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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – TÓPICOS AVANÇADOS 
PROFESSORES VELTER E MISSAGIA 
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CONTABILIDADE – TÓPICOS AVANÇADOS 
 
Olá, pessoal. Com a autorização para a realização do concurso 
da Receita Federal, vários candidatos que já fizeram algum tipo de 
curso de contabilidade (inclusive conosco), ou que estudaram por 
conta própria, nos solicitaram que realizássemos um curso de 
revisão, ou de aprofundamento, ou de exercícios, ou de tópicos 
especiais, enfim, um curso avançado para quem já sabe o básico. 
Nesse sentido, começamos a elaborar um material que 
satisfizesse as necessidades dos alunos. A idéia é oferecer um 
curso de contabilidade para candidatos já iniciados na matéria, ou 
seja, um curso avançado, de maneira a apresentar aos alunos os 
principais pontos do programa de forma mais aprofundada, 
visando ampliar ainda mais o conhecimento, para reduzir as 
possibilidades de que, na prova, surjam assuntos não vistos antes 
pelo candidato. Na verdade, é isso que todos querem, não é 
mesmo? 
Neste curso pretendemos apresentar e discutir de forma 
aprofundada, além dos pontos mais “cascudos” do programa, tais 
como tópicos relacionados à DOAR (origens e aplicações do capital 
circulante líquido), avaliação de investimentos, reavaliação, 
tributos nas operações com mercadorias, outros pontos que 
podem aparecer como novidade nos próximos certames, como 
bens totalmente depreciados, aquisição de imobilizado na fase pré-
operacional, reavaliação negativa, vendas por cartão de crédito, 
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aquisição de ações próprias, lançamentos na constituição de 
empresas e vários outros. 
O curso será ministrado em 10 aulas semanais no total. Ao 
final de cada aula, além dos exercícios normais de provas, serão 
apresentadas algumas questões inéditas, simulando questões de 
concursos e englobando o tema visto na aula. Para aqueles que já 
assistiram outros cursos presenciais, e para aqueles que 
participaram dos nossos cursos on-line de contabilidade 
introdutória e de contabilidade intermediária neste site trata-se de 
uma excelente oportunidade de complementar os estudos sobre 
essa matéria tão importante nos concursos públicos. 
A seguir, como aula demonstrativa, será apresentada a 
resolução de uma das questões mais solicitadas dos últimos 
tempos, que versa sobre DOAR (Demonstração de Origens e 
Aplicações de Recursos). Trata-se apenas de resolução de uma 
questão de prova, um trecho de aula, objetivando dar uma boa 
idéia ao concursando de como será o nosso curso. Apesar de ser 
apenas uma questão de prova, a mesma é tão rica em conceitos e 
procedimentos sobre DOAR que resolvemos inseri-la exatamente 
nesta aula inaugural gratuita. Procuraremos explicar muito bem 
cada passo da resolução. 
 
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AULA 0: QUESTÃO 30 DO CONCURSO AFC–
STN/2005 
 
Tomemos como exemplo as operações realizadas pela Cia. 
Comercial de Lixeiras, durante o exercício de 20x4, para elaborar a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos nos termos da 
Lei nº 6.404/76. 
Operações: 
01- venda, a vista, de mercadorias por R$ 50.000,00, com 
lucro de 30% sobre as vendas; 
02- compra, a prazo, de móveis e utensílios para uso por R$ 
40.000,00; 
03- obtenção de empréstimo bancário, com juros de 5%, para 
pagamento em 30 parcelas iguais de R$ 4.000,00, iniciando-se em 
30 de novembro de 20x4; 
04- pagamento de R$12.000,00 de hipotecas de longo prazo; 
05- recebimento de créditos no valor de R$ 16.000,00, com 
juros de 8%; 
06- registro dos encargos de depreciação no valor de R$ 
3.000,00; 
07- aumento do capital social em R$ 4.000,00, com realização 
em dinheiro; 
08- venda, a vista, de equipamentos usados por R$ 2.000,00, 
baixando-se um custo de alienação de R$ 1.200,00; 
09- pagamento de despesas gerais no valor de R$ 700,00; 
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10- aumento do capital social em R$ 5.000,00 para 
integralização futura; 
11- aquisição de coligação acionária por R$ 25.000,00, para 
pagamento em 25 parcelas mensais, iguais, a partir de 30/11/x4; 
e 
12- destinação do lucro do período, sendo: 
R$ 1.380,00 para imposto de renda; R$ 1.000,00 para 
reservas; e R$ 2.000,00 para pagamento de dividendos. 
Com base nessas operações a empresa mandou elaborar a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, nos termos da 
Lei nº 6.404/76, a qual, certamente, vai evidenciar os seguintes 
itens e valores: 
a) Origens de Recursos no valor de R$ 94.200,00. 
b) Origens de Recursos no valor de R$ 71.000,00. 
c) Aplicações de Recursos no valor de R$ 79.000,00. 
d) Aplicações de Recursos no valor de R$ 60.800,00. 
e) Redução do Capital Circulante Líquido em R$ 10.200,00. 
 
Resolução:. 
Bom, pessoal, trata-se de uma questão típica da ESAF. O 
examinador apresenta uma série de operações ocorridas durante o 
período, e pede, ao final, qual o efeito total causado pelas 
transações no capital circulante líquido (CCL). 
Lembramos que: CCL = AC – PC 
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Portanto, já podemos observar que, para sabermos a variação 
do capital circulante líquido no período, bastaria calcular a variação 
do ativo circulante e do passivo circulante. Isso não é difícil de 
analisar em cada uma das transações apresentadas. 
Porém, esse tipo de caminho para resolver a questão somente 
nos daria em quanto aumentou ou em quanto diminuiu o CCL. Se 
chegássemos ao valor de R$ 10.200,00 como redução do CCL, a 
resposta seria letra E, e tudo estaria bem. Porém, reparem que as 
alternativas (a leitura atenta das alternativas é fundamental) 
informam o valor das origens e das aplicações de recursos. 
Bom, então temos que tomar outro caminho. Precisamos 
recorrer à Lei das S.A. (e também à doutrina) para saber o que ela 
define como sendo origens e aplicações). Nesse ponto cabe a 
transcrição do artigo 188 da Lei 6.404/76. Relembrando: 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações dos 
recursos indicará as modificações na posição financeira da 
companhia, discriminando: 
I – as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amorti-
zação ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados 
de exercícios futuros; 
b) realização do capital social e contribuições para 
reservas de capital; 
c) recursos de terceiros, originários do aumento do 
passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo 
realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e 
direitos do ativo imobilizado. 
II – as aplicações de recursos, agrupadas em: 
a) dividendos distribuídos; 
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; 
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos 
investimentos e do ativo diferido; 
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d) redução do passivo exigível a longo prazo. 
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos 
em relação às aplicações, representando aumento ou 
redução do capital circulante líquido; 
IV – os saldos, no inicio e no fim do exercício, do 
ativo e do passivo circulantes, o montante do capital 
circulante Líquido e o seu aumento ou redução 
durante o exercício. 
 
A primeira coisa que devemos nos lembrar ao resolver um 
exercício sobre DOAR é que o resultado do exercício pode ser lucro 
ou prejuízo, certo? A lei determina que o lucro do exercício 
ajustado conforme o artigo 188, I-a é o primeiro item das origens 
de recursos. Mas e se o resultado ajustado for negativo, ou seja, 
se tivermos um prejuízo ajustado? 
A lei silencia quanto a isso, mas não faria sentido termos uma 
“origem negativa de recursos”. Por esse motivo, reza a boa 
doutrina que, caso o resultado ajustado seja negativo, este deve 
ser considerado como aplicação de recursos, apesar de não 
constar como um dos itens do artigo 188, II. 
Então, meus amigos, o que vocês têm que fazer é apurar em 
separado o resultado do exercício, ajustá-lo, e em seguida 
contabilizá-lo como origem ou aplicação, caso seja positivo ou 
negativo, respectivamente. 
Basicamente, analisaremos cada uma das operações, faremos 
o lançamento, e totalizaremos, ao final, o resultado, as origens e 
as aplicações. É claro que, na prova, vocês poderão resolver a 
questão de forma muito mais rápida, fazendo os lançamentos de 
cabeça e somente totalizando origens e aplicações no papel. Mas 
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isso é uma aula de revisão. E ainda por cima, on-line!!! Então 
temos a preocupação de deixar todos os passos bem claros para 
os alunos. Vamos lá: 
01- venda, a vista, de mercadorias por R$ 50.000,00, com 
lucro de 30% sobre as vendas; 
Lucro = 30% x R$ 50.000,00 = R$ 15.000,00 
O lançamento é: 
D – Caixa R$ 50.000,00 
C – Vendas R$ 50.000,00 
D – CMV R$ 35.000,00 
C – Estoques R$ 35.000,00 
 
Conforme o artigo 188 da Lei das S.A., a transação acima 
somente afeta o CCL por meio do lucro obtido, de R$ 15.000,00, 
que será lançado no resultado do exercício. 
 
02- compra, a prazo, de móveis e utensílios para uso por R$ 
40.000,00; 
Quando não se fala o prazo de pagamento, deve-se supor 
sempre o curto prazo. Portanto, o lançamento é: 
D – Móveis e Utensílios (aumento AP) R$ 40.000,00 
C – Contas a Pagar (aumento PC) R$ 40.000,00 
Trata-se de uma aplicação de recursos, segundo o artigo 
188, II-b 
 
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03- obtenção de empréstimo bancário, com juros de 5%, para 
pagamento em 30 parcelas iguais de R$ 4.000,00, iniciando-se em 
30 de novembro de 20x4; 
Valor do empréstimo: 30 x R$ 4.000,00 = R$ 120.000,00 
O que poderia pegar aqui seriam os juros. Porém, vocês 
devem ficar atentos ao enunciado, que diz “com base nessas 
operações, a empresa mandou elaborar...”. Isso quer dizer que 
devemos nos ater apenas à operação de tomada do empréstimo, e 
não à apropriação dos juros. 
Assim, no ato do empréstimo, sendo a primeira parcela 
mensal para 30/11/20x4, a segunda para 31/12/20x4, e assim 
sucessivamente, teremos até o final de 20x5 (curto prazo) um 
total de 14 parcelas, e 16 parcelas para a partir de 20x6, sendo a 
primeira em 31/01/20x6. 
Parcelas de Curto Prazo: 14 x R$ 4.000,00 = R$ 56.000,00 
Parcelas de Longo Prazo: 16 x R$ 4.000,00 = R$ 64.000,00 
O lançamento é: 
D – Bancos R$ 120.000,00 
C – Empréstimos Bancários (PC) R$ 56.000,00 
C – Empréstimos Bancários (PELP) R$ 64.000,00 
Trata-se de uma ORIGEM de recursos, segundo o artigo 
188, I-c 
 
 
04- pagamento de R$12.000,00 de hipotecas de longo prazo; 
O lançamento é: 
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D – Hipotecas a Pagar (PELP) R$ 12.000,00 
C – Caixa R$ 12.000,00 
Trata-se de uma aplicação de recursos, segundo o artigo 
188, II-d 
 
 
05- recebimento de créditos no valor de R$ 16.000,00, com 
juros de 8%; 
Juros = 8% x R$ 16.000,00 = R$ 1.280,00 
O lançamento é: 
D – Caixa R$ 17.280,00 
C – Valores a Receber R$ 16.000,00 
C – Receita de Juros R$ 1.280,00 
Essa operação propiciou uma receita de R$ 1.280,00, a ser 
lançada no resultado do exercício. 
 
06- registro dos encargos de depreciação no valor de R$ 
3.000,00; 
O lançamento é: 
D – Encargos de Depreciação R$ 3.000,00 
C – Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 
 
Essa operação gera um efeito negativo no resultado 
(despesa), porém não afeta o capital circulante líquido. Por esse 
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motivo, a depreciação deve ser expurgada (somada) ao resultado 
do exercício para a obtenção do resultado ajustado (art. 188, I-a). 
 
07- aumento do capital social em R$ 4.000,00, com realização 
em dinheiro; 
Trata-se de uma origem de recursos clássica (art. 188, I-b), 
pois o aumento do capital social veio em forma de aumento do 
ativo circulante (caixa) 
 
08- venda, a vista, de equipamentos usados por R$ 2.000,00, 
baixando-se um custo de alienação de R$ 1.200,00; 
O lançamento é: 
D – Caixa R$ 2.000,00 
C – Equipamentos (AP) R$ 1.200,00 
C – Resultado não-operacional R$ 800,00 
 
A operação acima deve-ser contabilizada como origem de R$ 
R$ 2.000,00, pelo valor da venda dos bens do ativo permanente 
(art. 188, I-c), assim como os R$ 800,00 de lucro na operação 
devem ser lançados no resultado, porém deduzidos como ajuste. 
 
09- pagamento de despesas gerais no valor de R$ 700,00; 
Lançamento: 
D – Despesas Gerais R$ 700,00 
C – Caixa R$ 700,00 
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O valor será lançado no resultado. 
 
 
10- aumento do capital social em R$ 5.000,00 para 
integralização futura; 
Lançamento: 
D – Capital a Realizar R$ 5.000,00 
C – Capital Social R$ 5.000,00 
 
Esse lançamento não afeta o CCL. Não é origem nem aplicação 
de recursos. Não houve entrada de recursos na empresa se não 
houve a integralização. 
 
 
11- aquisição de coligação acionária por R$ 25.000,00, para 
pagamento em 25 parcelas mensais, iguais, a partir de 30/11/x4; 
Parcelas de curto prazo (até 31/12/20x5): 
14 x R$ 1.000,00 = R$ 14.000,00 
Parcelas de longo prazo (a partir de 20x6): 
11 x R$ 1.000,00 = R$ 11.000,00 
Lançamento: 
D – Ações de Coligadas R$ 25.000,00 
C – Valores a Pagar (PC) R$ 14.000,00 
C – Valores a Pagar (PELP) R$ 11.000,00 
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12- destinação do lucro do período, sendo: 
R$ 1.380,00 para imposto de renda; R$ 1.000,00 para 
reservas; e R$ 2.000,00 para pagamento de dividendos. 
O imposto de renda é uma despesa para a empresa, reduzindo 
o resultado do exercício em R$ 1.380,00 
A constituição de reservas não afeta o CCL, pois o recurso sai 
do patrimônio Líquido (LPA) e continua no PL. 
A destinação dos dividendos é uma aplicação de recursos (art. 
188, II-a), pois o recurso sai do patrimônio líquido e vai para o 
passivo. 
 
Após todas essas análises individuais, ficou fácil contabilizar 
origens e aplicações. Primeiramente, vamos contabilizar o 
resultado do exercício: 
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Resultado do Exercício 
(6) 3.000,00 15.000,00 (1) 
(9) 700,00 1.280,00 (5) 
(12) 1.380,00 800,00 (8) 
 5.080,00 17.080,00 
 12.000,00 
 
 
Ajustando o resultado, teremos: 
RLE R$ 12.000,00 
(+) Depreciação R$ 3.000,00 
(-) Lucro nas vendas do AP (R$ 800,00) 
(=) Resultado Ajustado para DOAR R$ 14.200,00 
 
Contabilizando as origens e aplicações, teremos: 
 
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ORIGENS APLICAÇÕES 
(3) 64.000,00 40.000,00 (2) 
(7) 4.000,00 12.000,00 (4) 
(8) 2.000,00 25.000,00 (11) 
(11) 11.000,00 2.000,00 (12) 
(Res.) 14.200,00 
 95.200 79.000,00 3 
 
Finalmente: 
Variação do CCL = Origens – Aplicações 
Variação do CCL = 95.200 – 79.000 = 16.200 (positiva) 
Houve um aumento do CCL de R$ 16.200,00 
Resposta: Letra C 
 
Pessoal, vocês devem estar pensando: “mas que questão 
enorme !!! Que trabalheira !!!” É claro que na prova daria para 
resolver de forma simplificada, utilizando apenas os razonetes. 
Porém, como vocês perceberam, o objetivo aqui é revisar o 
máximo de conteúdo possível. Por isso escolhemos questões como 
esta, que englobam grande quantidade de conceitos e 
lançamentos. 
Um abraço a todos. 
Nos encontramos no curso. 
Velter e Missagia 
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AAUULLAA 11:: TTÓÓPPIICCOOSS EESSPPEECCIIAAIISS-- DDIIVVEERRSSOOSS 
PPrreezzaaddooss aalluunnooss ee aalluunnaass,, 
AA ppaarrttiirr ddee hhoojjee ccoommeeççaammooss uumm ccuurrssoo nnoovvoo ddee ccoonnttaabbiilliiddaaddee.. 
TTrraattaa--ssee ddee uumm ccuurrssoo ddee ccoonnttaabbiilliiddaaddee ggeerraall ccoomm ttóóppiiccooss aavvaannççaaddooss,, 
ttrraattaaddooss eemm ggrraauu ddee pprrooffuunnddiiddaaddee ssuuffiicciieennttee ppaarraa ddeeiixxáá--llooss eemm ccoonnddiiççõõeess 
ddee rreessoollvveerr aaqquueellaass qquueessttõõeess mmaaiiss ““ppeessaaddaass”” oouu mmeessmmoo aaqquueellaass 
““eexxóóttiiccaass”” ddee ccoonnttaabbiilliiddaaddee.. NNeessssee íínntteerriimm,, aalléémm ddee aapprrooffuunnddaarr ooss 
ccoonntteeúúddooss nnoorrmmaaiiss ddee ccoonnttaabbiilliiddaaddee,, nnaa tteennttaattiivvaa ddee ““aaddiivviinnhhaarr”” aaqquueellaa 
qquueessttããoo eessddrrúúxxuullaa qquuee aa EESSAAFF sseemmpprree ccoobbrraa nnooss ccoonnccuurrssooss ddaa RReecceeiittaa,, 
ttrraarreemmooss aallgguunnss ppoonnttooss ppoouuccoo eexxpplloorraaddooss ppeellaa mmaaiioorriiaa ddooss lliivvrrooss ddee 
ccoonnttaabbiilliiddaaddee ee nnaa mmaaiioorriiaa ddaass pprroovvaass.. SSeerráá oo ddiiffeerreenncciiaall nnoo vvoossssoo eessttuuddoo.. 
UUmm ppoolliimmeennttoo!! 
CCoommeeççaarreemmooss aa aauullaa ddeessttaa sseemmaannaa,, jjuussttaammeennttee,, ccoomm aallgguunnss 
ttóóppiiccooss eessppeecciiaaiiss.. ÉÉ ccllaarroo qquuee nnããoo aabbaannddoonnaarreemmooss ooss ppoonnttooss ttrraaddiicciioonnaaiiss,, 
aaffiinnaall vvooccêêss qquueerreemm sseerr aapprroovvaaddooss nnoo ccoonnccuurrssoo ee nnããoo aappeennaass aacceerrttaarr aass 
qquueessttõõeess mmaaiiss ddiiffíícceeiiss oouu eexxóóttiiccaass,, nnããoo éé vveerrddaaddee??!!!! 
 
TTÓÓPPIICCOOSS EESSPPEECCIIAAIISS -- DDIIVVEERRSSOOSS 
 
1 - VENDAS PARA ENTREGA FUTURA 
Numa operação de compra e venda de mercadorias, pode ocorrer que o 
comprador pretende efetuar a compra agora e retirar a mercadoria em outro 
momento. Salienta-se que neste caso a mercadoria existe e está no depósito ou 
na posse do vendedor, logo não estamos tratando do caso de venda antecipada 
em que o reconhecimento da receita ocorre apenas pela entrega das mercadorias 
ou quando elas passam a existir, quando o adiantamento dos clientes é registrado 
como passivo exigível. 
Estamos tratando de caso em que a mercadoria está à disposição do 
comprador e este somente não a retira do estabelecimento do vendedor por sua 
conveniência, mas já lhe pertence. 
Assim, para o vendedor, a receita da venda deve ser reconhecida desde a 
realização do negócio, isto é, de imediato, inclusive procedendo a baixa das 
mercadorias vendidas do seu estoque se estiver adotando o sistema de inventário 
permanente. 
 Mas, o quê o vendedor fará com as mercadorias do comprador e que não 
foram retiradas? 
O vendedor deverá separar as mercadorias do comprador do seu estoque 
de mercadorias para venda e assume a condição de depositário das mesmas, pois 
as mercadorias não lhe pertencem mais. 
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Vejamos o assunto por meio de um exemplo com todos os lançamentos 
a ele inerentes. 
 
Exemplo: A empresa LOG-LUG S/A, lançou uma promoção de vendas 
concedendo desconto de 20% sobre o preço normalmente praticado com a 
mesma mercadoria. A empresa LIGADONA S/A, que está reformando o seu 
depósito de mercadorias para revenda, não pretende perder esta promoção e 
contata com a vendedora verificando a possibilidade de esta ficar como 
depositária em eventual compra no valor de R$ 125.000,00. A vendedora aceita 
as condições da compradora e o negócio é realizado 01/10/2005, cuja retirada 
das mercadorias pela compradora deverá ocorrer somente em 12/11/2005. O 
custo das mercadorias vendidas para a vendedora é de R$ 92.000,00. 
Desconsiderando a incidência de tributos na operação, teremos as seguintes 
implicações contábeis na operação. 
 
Lançamentos: 
 
1) Pela venda em 01/10/2005: 
 
D – Clientes/Caixa/Bancos (Ativo Circulante) R$ 100.000,00 
D – Descontos incondicionais (redutora de venda) R$ 25.000,00 
C – Vendas de Mercadorias (Resultado) R$ 125.000,00 
 
2) Pela segregação dos estoques relativos à venda : 
 
D – Estoques de Terceiros (AC) R$ 92.000,00 
C – Mercadorias de Terceiros em Depósito (PC) R$ 92.000,00 
 
3) Pela baixa dos estoques vendidos em 01/10/2005: 
 
D – CMV (Conta de Resultado) R$ 92.000,00 
C - Estoques de Mercadorias (AC) R$ 92.000,00 
 
4) Em 12/11/2005, por ocasião da entrega das mercadorias ao 
cliente: 
 
D – Mercadorias de Terceiros em Depósito (PC) R$ 92.000,00 
C - Estoques de Terceiros (AC) R$ 92.000,00 
 
Percebam que por meio dos lançamentos de nº 2 e 4 é que se faz o 
controle das mercadorias do comprador. Pelo lançamento nº 2 é criada uma 
obrigação (Mercadorias de Terceiros em Depósito – PC) em contrapartida o 
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registro das mercadorias em depósito (Estoque de Terceiros – AC). Pela efetiva 
entrega das mercadorias ao comprador (lançamento nº 4), dá-se a saída das 
mercadorias (Estoques de Terceiros - AC) e a conseqüente baixa da obrigação 
(Mercadorias de Terceiros em Depósito – PC). 
 
 
 
2 - FATURAMENTO ANTECIPADO 
 
Em algumas circunstâncias, o comprador pode querer, exclusivamente 
por sua conveniência, que o vendedor emita a Nota Fiscal e a fatura em relação a 
uma venda sem que este esteja de posse dos produtos ou mercadorias para 
entrega. Neste caso temos o que chamamos de faturamento antecipado sem que 
as mercadorias ou produtos estejam de posse do vendedor. 
Como o vendedor não possui as mercadorias ou os produtos para 
entrega, a receita somente deve ser reconhecida quando efetivamente entregar os 
bens ao comprador. Salienta-se que fato semelhante pode ocorrer na prestação 
de serviços, caso em que a receita deve ser reconhecida apenas quando da 
efetiva prestação. 
Chama-se a atenção ao fato de que
o faturamento antecipado não se 
constitui em recebimento antecipado e, neste caso, esta transação não há de 
constar nas demonstrações contábeis, pois ela não passa de mera promessa de 
compra e venda, devendo ser controlada por meio de contas de compensação, de 
forma extracontábil, conforme segue. 
 
D - Faturamento Antecipado (Conta de Compensação Ativa) 
C - Receitas Antecipadas a Apropriar (Conta de Compensação Passiva) 
 
Na efetiva entrega dos bens ou serviços, efetua-se os seguintes 
lançamentos: 
 
D – Clientes 
C – Vendas 
 
D - Receitas Antecipadas a Apropriar (Conta de Compensação Passiva) 
C - Faturamento Antecipado (Conta de Compensação Ativa) 
 
 
 
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3 - ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
A Constituição Federal estabelece no § 7º do artigo 150 que “A lei 
poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de 
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva 
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da 
quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. Este dispositivo 
representa a base da Substituição Tributária de modo geral. 
Na alínea “b”, do inciso XII, do artigo 155 da CF/88, a carta magna 
remete à lei complementar para dispor sobre substituição tributária 
relativamente ao ICMS. Esse dispositivo constitucional foi jurisdicionado por 
meio da Lei Complementar nº 87/1996 e complementado por diversos 
Convênios do ICMS no âmbito do CONFAZ (Conselho Nacional de Política 
Fazendária). 
A LC nº 87/1996, disciplinou a substituição tributária, por meio dos 
artigos 5º ao 10º. Dada a sua relevância, transcrevemos os principais trechos 
dessa regulamentação, do seguinte modo: 
Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou 
a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu 
pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto 
tributário. (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) 
§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao 
imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, 
sejam antecedentes, concomitantes ou subseqüentes, inclusive 
ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e 
interestadual nas operações e prestações que destinem bens e 
serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja 
contribuinte do imposto. 
... 
Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, 
será: 
I - em relação às operações ou prestações antecedentes ou 
concomitantes, o valor da operação ou prestação praticado pelo 
contribuinte substituído; 
II - em relação às operações ou prestações subseqüentes, obtida 
pelo somatório das parcelas seguintes: 
a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo 
substituto tributário ou pelo substituído intermediário; 
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b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros 
encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou 
tomadores de serviço; 
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às 
operações ou prestações subseqüentes. (grifamos). 
Da leitura do dispositivo percebe-se que a substituição pode ser “para 
frente - antecedente”, “para trás - subseqüente” ou concomitante, inclusive ao 
valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual. 
O art. 8º versa sobre a base de cálculo do imposto por substituição 
tributária, cujo dispositivo é bastante claro, não cabendo comentário adicional. 
Na prática, a indústria ou distribuidor recolhe o ICMS devido das 
operações seguintes até o consumidor final na substituição para frente e o 
vendedor varejista recolhe o tributo devido pelo distribuidor ou o industrial na 
substituição para trás. 
 
Exemplo 1 – A Indústria Bom Pneu, efetuou a venda de 100 pneus para 
a empresa Repneus Ltda, ao preço unitário de R$ 150,00. A operação está 
sujeita a IPI de 20% e ICMS também de 20%. Além disso a indústria recolhe o 
ICMS – substituição tributária “para frente” e sugere o preço de venda de R$ 
300,00 a unidade dos pneus. O custo dos Pneus para indústria é de R$ 98,00 por 
unidade: 
Elementos da Nota Fiscal: 
 
Descrição 
 
Valor da Operação – venda de pneus R$ 15.000,00 
IPI R$ 3.000,00 
ICMS substituição Tributária R$ 3.000,00 
 Valor Total da Nota Fiscal de Venda R$ 21.000,00 
 
Destaque de ICMS (normal) – R$ 3.000,00 
 
CONTABILIZAÇÃO: 
 
1) Pelo registro da venda: 
 
D – Caixa/Bancos/Clientes (AC) R$ 21.000,00 
D – ICMS s/ Vendas R$ 3.000,00 
C - Vendas R$ 15.000,00 
C – IPI a Recolher R$ 3.000,00 
C – ICMS (substituição trib.) a Recolher R$ 3.000,00 
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C – ICMS Próprio a Recolher R$ 3.000,00 
 
O ICMS - Substituição Tributária não é receita da empresa vendedora, 
logo ele será excluído da base de cálculo do PIS e COFINS. 
 
2) Pela baixa do estoque: 
 
D – CPV 
C – Estoque R$ 9.800,00 
 
Apuração do RCM ou Lucro Bruto na Indústria: 
 
Vendas Brutas R$ 15.000,00 
(-) ICMS R$ 3.000,00 
= Vendas Líquidas R$ 12.000,00 
(-) CPV R$ 9.800,00 
= Lucro Bruto R$ 3.200,00 
 
 
Na empresa Repneus Ltda, o registro da aquisição com substituição 
tributária de pneus para revenda assume a seguinte configuração: 
 
Descrição Valor R$ 
Valor da Operação - pneus 15.000,00 
IPI 3.000,00 
ICMS substituição Tributária 3.000,00 
Valor Total da Nota Fiscal de aquisição 21.000,00 
 
Obs.: 
 
1 – A compradora tem o ICMS recolhido por substituição tributária, logo 
não faz jus ao crédito do ICMS normal incidente na aquisição. Assim, o valor do 
ICMS integra o custo de aquisição e vai para o estoque. 
 
2 – A adquirente não terá débito de ICMS quando vender as mercadorias 
adquiridas, logo o ICMS por substituição deverá compor o custo de aquisição e 
será lançado no estoque. 
 
3 – A Revendedora é uma empresa eminentemente comercial, logo não é 
contribuinte do IPI e o valor deste integrará o custo de aquisição. 
 
Assim, teremos na compradora o seguinte lançamento pela aquisição dos 
pneus: 
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D – Estoque de Mercadorias p/ Revenda (AC) R$ 21.000,00 
C – Caixa/Bancos/Fornecedores R$ 21.000,00 
 
 
Agora, se esse negócio de substituição tributária cair na prova, vocês já 
sabem do que se trata!!! Além disso, como o ICMS por substituição tributária 
tem implicações com a base de cálculo do PIS e da Cofins, mesmo não caindo 
na prova os lançamentos da substituição, vocês estarão mais seguros no cálculo 
do PIS e da Cofins!! 
 
 
4 - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS E MATÉRIAS-
PRIMAS 
Sabemos que todos os gastos realizados e necessários para a obtenção de 
um bem devem ser considerados como custo de aquisição. Esta regra é aplicável 
aos bens adquiridos no mercado nacional ou no exterior. 
Assim, o custo a ser atribuído aos insumos ou mercadorias adquiridas no 
mercado externo e destinado para revenda é composto por todos os gastos 
incorridos desde a data da assinatura do contrato de câmbio, até o efetivo 
desembaraço aduaneiro dos bens. Estes gastos compreendem basicamente fretes, 
comissões, seguros, impostos não recuperáveis e tarifas aduaneiras. 
Os tributos não recuperáveis (inclusive o PIS e COFINS, se for o caso) 
que incidem na importação devem compor o custo de aquisição a ser atribuído 
aos bens importados (salientamos que somente as empresa tributadas com base 
no Lucro Real é
que podem recuperar o PIS e a Cofins). 
Todos os gastos efetuados e relativos à importação devem ser agregados 
a uma conta específica e transitória intitulada "Importação em Andamento" a ser 
classificada no Ativo Circulante. 
Por ocasião do desembaraço dos bens, o importador fará o registro no 
estoque em contrapartida da conta de Importação em Andamento. 
Para fins de apuração do custo de aquisição, a avaliação dos bens 
importados em moeda nacional deve ocorrer pela conversão da moeda 
estrangeira pela taxa de câmbio (valor de venda) vigente na data do 
desembaraço aduaneiro. 
 
Exemplo: Suponha que a empresa IMPORTA-SE S/A efetua a 
importação de 200 unidades de mercadorias, com os seguintes dados: 
Valor das mercadorias US$: 30,000.00 
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Gastos para a obtenção de licença de importação e pagamento de seguro: 
R$ 1.450,00 
Valores da fatura do despachante aduaneiro (em R$): 
 
Taxas Portuárias e Alfandegárias 1.746,00 
Imposto de Importação 3.780,00 
Honorários do Despachante 2.100,00 
ICMS 12.650,00 
IPI 6.700,00 
Total da Fatura do Despachante 26.976,00 
 
Frete R$ 1.500,00 
Data do recebimento da fatura do fornecedor estrangeiro: 05/05/2004. 
Data do desembaraço: 10/06/2004 
Data do pagamento da fatura do fornecedor estrangeiro: 30/09/2004 
Taxas do dólar comercial de venda fixada pelo Banco Central (valores 
hipotéticos): 
05/05/2004 = R$ 2,6594 
10/06/2004 = R$ 2,7827 
 
A liquidação do câmbio para pagamento do fornecedor estrangeiro, em 
30/09/2004, se deu pela taxa de R$ 2,9324 por dólar. 
 
1) Registro dos gastos com a obtenção da Licença de Importação e a 
contratação de seguro: 
 
D - Importação em Andamento (AC) 
C - Bancos C/ Movimento (AC) R$ 1.450,00 
 
2) Registro do adiantamento ao despachante aduaneiro: 
 
D - Adiantamento por Conta de Importação (AC) 
C - Bancos C/ Movimento (AC) R$ 26.976,00 
 
3) Registro da fatura do fornecedor estrangeiro em 05/05/2004 (US$ 
30.000,00 x R$ 2,6594): 
 
D - Importação em Andamento (Ativo Circulante) 
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C – Fornecedores – estrangeiros R$ 79.782,00 
 
4) Variação cambial até o desembaraço das mercadorias em 
10/06/2004: 
 
Cálculo: US$ 30.000,00 x 2,7827 = R$ 83.481,00 
R$ 83.481,00 – R$ 79.782,00 (valor contabilizado) = R$ 3.699,00 
 
D - Importação em Andamento (Ativo Circulante) 
C - Fornecedores – estrangeiros R$ 3.699,00 
 
5) Pelo registro da fatura do despachante aduaneiro: 
 
a) Valores que integrarão o custo dos bens adquiridos: 
 
D – Importação em Andamento (Ativo Circulante) 
C – Adiantamento – Despachantes Aduaneiros (PC) R$ 26.976,00 
 
 
b) Impostos recuperáveis: 
 
D – IPI a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 6.700,00 
D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 12.650,00 
C - Importação em Andamento (Ativo Circulante) R$ 19.350,00 
 
 
6) Pela transferência do saldo da conta "Importação em 
Andamento" para a conta definitiva, em face da entrada das 
mercadorias/matérias-primas no estabelecimento: 
Demonstração da conta: 
Licença de Importação e Seguro R$ 1.450,00 
Fatura da Mercadoria R$ 79.782,00 
Variação Cambial da Fatura R$ 3.699,00 
Taxas Portuárias e Alfandegárias R$ 1.746,00 
Imposto de Importação R$ 3.780,00 
Honorários do Despachante R$ 2.100,00 
Soma R$ 92.557,00 
 
D – Estoque de mercadorias 
C – Importação em andamento R$ 92.557,00 
 
7) Contabilização do frete: 
 
D - Estoque (Ativo Circulante) 
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C – Fretes a Pagar (Passivo Circulante) R$ 1.500,00 
 
8) Reconhecimento da variação cambial sobre a importação a pagar 
no período entre o desembaraço aduaneiro até a data do pagamento do 
fornecedor em 30/09/2004: 
 
Cálculo: 
 
US$ 30,000.00 x 2,9324 = R$ 87.972,00 
Saldo de importação a pagar R$ 83.481,00 
Variação: R$ 87.972,00 – R$ 83.481,00 = R$ 4.491,00 
 
D - Variação Cambial Passiva (Resultado) 
C - Fornecedores – estrangeiros R$ 4.491,00 
 
 
Após os lançamentos aludidos, a demonstração do custo unitário da mercadoria 
importada ficará como segue: 
 
Valor da Importação R$ 92.557,00 
Frete R$ 1.500,00 
Total do Custo R$ 94.057,00 
Unidades 200 
Custo Unitário R$ 470,28 
 
LANÇAMENTOS DE RAZÃO 
 
Importações em Andamento Bancos c/ Movimento 
(1) 1.450,00 19.350,00 (5.b) SI 1.450,00 (1) 
(3) 79.782,00 26.976,00 (2) 
(4) 3.699,00 
(5.a) 26.976,00 
 92.557,00 92.557,00 (6) 
 
 
Fornecedores Estrangeiros Adiantamentos a Despachantes 
 79.782,00 (3) (2) 26.976,00 26.976,00 (5.a) 
 3.699,00 (4) 
 4.491,00 (8) 
 87.972,00 
 
IPI a Recuperar ICMS a Recuperar 
(5.b) 6.700,00 (5.b) 12.650 
 
 
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Fretes a Pagar Mercadorias - Estoque 
 1.500,00 (7) (6) 92.557,00 
 (7) 1.500,00 
 94.057,00 
 
 
Variação Cambial Passiva 
(8) 4.491,00 
 
 
 
CONTABILIZAÇÃO DO PIS E COFINS SOBRE IMPORTAÇÃO 
A partir de 01/05/2004, por força da Lei 10.865/2004, incide PIS e 
COFINS na importação de bens e serviços. 
Antes de apresentarmos as implicações contábeis relativas a essas 
contribuições vamos ver alguma coisa, resumidamente, sobre a legislação de 
regência para deixá-los a par do que se estará fazendo na contabilidade. 
 
O objetivo da Instituição das Contribuições Incidentes sobre as 
Importações foi o de estabelecer a isonomia tarifária entre produtos e serviços 
nacionais e produtos e serviços importados. 
 
Incidência 
1. Importação de produtos 
2. Importação de serviços 
Consideram-se importados os serviços prestados por pessoa física ou 
jurídica residente ou domiciliada no exterior: 
• Executados no País; ou 
• Executados no exterior, cujo resultado se verifique no País. 
 
Fato Gerador 
Para produtos: a entrada de produto importado em território nacional. 
Consideram-se, também, entrados em território nacional os bens que 
constem como importados cujo extravio seja apurado pela administração 
aduaneira. 
Para serviços: o pagamento, o crédito, a entrega ou a remessa de valores 
para países estrangeiros. 
 
Ocorrência do Fato Gerador 
 
1. Para produtos: 
• data do registro da Declaração de Importação; 
• data do lançamento do crédito tributário, no caso de extravio; 
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• data do vencimento do prazo de permanência em recinto alfandegado, 
se iniciado o despacho aduaneiro. 
 
2. Para serviços: 
• data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa 
de valores. 
 
Contribuintes 
 
Para Produtos: 
O importador, pessoa física ou jurídica que promova a entrada de 
produtos estrangeiros em território nacional. 
Equiparam-se a importador: 
• o destinatário de remessa postal internacional; e 
• o adquirente de mercadoria entrepostada. 
 
Para Serviços: 
A pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residentes ou 
domiciliados em país estrangeiro. 
 
Base de Cálculo 
 
Para Produtos: 
� Valor Aduaneiro (VA) 
� Para efeitos das contribuições temos que: 
� VA = BC do II + ICMS + PIS/Pasep-Importação + Cofins-Importação 
 
Para Serviços:Valor pago, creditado, entregue ou remetido para o 
exterior (antes da retenção do IR) + ISS + PIS/Pasep Importação +
Cofins 
Importação. 
 
Alíquotas Básicas 
PIS/PASEP-Importação = 1,65%. 
COFINS-Importação = 7,6%. 
 
Isenções 
 
• Importações realizadas por PJ de direito público, por Missões 
Diplomáticas ou por representantes de organismos internacionais. 
• Remessas postais sem valor comercial ou destinadas a pessoas físicas. 
• Bagagem de viajantes, bens adquiridos em lojas francas no País ou 
bens destinados à subsistência das famílias em cidades fronteiriças. 
• Bens importados sob regime de drawback 
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• Objetos de arte. 
• Equipamentos importados por instituições científicas ou por cientistas e 
pesquisadores. 
 
Não incidência 
 
• Bens estrangeiros que cheguem ao País por erro de expedição. 
• Bens destinados a reposição de outros anteriormente importados, que 
tenham se revelado, após o desembaraço, imprestáveis. 
• Bens estrangeiros que tenham sido objeto de pena de perdimento. 
• Bens devolvidos ao exterior antes do registro da DI. 
• Pescado capturado fora das águas territoriais. 
• Bens submetidos ao regime de exportação temporária. 
• Bens ou serviços importados por entidades beneficentes de assistência 
social. 
• Bens em transito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruídos. 
• Bens avariados, desde que destruídos sob controle aduaneiro. 
• Custo do transporte internacional e outros serviços, que tiverem sido 
computados no valor aduaneiro. 
 
Cálculo dos Créditos – Alíquotas Básicas 
 
PIS/Pasep = 1,65% Cofins = 7,6% 
Lei 10.865, art. 15 - os contribuintes de PIS/Pasep e Cofins não-
cumulativos podem descontar créditos calculados sobre o valor que serviu de 
BC das contribuições na importação nas hipóteses de: 
Bens adquiridos para revenda. 
Bens e serviços utilizados como insumos. 
Energia elétrica. 
Aluguéis e contraprestação de arrendamento mercantil. 
Bens incorporados ao ativo imobilizado. 
 
Assim, em face da legislação aplicável, o procedimento contábil a ser 
adotado para tais contribuições é a seguinte: 
PIS e COFINS RECUPERÁVEIS 
Na hipótese de o importador valer-se do crédito, bastará contabilizar tais 
valores em conta do Ativo Circulante, como PIS e COFINS a Recuperar. 
Exemplo: PIS e COFINS devidos na importação, nos valores de R$ 
1.650,00 e R$ 7.600,00, respectivamente, que serão compensados 
posteriormente com as respectivas contribuições: 
 
1. Pelo registro do pagamento: 
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D. PIS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 1.650,00 
D. COFINS a Recuperar (AC) R$ 7.600,00 
C. PIS Importação a Recolher (PC) R$ 1.650,00 
C. COFINS Importação a Recolher (PC) R$ 7.600,00 
 
2. Pela compensação efetuada no final do mês com as respectivas 
contribuições apuradas: 
 
D. PIS Receita Bruta a Recolher (PC) 
C. PIS a Recuperar (AC) R$ 1.650,00 
e 
D. COFINS Receita Bruta a Recolher (PC) 
C. COFINS a Recuperar (AC) R$ 7.600,00 
 
Entretanto, se o importador não puder compensar o valor dos tributos 
(forma cumulativa), ele deve fazer o seguinte lançamento: 
 
Exemplo: PIS e COFINS na importação de mercadorias para revenda, 
nos valores de R$ 1.650,00 e R$ 7.600,00. O contribuinte é tributado pelo IRPJ 
com base no Lucro Presumido: 
 
D – Importações em Andamento R$ 9.250,00 
C – PIS Importação a Recolher (PC) R$ 1.650,00 
C – COFINS Importação a Recolher (PC) R$ 7.600,00 
 
Percebam que neste caso o valor do PIS e da Cofins integrarão o custo de 
aquisição, pois o importador não tem o direito de optar pela forma da não-
cumulatividade dessas contribuições, visto que é tributado pelo Lucro 
Presumido. 
 
Obs.: Somente as pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real é 
que podem optar pela não-cumulatividades do PIS e da Cofins. 
Pessoas Jurídicas excluídas da incidência não-cumulativa das contribuições: 
1.Pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido ou Arbitrado; 
2.Pessoas jurídicas optantes do SIMPLES; 
3.Pessoas jurídicas imunes a impostos; 
4.Instituições financeiras, empresas de seguros privados, entidades de 
previdência privada, empresas de capitalização (§ 6o do art. 3o da Lei no 9.718, de 
1998); 
5.Pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos 
imobiliários, nos termos da Lei no 9.514, de 1997, e financeiros (§ 8o do art. 3o da Lei 
no 9.718, de 1998); 
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6.Operadoras de planos de assistência à saúde (§ 9o do art. 3o da Lei no 9.718, 
de 1998); 
7.Órgãos públicos, autarquias e fundações públicas federais, estaduais e 
municipais e as fundações de ensino e pesquisa do art. 61 do ADCT da CF 1988; 
8.Empresas particulares que explorem serviços de vigilância e transporte de 
valores na forma da Lei nº 7.102, de 1983; 
9.Sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de 
consumo. 
 
