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1 
 
E C O N O M I A 
 
D A 
 
E N G E N H A R I A 
 
 
 
 
 
 
 
 CUSTOS 
 
 
 
 
 
 
 2 
A ECONOMIA DA ENGENHARIA E A ATIVIDADE ECONÔMICA 
 
 
A atividade da Engenharia ocorre como resultado das necessidades da humanidade. A satisfação 
destas necessidades e as propostas da Engenharia estão ligadas pelo processo de produção. 
Produção é o ato de dar ou aumentar a utilidade de alguma coisa. 
A Engenharia é uma atividade produtiva que visa atender às necessidades humanas. É um 
processo físico, cujo objetivo é conseguir o maior resultado possível por unidade de recurso 
aplicado. 
 
A função usual da Engenharia é manipular os elementos de um ambiente – o Físico – para criar 
Utilidade em um segundo ambiente – o Econômico. Ao lidar com o ambiente Físico, o 
Engenheiro baseia-se nas leis físicas, que são exatas. Já ao lidar com o ambiente Econômico, 
precisa conhecer as leis econômicas, que são inexatas, dependentes do comportamento de pessoas 
agindo individual e/ou coletivamente. Isto o coloca em desvantagem e o aterroriza pelo fato de 
achar que está se baseando em estimativas e julgamento, quando sua formação exige um 
comportamento racional. Daí então a sua tendência de não levar em conta os aspectos 
econômicos. 
Entretanto é importante que o Engenheiro saiba lidar com as leis econômicas com a mesma 
facilidade que ele lida com as leis físicas. As conseqüências econômicas e sociais das iniciativas 
da Engenharia devem preocupar o Engenheiro. 
O objetivo da Economia da Engenharia é preparar os Engenheiros para lidar com a natureza bi-
ambiental das aplicações da Engenharia. 
 
A Economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de 
produzir bens e serviços e distribui-los para seu consumo entre os membros da sociedade. 
A atividade econômica concretiza-se na produção de ampla gama de bens e serviços, cujo destino 
último é a satisfação das necessidades humanas. 
 
Elementos chaves : 1) Necessidades humanas (consumo de bens ou serviços) 
 2) Recursos 
 3) Técnicas de produção 
 
BEM: é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres 
humanos. 
 
SERVIÇOS: são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou 
indiretamente a satisfazer necessidades humanas. 
 
Bens ou serviços econômicos (Produtos, Mercadorias) 
 Características: 1) São escassos 
 2) São Necessitados 
 3) Haja disponibilidade 
 
RECURSOS: são os fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços. 
São denominados Fatores de Produção. 
 
 
 
 
 3 
Recursos econômicos 
 
 Características: 1) São escassos 
 2) São versáteis 
 3) Podem ser combinados em proporções variáveis (são transferíveis) 
 
Tradicionalmente, esses fatores se dividem em três grandes categorias: terra, trabalho e capital. 
 
Terra: Indica a terra culturável e urbana e os recursos naturais que contém, como por exemplo, 
os minerais. 
 
Trabalho: Refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no 
processo produtivo. 
. A população é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área 
determinada. 
. O fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas 
produtivas. 
 
Capital: Compreende as edificações, as fábricas, a maquinaria e os equipamentos, a existência 
de meios elaborados e demais meios utilizados no processo produtivo. 
Em economia, ao menos que se determine o contrário, o termo “capital” significa 
capital físico, isto é, máquinas e edifícios, e não capital financeiro. Uma carteira de 
ações não constitui um recurso produtor de bens e serviços, e não é capital no sentido 
econômico. 
 Do mesmo modo, é necessário distinguir capital físico, ao qual nos referimos 
anteriormente, de capital humano, entendendo por este último a educação e a formação 
profissional que incrementam o rendimento do trabalho. 
 
TÉCNICAS DE PRODUÇÃO: As técnicas de produção consistem no “know-how” e dos 
meios físicos para transformar os recursos de modo a 
satisfazer as necessidades humanas. 
A natureza das técnicas disponíveis dos empresários é 
geralmente considerada fora do âmbito da teoria econômica 
e dentro do domínio da engenharia. 
Usualmente, os economistas presumem que, para a produção 
de qualquer bem, existe determinada quantidade de recursos 
disponíveis e que, para qualquer quantidade de bens 
produzidos, utilizar-se-á a técnica do custo mínimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
2- SISTEMA ECONÔMICO 
 
 
 
 Os agentes econômicos (as famílias, as empresas e o setor público) são os responsáveis pela 
atividade econômica. 
 
