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* BEM-VINDO À DISCIPLINA GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS Profª Belmiro Aula 10 Aula 10 * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE Aula 10 Aula 10 * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Objetivo da aula Ao final desta aula, você será capaz de: Explicar o relevante papel desempenhado pelos transportes na cadeia de suprimentos, através da compreensão de suas funções e características. Aula 10 Aula 10 * O PAPEL DOS TRANSPORTES O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis Aula 10 Aula 10 * As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdio o transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. Aula 10 Aula 10 * Aula 10 Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas operações. Com isso, vislumbram na Logística, e mais especificamente na função transporte, uma forma de obter diferencial competitivo. Entre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacam-se os investimentos realizados em tecnologia da informação, que objetivam fornecer às empresas melhor planejamento e controle da operação, assim com ao busca por soluções intermodais que possibilitem uma redução significativa nos custos. Aula 10 * HÁ RELAÇÃO ENTRE POLÍTICAS DE TRANSPORTE E DE ESTOQUE? Sim, o ponto central desta análise é a relação entre políticas de transporte e estoque. Dentro de uma visão não integrada, o gestor de estoques possui comumente o objetivo de minimizar os custos com o estoque sem analisar todos os custos logísticos. Este tipo de procedimento impacta, de forma negativa, outras funções logísticas, como, por exemplo, a produção que passa a necessitar de uma maior flexibilidade e uma gestão de transporte caracterizada pelo transporte mais fracionado, aumentando de uma forma geral o custo unitário de transporte. Aula 10 Aula 10 * Então, é importante deixar claro que está política pode ser a mais adequada em situações em que se utilizam estratégias baseadas no tempo, como JIT, ECR, QR. Estas estratégias visam reduzir o estoque a partir de uma visão integrada da Logística, exigindo da função transporte a rapidez e a consistência necessária para atender aos tamanhos de lote e aos prazos de entrega. Além disso, em muitos casos a entrega deve ser realizada em uma janela de tempo que pode ser de um turno ou até de uma hora. Aula 10 Aula 10 * Outra questão importante ligada a esta análise está associada à escolha de modais. Dependendo do modal escolhido, o transit time poderá variar em dias. Por exemplo, um transporte típico de São Paulo para Recife pelo modal rodoviário demora em torno de 5 dias, enquanto o ferroviário pode ser realizado em cerca de 18 dias. A escolha dependerá evidentemente do nível de serviço desejado pelo cliente, e dos custo associados a cada opção. O custo total desta operação deve contemplar todos os custos referentes a um transporte porta a porta mais os custos do estoque, incluindo o estoque em trânsito. Para produtos de maior valor agregado, pode ser interessante o uso de modais mais caros e de maior velocidade. Aula 10 Aula 10 * Classificação dos Modais de Transporte Os cincos modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o hidroviário, o aeroviário, os dutos e os de multimodalidade e intermodalidade. A importância relativa de cada modal pode ser medida em termos da quilometragem do sistema, do volume de tráfego, da receita e da natureza da composição do tráfego. Aula 10 Aula 10 * FERROVIÁRIO No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas. Como exemplo desses produtos estão: minérios, carvões, derivados de petróleo, cereais em grão, todos transportados a granel * RODOVIÁRIO É o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território, pois desde a implantação da indústria automobilística e a pavimentação das rodovias esse modo se expandiu de tal forma que hoje é o mais procurado Difere do ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas distâncias de produtos acabados e semi-acabados. Por via de regra, apresenta preços de frete mais elevados que os dos modais ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos agrícolas a granel, cujo custo ferroviário é muito baixo para esse modal. * HIDROVIÁRIO O transporte hidroviário é utilizado para o transporte de granéis líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores internacionais) em contêineres. Os serviços hidroviários existem em todas as formas legais citadas anteriormente. Como exemplos de meios de transporte hidroviário, pode-se citar os navios dedicados, navios containers e navios bidirecionais para veículos (roll-on, roll-off, vessel). Pode ser dividido em três formas: cabotagem (até 12 milhas da costa); navegação Interior realizada em hidrovias interiores e, por fim, navegação de longo curso entre portos brasileiros e estrangeiros. * AEROVIÁRIO O transporte aeroviário tem tido uma demanda crescente de usuários, embora o seu frete seja significativamente mais elevado que o correspondente rodoviário. Em compensação, seu deslocamento porta a porta pode ser bastante reduzido, abrindo um caminho para esta modalidade, principalmente no transporte de grandes distâncias. Este tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda, etc) e perecíveis (flores, frutas nobres, medicamentos, etc). Como exemplos deste meio de transportes estão os aviões dedicados e aviões de linha. * DUTOVIÁRIO A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se principalmente ao transporte de líquidos e gases em grades volumes e materiais que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). A movimentação via ductos é bastante lenta, sendo contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana. Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento, fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em contra partida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra de obra de grande importância. É portanto, o segundo modal com mais baixo custo, ficando atrás apenas do modo de transporte hidroviário. * MULTIMODALIDADE E INTERMODALIDADE A multimodalidade é a integração entre modais, com uso de vários equipamentos, como containers por exemplo. Já a intermodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso de um mesmo container, um único prestador de serviço e documento único. Uma das Dificuldades da intermodalidade no Brasil é a regulamentação da prática do Operador de Transporte Multimodal (OTM) * De acordo com Alvarenga e Novaes (2000: 93), para se organizar um sistema de transporte é preciso ter uma visão sistêmica, que envolve planejamento, mas para isso é preciso que se conheça: os fluxos nas diversas ligações da rede; o nível de serviço atual; o nível de serviço desejado; as características ou parâmetros sobre a carga; os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante etc); e os sete princípios ou conhecimentos, referentes à aplicação do enfoque sistêmico. * Quanto aos parâmetros de carga, os principais elementos são: peso e volume, densidade média; dimensão da carga; dimensão do veículo; grau de fragilidade da carga; grau de perecibilidade; estado físico; assimetria; e compatibilidade entre cargas diversas. * Sendo assim, pode-se observar que no transporte de produtos, vários parâmetros precisam ser observados para que se tenha um nível de serviço desejável pelo cliente. Dependendo das características do serviço, será feita a seleção de um modal de transporte ou do serviço oferecido dentro de um modal. Segundo Ballou (2001:156), a seleção de um modal de transporte pode ser usada para criar uma vantagem competitiva do serviço. Para tanto, destaca-se a seguir algumas características dos modais de transporte * A primeira dimensão a ser considerada na escolha do modal é a estrutura de custos fixos/variáveis e a classificação das características operacionais de cada modal quanto à velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e freqüência que serão discutidas a seguir. O transporte é o principal componente do sistema logístico. Sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores financeiros: custos, faturamento, e lucro * CUSTOS VARIÁVEIS: DISTÂNCIA Mão de obra Combustível Depreciação Manutenção FIXOS: VOLUME DE CARGA Economia de escala OUTROS Densidade (combinar peso vs. Volume); Capacidade de acondicionamento; Manuseio; Responsabilidade (riscos potenciais); Volume de transporte em uma rota ou balanceamento * FATURAMENTO Os valores podem variar de setor para setor e de empresa para empresa. A participação no faturamento, que em média é 3,5%, pode variar de 0,8% (ind. farmacêutica) a 7,5% (papel e celulose). Quanto menor o valor agregado ao produto, maior a participação do transporte. * LUCRO As diferenças de custos/preços entre os modais tendem a ser substanciais. Em um transporte de carga fechada a longa distância verifica-se que, em média, os custos/preços são os do modal aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário, pela ordem. * A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos serviços oferecidos. São cinco as dimensões mais importantes, no que diz respeito às características dos serviços oferecidos: velocidade; consistência; capacitação; disponibilidade, e freqüência. * Velocidade: quanto maior a distância, maior a vantagem do transporte aéreo em termos de velocidade. Consistência: a consistência que representa a capacidade de cumprir os prazos previstos tem o duto como melhor opção. Capacidade: Nesta dimensão, o destaque de desempenho é o modal aquaviário, que praticamente não tem limites sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como do volume que pode atingir milhares de toneladas. * Disponibilidade: refere-se ao número de localidades onde o modal se encontra. Aqui aparece a grande vantagem do rodoviário que quase não tem limites no lugar em que pode chegar Freqüência: O duto pode trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana e pode ser acionado a qualquer momento, desde que esteja disponível no local desejado. * * Uma vez decidida a utilização de terceiros, torna-se necessário estabelecer critérios para seleção de transportadores. São sete os principais critérios na seleção dos serviços de transporte: confiabilidade, preço, flexibilidade operacional, flexibilidade comercial, saúde financeira, qualidade do pessoal operacional e informações de desempenho. *