 
 
 
5 – ICMS NA AQUISIÇÃO DO IMOBILIZADO 
 
O assunto é tratado pela Lei Complementar 114/2002, dispondo que a 
partir de 01/01/2007 os créditos decorrentes de entrada de ativo permanente 
poderão ser apropriados á razão de 1/48 por mês. 
A contabilização do referido crédito a apropriar deve ser feito em conta 
do ativo (impostos a recuperar) e a crédito de imobilizado, já que o ICMS 
recuperável é considerado como redutor do custo de aquisição. 
 
Exemplo: 
Valor de Aquisição de Máquina: R$ 80.000,00 
Valor do ICMS R$ 12.000,00 
Cálculo do ICMS recuperável por mês para fins de distribuição nas 
contas do AC e ARLP: R$ 12.000,00 / 48 meses = R$ 250,00/mês) 
Ativo Circulante: 12 x R$ 250,00 = R$ 3.000,00 
ARLP: 36 x R$ 250,00 = R$ 9.000,00 
 
1. Contabilização do ICMS recuperável: 
D – ICMS s/ Imobil. a Recuperar (AC) R$ 3.000,00 
D - ICMS s/ Imobil. a Recuperar (ARLP) R$ 9.000,00 
C – Máquinas e Equipamentos(Imob) R$ 12.000,00 
 
2. Apropriação do ICMS 1/48 no mês: 
D - ICMS a Recolher (PC) 
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C - ICMS s/ Imobil. a Recuperar (AC) R$ 250,00 
 
 
 
6 – BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS 
Em algumas operações com mercadorias (compra e venda) o desconto 
concedido ao comprador não é na forma tradicional (diminuição do valor a 
desembolsar), mas mediante aumento da quantidade de mercadorias a ele 
entregues. 
Veja-se que em situações como esta na Nota Fiscal, em vez dos 
tradicionais descontos, mantém-se o valor de venda, porém há a entrega de uma 
quantidade adicional de mercadorias. 
 
Exemplo: A empresa HORROR S/A adquire para revenda da empresa 
RIR S/A 200 unidades de máquinas fotográficas digitais, ao preço unitário de 
R$ 440,00. A vendedora, por essa quantidade adquirida pelo comprador, em vez 
de conceder o tradicional desconto sobre vendas (desconto incondicional ou 
comercial), dá uma bonificação de 10% ao vendedor, entregando ao todo 220 
câmeras digitais. O custo unitário das câmeras para a vendedora é de R$ 360,00. 
Essa bonificação, para o comprador, deve ser entendida como sendo um 
desconto por unidade da mercadoria adquirida, diminuindo o seu custo. Para o 
vendedor, esse desconto representa aumento do CMV. 
Percebam que neste caso a bonificação de 20 unidades está atrelada à 
venda de um lote de 200 unidades, isto é, há vinculação da receita com vendas e 
a baixa do estoque de 220 unidades. 
O preço de venda unitário real, neste caso, foi de R$ 400,00 (R$ 440,00 
x 200 /220). 
Desta forma, e considerando que a entrega da quantidade adicional está 
vinculada ao negócio em si, a classificação contábil da baixa das 20 unidades 
"bonificadas" deve
ser efetuada em conta de CMV, da mesma forma como se 
dará baixa das outras 200 unidades. 
Percebe-se que não se fala em despesas de vendas. É CPV ou CMV 
mesmo, interferindo diretamente na apuração do resultado com mercadorias ou 
do Lucro Bruto. 
Contabilização: 
1) Pela venda 
D – Caixa/Bancos/Clientes 
C – Vendas Brutas R$ 88.000,00 
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2) Pela baixa do estoque 
D – CMV/CPV 
C – Estoque de Mercadorias R$ 79.200,00 
 
No comprador, teremos o seguinte lançamento: 
D – Mercadorias – Estoque 
C – Caixa/Bancos/Fornecedores R$ 88.000,00 
O Custo Unitário será de R$ 400,00 (R$ 88.000,00 / 220 u) 
 
Se no caso do exemplo anterior, ao invés de haver a bonificação, as 20 
unidades adicionais da mercadoria tivessem sido distribuídas como amostra, sem 
vinculação com a venda ou sem realização direta de receita vinculada a cada 
unidade entregue, aí o custo dessas unidades deveria ser classificado como conta 
de resultado em outras despesas operacionais – despesas com vendas. 
D – Despesas com Vendas R$ 7.200,00 
C – Estoque de Mercadorias R$ 7.200,00 
 
Atenção! 
Em nosso exemplo desconsideramos a incidência tributária. Caso as 
mercadorias estejam sujeitas a tributos (ICMS, por exemplo), este deve ser 
considerado inclusive na distribuição de amostras! 
 
 
 
7 – CARTÕES DE CRÉDITO - COMPRAS E VENDAS 
 
Devem ser lançadas como vendas a prazo as realizadas por meio de 
cartões de crédito, visto que as administradoras de cartões de crédito efetuam o 
pagamento, geralmente, algum tempo após as autorizações de pagamento por 
parte do comerciante. 
 
A receita das administradoras de cartões de crédito provém da cobrança 
de uma taxa sobre o valor do crédito autorizado (venda) – as chamadas taxas de 
administração do cartão de crédito (vejam que nós, os mortais, também pagamos 
anuidade, ou não, para ter o desgraçado do cartão de crédito e nos incomodamos 
muito com isso, principalmente quando queremos cancelar o danado do cartão. 
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É um tal de 0800 pra cá, outro pra lá, trezentos atendentes e ninguém resolve 
nada!). 
 
Exemplo 
 
A empresa IN LOCO S/A, no dia 10/10/2005, realizou a venda de um 
refrigerador pelo valor de R$ 1.300,00. O cliente, o Sr. Jacinto Adoralino Bolso, 
paga sua compra com cartão de crédito da Administradora “SYNO 
INTERNACIONAL”. Esta operadora cobra do vendedor a taxa de 5%. Em 
05/11/2005, ocorre a liquidação do crédito com a empresa vendedora, por meio 
de depósito bancário. ICMS a alíquota de 20%. 
 
CONTABILIZAÇÃO: 
 
1 - Pela venda da mercadoria: 
 
D – Créditos com Administradoras de cartão (AC) R$ 1.235,00 
D - Despesas com Vendas (Conta de Resultado) R$ 65,00 
C - Receita de Vendas (Conta de Resultado) R$ 1.300,00 
 
É interessante observar que esse lançamento poderia ter sido realizado da 
seguinte forma: 
 
D – Créditos com Administradoras de cartão (AC) R$ 1.300,00 
C - Receita de Vendas (Conta de Resultado) R$ 1.300,00 
 
e 
 
D - Despesas com Vendas (Conta de Resultado) R$ 65,00 
C - Créditos com Administradoras de cartão (AC) R$ 65,00 
 
2 – Pelo ICMS incidente sobre vendas: 
 
D - ICMS sobre Vendas (Conta de Resultado) 
C - ICMS a Recolher (PC) R$ 260,00 
 
3 – Por ocasião do efetivo recebimento da administradora: 
 
D - Banco Conta Movimento (AC) 
C - Créditos com Administradoras de cartão (AC) R$ 1.235,00 
 
Salientamos que o reconhecimento da despesa com a taxa cobrada pela 
administradora deve ser pelo regime de competência, ou seja, no mês ou ano em 
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que a venda é realizada e não apenas quando do recebimento do valor da venda 
(pagamento da administradora). 
 
Outro aspecto interessante a ser destacado é que a conta debitada pela 
venda será sempre a administradora do cartão de crédito e nunca o cliente, pois a 
administradora, por força de contrato, assume a responsabilidade para efetuar o 
pagamento ao vendedor e usa de todos os meios possíveis para cobrar do Sr. 
Jacinto Adoralino Bolso pelo crédito aberto. Assim, se o comprador não pagar a 
fatura do cartão de crédito, a empresa vendedora já recebeu e está livre de 
qualquer ônus decorrente dessa inadimplência do comprador perante a 
operadora do cartão de crédito. 
 o caso. 
Para o comprador, o lançamento da compra de mercadorias com cartão 
de crédito é bastante simples: 
 
D – mercadorias – compras 
C – Cartão de crédito – faturas a pagar R$ 1.300,00 
 
 
 
 
 
8 - COMPRAS COM CHEQUES PRÉ-DATADOS 
 
 
O cheque é, por definição, uma ordem de pagamento à vista. Todavia, é 
largamente adotada no comércio a prática de realizar compras e vendas 
mediante cheque pré-datado, ou seja, sob o compromisso de somente ser 
apresentado ao banco sacado em determinada data posterior. 
 
Embora inexista previsão legal para o cheque pré-datado e, ainda, 
levando-se em conta opiniões no sentido de que ele não deve ser objeto de 
lançamento contábil (por ser figura estranha ao ordenamento jurídico), 
entendemos ser viável e necessário o registro desse tipo de operação, como 
forma de melhor demonstrar a situação patrimonial da empresa. 
 
Dessa forma, na hipótese de realização de compras por meio de cheques 
pré-datados, sugere-se os seguintes lançamentos contábeis: 
 
 
Pelo registro da compra efetuada: 
 
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D - Estoque ou Ativo Imobilizado (AC/AP) 
C - Fornecedores (PC) 
 
Pelo pagamento ao fornecedor, com cheque pré-datado: 
 
a) se houver fundos suficientes no banco sacado: 
 
D - Fornecedores (PC) 
C - Bancos conta movimento (AC) 
 
b) se não houver fundos suficientes no banco sacado: 
 
D - Fornecedores (PC) 
C - Cheques a Pagar (PC) 
 
c) quando for providenciado fundo suficiente para a cobertura do 
cheque: 
 
D - Cheques a Pagar (PC) 
C - Bancos conta movimento (AC) 
 
 
 
 
 
9 - AQUISIÇÃO DE SEMOVENTES 
 
Segundo o Professor Antônio Lopes de Sá, por meio de seu Dicionário 
de Contabilidade, “SEMOVENTES – Título de conta que se destina ao registro 
dos animais adquiridos para prestar serviços à empresa ou para produzir 
renda. Conta que pertence ao grupo do imobilizado.” 
Desta forma, classificam-se como semoventes os animais que a empresa 
adquira com a finalidade de prestar-lhe algum tipo de serviço (por exemplo: 
animais de tração destinados à produção). 
Nesta acepção, os semoventes devem ser registrados no Ativo 
Permanente (subgrupo Imobilizado ou Investimento, conforme o caso) estando 
sujeitos a todos os tratamentos contábeis atinentes àqueles bens, inclusive aos 
processos de depreciação a partir do momento em que passem efetivamente a ser 
utilizados. 
Assim, se determinada empresa adquirir um animal para prestar-lhes 
algum serviço, o registro contábil merece a seguinte grafia: 
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D - Semoventes (AP) 
C - Caixa ou Bancos Conta Movimento (AC) 
 
 
 
10 - Doações recebidas em mercadorias para revenda 
Não se trata de operação comum, mas é possível que determinada 
empresa receba em doação mercadorias destinadas à revenda. 
Salientamos que não importa a origem das mercadorias existentes para 
revenda (compra, doação, produção própria), pois o montante destas estará à 
disposição para venda e devem ser classificadas em estoque de mercadorias. 
No
que concerne aos registros contábeis, podem surgir as seguintes 
situações: 
1 – Compra de mercadorias: 
D – Estoque 
C – Caixa/Bancos/Fornecedores 
2 – Mercadorias produzidas: 
D – Estoque 
C – Produtos em elaboração 
3 – Mercadorias recebidas em doação: 
D – Estoque 
C – Mercadorias Recebidas em Doação (Resultado) 
Percebam que no caso de mercadorias recebidas em doação, consoante o 
princípio da competência, ocorre uma receita. 
Por qual valor deve ser mensurada esta receita (mercadorias)? 
As mercadorias recebidas em doação devem ser registradas pelo valor de 
mercado, isto é, o valor pelo qual possam ser adquiridas em uma transação 
normal. 
 
 
11 - ADIANTAMENTOS PARA FUTURO AUMENTO DE 
CAPITAL SOCIAL 
 
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Os recursos oriundos de sócios ou acionistas para futuro aumento de 
Capital Social podem ter duas destinações contábeis conforme exista a 
possibilidade de devolução ao investidor ou não dos recursos por eles 
repassados à empresa. 
A Lei das Sociedades Anônimas não traz uma posição em relação a esta 
hipótese. Entretanto, a legislação fiscal, por meio dos Pareceres Normativos 
CST nº 23, de 26.06.81, e CST nº 28, de 21.12.84, que, em síntese, estabelecem 
o seguinte: 
Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de 
capital, qualquer que seja a forma pela qual os recursos tenham sido 
recebidos, mesmo que sob a condição para utilização exclusiva em 
aumento de capital, esses ingressos deverão ser mantidos fora do 
patrimônio líquido, por serem esses adiantamentos considerados 
obrigação para com terceiros, podendo ser exigidos pelos titulares 
enquanto o aumento de capital não se concretizar. 
O patrimônio líquido fica definitivamente aumentado quando, após a 
subscrição, ocorrer o recebimento de cada parcela de integralização. 
Destarte, em face da legislação fiscal, a classificação dos adiantamentos 
para futuro aumento de capital deve ser registrada como exigibilidades (PC ou 
PELP). 
D – Caixa/Bancos 
C – Sócios ou Acionistas (adiantamento para futuro aumento de capital) 
 
Entretanto, quando os adiantamentos recebidos são amparados por 
cláusula de absoluta permanência na sociedade, isto é, não existe a possibilidade 
de devolução, eles não devem figurar como exigível. Também não devem 
figurar como Resultados de Exercícios Futuros, pois o aumento de capital com 
origem de recursos externos não se caracteriza como operação de resultado. 
Neste caso, resta-nos a opção de classificar esse adiantamento para futuro 
aumento de capital como parte integrante do patrimônio líquido. 
Desta forma, somente devem figurar em grupo do Patrimônio Líquido os 
adiantamentos sobre os quais não se tenha nenhuma dúvida quanto a sua 
permanência na empresa. Caso haja dúvidas neste aspecto, isto é, se existir a 
possibilidade de devolução dos valores, estes devem ser registrados no Passivo 
Exigível. 
Ressalte-se que a intenção de permanência deve ser formalizada por 
documentos irrevogáveis. 
Desta forma, podemos estabelecer, conclusivamente, o seguinte critério: 
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1 – Se os adiantamentos para aumento de capital possuírem destinação 
única para incorporação ao capital social, a classificação há de ser em conta 
distinta, no grupo patrimônio líquido; 
2 – Havendo dúvidas de que os adiantamentos irão se incorporar ao 
capital, a sua classificação há de ser em contas do passivo exigível (PC ou 
PELP). 
 
Exemplos: 
 
1 – A empresa BONSLUCROS S/A recebeu de seus acionistas a quantia 
de R$ 180.000,00, com o fim específico de aumento de Capital Social, 
formalizado por meio de contrato com cláusula de irrevogabilidade: 
 
Registros contábeis: 
a) Pelo recebimento dos recursos: 
D – Bancos Cta. Movimento (AC) 
C - Adiantamentos para Aumento de Capital (PL) R$ 180.000,00 
b) Pelo efetivo aumento do capital social: 
D - Adiantamentos para Aumento de Capital (PL) 
C - Capital Social (PL) R$ 180.000,00 
 
2 – A empresa BOASNOVAS Ltda., em período de crise de liquidez, 
recebeu de seus sócios a quantia de R$ 120.000,00 que poderiam, eventualmente 
ser utilizados para um futuro aumento de Capital Social. 
Registros contábeis: 
a) Pelo recebimento dos recursos: 
D – Bancos Cta. Movimento (AC) 
C - Adiantamentos para Aumento de Capital (PC ou PELP) R$ 120.000,00 
b) Pelo efetivo aumento do capital social: 
D - Adiantamentos para Aumento de Capital (PC ou PELP) 
C - Capital Social (PL) R$ 120.000,00 
c) Pela devolução aos sócios: 
D - Adiantamentos para Aumento de Capital (PC ou PELP) 
C – Caixa/Bancos (AC) R$ 120.000,00 
 
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Chamamos a atenção que pode haver a Reserva para aumento de Capital, 
que pode ser uma reserva estatutária se decorrente de previsão no estatuto. 
Porém é sempre uma reserva de lucros e sempre fará parte do PL. 
Neste sentido, vejamos a seguinte questão: 
 
A Cia. Eira & Eira foi constituída com capital de R$ 750.000,00, por três sócios, 
que integralizaram suas ações como segue: 
Adão Macieira R$ 300.000,00 
Bené Pereira R$ 150.000,00 
Carlos Parreira R$ 300.000,00 
Após determinado período, a empresa verificou que nas suas operações normais 
lograra obter lucros de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram 
distribuídos e pagos aos sócios. Os restantes R$ 450.000,00 foram reinvestidos 
na empresa na conta Reserva para Aumento de Capital, nada mais havendo 
em seu Patrimônio Líquido. 
Sabendo-se que esta empresa não tem resultados de exercícios futuros e que suas 
dívidas representam 20% dos recursos aplicados atualmente no patrimônio, 
podemos afirmar que o valor total de seus ativos é de 
a) R$ 1.200.000,00 
b) R$ 750.000,00 
c) R$ 600.000,00 
d) R$ 1.350.000,00 
e) R$ 1.500.000,00 
 
Resolução: 
O Patrimônio Líquido da empresa é de R$ 1.200.000,00 (R$ 750.000,00 de Capital Social e 
R$ 450.000,00 de Reserva de Lucros). 
Como as dívidas representam 20% do capital aplicado no patrimônio da empresa, podemos 
dizer que o passivo representa 20% do Ativo. Assim: 
A – 0,2 A = PL 
A – 0,2 A = R$ 1.200.000,00 
0,8 A = R$ 1.200.000,00 
A = R$ 1.200.000,00 / 0,8 
A = R$ 1.500.000,00 
Resposta letra “e”. 
 
 
Assim, chegamos ao final de nossa primeira aula de Contabilidade Geral, 
tópicos avançados. Sabemos que exploramos pontos pouco cobrados em 
concursos, mas eles foram necessários à medida que a Esaf costuma cobrar 
coisas diferentes em suas provas. Nas aulas seguintes nos aprofundaremos nos 
tópicos normais de contabilidade e traremos mais algumas novidades. 
Também queremos deixar claro que se o bendito edital sair (o que 
esperamos seja em breve) e se nele constar algum assunto diferente, ele será 
tratado neste espaço. Acreditamos que pode ser cobrado alguma coisa com 
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relação a demonstração do fluxo de caixa. Mas isto é apenas um palpite, logo 
não é interessante que vocês saiam estudando esse assunto, visto que neste 
momento devemos concentrar a nossa atenção àquilo que está praticamente 
certo. O resto é esperar o Edital! 
 
A seguir apresentamos algumas questões diversas com os respectivos 
gabaritos oficiais, do tipo certo ou errado para que vocês exercitem. As referidas 
questões não possuem relação direta com a aula apresentada, mas como o curso 
é avançado, presume-se que sejam conhecedores da matéria. Ademais, os 
exercícios servirão de base para discussão dos temas mais relevantes nas aulas 
seguintes. 
Além disto, aceitamos
algumas questões, desde que com indicação da 
fonte, para, a nosso juízo, incluí-las nas aulas. 
Sugerimos que utilizem as 48 questões apresentadas como se fosse um 
SIMULADO para verificar o vosso conhecimento. 
Bom estudo e bom proveito dos exercícios!!! 
 
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS: 
 
Conta saldo (em R$) 
banco 34.000 
receita antecipada 25.000 
material de consumo 5.500 
receita de vendas 50.000 
devolução de compras 10.000 
energia elétrica a pagar 500 
despesa com energia elétrica 700 
despesa com salários 5.000 
despesa com seguros 680 
despesa com aluguel 1.800 
despesa antecipada com assinatura de revistas 580 
prédios 25.000 
veículos 16.000 
depreciação acumulada 8.000 
capital social 48.000 
fretes sobre compras 900 
estoque inicial 30.000 
despesas financeiras 900 
aquisição de mercadorias 50.000 
estoque final 60.000 
seguro sobre compras 500 
duplicatas a receber 5.000 
fornecedores 10.000 
provisão para contingências 1.900 
provisão para devedores duvidosos 890 
deduções de receitas 200 
receitas financeiras 1.900 
deduções sobre vendas 1.000 
reservas 5.000 
despesas com material de consumo 600 
despesas com depreciação 450 
 
Com relação ao balancete apresentado acima, julgue os itens seguintes, 
considerando o que preconiza a Lei das Sociedades por Ações (Lei n.º 
6.404/1976). 
 
01 - O valor apurado do custo da mercadoria vendida é de R$ 11.400,00. 
 
02 - O valor do lucro acumulado, antes da apuração do resultado do período, é 
igual a R$ 17.620,00. 
 
03 - O passivo circulante é de R$ 35.500,00. 
 
04 - O ativo circulante é igual a R$ 105.080,00. 
 
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05 - O valor do lucro acumulado após a elaboração da demonstração do 
resultado do exercício é de R$ 29.170,00. 
 
06 - O valor do passivo realizável em longo prazo é R$ 1.900,00. 
 
07 - A receita líquida de vendas corresponde a R$ 48.800,00. 
 
08 - O valor do ativo permanente imobilizado é maior que o valor do ativo 
permanente investimentos. 
 
09 - Caso a empresa receba o valor registrado como provisão para devedores 
duvidosos, o valor do ativo circulante sofrerá acréscimo, fato esse que não 
influenciará a demonstração do resultado do exercício. 
 
10 - Uma redução na conta de despesa antecipada provocará uma redução no 
passivo circulante, uma vez que essa despesa é uma obrigação da empresa. 
 
Acerca das peculiaridades das contas contábeis e seus registros e da 
influência dos princípios contábeis, julgue os itens a seguir. 
 
11 - Ao se constituir a provisão para imposto de renda, deve haver, nas contas 
contábeis, um decréscimo no resultado e um acréscimo no passivo. 
 
12- O registro do ativo deve ser efetuado segundo o regime de competência e o 
princípio da prudência. 
 
13- Ao se registrar o estoque final com valor superavaliado, o valor do custo da 
mercadoria vendida será subavaliado no período subseqüente. 
 
14- Ao se considerar o estorno do registro da reserva de reavaliação, o valor do 
ativo permanente será reduzido. 
 
15- O passivo a descoberto configura a existência de patrimônio líquido 
negativo. 
 
16 - Ao utilizar plano de contas, a empresa, compulsoriamente, adota uma 
estrutura de contas que só poderá ser substituída em caso de mudança da 
Lei n.º 6.404/1976. 
 
Com base nas disposições da Lei n.º 6.404/1976 — Lei das Sociedades por 
Ações —, julgue os itens a seguir. 
 
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17 - A legislação societária estabelece que os titulares de ações ordinárias têm 
direito a um dividendo mínimo obrigatório de 25% do lucro líquido 
ajustado. 
 
18 - Sociedade controladora é a que detém, diretamente ou por meio de outras 
controladas, direitos de sócio que lhe assegurem, permanentemente, a 
condição de predominância nas assembléias e a prerrogativa de escolher a 
maioria dos administradores. 
 
Com base na legislação societária e nos princípios fundamentais de 
contabilidade, julgue os itens subseqüentes, relativos às sociedades 
comerciais em geral. 
 
19 - Os estoques de mercadorias destinadas à venda são avaliados ao custo de 
aquisição, de acordo com o critério de custeamento das respectivas baixas, 
ou pelo valor de mercado, se este for menor. 
 
20 - O custo das mercadorias vendidas pode ser calculado pelos sistemas do 
inventário periódico e do inventário permanente. No primeiro caso, as 
existências físicas devem ser ajustadas ao saldo contábil; no segundo, 
ajusta-se o saldo contábil às existências físicas. 
 
De acordo com a legislação societária e a CVM, julgue o item a seguir. 
 
21 - Enquanto a Lei das Sociedades por Ações restringe a obrigatoriedade de 
consolidação das demonstrações financeiras às companhias abertas que 
tiverem mais de 30% de seu patrimônio líquido representado por 
investimentos em controladas, a CVM eliminou esse percentual, aplicando-
se a consolidação independentemente da representatividade desses 
investimentos em relação ao patrimônio líquido da controladora. 
 
Com base nos critérios contábeis aplicáveis aos investimentos societários, 
julgue o item seguinte. 
 
22 - Os dividendos recebidos de participações societárias avaliadas com base na 
equivalência patrimonial são registrados como redução do valor dos 
respectivos investimentos, no ativo da sociedade investidora. 
 
Quanto aos critérios para destinação do resultado, julgue o item 
subseqüente. 
 
23 - Para evitar as distorções resultantes da contabilização dos juros sobre o 
capital próprio como despesa financeira, a CVM determina que as 
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companhias abertas efetuem a reversão de seu valor para efeito de 
apuração do resultado líquido do exercício. 
 
Com base na sistemática contábil do imposto de renda das pessoas 
jurídicas, julgue o item a seguir. 
 
24 - O imposto de renda devido, por depender da existência de lucro contábil, 
constitui uma apropriação do resultado, e se limita à parcela remanescente 
do lucro líquido, depois de deduzidas as demais despesas. 
 
Com relação à sistemática contábil do imposto de renda na fonte, julgue o 
item abaixo. 
 
25 - Na contabilização do imposto de renda incidente na fonte sobre 
rendimentos auferidos pela pessoa jurídica, compensável na declaração, o 
lançamento no beneficiário desses rendimentos deve ser registrado da 
forma seguinte. 
D: Disponível (caixa/bancos) 
D: Imposto de Renda a Compensar 
C: Receita de (...). 
 
Com base na sistemática adotada para a contabilização do ICMS, julgue o 
item a seguir. 
 
26 - Considere a situação de uma empresa, em que determinada mercadoria 
sujeita à alíquota de ICMS de 15% estava cotada a R$ 1.000. A empresa 
adquirente conseguiu um desconto comercial de 10%. O lançamento na 
empresa adquirente foi feito da seguinte forma. 
D – mercadorias 850 
D – ICMS a recuperar 150 
C – caixa (ou bancos) 900 
C – descontos obtidos 100 
 
Com base na legislação da COFINS, julgue o item a seguir. 
 
27 - A base de cálculo da COFINS não-cumulativa tem como fato gerador o 
total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, inclusive as não-
operacionais decorrentes de venda do ativo permanente, deduzidas as 
vendas canceladas e os descontos financeiros concedidos. 
 
Considerando os sistemas de custo e os critérios de avaliação da produção 
e dos estoques, julgue
o item seguinte. 
 
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28 - No método de custeio direto ou variável, somente são considerados na 
avaliação dos estoques em processo e acabados os custos variáveis, o que 
permite uma melhor análise do desempenho da empresa, apesar das 
restrições impostas pela legislação tributária. 
 
Considerando aspectos concernentes à Lei das Sociedades por Ações e 
legislação correlata, julgue os itens seguintes. 
 
29 - Para os efeitos da legislação aplicável às sociedades por ações, a 
companhia é fechada quando os valores mobiliários de sua emissão 
estejam admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. 
 
30 - Havendo a propriedade de ações nominativas, deve haver a inscrição do 
nome do acionista no livro de registro de ações nominativas e a emissão de 
extrato pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária 
das ações. 
 
31 - A companhia aberta somente pode criar partes beneficiárias para alienação 
onerosa ou para atribuição gratuita a sociedades ou fundações beneficentes 
de seus empregados. 
 
32 - As partes beneficiárias podem ser alienadas pela companhia, nas condições 
determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral. 
 
33 - A amortização de debêntures da mesma série que possuam vencimentos 
anuais distintos, assim como o resgate parcial, deve ser feita mediante 
sorteio ou por compra em bolsa, no caso de as debêntures estarem cotadas 
por preço inferior ao valor nominal. 
 
34 - É proibido que a companhia adquira debêntures de sua emissão, mesmo 
que por valor igual ou inferior ao nominal. 
 
35 - Considere que certa empresa registrou R$ 50.000,00 na reserva de lucros a 
realizar. No exercício subseqüente, ocorreu a realização do lucro, que não 
foi absorvido por prejuízos. Nesse caso, os R$ 50.000,00 devem ser 
acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 
 
36 - Apesar da extinção da correção monetária de balanços, a companhia de 
economia mista, quando autorizada pelo ministério a que estiver vinculada, 
pode limitar a correção monetária do ativo permanente ao montante 
necessário para compensar a correção das contas do patrimônio líquido. 
 
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37 - Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do direito de 
retirada deve ser contado a partir da efetivação da operação, enquanto o 
pagamento do preço de reembolso somente será devido após a publicação 
da ata que aprovar o protocolo ou a justificação. 
 
Acerca da contabilidade de custos e do controle de estoques, julgue os itens 
a seguir. 
 
38 - A devolução de mercadorias ao fornecedor no valor de R$ 67.000,00 cuja 
aquisição ocorreu a prazo e com desconto comercial de R$ 5.000,00 deve 
ser corretamente registrada como a seguir. 
D duplicatas a pagar R$ 62.000,00 
D desconto obtido R$ 5.000,00 
C mercadorias R$ 67.000,00 
 
39 - Ao registrar o ICMS da aquisição de mercadorias para revenda, a empresa 
deve aumentar seu ativo circulante em duas contas: mercadorias para 
revenda e ICMS a recolher. 
 
40 - Ao efetuar o registro do estoque de mercadorias para revenda pelo valor de 
aquisição, a empresa deve obedecer ao conservadorismo e à prudência. No 
caso de perda dos documentos comprobatórios da aquisição de 
mercadorias, a empresa deve efetuar o registro, após consulta ao mercado, 
sempre pelo maior valor, para não reduzir o seu ativo. 
 
Julgue os seguintes itens, relativos a normas aplicáveis à fusão, à cisão e 
incorporação de empresas e a destinação/registro de lucros. 
 
41 - Ao se registrar a fusão, há a transferência, com sucessão universal, do 
patrimônio das sociedades incorporadas ou fusionadas para a sociedade 
incorporadora ou constituída. 
 
42 - A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação 
ou incorporação de outra ou em outra deve registrar em seu passivo os 
tributos devidos, até a data da mudança, pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 
43 - A cisão é a transação pela qual uma companhia (cindida) transfere parcelas 
de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, já existentes ou que sejam 
criadas precipuamente para esse fim. A cisão pode ser total, quando houver 
a versão de todo o patrimônio da sociedade cindida (que se extinguirá), ou 
parcial, quando apenas parte do patrimônio é vertido para outras 
sociedades e a personalidade jurídica da companhia cindida subsiste. 
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44 - Na empresa resultante após a cisão, serão efetuados os registros de bens, 
direitos e obrigações transferidos da cindida e o registro do capital social 
integralizado com o patrimônio líquido transferido da cindida. 
 
45 - Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais ou sucursais, 
controladas ou coligadas, serão adicionados ao lucro líquido, para a 
determinação do lucro real correspondente ao balanço levantado no dia 31 
de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido disponibilizados para 
a pessoa jurídica domiciliada no Brasil. 
 
Quanto à elaboração e divulgação do fluxo de caixa e à demonstração de 
origens e aplicação de recursos (DOAR), julgue os itens subseqüentes. 
 
46 - Enquanto o fluxo de caixa apresenta a variação do capital circulante 
líquido, a DOAR apresenta a movimentação econômica do período. 
 
47 - Ao se registrar o pagamento de dividendos apropriados, há uma redução do 
passivo circulante que não é representada na DOAR, mas, sim, na 
demonstração dos fluxos de caixa. 
 
48 - O registro de prováveis perdas de estoque não afetará o demonstrativo do 
fluxo de caixa porque não caracteriza desembolso. Por outro lado, esse fato 
afetará a DOAR porque se trata de item econômico que afeta o ativo 
circulante. 
 
 
 
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GABARITO 
01 – C 02 – C 03 – E 04 – E 05 – E 06 – E 
07 – C 08 – C 09 – E 10 – E 11 – C 12 – C 
13 – E 14 – C 15 – C 16 – E 17 – E 18 – C 
19 – C 20 – C 21 – E 22 – C 23 – C 24 – E 
25 – E 26 – E 27 – E 28 – C 29 – E 30 – C 
31 – E 32 – C 33 – E 34 – E 35 – C 36 – E 
37 – E 38 – E 39 – E 40 – E 41 – C 42 – C 
43 – C 44 – C 45 – C 46 – E 47 – C 48 – C 
 
 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1
AULA 02 
 
FLUXO DOS CAIXAS 
Esta aula consta no item 14 do Edital para AFRFB e acreditamos que pelo 
menos 1 questão sobre o assunto será cobrada na prova. 
1. INTRODUÇÃO 
A Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976 (Lei 6.404/76) estabelece, no art. 176, 
que as demonstrações contábeis obrigatórias são: balanço patrimonial; demonstração 
dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; e 
demonstração das origens e aplicações de recursos. No § 4º do mesmo dispositivo nos 
é informado que as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e 
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
Percebe-se que a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) não é obrigatória, 
mas encontra amparo no § 4º do art. 176 da Lei 6.404/76, quando ela estabelece que 
as demonstrações são complementadas por outros quadros ou demonstrações 
contábeis necessários para o esclarecimento da situação patrimonial. De fato, a DFC 
complementa e esclarece a situação patrimonial no concernente
ao aspecto financeiro 
do patrimônio, servindo de apoio ao processo decisório na gestão empresarial. 
Em que pese não haver disposição expressa na lei societária sobre a DFC, a nova 
lei de falências, Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, no art. 105, inciso I, alínea 
“d”, dispõe que: 
Art. 105 - O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender 
aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo 
sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da 
atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: 
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais 
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com 
estrita observância da legislação societária aplicável e compostas 
obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório do fluxo de caixa; 
Além desse dispositivo legal, a CVM, por meio do OFÍCIO-
CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, de 25 de fevereiro de 2005, orientando os 
Diretores de Relações com Investidores e Auditores Independentes sobre a elaboração 
de Informações Contábeis pelas Companhias Abertas, estabeleceu no item 4 as 
seguintes recomendações acerca da Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC): 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2
4. Demonstração dos Fluxos de Caixa 
4.1 Evolução da Demonstração de Fluxos de Caixa 
As origens da atual demonstração de fluxos de caixa estão nas demonstrações 
preparadas décadas atrás pelas companhias que apresentavam as fontes e 
aplicações de fundos obtidos em essência dos aumentos e diminuições dos 
itens do balanço patrimonial. A diferença entre esses itens foi chamada de 
posição financeira, denominação que permanece até hoje em vários países. 
Esse formato evoluiu de uma informação suplementar e voluntária para uma 
demonstração obrigatória ainda sob o conceito da posição financeira como a 
variação do capital circulante, ou capital de giro líquido. 
Na forma prevista pelo artigo 188 da Lei nº 6.404/76, a Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – tem como objetivo indicar as 
modificações na posição financeira da companhia, ou seja, as variações de 
itens dos ativos e passivos organizados de forma tal que demonstre a 
variação no capital circulante líquido do período. No texto desse artigo, essa 
demonstração deve discriminar: 
I – as origens dos recursos, agrupadas em: 
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e 
ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; 
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital; 
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passível exigível a longo 
prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de 
investimentos e direitos do ativo imobilizado; 
II – as aplicações de recursos, agrupadas em: 
a) dividendos distribuídos; 
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; 
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo 
diferido; 
d) redução do passivo exigível a longo prazo; 
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às 
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido; 
IV – os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o 
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o 
exercício. 
A elaboração da demonstração de origens e aplicações de recursos evoluiu ao 
longo do tempo e os seguintes pontos foram adotados na pratica contábil: (i) 
quando os recursos das operações da empresa apresentarem-se negativos, 
eles devem ser demonstrados como uma aplicação de recursos e não como 
uma redução na origem de recursos, (ii) os empréstimos dedicados ao 
financiamento do imobilizado podem ser apresentados como origens e 
aplicações, respectivamente, (iii) a reavaliação deve ser excluída das 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3
demonstrações das origens e aplicações por não representar fluxo de 
recursos. 
O conceito de "fundos" e "posição financeira" originário das primeiras 
demonstrações, foi então estreitado para uma definição de caixa ou 
equivalente de caixa, conforme estabelecido no pronunciamento americano 
SFAS 95 e no pronunciamento internacional IAS 7, ambos com o título de 
Statement of Cash Flow. A DOAR está, portanto, baseada nos conceitos de 
capital circulante líquido e no regime de competência, o que significa 
apresentar a disponibilidade dentro do chamado ciclo financeiro da empresa e 
na geração de recursos operacionais a partir do resultado elaborado segundo 
o regime de competência. A demonstração dos fluxos de caixa, por outro 
lado, baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, demonstrado segundo 
o regime de caixa. 
4.2 A Demonstração dos Fluxos de Caixa segundo a norma internacional IAS 
7 
A seguir estão resumidos e comentados os principais pontos da norma sobre a 
demonstração de fluxo de caixa no IAS 7: 
Objetivos 
A informação dos fluxos de caixa fornece uma base para avaliação da 
capacidade de geração e utilização desses fluxos de forma estruturada por 
natureza de atividades. Os usuários da empresa estão interessados em saber 
como a empresa gera caixa e equivalentes de caixa, e este interesse 
independe da natureza da empresa. 
Estrutura 
Os seguintes tópicos principais devem ser usados em todos os fluxos de 
caixa: (i) atividades operacionais, (ii) de investimento e (iii) de financiamento. 
Essa classificação permite avaliar o efeito das atividades sobre o montante de 
caixa e equivalentes de caixa. 
Conceitos 
Caixa e equivalentes de caixa: o caixa compreende numerário em mãos e 
depósitos bancários disponíveis; Equivalentes de caixa são investimentos de 
curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valores de 
caixa e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor. 
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da 
entidade, além de outras atividades diferentes das de investimento e 
financiamento; Esses fluxos são basicamente derivados de transações 
geradoras de receita da entidade e, portanto, geralmente resultam das 
transações e outros eventos que entram na apuração do resultado. Exemplos 
são os recebimentos em dinheiro pela venda de bens e serviços e o 
pagamento em dinheiro a fornecedores, a empregados, a seguradores por 
prêmios e de impostos. 
Atividades de investimento: são aquisição e venda de ativos de longo prazo e 
outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas 
futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4
Exemplos são os desembolsos para aquisição de ativo imobilizado, intangível 
e outros ativos de longo prazo, recebimentos pela venda de ativo imobilizado, 
aquisição ou venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades. 
Atividades de financiamento: são atividades que resultam em mudanças no 
tamanho e na composição do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da 
entidade, que representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa 
pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos são o numerário 
proveniente da emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a 
investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário
proveniente da emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e 
longo prazo, amortização de empréstimos e, pagamento de arrendamento 
(lease). 
Métodos para apresentação 
A entidade pode usar o método direto ou indireto para reportar o fluxo de 
caixa das atividades operacionais, sendo encorajado o método direto. No 
método direto as principais classes de recebimentos e desembolsos são 
divulgados e, no método indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades 
operacionais é determinado ajustando-se o resultado (lucro ou prejuízo): (i) 
pelos efeitos das transações que não afetam o caixa, como depreciação, 
diferimentos e provisões, lucros ou prejuízos cambiais não realizados, lucros 
não distribuídos de investidas e interesses minoritários, (ii) variações 
ocorridas no período nos estoques e nas contas a receber e a pagar e, (iii) 
todos os outros itens de receita e despesa relativos a fluxos de caixa de 
atividades de investimento e financiamento, (iii) todos os outros itens de 
receita e despesa relativos a fluxos de caixa de atividades de investimento e 
financiamento. 
Aspectos de classificação e divulgação 
a) A entidade deve destacar as principais classes de recebimento e 
pagamentos decorrentes das atividades de investimento e financiamento pelo 
valor bruto; 
b) Os fluxos de caixa de transações em moeda estrangeira devem ser 
registrados na moeda em que estão expressas as demonstrações contábeis da 
entidade, convertendo-se o montante em moeda estrangeira à taxa cambial 
na data do fluxo de caixa; 
c) Quando um contrato é contabilizado como proteção (hedge) de uma 
posição identificável, os fluxos de caixa do contrato são classificados do 
mesmo modo como os fluxos de caixa da posição que está sendo protegida. 
d) os fluxos de caixa referentes a itens extraordinários devem ser 
classificados como resultantes de atividades operacionais, de investimento ou 
de financiamento, conforme o caso, e separadamente divulgados; 
e) os fluxos de caixa referentes aos juros, dividendos e impostos de renda 
devem ser divulgados separadamente e de maneira uniforme no grupo em 
que melhor represente a essência da transação; o pronunciamento IAS 7 não 
especifica como devem ser classificados estes fluxos de caixa, e requer da 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5
empresa que estabeleça a sua política contábil para esses itens da forma mais 
adequada; 
A diferença de tratamento dos juros e dividendos entre os pronunciamento 
americano FASB Statement 95 e o pronunciamento internacional IAS 7 
A classificação dos juros e dividendos, que no pronunciamento internacional 
IAS 7 permite tratamentos alternativos, recebe uma diretriz específica no 
caso do pronunciamento americano. O pronunciamento IAS 7 permite uma 
empresa não financeira classificar de forma consistente entre os períodos: (a) 
juros (despesas financeiras) e dividendos pagos ou recebidos no tópico 
"operacional" ou (b) juros e dividendos pagos como "financiamento", ou seja, 
custo da obtenção dos recursos financeiros, e juros (receitas financeiras) e 
dividendos recebidos como "investimento", ou seja, retornos sobre 
investimento. O pronunciamento SFAS 95, por outro lado: (i) requer que os 
juros pagos e os juros e dividendos recebidos devem ser classificados como 
fluxo de caixa operacional, (ii) classifica os dividendos pagos como um fluxo 
de caixa de "financiamentos", porque são considerados um custo para obter 
recursos. Acrescente-se que o SFAS 95 determina que a transação deve ser 
classificada na atividade que representar a fonte predominante de fluxos de 
caixa para o item, e esta diferença pode fazer com que a empresa 
potencialmente varie a classificação para um mesmo tipo de transação. 
A premissa subjacente no caso do pronunciamento americano é a 
convergência entre o fluxo de caixa operacional e os itens do resultado. O IAS 
7 requer divulgar, separadamente, os juros pagos e recebidos e os dividendos 
pagos e recebidos e o SFAS 95 permite que os juros e dividendos recebidos 
possam ser divulgados em conjunto. 
Recomenda-se que a empresa brasileira, particularmente aquelas com 
registro em bolsas americanas, estabeleçam e divulguem em nota explicativa 
às demonstrações de fluxos de caixa uma política contábil para esses itens. 
Uma forma de conciliação entre esses pronunciamentos poderia ser a 
demonstração de juros pagos e juros e dividendos recebidos, como item do 
fluxo de caixa operacional e os dividendos pagos como item do fluxo de caixa 
de financiamento, mantendo-se cada um desses itens demonstrado em 
separado. 
Divulgação de notas explicativas às demonstrações de fluxo de caixa 
O IAS 7 e o SFAS 95 requerem divulgações em notas explicativas sobre certos 
tópicos da demonstração de fluxo de caixa: 
tópico SFAS 95 IAS 7 
Componentes caixa e 
equivalentes caixa 
Exige a divulgação dos critérios 
que a empresa utiliza na 
consideração dos investimentos 
classificados como 
equivalentes-caixa. 
Exige a divulgação dos 
componentes que a empresa 
está considerando como caixa 
e equivalentes caixa e deve 
apresentar uma conciliação 
entre os valores em sua 
demonstração dos fluxos de 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 6
caixa com os itens do balanço 
patrimonial . Deve ser 
divulgado o efeito de qualquer 
mudança na política para 
determinar os componentes de 
caixa e equivalentes de caixa 
(IAS 8). 
Juros, dividendos e 
imposto de renda 
Os juros (líquido das quantias 
capitalizadas) e imposto de 
renda pagos devem ser 
evidenciados em destaque 
apenas se for utilizado o 
método indireto; dividendos 
pagos podem ser agrupados 
com outras distribuições aos 
proprietários; e, juros e 
dividendos recebidos podem 
também constituir um único 
subitem. 
Os juros e dividendos, pagos e 
recebidos, e o imposto de 
renda pago devem ser 
mostrados d forma 
individualizada na 
demonstração de fluxo de 
caixa, independentemente de 
se utilizar o método direto ou 
indireto. 
Itens extraordinários Não é necessário nenhum 
procedimento especial para 
evidenciar os fluxos de caixa 
oriundos de itens 
extraordinários. 
Devem ser classificados como 
resultantes de atividades 
operacionais, de investimento 
ou de financiamento, conforme 
o caso, separadamente 
divulgados, a que os originou, 
e evidenciados de acordo com 
o IAS 8. 
Fluxo de caixa por ação Proíbe a divulgação de 
qualquer índice relacionado ao 
fluxo de caixa por ação. 
Não faz referência. 
Atividades de hedging Requer a divulgação dos 
critérios utilizados para 
classificar os hedges de 
transações identificáveis na 
mesma categoria dos itens que 
o originaram. 
Não requer a divulgação dos 
critérios utilizados. 
Saldos indisponíveis de 
caixa 
Não faz referência. Deve divulgar os saldos de 
caixa e equivalentes de caixa 
indisponíveis, juntamente com 
os comentários da 
administração. 
Outras divulgações Não faz referência. Encoraja a divulgação, de: 
. Valor de empréstimos obtidos 
mas não utilizados, 
. Valor dos fluxos de caixa por 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 7
atividade em joint ventures; 
. Valor dos fluxos de caixa 
derivados de aumentos na 
capacidade operacional 
separadamente daqueles 
necessários para manter a 
capacidade operacional; 
. Valor dos fluxos por atividade 
econômica e região geográfica. 
A companhia deve, também, considerar outros itens de esclarecimento para 
os usuários em notas explicativas adicionais como, por
exemplo: (a) a 
divulgação dos juros e encargos pagos no ano, inclusive os capitalizados 
oriundos de ativações em bens em construção; (b) o total do imposto de 
renda e CSSL pagos no ano e, (c) eventuais transações que ou eventos que 
não alteraram o caixa mas são relevantes para informar sobre o fluxo de 
recursos da empresa (e que são expressamente excluídos da demonstração 
do fluxo de caixa pelo IAS 7). Como política contábil a empresa também pode 
determinar que qualquer fluxo de caixa das atividades de investimento e 
financiamento que seja maior que 5% do valor total da atividade envolvida 
seja discriminado em separado. Nesse caso, a empresa julgou que, ao abrir a 
composição desses fluxos de caixa, facilitaria a avaliação do comportamento 
da atividade para o investidor/analista de mercado. 
4.3 Divulgação segundo as normas brasileiras e normas estrangeiras. 
As companhias abertas vêm divulgando a DFC de forma suplementar às suas 
demonstrações contábeis, dando uma conotação de informação de natureza 
voluntária. No entanto, as companhias que divulgarem essa informação no 
exterior são obrigadas a divulgá-la no Brasil para que não ocorra a divulgação 
de informações de forma privilegiada e assimétrica entre os diferentes 
mercados. As companhias devem atentar, também, para que a divulgação da 
Demonstração dos Fluxos de Caixa divulgada no Brasil seja a mesma 
divulgada no exterior, ou seja, tenha o mesmo formato e estrutura, para que 
não haja prejuízo ao entendimento do investidor. 
Recomenda-se que, na situação de transição atual, as demonstrações de 
fluxos de caixa e de origens e aplicações de recursos sejam elaboradas de 
acordo com as normas e práticas dispostas nas quais a companhia escolheu 
para referenciar a elaboração desse tipo de demonstração e que estão 
esclarecidas na nota explicativa sobre as políticas contábeis seguidas. Por 
exemplo: a demonstração de origens e aplicações na legislação societária 
brasileira, a demonstração de fluxos de caixa pelo FAS 95 ou pelo IAS 7. Isso 
não impede que a companhia aperfeiçoe o modelo proposto pela regulação, 
sendo recomendável o esclarecimento adicional sobre as bases da política 
contábil seguida ao estabelecer essas modificações, para que não exista 
prejuízo de entendimento para o usuário/investidor. Como exemplo desses 
aperfeiçoamentos, podemos citar a redução do CCL como origens de recursos 
e o aumento do CCL como aplicação de recursos, na DOAR e a criação de 
categorias ou subitens especiais na demonstração dos fluxos de caixa. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 8
Finalmente, ao fazer modificações sobre a estrutura e conceitos indicados na 
regulação, os administradores, contadores e auditores, devem avaliar se o 
que se deseja acrescentar ou modificar não altera o julgamento do 
analista/investidor e se, alternativamente, deve modificar a estrutura dessa 
demonstração ou constar de nota de rodapé ou ainda de nota explicativa. O 
critério final de uma alteração de forma em uma demonstração deve ser, 
portanto, a sua utilidade ou relevância para o usuário e, para isso, a empresa 
deve referenciar-se tanto na estrutura regulatória, que pretende organizar a 
informação mínima necessária a ser divulgada, quanto nos objetivos dos 
usuários da informação contábil divulgada. 
A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em português usando os 
meios para a divulgação no Brasil, ou seja, divulgados através do site da 
companhia, site da CVM, jornais, por exemplo, deve manter a perfeita 
identidade com o fluxo de caixa divulgado em língua estrangeira segundo 
normas estrangeiras. A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em 
formatos diferentes e em dois mercados distintos, com acréscimos ou 
exclusão das respectivas notas explicativas, por exemplo, não contribui para 
comunicar o desempenho da empresa e traz potencialmente o risco de 
confundir o leitor. 
Em outra situação, a divulgação do mesmo tipo de informação contábil em um 
mercado e a não divulgação em outro mercado configura a divulgação 
assimétrica de informações e representa uma infração em relação ao disposto 
na legislação brasileira. Recomenda-se especial atenção para esse aspecto, 
para que não exista prejuízo ao investidor brasileiro e nem ao investidor 
internacional. 
Assim, a elaboração da DFC possui exigência legal na lei de falências e a 
recomendação de sua elaboração pela CVM, em face da legislação estrangeira ou por 
ato volitivo da empresa. Portanto, analisaremos a DFC nos aspectos apregoados pela 
CVM. 
Por se constituir numa demonstração financeira, adequada às análises de curto 
prazo e à gerência financeira do dia-a-dia, a DFC vem crescendo em nosso meio, pois 
são de grande valia as informações trazidas por este demonstrativo complementar. 
Ademais, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), que é 
um demonstrativo financeiro com grande capacidade informativa e exigida pela lei 
societária, é muito complexa e de difícil compreensão, principalmente, no concernente 
ao conceito abstrato de Capital Circulante Líquido. Com isso, as empresas preferem 
publicar a DFC que, embora com menor capacidade informativa, é de compreensão 
mais fácil por parte dos administradores e do público em geral. Portanto, estamos 
diante da tendência de a DOAR ser substituída, com o passar do tempo, pela DFC. 
 