Os agentes econômicos podem ser agrupados nos seguintes setores: 
 
 . Primário: agricultura, pesca e mineração. 
 . Secundário: indústria e construção. 
 . Terciário: serviços, comércio, transporte, bancos etc. 
 
 
As famílias ou unidades familiares consomem bens e serviços, e oferecem seus recursos 
(fundamentalmente trabalho e capital) às empresas. Convencionalmente são chamados de 
Consumidores. 
 
A empresa é a unidade de produção básica. Contrata trabalho e compra fatores com o fim de 
fazer e vender bens e serviços. As empresas são no sentido econômico chamadas de Produtores 
ou Fornecedores. 
 
O setor público estabelece um marco jurídico-institucional no qual se desenvolve a atividade 
econômica. É responsável também pelo estabelecimento da política econômica. 
 
 
 
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO 
 
 
 FLUXO MONETÁRIO(Pagamento monetário pelos produtos) 
 
 FLUXO DE PRODUTOS 
 
 FAMÍLIAS (CONSUMIDORES) EMPRESAS (PRODUTORES) 
 . Consomem bens e serviços finais . Fornecem bens e serviços 
 produzidos pelas empresas aos consumidores 
 . Fornecem fatores produtivos . Utilizam fatores produtivos 
 para as empresas fornecidos pelas famílias. 
 
 FATORES PRODUTIVOS 
 (Terra, Trabalho, Capital) 
 
 FLUXO MONETÁRIO 
 (Pagamento monetário pelos fatores produtivos) 
 
 
 
 
 5 
3- A FORMAÇÃO DOS PREÇOS 
 
 
3.1- MERCADORIAS E MERCADO 
 
Uma mercadoria é um produto que não se destina ao consumo do próprio produtor, mas à venda. 
Produção é tudo: desde o que a dona de casa faz no seu lar até o que Autolatina faz em suas 
fábricas de automóveis. Só uma faixa dessa produção se traduz em mercadorias, classificadas em 
Bens (corpóreos, materiais) e Serviços (incorpóreos e imateriais). Por exemplo, um liquidificador 
é um bem, enquanto que a estadia em um hotel é um serviço. 
 
Todas as mercadorias, bens ou serviços, são comercializadas em uma entidade abstrata 
denominada Mercado. Normalmente têm-se a tendência a associar o Mercado a uma localização 
geográfica. Realmente frutas e verduras são geralmente comercializadas em um local específico 
de uma cidade. Ações são negociadas em Bolsa. Entretanto,
isto não é o usual. De maneira geral, 
o Mercado concilia o interese de compradores (consumidores) e produtores (ofertantes) que, em 
muitos casos, vivem em locais geograficamente distantes e mantém relações comerciais durante 
anos sem ao menos se conhecerem. 
 
Cada um de nós participa diariamente no Mercado, seja como consumidores ou como ofertantes. 
Nós ofertamos nosso trabalho no Mercado dos fatores de produção e nossas poupanças no 
Mercado de capitais. Nós podemos especular no Mercado de ações. Como consumidores 
participamos do Mercado de roupas e de alimentos, de entretenimento, de turismo, de informação, 
de educação, etc. Todos estes Mercados são interconectados, isto é, a maioria da renda pessoal 
que vai para o consumo vem da venda da capacidade de trabalho no Mercado dos fatores, 
enquanto que o nível de preços em qualquer Mercado determina a quantia de dinheiro que sobra 
para se gastar no demais. 
 
Em suma, o Mercado requer a convergência de informação, é um fluxo de informações através 
do qual produtores e consumidores expressam seus interesses em consumir e vender 
mercadorias. 
 
