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EAE 0106 - Introduc¸a˜o a` Economia Lia S. Chitolina Resumo Estruturas de mercado 1. Concorreˆncia Perfeita Dizemos que um mercado e´ perfeitamente competitivo se todas as em- presas participantes partirem do princ´ıpio de que o prec¸o de mercado independe de seu n´ıvel de produc¸a˜o. Caracter´ısticas da concorreˆncia perfeita: • Aceitac¸a˜o de prec¸os (ha´ muitos vendedores e compradores no mer- cado) • Homogeneidade de produtos (os bens oferecidos pelos diversos vende- dores sa˜o em grande escasa o mesmo) • Perfeita mobilidade de recursos (as empresas podem entrar e sair livremente do mercado) • Perfeita informac¸a˜o Lucro = Receita Total - Custo Total RMe = prec¸o → na˜o somente em concorreˆncia per- feita RMg = prec¸o → somente em concorreˆncia perfeita Enquanto a RMg for maior que o CMg o aumento da produc¸a˜o elevara´ o lucro. Maximizac¸a˜o de Lucro no Curto Prazo: prec¸o = CMg Curva de Oferta de Curto Prazo: trecho da curva de custo marginal acima da curva de custo varia´vel me´dio. 1 Se CVM > prec¸o, a firma deve encerrar suas operac¸o˜es 1. A curva de oferta da indu´stria no CP e´ a soma horizontal das curvas de oferta das empresas individuais. Maximizac¸a˜o de Lucro no Longo Prazo: P = CMg (Lucro econoˆmico igual a zero 2 → eficieˆncia econoˆmica) Curva de Oferta de Longo Prazo: trecho da curva de custo marginal acima da curva de custo me´dio. 3 Se CM > prec¸o, a firma deve sair do mercado. Caracter´ıstica da Concorreˆncia Perfeita Estrutura de mercado eficiente −→ a soma dos excedentes e´ ma´xima 2. Monopo´lio Sendo o u´nico produtor de um determinado produto, o monopolista encontra- se em uma posic¸a˜o bastante vantajosa: o monopolista e´ o mercado e tem completo controle sobre a quantidade de produto que colocara´ a` venda. Pore´m, isso na˜o significa que o monopolista possa cobrar um prec¸o ta˜o alto quanto desejar. Para maximizar lucros, o monopolista deve conhecer as caracter´ısticas da demanda de mercado, bem como seus custos. Como um monopolista e´ o u´nico produtor de seu mercado, sua curva de demanda e´ a curva de demanda do mercado, ou seja, a curva de demanda tem inclinac¸a˜o descendente. RMg < prec¸o Isso ocorre porque o monopolista, diferentemente das empresas competi- tivas, leva em considerac¸a˜o ale´m do efeito quantidade, o efeito prec¸o, na busca pela maximizac¸a˜o do lucro. Este efeito prec¸o na˜o existe nos mer- cados competitivos porque as empresas competitivas sa˜o tomadoras de prec¸o. 1Lembre-se do conceito de custo irrecupera´vel. 2Devido a` livre entrada e sa´ıda de firmas no mercado 3Lembre-se que no LP na˜o existe CVM 2 Quantidade que maximiza o lucro: RMg = CMg. A ineficieˆncia resulta do fato de que P 6= CMg. ∆ Excedente do consumidor = ∆ Excedente do Produtor = Peso Morto = O bem-estar em um mercado monopolizado, como em qualquer outro mercado, inclui tanto o bem-estar dos consumidores quanto dos produtores. Assim, o lucro do monopolista por si so´ na˜o repre- senta um problema social, e´ considerada apenas uma transfereˆncia de recursos. O problema nos mercados monopolizados surge porque a empresa produz e vende uma quantidade inferior ao n´ıvel que maximiza o excedente total. O problema decorre da ineficieˆncia de produzir (e vender) menos unidades do produto. Uma forma de reduzir esta ineficieˆncia e´ a discriminac¸a˜o de prec¸os. Discriminac¸a˜o de prec¸os no monopo´lio→ aumenta o bem-estar agre- gado pois aumenta as quantidades transacionadas. 