2. CONCEITO 
Embora o nome dado ao demonstrativo seja Fluxo dos Caixas ou Fluxo de Caixa, 
a sua demonstração se prende a informar, basicamente, de onde vem e para onde 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 9
vão os recursos aplicados em disponibilidades, representados pelo dinheiro em caixa, 
depositado em banco e as aplicações financeiras de liquidez imediata, isto é, envolve 
o conceito de equivalente de caixa. 
Surge, assim, o conceito de equivalentes de caixa que são aquelas aplicações 
financeiras de curtíssimo prazo de liquidez imediata. 
Trata-se de um demonstrativo ou instrumento financeiro e gerencial utilizado 
pelos administradores e investidores como termômetro para aferir a saúde financeira 
da entidade, tanto a atual quanto a projetada. 
Existem, portanto, diversos objetivos e diferentes formas de se elaborar a DFC. 
De modo geral, as finalidades para as quais se elabora esta demonstração são para 
evidenciar o fluxo de caixa realizado e o fluxo de caixa projetado. 
Conforme o próprio nome revela, o principal objetivo do fluxo de caixa realizado 
é demonstrar as movimentações das entradas e as saídas de recursos financeiros, no 
disponível da entidade, realizados num determinado intervalo de tempo considerado. 
A elaboração do fluxo de caixa realizado por diversos períodos sucessivos 
permite a elaboração de análise horizontal ou análise de tendência. Além disso, se 
elaborado criteriosamente, servirá de ponto de partida à elaboração do fluxo de caixa 
projetado. 
É de ressaltar, ainda, que o fluxo de caixa realizado se constitui em ferramenta 
de indiscutível valor de controle do fluxo de caixa projetado, pois por meio dele é 
possível constatar as causas das falhas no planejamento ou na gestão dos recursos 
financeiros quando houver divergências entre os valores projetados e os realizados. 
Desta forma, pelo fluxo de caixa realizado, é possível evidenciar que 
determinada entidade, mesmo apresentando resultados positivos, não possui liquidez 
para saldar seus compromissos assumidos em curto ou em médio prazo, visto que a 
DFC apresenta as alterações sofridas no disponível da sociedade. De forma diversa, a 
DOAR evidencia alterações no Capital Circulante Líquido que, geralmente, não 
representa liquidez, pois traz
no seu bojo todo ativo circulante, incluindo contas como 
duplicatas a receber, estoques, despesas antecipadas etc. 
O fluxo de caixa se constitui numa ferramenta de gerenciamento dos recursos 
financeiros à disposição do administrador, aplicável tanto aos recebimentos quanto 
aos pagamentos. Do ponto de vista do planejamento, o fluxo de caixa projetado está 
ganhado ênfase cada vez maior, ao passo que sob a ótica do controle da execução 
orçamentária o fluxo de caixa realizado ganha relevo. 
Na projeção de orçamento empresarial, onde são previstas as receitas e 
despesas de um determinado período, está presente o fluxo de caixa projetado. Desta 
forma, a principal finalidade do fluxo de caixa projetado é gerencial, com vistas a 
determinar um provável comportamento do fluxo de entradas e saídas de recursos 
financeiros. 
A projeção pode ser a curto ou a longo prazo. Em ambas as hipóteses é possível 
identificar as insuficiências ou os excessos de recursos no período projetado. Portanto, 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 10
subsidia as decisões da administração quanto a necessidade de investimentos 
externos ou na alocação de possíveis excessos. 
 Por meio do fluxo de caixa projetado o administrador pode planejar os seus 
pagamentos e terá em suas mãos a programação financeira de determinado período. 
O planejamento pode envolver as entradas e saídas de recursos financeiros a curtos e 
médios prazos. 
Assim, podemos dizer que a DOAR evidencia as origens e as aplicações de 
recursos que alteram o Capital Circulante Líquido ao passo que a DFC evidencia as 
origens e aplicações de recursos que alteram o disponível. 
Ressalta-se que na DFC são demonstradas tanto as origens quanto as aplicações 
dos recursos financeiros que transitaram pelo disponível de determinada entidade. 
Sempre é bom lembrar que por disponível se entende: Caixa + Bancos + 
Aplicações Financeiras de liquidez imediata ou Investimentos de liquidez imediata. 
 
3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES 
Tomando por base os conceitos contidos nas recomendações da CVM, podemos 
apresentar as seguintes definições: 
Fluxos de caixa: são ingressos e saídas de caixa e equivalentes de caixa. É 
interessante que se abandone o conceito de regime de competência, pois este 
demonstrativo baseia-se, exclusivamente, no conceito de regime de caixa. 
Caixa ou equivalentes de caixa: na movimentação dos recursos financeiros, 
incluem-se não somente saldos de moeda em caixa ou depósitos em conta bancária 
disponível, mas, também, outros tipos de contas que possuem as mesmas 
características de liquidez e de disponibilidade imediata, ou seja, os valores 
prontamente conversíveis em dinheiro, cujo risco de mudança de valor é 
insignificante. Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as aplicações 
financeiras com característica de liquidez imediata. 
Atividades operacionais: compreendem as transações que envolvem a 
consecução do objeto social da Entidade que são as principais atividades geradoras de 
receita da entidade. As receitas e despesas das atividades operacionais aqui 
consideradas possuem conotação diferente da dada às receitas e despesas 
operacionais consideradas na apuração do resultado, entretanto, geralmente, estão 
presentes naquele demonstrativo. Nestas atividades devem ser evidenciadas também 
outras receitas que não se amoldem aos conceitos de atividades de investimento e 
financiamento. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento em dinheiro 
decorrente da venda de bens e serviços, pagamento aos fornecedores por compra de 
materiais, pagamentos aos funcionários, pagamentos a seguradores por prêmios e 
impostos etc. 
Atividades de investimentos: compreendem as transações com os ativos de 
longo prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 11
receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. 
Portanto, caracterizam esta atividade os desembolsos efetuados ou as entradas de 
recursos originadas nas aquisições ou vendas de participações em outras entidades e 
de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto 
social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de 
ativos com o objetivo de revenda. 
Atividades de financiamentos: são as atividades que interferem na 
composição e no valor do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da entidade, que 
representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de 
capital à entidade. Incluem-se nessas atividades a captação de recursos junto aos 
acionistas ou cotistas pela emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a 
investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário proveniente da 
emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e longo prazo, amortização de 
empréstimos e, pagamento de arrendamento. 
É de ressaltar que determinados recebimentos ou pagamentos de caixa podem 
ter características que se enquadrem tanto no fluxo de caixa das atividades 
operacionais, como nas atividades de financiamentos ou nas atividades de 
investimentos. Se for o caso, a classificação apropriada deverá levar em consideração 
qual atividade é predominante na geração do fluxo de caixa. Por exemplo, as 
transações envolvendo imóveis geralmente são consideradas como atividades de 
investimentos. Todavia, se um imóvel é adquirido com o objetivo de revenda, o fluxo 
de caixa gerado por essa transação é considerado como operacional, por possuir a 
característica de estoques, como numa entidade do ramo imobiliário. Adicionalmente, 
outro exemplo é a manutenção de ativos e passivos financeiros sem o objetivo 
primário de auferir ganhos financeiros. 
Informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que 
resultaram em reconhecimento de um ativo ou de um passivo, mas que não 
resultaram em pagamentos ou recebimentos de caixa, devem ser excluídas da 
demonstração dos fluxos de caixa e serem apresentadas em local apropriado nas 
demais demonstrações ou em notas explicativas. Exemplos desse tipo são as 
aquisições de ativos realizadas por meio de empréstimos ou financiamentos e a 
reavaliação, pois não refletem nem aumento nem diminuição de disponibilidades. 
Dessa forma, apenas as transações que afetam o fluxo de caixa devem ser 
apresentadas na demonstração dos fluxos de caixa. 
 
4. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICÁVEIS 
A "Demonstração dos Fluxos de Caixa" refletirá as transações de caixa oriundas: 
a) das atividades operacionais; b) das atividades de investimentos; e c) das 
atividades de financiamentos. Também, deverá ser apresentada uma conciliação entre 
o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais visando 
fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e de outros 
eventos que afetam o resultado. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 12
A função primordial de uma demonstração dos fluxos de caixa é a de propiciar 
informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de 
uma entidade num determinado período ou exercício. As informações contidas numa 
demonstração dos fluxos de caixa, quando utilizadas com os dados e informações 
divulgados nas demonstrações contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a 
avaliar a geração de fluxos de caixa para o pagamento de obrigações e lucros e 
dividendos a seus acionistas ou cotistas, ou a identificar as necessidades de 
financiamento,
as razões para as diferenças entre o resultado e o fluxo de caixa 
líquido originado das atividades operacionais e, finalmente, revelar o efeito das 
transações de investimentos e financiamentos, com a utilização ou não de numerário, 
sobre a posição financeira. 
Desta forma, o principal objetivo da “Demonstração do Fluxo de Caixa” é a mais 
ampla evidenciação da situação financeira da Entidade. Sendo este o principal 
princípio contábil envolvido na DFC, ou seja, a ampla evidenciação. 
A par dos demais princípios contábeis, a DFC fica adstrita ao regime de caixa, 
não lhe sendo aplicável o princípio da competência e os demais princípios 
fundamentais de contabilidade. 
 
5. CONSIDERAÇÕES DE TÉCNICA CONTÁBIL 
A demonstração dos fluxos de caixa para um determinado período ou exercício 
deve apresentar o fluxo de caixa oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de 
investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, 
conciliando seus saldos no início e no final do período ou exercício. 
Entidades sujeitas a órgãos reguladores devem utilizar, se houver, modelos 
estabelecidos pelos respectivos órgãos. 
Na preparação da demonstração dos fluxos de caixa, poderá ser utilizado o 
método direto ou indireto. 
O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por 
seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e 
dos pagamentos. 
Neste método, devem ser apresentados, no mínimo, os seguintes tipos de 
recebimentos e pagamentos relacionados às operações: 
9 Recebimento de clientes decorrentes de vendas de mercadorias, produtos 
ou serviços; 
9 Juros, lucros e dividendos recebidos; 
9 Pagamentos a fornecedores de mercadorias e serviços; 
9 Pagamentos a empregados e remuneração de administradores; 
9 Pagamento de Imposto de Renda; 
9 Outros recebimentos e pagamentos operacionais. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 13
O método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido 
oriundo do Lucro Líquido do Exercício (LLE), ajustado por: 
9 Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos 
fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a 
receber e contas a pagar. 
9 Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos 
fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a 
partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, 
ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: 
depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente etc. 
Tanto pelo método direto quanto pelo método indireto deve-se fazer a 
conciliação do resultado do exercício com o fluxo de caixa líquido das atividades 
operacionais. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas 
atividades operacionais devem ser claramente identificados como itens de conciliação. 
 
EXEMPLOS 
Deve-se classificar como oriundo de atividade operacional o numerário 
recebido de: 
9 Clientes por venda de mercadorias, produtos e serviços; 
9 Subsidiárias, avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, a título 
de lucros ou dividendos; 
9 Reembolsos de fornecedores, companhias de seguro, restituição de 
impostos, etc. 
Deve-se classificar como utilizado na atividade operacional o numerário pago 
a: 
9 Fornecedores por compra de material produtivo (mercadorias, matéria-
prima); 
9 Empregados; 
9 Processos, reembolsos a clientes etc.; 
9 Governos, por impostos e contribuições. 
Deve-se classificar como oriundo de atividades de investimentos o 
numerário recebido por: 
9 Venda de ativos permanentes. 
Deve-se classificar na atividade de investimentos o numerário utilizado na 
aquisição de: 
9 ativo permanente. 
9 Aplicação de recursos no ARLP 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 14
Deve-se classificar como oriundo de atividades de financiamentos o 
numerário recebido por: 
9 Integralização de capital; 
9 Colocação de títulos a longo prazo (debêntures e equivalentes); 
9 Obtenção de empréstimos externos (curto e longo prazos). 
Deve-se classificar na atividade de financiamentos o numerário pago a: 
9 Acionistas ou cotistas por lucros, dividendos, juros sobre o capital próprio 
ou reembolso de capital; 
9 Credores de obrigações por financiamentos (amortização). 
Desta forma, enquanto as disposições legais mantiverem a exigibilidade de 
preparação da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, 
recomenda-se que a DFC seja apresentada como informação complementar, conforme 
apregoado pelo §4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976 e as orientações da CVM. 
 
6. FORMAS DE ELABORAÇÃO 
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A tendência mundial, inclusive a brasileira, é a elaboração deste demonstrativo 
segregando ou classificando as atividades por categorias. 
O Financial Accounting Standards Board – FASB, órgão americano, orientando 
sobre a forma de elaboração do fluxo de caixa naquele país, classifica as atividades 
das empresas em três categorias: atividades operacionais, atividades de 
investimentos e atividades de financiamentos. 
Essa forma de elaboração e apresentação do fluxo de caixa, proposta por aquele 
órgão americano, aumenta a capacidade informativa desta ferramenta gerencial e foi 
referendada, de certa forma, pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – 
IBRACON, por meio do Pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U. 
em 30/04 e pela CVM, por meio OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, de 25 
de fevereiro de 2005. 
6.1.1. Atividade operacionais 
As Atividades Operacionais compreendem as atividades produtivas do 
empreendimento, abarcando, entre outras, as seguintes operações: 
9 valores recebidos de clientes decorrentes de vendas de mercadorias, 
produtos e serviços; 
9 valores pagos a fornecedores de mercadorias e serviços e empregados; 
9 valores pagos de imposto de renda e contribuição social; 
9 pagamentos e recebimentos de contingências; 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 15
9 aquisição de materiais e serviços gerais; 
9 aumento de Resultados de Exercícios Futuros; 
9 devoluções a clientes; 
9 recebimento por reembolso de seguros; 
9 pagamentos de encargos sociais; 
9 recebimento de dividendos e lucros de sociedades por investimentos 
realizados ; 
9 recuperação de impostos recebidos. 
Analisando a DFC, considerando este grupo, é possível perceber qual é a 
atividade que mais contribui para a formação do caixa operacional, bem como é 
possível perceber qual é a atividade operacional que mais absorve recursos 
financeiros. 
6.1.2. Atividades de investimentos 
Nas Atividades de Investimentos são agrupadas as transações que envolvem 
os ativos não circulantes, como por exemplo: 
9 ampliação e reestruturação do ativo permanente; 
9 aquisição de máquinas e equipamentos; 
9 aquisição e venda de participações em outras sociedades; 
9 compra de prédios e instalações; 
9 compra e venda de ativos fixos; 
9 venda de imobilizado. 
6.1.3. Atividades de financiamentos 
Por fim, as Atividades de Financiamentos, que interferem no Patrimônio 
Líquido e outros valores, comportam os recursos obtidos ou alocados nas seguintes 
operações: 
9 aquisição de ações em tesouraria; 
9 integralização de capital 
9 obtenção de empréstimos a curto prazo; 
9 obtenção de empréstimos a longo prazo; 
9 pagamento de empréstimos de curto e longo prazo;
9 pagamento de juros sobre empréstimos; 
9 pagamento de juros sobre o capital próprio; 
9 pagamento de lucros ou dividendos; 
9 reaquisição de títulos relacionados com PL; 
9 recursos vindos dos proprietários ou acionistas; 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 16
9 resgate de debêntures; 
9 subscrição de debêntures; 
9 recebimento de doações e subvenções. 
É de ressaltar que nas atividades operacionais está incluído o aumento de REF, 
por representar efetivo ingresso de recursos no disponível (decorrente de vendas ou 
prestações de serviços futuros), embora seja classificada em conta que não 
representa circulante. 
Outro aspecto interessante diz respeito às atividades de financiamento, na qual 
são incluídas as operações que envolvem o capital social, quer pelo seu aumento, 
quer pela destinação de resultado ou mesmo o pagamento de juros sobre o capital 
próprio. É de ressaltar que o ingresso desses valores será classificado como atividade 
operacional ao passo que o seu pagamento é considerado atividade de financiamento. 
 
6.2. ELABORAÇÃO PROPRIAMENTE DITA 
Existem dois métodos de se apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa: pelo 
MÉTODO DIRETO ou pelo MÉTODO INDIRETO. A diferença existente entre os dois 
métodos está na forma de apresentação das origens e aplicações dos recursos 
gerados ou aplicados nas atividades das operações. 
6.2.1. MÉTODO INDIRETO 
Por este método de apresentação do Fluxo de Caixa, as disponibilidades oriundas 
das atividades operacionais da empresa são demonstradas a partir do Resultado 
(lucro ou prejuízo) que deverá ser ajustado pelas contas incluídas na sua apuração 
que, entretanto, não afetaram as disponibilidades da entidade ou que não sejam 
enquadradas nas atividades das operações. 
A semelhança da apresentação deste método com a DOAR nos autoriza a dizer 
que todos os valores movimentados num dado período, com exceção do disponível, ou 
são origens ou são aplicações de recursos financeiros, com exceção das variações 
patrimoniais que representam ingresso ou saída de disponível. 
Assim, se elaborada a DOAR, serão necessários alguns ajustes a partir do Capital 
Circulante Líquido (CCL), para considerar os valores circulantes que representarão 
diminuições ou aumentos das disponibilidades. 
Os ajustes necessários se referem aos aumentos líquidos nas contas do Passivo 
Circulante e dos aumentos líquidos das contas do ativo circulante que representam, 
respectivamente, origens e aplicações de recursos ou de outra forma aumento e 
diminuição das disponibilidades. 
Considerado dessa forma, um aumento de Duplicatas a Receber representa que 
foram alocados recursos de caixa nessas operações, isto é, a empresa financiou 
vendas a seus clientes o que ocasionou a aplicação de disponibilidades, ou numa 
análise mais detalhada, representa recursos financeiros que deixaram de ingressar 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 17
nos cofres da entidade. Da mesma forma, o aumento das contas de Estoques, 
Despesas antecipadas, Valores Mobiliários etc., representam aplicação de 
disponibilidades ou a abdicação de recebê-los de imediato. 
Por outro lado, as reduções de Ativo Circulante e o aumento do passivo 
circulante, que não seja em disponibilidades, representam origens de recursos 
financeiros ou disponibilidades. 
Podemos representar, pois, estes ajustes como indicado no quadro seguinte: 
Aumentos no AC e Reduções no PC = APLICAÇÕES 
Reduções do AC e Aumentos no PC = ORIGENS 
Até o momento, analisamos uma forma mais prática de demonstrar ou apurar o 
valor das disponibilidades. Entretanto, este demonstrativo possui uma forma própria, 
técnica, de ser apresentado. A estrutura mais técnica da Demonstração do Fluxo de 
Caixa, por este método, considerando as atividades segmentadas em seus três 
grupos, se apresenta da seguinte forma: 
Fluxo de caixa das atividades operacionais 
Resultado Líquido do Exercício 
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa como: 
(+) Depreciação, amortização e exaustão 
(+) Provisão para devedores duvidosos 
(±) Resultado na venda do imobilizado 
(±) Aumento ou diminuição do contas a receber 
(±) Aumento ou diminuição de estoques 
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas 
(±) Aumento ou diminuição de passivos 
(±) Variação no valor de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial 
(±) Variação REF 
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes 
(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
(+) Alienação de imobilizado 
(+) Alienação de investimentos 
(-) Aquisição de imobilizado 
(-) Aquisição de investimentos 
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos 
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 
 (+) Empréstimos líquidos tomados 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 18
(+) Aumento do capital social 
(-) Pagamentos de lucros e dividendos 
(-) Juros pagos por empréstimos tomados 
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal) 
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos 
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido 
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial 
( = ) Saldo de Caixa – Final 
Observa-se que a DFC, elaborada segundo o método indireto, parte do resultado 
do exercício (lucro ou prejuízo), ajustado pelos valores que compõem este resultado, 
mas que, efetivamente, não afetaram as disponibilidades ou por não serem parte das 
atividades das operações. 
Este resultado ajustado é obtido a partir da Demonstração do Resultado do 
Exercício, com adição das despesas de depreciação, amortização, exaustão, provisão 
para devedores duvidosos e ainda, pela variação dos saldos das contas Fornecedores 
ou Duplicatas a Pagar, Clientes ou Duplicatas a Receber e variação da conta 
representativa de investimentos avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. 
Enfim, quaisquer valores que foram considerados na DRE e que não representem 
efetivos desembolsos ou ingressos de disponibilidades. 
Assim, a DFC elaborada pelo método indireto se assemelha, em sua estrutura, à 
DOAR, assumindo os mesmos predicados da demonstração exigida pela lei societária, 
ou seja, é complexa e de difícil entendimento. A DFC elaborada pelo método direto, 
por sua vez, é mais objetiva e de mais fácil entendimento e interpretação sendo, por 
isso, estimulada a sua elaboração. 
 
 
6.2.2. MÉTODO DIRETO 
Pelo método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são 
apresentados os ingressos e as saídas no disponível em lugar do resultado do 
exercício ajustado que é utilizado na demonstração pelo método indireto. Isso 
possibilita uma visão mais clara das movimentações de recursos financeiros, pois 
apresenta, em único demonstrativo, as operações que influenciaram as 
disponibilidades, facilitando a análise aos usuários, principalmente aos que não 
possuem grandes conhecimentos em contabilidade. 
No tocante à demonstração do fluxo de caixa das atividades de investimento e de 
financiamento, o método direto é idêntico ao método indireto. Desta forma, a 
diferença básica entre os dois métodos (Indireto e o Direto) reside na apresentação 
ou do fluxo de caixa das atividades operacionais, pois no método indireto partirmos do 
resultado do exercício, ajustando-o pelos valores operacionais considerados na DRE 
que não representam, efetivamente, ingressos ou saídas de recursos financeiros. Já 
no método direto, no fluxo de caixa das atividades operacionais, consideramos os
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 19
ingressos de recursos e as saídas de recursos oriundos das operações da entidade, 
desconsiderando-se a DRE. As atividades de financiamentos e investimentos serão 
apresentadas exatamente da mesma forma nos dois métodos. 
Assim, a estrutura de apresentação da DFC pelo método direto, por grupo de 
atividades, segue, basicamente, o seguinte roteiro: 
 
Fluxo de caixa das atividades operacionais: 
( + ) Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 
( + ) Desconto de Duplicatas 
( + ) Dividendos recebidos 
( + ) Juros recebidos 
( + ) Aluguéis recebidos 
( + ) Recebimentos por reembolso de seguros 
( + ) Recebimentos de lucros de subsidiárias 
( + ) Venda à vista de mercadorias e serviços 
( + ) Outros recebimentos 
( - ) Devoluções de vendas 
( - ) Pagamento a fornecedores 
( - ) Compras à vista 
( - ) Pagamentos de Salários 
( - ) Pagamento de encargos sociais dos empregados 
( - ) Pagamento de Impostos de renda e outras despesas legais e tributárias 
( - ) Juros pagos sobre atividades das operações 
( - ) Pagamento de Despesas com vendas 
( - ) Pagamento de Despesas administrativas 
( - ) Pagamento de Despesas financeiras 
( - ) Outros pagamentos 
( = ) Caixa líquido das atividades operacionais 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
(+) Alienação de imobilizado 
(+) Alienação de investimentos 
(-) Aquisição de imobilizado 
(-) Aquisição de investimentos 
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos 
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 
(+) Empréstimos líquidos tomados 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 20
(+) Aumento do capital social 
(-) Pagamentos de lucros e dividendos 
(-) Juros pagos por empréstimos tomados 
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal) 
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos 
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido 
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial 
( = ) Saldo de Caixa – Final 
Verifica-se que a demonstração do fluxo de caixa pelo método direto torna a 
avaliação da solvência e da liquidez da empresa mais fáceis, pois evidencia toda a 
movimentação dos recursos financeiros decorrentes das operações, demonstrando as 
origens dos recursos de disponibilidades e suas respectivas aplicações. 
Pelo exposto, podemos concluir que o fluxo de caixa representa uma poderosa e 
imprescindível ferramenta de gestão à disposição do administrador, não só pelo 
aspecto financeiro, mas, também, sob o aspecto decisório. Neste contexto, o fluxo de 
caixa projetado serve de planejamento e acompanhamento dos ingressos e saídas dos 
recursos financeiros, ao passo que o fluxo de caixa realizado serve, para o 
administrador, como meio de controle e para o usuário externo serve para análise de 
tendência e do comportamento dos ingressos e saídas de recursos do disponível. 
Para finalizar e ressaltar a diferença existente entre as duas formas básicas de 
elaboração e demonstração desse demonstrativo complementar, apresenta-se o 
quadro seguinte contemplando, de forma simplificada, os dois métodos de elaboração: 
MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO 
Ingressos Operacionais Resultado do Exercício (DRE) 
( - ) ( +/_ ) 
Desembolsos Operacionais Ajustes 
( = ) ( = ) 
Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de Caixa Operacional 
( +/_ ) 
Fluxo de Caixa das atividades de Investimentos 
( +/_ ) 
Fluxo de Caixa das atividades de Financiamentos 
( = ) 
Variação Líquida do Disponível 
 
 
 
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7. EXERCÍCIO DESENVOLVIDO 
No balancete de encerramento do mês de novembro, de 20X4, da empresa 
BONSFLUXOS S.A, após o registro dos ajustes necessários foram levantados, entre 
outros, os seguintes saldos: 
 Contas Saldos (R$) 
1 - Alienação de imobilizado à vista R$ 27.530,00 
2 - Aquisição de imobilizado a prazo R$ 22.400,00 
3 - Aumento de Resultado de Exercícios Futuros R$ 18.000,00 
4 - Compras líquidas a prazo R$ 127.590,00 
5 - Compras líquidas à vista R$ 312.000,00 
6 - Custo das mercadorias vendidas R$ 678.000,00 
7 - Custo do imobilizado vendido R$ 41.380,00 
8 - Desconto de Duplicatas (realizados no mês) R$ 12.000,00 
9 - Despesa com provisão para devedores duvidosos R$ 6.540,00 
10 - Despesas com depreciação R$ 22.540,00 
11 - Despesas de Juros do mês e pagas R$ 6.400,00 
12 - Devoluções de vendas à vista R$ 5.200,00 
13 - Dividendos recebidos R$ 6.200,00 
14 - Duplicatas a receber (saldo inicial) R$ 123.650,00 
15 - Mercadorias – Estoque inicial R$ 412.000,00 
16 – Empréstimos líquidos tomados no mês R$ 2.400,00 
17 - Ganhos pela equivalência patrimonial de controladas R$ 248.000,00 
18 – ICMS sobre vendas (já pago no mês) R$ 111.300,00 
19 - Integralização de capital recebida R$ 17.340,00 
20 - Juros pagos R$ 6.200,00 
21 - Juros recebidos de empréstimos concedidos R$ 6.940,00 
22 - Despesas administrativas do mês e pagas R$ 7.800,00 
23 - Despesas com vendas do mês e pagas R$ 6.200,00 
24 - Despesas financeiras do mês e pagas R$ 2.720,00 
25 - Pagamento de encargos sociais dos empregados R$ 21.400,00 
26 - Pagamento aos fornecedores R$ 337.000,00 
27 - Pagamento de Impostos de renda do mês anterior R$ 17.400,00 
28 - Pagamento de seguros antecipados R$ 7.800,00 
29 - Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal) R$ 18.900,00 
30 - Pagamentos de lucros e dividendos R$ 11.400,00 
31 - Pagamento de salários do mês R$ 78.560,00 
32 - PIS/COFINS sobre faturamento do mês (já pago) R$ 29.680,00 
33 - Provisão para devedores duvidosos (saldo anterior) R$ 7.240,00 
34 - Provisão para IR e CSLL R$ 22.540,00 
35 - Recebimento de lucros de controladas R$ 124.000,00 
36 - Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) R$ 96.800,00 
37 - Receita de Aluguel recebida no mês R$ 7.400,00 
38 - Receitas de Juros recebidas no mês R$ 1.800,00 
39 - Saldo inicial de Disponibilidades R$ 57.420,00 
40 - Venda à vista de mercadorias e serviços R$ 742.680,00 
41 - Vendas de mercadorias e serviços a prazo R$ 345.250,00 
Com base nestes dados, solicita-se: 
1 – Demonstrar o Fluxo de Caixa pelo método direto e indireto, de acordo com as 
atividades operacionais, de investimento e de financiamento; 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 22
2 – Demonstrar o fluxo de recebimentos do mês em questão, decorrentes de 
vendas de mercadorias e serviços; 
SOLUÇÃO: 
Comecemos a solução do exercício proposto pela DRE. 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
Discriminação Valor (R$) 
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00 
( + ) Vendas de mercadorias e serviços a prazo 345.250,00 
( = ) Receita Bruta de vendas - mercadorias e serviços 1.087.930,00 
( - ) Devolução de vendas (5.200,00) 
( - ) ICMS sobre vendas (111.300,00) 
( - ) PIS/COFINS sobre faturamento (29.680,00) 
( = ) Receita Líquida de vendas - mercadorias e serviços 941.750,00 
( - ) Custo da Mercadorias e Serviços Vendidos (678.000,00) 
( = ) Lucro Bruto 263.750,00 
( +/_ ) Outras Receitas e Despesas Operacionais 
Receita de Aluguéis 7.400,00 
Receita de Juros 1.800,00 
Ganho EP – controladas 248.000,00 
Juros recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00 
(+) Total de Outras Receitas Operacionais 264.140,00 
Despesas com Vendas (6.200,00) 
Despesas de
salários (78.560,00) 
Encargos sociais – empregados (21.400,00) 
Despesas Financeiras (2.720,00) 
Despesa de Juros (6.400,00) 
Despesas Administrativas (7.800,00) 
Despesas com Provisão DD (6.540,00) 
Despesas de Depreciação (22.540,00) 
Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00) 
( - ) Total de Outras Despesas Operacionais (158.360,00) 
( = ) Resultado Operacional Líquido 369.530,00 
( + ) Venda de Imobilizado à vista 27.530,00 
( - ) Custo de Imobilizado Alienado (41.380,00) 
( = ) Lucro antes de IR e CSLL 355.680,00 
( - ) Provisão para IR e CSLL (22.540,00) 
( = ) Resultado Líquido do Exercício 333.140,00 
 
 
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De posse do Resultado do Exercício é possível elaborar a Demonstração do Fluxo 
de Caixa pelo Método Indireto. 
 
Fluxo de Caixa - Método Indireto 
Discriminação Valor (R$) 
ORIGENS DE RECURSOS FINANCEIROS 
Resultado Líquido do Exercício (DRE) 333.140,00 
( + ) Depreciações 22.540,00 
( + ) Despesa com Devedores Duvidosos 6.540,00 
( + ) Provisão para IR e CSLL 22.540,00 
( + ) Custo de Imobilizado Alienado 41.380,00 
( + ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado 6.200,00 
( + ) Compras a prazo e diminuição de estoques 366.000,00 
( - ) Vendas a prazo (345.250,00) 
( - ) Alienação de Imobilizado à vista (27.530,00) 
( - ) Ganho pela Equivalência Patrimonial – Controladas (248.000,00) 
( = ) Lucro Líquido Ajustado 177.560,00 
( + ) Recebimento de clientes 96.800,00 
( + ) Duplicatas descontadas 12.000,00 
( + ) Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00 
( + ) Dividendos recebidos de controladas 6.200,00 
( + ) Recebimento lucros de controladas 124.000,00 
( - ) Pagamento de fornecedores (337.000,00) 
( - ) Impostos pagos no mês (17.400,00) 
( - ) Pagamento de seguros antecipados (7.800,00) 
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00 
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00 
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00) 
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00 
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00 
( + ) Empréstimos líquidos tomados 2.400,00 
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00) 
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00) 
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00) 
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00) 
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00 
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00 
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00 
 
Observações e esclarecimentos importantes: 
1 – As despesas de depreciação e de provisão para devedores duvidosos, 
consideradas no cálculo da DRE, não representam desembolsos de disponível, por isso 
foram adicionadas ao Resultado do Exercício para eliminar os seus efeitos; 
2 – A provisão para o IR e CSLL, que foram deduzidas para obter o resultado 
líquido do exercício, não foi paga. Desta forma, ela foi adicionada ao lucro, visto não 
ter havido desembolso; 
3 – O custo do Ativo Permanente alienado (Imobilizado), deve ser excluído das 
atividades das operações porque serão analisados nas atividades de investimentos, se 
representarem efetivos desembolsos; 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 24
4 – Os juros pagos sobre empréstimo para imobilizado foram excluídos das 
atividades operacionais porque devem fazer parte das atividades de financiamentos; 
5 – As compras a prazo e diminuição do estoque são valores que fazem parte do 
CMV e não representam saídas de disponibilidades. O valor apresentado foi 
encontrado segundo o seguinte cálculo: CMV – Compras à vista; 
6 – As vendas a prazo não representam ingressos, por isso foram excluídas do 
resultado; 
7 – A alienação do Ativo Permanente (Imobilizado à vista) será computado nas 
atividades de Investimentos e a alienação a prazo não representa ingresso de 
recursos, por esta razão foram eliminados das atividades das operações; 
8 – O ganho pela equivalência patrimonial não representa ingresso de recursos 
de disponível, logo foi excluído. Neste particular, os dividendos e lucros recebidos 
representam aumento de disponibilidades. Poder-se-ia excluir apenas a variação 
líquida dos investimentos, mas, com o objetivo de ampliar a evidenciação, preferiu-se 
excluir todo ganho para depois adicionar os valores recebidos a título de lucros e 
dividendos para adequar o procedimento aos ditames da Instrução CVM 247/96. 
Desta forma, obtivemos o lucro ajustado aos efetivos ingressos e desembolsos 
de disponibilidades; 
9 – O recebimento de clientes, o aumento de REF, o desconto de duplicatas, o 
recebimento de dividendos e lucros decorrentes da equivalência patrimonial 
representam ingressos que não fazem parte do resultado do exercício, por isso são 
adicionados para obter o fluxo líquido gerado pelas atividades das operações; 
10 – O pagamento aos fornecedores e impostos relativos a fatos geradores de 
meses anteriores não foram considerados na DRE, porém representam desembolsos, 
razão pela qual foram excluídos; 
11 – O pagamento de seguros antecipados, que representa um efetivo 
desembolso no mês, não é despesa e não foi considerado na DRE, em função da 
adoção do regime de competência, logo deve ser excluído. 
Assim, obtivemos as disponibilidades geradas pelas atividades das operações no 
valor de R$ 72.360,00; 
12 – A alienação do imobilizado à vista representa ingresso e se constitui em 
atividade de investimento, sendo somado a este grupo; 
Desta forma este grupo das atividades de investimentos contribuiu na formação 
do caixa líquido com o valor de R$ 15.330,00; 
13 – A integralização de Capital recebida e os empréstimos líquidos tomados 
representam origens de recursos financeiros das operações de financiamento, por isso 
são somados a esse item; 
14 – Os juros pagos sobre empréstimos para aplicação no imobilizado, o 
pagamento de lucros e dividendos e o pagamento ou reembolso de 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 25
empréstimos/debêntures representam aplicações de recursos financeiros na atividade 
de financiamento. 
As atividades de financiamento, desta forma, absorveram recursos financeiros no 
valor de R$ 16.760,00. 
 
