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uma Íalxa etãria daquela cidade. A partir dessas inÍormações, Richardson tentou le\rantar as caracterííicas particulares que disünguiam as famílias das crianças deÍicientes mentais le\res das outras Íamilias da comunidade ou davizinhança, que nãoünham cÌianças deficientes mentais. As crianças com deflciência mental le'.re eram em maior núm€ro nas famÍlias com as seguintes caracterÍsticas: 1. cinco ou mais filhos 2. üvendo nas piores áreas de habitaçáo da cidade 3. vivendo nas casas mais superpovoadas: duas pessoas ou mais por quarto 4. a ocupação da mãe antes do câsamento era um trabalho não-qualifi cado ou semiqualiff cado Por razões ainda não totalmente compreendidas, estas combinações de caract€rÍsücas têm maior possibilidade de produzir criarças deficientes mentais leves. Richardson também descobÌiu que, como verificado em estudos anteriores, quando as crlanças deficientes mentais cresciam e tomavam-se jovens adultos, geralmente eÍam capazes de sobreviver na comunidade com pouco ou nenhum cuidado especial. Habllldrdec lotorao e fiolcao Foram feitos eshrdos sobre a capacidade motora e aquisiçÕes em educação ÍÍsica de deÍicientes mentais educãveis. Esses estudos (Francis e Rarick, 196O; Rarick e Widdop, 1970) indicariìm que, em capacidade motora, os resultados médios das crianças deÍicientes mentais em testes fÍsicos são irúeriores aos resultados médios de crianças com QIs dentro da média. Os esirdos sobre os efeitos da programação de educação física para a melhoria da capacidade motora mostraram resultados posiüvos (Soloman e Pargle, 1976). Em alhrra epeso, muitos deficientes mentais educáveis se parecem com as cÌianças nonnals. Lembremos que não podemos generallzar, a partir de resultados de grupos, para cada cÌiança individualmente. Em peso e altura, algumas crianças deficientes mentais são superiores a algumas cÌianças t-lpicas e superdotadas. Como há uma incidênc1a ligeiramente mais alta de problemas neurológicos, de visão e de audição entre as crianças deÍicientes mentais educáveis, pode-se presumir uma tendência a habihdades Íísicas e motoras inÍeriores, embora, como já Íoi dito, as criarças deficientes mentais, consideradas individualmente, possam mostrar notáveis capacidades f-lsicâs e atléticas. üeoórla c etençáo Como o desenvolümento intelectual limitado, junbmente com o comportamento desaJustado, define a categoria de{iciência mental, não é de surpreender o Íato de que as cdanças deficientes mentais não tenham um bom desempenho num compon€nte principal do comportamento intelechral, a memórÍo. Entretanto, é importante que os educadores e os cienüstas pesquisem mais profundamente para entender a natureza da dificuldade de memória. Dficuldade em lembrar é o inÍcio do quebra-cabeças, não ofim. Por exemplo, pode-se ahibuiÌ a memóÍiaruim da criança deficiente a uma incapacidade de se concentrar €m objetos ou idáas, de manter informações na memóÌia a curto prazo, de transferir informações da memória a curto prazo para a memória a longo prazo ou à incapacidade de usar eshatégias €Íicazes para recobrar a informação apropriada da armazenagem da memória? As informações disponÍveis de pesquisas indicam que a incapacidade de prestar atenção e de transferir dados da memória de curto prazo para a de longo praz o são mais importantes. Um dos fatores que influencia a memória é a capacidade de prestar atenção, de íicar alerta. A menos que o aluno mantenha a atenção na tareÍa que está desenvolvendo, ele terá dificuldade em aprender, seja ou não deficiente. Prrupski (1979) planejou um estudo para testaÌ se os deÍicientes mentais educáveis, entre 9 e l2 anos, permaneciam tão atentos quanto um grupo de comparação da mesma idade e sexo, mas não com a mesma capacidade. As crianças deÍicientes mentais estavam em duas classes especiais; as crianças de capacidade média estavam em classes regulares. Todas as criarças foram observadas durante os períodos em que se esperava que trabalhassern independentemente. O resultado das comparações indicou que os alunos deficientes mentais realmente passavam mais tempodesatentos à tarefa do que o grupo de comparação, fundamentalmente por interação com os colegas e poÍ levantarem das carteiras. Muitos acreditam que esta falta de atenção pode ser decorrente do fracasso progressivo nas tarefas acadêmicas, que acarrebÍia um desânimo e um desgosto em faz ê-las. Estes resultados, tomados no ambiente natural da classe, confirmam resultados de laboratório e indicam um problema especial para o proÍessor: o de íazer com que os alunos deficientes mentais se concenhem em suas liçõ€s. Aqulolçáo e enprego da llnguagen Uma caracterísüca comumente considerada tÍpica das cÌiarças deficientes mentais é o atraso no desenvolúmento da linguagem. Não sabemos quanto do atraso da linguagem lhe é devido, e quanto é conseqüência das parcas habilidades cognitivas. O desenvolvimento da linguagem no deÍiciente mental segue a mesma seqüência que nas cïianças normais, a passo mais lento, ou há diferenças qualitativas no desenvolvimento da linguagem no deficiente menbl? Parece haver evidências suÍicientes para fundamentar, em parte, ambas as suposições. Semmel, Banitt e Bennett (1970) estudaram crianças deficientes mentais educáveis institucionalizadas e não-institucionalizadas, comparando seu desempenho lingiiísüco com dois grupos de crianças t-rpicas. Verificaram que as crianças deficientes mentais educáveis, com QIs médios de 70, üúammenos capacidade em linguagem doque ascrianças típicas, mesmo quandoa idade mentalera lanada em consideração. Istoé, uma cdança deÍiciente mentalde 10anos (com aidade mentalde 7) ainda não ünha um desempenho tão bom em desenvolvimento de linguagem quanto uma cÍiaÍrça t-rpica de 7 ános. Os pesquisadores concluíram que pode haver uma diÍerença não somente em aquisição, mas também uma dif erença qualitativa. Cromer (L9741 examlnou os estudos sobre linguagem receptiva dos deÍicientes mentais e concluiu que: ( 1 ) os deficientes mentais desenvolvem a linguagem mais lentamente; (2) as crianças subnormais são mais atrasadas em idade de linguagem do que em idade mental; (3) capacidades cogniüvas pobres, tais como tempo limitado de memóda a curto praz o, podem ser responsáveis pelo atraso lingüísüco. Um outro eshldo, que revelou uma diferença na taxa de desenvolvimento da linguagem nos pdmeiros anos e uma diferença qualitativa mais tarde, indica como o problema pode ser resolvido. Naremore e Dever (1975) colecionaram amostras de cirÌco minutos de discurso de crianças normais e deficientes de 6 a 10 anos. As amostras foram analisadas quanto a propriedades lingüÍsücas, tais como elaboração do sujeito, número de subordinaçÕes, número de orações relativas, e quanto a itens lingüísticos básicos, tais como número de palavras, sentenças, pausas, repeüções e assim por diante. As crianças retardadas eram mais deficientes no uso de oraçóes complexas e elaboraçáo de suieíto. Essa é uma imp ortante Íalha de comunicação, porque limita o tipo e a quanüdade de inÍormaçÕes que a criança pode comunicar aos outros, pÍincipalmente quando são exigidas seqüências de aüvidades. Um exemplo das diÍerenças entre a linguagem expressiva de crianças normais e a das crianças deficientes mentais educáveis é dado nas amostïas que se seguem, em que duas crianças de l0 anos descre',rem o mesmo programa de TV que üram (Naremore e Dever, 1975): Grlalçe ronal dc lO aaor Todas as vezes que ele tentava come- çar aÌguma coisa, todos eles começa- vam a toca! seus instumentos e não faziam nada, então Lucy disse que precisavam de uma árvore de Natal cor-de-rosa para a rainha do Natal, mas, quando Charlie Brown saiu, de+ cobdu que havia muitas qu€ eram rosa, verde e azul. mas havia apenas uma pequena. Dcdclcnte rreltl| dc lO enoc CharÌie Brown não parecia ter espírito de Natal e então Linus disse que ele deveria se envolver e havia esta pe- quena casa do médico e Char l ie Brown foi lá e isso é o que Lucy lhe disse qu€ fizesse. A produção da criança deficiente mental não é apenas mais dispersa, com conteúdo mais limitado do que a da cÍiança normal, mas também é pobre sintaücam€nte. A cÌiança Í€tardada depende muito do e como conectivo, e Íalta-lhe habilidade para impor uma estrutura temporal ou hierárquica aos a,rentos, ao contrário da criarça normal. GaracúcrÍedcao peeroale e codals As crianças deficientes muitas vezes apresentam problemas especiais nas caracterísücas pessoais e sociais. Estes estão em parte relacionados às reações de outos à sua condiçãoe àsua história de Íracasso em alcançaro nível de desempenho eqrerado pelos outros no passado. Cãracterísücas como capacidade limitada de atenção e baixo nÍvel de tolerância podem ser atdbuídas à prévia Íalta de sucesso senüda pelo indivíduo deÍiciente mental. Ainda nãosabemos aocertose as limltações intelectuais da cÌiança e do adulto deficiente mental também limitam seu aiustamento social. O modo progressivo pelo qual a experiência irúluencia o comportamento é resumido por KauÍÍman e Payne (1975): 1. Os indivíduos deÍicientes mentais sentem mais o fracasso do que as cÍianças normais e, conseqüentemente, desenvolvem maiores expectaüvas generalizadas ao fracasso. A predisposição paraì esperar o fracasso tende a fazer com que as cÌianças deficientes mentais evitem situaçõ€s em que o fracasso é provável. 2. Crianças deficientes mentais entram em situaçóes novas com desempenho geralmente debilitado, até mesmo abaixo de sua habiüdade mental. 3. As crianças deficientes mentais tendem menos do que as normais a aumentar seu rendimento após um pequeno Íracasso. Estas descobertas são encorajadoras para o educadorporque, se algumas expeÍiências podem criar o problema, outras podem ajudar a reduzi-lo. Caso se consiga reduzir o número de experiências de Íracasso, cdar novas expeÌiências em que a criança tenha sucesso e apresentar modelos bem-sucedidos de comportamento, podem-se melhorar as aütudes inferiores que progressivamente impedem que a criança deficiente mental lwe uülize plenamente suas capacidades limitadas. At|rrt rcoto vocadonel Uma crença muito difundida é a de que os jwens adultos com deficiência mental leve, assim que liberados das demandas intelechrais da escola, podem ser marginalmente auto-suficientes na comunidade, trabalhando em váÍias profissões não-qualificadas e semiqualificadas. Isto íoi s.rgerido por numerosos estudos de acompaúamento. Muitos dos adultos com deficiência mental leve, que quando crianças haüam sido objeto de pesquisas, estavam se adaptando em suas comunidades, pelo menos a nível marginal. Os resultados dessas investigaçóes lalaram às seguintes conclusóes, no que se refere ao possÍv€l ajustamento ocupacional: l. O deficiente mental educável pode aprender trabalhos não-qualificados e semiqualificados a nível adulto. 2. Qualquer falha nas tarefas nãoqualiffcadas está mais relacionada a caracterísücas pessoais, sociais € lnterpessoais do que à incapacidade de execuüar a tarefa designada. 