aberturas (zenitais, pequenos caixilhos, brisas soleis, janelas). Como o Brasil é um país tropical com muitos dias de calor intenso, se deve ter cuidado para não criar zonas de efeito estufa, aproveitando a luz do céu e não a luz do Sol; Ventilação natural – por meio de aberturas, criação de zonas de alta e baixa pressão, induzindo a ventilação cruzada e permitindo a refrigeração de ambientes quentes; Isolamento térmico – Uso de materiais isolantes adequados para conservar a temperatura do interior por mais tempo; Introdução O macroclima descreve o caráter geral de uma região em termos de radiação solar, recobrimento por nuvens, temperatura, ventos, umidade e precipitação. Os dados quantificando estes fatores podem ser obtidos nas estações meteorológicas. O mesoclima, ou clima intermediário, pode ser descrito como o macroclima geral de uma região modificado por influências locais, como montanhas, vales, linhas costeiras, vegetação de larga escala, corpos de água (baías, lagos, grandes rios, etc.) e outras características topográficas. Introdução O calor excessivo devido a radiação solar pode ser controlado através orientação e do sombreamento com vegetação, cortinas, topografia. O resfriamento pode ser auxiliado pelo direcionamento do vento natural através do edifício e pela ventilação do ar pré-resfriado passando por sombreamento externos (de edifícios lindeiros ou vegetação), ou utilizando o potencial do resfriamento evaporativo de águas paradas ou em movimento (fontes). Introdução Elementos climáticos Temperatura do ar medição: termômetros de mercúrio, termógrafos f(aquecimento do solo) valor médio de uma combinação heterogênea de ar análise estatística para utilização Umidade atmosférica Medição: higrômetros, higrógrafos, psicrômetros f(temperatura do ar) Umidade Absoluta (UA): peso de água em volume de ar (kg/m3) Conteúdo de Umidade: peso de água por peso de ar (g/kg) Pressão de Vapor: porção da pressão atmosférica devido ao vapor d’água Umidade Relativa (UR): quantidade de umidade em relação a quantidade de umidade de saturação Introdução Elementos climáticos Radiação solar Medição: piranômetro, piranógrafo, heliógrafo intensidade expressa em W/m2 Precipitação Medição: pluviômetro, pluviógrafo chuva, neve, granizo, orvalho, geada mm (por unidade de tempo) Ventos Medição: anemômetro, anemógrafo velocidade (m/s) e direção Introdução Introdução Fatores astronômicos Movimento de rotação movimento de rotação dia e noite ciclo de 24 horas radiação = f(altura solar, nebulosidade) variação diária dos elementos climáticos temperatura do ar = f(radiação, advecção, temperatura do solo) Força Coriolis influência na direção e velocidade dos ventos Temperatura do ar Umidade relativa Introdução Fatores astronômicos movimento de translação - estações do ano - ciclo de 365 dias - duração dos dias e noites - radiação = f(latitude) - lei do cosseno - depleção atmosférica - inclinação do eixo terrestre de 23,5º - trópicos de Câncer e Capricórnio - aquecimento diferenciado pela latitude Introdução Fatores Dinâmicos - circulação geral da atmosfera - diferença de temperatura e pressão em gradiente vertical - diferença de temperatura e pressão em gradiente horizontal - transporte energético em circulação meridiana: - equador-pólo - pólo-equador Introdução Fatores Estáticos Distribuição geográfica das variáveis climáticas Latitude - posição relativa do Sol - diferente quantidade de radiação - diferente incidência nos planos - diferente duração dos dias e noites Altitude - aquecimento do ar = f(superfície) - gradiente médio vertical = 0,56ºC/100m - Δt do solo, aumenta com altitude Topografia quantidade de ventos, chuva, precipitação e radiação movimentos convectivos distintos Introdução Fatores Estáticos Revestimento do solo - Δt do ar > próximo ao solo defasagem de tmax entre o solo e o ar vegetação: amortece Δt, diminui a quantidade de radiação incidente altera a umidade do ar Massas d’água - maritimidade e continentalidade - água: - alto calor específico - evaporação - advecção e convecção - temperatura constante - menor amplitude térmica do ar - direção das brisas Introdução Climas do Mundo Climas do Brasil O ambiente climático é o resultado de processos físicos atuando em diferentes escalas espaciais e temporais. • macro: maior influência dos fatores climáticos • meso: influência das atividades humanas • micro: clima próximo da edificação Escalas de Estudo Caracterização dos fatores intervenientes em meso e dos fatores intervenientes em meso e micro escala micro escala Topografia Microclima Topografia Microclima Microclima Ilha de calor urbano - aquecimento diferenciado depende do coeficiente global de reflexão da superfície urbana - desigualdade mais significativa à noite - alta capacidade térmica da cidade - microclimas gerados pelos edifícios e topografia Microclima Carta Psicrométrica Tipos de Clima Estratégias de Projeto Taxa de troca de ar • Retirada do calor da estrutura do ambiente (direção do ar) • Retirada do calor da superfície da pele (velocidade do ar) • Renovação do ar saturado do ambiente (quantidade e qualidade do ar) Ventilação Ventilação x Vegetação Efeito Chaminé Resfriamento Evaporativo Janelas e Vidros O efeito térmico de uma superfície envidraçada depende: • do tipo de vidro utilizado (devido ao efeito estufa); • dos dispositivos de sombreamento utilizados Para combater os ganhos de calor através dos vidros, foram desenvolvidos tipos especiais, de modo a reduzir a radiação que penetra através de janelas: • absorventes (ou