Fluxo de Caixa - Método Direto 
Discriminação Valor (R$) 
INGRESSOS DE RECURSOS 
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00 
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00 
Dividendos recebidos (controladas) 6.200,00 
Recebimento de lucros de controladas 124.000,00 
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00 
Receita de Aluguéis recebidos 7.400,00 
Receitas de Juros recebidos 1.800,00 
Juros Recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00 
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00 
Compras líquidas à vista (312.000,00) 
Despesas administrativas pagas (7.800,00) 
Despesas com vendas pagas (6.200,00) 
Despesas de Juros pagos (6.400,00) 
Despesas financeiras pagas (2.720,00) 
Devoluções de vendas (5.200,00) 
ICMS sobre vendas (já pago) (111.300,00) 
Pagamento de encargos sociais dos empregados (21.400,00) 
Pagamento de fornecedores (337.000,00) 
Pagamento de Impostos de renda do mês anterior (17.400,00) 
Pagamento de seguros antecipados (7.800,00) 
Pagamentos Salários (78.560,00) 
PIS/COFINS sobre faturamento (já pago) (29.680,00) 
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00 
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00 
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00) 
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00 
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00 
( + ) Empréstimos
líquidos tomados 2.400,00 
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00) 
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00) 
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00) 
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00) 
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00 
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00 
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00 
 
Analisando a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto, percebe-se a 
maneira simples com que ela é elaborada, sendo possível a qualquer pessoa, com 
conhecimentos elementares em contabilidade, compreendê-la. 
Constata-se que os valores finais são idênticos aos encontrados na demonstração 
pelo método indireto e que a efetiva diferença existente entre esta forma de 
demonstração com a forma indireta reside nas informações contidas no fluxo das 
atividades das operações. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 26
No método direto, no fluxo das atividades das operações, são apresentadas 
todas as contas que interferiram na formação das disponibilidades, ao passo que pelo 
método indireto não se possui esta informação, visto que se parte do Resultado do 
Exercício ou período considerado. 
Assim, está respondido o quesito 1 do nosso exercício. 
Para satisfazer o quesito 2 podemos utilizar dois caminhos diferentes. Um deles, 
quando dispomos de todos os valores, é adotar o método direto fazendo constar nele 
os recebimentos líquidos dos clientes no período considerado. O outro modo de 
obtermos o fluxo de caixa decorrente das vendas de mercadorias e serviços é partir 
do saldo anterior de clientes ou duplicatas a receber. 
Vejamos a demonstração, inicialmente, pelo método direto: 
 
Fluxo de Caixa decorrente de vendas de mercadorias e serviços 
Discriminação Valor (R$) 
INGRESSOS DE RECURSOS 
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00 
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00 
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00 
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00 
( - ) Devoluções de vendas (5.200,00) 
( = )Recebimentos líquidos de clientes no período 864.280,00 
 
Pelo outro modo de demonstrar o fluxo de caixa decorrente de vendas de 
mercadorias e serviços, devemos tomar como referência os valores relativos a clientes 
(duplicatas a receber, PDD, perdas de crédito) constantes no balanço patrimonial 
atual e do período imediatamente anterior e das vendas à vista realizadas no período. 
Assim, necessitamos os valores a receber de clientes no início do período e no 
final do período, além dos valores a receber dos clientes é necessário que se tenha os 
valores da provisão para devedores duvidosos no início do período, o aumento de 
Resultados de Exercícios Futuros, o valor de duplicatas descontadas, as perdas no 
recebimento de crédito de clientes que não estavam provisionados e, principalmente, 
o valor das vendas totais, descontadas de vendas canceladas ou devolvidas. 
Assim, se tivéssemos o balanço patrimonial dos dois períodos, isto é, no início de 
novembro e no final de novembro, teríamos o seguinte segmento de balanço: 
Contas 
ATIVO 
Início Final 
Duplicatas a receber – clientes 123.650,00 364.860,00 
( - ) Provisão para devedores duvidosos (7.240,00) (6.540,00) 
( - ) Duplicatas descontadas ----------- (12.000,00) 
 
PASSIVO 
Resultado de Exercícios Futuros ----------- 18.000,00 
O saldo final de clientes foi obtido com emprego do seguinte raciocínio: 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 27
 Saldo inicial R$ 123.650,00 
 ( - ) PDD R$ (7.240,00) 
 ( - ) Recebimentos no período R$ (96.800,00) 
 ( + ) Vendas a prazo no período R$ 345.250,00 
 ( = ) Saldo final de clientes R$ 364.860,00 
Percebe-se que o valor referente a PDD do início do período foi excluído para 
apurar o saldo final de clientes, isto se deve ao fato de não haver menção de reversão 
dessa provisão, presumindo-se, assim, que ela foi utilizada, ou seja, a previsão ou 
estimativa inicial de que certa quantia dos clientes não seria recebida foi confirmada. 
Desta forma, o valor do Fluxo de caixa gerado pelos clientes pode ser 
representado do seguinte modo: 
FLUXO DE CAIXA GERADO PELOS CLIENTES 
Vendas totais 1.087.930,00 
( - ) Vendas devolvidas (5.200,00) 
( = ) Vendas líquidas 1.082.730,00 
( + ) Clientes (início do período) 123.650,00 
( + ) Duplicatas descontadas no período 12.000,00 
( + ) Aumento de REF 18.000,00 
( - ) Provisão Devedores Duvidosos (início) (7.240,00) 
( - ) Clientes (final do período) (364.860,00) 
( = ) Ingressos líquidos de caixa de clientes 864.280,00 
É interessante notar que adotamos o seguinte critério para determinar os 
ingressos decorrentes de vendas (clientes): 
1 – Soma dos valores que poderiam ter sido recebidos de clientes como as 
vendas totais, o saldo da conta clientes no início do período, o aumento de REF e os 
valores referentes a duplicatas descontadas no período. 
2 – Subtração das vendas canceladas, devolvidas, clientes no final do período, 
provisão para devedores duvidosos no início do período e perdas não provisionadas 
com clientes. 
3 – Saldo = (1) – (2). 
 
Atenção! 
Nas provas de concursos dispomos, geralmente, apenas dos 
elementos para apurar os valores recebidos de clientes por 
este método, ou seja, dispomos dos balanços de dois 
períodos mais as receitas de vendas do período considerado. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28
8. ASPECTOS LEGAIS E FISCAIS 
A legislação brasileira não exige a Demonstração do Fluxo de Caixa, no entanto 
prevê que as companhias e por extensão todas as empresas poderão apresentar 
outros demonstrativos que tragam maior evidenciação aos demonstrativos 
obrigatórios ou os complementem. 
O art. 176, § 4º da Lei nº 6.404/76, estabelece esta permissibilidade: 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. 
... 
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros 
quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. (grifou-
se). 
Para o fisco não há exigência desse demonstrativo. No entanto, ele pode ser útil 
na análise de solicitação de parcelamentos de débitos bem como meio de verificação 
para comprovar se as receitas foram efetivamente registradas. Outro aspecto que 
pode gerar algum interesse para o fisco é o concernente a avaliação da CPMF. Noutro 
aspecto que ele pode ser extremamente útil é na análise de viabilidade financeira da 
empresa, principalmente na habilitação para operar no comércio exterior. 
9. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 
 
A fim de facilitar a vida de vocês, resolvemos apresentar a maioria dos 
exercícios resolvidos desta aula, pois como se trata de assunto novo para a maioria, a 
solução poderia trazer algumas dúvidas. Ao final, trazemos mais questões propostas. 
Desta forma, façam bom proveito! 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS
29
Dadas as informações a seguir: 
I - As Demonstrações Contábeis, de três períodos consecutivos, da CIA. 
MARACANÃ, registram nas contas abaixo, os seguintes saldos: 
SALDOS FINAIS 1999 2000 2001 
Vendas 15.000.000 25.000.000 32.000.000 
Custo das Mercadorias Vendidas 3.500.000 14.500.000 18.000.000 
Despesa c/ Devedores Duvidosos 10.000 12.000 15.000 
Clientes 13.000.00 22.000.000 26.000.000 
Estoques 30.000 65.000 70.000 
PDD 10.000 12.000 15.000 
Reversão de PDD --- --- 4.000 
Fornecedores 1.450.000 2.600.000 3.900.000 
Despesas do Período 3.000.000 4.500.000 5.000.000 
Contas a Pagar 220.000 350.000 400.000 
Perdas com Clientes --- 8.000 --- 
II - O Balanço Patrimonial de 1998 evidenciava como saldos finais das contas a seguir os 
valores: 
Estoques Fornecedores Clientes PDD Contas a Pagar 
100.000 1.070.000 3.000.000 3.000 150.000 
III - A empresa utilizava Contas a Pagar somente para registrar despesas a prazo. 
Com base unicamente nas informações fornecidas, responda às questões de 01 a 04. 
01) (AFRF-2002-Esaf) O valor das compras efetuadas pela empresa em 2001 é: 
a) 18.005.000 
b) 17.935.000 
c) 16.705.000 
d) 14.535.000 
e) 13.385.000 
 
SOLUÇÃO: 
A solução deste exercício é relativamente simples, basta conhecermos a fórmula de 
apuração do custo das mercadorias vendidas, senão vejamos: 
Para o exercício social de 2001 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque 
final do exercício social anterior, como de resto para todas as contas patrimoniais. Neste caso 
temos que o estoque inicial (Ei) foi de R$ 65.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no 
próprio balanço encerrado em 2001, cujo valor é de R$ 70.000,00. Além destes valores, foi 
fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 18.000.000,00. 
Assim, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras 
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo, 
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos: 
18.000.000,00 = 65.000,00 + Co – 70.000,00 
Co = 18.000.000,00 – 65.000,00 + 70.000,00 
Co = R$ 18.005.000,00 
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”. 
 
02) (AFRF-2002-Esaf) O valor de ingresso no Fluxo de Caixa, nos três períodos, 
proveniente das Vendas é: 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30
 1999 2000 2001 
a) 15.000.000 25.000.000 32.000.000 
b) 13.000.000 22.002.000 31.998.000 
c) 12.997.000 22.000.000 31.992.000 
d) 9.007.000 21.992.000 27.988.000 
e) 4.997.000 15.982.000 27.992.000 
 
SOLUÇÃO: 
Perceba que foi solicitado o ingresso proveniente das vendas, logo a análise há de ser feita 
em relação ao aumento de disponibilidades geradas pelas vendas, que não precisam ser, 
necessariamente, as vendas do período considerado! 
Vamos analisar o fato ano por ano: 
1999: 
As vendas efetuadas foram no montante de R$ 15.000.000,00, entretanto esse valor não 
foi recebido integralmente, conforme se pode perceber pelo aumento da conta de clientes que 
passou de R$ 3.000.000,00 (1998) para 13.000.000,00 (1999). Isto pode ser interpretado da 
seguinte forma: Os clientes, devedores de 1998, efetuaram os seus pagamentos, e no ano de 
1999 foram realizadas vendas a prazo pelo valor de R$ 13.000.000,00. 
Somente por esse fato poderíamos dizer que houve o ingresso de R$ 5.000.000,00. Mas, 
não podemos nos esquecer que dos clientes devedores de 1998 não foram recebidos R$ 
3.000,00 referentes a PDD. 
Assim, o valor efetivamente recebido em 1999, decorrente de vendas, foi de R$ 
4.997.000,00, discriminados ou demonstrados da seguinte forma: 
Vendas no período = R$ 15.000.000,00 
(+) Clientes (1998) = R$ 3.000.000,00 
(-) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00 
(-) PDD (1998) = R$ 3.000,00 
Total Recebido = R$ 4.997.000,00 
 
É de se anotar, ainda, que a soma das vendas no período com valores a receber de 
clientes do período anterior representa o valor passível de recebimento, considerando-se para 
tanto que as vendas tivessem sido realizadas à vista e que os clientes pagariam, 
integralmente, seus compromissos, ou seja, haveria a necessidade de reverter a PDD 
constituída no período anterior. Porém, como não houve reversão da PDD do período anterior e 
as vendas não foram todas à vista, os seus saldos devem ser deduzidos dos valores passíveis 
de recebimento, cujo resultado representa o efetivo ingresso de recursos decorrentes de 
vendas. 
2000: 
Seguiremos praticamente o mesmo raciocínio adotado para o ano anterior. No entanto 
devemos atentar ao fato de que neste ano foi baixado o valor de R$ 8.000 referentes a perdas 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 31
com clientes. Tecnicamente isto quer dizer que, além da PDD que não foi suficiente, a quantia 
de R$ 8.000,00 não foi recebida dos clientes. 
Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo: 
Vendas no período = R$ 25.000.000,00 
(+) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00 
(-) Clientes (2000) = R$ 22.000.000,00 
(-) PDD (1999) = R$ 10.000,00 
(-) Perdas (2000) = R$ 8.000,00 
Total recebido = R$ 15.982.000,00 
 
2001: 
Agora já podemos ir diretamente ao demonstrativo, pois as explicações relativas aos 
exercícios sociais anteriores são também aplicadas aqui, com a ressalva de que neste exercício 
houve uma reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, cujo valor deverá ser subtraído de 
PDD do período anterior. 
Vendas no período = R$ 32.000.000,00 
(+) Clientes (1999) = R$ 22.000.000,00 
(-) Clientes (2000) = R$ 26.000.000,00 
(-) PDD (1999) = R$ 12.000,00 
(+) Reversão PDD = R$ 4.000,00 
Total recebido = R$ 27.992.000,00 
Assim, a resposta correta está contemplada na alternativa de letra “e”. 
 
 
03) (AFRF-2002-Esaf) Se 10% das Despesas do ano de 2000 representarem valores 
ligados a itens provisionados, pode-se afirmar que o valor das saídas de caixa 
decorrentes de pagamento de despesas é: 
a) 3.700.000 
b) 3.920.000 
c) 4.150.000 
d) 4.500.000 
e) 4.720.000 
 
SOLUÇÃO: 
Conforme o saldo apresentado em despesas, para o ano de 2000, tem-se que o seu total 
foi de R$ 4.500.000,00. Nos é fornecida a informação que 10% delas foram provisionados, isto 
quer dizer que os valores provisionados ainda não foram pagos, logo não houve desembolso 
ou diminuição das disponibilidades no valor de R$ 450.000,00. 
Outra informação que merece ser analisada diz respeito a contas a pagar, visto que elas 
não representam um provisionamento de despesas, mas sim o seu reconhecimento ou a sua 
apropriação. Percebe-se que nesta rubrica houve um aumento de R$ 130.000,00 do ano de 
1999 para o ano de 2000, logo devemos deduzir também este valor do total de despesas para 
apurar o efetivo desencaixe pelo pagamento de despesas. 
Assim, teremos o seguinte demonstrativo do desembolso por pagamento de despesas: 
Despesas do período R$ 4.500.000,00 
(-) Despesas provisionadas R$ 450.000,00 
(-) Despesas a pagar R$ 130.000,00 
Total desembolsado por despesas R$ 3.920.000,00 
Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “b”. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 32
Interessante enfatizar que, se no lugar de haver aumento de contas a pagar tivesse havido 
diminuição, a diferença teria de ser adicionada as despesas do período na apuração do 
desencaixe. 
 
04) (AFRF-2002-Esaf) No período de 2000 os pagamentos efetuados pela empresa aos 
fornecedores foram no valor de: 
a) 18.005.000
b) 17.935.000 
c) 16.705.000 
d) 14.535.000 
e) 13.385.000 
 
SOLUÇÃO: 
Para apurarmos os pagamentos efetuados aos fornecedores precisamos saber, 
inicialmente, o valor das compras. 
Partindo do mesmo raciocínio empregado na solução da questão 01, teremos: 
Para o exercício social de 2000 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque 
final do exercício social anterior. Assim. o estoque inicial (Ei) foi de R$ 30.000,00. O estoque 
final (Ef) é fornecido no próprio balanço encerrado em 2000, cujo valor é de R$ 65.000,00. 
Além destes valores, foi fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 
14.500.000,00. 
Portanto, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras 
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo, 
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos: 
14.500.00,00 = 30.000,00 + Co – 65.000,00 
Co = 14.500.000,00 – 30.000,00 + 65.000,00 
Co = R$ 14.535.000,00 
Uma vez conhecido o valor total de compras, resta-nos verificar os pagamentos efetuados 
aos fornecedores e, para tanto, devemos analisar a conta Fornecedores. 
Na análise desta conta, devemos entender o seguinte: se houve aumento no seu saldo de 
um período anterior para o de análise, então nem todas as compras do período foram pagas; 
se houve diminuição no seu saldo, então no período, além do pagamento de todas as compras 
foram pagas compras do período anterior, ou então, foram pagas contas do período anterior 
em valor maior do que as não pagas do período atual. 
Desta forma, constatado que no exercício em análise houve aumento no saldo de 
fornecedores e para bem estruturar uma demonstração do desembolso ocorrido pelo 
pagamento a Fornecedores, partimos do princípio que poderiam ser pagos todos os valores 
devidos de exercícios anteriores mais as compras realizadas no período. Do montante assim 
obtido, subtrai-se a quantia não paga: 
Compras do período R$ 14.535.000,00 
(+) Fornecedores (1999) R$ 1.450.000,00 
(-) Fornecedores (2000) R$ 2.600.000,00 
Total de desembolso R$ 13.385.000,00 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 33
Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “e”. 
 
 
05) (AFRF-2002-Esaf) Das operações listadas a seguir, indique aquela que não tem como 
conseqüência alteração nas disponibilidades. 
a) diminuições de financiamentos por amortizações 
b) novos investimentos de longo prazo 
c) aumento de imobilizados por reavaliações 
d) créditos concedidos a coligadas e controladas 
e) operações com debêntures conversíveis em ações 
 
SOLUÇÃO: 
A forma usual de amortizar financiamentos é pelo pagamento, logo o fato da alternativa “a” 
gera alteração de disponibilidades, diminuindo-as. 
A contratação de novos empréstimos e financiamentos, tanto a curto ou a longo prazo, 
aumenta as disponibilidades pelo ingresso dos recursos em Caixa ou Bancos. Assim, a 
alternativa “b” também está incorreta, por alterar as disponibilidades. 
A reavaliação de ativos merece um lançamento a débito na conta do bem reavaliado (Ativo 
Imobilizado) e crédito na conta de reserva de reavaliação (Patrimônio Líquido). Desta forma, 
haverá aumento do PL, no entanto não há ingresso de recursos em disponibilidades. Assim, a 
alternativa “c” representa a opção que não altera as disponibilidades, sendo, portanto, a 
alternativa correta. 
Os créditos concedidos a controladas e coligadas terão como contrapartida uma conta de 
disponibilidades, que será creditada, diminuindo o seu saldo. A alternativa “d” está incorreta. 
As operações com debêntures representam a contratação de empréstimo, geralmente a 
longo prazo, havendo ingresso de recursos financeiros em disponibilidades. Logo a alternativa 
“e” também está errada. 
 
 
06) (AFRF-2002-2-Esaf) A composição da diferença entre o Lucro Contábil com o Fluxo 
de Caixa Operacional Líquido é evidenciada: 
a) na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 
b) no Fluxo de Caixa Indireto. 
c) na Demonstração de Resultados. 
d) no fluxo gerado por Investimentos. 
e) na composição dos financiamentos de Caixa. 
SOLUÇÃO: 
Note que no texto, quando definimos o fluxo de caixa pelo método direto, falamos que pelo 
método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são apresentados os ingressos e 
as saídas no disponível em lugar do resultado do exercício ajustado que é utilizado na 
demonstração do método indireto. Isto responde a questão, pois pelo método indireto de 
apresentação da DFC partimos, efetivamente, do resultado do exercício e o ajustamos por 
receitas e despesas operacionais que não representaram ingressos e saídas de 
disponibilidades. Logo, a resposta correta é a letra “b”. 
 
07- (AFRF-2002-2-Esaf) O valor de resgate referente a aplicações financeiras de longo 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 34
prazo é classificado no Fluxo de Caixa como item: 
a) de Empreendimentos 
b) de Financiamentos 
c) de Operações 
d) de Amortizações 
e) de Investimentos 
SOLUÇÃO: 
Conforme definimos no texto, no item 3, as atividades de investimentos 
compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de 
participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de 
serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não 
compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda. 
Desta forma, o resgate de empréstimos de curto e longo prazo serão demonstradas na 
DFC no grupo Atividades de Investimentos, pois se constituem em ativos financeiros. Logo a 
resposta correta é a letra “e”. 
 
Das demonstrações contábeis da Cia. Azulão foram extraídas as contas abaixo com os 
seus respectivos saldos: 
Período 
Contas 
2000 2001 
Fornecedores 23.000 32.000 
CMV 800.000 1.300.000 
Compras 750.000 1.200.000 
Vendas 2.500.000 6.500.000 
Despesas Antecipadas 15.000 240.000 
Despesas Totais do Período 1.200.000 4.000.000 
Depreciação do Período 320.000 540.000 
Tomando como base os dados fornecidos, responda às questões de nº 08 a 10. 
08) (AFRF-2002-2-Esaf) O valor pago pelas compras no ano de 2001 foi: 
a) 1.300.000 
b) 1.200.000 
c) 1.191.000 
d) 1.101.000 
e) 1.091.000 
SOLUÇÃO: 
O valor total das compras no período foi de R$ 1.200.000,00. Porém, o valor que poderia 
ter sido pago no período pelas compras é aquele valor das compras realizadas durante o 
período atual mais o saldo das compras do período anterior que não foram pagas, 
representadas pela conta Fornecedores. Na mesma linha de raciocínio, devemos excluir, do 
valor total que poderia ser pago no período, o valor de compras realizadas a prazo. Então, em 
forma de demonstrativo, teremos o seguinte valor pago pelas compras em 2001: 
Compras do período = R$ 1.200.000,00 
(+) Fornecedores (2000) = R$ 23.000,00 
= Total pagável em 2001 = R$ 1.223.000,00 
(-) Fornecedores em 2001 = R$ (32.000,00) 
= Total compras pagas em 2001 = R$ 1.191.000,00 
Assim, a resposta correta é a representada pela letra “c”. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 35
09) (AFRF-2002-2/Esaf) Se o valor do estoque final for 90.000, o estoque inicial será: 
a) 190.000 
b) 180.000 
c) 120.000 
d) 100.000 
e) 90.000 
SOLUÇÃO: 
A solução deste exercício é semelhante a do exercício 01, ou seja, devemos aplicar os 
conceitos envolvendo o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). 
O CMV, matematicamente, é obtido pela aplicação da seguinte fórmula: CMV
= Ei + Co – 
Ef. 
Ora, das quatro variáveis envolvidas na fórmula possuímos três, ou seja, nos foi fornecido 
o valor do CMV, Co e o Ef. 
Desta forma, basta substituir os valores das variáveis na fórmula e apurar o valor do Ei: 
1.300.000,00 = Ei + 1.200.000,00 – 90.000,00 
Ei = 1.300.000,00 + 90.000,00 – 1.200.000,00 
Ei = R$ 190.000,00 
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”. 
 
10) (AFRF-2002-2/Esaf) Considerando que o Passivo Circulante da empresa era formado 
unicamente pela rubrica fornecedores e o Balanço Patrimonial não evidenciava a 
existência de Realizável a Longo Prazo, pode-se afirmar que o valor das Despesas 
pagas no período é: 
a) 3.220.000 
b) 3.445.000 
c) 3.460.000 
d) 3.685.000 
e) 4.000.000 
SOLUÇÃO: 
A evidenciação e o entendimento das despesas pagas no período vai além do conceito de 
despesas do período, pois houve o pagamento de despesas antecipadas no período e que se 
referem a despesas do período seguinte, visto que foi informado não haver realizável a longo 
prazo. 
Outro aspecto a ser considerado é que a depreciação é conta de despesa e sobre a qual 
não houve desembolso, logo o seu valor está dentro do montante de despesas do período e 
deve ser excluído para apurar o valor da despesa paga. 
Ainda, sob o mesmo ponto de vista, as despesas antecipadas do período anterior estão 
dentro do valor das despesas totais do período, mas já foram pagas antecipadamente, logo 
sua exclusão é requerida na apuração do valor das despesas pagas no período. Perceba que se 
fosse argüido sobre o valor das despesas do período, então o valor das despesas antecipadas 
do período anterior seriam adicionadas às despesas do período, ao passo que as pagas 
antecipadamente no período em análise seriam excluídas. 
Assim, em forma de demonstração, teremos: 
Despesas totais do período = R$ 4.000.000,00 
(+) Despesas antecipadas (2001) = R$ 240.000,00 
(-) Despesas antecipadas (2000) = R$ 15.000,00 
(-) Depreciação do período = R$ 540.000,00 
= Total de despesas pagas em 2001 = R$ 3.685.000,00 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 36
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “d”. 
 
Dados da Cia. Comercial Santarém: 
1 – Balanço Patrimonial de 19x8 e 19x9 
 19x8 19x9 
Disponibilidades 2.000 4.000 
Estoques 6.500 4.000 
Clientes 25.000 42.000 
Prov. p/Devedores Duvidosos (250) (300) 
Duplicatas Descontadas (8.750) (6.200) 
Participações Societárias 10.000 12.000 
Terrenos 15.000 15.000 
Bens de Uso 13.000 18.000 
Depreciações Acumuladas (2.000) (3.500) 
Total Ativo 60.500 85.000 
C/ a Pagar 5.000 7.000 
Fornecedores 10.000 13.500 
Provisão p/ Imposto de 
Renda 
1.000 2.000 
Dividendos a Pagar 1.000 3.500 
Empréstimos de L. Prazo 10.000 16.000 
Capital Social 30.000 40.000 
Reservas de Lucros 500 1.000 
Lucros Prejuízos 
Acumulados 
3.000 2.000 
Total P+PL 60.500 85.000 
 
2 – Demonstração do Resultado dos Exercícios de 19x8 e 19x9 
 19x8 19x9 
Vendas 160.000 300.000 
CMV (80.000) (180.000) 
Resultado Bruto Operacional 80.000 120.000 
Despesas Administrativas (49.700) (70.000) 
Depreciação (1.000) (1.500) 
Devedores Duvidosos (250) (300) 
Despesas Financeiras (3.750) (8.700) 
Despesas de Vendas (19.800) (31.500) 
Resultado Antes do Imp. de Renda 5.500 8.000 
Provisão p/ Imposto de Renda (1.000) (2.000) 
Resultado Líquido do Exercício 4.500 6.000 
3 – Outras informações: 
Do resultado de 19x9 foram destinados: 3.500 para os acionistas e 500 para Reservas de 
Lucros. 
Tomando como base apenas os dados acima fornecidos, responder as questões de nos 11 a 
17 a seguir: 
 
11) SERPRO/2001-ESAF - O valor do Ativo Circulante em 19x9 é: 
a) 50.000 
b) 46.000 
c) 43.500 
d) 36.500 
e) 24.000 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 37
 
SOLUÇÃO: 
O ativo circulante do período solicitado é obtido diretamente no Balanço de 19x9 
Contas 19x9 
Disponibilidades 4.000 
Estoques 4.000 
Clientes 42.000 
Prov. p/Devedores Duvidosos (300) 
Duplicatas Descontadas (6.200) 
Total 43.500,00 
Logo, a resposta correta é a representada pela letra “c”. 
 
12) SERPRO/2001-ESAF - O valor do Passivo Não Circulante para as dois períodos é: 
 19x8 19x9 
a) 43.500 59.000 
b) 41.500 43.500 
c) 36.000 40.500 
d) 24.500 29.500 
e) 17.000 26.000 
 
SOLUÇÃO: 
O parágrafo segundo do art. 178 da Lei nº 6.404/76, dispõe que: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a 
análise da situação financeira da companhia. 
... 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros; 
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de 
reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados. 
Desta forma, segundo a lei, o passivo compreende o PC, PELP, REF e o PL. Logo, para 
resolvermos o nosso exercício devemos considerar essa disposição legal. 
Contas 19x8 19x9 
Empréstimos de L. Prazo 10.000 16.000 
Capital Social 30.000 40.000 
Reservas de Lucros 500 1.000 
Lucros Prejuízos Acumulados 3.000 2.000 
Total 43.500 59.000 
Desta forma, a resposta correta está representada pela letra “a”. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 38
13) SERPRO/2001-ESAF - O Capital Circulante Líquido nos dois períodos é: 
 19x8 19x9 
a) (17.500) 26.000 
b) 17.500 (26.000) 
c) 10.000 (24.500) 
d) (7.500) 17.500 
e) 7.500 17.500 
SOLUÇÃO: 
O Capital Circulante Líquido é definido como sendo a diferença entre o Ativo Circulante e o 
Passivo Circulante, cuja interpretação que se deve dar ao resultado é que ele será positivo quando o 
ativo circulante supera o passivo circulante e será negativo quando o passivo circulante for maior 
que o ativo circulante. 
 
Ativo Circulante 19x8 19x9 
Disponibilidades 2.000 4.000 
Estoques 6.500 4.000 
Clientes 25.000 42.000 
Prov. p/Devedores Duvidosos (250) (300) 
Duplicatas Descontadas (8.750) (6.200) 
Total 24.500 43.500 
 
Passivo Circulante 19x8 19x9 
C/ a Pagar 5.000 7.000 
Fornecedores 10.000 13.500 
Provisão p/ Imposto de 
Renda 
1.000 2.000 
Dividendos a Pagar 1.000 3.500 
Total P+PL 17.000 26.000 
 
Capital Circulante Líquido 19x8 19x9 
Ativo Circulante 24.500 43.500 
( - ) Passivo Circulante (17.000) (26.000) 
CCL 7.500 17.500 
Desta forma, a resposta correta é a letra “e”. 
 
14) SERPRO/2001-ESAF - O valor das compras de mercadorias efetuadas em 19x9 é: 
a) 180.000 
b) 177.500 
c) 177.000 
d) 173.500 
e) 173.000 
SOLUÇÃO: 
A solução desta questão começa pelo conhecimento do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), 
cujo valor fornecido é de R$ 180.000,00. Os outros componentes do CMV como estoque inicial e 
estoque final também foram informados. O estoque inicial representa o estoque de mercadorias no 
final do período de 19x8, cujo valor é de R$ 6.500,00. O estoque final é o próprio estoque de 
mercadorias constante no Balanço do exercício de 19x9, com valor de R$ 4.000,00. 
Como o CMV = Ei + Co – Ef, teremos: 
180.000,00 = 6.500,00 + Co – 4.000,00, logo 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 39
Co = 180.000,00 – 6.500,00 + 4.000,00 
Co = 177.500,00 
Assim, a resposta correta
é a letra “b”. 
 
15) SERPRO/2001-ESAF - Com base unicamente nos dados fornecidos pode-se identificar 
que: 
a) foi efetuado um pagamento de dividendos na ordem de 3.500 
b) a Liquidez Imediata apresenta uma acentuada queda em 19x9 
c) ocorreram perdas com clientes na ordem de 300 em 19x8 
d) houve um aumento de capital com aporte de recursos dos sócios 
e) as atividades de investimento geraram um aumento nas disponibilidades 
SOLUÇÃO: 
Conforme se depreende da análise dos Balanços de 19x8 e 19x9, havia dividendos a pagar no 
final de 19x8 no valor de 1.000,00 e no final de 19x9 no valor de 3.500. Como no exercício de 19x9 
foi destinado o valor de 3.500,00 a título de dividendos, é de se concluir que o dividendo total 
distribuído foi de, no mínimo, 4.500,00. Logo a alternativa “a” está errada. 
O índice de liquidez imediata representa o quociente entre as disponibilidades e o passivo 
circulante. Assim, o índice, em 19x8, era de 2.000,00/17.000,00 = 0,1176 ou 1/8,5. No exercício 
de 19x9 o mesmo índice apresenta o valor de 4.000,00/26.000,00 = 0,1538 ou 1/6,5. Ora, 1/6,5 é 
maior do que 1/8,5, logo o índice cresceu e a alternativa “b” está errada. 
A PDD constituída em 19x8 foi de 250,00. Não foi informado que houve reversão de parte ou de 
toda essa provisão e tampouco que houve alguma baixa da conta clientes por perdas, logo a perda 
com devedores duvidosos no exercício social de 19x8 foi de apenas 250,00. Assim, a alternativa “c” 
está errada. 
No exercício social de 19x9 houve um aumento do capital social na ordem de 10.000,00. 
Analisando a origem desse aumento, constata-se que 1.000,00 vieram de lucros acumulados e os 
outros 9.000,00 vieram de recursos externos, isto é, dos sócios. Logo a alternativa “d” está correta. 
As atividades de investimento compreendem os seguintes valores: 
Alienação de imobilizado 
(+) Alienação de investimentos 
(+) Resgate de investimentos temporários 
(-) Integralização de capital em sociedade investida 
(-) Aquisição de imobilizado 
(-) Aquisição de investimentos 
(-) Aplicação no Diferido 
Se apurarmos os valores, percebe-se que os investimentos absorveram recursos de 
disponibilidades, pois não houve alienação de Ativo Permanente. Houve, isto sim, aquisição 
de Permanente. Logo a alternativa “e” está errada. 
 
16) SERPRO/2001-ESAF - Em 19x9 o valor dos ingressos de disponibilidades originados 
por vendas é: 
a) 300.000 
b) 296.500 
c) 283.200 
d) 280.200 
e) 280.000 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 40
SOLUÇÃO: 
Seguiremos o emprego do mesmo raciocínio adotado para questões anteriores. 
Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo: 
Vendas no período = R$ 300.000 
(+) Clientes (19x8) = R$ 25.000 
(-) Clientes (19x9) = R$ 42.000 
(-) PDD (19x8) = R$ 250 
(-) Dup. Desc. (19x8) = R$ 8.750 
(+) Dup. Desc. (19x9) = R$ 6.200 
Total recebido = R$ 280.200 
Logo a alternativa correta é a letra “d”. 
 
17) SERPRO/2001-ESAF - O valor apurado, em 19x9, como pagamento de Despesas, no Fluxo de 
Caixa pelo Método Direto é: 
a) 173.500 
b) 173.200 
c) 108.200 
d) 78.200 
e) 68.000 
 
SOLUÇÃO: 
As despesas pagas, em 19x9, podem ser apuradas basicamente pela DRE, devendo-se ter 
o cuidado de excluir os valores que não representam saídas de disponibilidades como 
depreciação e devedores duvidosos. Outro aspecto que merece atenção é o aumento em 
contas a pagar de R$ 2.000,00. 
Assim, teremos o seguinte demonstrativo de despesas pagas em 19x9: 
Despesas administrativas 70.000 
Despesas financeiras 8.700 
Despesas de vendas 31.500 
(-) Aumento de c/ a pagar (2.000) 
Total = 108.200 
Desta forma, a resposta correta é a letra “c”. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 41
10. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
 
Instruções para resolução das questões de nºs 01 a 07. 
Em uma operação de verificação dos livros contábeis, realizada na Cia. Luanda, foi possível 
identificar os seguintes dados: 
 
I - O Balanço Patrimonial dos exercícios 20x1 e 20x2 
CONTAS DO ATIVO 20x1 20x2 
Disponibilidades 8.000 6.000 
Clientes 12.000 22.500 
(-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duvidosa (300) (800) 
Estoques 2.000 6.500 
Participações Societárias 5.300 5.300 
Imóveis 12.000 12.000 
Equipamentos 15.000 20.000 
Veículos 20.000 20.000 
(-) Depreciação Acumulada (2.000) (7.500) 
TOTAL DO ATIVO 72.000 84.000 
 
CONTAS DO PASSIVO+PL 20x1 20x2 
Contas a Pagar 1.000 4.000 
Fornecedores 9.000 6.000 
Dividendos a Pagar ---- 3.000 
Impostos Provisionados 1.000 2.000 
Notas Promissórias a Pagar 10.000 ---- 
Financiamentos de Longo Prazo 16.000 22.000 
Capital Social 30.000 40.000 
Reservas de Lucros 4.000 0 
Lucros/Prejuízos Acumulados 1.000 7.000 
TOTAL DO PASSIVO+PL 72.000 84.000 
 
II - A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
 CAPITAL 
SOCIAL 
RESERVA 
DE LUCROS 
LUCROS/ PRE- 
JUÍZOS AC. 
TOTAL 
Saldo em 31.12.20x1 30.000 4.000 1.000 35.000 
Transferências p/Capital 4.000 (4.000) 0 
Novas Subscrições 
Incorporação do 
Resultado Líquido 
20x2 
 9.000 9.000 
Distribuição do Resultado 0 
Dividendos (3.000) (3.000) 
Saldo em 31.12.20x2 40.000 0 7.000 47.000 
 
III - Itens da Demonstração de Resultado do Exercício 
Itens Adicionais 20x1 20x2 
Vendas 100.000 152.000 
CMV 64.000 82.000 
Despesas totais do período 34.000 59.000 
Resultado antes do IR 2.000 11.000 
Variações Cambiais Passivas ---- 6.000 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 42
Despesas de Depreciações 2.000 5.500 
Provisão p/ pagamento do Imposto 
de Renda 
1.000 2.000 
Provisão p/ Créditos de Liquidação 
Duvidosa 
300 800 
 
IV - Outras informações adicionais 
. As Notas Promissórias vencem em 180 dias. 
. Os financiamentos foram contratados junto ao Banco ABC em 30.12.20x1 pelo prazo de 8 
anos, com carência de 3 anos e juros de 5% anuais, pagáveis ao final de cada período 
contábil. O saldo devedor é corrigido pela variação da moeda x, com pagamento do principal 
em 5 parcelas anuais após o período de carência. 
 
Com base unicamente nos dados fornecidos, responder às questões de números 01 a 07. 
 
01) (AFRF-2003) O valor dos ingressos de caixa gerado pelas vendas no período examinado 
foi: 
a) 159.500 
b) 150.000 
c) 141.200 
d) 139.500 
e) 139.200 
 
02) (AFRF-2003) Examinando os dados, verifica-se que a empresa pagou aos fornecedores o 
valor de: 
a) 89.500 
b) 86.500 
c) 85.000 
d) 82.000 
e) 75.500 
 
03) (AFRF-2003) Com base nos dados identificados, pode-se afirmar que a saída de caixa 
para o pagamento de despesas foi: 
a) 52.700 
b) 50.700 
c) 44.700 
d) 45.500 
e) 43.700 
 
04) (AFRF-2003) No período a empresa efetuou compras de estoques no valor de: 
a) 89.500 
b) 86.500 
c) 85.000 
d) 82.000 
e) 75.500 
 
05) (AFRF-2003) Com os dados fornecidos e aplicando o método indireto para elaborar o 
fluxo de caixa, pode-se afirmar que a contribuição do resultado ajustado para a formação 
das disponibilidades é: 
a) 21.300 
b) 12.000 
c) 17.500 
d) 20.500 
e) 6.000 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 43
06) (AFRF-2003) O valor dos itens de Investimentos que contribuíram para a variação das 
disponibilidades é: 
a) (5.500) 
b) (5.000) 
c) (500) 
d) 5.000 
e) 5.500 
 
07) (AFRF-2003) O valor do caixa líquido consumido nas atividades operacionais é:
a) (9.300) 
b) (8.000) 
c) (3.000) 
d) 7.000 
e) 9.000 
 
08) (AFRF-2003) Representam operações que não afetam o fluxo de caixa: 
a) recebimento por doação de terrenos e depreciações lançadas no período. 
b) aquisição de bens não de uso e quitação de contrato de mútuo. 
c) alienação de participações societárias e depreciações lançadas no período. 
d) amortizações efetuadas no período de diferidos e venda de ações emitidas. 
e) repasse de recursos para empresas coligadas e aquisição de bens. 
 
09) (AFRF-2003) Na elaboração do fluxo de caixa são classificáveis como atividade de 
financiamento: 
a) desembolso por empréstimos concedidos a empresas coligadas e controladas. 
b) aquisição de máquinas, veículos ou equipamentos através de contrato de arrendamento 
mercantil. 
c) recebimento de contribuições de caráter permanente para aquisição de terrenos para 
expansão da capacidade instalada da empresa. 
d) venda de ações emitidas e recebimento de valores decorrentes da alienação de 
participações societárias. 
e) recebimento de juros sobre empréstimos concedidos a outras empresas. 
 
Nas questões de números 10 a 45, marque C (certo) ou E (errado). 
 
10) (INSS-CESPE-2003) A demonstração do fluxo de caixa objetiva destacar as principais 
atividades que, direta ou indiretamente, causam impacto no fluxo de caixa e, portanto, 
influenciam o saldo geral de caixa. Divide-se, formalmente, em duas seções: atividades 
operacionais e atividades não operacionais. 
 
11) (INSS-CESPE-2003) O fluxo de caixa pode ser demonstrado pelos métodos direto ou 
indireto. Enquanto o primeiro, partindo da receita de vendas, reconstrói a demonstração de 
resultado de exercício de cima a baixo quanto ao fluxo de caixa, a fim de determinar o 
caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, o segundo método, também conhecido 
como método da reconciliação, parte do lucro líquido e, por meio de remoção de quaisquer 
itens que não afetem o fluxo de caixa, ajusta-se para o regime de caixa. O método indireto 
é considerado mais vantajoso do que o método direto por que evidencia as eventuais 
diferenças entre o lucro líquido e o dinheiro líquido gerado nas atividades operacionais. 
 
12) (PETROBRAS-CESPE-2004) As normas complementares tornaram obrigatória, para 
todas as empresas sob a égide da legislação societária, a divulgação da demonstração dos 
fluxos de caixa (DFC), que objetiva mostrar como ocorreram as movimentações de 
disponibilidades durante determinado período. Em alguns países, a DFC já substituiu a 
DOAR por ser de mais utilidade e facilidade de entendimento para os usuários. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 44
13) (PETROBRAS-CESPE-2004) A demonstração de fluxo de caixa pelo método direto é 
elaborada a partir do lucro líquido ajustado para o regime de caixa. Os valores que afetam 
o fluxo de caixa são removidos diretamente do lucro líquido, obtendo-se, por essa via, o 
dinheiro líquido gerado pelas atividades operacionais. 
 
14) (PETROBRAS-CESPE-2004) O método direto, que é recomendado e incentivado pelo 
FASB (Financial Accounting Standards Boards) – Conselho de Padrões de Contabilidade 
Financeira norte-americano para fins de divulgação externa - , é mais vantajoso que o 
indireto, uma vez que evidencia as eventuais diferenças entre o lucro líquido e o dinheiro 
líquido gerados pelas atividades operacionais no período. 
 
15) (PETROBRAS-CESPE-2004) O objetivo da demonstração de fluxo de caixa é destacar as 
principais atividades que, direta ou indiretamente, causam impacto no mesmo e, assim, 
influenciam o saldo geral de caixa. Caixa é utilizado em sentido amplo, ou seja, devem ser 
considerados não apenas o dinheiro em espécie mas também os demais ativos 
equivalentes de caixa que possuam liquidez imediata. 
 
16) A Lei nº 10.303/01, ao alterar a Lei nº 6.404/76, tornou obrigatória a DFC para as 
companhias abertas que tenham suas ações negociadas no mercado secundário, cuja 
divulgação deve ser auditada por auditor independente registrado na CVM. 
 
17) Por disponibilidades entende-se o dinheiro em caixa, os valores depositados em conta 
corrente bancária e as aplicações de liquidez imediata, sendo que às últimas dá-se a 
denominação de equivalentes de caixa. 
 
18) O fluxo de caixa projetado ganha ênfase quando o objetivo da empresa é o planejamento 
a curto e médio prazos. 
 
19) O fluxo de caixa realizado, quando elaborado por diversos períodos sucessivos, além da 
função do controle orçamentário, permite análise de tendência, sendo, portanto, 
ferramenta importante para a elaboração do fluxo de caixa projetado. 
 
20) O moderno administrador de empresas pode planejar seus pagamentos e terá em suas 
mãos a programação financeira a longo prazo se elaborar o fluxo de caixa projetado. No 
entanto, a programação financeira a curto prazo somente será obtida se elaborar o fluxo de 
caixa realizado. 
 