3. Regisüos de empregos de deficientes mentais educáveis mostram que aproximadamente 80 por cento evenhralmente se aiustam às odpações de nahrreza não-qualificada ou semiqualificada e se zustentam parcial ou totalmente. Entetanto esses estudos (Channing, 1932; Kennedy, 19u18; Charles, 1953; Baller, Charles e Mller, 1966) Íonm realizados vinte a cinqüenta anos atrás e são necessárias inÍormações mais atr:alizadas reler,/antes para um mercado de trabalho em mudança e retração. Brlckey e Campbell (1Í)81) relataram sobre um grande proieto de empregar jovens e adultos deÍicientes mentais em lanchonetes. Os restaurantes McDonald's normalmente esperam uma taxa anual de rotaüvidade de empregados de 300 a 400por cento, quando, tipicamente, empregam estudantes de segundo grau ou de universidades. A empresa McDonald's participou de um programa de tÍeinamento de deficientes mentais em que foram empregados dezessete jo,rens adultos retardados. Descobriu-se que a maioÍia destes empregados podia se sair bem em quase tdas as tareÍas necessáÍias nas lanchonetes. A taxa de rotatividade foi de apenas 40 poÌ cento compaÍada com uma taxa de rotaüvidade de 175 por cento dos empregados regulares. De acordo com Brickey e Campbell, o projeto demonshou que a McDonald's lucrou com a conbatação de adultos de{icientes mentais, que deram ao restaurante empregados coníiáveis e com taxa de rotafvidade mais baixa. Além disso, os jo/ens d€ficientes mentais expeÍimentaram naturais senümentos d€ realização e de ind@endência por terem sido bem-sucedidos no emprego. Um outro relatório de Foss e Peterson ( 1981) revelou as caÌacterÍsticas mais important€s para a manutenção do emprego, de acordo com os relatórios de colocação de pessoal. Os elementos que receberam mais pontos foram: segulr as instruções do supervisor, responder adequadamente a crÍücas ou correções, nâo exibir comportamento bizarro ou inibnte, cooperar com os colegas de trabalho e habalhar ind@endentemente de supervisão direta. Itens considerados menos relsuantes Joram: manutenção do senso de humor e interação adequada com colegas fora do ambiente de trabalho. É óbvio, a partir de tais avaliações, que parte do programa de treinamento que pode ser eÍicaz para indivíduos deÍicient€s mentais leves ou moderados ê a capacidade de trabalhar em harmonia com supeÍvisores e colegas. Uma resenha de Brickey, Brauning e Campbell (1982) moshou resultados encorajadores na colocação de alunos deficientes mentais em trabalhos compeüüvos. Eles verificaram que 48 por cento dos partidpantes do programa Projeto com a Indústria Íoram colocados posteriormente em trabalhos competitivos. Um dos elementos pÌincipais para o sucesso deste progtama parece ter sido o grau de estruturação suficiente do trabalho pelo empregador, de modo que o aluno deficiente mental entendesse o que se esperava dele. Sowers, Thompson e Connis (1979) enconharam uma taxa de zucesso de 70 por cento entÍe os indivÍduos deficientes mentais quando o empregador dava uma descrição do trabalho por escrito e uma taxa de sucesso de zero por cento quando não a dava. O resultado do teste de inteligência dentro da faixa de deficiência mental não pareceu significar tanto quanto outros faiores relacionados com a eshuirra do trabalho em si e com a capacidade do empregado de habalhar em cooperação com o supewisor. Crlançac defic-lentes Há numerosas diferenças entre as mentala trcfnávcls caÍacterísücas gerais das crianças rotuladas como deÍicientes mentais treináveis e as das ddicientes mentais educáveis. Uma das mais fundamentais é a de que, em praücamente todas as crianças deficientes mentais treináveis, um dano biológico foi responsávelpela condição de retardo, enquanto que, nas crianças deÍicientes mentals educãveis, uma combinação de fatores hereditários poligênicos e de esümulaçáo ambiental limitada parecem ter sido a causa fundamental. De acordo com os padrões atuais, o resultado de teste de inteligência mois boixo que pode ser obtido por uma criança que nãotenha lesão do sistema nervoso central é na faixa de 50 a 60 de QI. Qualquer resultado menor, automaticamente faz com que especialistas pensem em distúrbios metabólicos, danos ao sistema newoso central e diversas anormalidades genéticas. A grande variedade de causas e efeitos colaterais que aparecem em cdanças deficientes mentais treináveis contribui para a grande diversidade de caracterÍsticas destas. Antcccdentcc Íanlllares O item antedor sobre as características do deliciente mental educável verificou uma alta proporção de níveis sócio econômicos baixos nos antecedentes familiaÍes. No entanto, a variedade de acidentes que podem causar danos metabólicos, genéücos ou neurológicos indica que a condição de deficiência mental treinável poderia acontecer a qualquer um. Grande parte da força dos movimentos de pais para apoiar pÌogramas pam deficientes mentais vem de pais relaüvamente Ìicos e de alto nÍvel d€ instrução, em cuias famílias aconteceram acidentes desse tipo. Além dos atrasos de desenvolvimento que podem ser observados em crianças deÍicientes pequenas, há indicações (Morgan, 1979) de que em algumas cÌianças o atraso aumenta mais quando a cÌiança atinge idade escolar. Em ouhas palavras, o escore de QI de uma criança pode ser 50 nos anos pré-escolares, e então cairpara 30 ou 40 na idade escolar, sugerindo, portanto, uma desaceleração do desenvolvimento. Isto pode oconer, em parte, dwido à crescente tendência dos testes de QI em medir conceitos verbais e de linguagem quando a criança aünge a idade escolar. Ao conffirio das medições de inteligência pré-escolares, os testes de QI para crianças em idade escolar não enÍatizam tarefas perceptivas simples, como combinar e agrupar, que podem ser mais Íacilmente dominadas pelas crianças deficientes mentais treináveis. Habllldadec Íiclcrs e notor.a Como a maioria das crianças deÍicientes mentais tÍeináveis tem alguma Íorma de distúrbio ou dano no sistema newoso central, podem-se esperar problemas envolvendo a coordenação, o equilÍbrio e habilidades motoras leves (veja Rie e Rie, 1980). Também notou-se uma alta prevalência de problemas motores em dianças com vários distúrbios metabólicos. Mesmo nos muitos casos em que um diagnóstico definitivo de paralisia cerebral nãopode ser Íeito, as crianças deficientes mentais tÌeináveis parecem ser deselegantes e desajeitadas e ter um andar rígido, de robô. Programas como as Olimpíadas Especiais, destinados a encoraiar a participação de crianças e jovens deÍicientes mentais em várias atividades Íísicas, indicam que, mesmo quando as criar4as deficientes mentais têm problemas Íísicos e motores id€nüÍicáveis, a prálica e o encorajamento melhoram suas habilidades nessas áreas (Sriver, 1980). Aqulslçio dc llDg[rgcü O dano cerebralpode terum efelto ds,rastador sobre a criarça. Mesmo que o seu desenvolümento seja o de apenas a metade do normal (resultados a nível de 3 anos em testes feitos com uma idade de 6), o desenvolvimento da linguagem pode ser mais seriamente prejudicado. A/osio é o nome de uma ausência de linguagem, presumivelmente causada pela lesão dos centros de linguagem no córtex cerebral. Poucas criarças tàn um disúrbio tão grande, mas suspeita-se que o dano parcial ao cérebro possa em muitos cãsos influenciar negativamente o desenvoliimento da linguagem. Além da lesão cerebral, há outas condições que podem aÍetar o desenvolümento da linguagem. Downs ( 1980) diz ter encont-ado uma porcentagem exc€pcionalmente alta de perdas audiüvas em cÍianças com síndrome de Down, presumivelmente assodadas à susceptibilidade ã otite média, uma lnfecção do ouüdo médio. Tais problemas podem conhibuir para a linguagem pobre de muitas crianças com síndrome de Down. Gerecteríedcas peoroalo c roclalo Muitas das caracterísücas sociais e de comportamento dos deficientes mentais trelnáveis parecem originar-se, em pdmeiro lugar, diretamente do problema cogniüvo ou da causa básica da condição. Se a criança tem capacidades limitadas de linguagem e, conseqüentemente, deixa de conesponder às expectativas, então é provável que seu comportamento seja inflexivo e repeüüvo, com um certo grau de passlvidade. Esta condição pode revelar uma üda emocional relaüvamente simples e descomplicada, caracterizada por mudanças rápidas para o lado positivo ou negaüvo, dependendo das circunstâncias. A possibllidade de que o dano ao slstema nervoso cental tenha criado o retardo em pÍimeiro lugar, tende a oçlicar uma certa propensão à hiperatividade, impulsMdade e regÌessão a comportamentos mais infantis em situações de tensão (Rie e Rie, 1!)80). Uma outra grande influência sobre o comportamento social das criarças defici€ntes mentais treináveis pode ser a natureza do ambiente em que üvem. Muitas destas crianças enconham-se em insütuições ou domicfios grupais, ambientes que são poderosos modeladores do comportamento social. Hoje acredita-se que alguns comportamentos atÍpicos, associados Íreqüentemente à condição de deficiência mental, podem ser de fato causados pelos ambientes especlals da própÍla instituição. Suponha que você üvesse crescido num quarto com outros cem indivÍduos, com uma lista Íotaüva de adultos que tomassem conta devocê (nenhum dos quais presente por mais de oito horas) e nunca tivesse üdo a experiência de ir a lojas, explorar a vizinhança ou Íazer muitas das coisas que as crianças Íazem. Você poderia ter diÍiculdades em se adaptar à comunidade Íora da insftuição. A incapacidade de adaptação destas crianças às suas comunidades pode serparcialmente atÌibuída ao ambiente, mais do que à deficiência mental. Em resumo, a cdança moderadamente deficiente pode ter problemas especÍÍicos dentro de uma ampla variedade de características de desenvolvimento. Em alguns casos, a Íamflia ou o ambientesocial tendem a tomar esses problemas mais graves. Embora as causas da deÍiciência mental moderada e grave sejam geralmente atribuídas a diversas lesóes neurológicas e metabólicas, aceita-se cada vez mais a idéia de que a deÍiciência mental leve pode ser parcialmente causada por condiçóes ambientais medíocres. Muitos psicólogos e educadores acreditam que, se as condições ambientais podem criar a deficiência mental, talvez a mudarça e a melhoria no ambiente social possam g.ritar a deÍiciência mentalou, pelomenos, os seus efeitos mais gÌaves. Uma segunda zuposição- a inteÍvenção em idade precoce Íacilitaria o processo de pra,renção- guiou o trabalhode muitas pessoas que tentam ajudar as criarçaspotencialmente retardadas. As duas hipótes€s estimularam uma série de estudos que tentam melhorar o desenvoMmento intelectual e social das criarças pequenas; algumas das principais pesquisas e suas conclusóes são citadas aqui brevemente. Um dos primeiros estudos Íoi Íeito por Skeels e Dye (1939), que retiraram cÍianças identiÍicadas como deÍicientes mentais deum orÍanato e colocaram-nas numa insütuiçáo estadual para deficientes mentais; cada uma delas foi mandada para uma ala diÍerente, com pacientes maisvelhos. As crianças receberam muita atençâo individual das mulheres deficientes mais velhas e dos atendentes. Como conseqüência, mostraram uma notáveÌ melhora nos resultados dos testes de inteligência - vinte e sete pontos, em média. Ao mesmo tempo, um grupo de comparação de um orfanato, ondepouca atenção eÌa dispensadaàs crianças, caiu uma média de vinte e seis pontos. Skeels (1966) pesquisou essas cÌianças vinle e um anos mais tarde. Foi um passo importante, porque era necessário descobrir se os deÍicientes do grupo experimental tinham sido capazes de manter o nÍvel obtido anteriormente, ou se haviam rehocedido ao padrão de retardo de desenvolúmento ao final da experiência. Skeels descobÌiu todos osvinte e cinco indivíduos do grupo expeÍimental e de comparação e relatou os seguintes resultados: 1. Verificou-se que as treze cÌianças do grupo experimental eram auto-suficientes e n€nhuma esta-,ra em instituição pública ou privada. 2. No grupo de contraste, de doze cdanças, uma morreu durante a adolescência, após momr numa instituiçáo para deficientes mentais, e quatro estavam em insüttrições. 3. O grau escolar médio completado pelas treze crianças do grupo experimentaÌera ode décima segundasérie. O grupo de contrasie mal chegou ã terceira série. Os resultados dos estudos foram esümulantes e encorajaram outros pesquisadores desta área. Em uma série de eshrdos sobre crianças deficientes mentais pequenas, Kirk (1958, 1965) encontrou resuÌtados semelhantes. Em um deles, quinze crianças instihrcionalizadas que receberam treinamento especial Íoram comparadas a doze crianças de instituições que não Ìeceberam tleinamento especial. As que receberam tÍeinamento melhoraram substancialmente em maturidade mental e social. Durante o mesmo período, o grupo de controle mostrou diminuições na taxa de desenvolvimento intelechral e ajustamento social. Em um experimento semelhante na comunidade, doze crianças de lares inadequados, que fÍeqüentavam uma pré-escola especial local para deÍicienies, íoram comparadas com seus familiares, que moÍavam no mesmo lar, mas sem os benefícios da educação pré-escoÌar. Enquanto duas em trêscrianças do grupo experimentalmostraram aumentos em sua taxa de desenvolvimento, a maioda das crianças do grupo de controle manteve ou diminuiu sua taxa de crescimento mental e social. Esses estudos indicaram que, com a educação compensatóda, podiam ser observados aumentos nas taxas de desenvolvimento cognitivo e social. Num outro estudo, o Projeto Milwaukee (Heber e Garb er,7975;Heber 1977), os pesquisadores escolheram ÍamÍlias que viviam nos bairros mais pobres e cujas mães ünham habilidades intelectuais subnormais. Desta vez, a inteÌvenção começou durante o primeiro ano de vida, e as inães também receberam heinamento ocupacional e reforço das habilidades acadêmicas. As cÌianças participantes do programa, que tinham dsco previsto de deficiência mental, aos 9 anos ünham um desempenho a nÍvel médio ou acima da média, e substancialmente acima do desempenho do grupo de comparação após esta idade. Umprograma semelhante de esümulação durante todo o dia, conduzido na Carolina do Noúe, começou desde o nascimento, com crianças de famílias de baixa renda em ambientes rurais e cidades pequenas. As crianças dessas famÍlias foram escolhidas ao acaso para grupos experimentais e de controle. Os dois grupos receberam suplementos nutricionais, mas apenas o grupo experimental recebeu esümulação educacional sistemática. Foram enconhadas dif erenças significativas na medida de inteligência entre o grupotratado e o grupo de comparação aos 5 anos (Ramey e Haskins, 1981), Uma das limitações do significado destes estr-rdos é se, durante os longos processos de desenvolvimento, os beneÍÍcios começam a se perder. Uma tentaüva importante de responder a esta pergunta Íoi Íeita por pesquisadores que acompanharam os progressos das crianças de doze dos mais famosos projetos deintervenção, cinco ou mais anosapós teÌem sido completados (Lazar e Darüngtonm, 1982). A maioria das crianças ünha 3 ou 4 anos de idade quando estudadas pela primeira vez. Da síntese dos resultados de acompanhamento, os autores üraÌam as seguintes conclusões: 1. Crianças de todos os tipos de programas pré-escolares (baseados no lar, nos Centros, etc.) suplantaram os grupos de controle em até hês anos após o término do programa em mediçôes de habilidades cogniüvas. Depois disso, osgruposde controle e experimentalnão mais apresentaram grandes diÍerenças. 