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Natureza jurídica do contrato de locação O proprietário, após ter alugado coisa sua, tem o direito de alienar tal coisa, mesmo durante o curso de tal locação. O direito que concede ao locatário não anula o poder de disposição compreendido no de propriedade. Mas, se alienada a coisa, o terceiro adquirente contrai obrigações. Por sua vez, o locatário não pode ser frustrado em sua expectativa de usar a coisa em questão durante o prazo da locação. Ele precisa ser protegido contra uma possível ação do terceiro adquirente. Há opiniões distintas para dizer se tal contrato gera direito real ou pessoal. Para Orlando Gomes, trata-se de caso em que há um direito de natureza pessoal. A regra disciplina uma hipótese de sucessão ex lege do novo proprietário da coisa na posição do locador, da qual não pode libertar- se porque o dever pessoal do alienante de manter o contrato se transmite ao adquirente. Há, na realidade, uma cessão de contrato ex lege, que dispensa a intervenção do locatário. O adquirente passa a ter os direitos e obrigações derivadas do contrato, mas o locatário não perde a natureza pessoal por lhe ser oponível. O Código Civil, no artigo 576, dispõe sobre a cláusula de vigência da locação, e prescreve que tal contrato sobrevive à venda, se a obrigação constar em cláusula expressa e for registrada no ofício de imóveis, ou, no caso de móveis, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do locador. A cláusula de vigência mencionada anteriormente aplica-se exclusivamente aos contratos por tempo determinado. É importante ressaltar, no entanto, que nas locações para fins comerciais, a inexistência dessa cláusula devidamente averbada autoriza o adquirente a tomar o prédio.mas, grande parte dos juristas entende que o adquirente do prédio deve respeitar o contrato de locação até a expiração do prazo, mas não está obrigado a renová-lo. Se tal alienante vier a despejar o locatário antes do prazo do contrato, pode o locatário pleitear indenização contra tal alienante. A obrigação do locador-alienante é promessa de fato de terceiro ou assunção de garantia, e nasce quando o locador se compromete a inserir no contrato eventual de venda do prédio uma cláusula que exija do adquirente o respeito ao contrato de locação até o seu término.tal obrigação de proporcionar ao locatário o gozo da coisa transmite-se ao terceiro adquirente automaticamente. A averbação de cláusula de vigência pode ser feita a qualquer momento, mas sua eficácia se dá somente a partir do dia de sua efetivação.