21) A DFC evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o disponível ao passo 
que a DOAR evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o capital circulante 
líquido. 
 
22) O fluxo de caixa pode ser apresentado pelo método direto ou indireto. Em ambos os 
métodos de apresentação ou elaboração, recomenda-se a segmentação por atividades por 
haver melhor compreensão do seu conteúdo. 
 
23) As atividades operacionais compreendem as transações que envolvem a consecução do 
objeto social da Entidade. 
 
24) As atividades de investimentos compreendem as transações com os ativos financeiros, as 
aquisições ou vendas de participações em outras empresas e de ativos utilizados na 
produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. 
 
25) Entre as atividades de financiamentos temos a captação de recursos junto aos acionistas 
ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos 
ou outros recursos, sua amortização e remuneração, bem como o recebimento de doações 
ou subvenções. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 45
 
26) Quando, pela sua natureza, pagamentos e recebimentos pareçam ser classificáveis tanto 
nas atividades operacionais, nas atividades de investimentos ou nas atividades de 
financiamentos, deve-se levar em conta a atividade preponderante da Entidade para a 
correta classificação da atividade no fluxo de caixa. 
 
27) A aquisição ou alienação de imóveis é considerada atividade de investimento, 
independentemente do objeto social da Entidade. 
 
28) As informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que resultarem em 
reconhecimento de um ativo ou de um passivo, sem o efetivo pagamento ou recebimento, 
como o reconhecimento de variações cambiais ativas e passivas, não devem fazer parte 
da DFC. 
 
29) A conciliação entre o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades 
operacionais visa fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações 
operacionais e de outros eventos que afetam o resultado. 
 
30) As informações contidas numa demonstração dos fluxos de caixa, quando elaborada 
criteriosamente, substituem com vantagens as demais demonstrações contábeis, 
dispensando-se, neste caso, a sua elaboração e divulgação. 
 
31) A par de a DFC não ser de elaboração obrigatória, a doutrina ainda não está pacífica sobre 
qual é o método mais vantajoso, havendo aqueles que apontam o método direto como o 
mais recomendado e outros vêem vantagens no método indireto. 
 
32) Um das vantagens atribuídas ao método indireto é a possibilidade de comparação do 
resultado com o caixa gerado pelas atividades operacionais,
a partir do lucro líquido 
ajustado. 
 
33) Na elaboração da DFC pelo método indireto parte-se do resultado do exercício que deve 
ser ajustado mediante adição das despesas que não representaram saídas de caixa e 
diminuído das receitas que não geraram ingressos de recursos em disponibilidades. 
 
34) O aumento de contas a pagar como: Salários, Aluguéis, Telefone, etc., ficam excluídos do 
resultado ajustado, devendo ser considerados apenas os resultados de exercícios futuros e 
as depreciações no lucro ajustado. 
 
35) Na DFC, pelo método direto, tem-se como vantagem a possibilidade de visualizar o item 
de maior contribuição para a formação do caixa líquido. 
 
36) O recebimento de duplicatas de emissão da Entidade, contribui para o aumento do caixa 
líquido do período, mesmo que as vendas tenham sido realizadas no período anterior. 
 
37) Além dos valores recebidos de clientes, incluem-se nas atividades operacionais os 
recebimentos de dividendos e lucros de subsidiárias. 
 
38) Numa empresa que possui como objeto social a incorporação imobiliária, a venda de 
imóveis a prazo será lançada na DFC como atividade operacional. 
 
39) O aumento ou a redução do PL que possua correspondência em disponibilidades e que não 
esteja incluído no resultado do período considerado, deve ser apresentado na DFC como 
atividade de financiamento. 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 46
40) O caixa gerado pelas vendas em dado período deve considerar a diminuição do saldo da 
conta clientes do período anterior e o aumento do saldo da conta clientes do período atual, 
bem como o valor da PDD constituída no final do período atual. 
 
41) O fluxo de caixa gerado pelo aumento de resultados de exercícios futuros somente deve 
ser reconhecido como disponibilidade com a ocorrência do fato gerador da receita, pois do 
contrário estaremos desrespeitando o princípio da competência. 
 
42) O aumento de obrigações decorrentes de variações cambiais, na elaboração da DFC, deve 
ser adicionado ao resultado do período a fim de obtermos o lucro ajustado, pois tais 
aumentos de passivos não representam desembolsos de disponibilidades. 
 
43) O resultado positivo, na avaliação de investimentos pelo método da equivalência 
patrimonial, deve ser excluído do lucro líquido do exercício na determinação do lucro 
ajustado, quer na elaboração da DOAR, quer na elaboração da DFC, pois não representa 
ingresso de disponibilidades e não há aumento de capital circulante. 
 
44) Em certas circunstâncias ou de modo genérico, poder-se-ia dizer que os ajustes que se 
fazem necessários ao resultado do exercício, para obter o lucro ajustado, consistem em 
considerar os aumentos do ativo circulante como aplicações de recursos e os aumentos do 
passivo circulante como sendo origens de recursos. 
 
45) A demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto se assemelha em quase todos os 
aspectos à elaboração da DOAR, sendo que a diferença consiste em considerar, também, 
as variações ocorridas no capital circulante líquido. 
 
 
11. GABARITO DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
01 – C 02 – A 03 – E 04 – B 05 – D 
06 – B 07 – D 08 – A 09 – C 10 - E 
11 - C 12 - E 13 – E 14 – E 15 - C 
16 – E 17 – C 18 – C 19 – C 20 – E 
21 – C 22 – C 23 – C 24 – C 25 – C 
26 – C 27 – E 28 – C 29 – C 30 – E 
31 – C 32 – C 33 –C 34 – E 35 – C 
36 – C 37 – C 38 – E 39 – C 40 – E 
41 – E 42 – C 43 – C 44 – C 45 - C 
 
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 03 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS -I 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1
Aula 03 
 
Caros alunos(as), para o concurso de AFRFB não há mais a divisão por áreas. No 
entanto, no edital temos o “inquietante” item 15 – Legislação societária atualizada e 
normas da CVM. 
Considerando que quando havia as áreas de especialização, na área de auditoria 
quase a metade da prova era sobre o tema Avaliação de Investimentos (14 questões 
em um total de 30) e mais 9 questões sobre Fluxo de Caixa. Por isso, entendemos 
que em relação ao item 15 podem aparecer duas ou três questões na prova desse 
concurso que se aproxima e mais uma ou duas questões sobre a DFC, que já vimos 
na aula 02. Assim, entre DFC e o item 15, acreditamos que possam ser cobradas até 
5 questões! 
Desta forma, não há outro jeito a não ser estudar a matéria com todo cuidado! 
No estudo dessa matéria, tomamos o cuidado de trazer a legislação societária, 
da CVM e a legislação fiscal pertinente, além de no final transcrevermos a íntegra da 
norma da CVM (Instrução 247/96). 
Apresentaremos o tema em três aulas (Aula 03, 04 e 05), apresentando ao final 
de cada aula questões de provas da Esaf e de outras instituições sobre o assunto. 
 
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS – PARTE I 
 
1 – ASPECTOS INICIAIS 
Uma administração empresarial eficiente envolve, entre outros aspectos, o 
adequado gerenciamento dos recursos financeiros de modo a otimizá-los. Isto se faz 
necessário pelo fato de os recursos financeiros representarem, geralmente, o fator de 
produção mais escasso, e em conseqüência o mais caro, especialmente em nosso País 
onde as taxas de juros praticadas tem sido, historicamente, elevadíssimas. 
Diante de tal situação o administrador moderno deve buscar a melhor solução de 
rentabilidade para os recursos de sua empresa, alocando-os no objeto social de sua 
entidade, aí incluídos os estoques de mercadorias, matérias-primas, vendas a prazo, 
ativo permanente – imobilizado e diferido. 
Se, porém, a entidade apresentar riqueza própria em excesso ou excesso de 
disponibilidades, mesmo que temporários, deverá aplicá-los em investimentos que, 
dependendo da natureza e freqüência dessas sobras, podem ser temporários ou 
permanentes, pois deixar esses recursos ociosos, sem nada produzir, seria 
considerado desperdício inadmissível e indicativo de administração deficiente. 
Por estes aspectos apresentados é que as empresas, mesmo que não seja seu 
objeto social principal, aplicam os excessos de recursos, temporários ou permanentes, 
em investimentos que podem assumir natureza diversa, porém sempre objetivando a 
melhor alocação destes e buscando rentabilidade, que é, em última análise, o objetivo 
principal de qualquer empreendimento empresarial. 
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2 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE LIQUIDEZ IMEDIATA 
Uma empresa, quando possui excesso de disponibilidades temporárias, não 
necessários para honrar os compromissos imediatos, faz aplicações financeiras 
visando se proteger da desvalorização da moeda e para auferir alguma vantagem 
financeira. Na hipótese de estas aplicações financeiras serem do tipo que podem ser 
resgatadas a qualquer tempo, como, por exemplo, os Fundos de Renda Fixa, elas 
deverão ser classificadas no ativo circulante, no subgrupo disponibilidades. 
Para a correta avaliação das aplicações financeiras de liquidez imediata, quando, 
no final do exercício, existirem saldos em aplicações dessa natureza, em observância 
ao regime de competência, devemos contabilizar os rendimentos já ganhos (receitas 
auferidas ou incorridas) até aquela data e somá-los ao investimento, isto é, a conta 
investimentos de liquidez imediata será debitada, devendo ser creditada uma conta de 
resultado (rendimentos em aplicações financeiras, por exemplo), gerando o 
lançamento a seguir: 
 Aplicações financeiras de liquidez imediata 
a Receita operacional de variação cambial e/ou juros 
Procedendo desta forma teremos, no balanço final do exercício, o valor 
atualizado do investimento. É neste sentido que dispõe
o final do inciso I do art. 183 
da Lei nº 6.404/76: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não 
classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do 
mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as 
provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será 
admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do 
mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros 
acrescidos; 
 
3 –ALGUMAS DEFINIÇÕES PRELIMINARES 
Títulos de Crédito – Quando falamos de títulos de crédito vêm à tona aqueles 
papéis emitidos por entidades financeiras como: Letras de Câmbio, Certificado de 
Depósito Bancário e outros. Porém, o conceito de títulos de crédito é mais 
abrangente, envolvendo, também, os títulos emitidos por entidades não financeiras 
como: Debêntures, Notas Promissórias e as Duplicatas. Todos são emitidos com 
finalidade de captar recursos no mercado financeiro ou de financiar as atividades da 
entidade. 
Todos esses papéis possuem prazo de vencimento e, explicitamente ou 
implicitamente, rendem juros que podem ser pré-fixados ou pós-fixados. 
Valores Mobiliários – Representam os títulos e papéis emitidos por entidades 
financeiras e outras entidades comerciais. Constituem-se de frações de um patrimônio 
como as ações e quotas ou de direitos sobre a participação patrimonial de uma 
entidade como, por exemplo, o bônus de subscrição, as partes beneficiárias e as 
debêntures. 
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Aplicações Financeiras – As aplicações financeiras se caracterizam pela 
alocação de recursos em títulos e papéis de natureza monetária, constituindo-se em 
direito ou títulos de crédito. Esses direitos ou títulos de crédito se apresentam com 
prazo de vencimento e taxas de rentabilidade pré ou pós-fixados. 
São exemplos representativos de direitos ou títulos dessa natureza: 
) Certificados de Depósito Bancários 
) Caderneta de Poupança 
) Debêntures conversíveis ou não em ações 
) Depósitos a prazo fixo 
Investimentos – Diferentemente das aplicações financeiras, os investimentos 
se caracterizam mais por alocações de recursos em bens de natureza não monetária. 
São as aplicações em valores mobiliários que não possuem prazo de vencimento e 
tampouco taxa de rendimento predeterminados, como as participações societárias e 
mesmo em bens imóveis e bens móveis como obras de arte. 
Entretanto, também são considerados investimentos as alocações de recursos 
em papéis de natureza monetária representados por direitos ou títulos de crédito 
como, por exemplo, ações adquiridas ou cotadas em mercado de valores mobiliários 
(bolsa de valores); quotas de capital; investimentos em ouro; fundo de ações, que 
não possuem a característica de permanência. 
Além destas definições, a Instrução CVM No 387, de 28 de abril de 2003, que 
estabelece normas e procedimentos a serem observados nas operações realizadas 
com valores mobiliários, em pregão e em sistemas eletrônicos de negociação e de 
registro em bolsas de valores e de bolsas de mercadorias e futuros e dá outras 
providências, trouxe em seu artigo 2º definições que, por sua relevância e afinidade 
aos temas aqui tratados, estão a seguir transcritos: 
Corretora de Valores: a sociedade habilitada a negociar ou registrar operações 
com valores mobiliários por conta própria ou por conta de terceiros em bolsa e 
entidades de balcão organizado; 
Corretora de Mercadorias: a sociedade habilitada a negociar ou registrar 
operações com valores mobiliários negociados em bolsa de mercadorias e futuros; 
Operador Especial: pessoa natural ou firma individual detentora de título de 
bolsa de mercadorias e futuros, habilitada a atuar no pregão e nos sistemas 
eletrônicos de negociação e de registro de operações, executando operações por conta 
própria e por conta de corretoras, desde que autorizadas pela bolsa; 
Entidade de Balcão Organizado: pessoa jurídica que administra sistema 
eletrônico de negociação e de registro de operações com valores mobiliários; 
Comitente ou Cliente: a pessoa, natural ou jurídica, e a entidade, por conta da 
qual as operações com valores mobiliários são efetuadas; 
Câmara de Compensação e de Liquidação: câmara ou prestador de serviços 
de registro, compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, 
integrante do Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB; 
Membro de Compensação ou Agente de Compensação: a pessoa jurídica, 
instituição financeira ou a ela equiparada, responsável perante aqueles a quem presta 
serviços e perante a câmara de compensação e de liquidação pela compensação e 
liquidação das operações com valores mobiliários sob sua responsabilidade; 
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Ordem: ato mediante o qual o cliente determina a uma corretora que compre ou 
venda valores mobiliários, ou registre operação, em seu nome e nas condições que 
especificar; 
Oferta: ato mediante o qual a corretora ou o operador especial apregoa ou 
registra a intenção de comprar ou vender valores mobiliários; 
Participante com Liquidação Direta: instituição financeira detentora de título 
de membro de compensação que realiza e liqüida operações para sua carteira própria 
ou para fundos sob sua administração. 
4 – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS 
 
4.1 - CONCEITO 
Em economia de preços crescentes e taxas de juros atrativas, os investimentos 
em títulos e valores mobiliários a curto e médio prazo se constituem em boas 
alternativas para alocar as disponibilidades que não serão necessárias durante o 
período de aplicação. As principais opções no mercado financeiro e no de capitais para 
aplicação dos excessos de recursos são: 
) Aplicações Temporárias em Ações 
) Aplicações Temporárias em Ouro 
) Bônus do Tesouro Nacional - BTN 
) Certificado de Depósito Bancário (RDB/CDB) 
) Commodities 
) Depósitos a Prazo Fixo 
) Fundo de Aplicação Financeira - FAF 
) Fundo de Curto Prazo 
) Fundo de Investimentos de Renda Fixa ou Variável 
) Letras de Câmbio 
) Letras Financeiras do Tesouro - LFT 
Desta forma, pode-se conceituar investimento temporário como sendo a 
alocação de recursos ou disponibilidades temporárias em aplicações de caráter não 
permanentes, isto é, aqueles investimentos que possuem o caráter e a intenção de 
realização, classificáveis no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo. 
 
4.2 – CLASSIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
O art. 179, inciso III, da Lei nº 6.404/1976 determina que as participações 
permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa, devem ser classificadas no grupo do Ativo Permanente no 
subgrupo Investimento. 
Desta forma, a lei aventa a hipótese de haver investimentos classificáveis no 
Ativo Circulante. Há, porém, a possibilidade da classificação de investimentos no Ativo 
Realizável a Longo Prazo, quando o prazo de resgate assim o requerer ou quando a 
entidade adquirente assim o desejar. 
Antes de seguirmos em nosso estudo, porém a ele pertinente, cabe uma 
ressalva no concernente à classificação das contas relativas ao investimento em ouro. 
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Sobre o tema a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pronunciou-se com maestria 
por meio
do item 4 do Parecer de Orientação nº 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO nº 
18/90), dispondo que: 
“4. APLICAÇÕES EM OURO 
Classificáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua 
comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a 
Longo Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de 
aquisição atualizado monetariamente pelo BTN fiscal de final do período ou 
pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo, quando for o caso, ser 
constituída provisão para ajuste ao valor de mercado. 
Entende-se por: 
- custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do 
documento representativo da transação em bolsa ou emitido por empresa 
habilitada ao comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e 
taxas efetivamente devidos pelo comprador; 
- valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diárias, 
ocorridas durante o pregão da bolsa do país em que se verificar o maior 
volume de negociações, no dia do encerramento do exercício social ou, se 
nesse dia não houver pregão, no dia do último pregão anterior.” 
Portanto, resta cristalino que os investimentos em ouro devem ser classificados 
ou no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo, dependendo da intenção da 
investidora quanto a sua realização. 
Já nas empresas que possuem como objeto social a sua comercialização ou 
industrialização, como é o caso das fabricantes de jóias, a classificação do ouro será, 
sempre, no ativo circulante, em estoques de matérias-primas ou mercadorias, nesse 
último caso quando os produtos estiverem acabados. 
Agora, após este breve esclarecimento sobre a classificação do ouro, cabe 
acrescentar que a avaliação dos demais investimentos temporários deve seguir a 
orientação contida no art. 183, inciso I da lei societária, isto é, os investimentos em 
Valores Mobiliários não permanentes, que possuem característica de realização, 
devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. 
É de ressaltar ainda que o ajuste ao valor de mercado é efetuado por meio de 
provisão para ajuste ao valor de mercado. 
Para dar maior clareza ao assunto, transcrevemos a seguir a íntegra do art. 183 
da Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, que se constitui no diploma legal a 
respeito de avaliação de ativos, entre eles os investimentos. 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo 
os seguintes critérios: 
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não 
classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo 
valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos 
e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de 
realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o 
limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, 
variação cambial ou juros acrescidos; 
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II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do 
comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em 
fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou 
produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, 
quando este for inferior; 
III - os investimentos em participação no capital social de outras 
sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de 
aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização 
do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como 
permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, 
sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de 
provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, 
ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando 
este for inferior; 
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, 
deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou 
exaustão; 
VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo 
das contas que registrem a sua amortização. 
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de 
mercado: 
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual 
possam ser repostos, mediante compra no mercado; 
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de 
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e 
demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; 
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a 
terceiros. 
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será 
registrada periodicamente nas contas de: 
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que 
têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade 
por uso, ação da natureza ou obsolescência; 
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital 
aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou 
comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração 
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou 
contratualmente limitado; 
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua 
exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou 
florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 
§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados 
periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, a partir do 
início da operação normal ou do exercício em que passem a ser 
usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a 
perda do capital aplicado quando abandonados os empreendimentos 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 7
ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas 
atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-
los. 
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda 
poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o 
costume mercantil aceito pela técnica contábil. 
Assim, para enfatizar o que se disse até o momento, os investimentos em ouro 
devem ser classificados no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo e 
serão avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo 
que o ajuste ao valor de mercado é feito por meio de provisão própria, tomando por 
base a cotação do metal. Outros investimentos temporários devem seguir a sorte do 
investimento em ouro, tanto no concernente à classificação quanto no de sua 
avaliação, isto é, devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, 
dos dois o menor. 
Tendo em vista que a correta avaliação de ativos não pode ser dissociada de sua 
correta classificação e considerando a relevância societária e tributária que o tema 
possui, vejamos a íntegra do art. 179 da Lei nº 6.404/76, que dispõe sobre a 
classificação do ativo, aí incluídos os investimentos: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no 
curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em 
despesas do exercício seguinte; 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o 
término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, 
adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas 
(artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da 
companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do 
objeto da companhia; 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras 
sociedades
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no 
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa; 
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens 
destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, 
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade 
industrial ou comercial; 
V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que 
contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício 
social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o 
período que anteceder o início das operações sociais. 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa 
tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante 
ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. 
Analisando, conjuntamente, as disposições do artigo 179 e do artigo 183, ambos 
da Lei nº 6.404/76, chegamos as seguintes conclusões no concernente a classificação 
e modos de avaliação para os investimentos: 
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1 – As aplicações financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda 
Fixa, devem ser classificados no Ativo Circulante Disponível e avaliados pelo custo 
de aquisição mais rendimentos ganhos até a data do encerramento do exercício. 
Ressalte-se que os rendimentos ganhos serão computados consoante o regime de 
competência, isto é, ao final de cada período devemos reconhecer as receitas nele 
ganhas. Veja que não há a possibilidade de provisionamento para ajuste ao valor de 
mercado, pois estamos tratando de valores monetários; 
2 – Aplicações financeiras com liquidez até o final do exercício seguinte, como os 
Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo 
Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição 
mais rendimentos auferidos no período considerado. Este tipo de ativo também não 
comporta provisão para ajuste ao valor de mercado; 
3 – Aplicações financeiras com liquidez após o final do exercício seguinte, como 
os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no 
Ativo Realizável a Longo Prazo, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados 
pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos no exercício. 
Atente-se ao fato que na avaliação desses ativos, até este momento, não foi 
invocada a necessidade de se constituir provisão para ajuste ao valor de mercado 
quando este seja menor, isto é, estes investimentos (itens 1 a 3) são avaliados pelo 
custo de aquisição mais rendimentos, se houver, não se considerando uma provável 
redução em face do valor de mercado por ocasião de sua avaliação, visto tratar-se de 
valores monetários; 
4 – O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou não, como, por exemplo, as 
operações de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ou 
ativo realizável a longo prazo, conforme previsão de realização e devem ser avaliados 
pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para desvalorização quando o valor 
de mercado for menor; 
5 – Participações Societárias com intenção de realização até o final do exercício 
social subseqüente, como as ações e quotas de outras sociedades comerciais, devem 
ser classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporários, 
cuja avaliação deve ser pelo custo de aquisição ajustado por provisão para ajuste ao 
valor de mercado quando este for menor. O ajuste será feito tomando por base a 
cotação em bolsa de valores de maior movimento no último dia útil do exercício; 
6 – Participações Societárias com intenção de realização após o final do exercício 
social subseqüente, como ações e quotas de outras sociedades, devem ser 
classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição e 
ajustados ao valor de mercado quando este for menor. 
É interessante frisar que os investimentos relativos aos itens 1 a 6 compõem o 
ativo realizável ou possuem a natureza ou intenção de realização, fato este que não 
está presente nos investimentos do ativo permanente; 
7 – Participações societárias em empresas não controladas e cujo investimento 
não seja relevante, mas com intenção de permanência, como ações ou quotas de 
outras empresas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos e 
avaliados pelo Custo de Aquisição ajustado por provisão para perdas quando 
comprovadas como permanentes; 
8 – Participações Societárias em empresas controladas ou em sociedades 
coligadas e equiparadas a coligadas quando o investimento é relevante e a 
sociedade investidora exerça influência na administração da sociedade investida ou 
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cujo investimento representa 20% ou mais do capital social da investida, com 
intenção de permanência ou de fazer parte do corpo social da outra empresa, como 
ações e quotas de sociedades controladas e coligadas ou equiparadas a coligadas, 
devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo Método da 
Equivalência Patrimonial (MEP); 
9 – Outros ativos com intenção de permanência, como obras de arte, terrenos, 
edificações que não sejam de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente 
Investimento e avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para perdas 
prováveis ou ajuste a valor de mercado (art. 183, IV). 
Vê-se que cada aplicação ou investimento possui características próprias em 
relação ao prazo para resgate, taxa de rendimento, forma de rentabilidade, liquidez, 
intenção da empresa na sua aquisição etc. Entretanto, na sua classificação nos 
interessa, tão-somente, quando podemos dispor desses valores ou qual é a intenção 
da empresa em relação a sua realização. Por isso, os títulos resgatáveis de pronto 
devem ser classificados como disponibilidade e, quando não possuem essa 
característica, devem classificados como investimento temporário. Se, porém, há a 
intenção de permanência, eles deverão ser classificados no grupo do ativo 
permanente em subgrupo investimentos, onde serão separados pela sua forma de 
avaliação, isto é, método do custo ou método da equivalência patrimonial. Percebe-se 
que o ativo permanente representa o ativo que não possui a característica de 
realização, pois se possuir essa característica deverá ser classificado no ativo 
circulante ou no realizável a longo prazo. 
Outro aspecto interessante, a cuja conclusão chegamos pela leitura dos 
dispositivos legais sob análise, diz respeito à correta classificação de ações de 
coligadas. No nosso modo de entender o assunto, estas devem ser sempre 
classificadas no ativo permanente – investimento, pois somente podemos falar em 
coligadas quando participamos do capital social da sociedade investida com intenção 
de permanência. Desta forma, em questões de provas, quando nos são fornecidos 
aqueles “balancetes”, se aparecer a conta valores mobiliários, sem outra designação, 
estes serão classificados no ativo realizável (circulante ou longo prazo). Por outro 
lado, se aparecer a conta ações de coligadas, esta deve ser classificada no ativo 
permanente. 
Ainda no concernente a avaliação de investimentos, a CVM, por meio da 
Instrução CVM nº 235, de 23 de março de 1995, dispôs sobre a divulgação, em nota 
explicativa, do valor de mercado dos instrumentos financeiros, reconhecidos ou não 
nas demonstrações financeiras das companhias abertas e dá outras providências. 
Estabelece aquele ato normativo que as companhias abertas que possuam 
instrumentos financeiros, reconhecidos ou não como ativo ou passivo em seu balanço 
patrimonial, devem
evidenciar, em nota explicativa anexa às suas demonstrações 
financeiras e às informações trimestrais- ITR, o valor de mercado desses instrumentos 
financeiros. Devem constar, ainda, em nota explicativa, os critérios e as premissas 
adotados para determinação desse valor de mercado, bem como as políticas de 
atuação e controle das operações nos mercados derivativos e os riscos envolvidos. 
Entende-se por instrumento financeiro todo contrato que dá origem a um ativo 
financeiro em uma entidade e a um passivo financeiro ou título representativo do 
patrimônio em outra entidade, reconhecidos ou não como ativo ou passivo em seu 
balanço. Assim, são considerados ativos financeiros as disponibilidades, os direitos 
contratuais recebíveis em moeda ou em instrumentos financeiros de outra entidade, 
os direitos contratuais de troca de resultados financeiros (swaps) ou instrumentos 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 10
financeiros, e os títulos representativos de participação no patrimônio de outra 
entidade. Por outro lado, são caracterizados como passivos financeiros as obrigações 
contratuais de pagamento de determinada importância em moeda ou em 
instrumentos financeiros de troca de resultados financeiros ou instrumentos 
financeiros. 
Para os fins desta avaliação, a CVM considera valor de mercado o valor que se 
pode obter com a negociação do instrumento financeiro em um mercado ativo, em 
que comprador e vendedor possuam conhecimento do assunto e independência entre 
si, sem que corresponda a uma transação compulsória ou decorrente de um processo 
de liquidação, ou na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento 
financeiro o valor que se pode obter com a negociação de outro instrumento 
financeiro de natureza, prazo e risco similares, em um mercado ativo, ou o valor 
presente líquido dos fluxos de caixa futuros a serem obtidos, ajustado com base na 
taxa de juros vigente no mercado, na data do balanço, para instrumentos financeiros 
de natureza, prazo e risco similares. 
Não carecem de evidenciação nas notas explicativas os seguintes créditos ou 
débitos da entidade: as duplicatas a receber, nas empresas emissoras, e as duplicatas 
a pagar; os contratos de seguro, nas empresas seguradas; os contratos de 
arrendamento mercantil, na arrendatária; os investimentos em ações que não 
possuam valor de mercado; e as obrigações com planos de pensão, aposentadoria, 
seguro e saúde dos empregados da entidade. 
Na negociação de instrumentos financeiros feita por valor acima do valor de 
mercado e conjugada com operação de crédito deve ser observado o seguinte: 
I - nas companhias abertas vendedoras dos títulos e financiadoras da operação 
de crédito, o ganho decorrente da diferença entre o valor de venda e o valor de 
mercado do título deve ser registrado como redução do ativo representativo de 
crédito, para apropriação ao resultado,como receita financeira, na mesma base e 
período em que forem apropriadas as receitas de juros relativas a essa operação de 
crédito; 
II - nas companhias abertas compradoras dos títulos, a diferença entre o valor 
da aquisição e o valor de mercado do título deve ser registrada em conta redutora do 
ativo e da obrigação devendo ser essa conta redutora da obrigação apropriada ao 
resultado,como despesa financeira, na mesma base e período em que forem 
apropriadas as despesas de juros relativas à operação de crédito. 
O ganho na aquisição de um instrumento financeiro cujo valor de mercado seja 
inferior ao seu valor de face, mesmo nos casos em que este possa ser utilizado para 
liquidação de dívidas, somente será reconhecido à medida em que for efetivamente 
realizado. 
 
4.3 – ASPECTOS CONTÁBEIS 
Os investimentos temporários, no Balanço Patrimonial, compõem um subgrupo 
próprio dentro do ativo circulante ou do ativo realizável a longo prazo, possuindo a 
seguinte forma de apresentação: 
Ativo Circulante 
- Investimentos Temporários 
 - títulos e valores mobiliários 
 - aplicações em certificados de depósito bancário 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 11
 - investimentos em ouro – ativo financeiro 
 (-) provisão para ajuste ao valor de mercado 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
- Investimentos Temporários 
 - títulos e valores mobiliários 
 - aplicações em certificados de depósito bancário 
 - investimentos em ouro – ativo financeiro 
 (-) provisão para ajuste ao valor de mercado 
Estas contas possuem a função de registrar as alocações dos investimentos 
temporários no mercado financeiro ou de capitais, os rendimentos ganhos até o 
encerramento do exercício social e a provisão para ajustá-los ao valor de mercado, 
quando este for menor, segundo disposição do art. 183 da Lei 6.404/76. 
Cabe ressaltar que a contrapartida da provisão para ajuste ao valor de mercado 
é considerada despesa indedutível pela legislação do Imposto de Renda, devendo, 
pois, ser adicionada ao Lucro Líquido do Exercício na determinação do Lucro Real que 
é a base de cálculo do IRPJ. 
No concernente ao funcionamento das contas representativas de investimentos 
temporários, e considerando que são contas do ativo, podemos observar o seguinte: 
os seus saldos aumentam por meio de débitos e diminuem mediante créditos. Já as 
contas de provisão, que são contas retificadoras de ativo, possuem funcionamento 
inverso ao das contas do seu grupo, isto é, aumentam seus saldos mediante créditos 
e diminuem seus saldos mediante débitos. 
Portanto, para a correta avaliação dos investimentos pendentes de resgate, 
segundo os princípios fundamentais de contabilidade, por ocasião do encerramento do 
exercício social, devemos calcular a rentabilidade alcançada no período e registrá-la 
como receita financeira em contrapartida da conta do investimento temporário, bem 
como verificar se o valor de mercado corresponde ao valor de aquisição do 
investimento. Caso o valor de mercado seja menor, deve-se fazer o provisionamento 
da diferença em contrapartida de despesas com provisão. 
Exemplo: empresa ALFA adquire 10.000 cotas de um Fundo de Ações em 
02/10/2004, quando cada cota estava avaliada em R$ 1,20. Em 31/12/2004, o valor 
da cota alcançava R$ 1,35. 
Lançamento na aquisição das ações 
Investimentos em Fundo de Ações 
a Caixa R$ 12.000,00 
Valor do investimento em 31/12/2004 = 10.000 x R$ 1,35 = R$ 13.500,00 
A diferença (R$ 13.500,00 – R$ 12.000,00 = R$ 1.500,00) deverá ser lançada 
como receita do exercício de 2004, conforme o princípio da competência. Assim: 
Lançamento no encerramento do exercício de 2004 
Investimentos em Fundo de Ações 
a Receita Financeira R$ 1.500,00 
4.4 – ASPECTOS LEGAIS 
A Lei das sociedades por ações (Lei nº 6.404/1976), em seu art. 175, dispõe que 
o exercício social terá a duração de 01 (um) ano, cuja data do término será fixada no 
estatuto. O art. 179, por sua vez, estabelece os critérios de classificação dos ativos. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 12
No parágrafo único do mencionado artigo, a lei vincula a classificação preconizada nos 
incisos I e II ao ciclo operacional da empresa, para o caso de ele ser superior a um 
ano. Desta forma, a regra é que o exercício social terá a duração de um ano, mas a 
própria lei admite exceções como o caso no ano de início da atividade e no caso do 
ano de encerramento das atividades da empresa: 
 
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do 
término será fixada no estatuto. 
Parágrafo único. Na constituição
da companhia e nos casos de 
alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. 
... 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa 
tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante 
ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. 
No art. 183 da mesma lei encontramos os critérios da avaliação do ativo e no seu 
parágrafo 1º, alínea “b”, está definida a expressão valor de mercado para os 
investimentos. 
 
Art. 183. 
... 
§1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de 
mercado: 
... 
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de 
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e 
demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; 
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a 
terceiros. 
 
Por seu turno, os ganhos decorrentes dos investimentos temporários, mesmo os 
não realizados, em face da aplicação do princípio contábil da competência, serão 
levados à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme disposição do §1º 
do art. 187 da lei societária. 
Art. 187. ... 
§1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: 
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, 
independentemente da sua realização em moeda; e 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
No concernente às notas explicativas, o art. 176, parágrafo 5º, da Lei nº 
6.404/1976, estabelece que deverão ser indicados os principais critérios de avaliação 
dos elementos patrimoniais, os ajustes e as provisões para atender a perdas 
prováveis e os investimentos em outras sociedades. Vejamos o dispositivo: 
Art. 176. ... 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 13
§5º As notas deverão indicar: 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos 
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos 
do ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 
247, parágrafo único); 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) se pronunciou por meio da NBC T 4, 
estabelecendo as seguintes regras de avaliação: 
a) Os componentes do patrimônio com cláusula de atualização monetária 
pós-fixada são atualizados até a data da avaliação; 
b) As aplicações em ouro, como ativo financeiro, são avaliadas pelo valor 
de mercado; 
c) Os investimentos temporários são avaliados ao custo de aquisição e, 
quando aplicável, acrescidos de atualização monetária, dos juros e 
outros rendimentos auferidos; 
d) Os direitos, títulos de crédito e quaisquer outros créditos mercantis, 
financeiros e outros prefixados, são ajustados em valor presente. 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do Parecer de Orientação nº 
17 de 1989 (PO-17/89), se pronunciou da seguinte forma a respeito da provisão para 
ajuste ao valor de mercado: 
PROVISÃO PARA AJUSTE A VALOR DE MERCADO. (PO-17/89) 
Para efeito da constituição das provisões previstas nos incisos I e III, 
do artigo 183, da Lei n° 6.404/76, o valor de mercado, que servirá de 
parâmetro para a avaliação de títulos e valores mobiliários, deverá 
considerar a média aritmética ponderada da última cotação diária 
ocorrida no exercício, na Bolsa de maior volume de negociação, 
desprezando-se, se existentes, cotações derivadas de negociações 
atípicas. 
A Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, entretanto, preconizou a 
adoção de outros critérios em se tratando de investimentos permanentes, pois neste 
caso somente se constitui a provisão para perdas quando a sociedade investida 
apresentar diminuição no seu patrimônio líquido e desde que essa diminuição seja 
permanente. 
Por estrita correlação ao assunto, vale a pena discorrermos algumas linhas a 
respeito da avaliação de passivos, consoante o disposto no art. 184 da lei das 
sociedades anônimas. 
Diz aquele dispositivo que as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou 
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do 
exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; as 
obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão 
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; a as 
obrigações sujeitas à correção monetária serão atualizadas até a data do balanço. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 14
Percebe-se que, segundo a lei, também as contas do passivo terão seu valor 
atualizado quando conhecidos os riscos ou quando calculáveis os seus valores, como é 
o caso dos juros, variações cambiais e monetárias. 
 
5 – INVESTIMENTOS PERMANENTES 
Conforme disposição do art. 179 da Lei nº 6.404/1976, as participações 
permanentes em outras sociedades e os bens e direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, são classificados 
no Ativo Permanente no subgrupo INVESTIMENTOS. 
Observa-se que os bens e direitos a serem classificados nesse subgrupo não 
podem ser classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo, ou seja, não 
devem possuir a característica de realização e não devem constituir-se em meios à 
consecução da atividade econômica da empresa, pois, neste último caso, deverão ser 
classificados no Ativo Permanente - Imobilizado. 
Da inteligência do dispositivo societário em análise, infere-se que estamos diante 
de dois tipos de Investimentos classificáveis no subgrupo investimentos: “as 
participações permanentes em outras sociedades” e os “direitos de qualquer 
natureza, não classificáveis no ativo circulante ou longo prazo”. 
As participações permanentes em outras sociedades são os investimentos 
efetuados pala aquisição de ações ou quotas do capital social de outras empresas, 
com intenção de permanência. Essas participações societárias, quando em 
sociedades controladas ou em sociedades coligadas, cujo investimento seja relevante 
e haja o exercício de influência administrativa, têm tratamento legal próprio definido 
nos arts. 248 a 250 da lei das sociedades por ações e regulamentado pela Instrução 
CVM nº 247/96. 
Os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou 
realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa compreendem os investimentos que não se constituem em 
meios necessários à consecução da finalidade da entidade. São exemplos de 
investimentos dessa natureza os direitos de propriedade sobre obras de artes, as 
antigüidades e os imóveis não de uso, os quais apresentam, geralmente, uma 
expectativa de realização em valores que ultrapassam o custo de aquisição. Convém 
frisar que a expectativa de realização é apenas para fins de avaliação, pois os bens do 
ativo permanente não possuem na realização a sua característica, sendo a principal 
característica deste grupo a intenção de permanência. 
Para satisfazer uma das finalidades da contabilidade, que é a evidenciação de 
todos os fatos contábeis, e para possibilitar interpretação e análise exata das 
demonstrações financeiras, os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis 
no ativo circulante e realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa devem ser agrupadas
em subcontas próprias. 
Adotando essa prática se obtém a identificação de cada bem ou direito de imediato, 
mesmo por ocasião da baixa ou saída destes do Ativo Permanente. 
 
 Vejamos como os investimentos permanentes podem ser apresentados no 
Balanço Patrimonial: 
ATIVO PERMANENTE 
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Investimentos 
Participações permanentes em outras sociedades 
AVALIADAS PELO MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO 
Participações permanentes em outras empresas 
Ações da Cia. SEMPREBEM 
 Ações da Cia. BELOMONTE 
( - ) provisão para perdas prováveis 
 Quotas de Capital da Empresa PAMONHA Ltda. 
 
Investimentos Incentivados 
EMBRAER 
FINAM 
FINOR 
FISET 
 
(-) Provisão para Perdas Prováveis na Realização 
 
AVALIADAS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL 
Em sociedades controladas 
Cia. QUEBRA-GALHO S.A. 
ágio na aquisição do investimento 
Cia. BOMNEGÓCIO S.A. 
( - ) deságio na aquisição do investimento 
EMPRESA COQUEIROS Ltda. 
( - ) provisão para perdas prováveis 
Investimentos relevantes e influentes em 
sociedades coligadas 
TAMBO BOM LEITE S.A. 
 
OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES 
Obras de Artes e Antigüidades 
(-) Provisão para perdas prováveis na realização 
Imóveis de renda não destinado ao uso 
(-) Depreciação acumulada 
 
5.1 – CONCEITO 
Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participações 
no capital social de outras sociedades e em direitos de qualquer natureza não 
classificáveis no ativo realizável (circulante e longo prazo) e que não se destinem à 
manutenção da atividade da empresa. 
O caráter que os distingue dos investimentos temporários ou realizáveis é 
exatamente a intenção de permanência que deve estar manifestada. Esta intenção 
é normalmente manifestada no momento da aquisição do investimento e 
materializada pelo simples registro no grupo do Ativo Permanente no subgrupo 
Investimento, porém ela pode ser manifestada em momento posterior com inscrição 
no mesmo subgrupo. 
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5.2 – CRITÉRIOS LEGAIS 
Consoante dispõe o art. 179 da Lei nº 6.404/76, inciso III, tais direitos devem 
ser classificados no ativo permanente: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
... 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras 
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no 
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa; 
 Conforme já vimos, são dois os tipos de investimentos que devem ser 
classificados no subgrupo de Investimentos, ou seja, as Participações Permanentes 
em outras Sociedades e Outros Investimentos Permanentes. 
As Participações Permanentes em Outras Sociedades são aquelas participações 
no Capital Social das outras sociedades, representadas por ações e quotas do capital 
social. Para que sejam considerados integrantes desse subgrupo esses investimentos 
devem ter a característica de permanente e devem estar aplicados na formação de 
capital de outras sociedades. Portanto, excetuam-se desse conceito os investimentos 
de natureza temporária e puramente especulativos, sobre os quais a sociedade 
detentora possui a intenção de realização e não de permanência. 
As Participações Societárias Permanentes em outras Sociedades podem ser de 
natureza voluntária ou serem decorrentes de incentivos fiscais, que dentro de 
certas circunstâncias também são participações voluntárias, pois ninguém está 
obrigado, compulsoriamente, a investir em incentivos fiscais, constituindo o seu 
exercício mera liberalidade. 
Os Investimentos Voluntários são aqueles realizados pelas empresas em outras 
sociedades, considerando-se a sociedade investida como se fosse uma extensão das 
atividades da própria empresa investidora. A sociedade investida pode ser uma 
coligada, controlada ou simplesmente uma sociedade na qual se pretende, de forma 
permanente, participar do capital social. 
Os Investimentos decorrentes de Incentivos Fiscais têm origem por destinação 
de parcela do Imposto de Renda devido em projetos como: FINOR (Fundo de 
Investimentos do Nordeste) e FINAM (Fundo de Investimento da Amazônia). 
 