2. Um número menor de crianças dos grupos experimentais - em comparação com o grupo de controle- Íoi designado para classes de educação eçecial em datas posteriores. 3. Um número menor de crianças do grupo e)peÌimental repeüu um ou mais anos, em comparação com o grupo de controle. Assim, embora os ganhos cogniüvos se tomassem menosvisíveis com o tempo, uma eficiência acadêmica crescente paÍecia se manter. Susan Gray, de uma perspectiva devinte anos de experiência, resumiu o superenhisiasmo inicial dos educadores e a compreensão do importante papeldoambiente social em que a cÍiar4a é imersa (Gray, Klaus e Ramsey, r98r): Em 7962, quando começamos o estudo, inocentemente pensamos que Íosse possÍvel planejar um programa suficientemente fortepara compensar a deficiência precoce destas crianças. Nossa inocência durou pouco. Logo tomou-s€ evidente que o melhor que podíamos Íazer era oferecer uma base sobre a qual conshuir a fuhrra escolaridade... Pouco podíamos Íazer para atender às necessidades de gente que morava em casas pobres comÍamílias grandes, baixa renda e todos estes males... A pré-escola não é uma vacina que imuniza o indivíduo para sempre contra os eÍeitos de um ambiente adverso. {p. 216) A mensagem agora parece clara. Programas com pessoal competente e obietivos claÍos podem influenciar o desenvolvimento social e intelectual. Tais programas não são, como Gray adequadamente mostrou, um remédio que também cure as crianças da pobÍeza contÍnua, da fome e da desorganização social. Bob, a criança deficiente mental educável descÍita na parte inicial deste capÍtulo, e alunos como ele são agora objeto de grande preocupação nas escolas públicas dos Estados Unidos. Os pesquisadores preocrpam-se menos em como ensinar Bob, ou o que se deve ensinar a ele, e mais em onde dqte ser ensinado. A integmçôo, a colocação de crianças excepcionais em classes comuns, tornou-seum grande debate. Discute-se vigorosamente sobre se Bob de'.reria ser colocado no programa da classe normal, em algum tipo de programa especial sepaÌado da classe normal, ou em algurrra combinaçáo dos dois, tal como colocaçâo em sala de recurso durante meio peÍíodo. Onde quer que se coloqueBob, ele tem problemas que necessitarão que a escola faça algumas adaptações importantes no programa. Você lembra que, na Figura 4.3, Bob está ahasado em duas ou três séÌies em leitura e aÍitÍnética e está tendo alguns problemas de ajusbmento interpessoal. Os objeüvos especiais do programa de Bob, independentemente de onde ele seja colocado, devem ser mais ou menos os segulntes: I . aprender as habilidades básicas ensinadas na escola elementar. incluindo leih-rra, escÍita, adtnética, artes da linguagem e habilidades manuais, até o llmite da capacidade da criança; 2. desenvolver hábitos de higiene física ahavés de um programa prático de saúde e educação sexual; 3. tomar-se competente socialmente - para se dar bem com companheiros - através de progEmas de experiência social; 4. tomar-se seguro emocionalmente e lndependente na escola e no lar, a parlir de uma inshuçáo que inclua elçeriêndas de sucesso e de uma autGimagem posiüva; 5. tornar-se um membro adequado do lar e da comunidade ahavés de um cunÍculo planejado para enÍatizar a participaçâo no lar e na comunidade; 6. desenvolver aüvidades de lazer saudáveis através de um progÍiìma educacional que eÍÌsine o aproveitamento de aüvidades de recreação e delazerl 7. desenvolver a competência ocupacional através de treinamento pré-vocacional, de carreira e vocacional como parte da expeÌiência escolar, de modo que eventualmente possa tornaÍ-se um indivíduo total ou parcialmente autcsuficiente em alguma atividade produtiva. Uma das maiores iniciaüvas legislaüvas, mencionadas no capíürlo I , Íoi o Ato de Educação para Todas as Crianças De{iaentes (PL 94-7421 . Estala teve um importante eíeito sobre a educação das crianças deÍlcientes mentais educáveis no sistema de educação pública. Propôs vários padrõ€s que derrem ser cumpridos pelas agências educacionais locais ou estaduais- sobre a colocação e a educação das crianças deficientes mentais educáveis e treináveis, e determinou que deficiência mental deve ser definida em termos de funcionamento intelectual, comportamento adaptador e desempenho escolar. Alblente dc eprendlzagcn IDtegraçâo Na última década, ocorreu uma importante mudança na ênÍase sobre o ambiente onde crianças como Bob de',rem ser educadas, no senüdo de se conservar, se possÍvel, Bob e crianças como ele, no programa da classe comum. Duas importantes razóes pan esta mudança são: (1) a falta de dados que comprovem as vantagens das classes especiais e (2) a idenüÍicação de muitas crianças de grupos minoritários como deficientes mentais educáveis, acaneiando uma preocupação com o tipo de segregaçáo racial que pode aparecer nas classes especiais. Budoff e Gotüieb (1976) compararam as realizações dos alunos deficientes mentais em classe especial com as das crianças em classe regular e ajuda em sala de recursos. Não Íoram enconhadas diÍerenças entre os grupos no desempenho em leitura e adtrnéüca após um ano. Em seus estndos, Walker (7972\ eBradÍield et al. (1973) obtiveram resultados náo-deÍinitivos semelhantes, le\,'ando à conclusão de que integraçáopelo menos nãoparece prejudicar o aluno deficiente mental no sentido cogniüvo ou acadêmico. A integração facilita a aceitação do deficiente mental leve? Estr.rdos anteriores sobre a pouca aceitação social das cÍianças deficientes mentais em classes regulares (Johnson e Kirk, 1950) parecem confirmados pela literatura sobre integração. De um modo geral, o aluno deficiente não é bem aceitopelos alunos não-deficientes, tanto na classe comum quanto na especial (Gottlieb, Semmel e Veldman, 1978). Comentários de alunos deÍicientes mentais educáveis indicam que os integrados têm uma aütude mais posiüva em relação à escola e uma auto-imagem melhor do que os segregados (Budoíf e Gottlieb, 1976). O ambiente de classe integrada também parece resultar em melhor comportamento social e em menor grau de comportamento imprevisto (Gampel, Gotdieb e Hanison, 1974). Gottlieb (1981) completou os dados sobre a integração dos deficientes mentais com os seguintes comentádos: Mais perhrrbadora é a falta de objeüvos claramente definidos e articulados para a educação de integração. Neste mom€nto em particular, os educadores especiais estão mais envolvidos na colocação da criança num ambiente menos restritivo do que em sua educação nesse ambiente... As hipóteses que voltamm os proÍissionais d€ educação especial contra as classes segregadas, e a favor da educação inte- grada, náo Íoram, em sua maioria, bem compreendidas. Há poucas evidências de que o ajustamento social de crianças DME (deficientes mentais educáveis) seia sup€Íior em ambientes integrados ou de que as crianças realizem mais em classes integradas. (pp. 727-7221 Atualmente, há poucos moüvos para se acreditar que a colocação dos alunos deÍicientes mentais educáveis com seus companheiros da mesma idade, num ambiente de classe comum, sem programação especial detalhada, produzirá resultados favoráveis. Aoesar de haver um certo descontentamento hoie em dia com a integração e suas dificuldades, é muito provável que, no íuhrro previsível, pelo menos parte da educaçâo do aluno deficiente mental educável ocorrerá na classe comum. Glacoeo eopecíalc Nos últimos quarenta anos, váÍios eshrdos tentaram documentaÍ o que seria mais eficaz: colocar as crianças deficientes mentais ler,res em classes especiais ou deixá-las nas sédes comuns. Inicialmente comparou-se o desenvolvimento relaüvo e as aquisiçôes da oiança deÍiciente mental educável nas classes especiais com um grupo semelhante de crianças deÍicientes que permaneceÌam nas séries regulares. Os resultados destes estudos nâo são claros e, em alguns casos, são contraditórios, mas as constatações báslcas paÍecem ser as seguintes: INTELIGÊNGIA Parece haver poucos dados que compro,rem qu€ os escores de QI das cÍianças deficientes mentais educáveis colocadas em classes especiais aumentam em comparação aos das criarças semelhantes no programa regular. (Goldstein, Moss e Jordan, 1965; Cegelka e Tyler, 1970) AQUI9IçÁO EITUCACIONA] Alguns dados sugerem que as crianças deficientes mentais educáveis com os menores QIs desta categoria(60-70) tendem a ter maior progresso educacional em classes especiais, enquanto que aquelas com os maiores QIs da categoria (70-80) tendem a ter maiores progÍessos educacionais nas classes comuns. Heller (1982) resumiu a llteratura desta Íorma: Veriíicou-se que as realizações acadêmicas das crianças em classes especiais sâo inÍeriores às das crianças que permanec€m em classes regulares, enquanto o ajustamenio soclal freqü€ntem€nte é inferior €ntr€ as cdanças qu€ permanecem em classes regulares. lp.264) llDllPTltBlLIDADE SOCIAL Os deficientes mentais educáveis parecem ser lsolados e rejeitados pelos seus colegas normais nas classes regulares. Entetanto, as crianças deÍicientes mentais que permanecem nas classes regulares têm uma auto-imagem melhor. A nfuel secundárlo, os jovens nas classes para defidenies menbis tomam-se cada vez mais conscientes da sua condlção lnferior dentro do sistema escolar e ressenüdos com a própria classe. (Jones,1972t- AJU9ï/fl|E[ìlTO PE9SOIIL Poucos dados sugerem que a criança deficiente mental educável fica menos tensa na classe especial do que nas séries comuns. (Welch, 1967) Em suma, nesses estudos, as vantagens das classes €specials foram menores do que os educadores especiais esperavam. Os estr.rdos também revelaram que as classes especiais tornaram-se, pouco a pouco, o despejo para crianças problemáücas das classes regulares. Finalmente, sugeÍiu-se com convicção que as classes especiais para os de{icientes estavam sendo usadas como forma dlsfa4ada de segregação de cÌianças de grupos étnicos minoÍitáÍlos. No Íinal da década de 60 e inÍcio da de 70, houve um forte moümento, iniciado por Dunn, no senüdo de eüminar as classes especiais e recolocar as crianças nas classes regulares; ele declarou: "Uma Íorma melhor de educação do que a colocação em class€s espedais Íaz-s€ necessáÍia para as crianças sócio-culhrralmente desfavorecidas, com problemas leves de aprendizagem, que foram rotuladas deficientes mentais educáveis" (p. 5). Galagher (1972) também salientou que "muito fÍeqüentemente a educação especial foi um processo excludente didarçado de processo de recuperação" e acrescentou que havia poucas a,ridências de que a educação especial estivesse de',rolvendo às classes comuns as crianças colocadas em programas para deficientes mentais. A conjunçáo de todas essas fo4as provocou o mo\,rimento at-ral conha as classes especiais. Seu sucesso dependerá em grande parte da identificação dos Íatores que levam a um ajustamento bem-sucedido na classe regular integrada. lncdürlçóeo Antes da Segunda Guerra Mundial, muitas crianças deficientes mentais educáveis eram enconhadas nas grandes instituições residenciais do govemo. Hoje, menos de uma em dez destas cÍianças estaria lá (Scheerenberger, 1976). Para garantir a colocação de uma cÌiança ddiciente mental educávelnuma insüh.