 
3.2- O CONCEITO DE PREÇO 
 
As mercadorias não valem apenas porque custam a ser produzidas. Elas valem igualmente porque, 
direta ou indiretamente, são capazes de satisfazer às necessidades e aos desejos das pessoas. O 
termo econômico que representa essa capacidade é Utilidade. A utilidade que um objeto tem para 
uma pessoa é determinada por esta pessoa. Então, a utilidade de um objeto não é inerente a ele, 
mas à consideração que a pessoa tem por ele. A utilidade que um objeto tem para uma pessoa é a 
satisfação que deriva dele. 
 
A partir do conceito de utilidade eles chegaram ao conceito de Valor. Adam Smith no capítulo 6 
de "A Riqueza das nações" considera que "Valor tem dois sentidos diferentes, podendo exprimir a 
utilidade de uma mercadoria, ou seu Valor de Uso, ou a possiblidade desta mercadoria servir para 
comprar outras mercadorias, ou seu Valor de Troca". A expressão monetária do valor de troca de 
uma mercadoria é o seu Preço. 
Quando o valor é expresso em moeda, tem-se o preço. Preço é então o valor monetário de uma 
mercadoria. As relações econômicas têm um sistema de referência e orientação: os preços. Não 
há uma economia sem um sistema de preços. Para que as pessoas se relacionem precisam saber 
 6 
quanto vale cada coisa. Os preços servem como sinal, informação básica e referência no dia a dia 
das decisões de sobrevivência. São sinais, informações, que nos ajudam a tomar decisões com que 
ligamos nosso presente ao nosso futuro. 
 
 
3.3- AS LEIS DE FORMAÇÃO DOS PREÇOS 
 
3.3.1- A lei da Oferta e Procura 
 
A hipótese que os consumidores compram mais a um preço menor e que os produtores oferecem 
mais a um preço maior é representada no diagrama da Oferta e procura a seguir. 
 
A curva D (Demanda) mostra as quantidades alternativas por unidade de tempo que seriam 
consumidas a vários preços. Ela é inversamente proporcional aos preços, significando que quanto 
maior os preços, menores serão as quantidades consumidas. 
A curva de Demanda ou Procura depende, além do preço da mercadoria, de diversos outros 
fatores, dos quais os principais são: preferências ou gostos dos clientes; dos preços das 
mercadorias alternativas competidoras; do número de consumidores considerados; da renda dos 
consumidores; da variedade de bens disponíveis para os consumidores; de fatores legais, 
políticos, sociais e geográficos do ambiente. 
A tabela ou curva de Demanda ou Procura de mercado mostra a relação entre a quantidade 
demandada de um bem por todos os indivíduos e seu preço, mantendo constante os outros fatores. 
Ela se orienta pelo valor percebido pelos clientes dos bens e serviços. 
Os movimentos ao longo da curva de demanda de um bem (por exemplo, discos) acontecem 
como conseqüência de uma mudança nos preços (dos discos). 
Os deslocamentos da curva de demanda (de discos) se devem a alteração de alguns outros fatores, 
que não o preço (dos discos). Por exemplo, a renda dos consumidores. 
 
A curva da oferta (O) mostra as quantidades alternativas por unidade de tempo que seriam 
ofertadas a diferentes preços. Ela é diretamente proporcional aos preços, ou seja, quanto maiores 
os preços, maiores serão as quantidades ofertadas pelos produtores. 
A Oferta altera-se sempre que um desenvolviemnto técnico ou os preços dos fatores usados na 
produção da mercadoria alteram seu custo de produção. Ela orienta-se em grande parte pelo custo 
– o quanto custa aos produtores a produção dos bens e serviços. 
 
Em resumo, a Demanda é predominantemente psicológica, orientada pelo desejo dos 
consumidores, enquanto a oferta é predominantemente objetiva orientada pela tecnologia e pelo 
custo, embora possa em parte depender de fatores subjetivos, tais como a motivação dos 
empregados. 
 
De acordo com a lei da Oferta e Procura haverá um ponto (E), de encontro das duas curvas, onde 
produtores e consumidores estarão igualmente satisfeitos. Este ponto determina o preço de 
equilíbrio ou o preço de mercado e a quantidade respectiva. Os preços sobem e descem ao sabor 
da Lei da Oferta e Procura. Oferta maior que Procura, os preços baixam. Procura maior que 
Oferta os preços sobem. Na teoria, em algum momento, a oscilação finalmente dá lugar a uma 
estabilidade, como um pêndulo que chega ao repouso. O Mercado encontra seus preços de 
equilíbrio.Por conseguinte, não há nada que um único comprador ou vendedor possa fazer para 
influenciar o Mercado. 
 7 
O Mercado torna-se o mecanismo regulador dos preços que toma o lugar do Estado, da 
Autoridade; uma força impesssoal, ao abrigo da manipulação por parte de um indivíduo ou de 
uma organização qualquer. 
 