5.3 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 
A lei societária, por meio do art. 183, inciso III, estabelece a forma de avaliação 
dos investimentos permanentes no capital de outras sociedades. Como é este o tipo 
de investimento que interessa ao nosso estudo no momento e porque é ele quem traz 
as maiores dificuldades aos estudantes, em particular aos concursandos, vejamos, 
novamente, a letra do texto legal: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo 
os seguintes critérios: 
... 
III - os investimentos em participação no capital social de outras 
sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 17
aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização 
do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como 
permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, 
sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
Da leitura do texto legal, depreende-se que são duas as formas de avaliação 
das Participações Permanentes em outras Sociedades. Uma delas, sendo inclusive a 
regra geral, é a avaliação dos investimentos pelo custo de aquisição, ajustado por 
provisão para perdas quando esta estiver comprovada como permanente. A 
outra forma de avaliação das participações societárias é a encontrada no art. 248 da 
lei societária. O dispositivo trata da avaliação dos investimentos pelo Método da 
Equivalência Patrimonial (MEP). 
O uso de uma ou de outra forma de avaliação das Participações Societárias no 
Capital de outras Empresas não constitui liberalidade da sociedade avaliadora ou 
investidora. O MEP só pode ser utilizado nos casos expressamente determinados pela 
Lei e, subsidiariamente, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nos demais 
casos, isto é, quando não cabível a aplicação do MEP, os investimentos devem ser, 
obrigatoriamente, avaliados pelo Método do Custo. 
O MEP, conforme disposto no art. 248 da lei societária e regulamentado pela 
Instrução CVM nº 247/96, é usado para avaliação dos investimentos em sociedades 
controladas e dos investimentos relevantes, sobre cuja administração se exerça 
influência ou que represente mais de 20% do capital social de sociedades coligadas e 
equiparadas a coligadas. 
O Método do Custo é usado para avaliação dos investimentos em outras 
sociedades, ou seja, sociedades que não são coligadas nem controladas ou que, 
mesmo sendo sociedades coligadas, o investimento não é relevante para a investidora 
ou esta não exerce influência na administração da sociedade investida ou nas quais o 
valor do investimento seja menor do que 20% do capital social da investida. 
Assim, podemos resumir os critérios de avaliação dos investimentos nas 
seguintes situações a seguir (mais adiante veremos as definições de investimentos 
relevantes, influentes, sociedades coligadas e controladas): 
 
MÉTODO COLIGADA 
> 20% 
CONTROLADA RELEVANTE INFLUENTE 
MEP NÃO SIM NÃO NÃO 
MEP NÃO NÃO SIM SIM 
MEP SIM NÃO SIM NÃO 
CUSTO SIM NÃO NÃO SIM 
CUSTO NÃO NÃO SIM NÃO 
 
6 – MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO 
Utiliza-se este método de avaliação de participação societária na forma de ações 
ou quotas em sociedades que não sejam coligadas ou
controladas, bem como os 
investimentos em sociedades coligadas, desde que não sejam relevantes, 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 18
individualmente ou no seu conjunto, e sobre cuja administração não se exerça 
influência. 
A lei das Sociedades Anônimas conceitua investimentos relevantes, sociedades 
coligadas e controladas, cujo estudo faremos no tópico em que trataremos da 
avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial. Porém, pode-se 
dizer, por hora, que são avaliados pelo método do custo de aquisição quase todos os 
investimentos em que a participação da sociedade investidora for inferior a 20% do 
capital social realizado na sociedade investida. 
Na adoção deste método, a entidade investidora registra e avalia os 
investimentos pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas, conforme 
dispõe o art. 183, III, da Lei, ressalvando que essa provisão é necessária para se 
obter o valor de mercado, visto que o critério é custo de aquisição ou valor de 
mercado, dos dois o menor. Ressalte-se que a provisão para perdas somente poderá 
ser constituída quando a perda estiver comprovada como permanente. 
Entende-se que a perda é permanente quando a sociedade investida estiver em 
recuperação judicial ou extra-judicial (antiga concordata) ou quando for declarada a 
sua falência. Também pode haver a constituição dessa provisão em casos de a 
sociedade investida apresentar, em períodos consecutivos, prejuízos acumulados. 
Assim, a provisão é cabível apenas quando houver reflexo no patrimônio líquido 
da sociedade investida, não sendo plausível constituir a provisão pelo fato de a 
cotação das ações daquela empresa estar em baixa na data do balanço. 
Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, por este método, devem ser 
registrados como receita operacional no momento em que a empresa investida os 
distribuir ou provisionar, não se fazendo, na empresa investidora, qualquer alteração 
no valor do investimento efetuado com base no custo de aquisição. 
ATENÇÃO!!! 
No método de avaliação de investimentos pelo CUSTO, o aumento do 
Patrimônio Líquido na investida, pela geração de lucros ou reservas, 
mesmo a reserva por reavaliação de ativos, não deve se traduzir em 
alteração na participação societária da investidora. Porém, a redução do 
PL da investida há de ser registrada pela sociedade investidora sob a 
forma de provisão para perdas, quando esta redução ou perda estiver 
comprovada como permanente. 
 
 
6.1 - CUSTO DE AQUISIÇÃO 
Por tudo o que já se viu, podemos definir que custo de aquisição representa o 
valor líquido e efetivo despendido na operação de aquisição da participação societária. 
Assim, o custo de aquisição engloba os valores relativos a: 
B Valor aplicado na formação de capital para constituição de nova sociedade; 
B Valor despendido na aquisição ou subscrição de novas ações ou quotas por 
aumento de capital, inclusive ágio; 
B Montante pago pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou deságio; 
B Valor pago a título de corretagem. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 19
Para consolidar o estudo, buscamos o auxílio de exemplos práticos a fim de 
registrarmos a operação de aquisição: 
EXEMPLO 1: 
A Companhia Tambaqui, com boa situação financeira, resolveu aplicar parcela de 
seus recursos, de forma permanente, na empresa Tucunaré Ltda., cujo capital social é 
de R$ 20.000,00, representado por 20.000 quotas. A aquisição, à vista, da Cia 
Tambaqui se limitou a 1.500 quotas ao custo unitário de R$ 1,10, isto é, com ágio de 
R$ 0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem de R$ 50,00. 
Assim, os valores despendidos pela Cia Tambaqui foram: 
1.500 quotas x R$ 1,00 = R$ 1.500,00 
Ágio de R$ 0,10 por quota = R$ 150,00 
Corretagem = R$ 50,00 
Total = R$ 1.700,00 
Esse fato deverá ser contabilizado pela Cia Tambaqui da seguinte forma: 
 Investimento na empresa Tucunaré Ltda. 
a Caixa/Bancos R$ 1.700,00 
Perceba que o valor despendido a título de ágio foi integrado ao valor do 
investimento, bem como o foi o valor da corretagem. Na aquisição de investimento 
pelo método do custo é assim que se procede! 
EXEMPLO 2: 
A Cia Salmão adquiriu da Cia Trutas 500 ações, pagando à vista o montante de 
R$ 5.000,00. O capital da Cia Trutas é composto por 6.000 ações, com valor 
individual de R$ 10,00. Desta forma, o lançamento contábil da operação, na Cia 
Salmão, será: 
 Investimento na Cia Trutas 
a Caixa/Bancos R$ 5.000,00 
 
Observe que não houve ágio/deságio e outros custos de aquisição, logo o valor 
a ser registrado como custo de aquisição é apenas o gasto efetivamente realizado na 
aquisição deste investimento. 
EXEMPLO 3: 
A Cia Pica Pau adquiriu da Cia Colibri a quantia de 12.000 ações pelo preço de R$ 
9.000,00. O capital da Cia Colibri é de R$ 100.000,00, representado por 100.000 
ações. Houve, portanto, um deságio na operação de R$ 3.000,00. 
O lançamento contábil na Cia Pica Pau será: 
 Investimentos na Cia Colibri 
a Caixa/Bancos R$ 9.000,00 
Importante notar que o valor do deságio foi considerado como diminuição de 
custo de aquisição, sendo registrado apenas o valor líquido do investimento adquirido. 
Portanto, para investimentos que serão avaliados pelo método do custo, todos 
os gastos realizados para sua aquisição o integrarão, não se fazendo o destaque do 
ágio ou do deságio quando existirem, isto é, o investimento será registrado pelo valor 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 20
efetivamente gasto na sua aquisição, aí incluído o valor da corretagem e do ágio. Já o 
valor do deságio será deduzido, registrando-se o investimento pelo valor líquido da 
transação. 
 
6.2 - PROVISÃO PARA PERDAS 
Por determinação da lei societária, os investimentos avaliados pelo Método do 
Custo de Aquisição, devem ser registrados pelo custo de aquisição, deduzidos de 
provisão para perdas e corrigidos monetariamente. Corroboram com esse dispositivo 
os Princípios Contábeis da Prudência, Registro pelo Valor Original, Oportunidade, 
Atualização Monetária e Competência. 
Por pertinente, cabe ressaltar que “esta provisão é indedutível” para fins de 
Imposto de Renda a partir de 01 de janeiro de 1996, por força do disposto na lei nº 
9.249/1995. Entretanto, como o objetivo da contabilidade é mais amplo, não se 
restringindo aos preceitos da legislação fiscal, essa provisão há de ser constituída 
quando houver perdas prováveis na realização do valor do investimento, desde que 
essas perdas sejam comprovadas como permanentes consoante previsão na lei 
societária. Para fins fiscais, quando da apuração do Lucro Real, os valores das 
despesas com provisão dessa natureza serão adicionados no LALUR (Livro de 
Apuração do Lucro Real) ao Lucro Líquido do Exercício. 
Dessa forma, quando houver redução no Patrimônio Líquido da sociedade 
investida, decorrente de resultados negativos, isto é, prejuízos acumulados por 
diversos exercícios, o valor patrimonial das ações sofrerá redução e esta deverá ser 
registrada na sociedade investidora. Note que é valor patrimonial das ações que 
sofrerá redução e não a sua cotação na bolsa de valores. Portanto, a regra para os 
investimentos permanentes é diferente da aplicada aos investimentos temporários 
que são passíveis de provisão quando a cotação das ações em bolsa de valores estiver 
abaixo do custo de aquisição. 
EXEMPLO 4: 
Supondo que a Cia Investemal seja detentora de ações da Cia Falidos,
adquiridas 
e registradas em seu patrimônio pelo custo de R$ 10.000,00 e que as ações da Cia 
Falidos estão desvalorizadas em função de sucessivos resultados negativos e que isto 
traga um reflexo para a investidora no valor de R$ 800,00, o lançamento contábil 
pertinente será o seguinte: 
Perdas na participação societária 
a Provisão para Perdas em Participação Societária R$ 800,00 
Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação 
societária é uma despesa não operacional e a provisão é conta retificadora de Ativo 
Permanente – Investimento. Portanto, no Balanço Patrimonial o fato ficará registrado 
no Ativo Permanente – Investimento, do seguinte modo: 
Ativo Permanente 
Investimentos 
Ações na Cia Falidos 10.000,00 
(-) Provisão para perdas (800,00) 
 
Por pertinente, cabe destacar que, por ocasião da reversão desta provisão, esta 
reversão se constituirá em receita não-operacional. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 21
 
 
6.3 - DIVIDENDOS RECEBIDOS OU DECLARADOS 
No Balanço Patrimonial de qualquer empresa deve estar designada a destinação 
do lucro do exercício, quer no Patrimônio Líquido, sob a forma de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados ou Reservas, quer no Passivo, sob a forma de Dividendos a Pagar ou 
Dividendos Propostos. 
É de salientar, ainda, que consoante o disposto no art. 186 da lei societária, os 
dividendos serão declarados a partir da conta Lucros Acumulados, com base em um 
Lucro Ajustado nos termos do art. 202 da mesma lei. Veja que o dividendo será 
debitado a conta de lucros ou prejuízos acumulados, porém a apuração do seu valor 
terá por base o lucro ajustado. 
A sociedade investidora deve providenciar a obtenção dessa informação junto a 
sociedade investida, isto é, deve procurar saber se houve a declaração de dividendo 
ou a proposição de dividendo, a fim de efetuar o devido lançamento desse dividendo 
no seu balanço patrimonial, se for o caso. 
Em se tratando de distribuição de lucro pela investida, mediante registro no 
passivo (dividendos a pagar ou propostos), a investidora deverá reconhecer esse 
direito com o correspondente registro no ativo circulante ou realizável a longo prazo 
em conta própria de "Dividendos a Receber" em contrapartida de conta de receita 
operacional, "Receita de Dividendos". 
Os registros contábeis serão os seguintes: 
1 - Pelo reconhecimento do direito ao dividendo: 
 Dividendos a Receber 
a Receita de Dividendos R$ 2.000,00 
2 – Pelo efetivo recebimento do dividendo: 
 Caixa/Bancos 
a Dividendos a Receber R$ 2.000,00 
Perceba que a sociedade investida deve comunicar à sociedade investidora 
desse seu direito ao dividendo. Caso a sociedade investidora não seja informada 
desse direito, ela somente o reconhecerá quando do efetivo recebimento, 
dispensando-se, assim, o primeiro lançamento por desconhecimento do fato e o 
dividendo será contabilizado pelo seu recebimento conforme o regime de caixa da 
seguinte forma: 
 Caixa/Bancos 
a Receita de Dividendos R$ 2.000,00 
Nota-se, assim, que, nas sociedades que avaliam seus investimentos pelo 
Método do Custo de Aquisição, os dividendos são sempre considerados receita 
operacional na empresa investidora, ao passo que as perdas são consideradas 
despesa não operacional. 
Convém frisar que nas sociedades que avaliam seus investimentos pelo Método 
da Equivalência Patrimonial o dividendo declarado pela sociedade investida reduz o 
valor do investimento, não havendo o porquê se falar em receita quando do 
recebimento de dividendo, pois a receita será reconhecida na avaliação do 
investimento pela Equivalência Patrimonial. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 22
 
 
Atenção! 
Outro aspecto a analisar é o caso em que a investidora recebe 
dividendo quando a aquisição do investimento conta com menos de 
06 (seis) meses. 
 
Entende-se, pela análise da legislação fiscal (art. 380 do RIR/99, transcrito a 
seguir), que nessa hipótese a investidora adquiriu, além da participação, o direito ao 
dividendo, ou seja, o dividendo já era devido ao tempo da transação ou aquisição do 
investimento. Assim, por ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele 
não será considerado receita operacional, mas uma redução do próprio investimento. 
Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em 
decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, 
adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão 
registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não 
influenciarão as contas de resultado (Decreto-lei nº 2.072, de 1983, 
art. 2º). 
O lançamento desse fato será contabilizado da seguinte forma: 
Caixa/Bancos 
a Investimentos Permanentes 
a Investimentos na Cia ZETA R$ 1.000,00 
 
Percebe-se que houve um crédito em investimentos permanentes e dentro 
desse grupo foi creditada a conta específica do investimento. Este lançamento não 
precisa ser, necessariamente, desta forma, pois bastaria que creditássemos a conta 
específica do investimento. Porém, lançamento com essa forma de apresentação já foi 
cobrado em prova de concurso e é sempre bom estar preparado para o que der e vier! 
Ressalte-se, entretanto, que se a empresa investidora adquiriu o investimento 
em janeiro de 20x3, e a empresa investida apurou lucro e a conseqüente declaração 
de dividendo em 20x2, a empresa investidora não terá direito de receber esse 
dividendo, pois ele pertence aos detentores ou titulares de ações no final do exercício 
de 20x2, quando o dividendo foi declarado, ou seja, a detentora da participação 
societária da época já havia registrado em seu ativo o direito ao dividendo e este era 
nominal a ela. 
 
 
6.4 – ASPECTOS FISCAIS 
Os dividendos recebidos pela investidora são receitas operacionais e não são 
tributadas pelo imposto de renda, portanto podem ser excluídos do lucro contábil na 
apuração do lucro real (lucro fiscal = base de cálculo do imposto de renda). 
Não são dedutíveis para fins de apuração do lucro real as provisões para 
perdas prováveis. Por isso, na apuração do Lucro Real, as contrapartidas dessas 
provisões devem ser adicionados ao resultado contábil. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 23
Os ganhos apurados na alienação da participação societária são tributáveis 
pelo imposto de renda ao passo que as perdas são passíveis de dedução da base de 
cálculo do mesmo imposto. Vale frisar que tanto os ganhos quanto as perdas, 
decorrentes da alienação de participação societária permanente, são receitas ou 
despesas não operacionais. 
 
 
6.5 – ASPECTOS LEGAIS E CONTÁBEIS 
Observando o critério de ordem decrescente do grau de liquidez estabelecido no 
art. 178, § 1º, a lei societária insere os Investimentos Permanentes no primeiro 
subgrupo do Ativo Permanente, ao passo que o art. 179, da mesma lei, determina 
quais contas devem integrar este subgrupo investimentos. Deduz-se daí que, mesmo 
sendo parte do ativo permanente, os investimentos apresentam uma certa 
expectativa de realização o que não é afeto ao imobilizado e ao diferido ou, em outras 
palavras, o ativo permanente investimentos é, dentre o permanente, o primeiro grupo 
que pode ser alienado em caso de crise de liquidez. 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia. 
§1º
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de 
grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes 
grupos: 
... 
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e 
ativo diferido. 
... 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:... 
III – em investimentos: as participações permanentes em outras 
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no 
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa; 
 
No art. 188 da lei societária, que trata da elaboração da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), nos é apresentada a seguinte norma: 
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos 
indicará as modificações na posição financeira da companhia, 
discriminando: 
I – as origens dos recursos, agrupadas em: 
... 
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a 
longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da 
alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado; 
II – as aplicações de recursos, agrupadas em: 
a) dividendos distribuídos; 
... 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 24
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do 
ativo diferido; 
 
No que for pertinente a avaliação desses investimentos, encontramos amparo 
legal no inciso III do art. 183. Este dispositivo estabelece que os investimentos devem 
ser avaliados pelo custo de aquisição, corrigido monetariamente e ajustado por 
provisão para perdas comprovadas como permanentes: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo 
os seguintes critérios: 
... 
III – os investimentos em participação no capital social de outras 
sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de 
aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização 
do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como 
permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, 
sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; 
 
Da análise desse inciso III extraímos as seguintes conclusões: 
1 - Em relação às participações societárias permanentes, a lei estabelece dois 
critérios de avaliação: 
Pelo custo de aquisição – Método de Custo 
Pelo valor do patrimônio líquido – Método da Equivalência Patrimonial 
O Método do Custo é o que estamos analisando. O Método da Equivalência 
Patrimonial será objeto de análise no tópico seguinte. 
2 – Os investimentos pelo Método do Custo de Aquisição serão avaliados pelo 
custo de aquisição e deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu 
valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente. 
3 - A perda será comprovada como permanente quando a sociedade investida 
apresentar prejuízos acumulados, estiver em processo de recuperação judicial ou 
extra-judicial ou for decretada a falência. Veja que todas as hipóteses acabam 
reduzindo o valor do patrimônio líquido, sendo, em última análise essa a causa que 
pode ensejar a constituição da provisão para perdas. Outro aspecto a salientar diz 
respeito ao princípio contábil da prudência, pois este reclama a constituição de 
provisão quando existir incerteza de grau variável. Desta forma, para constituirmos 
uma provisão, qualquer que seja, deve haver alguma incerteza, seja em relação ao 
valor, ao fato ou outro aspecto qualquer, pois se não há essa incerteza a perda é de 
fato e nesse caso devemos baixar o investimento por perecimento, cuja baixa terá 
como contrapartida uma despesa não operacional e será dedutível pela legislação 
fiscal. 
4 – Na parte final do inciso sob análise está grifado “... e que não será 
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou 
quotas bonificadas”. Essas ações ou quotas bonificadas podem surgir pelo aumento do 
capital social com utilização de reservas ou lucros acumulados. Veja-se que nesse 
caso há aumento do capital social sem que os acionistas ou sócios tivessem 
desembolsado recursos financeiros. A sociedade investida pode emitir, neste caso, as 
chamadas ações ou quotas bonificadas, repassando-as, de forma proporcional, aos 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 25
detentores de ações ou quotas. Pode, também, aumentar o valor nominal das ações já 
existentes. Em ambos os casos, não há custo para a sociedade investidora. 
Conforme disposto nos arts. 592 a 594 do Decreto nº 3.000/1990 - Regulamento 
do Imposto de Renda (RIR/99), as empresas tributadas com base no lucro real 
poderão optar por aplicações em incentivos fiscais, com parte do Imposto de Renda 
devido: 
“Opção na Declaração 
Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá 
optar pela aplicação de parcelas do imposto de renda devido, nos 
termos do disposto neste Capítulo, em incentivos fiscais especificados 
nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-lei nº 1.376, de 12 de dezembro de 
1974, art. 1º). 
Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455, 
mantidas as demais disposições sobre a matéria, integrará o cálculo 
dos incentivos fiscais destinados ao FINOR, FINAM e FUNRES (Lei nº 
8.541, de 1992, art. 11). 
Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam 
aos impostos devidos por lançamento de ofício ou suplementar, 
observado ainda o disposto no § 11 do art. 394 (Lei nº 4.239, de 
1963, art. 18, § 5º, alínea "a", e Decreto-lei nº 756, de 1969, art. 1º, 
§ 6º).” 
 
 
7 – MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
A avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial significa que a 
sociedade investidora avaliará sua participação societária, na sociedade investida, 
utilizando como parâmetro o percentual de sua participação no capital social daquela 
sociedade. Esse percentual de participação no capital social da sociedade investida será 
aplicado sobre o Patrimônio Líquido daquela Sociedade, resultando no valor do 
investimento da Sociedade Investidora. 
Com a adoção desse método de avaliação de Investimentos os resultados das 
controladas e coligadas serão reconhecidos pela sociedade investidora no exercício em que 
forem gerados. Além dos resultados, também serão reconhecidos pela Sociedade 
Investidora quaisquer outros efeitos no Patrimônio Líquido da Sociedade Investida 
como, por exemplo, o aumento ou redução de Reservas de Reavaliação e de Reservas de 
Capital, as quais não transitam por resultado na sociedade investida enquanto se 
constituem em reservas. 
O fundamento ou a lógica do método da equivalência patrimonial consiste, pois, 
em se considerar que o Patrimônio Líquido Contábil representa o capital próprio ou a 
riqueza própria de uma entidade. Assim, se determinada empresa possui participação no 
capital social de outra, então ela terá direito à participação no Patrimônio Líquido dessa 
outra sociedade na mesma proporção de sua participação no capital social. Desta forma, 
por exemplo, se a empresa CITRICA S/A participa com 20% do capital social da empresa 
LARANJEIRAS S/A, ela (a empresa CITRICA S/A) terá direito de participar, também, de 
20% no Patrimônio Líquido da empresa LARANJEIRAS S/A, ou de outra forma, 20% do 
Patrimônio Líquido da empresa LARANJEIRAS S/A pertencem à empresa CITRICA S/A. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 26
Para ilustrar o assunto, de forma preliminar, tomemos o seguinte exemplo: a 
sociedade Deleitos S.A. adquire ações ordinárias da Cia Soneca, que no conjunto 
representam
30% do Capital Social desta. A CIA Soneca possui seu capital dividido em 
ações ordinárias e ações preferenciais de forma equânime. A Deleitos S.A. avaliará, 
invariavelmente, essa participação considerando aquele percentual sobre o Patrimônio 
Líquido da Cia Soneca. Desta forma, se no momento da aquisição o Patrimônio Líquido da 
Cia Soneca foi de R$ 100.000,00, a participação societária será registrada, na Deleitos 
S.A., pelo valor de R$ 30.000,00 que é o valor patrimonial das ações. 
Registro da aquisição do investimento: 
Participações Societárias – Cia Soneca 
a Caixa R$ 30.000,00 
Contudo, se a Cia Soneca auferir lucros, mesmo que não haja distribuição de 
dividendos, a participação da Deleitos S.A. aumentará. Por exemplo, o PL da Cia Soneca 
aumentou em R$ 10.000,00 decorrente de resultados obtidos, passando o PL a ser R$ 
110.000,00. Imediatamente a Deleitos S.A. reconhecerá essa variação patrimonial na 
sociedade investida, aumentando o valor do seu investimento em R$ 3.000,00. 
A contrapartida desse lançamento será uma receita operacional (ganho por 
equivalência patrimonial ou resultado positivo da equivalência patrimonial), a ser 
registrado na investidora Deleitos. A sua participação passará para R$ 33.000,00 (30% de 
R$ 100.000,00, valor original; mais 30% de R$ 10.000,00, valor do resultado gerado na 
sociedade investida). Perceba que o percentual de participação societária não foi alterado, 
pois não houve mudança na estrutura do Capital Social da sociedade investida. 
Registro na Cia Deleitos dos lucros auferidos na investida: 
Participações Societárias – Cia Soneca 
a Ganhos por Equivalência Patrimonial R$ 3.000,00 
 
Tentamos, com esse exemplo, de forma singela, demonstrar o princípio deste método 
de avaliação de investimentos. Contudo, o método da equivalência patrimonial apresenta 
algumas particularidades próprias e se configura, no todo, em operações mais complexas 
do que a acima apresentada. Nos tópicos seguintes procuraremos explicar suficientemente 
os aspectos específicos deste método de avaliação, de modo que você possa resolver, com 
segurança, quaisquer questões de provas envolvendo o assunto. 
A par dessa introdução modesta, podemos conceituar o método da equivalência 
patrimonial como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora são 
avaliados tendo como referência o percentual de participação no capital social da sociedade 
investida aplicado sobre o Patrimônio Líquido desta mesma sociedade investida, 
consignando, com isso, os resultados e quaisquer variações patrimoniais na sociedade 
investida a partir do momento de sua geração, independentemente de o resultado ser 
positivo ou negativo e de haver ou não distribuição de dividendos ou lucros. 
 
7.1 – DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS 
Para que possamos entender o processo de avaliação de investimentos pelo 
Método da Equivalência Patrimonial – MEP, é necessário que algumas definições, como 
sociedade controladora, sociedade coligada normal e sociedade coligada por 
equiparação, relevância, exercício de influência etc. sejam analisadas de forma 
pormenorizada. Para tanto, nos socorremos dos enunciados da Lei nº 6.404/76 e dos 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 27
preceitos da Instrução CVM nº 247/96, esta última complementada por nota 
explicativa emitida pela própria CVM. 
Outra definição, que nos é fornecida pelo caput do art. 4º da lei societária, diz 
respeito a definição de companhia aberta e de companhia fechada. Para a Lei, a 
companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão 
estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. 
 
7.1.1 – CONTROLADA E CONTROLADORA 
O conceito oficial dessas duas figuras jurídicas é encontrado no § 2º do art. 243 da lei 
societária, que assim preceitua: 
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os 
investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e 
mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. 
... 
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, 
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio 
que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas 
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos 
administradores.(Grifamos). 
Do comando legal se extrai que sociedade controladora é aquela que possui a 
titularidade de mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a 
voto de outra sociedade, que será controlada. O controle não necessita ser direto, 
podendo ser por intermédio de outra controlada, isto é, admite-se o controle indireto. 
Assim, por exemplo, se a sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capital 
votante da sociedade Baleia S.A. e, esta, por sua vez, participa da com 60% do Capital 
votante da sociedade Cará S.A., então a sociedade Anchova S.A. é controladora da 
sociedade Baleia S.A. de forma direta e da sociedade Cará S.A. de forma indireta, que são 
suas controladas. 
Isto é assim porque, se a sociedade Anchova S.A. dita as regras que devem ser 
seguidas pela sociedade Baleia S.A., ela, de forma indireta, estará ditando, também, a 
conduta da sociedade Cará S.A., pois esta última é controlada da sociedade Baleia S.A., 
logo seguirá as diretrizes por ela traçada. A sociedade Baleia S.A. traçará diretrizes para a 
sociedade Cará S.A. conforme orientações de sua controladora, a sociedade Anchova S.A.. 
 Controle 
Anchova S.A. Direto Baleia S.A. 
 Controle direto 
 Controle indireto 
 Cará S.A. 
 
É de se salientar, ainda, que a titularidade do Capital Social há de ser permanente, 
pois quando não possui esse caráter, o investimento é classificado no Ativo Circulante ou 
Realizável a Longo Prazo, conforme já vimos no início do nosso estudo e corroborado por 
orientação da própria CVM. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28
Outro aspecto interessante é o que diz respeito à preponderância nas deliberações 
sociais. De regra, tem-se preponderância quando se possui a maioria do Capital Votante. 
Entretanto, na prática, em situações não raras, é possível que uma parcela do capital 
votante, menor que a maioria, defina os rumos de uma sociedade. É o caso em que as 
ações da sociedade investida estão pulverizadas no mercado de forma que, nas 
assembléias deliberativas, parte dos acionistas detentores de ações ordinárias com direito 
a voto, não participam das deliberações tomadas pela maioria presente. 
Por oportuno, cabe mencionar que a lei das Sociedades Anônimas, em seu art. 15, § 
2º, preceitua que as ações sem direito a voto não poderão exceder a 50% do total das 
ações de uma companhia. Com isto, a lei admite a possibilidade de o Capital Votante estar 
representado por apenas 50% do Capital Total. 
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que 
confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. 
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais 
da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. 
§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a 
restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% 
(cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela 
Lei nº 10.303, de 31.10.2001). 
Ora, ocorrendo essa hipótese, 25% do Capital Total mais uma ação pode representar 
a maioria do Capital Votante, isto é, a detenção, de forma permanente, de 25,01% do 
Capital Total pode representar a preponderância nas deliberações sociais e o poder de 
eleger a maioria dos administradores,
desde que a companhia tenha 50% do seu capital 
representado por ações sem direito a voto e que o investidor ou investidora com 
participação de 25,01% possua somente ações ordinárias, isto é, ações representativas do 
capital votante. 
Atente-se ao fato que o art. 15 da lei societária foi sensivelmente alterada pela Lei nº 
10.303, de 31/10/2001. Antes dessa alteração, o dispositivo apregoava que as ações 
preferenciais sem direito a voto não poderiam exceder a 2/3 do total das ações. Com isto 
se admitia a hipótese de uma empresa ser constituída sob a forma de S.A. com apenas 1/3 
do total de suas ações serem ordinárias. Ora, para exercer a preponderância nas 
deliberações é necessário que se detenha a maioria do capital votante. Este poderia ser 
obtido com a detenção de apenas 16,7% do total das ações, desde que todas fossem com 
direito a voto e a sociedade investida tivesse seu capital formado conforme os limites 
máximos admitidos por lei, isto é, 2/3 em ações preferenciais e 1/3 em ações ordinárias. 
No § 3º do art. 243 da lei das sociedades anônimas, observa-se a exigência da 
interveniência da CVM, desta feita com relação as informações que devem ser divulgadas 
ou veiculadas pelas companhias abertas: 
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os 
investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e 
mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. 
... 
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre 
coligadas e controladas, que forem exigidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários. 
Com respeito ao assunto e dentro de sua competência, delegada pela lei, a CVM, por 
meio da Instrução 247/96, assim se pronunciou: 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 29
Art. 3º - Considera-se controlada, para os fins desta Instrução: 
I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ou indiretamente, 
seja titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo 
permanente: 
a) - preponderância nas deliberações sociais; e 
b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores. 
II - Filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de 
representação no exterior, sempre que os respectivos ativos e 
passivos não estejam incluídos na contabilidade da investidora, por 
força de normatização específica; e 
III - Sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, previstos 
nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo estejam sob controle 
comum ou sejam exercidos mediante a existência de acordo de votos, 
independentemente do seu percentual de participação no capital 
votante. 
Parágrafo Único - Considera-se, ainda, controlada a subsidiária 
integral, tendo a investidora como única acionista. 
Percebe-se, portanto, que, com relação à definição de sociedade controladora e 
controlada, a CVM reproduziu, basicamente, o texto da lei. Entretanto, a autarquia 
avançou no conceito inserindo no rol das sociedades controladas as filiais, agências, 
sucursais, dependências e escritórios de representação no exterior de sociedades 
brasileiras, quando estas extensões necessitam se constituir com personalidade jurídica 
própria em face da legislação do país estrangeiro onde estejam. Importante salientar que, 
nestas circunstâncias, as filiais, sucursais etc. terão personalidade jurídica própria e, em 
respeito ao princípio da entidade, se constituem em entidade diversa da matriz. Portanto, 
nestas condições, as filiais, sucursais etc. serão subsidiárias integrais da sociedade 
brasileira, isto é, serão empresas de capital brasileiro com um único sócio ou acionista. 
A respeito de subsidiária integral e antes que haja interpretação equivocada sobre o 
essa forma jurídica, convém frisar que esta figura não ocorre somente quando uma 
empresa brasileira possua filiais, sucursais etc. no exterior que necessitam se revestir de 
personalidade jurídica própria, em face da legislação daqueles países, pois esta figura 
jurídica é perfeitamente compatível com a legislação nacional. Assim, poderemos ter uma 
empresa nacional constituída com capital subscrito por uma única e outra empresa 
nacional. Então, subsidiária integral é aquela empresa de capital nacional que possui como 
única sócia ou acionista outra empresa brasileira, seja por força de legislação alienígena ou 
por ato voluntário da empresa nacional. 
Por fim, cabe tecer um breve comentário sobre outra forma de controle, o controle 
comum. Esta forma de controle é muito utilizada na prática pelos grandes grupos 
empresariais onde diversas pessoas ou empresas são participantes do capital social de 
outra ou outras, cuja participação individual não atinge percentual suficiente para garantir 
a preponderância nas deliberações. Por questões de interesses e de administrabilidade, 
algumas pessoas ou empresas, leia-se sócios ou acionistas, pactuam no sentido de unir 
seus capitais formando um grupo que, no conjunto, representa a maioria do capital 
votante. É de salientar que, para esta figura jurídica, o percentual de participação de cada 
uma das sociedades investidoras na sociedade investida é irrelevante, pois o controle se 
dará pelo conjunto de sociedades investidoras que conseguem juntar a maioria do capital 
votante da empresa investida. 
Para dar maior clareza ao assunto, tomemos o seguinte exemplo: 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30
A empresa BOMCAIXA S/A possui o seu capital social, de R$ 6.780.000,00, formado 
por 2.712.000 ações preferencias e 4.068.000 ações ordinárias. O seu estatuto prevê que 
somente as ações ordinárias têm direito a voto nas principais deliberações da companhia. 
Desta forma, o detentor ou detentores de 2.034.001 ações (mais de 50% do capital 
votante) terão assegurados a preponderância nas deliberações da companhia. Porém, 
nenhum acionista, de forma isolada, possui esta quantidade de ações. A empresa 
CAIXACURTO S/A possui 2.013.660 (49,5% do capital votante) o que não lhe assegura a 
preponderância absoluta nas deliberações da companhia. Há a empresa GRANACURTA 
LTDA que investiu apenas R$ 24.408,00, adquirindo 24.408 ações ordinárias (0,6% do 
capital votante e 0,36% do capital total) da empresa BOMCAIXA S/A. As duas sociedades 
investidoras acordaram no sentido de tomarem as deliberações em conjunto, isto é, 
formaram um acordo para manterem o controle comum. Como o somatório de suas ações 
ordinárias representa 50,1% do capital votante da companhia BOMCAIXA S/A, elas 
passaram a ser as controladoras daquela empresa. 
O perfeito entendimento do exemplo acima será muito útil para dirimir certas dúvidas 
que poderão surgir ao longo do nosso estudo, principalmente no concernente a quem deve 
avaliar os seus investimentos pelo MEP. Perceba que, pelo exemplo, a empresa 
GRANACURTA LTDA, com apenas 0,6% do capital votante da empresa BOMCAIXA S/A, o 
que representa somente 0,36% do capital total, é a sua controladora, juntamente com a 
empresa CAIXACURTO S/A!!! 
 
7.1.1.1 – NORMAS DE TRANSIÇÃO DA LEI Nº 10.303/01 
Com a edição da Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001, algumas alterações 
significativas foram introduzidas na Lei nº 6.404/76. A maioria dessas alterações já 
estão consolidadas nos textos legais apresentados ao longo do presente trabalho. 
Entretanto, algumas normas, especificamente em relação a vigência e a aplicação das 
alterações, necessitam de detalhamento maior. 
Neste contexto, os arts. 6º ao 9º dessa lei merecem a transcrição e alguns 
comentários para reforçar o seu entendimento. 
Art. 6o As companhias existentes deverão proceder à adaptação do seu 
estatuto aos preceitos desta Lei no prazo de 1 (um) ano, a contar da 
data em que esta
entrar em vigor, devendo, para este fim, ser 
convocada assembléia-geral dos acionistas. 
Veremos no art. 8º, principalmente no inciso III, que esta regra não é absoluta, 
havendo casos em que a situação anterior a lei reformadora poderá perdurar por 
tempo, dependendo da vontade das empresas de capital aberto já constituídas. 
Art. 7o O disposto no art. 254-A da Lei no 6.404, de 1976, não se aplica 
às companhias em processo de desestatização que, até a data da 
promulgação desta Lei, tenham publicado um edital. 
Art. 8o A alteração de direitos conferidos às ações existentes em 
decorrência de adequação a esta Lei não confere o direito de recesso 
de que trata o art. 137 da Lei no 6.404, de 1976, se efetivada até o 
término do ano de 2002. 
§ 1o A proporção prevista no § 2o do art. 15 da Lei no 6.404, de 1976, 
será aplicada de acordo com o seguinte critério: 
I - imediatamente às companhias novas; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 31
II - às companhias fechadas existentes, no momento em que 
decidirem abrir o seu capital; e 
III - as companhias abertas existentes poderão manter proporção de 
até dois terços de ações preferenciais, em relação ao total de ações 
emitidas, inclusive em relação a novas emissões de ações. 
Chamamos atenção a essa regra ou permissibilidade dada às companhias 
abertas que podem manter 2/3 de suas ações representadas por ações preferenciais e 
apenas 1/3 de ações ordinárias. Essa disposição é de extrema importância, pois 
segundo ela podemos ter duas formas de determinação do controle com participação 
em percentuais diferenciados no capital votante da sociedade investida. Percebe-se 
que com 2/3 de ações preferenciais restam 1/3 de ações ordinárias, vale dizer, 
apenas 33,33% do capital total pode estar representado por capital votante. Com isto, 
se a sociedade (companhia aberta) que foi constituída nesses percentuais, alguém 
que detenha apenas 16,7% das ações e desde que sejam com direito a voto, pode ser 
o controlador, pois poderá possuir a maioria do capital votante. 
§ 2o Nas emissões de ações ordinárias por companhias abertas que 
optarem por se adaptar ao disposto no art. 15, § 2o, da Lei no 6.404, 
de 1976, com a redação que lhe é conferida por esta Lei, poderá não 
ser estendido aos acionistas titulares de ações preferenciais, a critério 
da companhia, o direito de preferência a que se refere o art. 171, § 1o, 
alínea b, da Lei no 6.404, de 1976. Uma vez reduzido o percentual de 
participação em ações preferenciais, não mais será lícito à companhia 
elevá-lo além do limite atingido. 
§ 3o As companhias abertas somente poderão emitir novas ações 
preferenciais com observância do disposto no art. 17, § 1o, da Lei no 
6.404, de 1976, com a redação dada por esta Lei, devendo os 
respectivos estatutos ser adaptados ao referido dispositivo legal no 
prazo de 1 (um) ano, após a data de entrada em vigor desta Lei. 
§ 4o Até a assembléia-geral ordinária que se reunir para aprovar as 
demonstrações financeiras do exercício de 2004, inclusive, o 
conselheiro eleito na forma do § 4o, inciso II, ou do § 5o do art. 141, da 
Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, será escolhido em lista 
tríplice elaborada pelo acionista controlador; e, a partir da assembléia-
geral ordinária de 2006, o referido conselheiro será eleito nos termos 
desta Lei, independentemente do mandato do conselheiro a ser 
substituído. 
Art. 9o Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias 
de sua publicação oficial, aplicando-se, todavia, a partir da data de 
publicação, às companhias que se constituírem a partir dessa data. 
É sempre importante verificar quando que uma norma entra em vigor, pois 
somente poderá produzir efeitos a partir daquela data, ficando os atos praticados no 
interregno da edição da lei e da sua vigência aos auspícios da legislação anterior. No 
presente caso, a lei foi publicada em 31/10/2001. 
 
 
7.1.2 – COLIGADA 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 32
O conceito legal de Sociedade Coligada nos é fornecido pelo § 1º, do art. 243 da lei 
das sociedades anônimas que assim dispõe: 
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os 
investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e 
mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. 
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% (dez 
por cento) ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. 
Desta forma, a única condição para que se considere uma sociedade coligada de 
outra é que haja uma participação com, no mínimo, de 10% do Capital Social da outra 
sociedade (investida). Perceba que na lei não há previsão de participação indireta e 
tampouco referência à espécie de ações ou do tipo societário adotado na constituição da 
empresa. Portanto, pode haver coligação de Sociedade Anônima em Limitada e vice-versa 
e, no caso de ser a investida uma Sociedade Anônima, não importa se a participação é 
constituída por ações preferenciais ou ordinárias. Para caracterizar a coligação importa 
apenas que as ações possuídas pela sociedade investidora sejam em percentual igual ou 
superior a 10% do Capital Social da sociedade investida. 
Um exemplo hipotético nos ajudará a elucidar os conceitos antes desenvolvidos. 
Supondo que a CIA TUCUNARÉ tenha participação no Capital Social em diversas 
empresas, como segue: 
1 – 11% do Capital Social, sem direito a voto, da CIA CARÁ; 
2 – 6% do Capital Social, ações com direito a voto e 7% do Capital Social, 
ações sem direito a voto da CIA TAMBAQUI; 
3 – 4% do Capital com direito a voto e 5% do capital sem direito a voto da 
CIA TRUTA; e 
4 – 3% do Capital com direito a voto e 4% do Capital não votante da CIA 
SALMÃO. 
Considerando, tão somente, essas participações societárias da CIA TUCUNARÉ, 
conclui-se que: 
1 – A CIA CARÁ e a CIA TAMBAQUI são suas coligadas; 
2 – A CIA TRUTA e a CIA SALMÃO não são coligadas da CIA TUCUNARÉ. 
 
7.1.3 – EQUIPARADA A COLIGADA 
Pelo disposto nas alíneas “a” e “b” do parágrafo único do art. 2º da Instrução 
CVM nº 247/96, constata-se a hipótese da existência de sociedade equiparada à 
coligada. Além disto, salienta aquela autarquia, que a equiparação pode ser de forma 
direta ou indireta. Observa-se que, embora não conste na lei a figura da coligação 
indireta, na norma da CVM existe esta possibilidade com relação à coligação por 
equiparação. 
Nesse conceito de sociedade equiparada à coligada, não nos interessa o 
percentual de participação do capital social como um todo. Interessa-nos o percentual 
de participação no capital votante representado pelas ações ordinárias. 
Portanto, consoante o disposto no art. 15 da lei societária, que limita o 
percentual máximo de ações preferenciais em 50% (para as empresas que já estavam 
constituídas em 31/10/2001 o limite pode continuar 1/3), e supondo que estamos 
diante de uma empresa que tenha seu capital social constituído com aquele 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 33
percentual de ações preferenciais, uma sociedade que participa com 10% do capital 
votante dessa outra empresa será considerada coligada por equiparação. No entanto, 
sua participação no capital social da sociedade investida será de apenas 5%. 
Outro aspecto a merecer nossa atenção diz respeito à participação indireta, 
fazendo surgir, também, a figura da coligada por equiparação. Nesse particular, 
tomemos o seguinte exemplo: 
A empresa Aspa S/A detém 25% do capital social da empresa Corintos
S/A, 
sem controlá-la. Salienta-se que as ações possuídas por Aspa S/A são todas do tipo 
ordinárias, ou com direito a voto. Corintos S/A é coligada de Aspa S/A. A Empresa 
Corintos S/A participa do capital votante da empresa Búfalo S/A com 40%, sem 
controlá-la. É de salientar que o capital de Búfalo S/A é composto de ações ordinárias 
e preferenciais, logo a participação de Corintos S/A em Búfalo S/A pode representar 
apenas em 20% do capital total, sendo certo de que a participação de Corintos S/A no 
capital total de Búfalo S/A é menor do que 40% . Mesmo assim, Búfalo S/A é coligada 
de Corintos S/A. A participação indireta de Aspa S/A no capital votante de Búfalo 
S/A é de 10% (25% de 40% ou 0,25 x 0,4 = 0,10, ou seja 10%), logo Búfalo S/A é 
coligada de Aspa S/A por equiparação indireta. É interessante notar que a participação 
indireta de Aspa S/A no capital total de Búfalo S/A é menor do que 10%, mas como já 
o dissemos, não nos interessa a participação no capital total. Interessa-nos, na 
análise da equiparação, apenas, a participação direta ou indireta no capital votante. 
Esquematicamente, a participação societária total e participação societária no 
capital votante se apresenta da seguinte forma: 
 
Participação capital total Participação no capital votante 
 
 
Aspa S/A Aspa S/A 
 
 25% 25% 
 
 
Corintos S/A 5% Corintos S/A 10% 
 
 20% 40% 
 
 
Búfalo S/A Búfalo S/A 
 
 
Para “fechar” o tópico, transcrevemos o art. 2º da Instrução CVM nº 247/96: 
Art. 2º - Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa 
com 10% (dez por cento) ou mais do capital social da outra, sem 
controlá-la. 
Parágrafo Único - Equiparam-se às coligadas, para os fins desta 
Instrução: 
a) - as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez 
por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 34
b) - as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez 
por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la, 
independentemente do percentual da participação no capital total. 
 