Ìiçáo, aoinvés de em algum tipo de domicílio na comunidade, seria necessária a combinaçáode circunstâncias incomuns, como, por exemplo, delinqüência sexual e criminal. Gunzberg (1974) comentou as limitações das institr.riçÕes como centro de treinamento de adaptação social para cdanças deficientes mentais: "Como elas aprenderiam que casas têm números pares e Ímpares delados opostos da rua; que poderiam economizar dinheiro comprando uma passagem de ida e volta; como fariam compÍas num arÍnaz ém ou teriam relacionamento confortável com o sexo oposto?" Conteúdo O conteúdo do cunículo para crianças deficientes cúrÍlqrlar mentais é semçlhante ao da escola elementar. Inclui leitÌrra, escrita, linguagem, aribnéüca, ciências, estética, educação física, recreação e tópicos aÍins, que levam à adaptação pessoal e social e à competência ocupacional. No entanto, são necessáÍias modificações no processo educacional e curricular para que este se ajuste às caracteÍísücas de aprendizado mais lento e de menor pensamento abstrato do deficiente mental. A abordagen de nnldadcc A abordagem de unidades é uma estratégia descoberta por Heiss e Mschio (1972) para ser usada no planejamento de aüvidades educacionais para alunos deficientes mentais educáveis. Esta tenta integrar o domínio de várias habilidades a um tópico particr.rlar de interesse dos alunos deficientes. Por exemplo, uma unidade sobre ajudantes da comunidade incluiria o conhecimento específico dos trabalhadores que prestam serviços à comunidade (carteiro, bombeiro e assim por diante). As habilidades de leitura, aÌitrnética e escrita estariam entáo combinadas com o tópico geral. Ostópicos tendem a seraltamente motivadores porque sãopráücos e dentro da experiência direta dacriança. Com o movimentoa Íavor da integração, a popularidade desta abordagem decaiu, pois ela é mais adequada para o ambiente de classe especial. Entretanto, um plano de integração que incluÍsse uma sala de recursos, Íora da classe regular, onde os alunos passariam cerca de uma hora, ainda poderia usar a abordagem de unidades como conteúdo de suas atividades. Um exemplo de um conjunto mais integrado de conceitos foi apresentado num programa de currículo especial desenvolvido pelo Estudo de Cunículo de Ciências Biológicas (Mayer, 1975). Este grupo de professores de biologia e escritores foi organizado, inicialmente, para melhorar o currÍculo das aulas de biologia do segundo grau. Eles adequaram inÍormações sobre importantes conceitos biológicos ao nívelintelectual e de leitr:ra de deficientes mentais ls,/esde sétima a décima séries. Assim, os alunos deficientes apÍenderam idéias signiÍicativas num nível e numa forma que entendiam (veja Tabela 4.2). Relatórios de avaliações práticas confirmaram que os alunos deficientes mentais leves podem dominar até mesmo um assunto Ìelaüvamente complexo, se o vocabulário e a estrutura de sentenças forem simplificados, e se forem of erecidas ilushações concreias e exercicios. Eu agora E|r c rlcrr rttlbacntc En no lotrrro Dgestão e circulação Respiração e perdas do corpo Movimento, apoio e per- c€pção sensorial Crescimento e desenvol- vimento Exploração do ambiente Eu como um ambiente Transferência e peiodic! dade de materiais Relações de energia Agua e ar Medidas Negócios agrícolas Recursos naturais Construçâo ManuÍatura Serviços pessoais Serviços públicos Transportes Natureza Fonle: W H€iss. Two models Íor d€veloping curriculum Íhat€riats. tn H. Goldstein (Ed.), Currculurn Deoelopnent tot exceptionol chlldren. San FÍanctsco: Jossey-Bass, 1981, p. 2? Educrçáo rerual Uma das áreas especiais do currÍculo de adaptaçáo social que merece ser mencionada é a área de educação sexual. O grau a que as crianças de{icientes mentais são vulneráveis à exploÌaçáo sensibilizou os pais e educadores para a necessidade de heinamento adequado. Vários estudos sugerem que o indivíduo deÍiciente mental geralmente tem uma compreensão muito incompleta da relação sexual, da gravidez e do nascimento. Há mais de uma década, Goodman, Budner e Lesh (1971) conduziram um estudo compais de crianças deficientes mentais educáveis e relataram os seguintes resultados: 1. Os pais Íizeram apenas esÍorços mínimos (ou nenhum) para dar instruçâo sexual. 2. Os pais mostraram uma acenh.lada ansiedade quanto aos perigos que ameaçavam seus filhos nessa área. 3. Os próprios pais tinham um conhecimento limitado da função sexual e se sentiam incapazes de dar informação sexual a seus filhos. 4. Os pais mostraram uma preoclrpação muito maior nesta área e maloÍ prontidão para participar de um programa de educação sexual com seus filhos deficientes do que com suas crianças normais. 5. Os pais eram íortemente a ÍavoÍ de um programa de educação sexuaÌ, não apenas para os deÍicientes, mas também para eles próprios. Apllcação de prlnciplos dc aprendlzagen A principal caracterÍsüca das crianças deficientes mentais educáveis é a de queelas nãoaprendem táo rapidamente quanto as outras da mesma idade cronológica. Falta-lhes a capacidade de dominar idêias abstratas e, em g€ral, sâo incapazes de aprenderassuntos incidentalmente, sem instrução, como o Íaz a criança típica. A criança t-rpica aprende muita coisa sem instrução específica do professor. O deficiente, porém, tem de serinstuído sistemaücamente; não se pode coúar muito na aprendizagem incidental. A aprendizagem deve serprogramada em seqüência e apresentada de modo tal que a criança aprenda a um passo compat-lvel com o seu desenvolvimento. A instrução sistemáüca em qualquer área requer tempo, planeiamento e üsão, essenciais para um programa de educação especial para a criança deÍiciente mental educável. Para implementar a instrução sistemática é necêssáÌio aplicar princÍpioe e técnicas sólidos que Íacilitarão a aprendizagem. Alguns dos princÍpios que íacilitam a aprendizagem e tomam o ensino mais prcr,reitoso são os seguintes: 1. Deire que a crlança erperlncntc o 3uceaao. Organize assuntos e use métodos que lanem a cÍiaÍEa à res?osta certa. Fomeça dicas quando necessáÌio. Diminua as escolhas das respostas. Leve à escolha certa reformulando a questão ou simpliÍlcando o problema. Nunca deixe a criança fracassar, leve-a até o sucesso. 2. üesqa "Íeedbacl". A criança dare saber quando respondeu correbmente. A criança aprende com maior Íacilidade quando sabe que respondeu corretamente. Se a resposta está incoreta diga à cÍiahça, mas faça com que esteja a um passo de encontrar a resposta certa. As lições devem ser planejadas de modo que a ciarryatenhat'eedbock imediato sobre a exaüdão da resposta. Este é um dos princÍpiosusados em qualquer bom processo de aprendizagem. Se, por exemplo, a criança está aprendendo a escra,rer a palavra cochorro, deve cobrir o modelo, escrever a palavra, comparar a resposta com a do modelo, recebendo, assim, o feedback. 3. Bcforce ao recpo3tac corrct s. O reÍoço dane ser imediato e claro. Pode ser tangÍvel, como brindes ou alimentos, ou virsob a forma de aprovaçáo social e saüsÍação de vencer um iogo. 4. Enconlrc o nivel ldeal para a crlança trabalhar. Se o assunto Íor fácil demais, não será um desaÍio para a criança se esÍorçar ao máximo; se íor muito difícil, ela senürá o íracasso e a frustração. 5. Proceda dc nodo.lstcuádco. As aulas de',rem ter uma seqüência, onde o conhecimento mais básico e necessáÍio antecede o assunto mais diÍÍcil. 6. Pacoeo nals lcntincntepoaoivel deuma etapa para a outra para facilitar a aprendizagem. 7. Proportlone tranrÍcrêncla poalüva de conhcclücnto dG [rr 3lturçÕo pa]r o[lÍa. Isto é Íacilttado ajudando se a criar4a a generalizar de uma situação para o.ltra. Quando se apresenta o mesmo conceito com váÍias colocaçÕes e relações, a criança pode hansÍerir os elementos comuns a cada uma delas. Itard, por exemplo, quando estava ensinando o Menino Selvagem de Aveyron, descobriu que ele havia aprendldo a selecionar uma faca em particular de um conjunto de objetos em resposta à palavra escrita/oco , mas quando uma faca de forma diÍerente era colocada, ele não conseguia responder. A criança não havia generakado o conceilo deÍacai não conseguia transferir a compreensão do róttrlo para as Íacas em geral. 8. Bstrlte aa crpsclôndea o enftclcotc lraÍr deaengolvcr e ouperaprcndlzrgcn. Muitos professores dlzem "Johnny aprende uma palavra num dia e esquece no outro'' . Neste caso, proravelmente, não se repetiu suficientemente a palavra em vádas sitnações para que Johnny superaprendesse, ou seja, para que aprendesse a ponto de não esquecer facilmente. Os deficientes mentais parecem necessitar mais repetiçóes de uma expeÌiência ou de uma associação para retêlas. 9. Prcdra crpaçar ao repcdçõcr do aoccnto no teopo a acunularlc erpedênclac ann c-rrrto erpaçodetcupo. Quando apresentar um no\ro conceito, volte a ele inúmeras vezes e em noJos ambientes, não como umãdestramento, mas como transÍerência para uma nova sitração. 10. Nor ectágloc Inlclala dc aprendlzagern, acrode constant3Dcntc ur ccünnlo or [ra plsta a []a e 8o-cntc ô una reqroata. Não diga à criança: "Algumas vezes esta leüa é pronunciada o e outras oh ". Ensine apenas um som por vez até que esteja superaprendido; só depols ensine o outro som como uma configuração diÍeÌente em um novo ambiente. Se a criança üver de vacilar entre duas respostas, ficará confu sa. 11. üodve a cdarça para un coforço nalor através: (a) do refoço e da saüsfação de ser bem-suceúda, (b) da variação na apresentação dos assuntos, (c) do entusiasmo por parte do professor e (d) da duração ideal das aulas. 12. Llnlte o núnero de concelto3 apre3cntadoa eD qrrelqoec periodo. Não conÍunda a cÌiança tentando Íaz eÌ com que aprenda coisas demais de uma só vez. Inboduza o assunto novo somente após o velho ter se tornado famlliar. 13. Orgrolzc o rocrrúto coú dlcao edeqarder para chdner a atenção. Organize o assunto de modo a dirigir a atenção do aluno, para que ele aprenda a observar as dicas da situação que Íacilitarão o aprendizado e ignore os Íatores lnelevantes. 14, OÍcroçe crperlênder dc rucccoo. Os deÍicientes mentais educáveis oue fracassaÍam muitas vezes desenvolvem baixa tolerância à frusfação, atitudes negativas em relaçãoà escola e, possivelmente, alguns problemas compensatórios que os tomam socialmente impopulares. O melhor modo de lidar com esses problemas é organizar um pÌograma diário, oÍerecendo às crianças tareÍas em que se sairão bem, a longo ou a curto praz o. O autoconceito e a auto-avaliaçáo da criança dependem de como ela se sai nas obrigações. Assim, um proÍessor deve, cuidadosamente, fazer com que a criança não apenas não Íracasse, mas também elçerimente e conheça o sucesso. Embora este princípio seja aplicável a todas as cdanças, é particularmente necessário às deficientes mentais. Elas já enfrentam suÍicientes Íracassos na escola e na vida, para que tenham de repeti-los na sala de aula. Um dos sérios probÌemas de direção enfrentado por muitos proÍessores que tentam integraÍ deficientes mentais nas classes regulaÍes é como lidar com o comportamento muitas vez es inaceitável dessas crianças. AIém do problema de desenvolvimento intelechral ahasado, o proÍessor também precisa lidar com problemas especiais criados pela linguagem inadequada. pela falta de atençáo, pelo fato de estas üianças não Íicarem sentadas às suas carteiras e, àsvezes, pelo compoúamento agressivo. Gresham (1981t eshrdou vádas técnicas para lidar com os problemas de comportamento social das crianças deÍicientes. Seguem-se algumas técnicas consideradas úteis, especialmente no contexto das classes especiais: 1. Rcforço dlÍerencial. Esta abordagem segue os procedimentos básicos de modificação de comportamento, recompensando os comportamentos apropriados e ignorando o comportamento a ser criücado, por exempÌo, o comportamento agÍessivo. Uma variação deste reÍorço direto é oÍerecer reforços positivos se os alunos pudeÍem passar menores perÍodos sem mostraÍ um comportamento inaceitável. Se a criança fala muito em momentos inadequados, o proÍessoÍ poderá recompensá-la, por exemplo, por um período de du minutos em que eia tenta um comportamento adequado. 