 
 
 
 
 P1 
 
 P2 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.2- A Lei da Margem Constante ("Mark up") 
 
Esta Lei considera que as empresas têm uma política de preços, os quais seriam determinados 
parte em função da concorrência e parte em função dos Custos. De acordo com esta lei as 
empresas, para determinar seus preços, calculam quais são seus Custos Diretos (Matéria Prima e 
Mão de Obra Direta) , e sobre esses Custos aplicam uma margem para cobrir os Custos Indiretos, 
Impostos e para proporcionar um determinado Lucro desejado pela empresa. Assim se o custo 
Direto é $100 e a margem é 50%, o preço será $150, ou seja: Pr = Cd (1 + K), 
 
onde Pr é preço, Cd o Custo Direto e K a margem. O valor de K depende da concorrência, isto é, 
quanto maior a concorrência menor o K. 
 
A idéia é que em lugar de dizer que o preço é determinado pela Lei da Oferta e Procura, parte-se 
de um pressuposto mais realista de que o preço é objeto de decisão da firma, na qual se levam em 
conta seus Custos Diretos e as condições de concorrência. 
 
Na prática o "mark up" é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação 
do preço de venda. Por exemplo, o dono de um bar pode aplicar o índice de 1,5 sobre o preço de 
compra do litro de uma determinada bebida, para formar o preço de venda. O "mark-up" tem por 
finalidade cobrir as seguintes despesas e fornecer um lucro: 
 
a) impostos sobre a venda; 
b) taxas variáveis sobre venda; 
c) despesas administrativas fixas; 
d) despesas de venda fixas; 
e) custos indiretos de produção fixos; 
f) etc. 
 
 
 
0 
Preço ($) 
Quantidade / 
unid. de tempo 
O>D 
D>O 
D 
O 
PE = Preço Equilíbrio 
 8 
3.4- APLICABILIDADE DAS LEIS 
 
3.4.1- Elasticidade Demanda 
 
Uma informação
de grande interesse às empresas é como as mudanças de preços afetam a receita 
total. O que os empresários querem saber é se as mudanças nos preços elevarão ou reduzirão a 
receita total, isto é, qual o resultado da multiplicação do preço pela quantidade vendida. 
 
 Preço Quantidade demandada Receita total por dia 
 (R$) (ou vendida) (R$) 
 por dia 
 Situação atual: 100 300 30.000 
 Situação final: 
 Caso 1 80 345 27.600 
 Caso 2 80 390 31.200 
 
A elasticidade-preço da demanda (Ep) mede o grau em que a quantidade demandada responde às 
variações de preço de mercado e se expressa como o quociente entre a variação percentual da 
quantidade do bem, produzida por uma variação de seu preço em %, mantendo-se constantes 
todos os demais fatores que afetam a quantidade demandada. 
 
Medida de elasticidade: 
 Ep = Q/Q = Variação percentual da quantidade demandada 
 p/p Variação percentual do preço 
 
Elasticidade - arco: 
 p Q 
No ponto A 100 1.000.000 
No ponto B 90 1.200.000 
 
A ======> B Ep = -2 x (-1) = 2 
B ======> A Ep = -1,5 x (-1) = 1,5 
 
Ep = Q/Q Q = Quantidade menor 
 p/p1 p1 = Preço mais baixo 
 
Ep = -1,8 x -1 = 1,8 
OBS. = Caso não multiplique por (-1), considerar que Ep = -2 > Ep = -1,5 > Ep = -1 
 
ELASTICIDADE NO PONTO: A 
 
 
 Ep = MT 
 OM P 
 
 
 (D) 
 
 O M T 
 9 
Ep > 1 ===> Procura é elástica ( A demanda é elástica se o valor numérico da elasticidade é 
maior que a unidade, isto é, se a variação na quantidade é percentualmente 
maior que a do preço). 
 
