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Muppidi-ThePoliticsofTheGlobal

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Enviado por João Guilherme em

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Resumo. Muppidi (The Politics of The Global) 
 
Capítulo 1 - Globalidades Coloniais (Colonial Globalities) 
. Massacres coloniais na África simplesmente esquecidos pelo Ocidente e pelos ocidentais ( 
Europa apaga sistematicamente essas histórias. / O conhecimento do colonialismo é 
monumentalizado e materializado de várias maneiras na África. Não era o conhecimento que 
estava em falta, mas era o saber como ler esse conhecimento que estava faltando, saber como 
ir além do EU para conhecer o mundo. Estava faltando “global literacy”. É a partir dessas 
perspectivas que as narrativas dominantes em Relações Internacionais parecem 
particularmente provinciais e relativamente não –letradas em suas tentativas de ler o global. 
. A provincialidade das Relações Internacionais 
3 narrativas proeminentes em RI que abordam o tema da globalização: (1) Racionalismo; (2) 
Construtivismo e (3) Materialismo Histórico. Todas essas 3 formas possuem 
limitações em suas tentativas de ir além do internacional. 
(1) Racionalismo : Raramente se move no sentido de explorar a natureza intersubjetiva e co-
constituida do global. Perguntas que esses se fazem a respeito do global emergem dos espaços 
da política doméstica e são centradas em questões de governança global e democracia global, 
no entanto, eles não são capazes, ou não buscam, explorar como diferentes compreensões do 
global podem afetar questões de governança e democracia. Tanto Waltz como Keohane 
negligenciam os significados sociais (social meanings), pois não se preocupam em investigar se 
esse global “particular” (o alto grau de interdependência como sendo a globalização, o início 
do séc.XX) era entendido da mesma forma ao redor do mundo. A maioria dos habitantes do 
mundo estava diretamente ou indiretamente debaixo de um domínio colonial nessa primeira 
fase da globalização. Globalização, para a maioria da população mundial, era diretamente 
constituída como Colonialismo. A política do global é reduzida para a política convencional da 
“interdependência”, e o debate racionalista sobre o global se torna outro lugar de reciclagem 
de idéias realistas/ liberais. (Principais autores dessa corrente : Keohane, Nye e Waltz) 
(2) Construtivismo : O construtivismo contemporâneo compartilha das limitações do 
Racionalismo em termos da sua incapacidade de abrir espaço para a produção intersubjetiva 
de significado. Problema no Construtivismo de Wendt: Se as identidades são constituídas de 
interesses e práticas e as identidades corporativas dos Estados são produtos históricos, não 
deveria essa constituição histórica da identidade estatal estar aberta para uma análise mais 
significativa? ( Wendt acredita que não é necessário considerar essas identidades, pois afirma 
que: “assim como uma teoria social não precisa explicar a existência das pessoas, uma teoria 
do sistema de Estados não precisa explicar a existência dos Estados – OMG, como assim? :O ) 
Wendt não percebe que essas histórias (“identidades corporativas possuem histórias”), essas 
que os Estados contam sobre seu passado, também são fruto de interpretação. São cruciais 
para se entender quais “comunidades imaginárias” eles reproduzem e quais sufocam. Ao 
especificar quatro apetites/ interesses básicos da identidade corporativa, Wendt pré-
estabelece um relacionamento substantivo entre identidades corporativas e interesses, em 
determinado nível. Há um problema com isso, uma vez que tais apetites são funções de 
compreensões as quais dependem altamente de um contexto. O momento analítico 
relacionado à identidade e diferença é arbitrariamente fechado, por meio da identificação/ 
posicionamento de uma identidade comum. O papel da “política” e do “poder” também não 
são especificados claramente. Como relações de poder são tidas nas relações de significado, 
identidades e práticas?. Wendt não se atenta para as variações históricas e geográficas que 
atuam na produção de significados (os quais são frutos de um meio social, um meio de 
interações) 
(3) Materialismo – Histórico : Apesar de atenta sobre a análise das complexidades do 
neoliberalismo no Ocidente, muitos materialistas históricos caem em simplistas narrativas em 
relação a espaços fora do Ocidente. Isso fica evidente na idéia de que Estados, espaços e 
identidades fora do Ocidente são, no geral, versões imperfeitas do Estado ocidental capitalista. 
Estados não-ocidentais acabam sendo definidos, moldados e julgados dentro de uma estrutura 
de categorias que levam a experiência ocidental como a norma universal. Tal estrutura exerce 
grande violência com relação ao heterogêneos significados sociais e a diversidade de 
experiências históricas que constituem o global. Ignora a necessidade de levar a sério os 
diferentes significados, os mitos culturais, as auto - compreeensões/entendimentos culturais 
que são constitutivas do Estado e das identidades nacionais. 
 