2. Inúervalo. Representa a retirada Íísica da criança de uma sih.raçãc reforçadora por um peÍíodo de tempo, geralmente logo após a oconênoa de uma resposta indesejável. Se a cÍiança mosbou um comportamento agressivo inaceitável na classe, pede-se que ela se retire da sala ou seja levada para uma parte da classe onde possa ser deixada a sós com uma Ìeitura ou matedal de trabalho e essencialmente isolada do grupo por urn período de tempo. Provou-se em vários estudos que tais procedimentos eram extremamente eÍicientes para diminuir o comportamento inconveniente, agÍessivo e inad€quado. 3. Reforço soelal cotrdngcnte. Vários proÍessores que lidam cor: crianças pequenas deÍicientes usam um sistema de fichas paÍa ensinar o comportamento socialadequado. As Íichas sáo distribuídas de acordo cor: ousode certas habiÌidades sociais, tais como cumpdmentaÍ outra criançà emprestar um brinquedo de maneira aceitável e assim poÍ diante. Se a cÌiança apresentaÍ um qomportamento lnaceitável, como aüvidades auto-agressivas ou movimentos físicos repetiüvos, então as fichas são reüradas. Tais progÍamas de compensação parecem ser eÍicazes pam controlar o comportamento social dentro de grupos de deficientes e, até certo ponto, dentro do contexto de uma classe de integraçáo. 4. llodeloc. Um dos argumentos essenciais em Íavor da integração das crianças deÍicientes baseia-se na suposição de que modelos de comportamento adequado estariam à disposição da criarça deficiente denho da classe regular. Enhetanto, dados a respeito das circunstâncias em que uma cÍiança imita o comportamento de uma outra, mostram que estas são mais complexas do que sepossa pensar e que não há garantias de que a criança deíiciente imitará os modelos adequados de comportamento. Gresham conclui: "Até agora, náo há evidências de que as crianças deficientes automaücamente prestem atenção ou Iembrem-se dos comportamentos sociais de seus companheiros nãodeficientes" (p. 160). Uma outra abordagem, completamente descrita no capítulo 8, "Crianças com problemas de comportamento", é a docontrole cogniüvo, ligada a Meiúenbaum (79771. Estas técnicas íazem com que a criança dê uma série de Íespostas de natureza essencialmente auto-refleüdas, antes de agir. Encoraja as crianças a pensarem primeiro ea agirem depois, e a se lembrarem de suas tendências a um compoÍtamento agressivo ou destruüvo. No processo de se Ìembrar, a cïiança consegue um maior controle sobre suas respostas. Embora tais técnicãs tenham funcionado bem com criançascom disúrbios de comportamento, foram pouco usadas com crianças retardadas, talvez devido à sua facilidade verbal inferior. Hablltdades Com freqüência, o aluno deÍicienie mental educável tem grandes diíiculdades em dominar as habilidades acadêmicas e sociais que permitiriam, postedormente, sua adaptação em programas nos meios vocacionais e comunitários. A abordagen do aprcndlzado soclal O aprendizado social, desünado a desenvolver o pensamento crÍtico e as ações independentes no deficiente mental, foi abordado principalmente por Goldstein (1974). É uma abordagem que constrói expeÍiências em tomode necessídades psicológicas, tais como auto-respeito e domÍnio, de necessidades Íísicas, tal como estimulação sensorial, da manutenção física e dos aspectos sociais, como d€pendência e mobilidade. Por exemplo, expeÌiências de aulas baseadas na aquisição de segurança econômica podeÌiam incluir os seguint€s objetivos: (l) escolher um emprego proporcional às habilidades e interesses, (2) localizar e conseguir um emprego satisÍatório, (3) manter o emprego e (4) adminishar eÍic.a2menle os recursos financeiros conseguidos com o emprego. Goldstein (1974) desenvolveu um currÍculo abrangente de aprendizagem social que aborda tanto objetivos de comportamento como objetivos conceihrals. Como a abordagem de unidades, inclui o ensino da aritÍnética, da escÍita e de habilidadeç de leitura. Ao contrário da abordagem de unidades, ondena e organiza em seqüências os conceitos e o conteúdo. Em seu currículo de aprendizagem social, Goldstein enÍatiza o uso do queslionamento induüvo quando se apresenta as aüvidades de instrução- larando a crlança a inÍormar sobre o errento ou a situaçãoque está esh:dando. Há um processo de cinco etapas nesse modelo, que funciona as$m: 1. Roürlrr. Perguntas que identiÍiquem o que do.re ser esludado ou elplorado. (O que está na Íigura? É um caclrono grande. ) 2. Ilotalhrr. Perguntas que hagam ã tona as caracterÍsücas eèpec-úicas do arento. (O que você pode dizer a respeito do cachono? É um cachono marrom, grande, que está abanando o rabo.) 3. lúcrlr. Perguntas que tragam à tona uma conclusão baseadg nas caracterísücas disponíveis. (Por que o cachono está abanandó o rabo? Seu dono vai lhe dar conÍda. ) 4. Prcdzcc. Perguntas qu€ extraiam respostas da inÍerênda, quando dadas maiores informaçõ€s. (O que acont€ceÍia se o dono não lhe desse comida? O cachorro ffcaria bravo e latiria para ele.) 5. Generdlzrr. Perguntas que pro,/oquem respostas aplicávels a uma regra geral, baseando-se na informação disponÍvel. (Como dweríamos tratar os câchorros? Não de'.remos prorocá-los, prindpalmente s€ Íorem grandes. ) Enrlqncclncnto Inettunentrl Durante muitos anos, a sabedoria convencional docampoda educaçãode deíicientes mentais tem sido a de que, quando há mudanças no desenvolvimento cogniüvo, elas oconem durante o período pré-escolar. Além disso, se a criança conlinuar deíiciente mental na adolescência, a principal tarefa do sistema educacional é auxiliá-la a se adaptar e a superar diíiculdades cogniüvas tanto quanlo possÍvel. Beuven Feuerstein, um psicólogo da educação israelense, recent€mente colocou estas idéias em questão. Feuerstein (1980) aÍirma que o problema do de{iciente mental não é tanto a sua incapacidade de compreender, quanto a sua falha em Íazer associaçó€s ou comparaçÕes. Propôs um programa de beinamento(Feuerstein etal., 1fl30) que se concenba no enúquecimento ínstrumental. que significa beinamento em como resolver problemas e no reconhecimento de padróes do ambiente. O programa de enriquecimento instumental consiste numa série de exercícios em que uma tarefa é analisada e um plano de ataque organizado. As técnicas de Feuerstein estão sendo atualmente experimentadas nos Estados Unidos para veriÍlcar se as idéias desenvolvidas com as crianças desfavorecidas de Israel podem ter relevância para o deÍiciente mental lane americano. Ectüdo de hrblfidadcc pr6'vocaclonalc c dc trabalho Quando o deficiente mental la;e chega à escola secundáÌia, os objetivos do programa se volüam para o desenvolvimento das habilidades necessãrias para o mercado de habalho. As habilidades podem ser diretamente reladonadas com alguma ocupação, como montar rádios transistores, ou podem envolver o desempenho de papéis e outras atiúdades que enfatizem a importânda da coopeÍação, da pontualidade e da persistència do trabalhador. O conteúdo específico para a criar4a pré-adolescente retardada muitas vezes tem a forma de expeÍlência pré-vocacional - as aulas enfocam o conhecimento que constrói a base da competência vocacional. A seguir alguns exemplos de habilidades pré-vocacionais que podem aparecer num progÍama individualizado de educação (PlE). Num mapa rodoüário, o aluno pode mostÌa! o caminho que deve ser tomado de um ponto para ouÌro. Numa tareÍa de trabalho específica, envolvendo dois ou mais alunos, eles devem trabalhar iuntos até terminar a tar€fa Num jornal, o aluno mostraÍá que pode encontrar informações específicas, quandose pede que oIaça. (Kolstoe, 1976) Estes comportamentos especíÍicos e observáveis formam freqüentement€ a essência do PIE, que Íomece obieüvos tangíveis e pesquiúvels ao proÍessor e ao aluno. O treinamento vocacional se concentra numa sérle de dimensões que vão além do emprego em si, como aüüdades bancárias e utilização do dlúeiro, amrmar-se, cuidados com um carro e obterção do seguro, entÍevistas para empregos e emprego do tempo de lazer. O ajustamento ao mundo do tabalho envolve a adaptação às exigências da üda e ao trabalho especÍÍico. (Kolstoe, 1976) Halpem (1978) erçrlorou os programas de trabalho/esürdo para os alunos deficientes mentais nas escolas de ensino médio no Oregon. Ele descobriu que os jovens que completavam o programa eram mais bem-sucedldos do que aqueles que só recebiam treinamento parcial. Contudo, o treinamento nâo ajuda muito quando a economia está em dificuldades; os cidadãos deftcientes mentais tomam-se, então, uma parte excedente da população, um grupo maior do que os trabalhos disponÍveis na máquina social. Halpem concluiu: 1. Quando o nível de desemprego na comunidade é els'tado, é bastante difícil para os de{icientes mentais, novos no mercado de habalho, encontrarem empregos. 2. Quando as condiçóes econômicas da comunidade se deteÍioram, os trabalha- dores deficientes mentais não correm necessariamente o dsco de perderem os seus empÍegos. 3. Os deÍicientes mentais auxiliados por programas de treinamento vocaciona. bem estruturados têm boas oporhrnidades de encontrar empregos, indepen- dentemente do nível geral de desemprego da comunidade. (p. 23) ATabela4.3 oÍerece um resumo das pdncipais adaptaçóes da educação especial paÍa os alunos deficientes mentais educáveis. Carol, como deÍiciente mental tÍeinávelde 10 anos de idade, enfrenta uma situação bastante diferente da de Bob. O nÍvel de desenvolvimento de Carol não atingiu o de primeira série; assim, o padrão do currículo escolar não lhe é adequado, e um prognma especial da;e serplanejado para lhe oferecer os conhecimentos e as habilidades adequados ao seu nÍvel de capacidade. Alguns dos objetivos para Carol incluem a leitura de sinais, o reconhecimento de palavras simples (por exemplo,pare, mulheres, ónibus), a aprendizagem de um código de comportamento social e o desenvolvimento de hábitos de irabalho como pontualidade e persistência. Em virhralmente todas as outras condições de deficiência discutidas neste livro, o objeüvo educacional máximo é a independência, e o programa educacionalgira em torno desse objetivo. Enhetanto, a CONTEÚDO Maior ênfase nas expeÍiências concretas e "à mão" para se equipaÍarem às limitações cogniüvas especiais. Enfatizam-se as expedências práticas de trabalho e de aprendizagem sobre o lar e a comunidade. HABILIDADES Grande ênÍase nas habilidades de adaptação social ligadas à experiência vocacio- nal bem-sucedida. Ênfase no comportamento de cooperação, compreensão dos próprios sentimentos e dos outros, ponhralidade, etc. AMBIENTE DE APRENDIZAGEM O método normal é uma mela de integraçâo com aiuda especial, ou, pelo menos, um programa de sala de recurso ao nível de escola elementar. Os programas freqüentement€ incluem outros deficientes mod€rados, crianças com disúrbios de aprendizagem e alunos com disúrbios emocionais, enquanto as escolas tentam optar pelo conceilo de.anibiente menos reshitivo. independência completa é altamente impro,/ável para a maioria das crianças deÍicientes mentais tÍelnáveis. Portanto, o obieüvo do programa toma-se heinar a criança para erúrentar, num estado limitado de dependência, problemas de ajuda e cuidados pessoais, de utilidade econômica e de ajustamento social no lar e na viánhança (ou em um ambiente resguardado). InÍluênc-laa A criança deficiente mental beinável pode ser fanlliarcc enconhada em uma grande variedade de famílias e oÍigens sociais. Os pais de Carol são bem educados e íicaram chocados quando souberam da deficiência de sua filha. A grande variedade de acidentes metabólicos e genéücos, que causam deficiências como a síndrome de Down, não parecem estar esheitamente ligados à renda familiar ou à condição social. Conseqüentemente, a íamÍlia da criança deficiente mental teinável pode ter maiores condições de oÍerecel recursos pessoais e íinanceiros para ajudaroprograma de seu filho do que a famíia da criarça deÍiciente mental educável. Farber (1975) salientou que as famílias com cdanças com deficiências moderadas e graves têm problemas especiais - a criança deficiente deteve o ciclo normal daíamília, e as dificuldades enfrentadas por ela mudam com o tempo, mas não diminuem necessariamente à medida que a cÍiança cresce. A família tem de enfrentar diversas dificuldades: a decisão de colocá-la ou não em instituição, a compreensão de que a cÍiança jamais se tornará auto-suÍiciente, e o problema do que acontecerá a ela quando os pais monerem. O aconselhamento familiar e os prognmas esp€ciais para a família e para a cÌiança tentam eníaüzar a compÍeensão completa dos assuntos complexos e contínuos qu€ a criança e seus pais terão de enÍrentar. Rynders e Honobin (1975) descreveÍam um programa de treinamento no lar em que os pais recebiam aulas específicas para Íortalecer as habilidades de comunicação de seus bebês com síndrome de Down. A base do programa para os pais é especificar, detalhadamente, procedimentos que podem ser seguidos para as aulas das cÍianças parecerem jogos. Muitas vezes, os pais frustrados com o desenvolvimento lento de seu Íilho deficiente podem desisür, e então a cÍiança nem mesmo tem uma oportunidade de desenvolver ao máximo suas capacidades limitadas. Os princípios que o programa julga fundamentais para a ativldade representam idéias bem aceitas: 1. Cada atiüdade deve envolver a criança e um dos pais numa interação aÍeüva. focalizada. sensório-motora. 