Ep = 1 ===> Procura tem elasticidade unitária ( A demanda tem elasticidade unitária se 
uma variação percentual do preço produz uma variação percentual da 
quantidade igual àquela). 
 
Ep < 1 ===> Procura é inelástica ( A demanda é inelástica se o valor numérico da 
elasticidade é menor que a unidade, isto é, se a variação na quantidade é 
percentualmente menor que a variação no preço). 
 
ELASTICIDADE X RECEITA: 
(Receita = pv x Q), onde pv é o preço de venda e Q a quantidade. 
 
Ep > 1 ===> Q/Q > p/p (diminui p, aumenta receita; aumenta p, diminui receita) 
Ep < 1 ===> Q/Q < p/p (diminui p, diminui receita; aumenta p, aumenta receita) 
Ep = 1 ===> Receita máxima 
 
Quando a demanda é elástica, uma redução do preço aumentará a receita total. Um aumento 
do preço, ao contrário, reduzirá a receita total. 
 
Quando a demanda é inelástica, uma redução no preço diminuirá a receita total e um aumento 
elevará a receita. 
OBS.: Isso explica o comportamento de certos agricultores que preferem queimar ou destruir 
parte de suas colheitas, pois, dessa forma, conseguem elevar os preços de seus produtos 
e aumentar as receitas totais, uma vez que a demanda do produto agrícola normalmente 
é inelástica. 
 
Fatores que influenciam a elasticidade: 
a) A disponibilidade de bens substitutos para o produto considerado 
b) O número de utilizações que se pode dar ao produto 
c) Seu preço relativo ao poder aquisitivo dos compradores 
 d) Se o preço estabelecido está próximo à extremidade superior ou inferior da curva de procura. 
 
 
 Receita Aumenta 
 
 P Receita Máxima 
 Receita Aumenta 
 
 
 
 O M T 
 
 
 
 
 
 10 
3.4.2- Os Preços e os Tipos de Mercadoria 
 
Considere dois tipos de mercadorias diferentes: 
 
1) Uma é a que se chama de mercadoria elástica aos preços, cuja produção pode ser aumentada 
à medida que o consumo cresce. Se o consumo de automóveis cresce 5% ou 10% ao ano, as 
Montadoras em geral têm possibilidade de expandir sua produção em 5 ou 10%. 
A maior parte dos produtos industriais é dessa antureza, ou seja, sua produção pode ser 
aumentada ou diminuída conforme a Procura. Os serviços em geral, também, têm essa 
flexibilidade. Por exemplo, serviços pessoais, como os prestados em hotéis, restaurantes, cinemas, 
etc., têm essa capacidade de se ajustar às flutuações da Procura. 
Essas mercadorias elásticas dividem-se em: 
a) padronizadas (tais como aço, cimento, vidro, produtos químicos, madeira, algodão, metais não 
ferrosos, etc.), que não têm marca, que são comprados por uma especificação, conhecidos como 
"commodities" e comercializados em Bolsa de Mercadorias; 
b) não padronizadas (tais como roupa, cigarro, automóvel, produtos de higiene e limpeza, 
alimentos industrializados e diversas outras), que têm uma marca, que são difrenciados, tais como 
Brahma, Maizena, Bombril, Caloi, etc. 
A maior parte das mercadorias é elástica e seus preços são formados pela Lei da Margem 
Constante, ou seja, são determinados pelo seu custo de produção acrescidos de uma margem ou 
"mark up", isto é, Preço = Custo (1 + K), onde a margem é função do tipo de produto e do 
número de concorrentes. Mercadorias elásticas padronizadas têm margem reduzida porque a 
concorrência que se estabelece entre vendedores é do tipo preço x qualidade, o que significa que 
os compradores vão dar preferência a quem vender produtos de boa qualidade pelo menor preço. 
Mercadorias elásticas não padronizadas têm margem alta, para cobrir dispêndios de publicidade, 
com pesquisa e desenvolvimento, etc., visando distinguir a marca. 
 