Por meio do OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, a CVM se manifestou do 
seguinte modo acerca do assunto: 
Dúvidas tem surgido quanto à forma de se ajustar o MEP nos casos de 
participação indireta. Neste caso, a companhia aberta deve ajustar o balanço da 
controlada/coligada em que detenha a participação direta para efeitos de aplicação do 
MEP, ou solicitar-lhe, quando aplicável, que já contemple tais efeitos nas suas 
demonstrações. 
Esse mesmo entendimento é aplicável nos casos em que individualmente o 
investimento de coligadas/controladas não atinja o percentual necessário para 
caracterizar a coligação, porém o somatório das participações caracterize a empresa 
como equiparada à coligada. 
É importante ressaltar ainda que, na aplicação do MEP em sociedades 
equiparadas, deverão ser observadas as mesmas condições de relevância do 
investimento e de influência na administração definidas nos artigos 4° e 5° da 
Instrução CVM n° 247/96, e aplicáveis às coligadas. Um cuidado adicional que as 
companhias abertas devem ter, quando da aplicação do MEP em sociedades 
equiparadas, é quanto ao percentual de participação a ser utilizado. Lembramos que o 
percentual anteriormente referido, de 10% ou mais do capital votante, serve para 
medir a equiparação, não representando, necessariamente, o percentual a ser 
utilizado para aplicação do MEP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 35
 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
 
 
01) (AFTN-1994-2-Esaf) nas sociedades anônimas devem ser avaliados pelo custo de 
aquisição menos a provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa 
perda estiver comprovada como permanente, os investimentos em: (com adaptações). 
a) marcas, patentes e outros bens intangíveis 
b) participações permanentes no capital social de outras sociedades, exceto as controladas e 
coligadas que tenham seus investimentos avaliados pelo método da equivalência 
patrimonial 
c) veículos, móveis e utensílios, equipamentos e instalações 
d) ativos diferíveis durante a fase anterior ao início das operações 
e) estoques dos imóveis destinados à revenda ou utilizados no processo produtivo. 
 
02) (AFTN-96-Esaf) Segundo o texto da Lei Societária, os direitos e títulos de crédito não 
classificáveis como Investimentos Permanentes devem ser avaliados pelo: 
a) Custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor 
b) Valor de reposição ou valor de mercado, dos dois o menor 
c) Valor de realização ou pelo custo histórico, dos dois o menor 
d) Custo de aquisição deduzidas as despesas para realização 
e) Valor corrigido de realização ou valor reposição corrigido 
 
03) (AFTN-96-Esaf) As ações adquiridas no mercado de balcão poderão ser classificadas 
como: 
a) Ativo permanente desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios 
subsequentes 
b) Ativo circulante desde que ocorra flutuação de preços e a intenção seja de tornar-se 
acionista da entidade 
c) Realizável a longo prazo desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios 
subsequentes 
d) Ativo permanente desde que a aquisição não seja efetuada com a intenção de participar da 
sociedade 
e) Ativo circulante desde que a aquisição seja efetuada com a intenção de não participar da 
sociedade 
 
04) (AFTN-96-Esaf) São métodos de avaliação das Participações Societárias: 
a) Método de Custo e Custo ou Mercado, dos dois o menor 
b) Método do Valor Presente e Equivalência Patrimonial 
c) Método do Custo e Equivalência Patrimonial 
d) Método do Valor de Realização e Equivalência Patrimonial 
e) Método do Valor de Realização e Valor Presente 
 
05) (AFTN-98-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 os investimentos, classificados como 
temporários, deverão ser avaliados pelo 
a) valor presente do fluxo de caixa futuro 
b) custo histórico de aquisição 
c) valor de realização futura 
d) valor de reposição 
e) custo de aquisição ou mercado, dos dois o menor 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 36
 
06) (AFTN-98-Esaf) Os resultados decorrentes de avaliação de investimento no exterior, pelo 
método da equivalência patrimonial, terão o seguinte tratamento: 
a) não serão reconhecidos na apuração do resultado 
b) se negativos, não serão reconhecidos 
c) serão reconhecidos até o limite do valor de realização 
d) serão reconhecidos pelo método do custo 
e) receberão o mesmo tratamento dado aos investimentos locais 
 
Utilizando apenas as informações contidas na tabela abaixo, responda às questões 07 e 08. 
Quadro de composição acionária da CIA ITARARÉ nas companhias Mauá e Rondon: 
Composição do Capital 
Empresas Cia. Cia. Outros Total 
 Itararé Caxias Acionistas de ações 
Cia. Mauá 2.000 4.000 4.000 10.000 
Cia. Rondon 16.000 2.000 2.000 20.000 
Cia. Caxias 35.000 ------ 15.000 50.000 
 
07) (AFRF-2001-Esaf) A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte 
ordem: 
a) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá 
b) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá 
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 20% na Cia. Mauá 
d) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá 
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá 
 
08) (AFRF-2001-Esaf) O percentual de participação indireta
da Cia. Itararé nas empresas Mauá e 
Rondon é: 
a) 18% na Cia. Mauá e 77% na Cia. Rondon 
b) 28% na Cia. Mauá e 20% na Cia. Rondon 
c) 28% na Cia. Mauá e 7% na Cia. Rondon 
d) 8% na Cia. Mauá e 28% na Cia. Rondon 
e) 7% na Cia. Mauá e 70% na Cia. Rondon 
 
09) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução 247/96 da CVM, são consideradas participações 
societárias equiparadas às coligadas quando uma sociedade participa da outra 
a) com 5% ou mais do capital votante e mais de 20% do Exigível a Longo Prazo sem, entretanto, 
ocorrer dependência financeira 
b) com 5% do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da participação 
total do capital da investida 
c) com 10% ou mais do capital total da investida sem, entretanto, controlá-la, 
independentemente da participação total no Exigível da investida 
d) com 10% ou mais do capital votante exercendo o controle econômico e administrativo, 
independentemente da participação total do capital da investida 
e) com 10% ou mais do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da 
participação total do capital da investida 
 
Excluído: 30 
Excluído: 31
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 37
10) (AFRF-2001-Esaf) Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo 
Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da 
empresa, segundo o texto da Lei 6.404/76, são classificados como: 
a) Disponibilidades 
b) Contas a Receber 
c) Investimentos 
d) Imobilizados 
e) Diferido 
 
11) (AFRF-2001-Esaf) O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito, e 
a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos Permanentes é: 
a) Custo ou mercado dos dois o menor 
b) Custo histórico como base de valor 
c) Custo corrente ou o de reposição 
d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos 
e) Custo original como base de valor 
 
12) (AFRF-2001-Esaf) Aplicações em Investimentos Temporários que apresentem 
características de liquidez imediata são classificadas no Ativo como: 
a) Valores Realizáveis 
b) Investimentos 
c) Não Circulante 
d) Permanente 
e) Disponível 
 
13) (AFRF-2002-Esaf) A avaliação de valores mobiliários, não classificados como 
investimentos, estabelecida no artigo 183 da Lei 6.404/76, utiliza como base os critérios 
contábeis 
a) do denominador comum monetário. 
b) da convenção de consistência. 
c) do custo histórico e da materialidade. 
d) do custo ou mercado, dos dois o menor. 
e) da prudência e do custo de oportunidade. 
 
14) (AFRF-2002-Esaf) No final de 2000, a Cia. Quartzo apura o resultado do exercício e 
provisiona 1.000.000 de reais como dividendos devidos a seus acionistas. A Cia. Cristal, que 
possui uma participação societária não relevante nessa empresa, ao registrar os dividendos 
a que tem direito, credita a conta: 
a) Reservas de Capital 
b) Receitas de Dividendos 
c) Participações Societárias 
d) Resultados de Exercícios Futuros 
e) Valores a Receber 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 38
A configuração gráfica do Conglomerado Alfabético é a seguinte: 
 
 CIA A 
 
 
 20% 30% 
 60% 
 
 
 CIA. B CIA. C CIA. D 
 
 
 100% 10% 70% 30% 
 
 
 
 CIA. G CIA. F 100% CIA. H 
 
 
 
 20% 
 CIA. E OUTROS 
 
 25% 55% 
 CIA. I 
 
Com base no gráfico fornecido, responda às questões de 15 a 17. 
 
15) (AFRF-2002-Esaf) De acordo com a figura apresentada pode-se afirmar que 
a) a Cia. G é controlada indireta da Cia. B. 
b) as empresas “C” e “I” são controladas da Cia. A. 
c) a Cia. A participa indiretamente na Cia. I com 9%. 
d) a participação indireta da Cia. A na Cia. H é de 51%. 
e) a participação indireta da Cia. A nas empresas “F” e “H” é idêntica. 
 
16) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia B relativo ao 
capital total, pode-se afirmar que 
a) a Cia. B é equiparada a controlada de “A”. 
b) a Cia. B é coligada de “A”. 
c) a participação de “A” em “B” é relevante. 
d) a Cia. A é controladora de “B”. 
e) é irrelevante se “B” for dependente da tecnologia de “A”. 
 
17) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia. B relativo ao 
capital total, pode-se afirmar que 
a) a Cia. I é equiparada a controlada de “D”. 
b) a Cia. B participa indiretamente de “I” com 7%. 
c) a participação de “A” em “B” é relevante em “I”. 
d) a Cia. A participa indiretamente de “I” com 10,7%. 
e) a Cia. H participa indiretamente de “I” com 10,7%. 
 
 
Excluído: 47
Excluído: 49
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18) (AFRF-2002-2-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/1996 é considerada 
controlada: 
a) uma empresa que participa indiretamente de outra com até 10% do capital total e o valor 
contábil do investimento não excede a 5% do patrimônio líquido da investidora. 
b) uma empresa que participa diretamente da outra com até 10% do capital total e o valor 
contábil do investimento não excede a 5% do patrimônio líquido da investidora. 
c) filial ou escritório no exterior, sempre que os ativos e passivos não estejam incluídos na 
contabilidade da investidora, por força de legislação específica. 
d) uma empresa que participa indiretamente da outra com até 5% do capital preferencial e o 
valor contábil do investimento não excede a 8% do patrimônio líquido da investidora. 
e) filial ou agência de investida localizada no país cuja participação societária da investidora 
seja de até 5% do capital votante e o valor contábil do investimento é inferior a 10% do seu 
patrimônio líquido. 
 
 
Utilizando as informações contidas no quadro de composição acionária das companhias, 
responder às questões de nº 19 a 21. 
(Quadro de composição Acionária - quantidade de ações) 
Investidores Empresas 
Investidas Cia. 
Itararé 
Cia. 
Itacolomi 
Outro(s) 
Acionista(s) 
Total de 
Ações 
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000 
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000 
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000 
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000 
 
19) (AFRF-2002-2-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé na Cia. Itaipu 
é: 
a) 20% 
b) 24% 
c) 30% 
d) 34% 
e) 52% 
 
20) (AFRF-2002-2-Esaf) As empresas em questão formam um grupo de empresas, 
localizadas em diversos estados brasileiros e possuem como atividade principal a extração, 
beneficiamento, industrialização e comercialização de mármores, granitos e pedras de 
diversos tipos; sua empresa holding é a Cia. ITA. Se essa empresa é a investidora direta 
das empresas Itararé e Itacolomi, indique o percentual máximo de participação direta, no 
capital da empresa Itacolomi, que a Cia. Ita poderia ter: 
a) 100% 
b) 88% 
c) 52% 
d) 40% 
e) 20% 
 
21) (AFRF-2002-2-Esaf) Se a participação societária da Cia. Ita na Cia. Itacolomi for de 20% 
do capital total, a participação dessa empresa na Cia. Itajubá é: 
a) considerada indireta no valor de 45%. 
b) nula porque a Cia. Itajubá não é ligada à Cia. lta. 
c) considerada direta no valor de 20%. 
d) evidenciada em notas explicativas. 
e) nula por não haver relação direta entre elas. 
 
 
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Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 03 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS -I 
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INICIATIVA: PONTO
DOS CONCURSOS 40
22) (AFRF-2003) Na avaliação de ativos financeiros temporários, quando da não existência 
de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro, a resolução CVM 235/95 
considera como uma das formas de identificar o valor de mercado, aquele que: 
a) se pode obter com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco 
similares, em um mercado ativo. 
b) seria obtido com a negociação em um mercado ativo que corresponda a um processo de 
liquidação. 
c) seria obtido em uma transação entre comprador e vendedor cujo valor corresponda ao valor 
futuro dos fluxos de caixa futuros. 
d) representa o valor correspondente ao valor líquido futuro ajustado com base na taxa média 
de juros vigentes projetada para o vencimento do título. 
e) se pode obter com a negociação em um mercado ativo que corresponda a uma transação 
compulsória. 
 
23) (AFRF-2003) São atributos necessários para identificar a existência dos ativos 
Permanente Investimento 
a) constituírem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados à continuidade da 
empresa. 
b) representarem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados ao 
desenvolvimento da atividade principal da empresa. 
c) não possuírem a característica de realização e não se destinarem à manutenção da 
atividade da empresa. 
d) serem destinados ao desenvolvimento da atividade principal da empresa e à capacidade de 
transformação em moeda. 
e) somente representarem direitos não destinados à utilização no desenvolvimento da 
atividade principal da empresa. 
 
 
 
GABARITOS 
 
01 – B 02 – A 03 – E 04 – C 05 – E 
06 – E 07 – D 08 – C 09 – E 10 – C 
11 – A 12 – E 13 – D 14 – B 15 – D 
16 – B 17 – D 18 – C 19 – B 20 – E 
21 – D 22 - A 23 - C 
 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1
Aula 04 
 
Continuando o nosso estudo sobre a Avaliação de Investimentos, hoje veremos 
mais algumas particularidades deste assunto muito interessante e que será cobrado 
na prova. 
 
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS - PARTE II 
 
7.1.4 – INVESTIMENTO RELEVANTE 
O conceito de investimento relevante diz respeito, unicamente, à sociedade 
investidora. A definição legal de investimento relevante nos é fornecido pelo 
parágrafo único do art. 247 da lei societária que assim dispõe: 
Art. 247. As notas explicativas dos investimentos relevantes devem 
conter informações precisas sobre as sociedades coligadas e 
controladas e suas relações com a companhia, indicando: 
... 
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento: 
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é 
igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido 
da companhia; 
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor 
contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do 
patrimônio líquido da companhia. 
Constata-se que um investimento é relevante se ele representa, no mínimo e 
isoladamente, 10% do Patrimônio Líquido da sociedade investidora e que seja em 
sociedade coligada, ou, se no conjunto das sociedades coligadas e controladas, o valor 
contábil do investimento for equivalente a, no mínimo, 15% do Patrimônio Líquido da 
companhia investidora. 
A CVM, com fundamento na competência que lhe foi delegada pela lei societária, 
se pronunciou, por meio da Instrução CVM nº 247/96, do seguinte modo: 
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento: 
I - Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual 
ou superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da 
investidora; ou 
II - Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e 
coligadas, considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15% 
(quinze por cento) do patrimônio líquido da investidora. 
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e controlada 
abrange o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio 
não amortizado, deduzido do deságio não amortizado e da provisão 
para perdas. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos incisos I e II 
deste artigo, ao valor contábil do investimento deverá ser adicionado o 
montante dos créditos da investidora contra suas coligadas e 
controladas. 
Percebe-se que, pelo inciso I deste ato normativo, a análise a ser efetuada para 
determinar a relevância de um investimento de forma isolada deve considerar, 
exclusivamente, os investimentos em sociedades coligadas. Assim, não se faz a análise da 
relevância dos investimentos em controladas, de forma isolada, pois entende aquela 
autarquia que os investimentos em sociedades controladas são sempre relevantes. 
Já na análise da relevância dos investimentos, tomados em conjunto, devemos 
considerar também os investimentos que a sociedade investidora possua em controladas. 
Assim, na análise conjunta somamos todos os investimentos em coligadas e controladas. 
Se o valor contábil alcançar 15% ou mais do Patrimônio Líquido da sociedade investidora, 
então os investimentos em sociedades coligadas serão, também, relevantes, visto que os 
investimentos em controladas são sempre relevantes! 
Outro aspecto que merece relevo é o pertinente ao disposto no § 2º do ato normativo 
acima transcrito, pois, conforme nele consta, devem ser adicionados aos investimentos o 
montante dos créditos da investidora contra suas coligadas e controladas. 
Atente-se ao fato de que não são todos os créditos da investidora contra suas 
controladas e coligadas que devem ser somados ao valor do investimento para 
determinar a relevância. Somente os créditos de natureza não operacional, tais 
como os adiantamentos para futuro aumento de capital e os empréstimos é que 
devem compor o cálculo. Isto se deve ao fato de que, com a adição desses créditos, 
se procura alcançar os investimentos aplicados em ações ou que possuam essa 
finalidade. Logo os créditos operacionais normais, tais como contas a receber 
decorrentes de operações comerciais comuns realizadas com qualquer tipo de cliente, 
não devem ser considerados no cálculo da relevância. Pode-se dizer, assim, que os 
créditos contra as sociedades coligadas e controlados, classificados no circulante, não 
devem figurar no cálculo, visto que lá só devem ser registrados os créditos normais 
(operacionais) contra as sociedades coligadas e controladas. Por outro lado, não 
podemos concluir que todos os créditos contra as sociedades coligadas e controladas 
classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo devam compor o cálculo, pois pode 
haver créditos operacionais contra coligadas/controladas com prazo de realização 
após o final do exercício social subseqüente, que não devem ser considerados. De 
resto, aqueles créditos decorrentes de transações não normais, que sempre devem 
ser classificados no ARLP, devem ser adicionados ao valor do investimento para 
analisar a relevância. 
É de ressaltar, ainda, que débitos não operacionais a favor de coligadas ou a favor de 
controladas são desconsiderados na apuração da relevância. Apenas os crébitos não 
operacionais contra as coligadas e controladas devem ser adicionados aos investimentos 
na determinação da relevância. 
 
Atenção!!! 
Veja que o valor dos créditos decorrentes de empréstimos ou outros 
direitos só entram no cálculo para se estabelecer a relevância, mas o valor 
contábil do investimento não contempla essas somas. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3
Convém destacar que a Lei nº 6.404/76, no § 1° do art. 248, também se manifesta 
acerca do assunto, dispondo que devem ser considerados os créditos não operacionais 
existentes no Ativo Realizável a Longo Prazo da empresa investidora à empresa investida, 
no somatório para verificar a relevância. Excetuam-se desta regra os empréstimos feitos 
pela investidora, instituição financeira, às suas coligadas ou controladas em decorrência de 
serem estes oriundos de sua atividade operacional. 
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos 
deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os 
saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. 
É prudente, ainda, que fiquemos atentos ao fato de que o valor contábil, segundo 
orientação da CVM deve ser apurado antes de registrar o resultado da respectiva 
equivalência patrimonial e o seu reflexo no Patrimônio Líquido da sociedade investidora. 
Segundo a CVM, a adoção dessa metodologia traz maior simplicidade na apuração da 
relevância. Perceba que esta forma de proceder altera os percentuais do Patrimônio 
Líquido representados por participações societárias em coligadas ou coligadas/controladas, 
conforme estamos diante da análise isolada ou conjunta. Este fato poderá ser denotado 
nos exemplos seguintes. 
 
EXEMPLO 1 
Consideremos que a investidora Tubarão S.A., cujo Patrimônio Líquido é de R$ 
100.000,00 e que vende habitualmente a prazo, indistintamente a qualquer cliente que 
comprove capacidade de pagamento, possua as seguintes participações societárias em 
suas coligadas: 
Investida 
Valor do 
investimento 
Empréstimo 
para futuro 
aumento de 
capital 
Duplicatas a 
receber 
Duplicatas a 
pagar 
Tambaqui R$ 10.500,00 R$ 1.500,00 
Tucunaré R$ 5.000,00 R$ 7.000,00 
Truta R$ 4.000,00 R$ 15.000,00 
TOTAIS R$ 19.500,00 R$ 7.000,00 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00 
Analisando esses investimentos quanto ao aspecto da relevância, teremos: 
a) Isoladamente 
O investimento de R$ 10.500,00, na investida Tambaqui, é relevante porque 
representa 10,5% do PL da sociedade investidora. Salienta-se que o valor de Duplicatas a 
Pagar não deve influenciar no cálculo da relevância do investimento, conforme vimos na 
definição de relevância apresentada acima. 
O investimento de R$ 5.000,00, na investida Tucunaré, somado ao empréstimo 
para futuro aumento de capital de R$ 7.000,00, é relevante, pois representa 12% do 
Patrimônio Líquido da sociedade Tubarão. Atente-se ao fato que empréstimo para futuro 
aumento de capital, como de resto qualquer empréstimo quando isto não se constitui em 
operação normal, são créditos não operacionais da sociedade investidora quando ela não 
possua, evidentemente, essa atividade como objeto social. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4
O investimento de R$ 4.000,00, na investida Truta, não é relevante, visto que 
representa apenas 4% do PL da sociedade investidora. Ressalta-se que o valor de 
Duplicatas a Receber não deve influenciar o cálculo da relevância do investimento, pois é 
decorrente de atividade operacional. 
b) No conjunto 
Os investimentos efetuados nas sociedades Tambaqui e Tucunaré continuam sendo 
relevantes, pois a análise do conjunto dos investimentos não lhes tira aquela condição 
adquirida quando analisadas isoladamente. 
Perceba que o somatório dos investimentos, ou valor contábil dos investimentos, é 
de R$ 19.500,00. A esse valor devemos adicionar o montante de R$ 7.000,00, relativo ao 
empréstimo para aumento de capital. Assim, o valor dos investimentos, com a finalidade 
específica de analisar a relevância, é de R$ 26.500,00. Logo, o investimento na sociedade 
Truta passa a ser relevante, pois o somatório dos investimentos em coligadas e 
controladas ultrapassam a 15% do PL da sociedade investidora. 
A propósito, o VALOR CONTÁBIL do investimento é determinado conforme a seguir 
demonstrado: 
(+) valor registrado corrigido monetariamente 
(+) saldo do ágio não amortizado 
(- ) saldo do deságio não amortizado 
(- ) provisão para perdas prováveis, se houver 
(=) VALOR CONTÁBIL DO INVESTIMENTO 
(+) créditos decorrentes de empréstimos ou outros direitos não operacionais 
(=) BASE DE CÁLCULO, PARA FINS DE SE ESTABELECER A RELEVÂNCIA 
 
EXEMPLO 2 
A Cia Tucunaré, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 80.000,00, possui as seguintes 
participações societárias: 
- R$ 8.100,00 na coligada Cia Salmão 
- R$ 3.500,00 na controlada Cia Truta 
Analisando esses investimentos, conclui-se que os dois investimentos da Cia 
Tucunaré são relevantes, pois os investimentos em sociedades controladas são 
sempre relevantes e o investimento de R$ 8.100,00 na Cia Salmão, isoladamente, é 
relevante, visto que R$ 8.100,00 é superior a 10% do seu Patrimônio Líquido. 
Perceba que o investimento na Cia Truta é inferior a 10% do PL da Cia Tucunaré. 
Entretanto, por se tratar de controlada, o investimento na Cia Truta há de ser 
avaliado pelo MEP, conforme disposto no art. 248 da Lei nº 6.404/76 e corroborado 
pelos arts. 1º e 5º da Instrução CVM nº 247/96. Por isso, quando se trata de 
controlada não há razão de se determinar a relevância do investimento, a não ser 
para verificar se os investimentos em coligadas são relevantes quando analisados em 
conjunto com os investimentos em controladas. 
 
EXEMPLO 3 
A Cia Colibri, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 30.000.000,00, possui os seguintes 
participações societárias: 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5
- R$ 120.000,00 na sociedade Canário Ltda., cujo capital social é R$ 800.000,00; 
- R$ 140.000,00 na empresa Papagaio S.A., cujo capital social, constituído 
exclusivamente de ações ordinárias, é de R$ 270.000,00; 
- R$ 280.000,00 na empresa Periquito Ltda., cujo capital social é de R$ 700.000,00 e 
formado exclusivamente por ações ordinárias. Esta sociedade participa no capital 
votante da empresa Pavão S.A. com R$ 60.000,00, o que representa 30% do 
capital votante. O Capital Social desta empresa é composto por 50% de ações 
ordinárias e de 50% de ações preferenciais, cujo montante é de R$ 400.000,00; 
- R$ 4.400.000,00 na Cia Sabiá, cujo capital social é de R$ 20.000.000,00; e 
- R$ 2.000.000,00 na Cia Urubu, cujo capital social é de R$ 25.000.000,00, 
constituído exclusivamente de ações ordinárias. 
Analisando esses investimentos da Cia Colibri, constata-se que: 
1 – A sociedade Canário Ltda. é sua coligada, visto que participa com 15% do capital 
social desta empresa. O investimento, todavia, analisado de forma isolada não é relevante, 
pois não alcança 10% do PL da sociedade investidora; 
2 – A empresa Papagaio S.A. é sua controlada, visto que detém mais da metade das 
ações com direito a voto, o que lhe assegura a preponderância nas deliberações. Logo, 
este investimento é relevante já que todos os investimentos em controladas são 
relevantes; 
3 – A empresa Periquito Ltda. é sua coligada, pois o seu investimento representa 
40% do capital social daquela empresa, mas o investimento, por si só, não é relevante; 
4 – a empresa Pavão S.A. é sua coligada por equiparação indireta, pois o 
investimento indireto da Cia Colibri representa 12% do capital votante daquela empresa 
(40% de 30%). Perceba que a participação indireta Cia Colibri no capital total da empresa 
Pavão S.A. representa apenas 6% e, mesmo assim, ela é coligada por equiparação; 
5 – A Cia Sabiá é sua coligada, pois a sua participação alcança mais de 10% do 
capital social daquela empresa (ela representa 22% do capital da investida). Esse 
investimento é também relevante, pois representa, de forma
isolada, mais do que 10% do 
PL da Cia Colibri; 
6 – A Cia Urubu não é sua coligada, pois o investimento representa menos do que 
10% do capital social daquela empresa. 
Assim, por enquanto, pela análise individual dos investimentos, podemos afirmar que 
dos investimentos da Cia Colibri, são relevantes o realizado na empresa Papagaio S.A., 
pelo fato de esta ser sua controlada e o investimento realizado na Cia Sabiá, pois 
representa mais do que 10% do seu PL. 
A análise dos investimentos de forma conjunta deve considerar apenas os 
investimentos realizados em coligadas e controladas. Portanto, o investimento realizado na 
Cia Urubu não será considerado. Também não será considerado, para a apuração do 
percentual do PL representado por investimentos em coligadas e controladas, o 
investimento indireto na empresa Pavão S.A., pois o valor desse investimento será 
computado no investimento realizado na empresa Periquito Ltda. 
Assim, a Cia Colibri possui o seguinte quadro de investimentos em coligadas e 
controladas: 
- R$ 120.000,00 na coligada Canário Ltda.; 
- R$ 140.000,00 na controlada Papagaio S.A.; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 6
- R$ 280.000,00 na coligada Periquito Ltda.; e 
- R$ 4.400.000,00 na coligada Cia Sabiá. 
O montante dos investimentos em sociedades coligadas e controladas é de R$ 
4.940.000,00, o que representa 16,47% do PL da Cia Colibri (4.940.000 / 30.000.000 X 
100), logo todos os investimentos em coligadas são, também, relevantes pela análise em 
conjunto. 
 
7.1.5 – INVESTIMENTO INFLUENTE 
A exata definição do que seja investimento influente é o último aspecto a ser 
analisado para que possamos determinar se um investimento em sociedade coligada deve 
ou não ser avaliado pelo MEP. 
Tanto o art. 248 da Lei nº 6.404/76, quanto o art. 5º da Instrução CVM nº 247/96, 
condicionam a avaliação dos investimentos em sociedades coligadas pelo MEP ao exercício 
da influência na administração da sociedade investida. 
São exemplos do exercício de influência da sociedade investidora na sociedade 
investida, entre outros, os seguinte fatos: 
a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de 
administradores comuns; 
b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores; 
c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência 
técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora; 
d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira; 
e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de 
planos de investimento; ou 
f) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos. 
Também se considera influente, pela leitura do art. 248 da lei e do art. 5º do ato 
normativo expedido pela CVM, o investimento quando ele representa no mínimo 20% do 
capital social da sociedade investida. Esta disposição apresenta, hoje, em nosso modo de 
analisar o assunto, pelo menos duas impropriedades. Senão vejamos: 
1 – que tipo de influência podia exercer uma empresa que detinha, por exemplo, 
25% das ações de outra sociedade se estas ações eram todas preferenciais? 
Certamente esta disposição foi incluída no art. 248 da lei e também no art. 5º do ato 
normativo da CVM em função do que estava disposto no § 4º do art. 141 da Lei nº 
6.404/76, que apresentava a seguinte redação: 
§ 4º Se o número de membros do conselho de administração for 
inferior a 5 (cinco), é facultado aos acionistas que representem 20% 
(vinte por cento), no mínimo, do capital com direito a voto, a 
eleição de um dos membros do conselho, observado o disposto no § 
1º. 
Percebe-se que os acionistas detentores de 20% (vinte por cento), no mínimo, 
do capital com direito a voto, podiam eleger um dos membros do conselho de 
administração, o que representa, efetivamente, o exercício de influência. Mas veja-se 
que a classe de ações teria de ser com direito a voto. É justamente neste aspecto que 
o legislador pecou ao redigir o texto do art. 248, pois não fez referência a qual tipo de 
capital social, quando deveria estar presente a figura do capital votante! 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 7
2 – O segundo equívoco que entendemos haver, hoje, é que o § 4º do art. 141 
da Lei nº 6.404/76 teve sua redação modificada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001. A 
matéria passou a ter a seguinte redação, inclusive com o acréscimo dos §§ 5º a 8º ao 
referido artigo: 
§ 4º Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do 
conselho de administração, em votação em separado na assembléia-
geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos titulares, 
respectivamente: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001) 
I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto, 
que representem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das 
ações com direito a voto; e (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 
31.10.2001); 
II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de 
emissão de companhia aberta, que representem, no mínimo, 10% 
(dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o direito 
previsto no estatuto, em conformidade com o art. 18. (Inciso incluído 
pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001). 
§ 5º Verificando-se que nem os titulares de ações com direito a voto e 
nem os titulares de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto 
restrito perfizeram, respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e 
II do § 4º, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem em 
conjunto um membro e seu suplente para o conselho de 
administração, observando-se, nessa hipótese, o quorum exigido pelo 
inciso II do § 4º. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 
31.10.2001); 
§ 6º Somente poderão exercer o direito previsto no § 4º os acionistas 
que comprovarem a titularidade ininterrupta da participação acionária 
ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no mínimo, 
imediatamente anterior à realização da assembléia-geral. (Parágrafo 
incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001); 
§ 7º Sempre que, cumulativamente, a eleição do conselho de 
administração se der pelo sistema do voto múltiplo e os titulares de 
ações ordinárias ou preferenciais exercerem a prerrogativa de eleger 
conselheiro, será assegurado a acionista ou grupo de acionistas 
vinculados por acordo de votos que detenham mais do que 50% 
(cinqüenta por cento) das ações com direito de voto o direito de eleger 
conselheiros em número igual ao dos eleitos pelos demais acionistas, 
mais um, independentemente do número de conselheiros que, 
segundo o estatuto, componha o órgão. (Parágrafo incluído pela Lei nº 
10.303, de 31.10.2001); 
§ 8º A companhia deverá manter registro com a identificação dos 
acionistas que exercerem a prerrogativa a que se refere o § 4º. 
(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001). 
Denota-se que o exercício da influência, fixada em percentual, foi sensivelmente 
modificado e, no entanto, no art. 248 não houve nenhuma alteração. É bem verdade que 
se uma empresa detém participação no capital votante de outra que alcance 20%, ela terá 
efetivamente o direito de designar um elemento do conselho de administração. Porém, 
com as alterações introduzidas no art. 141, esse direito será exercido com participação de 
apenas 15% no capital votante ou se ela detiver ações preferenciais que representem pelo 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 8
menos 10% do capital total ou, ainda, somando-se ações com direito a voto
e preferenciais 
que perfaçam 15% do capital social! Assim, de qualquer forma a redação do art. 248 é 
imprópria, quer por não fazer referência ao capital votante, quer porque o percentual ali 
constante foi alterado. 
No nosso entender, aquele dispositivo deveria ter a redação alterada, substituindo-se 
o trecho “ ... ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital social,...” 
por “... ou que tenha o direito de eleger um representante do conselho de administração 
conforme definido nos §§ 4º ao 8º do art. 141, ...”, visto que, com a nova redação do art. 
141 até mesmo os acionistas preferenciais possuem o poder exercer esse direito e para 
isto necessitam de apenas 10% das ações representativas do capital social. Observa-se, 
entretanto, que os acionistas detentores da maioria do capital votante continuam com o 
direito de eleger a maioria dos administradores. 
Desta forma, entendemos que se um investidor possuir 15% do capital social de 
outra empresa, nos termos do art. 141 da lei, ele terá o direito de eleger um representante 
do conselho de administração e seu suplente e o conseqüente exercício de influência. 
Entretanto, como o art. 248 da lei não foi alterado até a edição deste livro, aquela 
regra também está valendo, o que pode gerar sérias discussões se o assunto for cobrado 
em provas! 
Outra questão que ficou assente diz respeito ao parágrafo 7º, pois nele está grafado 
que os acionistas controladores (detentores de mais de 50% das ações com direito a voto) 
têm o direito de eleger mais do que 50% dos membros do conselho de administração, o 
que é bastante sensato, pois se alguém possui a maioria do capital votante é razoável que 
ele possa traçar os destinos do empreendimento. 
 
7.2 – OBRIGATORIEDADE DE AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DA 
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP) 
A lei estabelece no art. 248, caput, que os investimentos relevantes em sociedades 
coligadas e sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% ou 
mais do Capital Social, e os investimentos em sociedades controladas, serão avaliados pelo 
método da equivalência patrimonial. 
A Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, em seu art. 5º, regulamentando 
as disposições da lei societária, estabelece que deverão ser avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial os investimentos em cada controlada e os investimentos 
relevantes em cada coligada ou equiparada a coligada. Ressalta-se que a investidora deve 
exercer influência na administração ou possuir no mínimo 20% do capital social da 
sociedade coligada. 
Portanto, para enfatizar os preceitos da Instrução CVM nº 247/96, todos os 
investimentos em controladas devem ser avaliados pelo Método da Equivalência 
Patrimonial (MEP). 
Já para os investimentos em coligadas e equiparadas a coligadas, devemos 
determinar se o investimento é relevante conforme visto no item 7.1.5. Sendo relevante o 
investimento, verifica-se se a participação no capital da coligada ou equiparada é superior 
a 20%. Sendo a participação superior a 20%, então o investimento é avaliado pelo MEP. 
No caso de o investimento relevante ser inferior a 20% do capital social da coligada ou 
equiparada, devemos verificar se a investidora exerce influência na administração da 
sociedade investida, pois os investimentos dessa natureza somente deverão ser avaliados 
pelo MEP quando existir essa influência. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 9
Consoante o disposto nos §§ 4º a 8º do art. 141 da lei societária, todos os 
investimentos relevantes que representam 15% ou mais do capital votante da sociedade 
investida devem ser avaliados pelo MEP, pois quando possuem essa característica haverá o 
exercício da influência administrativa, visto que lhes é assegurado eleger 01 (um) 
conselheiro do conselho de administração e o respectivo suplente. Além dessa participação 
no capital votante, aquele dispositivo também assegura ao detentor de 10% de ações 
preferenciais a eleição de um representante do conselho de administração e o seu 
respectivo suplente, sendo mais uma forma do exercício da influência administrativa. 
Assim, os investimentos em coligadas e equiparadas somente serão avaliados pelo 
MEP quando forem relevantes. Além de relevantes devem ser superiores a 20% do 
capital social da investida ou, caso não atinjam esse percentual, a investidora deve exercer 
influência na coligada ou equiparada, o que pode ser atingido com a detenção de forma 
permanente de 15% do capital votante ou de 10% do capital social da investida 
representado apenas por ações preferenciais ou ainda a detenção de 15% do capital 
somadas as ações com direito a voto e as preferenciais. 
A legislação fiscal, por seu turno, a par das disposições da Lei nº 6.404/76 e da 
Instrução CVM nº 247/96, invoca, por meio do art. 384 do Decreto nº 3.000/99 
(RIR/99), a necessidade de avaliação pelo MEP, reproduzindo, basicamente, o texto 
da lei societária ou comercial com os mesmos vícios já comentados quando da análise 
da relevância. 
Concluindo, as empresas que se enquadram nas condições analisadas devem 
avaliar pelo MEP os seus investimentos em controladas e os investimentos relevantes, 
quando influentes, em coligadas e equiparadas a coligadas. Essa avaliação pelo MEP 
há de ser realizada tanto pela legislação comercial ou societária quanto pela legislação 
fiscal! 
Entretanto, se o investimento não satisfizer aquelas condições, então ele não 
poderá ser avaliado pelo MEP e deverá ser avaliado pelo Método do Custo de 
Aquisição. 
 
7.3 – ASPECTOS LEGAIS 
A fundamentação legal e obrigatoriedade da adoção deste método de avaliação de 
investimentos encontram assento, como matriz primária, no art. 248 da Lei nº 
6.404/1976. Embora já tenhamos transcritos este preceito de forma segmentada, é 
oportuna a sua transcrição integral, que assim dispõe: 
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos 
relevantes (artigo 247, parágrafo único) em sociedades coligadas sobre 
cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% (vinte 
por cento) ou mais do capital social, e em sociedades controladas, serão 
avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo com as seguintes 
normas: 
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será 
determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de 
verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na 
mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do 
balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão 
computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com 
a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por 
ela controladas; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 10
II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, 
sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da 
porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; 
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o 
número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente 
será registrada como resultado do exercício: 
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; 
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; 
c) no caso de companhia aberta, com observância das normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. 
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos 
deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os 
saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. 
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada
pela companhia, 
deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação 
previsto no número I. 
Conforme podemos observar da leitura do texto legal, a alínea “c”, do inciso III, a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é entidade apta a expedir normas complementares 
sobre equivalência patrimonial. No concernente ao caput do dispositivo legal não cabe, 
portanto, outra interpretação senão aquela dada pela CVM. Ressalte-se que existem 
autores relutantes na adoção desse entendimento, pois insistem na idéia de que, segundo 
a lei, o investimento em controladas também deve ter a sua relevância aferida. Desta 
forma, para que não pairem dúvidas aos leitores, reforçamos os enunciados da Instrução 
CVM, do seguinte modo: 
1 – Podemos, perfeitamente e sem perder o sentido, fazer a seguinte leitura do 
caput do art. 248: “No balanço patrimonial da companhia, os investimentos relevantes em 
sociedades coligadas ... e os investimentos em sociedades controladas, serão avaliados 
pelo valor de patrimônio líquido ...” 
2 – A lei delegou competência à CVM para que esta expedisse normas 
complementares sobre a avaliação de investimentos pelo método da equivalência 
patrimonial. Certamente, a delegação há de englobar a interpretação da própria lei e 
aquela autarquia o fez por meio da Instrução 247. 
A CVM, no exercício da competência recebida por delegação legal, emitiu a 
Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, alterada pela Instrução CVM nº 285, de 
31 de julho de 1998, a qual determina nos arts. 1º e 5º, que: 
Art. 1º - O investimento permanente de companhia aberta em 
coligadas, suas equiparadas e em controladas, localizadas no país e 
no exterior, deve ser avaliado pelo método da equivalência 
patrimonial, observadas as disposições desta Instrução. 
Parágrafo Único - Equivalência patrimonial corresponde ao valor do 
investimento determinado mediante a aplicação da percentagem de 
participação no capital social sobre o patrimônio líquido de cada 
coligada, sua equiparada e controlada. 
... 
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da equivalência 
patrimonial: 
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I - o investimento em cada controlada; e 
II - o investimento relevante em cada coligada e/ou em sua 
equiparada, quando a investidora tenha influência na administração ou 
quando a porcentagem de participação, direta ou indireta da 
investidora, representar 20% (vinte porcento) ou mais do capital 
social da coligada. 
Parágrafo Único - Serão considerados exemplos de evidências de 
influência na administração da coligada: 
a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a 
existência de administradores comuns; 
b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores; 
c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de 
assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as 
atividades da investidora; 
d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira; 
e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, 
bem como de planos de investimento; ou 
f) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos. 
Depreende-se da leitura do caput do art. 1º, que o Método da Equivalência 
Patrimonial (MEP) é aplicado tanto aos investimentos efetuados em sociedades localizadas 
no País quanto aos investimentos realizados em empresas localizadas no exterior. Há, 
entretanto, uma ressalva a fazer, pois segundo a CVM os investimentos permanentes das 
companhias abertas é que são susceptíveis de avaliação pelo MEP, o que está 
perfeitamente de acordo com o texto da lei, visto que em sua ementa está expresso que 
ela “Dispõe sobre as Sociedades por Ações”. 
Outro aspecto legal que merece ser mencionado e apresentado é o pertinente a 
legislação fiscal, que por meio do art. 384, do Decreto nº 3.000/99, reproduzindo o 
texto da lei comercial, assim dispõe: 
Art. 384. Serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido os 
investimentos relevantes da pessoa jurídica (Lei nº 6.404, de 1976, 
art. 248, e Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI): 
I - em sociedades controladas; e 
II - em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha 
influência, ou de que participe com vinte por cento ou mais do capital 
social. 
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com dez por 
cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la (Lei nº 6.404, de 
1976, art. 243, § 1º). 
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, 
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de 
sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas 
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores 
(Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, § 2º). 
§ 3º Considera-se relevante o investimento (Lei nº 6.404, de 1976, 
art. 247, parágrafo único): 
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I - em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é 
igual ou superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da 
pessoa jurídica investidora; 
II - no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor 
contábil é igual ou superior a quinze por cento do valor do patrimônio 
líquido da pessoa jurídica investidora. 
 