2. Cada aüvidade da,,e envolver os pais e a cÍlança numa atividade sensório-motora e requer, ao mesmo tempo, qu€ os pais falem com a criança a respeito das atividades. 3. O programa ensina os pais a usaÌem uma hierarquia de estratégias de ensino. 4. Deve-se moshar sistemaücamente à criança que os objetos tridimensionais, as Íotografias dos objetos e seus róhrlos escdtos estão relacionados em sua signiÍicação. 5. Um dos principais aspectos de um programa de ajuda aos pais é garantir uma estÍuülra suficiente para guiaÌ as suas atividades na execução d6 princÍpios cuniculares, mas, ao mesmo tempo, esta nãodeve reprimiro esülo caracterÍsüco dos pais. Os autores revelaram que as cdanças participantes do programa apresentaÍam melhoras quanto à Íormação de conceitos e à linguagem expressiva, em comparação com as crianças com sÍndrome de Down que não participaram do programa. Isto nâo significa que esses iovens l melhoraram a ponto de se tornarem normais ou cÌianças típicas. QueÍ l dizer, de Íato, que as cdanças mostraram melhoras signiíicativas nas suas I atitudes, nas suas capacidades de aprendizagem e na sua abordagem em I relação ao mundo - melhoras que as prepararão para um tÌeinamento I adicional em direção à autosuÍiciência navida adulta. I O modelo "pais como proÍessores" tem-se tornado bastante popular, Ipois se reconhece cada vez mais que a cdança d€ficiente mental heinávd I terá muito mais tempo para interagir com os seus pais do que com um I especialista profissionalmente treinado. Uma segunda consideração é | impedir que os pais concluam que o seu filho consegue Íazer muito pouco I ou nada e que evitem interagir com a criança, complicando, assim, uma I situação já diíícil e impedindo que a criança aünja oseu potencial. I Muitos manuais têm sido produzidos com o objetivo de ajudarospais a I sua tarefa de ensinar. Um exemplo da Inglatena enÍatiza a compreensão. Iporparte dospais, da importância dese criar um bom ambiente de I aprendizagem e de se seguirem estratégias básicas de ensino tais como: I 1. ïrabalhe do conhccldo para o deaconhecldo. Co-ece ulgurnu oi- |que a cÍiança consiga fazer e trabalhe até a próxima etapa, que ela ainda nfu | consegue Íazer. I 2. Sdba errtamcntc o quc vocô crÍá tentando cDdnar. Se vocè rÈr I sabe o que quer qu€ a criança faça, como ela pode saber o que você quer qr I ela faça? (Cunningham e Sloper, L980, p. 722J I Todos esses programas enfatizam uma cuidadosa relação de objetivc. IÍases curüas para alcançálos e algum meio de coletar dados sobre o I desempeúo da criança. A abordagem gradual e sistemática, ilustrada pcr I muitos programas (por exemplo, Hanson, 1977; Kames, 1975), dá ru I pais instruções detalhadas sobre como alcançar os objetivos de inshuçfu. I A criança tem uma oportunidade realista de sucesso e a coleta de dadc Ipernite que os pais observem o pÍogresso, pois os pais, que t freqüentemente podem estar deprimidos, precisam, tanto quanto a I criança, de reÍorço positivo. I Quando era hábito mandar as crianças moderada ou gmvemente deÍicientes para uma instituição, os efeitos sobre o resto da ÍamÍlia não eram bem documentados. Hoje em dia as famílias tendem a manter as crianças deficientes em casa, e os estudiosos se preocupam com os efeitos dissosobre os outros membros da famflia, inclusive osirmãos. Simeonsson e McFlale (1981) comentaram a literatura disponÍvel sobre os eíeitos da criança deficiente nos irmãos. De acordo com esses esttrdos, como se podia esperar, apresença da criança deficiente resulta freqüentemente em problemas de ajustamento para os irmãos, mas estes também podem se beneficiar de zuas experiências e são freqüentemente bem ajustados. Entre os íatores que parecem predizer um melhor ajustamento para os irmãos estão: (1) a Íamflia é grande, (2) o irmão ou irmã é mais velho do que a criança deficiente, (3) a deficiência da criança é leve e (4) o irmão é um menino. Contr:do, ainda são necessáÍias muitas pesquisas para estabelecermos as importantes transações Íamiliares que resultam numa adaptação favorável. Lillie (1974) rezumiu os objelivos gerais do trabalho com os pais de crianças de moderada a gravemente retardadas: 1. Apolo ooclal e cnoclonal. Reduzir as ansiedades causadas por senümen- tos d€ culpa e s€ntimentos deinadequação na família, proporciona! atividades socialmente estimulantes qu€ aumentem os sentimentos positivos em relaçáo à unidade familiar, e que façam os pais se sentirem competentes. 2, Ttoca de lnÍornaçâo. (a) Fazer os pais compreenderem o motivo, os objetivos e as atividades do programa em que seu Íilho está envolvido;(b) desenvolver compreensão do contínuo crescimento e desenvolvimento da criança à medida que se aplicam às interações da criança no lar; (c) fornecer ao pessoal do projetoinformaçóes sobre os antecedentes da criança pala facilitar a eficácia do programa do Centro. 3. Pardclpaçáo doo pala, Supõe-se queutilizando os pais produtivamenté em atividádes, tais como auxiliar de proÍessor, a auto-estima € a sua compreensào das crianças aumentarão, e poderá ser desenvolüdo um maior repertório de experiências e atividades para serem utiüzados na interaçâo com sua própda cnanç4. 4. Interaçôee da crlença. Treinar os pais para criarem os filhos com maior eÍiciência. Para facilitar a interação dos pais com os filhos, o programa da cliança deveda dar aos pais oporhrnidades para desenvolverem habilidades em: (a) práticas gerais de criaçâo de fiÌhos; (b) promover e estimular o desen- volvimento social e emocional; (c) utilizar e tornar ideal a experiência diária; (d) estimular e encorajar o desenvolvimento da linguagem; e (e) utilizar com eficácia os recursos diçonÍveis da comunidade para as atividades de aprendi- zaaem de seu filho. Anblentc dc aprendlzagem lnediulçóec reoldendalc O número de mahículas nas instihriçôes está diminuindo. Menos deíicientes mentais treináveis estão sendo mandados para instituições. lsto não quer dizer que os deficientes mentais treináveis tenham sido completamente removidos das instituiçÕes, ou que alguns tipos de cuidados oferecidos pelas instituições não sejam adequados em aÌguns casos. Geralmente os programasde treinamento nas instittriçóes enÍatizam o desenvolvimento de técnicas de cuidados próprios: vestir-se, lavar-se, alimentar-se e usar a toalete. As instihrições, porém, oferecem poucas oportunidades para modelar o comportamento, e a constante rotatividade de pessoal pode muitas vezes levar o indivÍduo deficiente à prudência ou à má vontade em estabelecer qualquer contato social permanente. Se acrescentarmos a estas dewantagens o ponto de vista muito difundido de que as instituições exigem e reíorçam o conformismo que adequa a criança ou o adultoàvida na instituição, mas prepaÍam-nos mal para qualquer ajustamento Íora dela, é fácil perceber porque são vistas com preocupação. Para combinar com o conceito de integração da escola pública, Íoi desenvolvida uma Íilosofia conhecid a como normdli2oçâo. Sustenta que o ambiente de vida do deficiente mental daneria ser tão "cuÌhrralmente normativo quanto possÍvel a fim de estabelecer ou manteÌ comportamentos e características pessoais que sejam tão normativas quantopossÍvel culturalmente" (Wolfensberger, 7972, p- 28l'. Programao na conunldade IáRES GRUPIUS Uma altemativa para as instituições são os lares grupais. Em algumas comunidades Íoram estabelecidas pequenas unidades que operam, tanto quanto possÍvel, dentro do conceito de família. O objeüvo do lar grupal é criar, para o adulto retardado, um ambiente que seja mais semelhante ao lar do que à insfhrição, onde possam seÍ aprendidas as habilidades necessárias para morar bem. Permenter (1973) publicou o Ìelatório de uma jovem estudante que, durante uma semana, passou por menina deficiente em um lar grupalpan seis meninas. O relato de sua experiência fomece uma interessante descrição da vida num lar grupal. Depois que voltávamos para casa à tarde (de uma oÍicina abrigada), o tempo e= livre. Numa noite típica, dirigÍamo-nos para a ala residencialpara trocar de roupè: Sentávamos um pouco e conversávamos, enquanto dobrávamos as roupas laue, das ou as guardávamos. Mary estava muito absorvida pelas novelas, Pam e Jul; brincavam com Robby, o menininho, e com o cachorÍo da família. Mais tarde, Julie, Pam e eu íamos ajudarAnn a prepamr o janta!, enquanto falávamos sobre os incidentes dodia. Logoalgumas das outasvinham epunham a mesa ou ajudavam nos preparaüvos Íinaispara ojantar. Estávamos todosjuntos, àsvezes na cozinha, mas mais fr€qüentemente diante da t€levisâo. Enquanto um grupo lavava a louça, o outro tentava deixar as nossas coisas em ordem para o dia seguinte. (pp. 20-21) Após uma semana na insüfuição, onde nem os responsáveis, nem as outras meninas tiúam consciência de $ra verdadeira idenüdade. a eshrdante resumiu suas experiências: Os membros desta coesa Íamflia faziam mais do que compartilhar o mesmo teto; eles ajudavam e se importavam uns com os outros. Os conflitos €m torno de Mary (uma menina agitada e manipuladora) tornavam-se problemas de "família", exi- gindo que cada membrose ajustasse a seu comportamento, para o bem do gÌupo. O lar grupal tomou-se mais do que um simples local de heinam€nto e residência, tomou-se "lar" para as meninas. Elas tinham um forte sentim€nto de que perten- ciam a um lugaÌ - uma fonte de força quando surgiam diÍiculdades e um fator que contibuía para um ajustamento aparentemente saudável. {p. 41) O lar grupal é um dos ambientes usados para encorajar a desinstitucionalízaçâo, trazendo adolescentes e adultos retardados para um ambiente semiprotegido, onde podem atuar íora da insütuição. OFICINAS IìBBIGADAS OÍicinas abrigadas têm sido organizadas em comunidades maiores, quando a maioria dos cidadãos deficientes mentais heináveis são incapazes de emprego regular. As oficinas arrolam os indivíduos deficientes mentais adolescentes e adultos, os heinam para tarefas roüneiras, faz em contÍatos com indústrias para habalho por peça e também desenvolvem e produzem produtos vendáveis. Em oficinas bem montadas, o deficiente mental vem ou é transportado para o trabalho, na base de perÍodo integral, e recebe salários. Assim, os adultos teináveis tomam-se parcialmente auto-suficientes. Além da remuneração obüda por contratos e venda dos produtos, as oficinas abÍigadas também recebem auxÍlio financeiro de organizaçóes de pais, fundações, Íundos da comunidade e donativos. Em algumas das cidades grandes, o centro comunitário que trabalha com pessoas deste nível de deficiência mental pode incluir um centro de diagnósüco, um programa pré-escolar, uma oficina abrigada e um centro de recreação. Eccolar públlcac Antes da aprwação do Ato da Educação para Todas as Crianças Deficientes (PL94-1421, uma série de casos dos hibunais reafirmaram os direitos das crianças deÍicientes de receberem uma "educação apropriada" nas escolas públicas. Estes casos indicaram claramente a responsabiÌidade das escolas. Noinícioda década de50, as direções das escolas mostravam relutân:: em oÍganizar programas para crianças treináveis nas escolas públicas. AhraÌmente, após as decisões do tribunal, seguindo a Seção 504, um conjunto de direitos civis básicos da Lei Pública 93- 112 e94-142, a legislação Íederalexige que se oÍereça educação nas escolaspúblicas pa- todas as crianças. A organização em todo o paÍs envolve classes e esco= especiais, e elas são consideradas ambientes menos restritivos do que : institucionalização. A integração é praticada com crianças deÍicientes pequenas no Head Start e jardins-da-inÍância nas escolas públicas No entanto, as crianças treináveis em idade escolar, em geralsão educa:= pdmeiramente em classes especiais ou escolas especiais, em contato c:r:: ouhas crianças, quando possível. Conteúdo Quando se deÍine um programa educacional pa--= cüÍrlcúlar qualquer grupo de crianças, é necessário idenr-=r c habllldadcc os objetivos gerais do cunÍculo, e