3 Curiosidade: (a) Discriminac¸a˜o de prec¸os de 1o grau: O monopolista vende diferentes unidades de produto por diferentes prec¸os, sendo que esses podem diferir de pessoa pra pessoa. Nesse tipo de arranjo, cada unidade do bem e´ vendida a` pessoa que lhe atribui maior valor e ao prec¸o ma´ximo que essa pessoa esteja disposta a pagar por ele. Exatamente como no caso do mer- cado competitivo, a soma dos excedentes e´ maximizada (se a discriminac¸a˜o for perfeita). No entanto, na discriminac¸a˜o perfeita de prec¸os, o produtor acaba por obter todo o exce- dente gerado no mercado. Ex.: me´dico do interior que cobra conforme a capacidade de pagamento do cliente. (b) Discriminac¸a˜o de prec¸os de 2o grau: o monopolista cobra prec¸os diferentes por quantidades e qualidades diferentes. Pacotes diferentes de prec¸o-quantidade levam aos consum- idores a` auto-selec¸a˜o. Ex.: passagem de avia˜o (1a classe, executivo, ...). (c) Discriminac¸a˜o de prec¸os de 3o grau: o monopolista cobra prec¸os diferentes de pessoas diferentes, mas cada unidadde vendida a uma determinada pessoa e´ vendida pelo mesmo prec¸o. Nesse caso, quanto maior for a elasticidade-prec¸o da demanda de um grupo de consumidores, menor sera´ o prec¸o pago por eles. Ex.: passagem de oˆnibus para estudantes ou idosos. 3. Oligopo´lio Apenas poucas empresas sa˜o responsa´veis pela maior parte ou pela total- idade da produc¸a˜o. No longo prazo, as empresas conseguem auferir lucro econoˆmico devido a`s barreiras existentes. Por ter poucas empresas at- uando no mercado, cada empresa deve cautelosamente considerar como suas ac¸o˜es afetara˜o empresas rivais, bem como sobre as poss´ıveis reac¸o˜es que suas concorrentes podera˜o apresentar (ex.: telefonia celular). Equil´ıbrio de Nash: cada empresa esta´ fazendo o melhor que pode em func¸a˜o daquilo que esta˜o fazendo suas concorrentes. Situac¸a˜o de Conluio: as firmas se comportam como se fossem um monopo´lio. Assim, oferecem quantidades menores, cobram prec¸os maiores e tambe´m teˆm lucros maiores. Se os oligopolistas na˜o formam um cartel, cada um precisa decidir por si so´ a quantidade que ira˜o produzir. Assim, cada oligopolista continua a aumentar a produc¸a˜o ate´ que o efeito quantidade e o efeito prec¸o estejam equilibrados, tomando a produc¸a˜o das demais como dadas. Uma empresa competitiva considera somente o efeito quantidade quando decide quanto produzir: como as empresas competitivas sa˜o tomadoras de prec¸o, o efeito prec¸o esta´ ausente. Assim, a` medida que o nu´mero de vendedores em um oligopo´lio aumenta, o mercado oligopolista fica cada vez mais parecido com um mercado competitivo. O prec¸o se aproxima do custo marginal e a quantidade produzida se aproxima do n´ıvel socialmente eficiente. 4 Dilema dos prisioneiros: A cooperac¸a˜o entre os oligopolistas permite que estes obtenham lucros iguais aos do mercado monopolista. Quando os oligopolistas na˜o cooperam uns com os outros, a quantidade produzida se aproxima do resultado competitivo. Portanto, do ponto de vista do bem-estar social, a na˜o cooperac¸a˜o e´ deseja´vel. 4. Concorreˆncia Monopol´ıstica Um mercado monopolisticamente competitivo e´ semelhante ao perfeita- mente competitivo, no qual ha´ muitas firmas e a entrada de novas com- panhias na˜o e´ limitada. A grande diferenc¸a prove´m dos produtos serem heterogeˆneos. A quantidade de poder de monopo´lio que a empresa tera´ dependera´ de seu sucesso na diferenciac¸a˜o de seu produto em relac¸a˜o a`s demais empresas. Caracter´ısticas ba´sicas da concorreˆncia monopol´ıstica: • As empresas competem vendendo produtos altamente substitutos en- tre si, mas na˜o substitutos perfeitos. Assim, existe algum poder de monopo´lio −→ CURVAS DE DEMANDA NEGATIVAMENTE IN- CLINADAS • Livre entrada e sa´ıda das firmas do mercado−→ LUCRO ECONOˆMICO ZERO NO LONGO PRAZO Maximizac¸a˜o de lucro e´ semelhante ao mercado monopolista: RMg = CMg, e utilizam a curva de demanda para identificar o prec¸o consistente com essa quantidade. Na concorreˆncia monopol´ıstica ha´ duas fontes de ineficieˆncia: (a) markup: o prec¸o e´ mais