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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * História da Medicina O nascimento da Medicina Moderna UFF 2011.1 Instituto de Saúde da Comunidade Depto de Saúde e Sociedade Profa Marilene Nascimento * * * Medicina Classificatória ou das Espécies: séc XVII Classificação das várias espécies de doença: modelo botânico Forma e aparência: separar os sintomas próprios da doença daqueles acrescentados pelas características individuais do paciente (subtrair o indivíduo) O órgão atingido não definia a doença, pois esta podia migrar de uma localização a outra na superfície corporal, mas permanecer idêntica em sua natureza. * * * Mecanicismo de Hoffmann (1660-1742) o corpo vivo é uma máquina hidráulica bem regulada e provém da sabedoria divina o organismo é regido pelo movimento dos humores, nascido na contração e dilatação mecânica dos órgãos. Organicismo mecanicista: o espasmo contrai os órgãos e redistribui os humores desequilibrados * * * O Vitalismo de Stahl (1660-1734) A alma (princípio vital) é responsável pela integridade do organismo, que não pode ser considerado uma soma de peças que se ajustam. Um ser vivo é considerado um todo indivisível: o indivíduo é o ponto de partida clínico. O dinamismo vital, as transformações e os movimentos corporais têm origem diferente das leis que regem o movimento dos corpos inanimados. A doença é um distúrbio dos movimentos vitais; mais do que uma agressão externa, é expressão sintomática, visível do desequilíbrio (ou “desarmonia”) da vida. * * * Samuel Hahnemann (1755-1843) – criador da Homeopatia * * * A Medicina dos sintomas e o método clínico: início do séc XIX Os sintomas são o ser da doença, não existe essência patológica além dos sintomas Olhar clínico: - exercício dos sentidos na observação do doente, pela repetição dos sintomas nas epidemias -busca estabelecer parentesco entre os sintomas e compreender sua linguagem. As causas e as sedes lhe são indiferentes. - a clínica era história e não geografia Saber probabilístico: estatística dos casos * * * Anatomia patológica Théophile Bonet (1620-1689): utilidade de cadáveres para a prática clínica Giovanni Battista Morgagni (1682-1771): firmou a anatomia patológica como disciplina médica para a compreensão da doença. Demonstrou que as diferentes enfermidades se localizam em órgãos distintos, e que assim se explica a variedade de sintomas clínicos. Marie François Xavier Bichat (1771-1802): Teoria dos Tecidos – o organismo é constituído por órgãos, e estes por tecidos (lesão) Rudolf Ludwig Carl Virchow (1821-1902): conceito de patologia celular. A doença é a vida em condições anormais e está nas células, porque é onde a vida está. * * * Medicina Anatomoclínica: séc XIX Coincidência do corpo da doença com o corpo humano Parte-se dos cadáveres para conhecer os vivos: o invisível durante a vida pode ser visível após a morte Olhar anatômico: a doença é um conjunto de fenômenos a ocorrerem no próprio corpo. Associação do sintoma (superfície do corpo) à lesão (profundidade do corpo); do olhar clínico ao anatômico. Visão-tato-audição: fazer aflorar à superfície o que só se dava em camadas profundas. A noção de “sede” substitui a de “classe”. O “ser da doença” dá lugar ao “corpo doente”. A lesão explica os sintomas. * * * Anatomoclínica Clínica Anatomopatologia Vida morte Sintomas lesão Sujeito enfermo doença Organismo parte * * * A fisiologia se incorpora à anatomoclínica François Joseph Victor Broussais (1772-1838): a origem das doenças reside no excesso, ou na deficiência, de excitação dos diversos tecidos, acima ou abaixo do grau considerado normal. Claude Bernard (1813-1878): identidade entre o normal e o patológico – a diferença entre eles é apenas quantitativa, de intensidade. Propôs métodos de quantificação dos conceitos fisiológicos. * * * Hegemonia do saber anatomofisiopatológico Moralidade de origem religiosa Racionalidade mística das “ciências alquímicas”: astrologia, alquimia, magia. Saber tradicional do período clássico Racionalidade científica moderna: antropocentrismo: a natureza é separada do sagrado e do humano e passa a ser objeto de conhecimento e controle rupturas dualistas: matéria-espírito, qualidade-quantidade, natureza-homem, objeto-sujeito, instinto-razão experimentalismo: método de produção de conhecimento Saber médico objetivo, sobre doenças localizadas no corpo orgânico, comprovável experimental e quantitativamente, integrado ao conjunto do saber científico moderno. * * * Referências Foucault, M. O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977. Canguilhem, G. O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1978. Porto, MAT & Moreira, MFS. Temas de História da Medicina. Niterói(RJ): UFF, CMM/ISC/Depto Saúde e Sociedade. Núcleo de Estudos em Saúde e História. 2000