Capítulo 2 – Construtivismo Crítico (Critical Constructivism) 
. Pensar a globalidade é pensar na política de se pensar a globalidade. A política convencional 
de se pensar a globalidade nas ciências sociais e humanas, opera no terreno das categorias e 
estruturas tiradas da experiência provincial da Europa e de sua modernidade. As RI também 
são pensadas a partir dessas categorias e estruturas “modernas”. Assim, não há como não 
partir de algo puramente não-europeu ou não-ocidental para se analisar o global. Toda a 
análise parte de um arcabouço europeu que é ao mesmo tempo “inadequado” e 
“indispensável”. 
Argumento do autor: Globalidade envolve dois processos - A constituição de um 
entendimento compartilhado sobre o que é o global a partir de múltiplas imaginações e da 
realização dessa específica imaginação do global em oposição a imaginações alternativas. 
Relações de múltiplos significados, inter-subjetividade e poder são intrinsecamente envolvidas 
na constituição interpretativa e na materialização real do global a partir de outras 
possibilidades. 
. O autor não está interessado em dizer que toda forma de globalidade é igualmente desejável 
só porque todas as formas de globalidade são construídas intersubjetivamente e envolvem 
várias relações de poder. Mas, o que importa são os princípios políticos implícitos na 
constituição e institucionalização de sistemas particulares de globalidade. Qualquer 
constituição e institucionalização do global deve envolver – explicitamente ou implicitamente 
– uma negociação social da diferença/sobre a diferença, no nível de interesses, identidades, 
imaginação. 
Dois modelos de globalidade colocados pelo autor (com base nos princípios normativos 
presentes na negociação da diferença): 
(1) Uma globalidade colonial – aquela que estrutura-se silenciando a diferença 
 Não há dimensão intersubjetiva aqui, assim como não há o engajamento com o Outro./ 
representação colonial do global se dá pelo poder coercitivo, pelo uso da violência. 
(2) Uma globalidade pós-colonial – aquela que se relaciona com a diferença por meio do 
diálogo e do engajamento democrático. 
 Aqui há o respeito à diversidade e à democracia./ Aqui ocorrem transformações mútuas de 
diversas realidades, interesses, identidades na produção do global. 
. O autor está interessado nas políticas envolvidas nas interações entre diferentes realidades 
sociais, como sendo produtoras de distintas identidades e poderes, os quais constituem os 
Estados e as economias e a natureza das relações que governam sua interação mútua. 
Social Claims 
- Proposta de uma contextualização de interesses por meio de um conceito mais 
interpretativo: O de Social Claims. Esses são “unit-level” conceitos que são relacionais por 
definição. Podem ser demandas individuais, obrigações e autoconhecimento,
fazendo com que 
as ações dos agentes sejam conceitualizadas à medida que elas se relacionam com as ações de 
outras unidades. Exemplo: Eu demando algo de alguém, me vejo na obrigação em relação a 
alguém, me conheço/me vejo em relação a alguém ou alguma coisa. Ou seja, o conceito é 
relacional, pois só pode adquirir significado quando se conecta a outro termo – agente, coisa, 
entidade ou objeto. (a questão do contexto social) 
 Social Imaginaries 
- Esse conceito ajuda a capturar o complexo, porém mutuamente constitutivo relacionamento 
que existe entre social claims específicos e as distintas identidades sociais e as relações 
dentro/fora que elas geram. Eles são campos distintos de significados e poder social. Operando 
como o primeiro, o conceito fornece uma série organizada de interpretações – ou social claims 
– como maneira de “fazer um mundo complexo ter sentido”. Operando como o segundo, o 
conceito produz específicas relações de poder por meio da produção de distintas identidades 
sociais. 
- A institucionalização dos significados por meio dos imaginários sociais produz e transforma, 
simultaneamente, as identidades sociais e os poderes já existentes. A organização social dos 
significados trabalha como um processo político de pelo menos duas maneiras, por meio de 
mecanismos como a (a)articulação e a (b) interpelação. 
(a) Pode ser entendida como o estabelecimento de certas ligações entre os diferentes 
elementos de significado. Articulações são mecanismos políticos produzidos dentro de um 
imaginário social. Sua produção e reprodução envolvem disputas políticas em relação às quais 
combinações de significados sociais são legítimos e quais não são. (Isso envolve questões de 
contestações de identidades sociais) 
(b) Maneiras as quais os atores respondem aos social claims em questões específicas. Isso é 
útil para se entender o quão persuasivos são determinados social claims para os atores. 
 
 *A produção sistêmica do global, freqüentemente chamada de globalização, não está fora dos 
atores individuais, mas está constantemente sendo reproduzida e transformada por meio de 
suas identidades, significados e práticas. 
Análise empírica do autor: Índia e Estados Unidos 
. Tenta reconstruir como suas práticas econômicas e de segurança são empoderadas e não – 
empoderadas por sua localização em certos espaços nacionais historicamente 
institucionalizados. 
 
Capítulo 3 – Globalização na Índia 
. O debate sobre a liberalização econômica na Índia não está confinado a questões técnicas, 
meramente. Estão em jogo questões sobre a natureza da própria Índia, sobre a identidade 
nacional da Índia, e sobre a desejável relação com o resto do mundo, principalmente com o 
Ocidente. Traçando as negociações desses significados sociais pode-se detectar a política do 
global na Índia. 
. Independência na Índia (1947): Instituições que foram estabelecidas pelos britânicos, mesmo 
depois da independência, foram parcialmente transformadas, nunca repudiadas. Ou seja, 
apesar de ganhar um status, poder jurídico internacional com a independência, o país não 
rompeu estruturalmente com a sua história colonial. 
. O dilema da Índia pós – colonial Colonialismo que vem de fora versus Pré-
modernidade que vem de dentro. 
- A Índia pós-colonial era aquela que não buscava uma revolução ou um total desligamento de 
seu colonizador, mas uma separação cuidadosamente mediada que iria apagar um 
relacionamento de exploração econômica sem apagar os benefícios de uma modernidade 
trazida por esse colonizador. (Era assim que pensavam os nacionalistas, os quais eram 
produtos de um imaginário social pós-colonial da época: Independentes do outsider 
explorador, mas íntimo da modernidade ocidental.) 
. O que marca a identidade social pós-colonial indiana é: A continuidade e descontinuidade de 
um Ocidente colonizador e de uma Índia pré-moderna. 
 
Resumo feito por Gabriele Brito 
IRiscool 2011.2

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