atérmicos); • reflexivos; • duplos (com câmara de ar); • outros. Vidros comuns: transmitem tanto comprimentos de onda baixos como altos (luz e calor). Vidros absorventes: transmitem baixos comprimentos de onda (luz) e em menor quantidade comprimentos de onda altos (calor). Visíveis: 380 a 770nm Janelas e Vidros τ– coeficiente de transmissão para um raio normal à superfície; α – coeficiente de absorção para um raio normal à superfície; ρ – coeficiente de reflexão para um raio normal à superfície; G – coeficiente global de transmissão (G= t + 0,4α); ta – temperatura do ar exterior (°C); ts – temperatura superficial máxima que alcança ao sol (°C). Janelas e Vidros Dispositivos de Sombreamento Classificação: • pela sua localização – exteriores ou interiores • pela sua mobilidade – móveis ou fixos Proteções externas e internas: A proteção solar disposta junto à face externa da edificação faz com que parte da radiação incidente seja refletida e o restante seja absorvida, elevando, assim, a temperatura da proteção. Parte deste calor é removido por correntes convectivas e não chega ao vidro. A parte que chega a ele é absorvida e convertida em onda longa. A proteção solar interna deixa que a radiação solar seja absorvida pelo vidro quase que integralmente, alcança então a proteção para aí ser parcialmente absorvida e parcialmente refletida. A parcela absorvida se converte em calor e é liberada para o interior e quase todo esse calor permanece dentro da edificação por ser o vidro opaco à onda longa. Dispositivos de Sombreamento • as proteções exteriores têm uma eficiência maior que as interiores; • nas proteções internas o coeficiente de reflexão (ou a cor) é importante na determinação de sua eficácia, pois apenas a radiação refletida pela proteção, no comprimento de onda original, é transmitido para o exterior e não afeta o ambiente interno. Dispositivos de Sombreamento Dispositivos de Sombreamento Los Pueblos - New Mexico Dispositivos de Sombreamento Parede de Trombe Parede de Trombe Parede de Trombe Aquecedor de Ar Convectivo Window box collectors and TAPs are easy-to-build collec-tors that deliver their heat by natural convection. They are best used to heat rooms that are fre-quently occupied and that require daytime heating. Window box collectors are self-damping at night. TAPs require lightweight backdraft dampers to prevent reverse thermosiphoning when the sun isn't shining. Shown here are several options for framing tilted, ground-mounted collectors. The collec-tor framework must be securely attached to the existing wall with lag bolts. When the sides of the collector mount don't break over wall studs, attach them as shown in the detail at right. Aquecedor de Ar Convectivo Chaminé Solar Chaminé Solar A chaminé possui uma cobertura de vidro e uma placa metálica. Os raios solares aquecem a placa e o ar, e o ar que sobe por convecção natural, aspirando o ar do ambiente e substituindo-o pelo ar exterior. Software: Ventilação Induzida por Chaminé Solar em Edificações: http://roriz.dominiotemporario.com/doc/Chamine.rar Chaminé Solar UFscar Sistema Ativo This two-mode system is simpler than it first appears. When the upper floor calls for heat and the collector is on, solar air is blown into the existing ductwork to warm the living area. When the needs of the upper floor have been satisfied, the motorized damper changes positions, and solar heat is delivered into the basement and stored in the concrete walls there. Note that two returns (in-lets) to the collector, each with a backdraft damper, are required in this system. A good technique for storing solar heat in new construction involves blowing solar- heated air through an insulated gravel bed under a concrete slab floor. With this arrangement the collector operates very efficiently and the floor provides comfortable, radiant heat. Dampers prevent heat loss from storage at night. Sistema Ativo Casa Autônoma Casa Autônoma Condomínio Neo, Novo Campeche, Florianópolis Tratamento de esgoto e reaproveitamento de água Coletores solares para água quente Turbinas Helix Wind Entrega Fev. 2010 (R$ 540.000/113 m2) http://www.conceitonext.com.br PassivHaus O padrão típico da Passivhaus inclui: * Bons níveis de isolamento térmico com perdas térmicas mínimas * Otimização dos ganhos solar e energia interna * Baixa fuga de ar * Boa a qualidade do ar interior, assegurado por um sistema de ventilação mecânica com alta eficiência recuperação de calor Para a Europa (40o - 60o latitude Norte), os critérios da Passivhaus são: * Demanda total de energia para aquecimento e refrigeração inferior a 15 kWh/m2/ano; * O uso total de energia primária para todos os aparelhos, água quente para uso doméstico, aquecimento e refrigeração inferior a 120 kWh/m2/ano. Estes valores são verificados durante o projeto pelo “PassivHaus Planning Package”. http://www.passivhaus.org.uk/ PassivHaus Solar Decathlon 2007 1º Lugar: Technische Universität Darmstadt 3º Lugar : Santa Clara University 2º Lugar : University of Maryland http://www.jc-solarhomes.com/energy_independent_housing.htm http://www.jc-solarhomes.com/passive_solar.htm http://www.jc-solarhomes.com/gallery.htm Bioclimatic architecture: http://www.geocities.com/ResearchTriangle/Facility/8776/Pag03I.htm Bibliografia Inmetro, Portaria n. 372, de 17 de setembro de 2010 Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001599.pdf Inmetro, Portaria n 395, de 11 de outubro de 2010 Requisitos de Avaliação da Conformidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001609.pdf Legislação Brasileira