2) Existem também as mercadorias inelásticas aos preços, isto é, que a cada momento sua 
quantidade é dada e não pode ser alterada em um determinado período de tempo, tais como 
petróleo, produtos agrícolas (milho, soja, café, etc.) e outras. No caso dos produtos agrícolas, a 
quantidade ofertada é função da safra. A característica principal destes produtos é que a oferta é 
constante num determinado período de tempo. 
As mercadorias inelásticas têm seus preços formados em função da Demanda, isto é, 
Preço = F (Demanda), para uma dada Oferta. Se a Oferta é constante, a Demanda ou Procura 
sendo alta, o preço sobe, e inversamente, o preço desce. São mercadorias cujos
contratos são 
normalmente fechados em Bolsas de Mercadorias, onde o fator especulativo é também 
responsável pela oscilação de preços. 
Para evitar flutuações acentuadas nos preços, são formados estoques reguladores ou estabelecidos 
acordos de preços (por governos ou cartéis). 
 
 
3.4.3- Os Preços e a Estrutura da Indústria 
 
I) Concorrência 
 
A fixação do preço torna-se impessoal, fora do controle de qualquer participante, e obedece a Lei 
da Oferta e Procura, desde que haja concorrência entre muitos compradores e vendedores. Desde 
que houvesse concorrência, uma firma individual não poderia fixar seus preços e teria que se 
sujeitar às forças do mercado. 
 11 
Na realidade a concepção referida tem sentido quando as firmas produtoras de mercadorias são de 
pequeno porte e em grande número, e as mercadorias facilmente substituíveis. 
 
II) Oligopólio 
 
Contudo nem todos os mercados funcionam assim. Se houver poucos vendedores, que têm poder 
de mercado, ou seja, de impor um preço de forma bastante independente do jogo da Oferta e 
Procura, como acontece nas indústrias automobilística, química, de eletricidade, de pneumáticos, 
de produtos de higiene e limpeza, de cervejas e refrigerantes, e de muitos outros ramos 
industriais, denominados Oligopolistas, cada firma constará a vantagem comum no preço mais 
altamente lucrativo, de vender somente a um preço bom para si mesmos. 
 
A economia moderna compõe-se de um lado de umas poucas firmas muito grandes, que 
fornecem mais da metade de toda a produção privada de bens e serviços (os Oligopólios), e de 
outro lado de um número imenso de firmas minúsculas, que fornecem o restante. Uma 
conseqüência inevitável do desenvolvimento da grande empresa é que a fixação do preço deixa de 
ser competitiva e impessoal. Em vez disso, a grande empresa consegue o poder indispensável de 
estipular seus preços. 
 
Entre as grandes empresas existe concorrência na propaganda, na mudança de modelos, de 
equipamentos e acessórios, bem como de outras coisas que servem para convencer o consumidor. 
No entanto, qualquer coisa que ameace o controle básico do preço por parte da empresa é 
eliminada. 
 
III) Monopólio 
 
Existe um só ofertante, que tem plena capacidade de determinar o preço. 
 
Cartel 
 
É um agrupamento de empresas que procura limitar a ação das forças de livre concorrência para 
estabelecer um preço comum e/ou alcançar uma maximização conjunta dos lucros. 
 
 
 
 
3.5- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
1. A curva de Oferta diária de copos é dada pela fórmula $P = Q / 1000 , enquanto que a curva 
de Demanda diária é $P = 1000 / Q. 
a) determine a quantidade diária que será vendida e o preço respectivo; 
b) em conseqüência de um acréscimo de renda dos consumidores, a demanda dobra. 
Determine o novo preço e o produto diário. 
 
2. Suponha que exista concorrência na indústria de tintas; os dados da demanda e oferta são 
relacionados na tabela seguinte: 
 
 
 
 
 12 
Litros por dia 200 300 400 500 600 700 800 
Preço da Demanda 
($ / litro) 
4,0 3,2 2,5 2,0 1,5 1,1 0,9 
Preço da Oferta 
($ / litro) 
0,6 0,8 1,1 1,5 2,0 2,6 3,2 
O Governo decide relocalizar a indústria para fora da área em que se encontra, para proteger o 
meio ambiente, o que acarretará um aumento do custo de transporte de $0,5/litro. 
Determinar a quantidade produzida e o preço de mercado antes e depois da relocalização. 
 