então dar os elementos especÍÍicos requeridos num curso de estudo. Os obietivos gerais do cunÍculo para uma criança deÍiciente mental beinável são ínerentes à deÍinição desta categoria: (1) desenvolver habilidades para cuidado pessoal e auto-ajuda; (2)auxiliar o ajustamento social da criarça nolare na comuntdade; e (3) desenvolver uülidade econômica no lar ou em ambiente abrigado. Estes consütuem os objetvos gerais do programa educacional para deff cientes mentals h€ináveis. Hrblüdedcc dc cnldedor pcgodr A prindpal caracterÍsüca que diferenda o defldente mental heinável do defldente grave e profundo é o cuidado pessoal. Se uma criança pode(l) aprender a vestir-se e desplr-se, (2) comer adequadamente, (3) tomar conta desi m€sma nobaúeiroe (4)seguir roünas de horáriopara dormir, ela não é dependente de ninguém para as necessidades pessoais. A criança toma-se independente num senlido restrito, no que conceme as rolinas simples. Embora talindependênda seja comum nascÍianças normais após a idade de 4 ou 5 anos, a criança deíiciente treinável precisa ser educada nestes elementos de cuidados próprios. ^lú.trocnto cocld nohr e nr conunldade Não se eçera que as cÌianças deÍicientes mentais treináveis tomem-se totalmente independentes na comunidade, ou que se encaneguem de seus assuntos fora do lar. No entanto, elas podem se mir bem no lar e na úzinhança próxima. Esta aquisição particular de aprendizagem inclui comparülhar com outÍos, esperaÌ sua vez, obedecer, seguir lnshuçôes, perceber os senümentos dos outros e lidar com os outros aspectos das relações int€rpessoais, especialmente os relacionados com as ligações diárias. O ajustamento social não é matéria que pode ser ensinada como quíÍÍúca ou física. É um üpo de desenvolvimento intangÍvel, que vem através de experiências de reÍorço do grupo, dunnte recreação, bÌinquedo, canto, dramatizações, e do trabalho e conüvência com outras pessoas. Udüdedcccooôdcr O termo utilídade econômíca é aplicado à criarça deficiente mental freinável para diferenciar esta habllidade das aüúdades vocacionais ou ocupadonais dentro da capaddade das crianças deficientes mentais educáveis. Espera-se que a cÌiança treinável esteja diçosta a aiudar no lar, na escola, num ambiente abrigado de trabalho ou em trabalho rotineiro sob srpeMsão, na comunidade ou insührição. No lar, utilidade econômica significa ajudar no trabalho caseiro e cuidados com o quintal. Estas atividades podem ser desenvolvidas com maiorsucesso, em classe, com as crianças mais velhas do que com as mais iovens, através de muitos progftìmas que ensinam a cuidar do quarto, coziúar, lavar e erìxugar pratos, artes e tabalhos manuais, trabalho com madeira e a habilidade de íazer tarefas simoles com um mÍnimo de suDervisão. Habllldades báclcar Além dos três objeüvos precedentes, há as habilidades básicas, oÍerecidas em todas as classes. Ao ensinar essas habilidades, o professor precisa reconhecer as idades de desenvolvimento dos deficientes mentais treináveis, que vadam geralmente de 3 a 7 anos. Neste nÍvel de desenvolvimento, um programa acadêmico equivalente ao desünado a ddicientes mentais educáveis ou a cÍianças normais não é recomendado. Os parágraÍos seguintes discutem os nÍveis de desempenho esperados das crianças def icientes mentais treináveis. LEITU8A üODIFICADA Em geral, os deficientes heináveis não aprendem a ler além do nÍvel de primeiro grau. Sua capacidade limita-se a reconhecer nomes, palavras isoladas e frases, palavras comuns usadas para sua proteçáo, como peigo, pare, ôníbus, ueneno, tinta Íresca, homens e mulheres. além de outros sinais encontrados numa comunidade. Algumas crianças deficientes mentais treináveis com habilidades especiais, podem aprender a ler ligeiramente melhor. Entretanio, a maioria dos que aprendem a ler são provavelmente deficientes mentals educáveis diagnosücados como treináveis, ou criarças com grandes diÍerenças inba-individuais. ABlTilÉTICA As crianças deÍicientes mentais treináveis não apÍendem a aÍitmética íormal apresentada nas séÌies primárias. Podern, entÍetanto, aprender alguns conceitos quanütativos, tais como mais e menos, pequeno e grande e o vocabulário elementar do pensamento quanütativo. Pode-se ensinálas a contar até du e idenüÍicar quanüas em pequenos ÍJrupos. As cÍlanças mais velhas podem aprender a escra,rer números de um a dez, e algumas, então, podem aprendeÌ o conceiio de tempo, pdncipalmente a seqüência de aüüdades durante o dia, a hora marcada no relógio e possivelmente uma compreensão elementar do calendário. Algumas podem reconhecer e lembrar números de telefone, sua idade e alguns conceitos simples de dinheiro. Em geral, a aritrnéüca ensinada se Íelaciona à vida diárla. Et}CBITA fu crianças deficientes mentais tÍeináveis podem aprender a escrever seus nomes, endereços e números de telefone, além de certas palavras que aprendem nas aulas de leitura para sua proteção. LINGUAGEDI Este programa inclui o desenvolümento da fala e a compreensão e o emprego de conceitos verbais. Inclui habilidades de comunicação, tais como ouúr históÍias e chamadas, discutir figuras e outras atividades Íamiliares à crlança na sala de aula. ÊSTUDOS 9OC!AI9 A área imporiante de estudo é o lar e o modo como participa da comunidade. Isto inclui aprender sobre os Íeriados, os tansportes e a igÌeja, conhecer os meses do ano, dias da s€mana, assim como contribuiçÕes para a vida do lar. I}RAüA'TIZAçÃO As classes para deÍicientes mentals tÍelnáveis usam bastante a dramatizaçâo de histórias ou canções, brincadeiras de faz-de-conta, brincaddras com sombras e a utilização de gestos em cançôes, histódas e rimas. IIRTES E TRABALIIOS ilANIIAIS As aüvidades nesta área incluem colorir, desenhar, pintar, trabalhos simples com mad€ira, recortar e colaÍ e fiazeÍ obietos simples de artesanato. Estas atividades podem ajudar a desenvolver a coordenação motora, a apreciação das cores e das Íormas e a capacidade de Íazer uma tarefa. HIGIENE FÍSICA A roüna de uma sala de aula inclui lanches, sucos e leite e discüssóes sobre os üpos de comida nas diÍerentes reÍeiçÕes; cuidado com os dentes,limpeza do corpo, vestuáÌio, segurança epostura. Hábitos de saúde geralmente precisam ser incenlivados em casa e na escola. ARTES PnÁnCAS Estão incluÍdos nas artes práücas coziúar, costurar, lavar pratos, limpar, jardinagem, pôÍ a mesa, tarefas na sala de aula, preparar alimentos e aprender a ajudar nas aiividades do lar. Este programa é mais adequado às crianças treináveis mais velhas, embora as menores possam participar dessas aüüdades- IIBSEI|VOLVIüENTO DTOTOR Estimula-se melhor o desenvolvimento motor ahavés de iogos, aüvidades recreativas, várias habilidades de manipulação, brincadeiras, diversÕes ao ar livre e aüvidades semelhantes. !|ÚSICA A música éum meiopeloqual os deficientes treináveis podeÍn aprender muitas coisas. O canto, as bandas rÍtrnicas, os jogos musicais e outras aüüdades ajudam a liberar energia e também servem como forma de expr€ssão e influência socializante. A linguagem é, algumas vezes, incenüvada pela letra da música e atavés do canto coral. Os conceitos de seqüência e memória também podem ser desenvolvidos. Uma das conseqüências interessantes da cÍescente atenção educaciona às cÌianças beináveis é que tais pÍogramas podem dar resultados melhores que se esperava. Acredita-se e aceita-se amplamente que as crianças cortr síndrome de Down têm uma faixa de capacidade intelechral limitada, e que a vasta maioria só será capaz de atuar a nível de deficiência mental üeinável. Estes resultados entretanto, foram postos em dúvida por Rynders, Spiker e Horrobin (1978). Numa grande revisão dos prograÍnas que educam crianças com síndrome de Down, os pesquisadores veriíicaram um número substancial de crianças que passaram ao nÍvel de educáveis ou mais alto, após se ter medido seu desempeúo intelectual As conclusÕes baseadas nos dados dos pesquisadores e de outros projáos indicam que os médicos que asslstem os pais de crianças com sindrome de Down deveriam dizerlhes oue: l . 2. Há uma possibilidade de que suas crianças possam ser educáveis em base psicomébica. Há muita variação no progresso de desenvoMmento das cÍianças com sÍndrome de Down. Os limites de educabilidade das crianças com sÍndrome de Down sâo virtualmente desconhecidos. Ectratéglao Dara enolnar habllldades para deftclcntcs úentalo trefl[áveis IIOD|FICAçÁODE COI|POnTAüEIìITO Osproblemas especiais das crianças deficientes mentais treináveis estimularam muitas técnicas especiais de ensino, inclusive os pÌincÍpios popularizados pelo psicólogo americano B. F. Skinner e mais desenvolvidos por Bijou (1966) e por Neiswordr e Smith (1973). Esses princípios tiveram grande multiplicidade de aplicaçÕes no treinamento de cdanças retardadas na última década. Como essas técnicas não requerem habilidades de linguagem ou comunicação para funcionar, são especialmentevaliosas para crianças que não se comunlcam. O princípio básico do condicionomento operonte, como pÍoposto por Skinner, é o de que o comportamento da cdança é determinado pelo modo pelo qual o ambiente responde a ela. O comportamento recompensado se repetirá. Os comportamentos que não recebem reforço positivo desaparecerão gradaüvamente do repertório da criança (Shnner, 1953). A eshatégia educacional é organizar o ambiente de modo a ocorrer o comportamento particular que o proÍessor deseja que a cÌiança repita. Quando o comportamento desejado ocorre, o deflciente recebe uma recompensa: alimentos, elogios, uma ficha, ou qualquer outro símbolo de reconhecimento. Se possível, o proíessor não do;e responder a um comportamento indesejável ou desagradável. Há uma tendência natural em censurar a cdança por gemer ou grudar num adulto, mas a resposta correta, de acordo com a teoria shnneriana, é não prestar atenção ao comportamento que o proÍessor nõo deseja que a criança exiba no futuro, embora da.ra dar atenção e outros reÍorços ao comportamento desejado. Em muitos casos, até mesmo a cÍiança perhrrbada ou moderadamente deficiente começa a responder com um comportamento socialmente mais consbutivo, se tais procedlmentos Íorem seguidos coerentemente por quem toma conta dela ou pelo professor. A análise aplicada de comportamento (modelagem de comportamento e modiÍicação de comportamento) é extensivament€ utilizada para modelar ou modiÍicar hábitos de cuidados pessoais. Foram desenvolüdos programas detalhados para ensinar como usar o banheiro, vestiÌ-se, despir-se, comer e dormir. O ensino de linguagem e outras habilidades para o deÍiciente pode ser desenvolvido com maior eÍicácia pelo uso de técnicas de modiíicação de comportamento (opeÍante). Há muitas publicações sobre estas técnicas. ANAL|SE DE TAREFA Nos úlümos anos, Íoram feitos progressos no desenvolvimento de têcnicas de ensino especial, tiradas da teoria de aprendizagem, que ensinam aos deficientes mentais heináveis tareías que se julgava anteriormente fora de seu alcance. Gold (1973) conseguiu desenvolverváÍias técnicas de montagem que o: indivíduos deficientes podem executar, mediante o processo de desdobramento de tareÍas em partes. Ele comenta: "A decisão de ensina: ou não qualquer tareÍa ao deÍiciente grave/profundo ds,re se basear no fato de a tareÍa poder ou não ser analisada em componentes ensináveis. . não em algum senümento geral sobre a dificuldade da tarefa". Zid,er e Gold, (1981) discorreram sobre a capacidade de dois indivíduo: deficientes de aprenderem a dirigir num simulador Link-Singer, num programa de educação de trânsito da Universidade de Illinois. Em condiçóes simuladas, os estudantes deficientes mentais, cujos QIs estavar: na faixa dos 40, foram capazes de ligar o motor, manter a velocidade. brecar e controlar corretamente o simuladorpara virar e ultrapassar. Cada uma dessas habilidades foi aprendida pelo processo passo a passo, pelo quala habilidade é eíetuada. Embora este tipo de treino não Íepresente uma garantia de que tais motoristas possam se sairbem no trânsito, mosÈ-g que a capacidade de ensinar tareÍas complexas aos deficientes depende tanto da análise cuidadosa da tarefa pelo proÍessor, quanto da capacidaic do indivÍduo. Zane, Walls e Thvedt (1981) mencionam um progÌama de treinamen:: bem-sucedido, em que os adultos deficientes treináveis aprenderam processos complicados ligados à montagem de um carburador, de um bÍeque de bicicleta, de uma bomba de máquina de lavar louça e do mo:r de um cortador de grama (veja Figura 4.4). Usando técnicas tais como e: deencodeamento regressiuo (voltando passo a passo, a partir do produ:: final, colocando a última peça, depois as duas últimas peças e assim po: diante) e deixos (sugestões verbais ou demonstrações e reforço do desempenho bem-sucedido), Zane, Walls e Thvedt puderam demonsr.