7.4 – TRATAMENTO DOS ITENS NÃO REALIZADOS 
A instrução CVM nº 247/96, em seus arts. 9º a 11º, normatiza os procedimentos 
de avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial a serem 
adotados para a obtenção do valor do investimento. 
Analisando tais dispositivos normativos, percebemos que a ênfase maior é dada 
à parcela de lucros não realizada intercompanhias: 
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência 
patrimonial, será obtido mediante o seguinte cálculo: 
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre 
o valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada; e 
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não 
realizados, conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos 
fiscais. 
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados 
lucros não realizados aqueles decorrentes de negócios com a 
investidora ou com outras coligadas e controladas, quando: 
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada 
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de 
qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora; ou 
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada 
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de 
qualquer natureza no balanço patrimonial de outras coligadas e 
controladas. 
§ 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, 
coligadas e controladas não devem ser eliminados no cálculo da 
equivalência patrimonial. 
§ 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas 
decorrentes de negócios que tenham gerado, simultânea e 
integralmente, efeitos opostos nas contas de resultado das coligadas e 
controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do valor do 
investimento. 
Art. 10 - Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido 
da coligada e controlada deverá ser determinado com base nas 
demonstrações contábeis levantadas na mesma data das 
demonstrações contábeis da investidora. 
§ 1º - Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no caput deste 
artigo, admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada 
e controlada em um período máximo de defasagem de até 60 
(sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da 
investidora. 
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§ 2º - O período de abrangência das demonstrações contábeis da 
coligada e controlada deverá ser idêntico ao da investidora, 
independentemente das respectivas datas de encerramento. 
§ 3º - Admite-se a utilização de períodos não idênticos, nos casos em 
que este fato representar melhoria na qualidade da informação 
produzida, sendo a mudança evidenciada em nota explicativa. 
Art. 11 - Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a 
investidora deverá: 
I - Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios 
contábeis, em especial, referindo-se a investimentos no exterior; 
II - Excluir o montante correspondente às participações recíprocas; 
III - Reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes 
ocorridos no período intermediário, no caso de demonstrações 
contábeis levantadas em datas diversas; e 
IV - Reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito 
preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com 
diferenciação na participação de lucros. 
 
 
7.4.1 - ELIMINAÇÃO DE RESULTADOS NÃO REALIZADOS 
Com a edição da resolução 247/96, a CVM adotou uma nova sistemática de 
cálculo do lucro não realizado. Primeiro aplica-se o percentual de participação sobre o 
patrimônio líquido para, desse montante, subtraírem-se os lucros não realizados. Isto 
porque a figura do lucro não realizado existe somente na relação entre a empresa 
investidora e as suas controladas/coligadas ou entre estas últimas. Para os demais 
sócios/acionistas da investida o lucro é efetivo, vale dizer, é realizado. 
Exemplo: 
Supondo a seguinte situação em determinada companhia A, que possua um 
investimento em sua controlada companhia B. O valor contábil do investimento de A 
em B é de R$ 150.000,00, antes do cálculo da equivalência patrimonial, o que 
representa 60% do Capital Social de B. O Patrimônio Líquido de B é de R$ 
300.000,00, porém estão computados em lucros acumulados os lucros obtidos em 
vendas realizadas à A, no valor de R$ 10.000,00, cujos bens estão no patrimônio de 
A. 
Patrimônio Líquido da controlada B R$ 300.000,00 
% de participação de A em B 60% 
Lucros não realizados no PL de B R$ 10.000,00 
Valor contábil do investimento de A em B R$ 150.000,00 
Cálculo da equivalência patrimonial 
Patrimônio Líquido de B R$ 300.000,00 
% de participação 60% 
Total do investimento de A em B R$ 180.000,00 
(-) Lucros não realizados (R$ 10.000,00) 
Total do Investimento líquido de A em B R$ 170.000,00 
(-) Valor contábil do Investimento A em B (R$ 150.000,00) 
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Resultado da Equivalência Patrimonial R$ 20.000,00 
 
Vale enfatizar que, pela nova Instrução, apenas os lucros não realizados são 
eliminados na apuração do Resultado da Equivalência Patrimonial. Os prejuízos 
decorrentes de transações com a investidora, controladas e coligadas, não devem ser 
eliminados no cálculo da equivalência patrimonial. 
Ressalte-se que, para adoção deste procedimento, o patrimônio líquido da 
sociedade investida deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis 
levantadas na mesma data das demonstrações contábeis da sociedade investidora. 
Entretanto, admite-se uma defasagem de no máximo 60 dias, isto é, as sociedades 
investidas poderão elaborar seus demonstrativos contábeis em prazo de até 60 dias 
antes dos demonstrativos da sociedade investidora. O que não é possível é a 
sociedade investidora elaborar seus demonstrativos antes da sociedade investida, pois 
o resultado desta última há de constar nos demonstrativos daquela investidora. Outra 
possibilidade de utilização de períodos não idênticos de apuração e levantamento das 
demonstrações é quando a adoção desta prática possibilite a apresentação de 
informações de melhor qualidade, sendo que neste caso há de ser efetuado uma 
referência em nota explicativa dessa divergência de datas. 
 
7.4.2 – IDENTIFICAÇÃO DE RESULTADOS NÃO REALIZADOS 
Consideram-se não realizados os resultados quando, por exemplo, a empresa 
controlada (B) vende com lucro matérias-primas à sociedade controladora (C) e esta 
não as revender (para fora do grupo). Quando consideramos controladora (C) e 
controlada (B) como entidade única, verifica-se que não houve lucro, pois o valor 
relativo ao suposto “lucro” está no estoque da sociedade controladora (C) . Por isso, 
esse resultado deve ser eliminado na avaliação do investimento (de C em B), visto 
que a operação não saiu de dentro do grupo econômico. Não houve transação com 
terceiros. Se, porém, a controladora efetuar a venda dessa matéria-prima para 
terceiros (D) , então não mais se exclui esse efeito, em face da realização do 
resultado. 
Analisando o assunto sob outro enfoque, imaginando, por exemplo, uma 
sociedade conjugal, na qual a mulher vende ao marido um bem com lucro e que este 
bem permaneça em poder do marido. Percebe-se que a família (o casal), composta 
neste caso pelo marido e a mulher, não ganhou absolutamente nada com esta 
transação. Agora, se o marido tivesse vendido o bem, mesmo que por igual preço 
pago à mulher, a família (a sociedade conjugal) teria um ganho, isto é, o lucro que a 
mulher obteve na venda ao marido. Com as empresas acontece exatamente a mesma 
coisa, isto é, suponha que o homem ou a mulher seja a empresa controladora a 
mulher ou o homem seja a empresa controlada. 
Assim, o resultado não realizado é aquele que não saiu de dentro do grupo 
econômico. No caso do exemplo acima ele está dentro do estoque de matérias-
primas da sociedade controladora (C). Vejam o esquema a seguir: 
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Na situação acima, a empresa C controla a empresa B. Assim, o resultado da 
venda da mercadoria de B para C, mercadoria essa que foi adquirida de A, enquanto 
não vendida para “fora” do grupo patrimonial de B e C, ou seja, para D, será 
considerado um lucro não realizado, devendo ser excluído do resultado da 
equivalência patrimonial do investimento de C em B. 
Agora, se a operação for realizada com prejuízo, ele não deve ser eliminado, isto 
é, o efeito negativo gerado na sociedade controlada será repassado à sociedade 
controladora por meio da equivalência patrimonial (art. 9º, § 2º, da Instrução CVM nº 
247/96). 
 
7.4.3 – PROCEDIMENTOS PARA APURAÇÃO DOS RESULTADOS NÃO 
REALIZADOS 
Conforme disposição da Instrução da CVM, o resultado não realizado deve ser 
determinado líquido de impostos. Para o caso de estoques de produtos acabados e 
mercadorias essa apuração é relativamente simples, pois se sabe o valor de aquisição 
e o valor dos impostos incidentes na transação. 
Entretanto, em se tratando de produtos em elaboração, em processo contínuo, o 
valor da matéria-prima ali incluído é de apuração mais difícil. Neste caso devemos 
partir para o conceito de margem de rentabilidade da empresa vendedora, que parece 
ser o meio mais hábil para se chegar ao valor do custo. 
 
EXEMPLO: 
Se uma coligada X vender para a investidora Y o total de R$ 20.000,00 em 
matérias-primas, durante determinado exercício, e se estas matérias-primas tiveram 
um custo de R$ 12.000,00 incluídos os tributos, ela (X) teve uma rentabilidade de 
40% sobre o preço de venda. 
 
Empresa A 
Empresa B 
Controlada de C 
Empresa C 
Controladora de B
Empresa D 
venda 
com 
lucro 
venda
com 
lucro
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LUCRO = R$ 20.000,00 – R$ 12.000,00 = R$ 8.000,00 
Esse lucro (R$ 8.000,00) equivale a 40% das vendas (R$ 20.000,00) 
Se no final do exercício considerado a investidora Y ainda tiver no estoque um 
saldo de matérias-primas adquiridas de sua coligada no valor de R$ 1.000,00, então o 
lucro não realizado será de R$ 400,00 (40% de margem de lucro na venda pela 
coligada), cujo valor deve ser excluído da participação societária, conforme vimos no 
item anterior. 
 
7.5 – ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DAS ALTERAÇÕES DO PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO DAS INVESTIDAS E OS REFLEXOS NA AVALIAÇÃO 
 
7.5.1 - DAS PERDAS PERMANENTES EM INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO 
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
O art. 12 da Instrução CVM nº 247/96, determina que quando existir passivo a 
descoberto na sociedade investida e houver intenção manifesta da investidora de manter o 
seu apoio à investida, deverá ser constituída a provisão para tal perda até o valor do 
investimento. O excesso deve ser lançado em conta própria do passivo, por constituir 
obrigação da sociedade investidora. 
De ressaltar que essa provisão terá de ser registrada em contrapartida de resultado 
não operacional. 
 
Atenção!!! 
Os prejuízos apurados no decorrer da avaliação pelo MEP (resultado 
negativo na Equivalência Patrimonial) são considerados despesas 
operacionais, no entanto as demais perdas relativas ao investimento são 
consideradas despesas não operacionais. 
 
Segundo aquele ato normativo, as provisões devem ser constituídas em função 
de perdas efetivas, quando decorrentes de eventos que resultarem em perdas não 
provisionadas pelas coligadas e controladas em suas demonstrações contábeis e 
quando decorrentes de responsabilidade formal ou operacional para cobertura de 
passivo a descoberto. Assim, a provisão será constituída por perdas efetivas quando 
houver qualquer evento, efetivo, que reduza drasticamente o patrimônio da sociedade 
investida, cujo fato não tenha sido previsto nesta sociedade por meio de provisão. 
Como exemplo, podemos citar o caso em que a sociedade investida estiver sendo alvo 
de ação judicial por seus empregados. Esse fato deveria ter sido provisionado como 
contingências trabalhistas. Caso não haja a constituição desta provisão na investida, 
então a sociedade investidora deverá constituir uma provisão para perdas. O 
lançamento na investidora seria: 
 
 D – Despesa com Perdas em Investimentos (NOP) 
 C – Provisão para Perdas em Investimentos 
 
Outra possibilidade de constituir a provisão para perdas permanentes é quando 
há passivo a descoberto na sociedade investida e a sociedade investidora assumiu 
compromisso formal para honrar certos compromissos de sua coligada ou controlada. 
Neste último caso, a investidora, além de constituir provisão para perdas 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 17
permanentes até o valor do investimento, tornando o seu valor contábil nulo, terá de 
constituir uma provisão no passivo exigível, caso o valor do compromisso ultrapasse o 
valor do investimento. Ora, se a sociedade investida apresenta passivo a descoberto e 
a investidora assumiu compromisso formal de honrar obrigações de sua afiliada, então 
é praticamente certo que o terá de fazer, pois a falência da investida é, praticamente, 
inevitável. 
Salienta-se que nesta hipótese, o PL da investida se torna negativo após a 
participação societária. Outro aspecto a considerar é que a sociedade investida pode 
ser uma controlada do tipo subsidiária integral, onde a controladora possui relação 
direta com a investida. Nesse caso, a sua falência sem que os compromissos sejam 
honrados acarretaria à controladora prejuízos morais e de credibilidade irreversíveis. 
 
 A possibilidade de constituir a provisão para perdas de investimentos não se 
limita às perdas efetivas. Há a possibilidade de constituir a provisão para perdas 
potenciais. Estas perdas potenciais devem ser estimadas quando houver tendência 
de perecimento do investimento, elevado risco de paralisação de operações de 
coligadas e controladas, eventos que possam prever perda parcial ou total do valor 
contábil do investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e 
controladas, ou, ainda, para cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou 
penhor concedidos, em favor de coligadas e controladas, referentes a obrigações 
vencidas ou vincendas quando caracterizada a incapacidade de pagamentos pela 
controlada ou coligada. 
A par da provisão constituída por perdas efetivas, deve ser constituída ainda 
provisão para perdas potenciais, quando existir passivo a descoberto e houver 
intenção manifesta da investidora em manter o seu apoio financeiro à investida. 
Veja-se que esta provisão decorre de ato voluntário, intencional da investidora, que 
assumirá tal postura na expectativa de uma provável reversão da situação deficitária 
da sociedade investida, pois por mais que haja passivo a descoberto, isto nem sempre 
é definitivo, podendo haver recuperação da sociedade, mesmo que remota. Outra 
hipótese é o caso já analisado, referente à própria imagem da sociedade investidora. 
A CVM, por meio da Instrução 247/96, regulamentou a questão da seguinte 
forma: 
Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para cobertura de: 
I - Perdas efetivas, em virtude de: 
a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas 
coligadas e controladas em suas demonstrações contábeis; ou 
b) - responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo 
a descoberto. 
II - Perdas potenciais, estimadas em virtude de: 
a) - tendência de perecimento do investimento; 
b) - elevado risco de paralisação de operações de coligadas e 
controladas; 
c) - eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil 
do investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e 
controladas; ou 
d) - cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou penhor 
concedidos, em favor de coligadas e controladas, referentes a 
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obrigações vencidas ou vincendas quando caracterizada a incapacidade 
de pagamentos pela controlada ou coligada. 
§ 1º - Independentemente do disposto na letra " b" do inciso I, deve 
ser constituída ainda provisão para perdas, quando existir passivo a 
descoberto e houver intenção manifesta da investidora em manter o 
seu apoio financeiro à investida. 
§ 2º - A provisão para perdas deverá ser apresentada no ativo 
permanente por dedução e até o limite do valor contábil do 
investimento a que se referir, sendo o excedente apresentado em 
conta específica no passivo. 
 
 
7.5.2 – DA RESERVA DE LUCROS A REALIZAR, DOS DIVIDENDOS E 
BONIFICAÇÕES EM AÇÕES RECEBIDOS PELA INVESTIDORA 
O resultado positivo originado pela aplicação do MEP gera, para o sociedade 
investidora, uma receita operacional que integrará a estrutura da Demonstração do 
Resultado do Exercício. Todavia, pela sistemática adotada por esta forma de avaliação 
do investimento, quando o resultado é reconhecido pelo fato de a sociedade investida 
registrar aumento do PL, não há efetivo ingresso de recursos. Isso quer dizer que a 
investidora registrará o aumento do investimento (débito na conta Investimentos) em 
contrapartida ao ganho por equivalência patrimonial (receita operacional). Essa 
receita auferida, por sua vez, carece de realização financeira. 
Em face de o valor representado pelo ganho na aplicação do MEP carecer de 
realização, é factível a constituição de Reserva de Lucros a Realizar, observado, 
obviamente,
o disposto nos arts. 197 e 202 da Lei nº 6.404/76. 
A CVM, por meio do art. 17 da Instrução 247/96, prevê que somente poderão 
ser considerados lucros a realizar, na constituição da reserva de lucros a realizar, o 
resultado líquido positivo da equivalência patrimonial, considerando-se, para tanto, a 
soma algébrica do resultado do conjunto dos investimentos em controladas/coligadas. 
Desta forma, se determinada investidora controlar duas empresas diferentes e em 
uma delas for apurado resultado positivo e noutra resultado negativo, o valor que 
poderá ser considerado para fins de constituição da Reserva de Lucros a Realizar será 
o resultado líquido do conjunto dos investimentos, no caso o investimento nas duas 
controladas. 
Exemplo: a investidora ALFA possui a seguinte situação em seu ativo: 
Ativo Permanente Investimentos 
 Ações da Coligada BETA R$ 80.000,00 
 Ações da Controlada DELTA R$ 45.000,00 
 
Considere que ALFA teve R$ 5.000,00 de ganhos com equivalência patrimonial 
do investimento em BETA e R$ 3.000,00 de perdas com equivalência patrimonial do 
investimento em DELTA. Assim: 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 19
Ganhos com EQP R$ 5.000,00 
Perdas com EQP (R$ 3.000,00) 
(=) Lucros a Realizar R$ 2.000,00 
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do 
investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deverá 
ser apropriada pela investidora como: 
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder: 
a) - a aumento ou diminuição do patrimônio líquido da coligada e 
controlada, em decorrência da apuração de lucro líquido ou prejuízo no 
período ou que corresponder a ganhos ou perdas efetivos em 
decorrência da existência de reservas de capital ou de ajustes de 
exercícios anteriores; e 
b) - a variação cambial de investimento em coligada e controlada no 
exterior. 
II - Receita ou despesa não operacional, quando corresponder a 
eventos que resultem na variação da porcentagem de participação no 
capital social da coligada e controlada; 
III - Aplicação na amortização do ágio em decorrência do aumento 
ocorrido no patrimônio líquido por reavaliação dos ativos que lhe 
deram origem; e 
IV - Reserva de reavaliação quando corresponder a aumento ocorrido 
no patrimônio líquido por reavaliação de ativos na coligada e 
controlada, ressalvado o disposto no inciso anterior. 
Parágrafo Único - Não obstante o disposto no artigo 12, o resultado 
negativo da equivalência patrimonial terá como limite o valor contábil 
do investimento, conforme definido no parágrafo 1º do artigo 4º desta 
Instrução 
 
Art. 17 - Para fins de constituição da reserva de lucros a realizar, 
somente poderá ser considerado como lucro a realizar o resultado 
líquido positivo da equivalência patrimonial sobre o conjunto dos 
investimentos, apurado nos termos dos incisos I e II, do artigo 16. 
Também está grifado por aquela entidade normativa que as bonificações recebidas 
sem custo pela companhia não devem ser objeto de lançamento na conta do investimento 
na coligada e controlada. As bonificações sem custo decorrem ou surgem quando a 
sociedade investida utiliza reservas de lucros ou de capital ou mesmo lucros acumulados 
para aumentar o capital social. Esse aumento pode ser representado por aumento no valor 
contábil das ações ou pela distribuição de novas ações. Em ambas as situações não 
ocorrem quaisquer alterações no PL da investida e, em decorrência, não deve haver 
qualquer registro na conta de investimento da sociedade investidora, pois sendo o 
investimento avaliado pela equivalência patrimonial esses valores já estavam consignados 
em investimentos. Entretanto, a incorporação de reservas e de lucros acumulados ao 
capital social da investida é forma de realização destas reservas e lucros. Assim, se na 
investidora houver Reservas de Lucros a Realizar decorrentes de ganhos em participação 
societária avaliado pelo MEP, estes devem ser revertidos para Lucros ou Prejuízos 
Acumulados, na proporção da realização em capital social na sociedade investida. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 20
Art. 18 - As bonificações recebidas sem custo pela investidora, quer 
sejam por emissão de novas ações, quer sejam por aumento do valor 
nominal das ações, não devem ser objeto de contabilização na conta 
do investimento na coligada e controlada. 
Parágrafo Único - Em decorrência do previsto no caput deste artigo, 
deverá ser revertida para a conta de lucros ou prejuízos acumulados a 
correspondente parcela que tiver sido destinada para reserva de lucros 
a realizar, a que se refere o artigo 17. 
Ampliando o espectro de utilização da reserva de lucros a realizar, quando tenha 
sido realizado em sua totalidade ou apenas uma parcela, o inciso III do artigo 19 da 
Instrução 247/96, prevê a possibilidade da sua destinação, após computado o 
dividendo obrigatório, para a constituição de outras reservas de lucros, inclusive 
retenção em lucros acumulados, ou para absorção de prejuízo do exercício ou 
acumulados. 
Art. 19 - A parcela revertida da reserva de lucros a realizar para a 
conta de lucros ou prejuízos acumulados, se não absorvida por 
prejuízos, deverá ser considerada no cálculo, em separado, do 
dividendo obrigatório no exercício em que for feita a reversão. O 
excedente poderá ser destinado para: 
I - Aumento de capital; 
II - Distribuição de dividendo; e 
III - Constituição de outras reservas de lucros, inclusive retenção 
justificada em lucros acumulados, ou absorção do prejuízo do 
exercício, atendidas as exigências legais. 
Aqui cabe uma observação importante em face das alterações introduzidas na Lei nº 
6.404/1976 pela Lei nº 10.303/2001, pois segundo esta norma reformadora, a reserva de 
lucros a realizar deve ser constituída a partir do dividendo declarado e se este for em valor 
superior aos lucros realizados. Além disso, os lucros que forem sendo realizados devem 
permanecer nesta reserva para serem adicionados ao primeiro dividendo declarado se não 
tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios anteriores. 
 
7.5.3 – OUTROS FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA PARTICIPAÇÃO 
Além dos fatos já analisados que produzem reflexos na participação societária, 
também a alteram: os ajustes de exercícios anteriores, a reavaliação de ativos da 
sociedade investida e as doações e subvenções para investimentos, como de resto as 
demais reservas de capital. 
 
7.5.3.1 – AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
Os ajustes de exercícios anteriores, na sociedade investida, serão registrados 
diretamente em Lucros ou Prejuízos Acumulados. Com esse procedimento, os valores 
daí decorrentes não transitam pelo resultado do exercício, porque, efetivamente, não se 
referem ao exercício findo e sim a outros exercícios anteriores, porém aumentam (ou 
reduzem) o PL da sociedade investida. Por isso, a sociedade investidora deve reconhecer 
esse ajuste pela equivalência patrimonial em contrapartida da conta de receita ou 
despesa operacional, transitando pelo resultado do exercício. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 21
Atenção! 
Em que pese os ajustes não transitarem por resultado na sociedade 
investida, visto que são registrados diretamente em conta de Lucros 
ou Prejuízos Acumulados, transitarão por resultado na sociedade 
investidora, e serão receita operacional para esta sociedade. 
 
 
Exemplo: A investidora ALFA detém 40% do capital de BETA. A investida BETA 
realiza um ajuste
em 31/12/X1 de seu imposto de renda de X0, que foi provisionado em 
R$ 10.000,00 a maior. O lançamento em BETA será: 
D – Provisão para imposto de renda R$ 10.000,00 
C – Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 10.000,00 
 
Esse lançamento gerou um aumento no PL da investida BETA de R$ 10.000,00, não 
proveniente de lucro do exercício. Mesmo assim, a investidora ALFA deve reconhecer a 
receita por equivalência patrimonial: 
Ganho por equivalência patrimonial = 40% x R$ 10.000,00 = R$ 4.000,00 
Lançamento em ALFA: 
D – Investimentos em BETA R$ 4.000,00 
C – Ganho por Equivalência Patrimonial R$ 4.000,00 
 
7.5.3.2 – REAVALIAÇÃO DE BENS DA SOCIEDADE INVESTIDA 
A reavaliação de bens do Ativo tangível da sociedade investida gera um aumento em 
seu PL, cujo valor não advém do resultado do exercício. O registro contábil desse fato se 
apresenta do seguinte modo: 
Lançamento na investidora: 
Débito: Subconta representativa do bem reavaliado – ATIVO 
Crédito: Reserva de Reavaliação – Patrimônio Líquido 
A sociedade investidora deve reconhecer esse aumento do PL pela Reavaliação de 
Ativos da sociedade investida na proporção de sua participação no capital social, 
mediante registro em conta de investimento e em contrapartida, em registro específico, no 
Patrimônio Líquido em conta de Reserva de Reavaliação de controladas e coligadas 
avaliadas pela equivalência patrimonial. O fato merece o seguinte lançamento contábil: 
Lançamento na investida: 
Débito: Investimento em coligada/controlada – Ativo 
Crédito: Reserva de Reavaliação em bens de coligada/controlada - PL 
 
Obs.: A reserva de reavaliação na sociedade investidora será revertida para lucros 
acumulados na proporção da realização dos bens reavaliados na sociedade investida. As 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 22
formas de realização mais comuns são pela alienação, baixa por perecimento, depreciação, 
amortização e exaustão. 
 
7.5.3.3 - DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTO 
Quando a sociedade investida receber doações e subvenções para investimentos e 
outras origens de recursos classificáveis como reservas de capital (artigo 182, §1°, da Lei 
6.404/76), ela os registrará em reservas de capital, dentro do Patrimônio Líquido. Por esse 
motivo, essas doações acabam aumentando o valor do PL sem que seu efeito tenha 
transitado por resultado daquelas empresas. 
A sociedade investidora deverá reconhecer esse fato mediante registro contábil da 
proporção que lhe cabe nesse aumento do PL da investida, por meio da equivalência 
patrimonial, mesmo que esse aumento não seja decorrente do resultado do exercício. 
Ressalte-se que novamente um fato que não representa receita na sociedade investida 
deve ser considerado receita operacional na investidora! 
Outras reservas de capital merecem igual tratamento contábil, visto que aumentam o 
PL da sociedade investida. 
Exemplo: Investidora ALFA possui 60% das ações de BETA. Supondo que BETA 
receba um imóvel no valor de R$ 100.000,00 como doação, os registros a serem 
realizados serão: 
Lançamento na investida BETA: 
Débito: Imóveis (Ativo Permanente) R$ 100.000,00 
Crédito: Reserva de Capital – Doações (PL) R$ 100.000,00 
Lançamento na investidora ALFA: 
Débito: Investimento em BETA (Ativo Permanente) R$ 60.000,00 
Crédito: Ganho por EQP (Receita Operacional) R$ 60.000,00 
 
 
7.5.4 - VARIAÇÃO NA PORCENTAGEM DE PARTICIPAÇÃO 
Em caso de a sociedade investida intentar aumentar seu Capital Social, 
mediante subscrição de novas ações, os atuais sócios ou acionistas, de regra, têm 
preferência na subscrição das novas ações proporcionalmente ao número de ações 
que possuem antes do aumento de capital. Assim, se determinada empresa detém 
40% das ações de outra, ela terá o direito de subscrever 40% das novas ações. O 
art. 171 da Lei 6.404/76 se constitui na matriz legal deste direito dos acionistas 
antigos: 
Art. 171 - Na proporção do número de ações que possuírem, os 
acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital. 
§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas espécies ou classes 
e o aumento for feito por emissão de mais de uma espécie ou classe, 
observar-se-ão as seguintes normas: 
a) no caso de aumento, na mesma proporção, do número de ações de 
todas as espécies e classes existentes, cada acionista exercerá o 
direito de preferência sobre ações idênticas às de que for possuidor; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 23
b) se as ações emitidas forem de espécies e classes existentes, mas 
importarem alteração das respectivas proporções no capital social, a 
preferência será exercida sobre ações de espécies e classes idênticas 
às de que forem possuidores os acionistas, somente se estendendo às 
demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, no capital 
aumentado, a mesma proporção que tinham no capital antes do 
aumento; 
c) se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das 
existentes, cada acionista exercerá a preferência, na proporção do 
número de ações que possuir, sobre ações de todas as espécies e 
classes do aumento. 
§ 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em 
bens, será sempre assegurado aos acionistas o direito de preferência 
e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao 
titular do crédito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado. 
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das 
emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e 
partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação 
onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e 
no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de 
preferência. 
§ 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não 
inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de preferência. 
§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de preferência, quando 
não exercido pelo acionista até 10 (dez) dias antes do vencimento do 
prazo, poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário. 
§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência. 
§ 7º Na companhia aberta, o órgão que deliberar sobre a emissão 
mediante subscrição particular deverá dispor sobre as sobras de 
valores mobiliários não subscritos, podendo: 
a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da companhia; ou 
b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas 
que tiverem pedido, no boletim ou lista de subscrição, reserva de 
sobras; nesse caso, a condição constará dos boletins e listas de 
subscrição e o saldo não rateado será vendido em bolsa, nos termos 
da alínea anterior. 
§ 8° Na companhia fechada, será obrigatório o rateio previsto na 
alínea b do § 7º, podendo o saldo, se houver, ser subscrito por 
terceiros, de acordo com os critérios estabelecidos pela assembléia-
geral ou pelos órgãos da administração. 
Desta forma, quando todos os acionistas exercem o direito estabelecido no 
dispositivo da lei, isto é, a preferência na subscrição de novas ações, a porcentagem 
da participação fica inalterada e não existirão ganhos ou perdas de capital para 
nenhum deles. Haverá, isto sim, mero aumento da participação societária, o que não 
gera nenhum resultado ou alteração do Patrimônio Líquido da sociedade investidora, 
ou seja, o fato é meramente permutativo e deverá ser lançado mediante débito na 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 24
conta
investimento e crédito na conta que originou o recurso para tal aumento de 
participação societária. 
Exemplo: 
A Cia. FUNDOSPERDIDOS, que possuía capital de R$ 2.000.000,00, resolveu 
aumentar seu Capital Social em R$ 3.000.000,00 com emissão de novas ações 
previamente autorizado pela Assembléia Geral. A Controladora TOPA-TUDO S/A, com 
participação de 40% no Capital Social (maioria do capital votante) da Cia. 
FUNDOSPERDIDOS, exerceu o seu direito plenamente e na exata proporção de sua 
participação no Capital Social, isto é, subscreveu 40% das novas ações, cujos 
recursos tiveram origem da conta Bancos Conta Movimento. O lançamento contábil 
pertinente na sociedade investidora TOPA-TUDO S/A deve ser o seguinte: 
Débito: Ativo Permanente – Investimentos 
Participação em sociedades controladas 
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 1.200.000,00 
Crédito: Bancos conta movimento 
BANCO FUNDO FALSO S/A R$ 1.200.000,00 
Pela percepção lógica do disposto no § 6o do artigo 171 da Lei 6.404/76. acima 
transcrito, os acionistas antigos não são obrigados a subscrever ações na mesma 
proporção do número de ações que detinham anteriormente. Desta forma podem 
abrir mão desse seu direito de subscrição de novas ações. Quando algum acionista 
declinar desse seu direito surge a oportunidade de outro subscrever essas ações, o 
que acarreta, para este outro, um aumento na proporção das ações que possuía 
antes da nova subscrição, ocorrendo, assim, variação na percentagem de participação 
no Capital Social. 
A variação na porcentagem de participação no Capital Social pode gerar ganhos 
ou perdas para a sociedade investidora, conforme houver aumento ou diminuição na 
porcentagem de participação. Este fato ocorre quando há no Patrimônio Líquido da 
sociedade investida outros valores além do Capital Social, como, por exemplo, 
Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Lucros ou Prejuízos Acumulados etc. 
Exemplo: 
• A Cia. FUNDOSPERDIDOS, que possuía capital de R$ 2.000.000,00, 
aumentou seu Capital Social com emissão de novas ações, em 
02/01/2004, que foram subscritas e integralizadas na razão de R$ 1,00 por 
ação. O volume de ações emitidas com prévia autorização pela assembléia 
geral foi de 3.000.000 de ações. Com isto, o Capital social aumentou em 
R$ 3.000.000,00. 
• Os subscritores integralizaram o Capital Social por meio de depósito 
bancário em favor da sociedade investida. 
• o Capital Social da sociedade investida passou, com esse aumento, para 
R$ 5.000.000,00, composto por 5.000.000 de ações. Além do Capital 
Social, a sociedade investida possuía em contas do Patrimônio Líquido os 
seguintes valores: Reserva de ágio na emissão de ações R$ 200.000,00; 
Doações e subvenções para Investimento R$ 600.000,00; Reservas de 
Lucros R$ 1.200.000,00; e Lucros Acumulados de R$ 1.000.000,00. Desta 
forma, o PL da investida que era de R$ 5.000.000,000, com a subscrição e 
integralização das novas ações passou a ser de R$ 8.000.000,00. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 25
• a controladora TOPA-TUDO S/A, que por disposição legal tinha o direito 
de subscrever 1.200.000 das novas ações, pois participava com 40% no 
capital social da Cia. FUNDOSPERDIDOS, subscreveu 1.500.000 ações, isto 
é, outros acionistas não exerceram o direito de preferência na subscrição de 
300.000 ações e ela pôde aumentar a sua participação. 
Na Cia. FUNDOSPERDIDOS (investida) o aumento do Capital Social será 
registrado mediante um lançamento em que será debitada a conta Bancos Conta 
Movimento e em contrapartida será creditada a conta Capital Social pelo valor de R$ 
3.000.000,00. 
Lançamento na investida FUNDOSPERDIDOS: 
Bancos conta Movimento 
a Capital Social R$ 3.000.000,00 
Pelo fato de a controladora TOPA-TUDO S/A haver subscrito quantidade maior 
de ações do que a proporção cabida de direito, e considerando que o Patrimônio 
Líquido da sociedade investida é composto por outros valores além do Capital Social, 
é necessário que a investidora proceda, além dos registros normais da aquisição do 
investimento, ao lançamento de ajuste, haja vista a variação na porcentagem de 
participação. 
 
7.5.4.1 - Registro do aumento da participação societária 
O lançamento resume-se ao registro do valor das ações adquiridas, que 
importou em R$ 1.500.000,00, na conta representativa do investimento, pois não 
houve nenhum ágio ou deságio: 
Lançamento na investidora TOPA-TUDO S/A: 
Débito: ATIVO PERMANENTE – INVESTIMENTOS 
PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES CONTROLADAS 
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 1.500.000,00 
Crédito: BANCOS C/ MOVIMENTO 
 BANCO DA PRAÇA S/A R$ 1.500.000,00 
 
7.5.4.2 - Ajuste pela variação percentual do investimento 
A participação inicial da controladora TOPA-TUDO S/A no Capital Social da Cia. 
FUNDOSPERDIDOS era de 40%. Como à época o Capital Social da Cia. 
FUNDOSPERDIDOS era de R$ 2.000.000,00, o investimento da controladora no 
Capital Social representava R$ 800.000,00. Com a nova subscrição de 1.500.000 
ações, ela passou a possuir o total de 2.300.000 ações de um total de 5.000.000 
ações emitidas pela investida. Logo, o novo percentual de participação no Capital 
Social passa a ser de 46%. Desse momento em diante, a equivalência patrimonial 
será calculada por esse novo percentual. 
O Patrimônio Líquido da Cia. FUNDOSPERDIDOS antes do aumento do Capital 
Social era de R$ 5.000.000,00. Com isso, o Investimento da controladora TOPA-TUDO 
S/A na Cia. FUNDOSPERDIDOS, avaliado pela equivalência patrimonial, era de R$ 
2.000.000,00. 
Porém, com a variação do percentual de participação, é necessário que se 
refaça o valor patrimonial do investimento, aplicando-se sobre o novo valor do 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 26
Patrimônio Líquido da sociedade investida o novo percentual de participação no seu 
Capital Social. 
Valor Patrimonial = R$ 8.000.000,00 x 46% = R$ 3.680.000,00 
Vejam a tabela abaixo: 
Variação na proporção do investimento de TOPA-TUDO S/A na 
investida FUNDOSPERDIDOS: 
 
 Inicial Após a nova emissão 
Capital Social da Investida R$ 2.000.000,00 R$ 5.000.000,00 
Patrimônio Líquido da Investida R$ 5.000.000,00 R$ 8.000.000,00 
Quantidade total de ações emitida por 
FUNDOSPERDIDOS 
2.000.000 5.000.000 
Quantidade de ações possuída pela 
Controladora TOPA-TUDO 
800.000 2.300.000 
Percentual de participação de TOPA-
TUDO em FUNDOSPERDIDOS 
40% 46% 
Valor do investimento de TOPA-TUDO R$ 2.000.000,00 R$ 3.680.000,00 
 
Como o valor do investimento avaliado pelo método da equivalência 
patrimonial era de R$ 2.000.000,00 e houve um lançamento a débito de R$ 
1.500.000,00 nesse investimento, referente à compra das novas ações, ele está 
agora representado pelo valor de R$ 3.500.000,00. Percebe-se que este valor é 
diferente do acima apurado. Portanto, deve-se proceder ao ajuste necessário para 
adequá-lo ao novo valor. 
 
VALOR PATRIMONIAL R$ 3.680.000,00 
(-) SALDO NA CONTA DE INVESTIMENTO R$ 3.500.000,00 
= GANHO de Capital R$ 180.000,00 
O adequado registro contábil deste fato será: 
Débito: ATIVO PERMANENTE – INVESTIMENTOS 
PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES CONTROLADAS 
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 180.000,00 
Crédito: GANHOS EM PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
 Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 180.000,00 
É interessante notar que esse ganho de capital representa uma receita não 
operacional, pois foi gerado por alteração do percentual na participação acionária e 
não da atividade operacional da sociedade investida, ou seja, não teve origem nos 
resultados obtidos pela investida. Desta forma, ele representa um ganho pelo fato
de 
outras sociedades ou acionistas não terem exercido o seu direito de subscrição e por 
isso eles perderam essa quantia, logo houve um ganho de capital, que é sempre não 
operacional. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 27
A legislação do Imposto de Renda, por meio do art. 428 do RIR/99, determina 
que este acréscimo ou eventual redução de capital em função da variação do 
percentual de participação acionária não será computado na apuração do Lucro Real: 
Art. 428. Não será computado na determinação do lucro real o 
acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio líquido de 
investimento, decorrente de ganho ou perda de capital por variação na 
percentagem de participação do contribuinte no capital social da 
coligada ou controlada (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 33, § 2º, e 
Decreto-lei nº 1.648, de 1978, art. 1º, inciso V). 
Porém, o mesmo efeito não ocorre com relação à Contribuição Social Sobre o 
Lucro, pois esta exclusão não está prevista em lei para essa contribuição. Assim, o 
ganho decorrente da variação percentual de investimento deve ser computado na 
apuração da CSLL, ao passo que a perda pode ser deduzida da sua base de cálculo. 
Acabamos de demonstrar a hipótese de haver ganho pela variação do 
percentual de participação no capital social da sociedade investida. Entretanto, pode 
ocorrer de haver perda de capital por essa variação. A perda é possível e encontra 
justificativa se a sociedade investidora subscrever ações em quantidade menor do 
que a participação percentual no capital social da sociedade investida e se esta 
possuir outros valores no PL além do Capital Social. 
Em ocorrendo este fato, haverá diminuição no percentual de participação o que 
acarretará perda de capital, de forma inversa ao exemplo apresentado. 
Essa perda será registrada na sociedade investidora mediante lançamento a 
crédito de investimento e a débito de conta de resultado não operacional como 
perda de capital. 
 
7.6 - PERDA, INTENÇÃO DE ALIENAÇÃO DO INVESTIMENTO E REDUÇÃO DO 
VALOR CONTÁBIL 
Conforme se depreende da leitura do art. 6º da Instrução CVM 247/96, os 
investimentos em sociedades controladas e coligadas, quando apresentarem efetiva e 
clara evidência de descontinuidade de suas operações ou quando elas estejam operando 
com severas restrições a logo prazo que prejudiquem a capacidade de transferir recursos à 
sociedade investidora, devem deixar de ser avaliados pelo Método da Equivalência 
Patrimonial. 
Esse procedimento há de ser adotado juntamente com a constituição da respectiva 
provisão para perdas quando estas forem consideradas como permanentes, tanto as 
efetivas quanto as em potencial, conforme vimos em tópico anterior. 
Destarte, é oportuno esclarecer que a perda de continuidade do investimento fica 
caracterizada pela ocorrência de uma das seguintes condições: 
1 – A sociedade investida apresenta prejuízos sucessivos, os quais não possuem 
capacidade aparente de reversão; 
2 – A sociedade investida apresenta severas dificuldades de liquidez; 
3 – Os produtos da sociedade investida devem sair do mercado em função de 
superação tecnológica ou em face de forte concorrência e da incapacidade de 
competição com os produtos rivais; e 
4 – A sociedade investida pediu concordata ou teve sua falência decretada. 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28
É interessante o leitor atentar-se ao fato de que os investimentos em sociedades 
coligadas e controladas, cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, 
tenha efetiva e clara evidência de realização, continuarão sendo avaliados pelo 
método da equivalência patrimonial até a data-base considerada para a venda. Vejam 
que não há razão para não avaliar os investimentos pelo MEP enquanto a transação 
de alienação não estiver concluída, visto que, em conformidade com os princípios de 
contabilidade, os registros contábeis devem ser fundamentados em fatos e não 
apenas em intenções que não sejam evidências de realização. 
Visto que os investimentos em controladas devem ser, sempre, avaliados pelo 
MEP, a redução do valor contábil destes investimentos não lhes tira aquela condição, 
não havendo a necessidade de analisá-los sob esta ótica. Entretanto, o investimento 
em sociedade coligada que, por redução do valor contábil do investimento, deixar de 
ser relevante, continuará sendo avaliado pela equivalência patrimonial, caso essa 
redução não seja considerada de caráter permanente. Nesse caso, os reflexos do 
fato devem ser evidenciados, segregadamente, em nota explicativa. Contudo, quando 
a redução assumir o caráter de permanente e, se com isto, o investimento deixar de 
ser relevante, configurando-se a descontinuidade do mesmo, os saldos das reservas 
de reavaliação constituídas pela investidora deverão ser revertidos em contrapartida 
ao respectivo valor contábil do investimento, pois, neste caso, o investimento passará 
a ser avaliado pelo Método do Custo de Aquisição e, por este método de avaliação, 
não reconhecemos, na sociedade investidora, os efeitos decorrentes da reavaliação de 
ativos na sociedade coligada. 
Percebe-se que com este procedimento reduzimos o valor contábil do 
investimento e também o valor do Patrimônio Líquido da investidora. 
Vejamos o que dispõe a Instrução CVM nº 247 a esse respeito: 
Art. 6º - Deverá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência 
patrimonial, sem prejuízo do disposto no artigo 12, o investimento em 
sociedades coligadas e controladas com efetiva e clara evidência de 
perda de continuidade de suas operações ou no caso em que estas 
estejam operando sob severas restrições a longo prazo que 
prejudiquem significativamente a sua capacidade de transferir recursos 
para a investidora. 
Art. 7º - O investimento em sociedade coligada e controlada cuja 
venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e 
clara evidência de realização, continuará sendo avaliado pelo método 
da equivalência patrimonial até a data-base considerada para a venda. 
Art. 8º - O investimento em coligada que, por redução do valor 
contábil do investimento, deixar de ser relevante, continuará sendo 
avaliado pela equivalência patrimonial, caso essa redução não seja 
considerada de caráter permanente, devendo todos os seus reflexos 
ser evidenciados, segregadamente, em nota explicativa. 
Parágrafo Único - Na hipótese de descontinuidade do investimento, 
principalmente aquelas previstas nos artigos 6º e 7º, os saldos das 
reservas de reavaliação constituídas pela investidora deverão ser 
revertidos em contrapartida ao respectivo valor contábil do 
investimento. 
 
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7.7 – DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO 
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
O valor do investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial será 
obtido pela aplicação da porcentagem de participação no capital social sobre o 
patrimônio líquido da controlada, coligada e equiparada. Salienta-se que devem ser 
eliminados os lucros não realizados, entendidos como não realizados os lucros 
decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e controladas que 
estejam incluídos no resultado da sociedade investida. Esses lucros devem ser 
eliminados líquidos dos efeitos fiscais. Por outro lado, o prejuízo decorrente de tais 
transações não deve ser eliminado. 
Para os efeitos de avaliação de investimentos pelo MEP, consideram-se não 
realizados os lucros decorrentes de negócios com a investidora

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