Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 99 CAPÍTULO III A ATMOSFERA. 1. Composição do ar. A atmosfera é o conjunto de gases, vapor d'água e partículas, constituindo o que se chama ar, que envolve a superfície da Terra. Não existe um limite superior para a atmosfera, no sentido físico, verificando-se apenas uma progressiva rarefação do ar com a altitude. No âmbito da Meteorologia, geralmente se considera que a atmosfera terrestre possui cerca de 80 a 100 km de espessura. Deve-se ter em mente que essa camada, predominantemente gasosa, é muito delgada quando comparada com o raio médio do planeta. De fato, representa apenas cerca de 1,6% desse raio. A porção mais importante da atmosfera, sob o ponto de vista meteo- rológico, porém, não atinge 20 km de altitude, o que representa apenas 0,3% do raio do pla- neta. Justifica-se, portanto, a crescente preocupação em preservá-la. Sob o ponto de vista termodinâmico, a atmosfera é um sistema aberto (há intercâmbio de massa com a superfície terrestre e com o espaço), multicomponente e plurifásico. A fase dispersante é o ar propriamente dito: uma mistura homogênea de nitrogênio (N2), oxigênio (O2), argônio (A), dióxido de carbono (CO2) e outros gases que figuram em pequenas proporções, chamados constituintes menores (Tabela III.1), juntamente com o vapor d'água. As fases dis- persas, líquida e sólida, estão representadas por partículas de natureza hídrica ou não, em suspensão ou em queda livre. O estudo das fases dispersas é, por comodidade, feito separa- damente. Na análise da composição do ar é conveniente suprimir o vapor d'água, exatamente porque sua concentração varia bastante no espaço e também no tempo, alterando as propor- ções dos demais constituintes. Quando se desumidifica o ar, obtém-se o chamado "ar seco". A composição média do ar seco é praticamente constante até cerca de 25 km de altitude (Tabela III.1). O ar seco pode ser considerado como um único gás especial cuja massa molecular aparente (Ma) equivale à média ponderada das massas moleculares de seus componentes. A soma dos produtos da fração molar pela massa molecular de cada gás (Tabela III.1), fornece: Ma = 28,964 g mol -1. (III.1.1)