-- que doze adultos com deficiência entre moderada e grave (idade entre 19: 45 anos) aprenderam com sucesso a montar várias partes de maquina:-; num ambiente de oÍicina abrigada. Gastamos a maior parte deste capítulo com os problemas de adaptaçéc dos indivÍduos deficientes mentais. Sem dúvida, um dos problemas rnau: séÍios é como são vistos pela maioÍia não-deficiente. São íreqüenteme:E evitados e temidos. Quando se propõe estabelecer um lar grupal nurna comunidade, a grande pertr:rbação que geralmente ocorre Ìeflete mu:: mais sobre os sentimentos pessoais dos vizinhos doque opropaladomedo de queda novalor dos imóveis. Muito do nosso progresso futuro no sentido da integração social dependerá mais da superação dos temores e das aütudes da maioria não-deficiente do que do melhoramento das capacidades do cidadão deficiente. l. A definição atual de deficiência mental inclui dois componentes principals: subnormalidade intelectual e comportamento adaptador. Uma deÍinição dos deficientes mentais depende, em parte, das características da criança e também das demandas do ambiente social. 2. 3. 4. As criarças deficientes mentais têm sido classificadas em três grupos para fins educacionais: (a) deficiente mental educável, (b) deficiente mental tÍeinável e (c) deÍiciente mental grave/proÍundo. Foram desenvolvidos procedimentos para medir capacidade intelecbal e avaliações de adaptaçâo social para idenüficar as crianças deficientes mentais. As estimaüvas de prevalência de deficiência mental variam muito. Estimativas cons€rvadoras de prevalência na população inÍanüI, de acordo com os conceitos atuais e deÍiniçóes de deficiência mental, indicam que aproximadamente 0,25 a 1,5 por cento dos deficientes sáo treináveis e pÍoÍundamente deficientes, e que aproximadament€ 0,5 a 1,5por cento podem ser classiÍicados como deÍicientes mentais educáveis. 5. As causas da d€Íiciência mentalsão muitas evariadas. Incluem fatore das categorias gerais de distúrbios genéticos, agentes tóxicos e inÍluências ambientais. 6. As Íamflias de crianças deficientes mentais educáveis sáo, em muitc casos, desfavorecidas economicamente e possuem poucos recrÍsos para contribuir para o programa educacional global. Encontram-se deÍicientes mentais heináveis em famÍlias de todos os nÍveis sócic econômicos. 7. As câracterísticas gerais das crianças deficientes que requeÌem programas especiaissão: (a)tendência a habilidades Íísicas e motoras inÍerioÍes, (b) memória e capacidade limitada para repetir idéias, (c) capacidade reduzida de usar a linguagem e descrever relações temporais ou causais, (d) pouca atenção e tolerância de írustração limitada até certo ponto por sua longa história de fracasso. 8. A importância do ambiente inicial da criança pequena levou à expansão de programas pré-escolares destinados a prwenir e a remediar a deficiência mental. Tais programas contribuem para um melhor desempenho acadêmico da criarça deficiente mais tarde. 9. Os ambientes de aprendizagem para a criança deÍiciente mental educável incluem integração em classe regular, salas de recurso e meio perÍodo ou perÍodo integral em classe especial. lO. O currículo para cÍianças deÍicientes mentais educáveis integradas geralmente segue o programa das sêries comuns, com ajuda especie- nas matérias acadêmicas. ll. Na classe especial ou de recurso, o programa enÍatiza aprendizagem social e habilidades pré-vocacionais e ensina explicitamente experiências de vida, tais como necessidade de cooperação social. alêm dos assuntos acadêmicos. 12. Os programas de estr-rdo/trabalho para crianças deficientes mentais educáveis a nÍvelsecundário parecem ajudáìas a se prepararem paÌa o trabalho independente ou semi-independente na comunidade. Além disso. os iovens deÍicientes mentais educáveis demonstram capacidade para se saÍrem bem e se fixarem em empregos de natuÍeza rotineira não deseiados por indivÍduos de maior habilidade, tal como habalhar em lanchonetes. 13. Os objeüvos educacionais para o deficiente mental treinável incluem cuidados próprios, habilidades sociais e um certo grau de uülidade econômica. 14. A grande variedade de colocaçóes disponíveis para crianças deficientes mentais treináveis inclui: (a) insütuições residenciais, (b) programas baseados na comunidade, tais como lares.grupais e oÍicinas abrigadas e (c) programas de escolas públicas. 15. Os pais muitas vezes são incluídos nos programas de tratamento das crianças deficientes mentais treináveis através de aconselhamento e instÍução direta sobre como ensinar seu filho no lar- 16. Procedimentos específicos deaprendizagem, baseados em análise de hreÍa e condicionamento operante, têm sido de grande valor para o ensino de habilidades básicas para crianças deficientes mentais treináveis. Decompor tarefas em suas partes mais simples tem ajudado os indivíduos treináveis a aprenderem trabalhos economicãmente úteis, freqüentemente em oÍicinas abrigadas. l. A colture da pobrcza Ainda não sabemos ao certo que fatores, dentro da culhrra da pobreza, são responsáveis pelo desenvolvimento lento das crianças deficient€s m€ntais lanes. Enquanto não pudermos determinar a natureza do problema (falb de moüvação, linguagem pobre, falta de atenção e hiperaüvidade, Íalta demodelos adultos eflcazes e assim por diante), será diÍÍcil planejar métodos eficientes para prevenllo. 2. iic,rcrdo dc trabelho ea rudança O futr.rro do deÍiciente mental educável depende tanto da natureza do meio social em que vive quanto de sua educação e treinamento. A crescente complexidade da sociedade modema e a tendência dos ernpregos em exigirem muita educação lança uma sombra sobre o objeüvo de independência da criança deÍiciente mental leve. Há lugar para os deficientes mentais num mercado de trabalho em retração, ou eles serão parte da população "excedente"? 3. A Íelitre qoe redote Algumas famíias são capazes de se ajustar ao problema de terum filho ddiciente mental moderado ou grave e continuar a ter uma vida produüva e saudável. Outras Íamílias que enfrentam o mesmo problema são destruÍdas por ele. Quais são as Íontes de força que pernútem que algumas famílias se manteúam apesar da tensão? Há duas abordagens diametralmente opostas em relação a famíllas de deÍicientes: algumas deseJam ser proÍessores de seus Íilhos deÍicientes, outras enÍalizam os cuidados de apolo, para permitir o alÍvio periódico do peso diário de cuidar da criança. Qual a abordagem mais aproprlada? 4. Varledade dc aerulçoc A educação especial traz recursos adicionais para algumas crianças que necessitam de ajuda em ambiente educacional. Há muitos ouhos alunos (por exemplo, limíhofes ou com diÍiculdades de aprendizagem) que também necessitam de ajuda no contexto do progÌama hadicional de educaçáo. As escolas precisam planejar uma variedade de seÍviços para se adequarem à faixa de necessidades dosalunos, aoinvésdedarem ajuda especialopenos àquele eÌegÍveis para a educação especiaÌ, oÍerecendo pouca ajuda adicional para os que não têm pÍoblemas graves o suficiente para se qualiíicarem para c programa de educação especial. 5. Aublente adequado de aprendlzagen Nos últimos trinta anos- a opinião proÍissional sobre o melhor ambiente para se educarem com eficácia crianças deficientes mentais leves variou muito. Os defensores da integração e partidários de classes especiais estão empenhados em produzir dados signiÍicntivos em Íavor de sua escolha. A educaçáo secundária representa um nível educacional raramente eshrdado para madmizar as oporh-rnidades educacionais do estr.rdante deliaente educável. A solução ideal para este problema espera dados mais detalhados sobre as condições de sucessopara as abordagens altemativas Feuerstein, R., Rand, Y., HoÍÍman, M., e Mller, R.InsÍrumenúol enrtchment. Baìtimore: UniversiÇ Park Press, 1980. O livro trata detalhadamente das técnicas uülizadas por um grupo de psicólogos e educadores israelenses para treinar crianças e jovens deÍicientes mentais em atividades de soluçáo de problemas. O autor parte da suposiçáode que a criança deÍiciente mental, umavez treinada em abordagens básicas de como resolver problemas, pode tornar-se mais adaptável à sociedade. Hobbs, N. ?he/ufu res of children. San Francisco: Jossey-Bass, 1975. Um ensaio claro a respeito do principal esh.rdo sobre classificação de crianças excepcionais, que durou dois anos e envolveu mais de setentZ cidadãos e cienüstas que exploraÍam os vários aspectos da necessidade de se classiÍicar crianças e aspossÍveis conseqüências de tal classificaçãc para elas e suas Íamflias. É um ponto de partida para outras discussõè sobre o mesmo assunto. Mittler, P. (Ed.l. Frontíers oÍ knowledge in mental retardation; (Y ol. 7l Social educational and behauioral ospects.. (Vol. 2l Biomedicol ospects. Balümore: University Park Press, 1981. Um excelente compêndio que oÍerece inÍormações atualizadas sobr€ os avanços das ciências sociais e biológicas e hata da deficiência mentale: áreas que vão desde a sociologia até a genéüca. Ovolume 1 aborda especialmente as questões educacionais e da comunidade. @1bu, J. Mnoity educatíon and caste: The Ameican system in cross-anltural perspectiue. New York Academic press, 1978. Este livro apresenta o ponto de vista de um antropólogo sobre o efeito dispersante do preconceito racial no desenvolvimento da criança de grupos étrÌicos minoritários nos Estados Unidos. Oqbu acredita oue a percepçáo da íalta de oportunidade reduz a moüvJção da criançà de grupos étnicos minoritádos para trabalhar arduamente nos seus interesses acadêmicos. Este argumento é rele\,,ante no que diz respeito à preocupação manifestada pormuitos sobre o excesso de ÍeDresentacão de crianças de minoria nos dados de prevalência de de{iciência mental. Kirk, S., Kliebhan , J., eLemer, J.Teaching reading to slow and dísabled leomers. Boston: Houghton Mfflin, 1978. Um texto abrangente que detalha procedimentos especiais para o ensino da leitura que supra as necessidades das crianças com desenvolvimento atrasado. Dá atençáo especial aos pÍimeiros estádios de leitura, bem como aos mais avançados. O livro diicute métodos formais e iníormais de avaliação do aluno e oferece uma revisão detalhada da pesquisa existente sobre alunos lentos e com disúrbios. Crlançac deftclenteo A natureza da programação especial par,r mentalc educáveis a criança deficiente mental educável deveÍia ser determinada, de alguma forma, pelas caracterÍsticas que essar crianças revelam, e que as distinguem de seus companheiros. O princip,rl aspecto que distingue as crianças deÍicientes mentais educáveis é que el,r'r Íalham em seu habalho escolar. O desempenho acadêmico de crianças deficientes mentais como Bob pode se atrasar de duas a cinco séries, especialmente em matérias relacionadas à leihrra e à arte da linguagem. A pergunta feita freqüentemente é se as outras caÍacterísticas intelectuais, sociais ou ÍÍsicas, além da taxa lenta de aprendizagem acadêmica, podenr complicar o quadro. A literatura sobre este assunto nâo é totalmente coerente e reflete a diversidade de crianças denho desta câtegoria. Antccedentco fanlllares É relaüvamente fácil obter informações conÍiáveis sobre uma única cnança deficiente mental, como Bob, mas é muito mais diÍÍcil obter um panorama geral das crianças deÍicientes mentais. Como podemos tet ceftqa de qve nossas observações são representaüvas de um grupo geral de crianças? Devido a estaspreocupações, os estudos que analisam o quadro completo da deficiência mental, mais do que uma parte selecionada, sâo muito valorizados. Richardson (1981) descreveu um eshrdo em que um grupo de pesquisadores tentou encontrar todas as cÍianças deficientes mentais de uma importante cidade da Escócia. Evidentemente, o estudo é limitado pelas cãÍacterísticas exclusivas da Escócia, sejam elas quais Íorem. Entretanto, Richardson e seus colegas não ficaram satisÍeitos em eshrdaÍ apenas as crianças deficientes mentais encontradas em programas de educação especial, e aplicaram testes grupais de QI em todas as crianças de 7 a 9 anos. Fizeram, a seguir, uma avaliação individual da inteligência das que obüveram escore baixo no teste de grupo. Deste modo, conseguiram montar um panorama razoável de todas as crianças deficientes mentais de