alto que o custo marginal, devido ao poder de monopo´lio. (b) capacidade ociosa: opera-se com excesso de capacidade, isto e´, seu n´ıvel de produc¸a˜o e´ menor do que o n´ıvel capaz de minimizar seu custo me´dio. A competic¸a˜o monopol´ıstica faz jus ao nome que tem: e´ um h´ıbrido de monopo´lio e competic¸a˜o perfeita. Como um monopo´lio, cada competidor 5 monopol´ıstico esta´ sujeito a uma curva de demanda de inclinac¸a˜o descen- dente e, como resultado, cobra um prec¸o superior ao custo marginal. Como ocorre em um mercado perfeitamente competitivo, ha´ muitas empresas, e a entrada e sa´ıda de empresas leva o lucro de cada competidor monopol´ıstico a zero. A Teoria da Escolha do Consumidor Restric¸a˜o orc¸amenta´ria: o limite das combinac¸o˜es de consumo de bens que o consumidor pode adquirir. A inclinac¸a˜o da restric¸a˜o orc¸amenta´ria e´ o prec¸o relativo dos bens. Inclinac¸a˜o = −P1P2 Onde X1 e´ a quantidade do bem 1 (eixo horizontal) e X2 e´ a quantidade do bem 2 (eixo vertical) Curva de indiferenc¸a: uma curva que mostra as combinac¸o˜es de con- sumo que proporcionam ao consumidor o mesmo n´ıvel de satisfac¸a˜o. A inclinac¸a˜o da curva de indiferenc¸a e´ a taxa marginal de substituic¸a˜o (TMS) - a taxa a` qual o consumidor esta´ disposto a trocar um bem pelo outro. A maioria das curvas de indiferenc¸a satisfazem as seguintes propriedades: TMS = ∆X2∆X1 (a) As curvas de indiferenc¸a mais elevadas sa˜o prefer´ıveis a`s mais baixas (tambe´m conhecido como o axioma da na˜o-saciedade). (b) As curvas de indiferenc¸a se inclinam para baixo. (c) As curvas de indiferenc¸a na˜o se cruzam. (d) As curvas de indiferenc¸a sa˜o convexas em relac¸a˜o a` origem dos eixos. Como as curvas de indiferenc¸a na˜o sa˜o linhas retas (em geral), a taxa marginal de substituic¸a˜o na˜o e´ a mesma em todos os pontos de uma dada curva de indiferenc¸a. Geralmente, a TMS depende da quantidade de cada bem que o consumidors esta´ consumindo atualmente. Podemos representar graficamente as prefereˆncias do consumidor por meio do uso das curvas de indiferenc¸a. Uma curva de indiferenc¸a representa todas as combinac¸o˜es de cestas de mercado fornecem o mesmo n´ıvel de satisfac¸a˜o a uma pessoa, que e´, portanto, indiferente em relac¸a˜o a`s cestas de mercado representadas pelos pontos ao longo da curva. Formas de curvas de indiferenc¸a: 6 Escolhas o´timas: O consumidor escolhe o consumo dos dois bens de tal modo que a taxa marginal de substituic¸a˜o seja igual ao prec¸o relativo. Ou seja, no o´timo, a inclinac¸a˜o da curva de indiferenc¸a e´ igual a` inclinac¸a˜o da restric¸a˜o orc¸amenta´ria. Tipos de Bens: classificac¸a˜o conforme a renda • Bem Normal: denominam-se bens normais aqueles bens que quando a renda aumenta, a demanda por ele tambe´m aumenta. Assim, pode- se dizer que temos um bem normal quando a quantidade demandada varia no mesmo sentido da variac¸a˜o da renda. • Bem Inferior: denominam-se bens inferiores aqueles bens que quando a renda aumenta, a demanda por ele diminui. Assim, pode-se dizer que temos um bem inferior quando a quantidade demandada varia no sentido contra´rio a` variac¸a˜o da renda. 7 O impacto de uma mudanc¸a no prec¸o de um bem sobre o consumo pode ser decomposto em dois efeitos: o efeito renda e o efeito substituic¸a˜o. • Efeito Substituic¸a˜o: variac¸a˜o na demanda devido a` variac¸a˜o da taxa a` qual os dois bens sa˜o trocados, sendo assim, mante´m-se o poder aquisitivo. O efeito substituic¸a˜o sempre se move em sentido contra´rio ao do movimento de prec¸os. • Efeito Renda: e´ a variac¸a˜o do consumo decorrente da variac¸a˜o da renda enquanto os prec¸os relativos permanecem constantes. Bens Normais Bens Inferiores Caso Especial de bem inferior: Demanda positivamente inclinada → Bens de Giffen Efeito Renda > Efeito Substituic¸a˜o 8