3. Um aposentado costumava ir 6 dias por semana a um boteco para beber cerveja com seus 
amigos. Gastava em média $ 3,00 por dia. Nos últimos tempos passou a gastar $ 3,40 / dia. Como 
sua aposentadoria não acompanhava o custo de vida, ele teve de reduzir suas idas a 5 dias por 
semana. Supondo que ele se divertisse igualmente antes e depois, determinar a elasticidade – 
preço da procura pela sua diversão. 
 
4. Um produto tem seu custo direto unitário seguinte: 
 
 $ / unidade 
( 1 ) Salários 45,00 
( 2 ) Matéria Prima 40,00 
( 3 ) Custo Direto: ( 1 ) + ( 2 ) 85,00 
 
A matéria prima teve seu preço aumentada em 30%, mantendo o mesmo consumo específico. 
Qual o preço de venda do produto antes e depois do aumento, se o “mark up” da empresa é de 
80% ? 
 
5. Um produto apresenta os seguintes custos variáveis: 
 
 $ / unidade 
Material Direto 700,00 
Mão de Obra Direta 150,00 
Custo Indireto de Fabricação Variável 150,00 
 
As seguintes despesas aplicam-se sobre o preço: 
 
 % 
( a ) Impostos e Taxas sobre Vendas: 
- ICMS 17,00 
- PIS 0,75 
- COFINS 0,50 
- Comissões sobre Vendas 5,00 
( b ) Despesas Gerais: 
- Despesas Administrativas Fixas 2,00 
- Despesas de Vendas Fixas 5,00 
- Custos Indiretos de Fabricação Fixos 15,00 
 
A empresa deseja um lucro de 15% sobre o valor das vendas, antes do pagamento do Imposto de 
Renda. Qual deve ser o preço de venda do produto. 
 
 13 
4- OS PRINCÍPIOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO 
 
 
4.1- OS FATORES DE PRODUÇÃO 
 
Em economia o termo Produção refere-se à conversão de bens (materiais, corpóreos), tais como 
carvão, minério de ferro, lajotas, barras e placas de aço, etc., e serviços (imateriais, incorpóreos), 
tais como telecomunicações, água tratada, energia elétrica, transporte, intermediação financeira, 
etc., em outra forma diferente de bens e serviços. Os bens e serviços a serem convertidos estão na 
forma de "inputs" ou Fatores de Produção. Eles saem do processo de conversão como 
"outputs" ou Produtos. Presumivelmente os produtos terão mais valor de mercado que os 
fatores tiveram em sua forma de pré-produção. 
 
Nós estamos cercados por processos de produção, cujos produtos são bens e serviços. Por 
exemplo, a produção de pão envolve a combinação de terra, sementes, fertilizantes, inseticidas, 
máquinas, mão de obra, sol e água para produzir o trigo, um bem. O trigo é movido das fazendas 
e estocado através da aplicação do esforço humano trabalhando com caminhões, tratores, trens, 
navios, transportadores, elevadores de grãos, e silos de estocagem. O transporte e estocagem 
representam a produção de serviços. O trigo passa por uma série de processos de refino, mistura e 
panificação, cada um dos quais incorpora o uso de trabalho e máquinas, até que finalmente, o pão, 
empacotado em embalagens impressas, é oferecido em prateleiras iluminadas em um 
supermercado com ar condicionado, para ser apanhado por um cliente e levado a uma caixa 
registradora onde será pago, colocado em sacos plásticos junto com outras mercadorias e levado 
para a casa do comprador. A comercialização de alimentos em supermercados ou vendas é 
também um processo produtivo onde o produto é um serviço. Quando você compra um pão, você 
compra também os serviços que o faz atrativo e convenientemente disponível. Assim no processo 
de plantio e processamento de trigo, a comercialização envolve combinar fatores de produção 
para criar um produto que tem mais valor que a soma dos fatores. 
 
Adam Smith, em seu famoso livro "A Riqueza das Nações" faz uma análise regressiva e conclui 
que os preços das mercadorias são formados pelos fatores de produção originais: Recursos 
Naturais (terras agricultáveis, florestas, recursos hídricos, recursos minerais e energéticos, etc.) 
que são apropriados pelo homem; Trabalho representado pela capacidade de trabalho dos 
homens e Capital que é a parte da produção que é compulsória e livremente poupada para 
produzir bens e serviços utilizados para aumentar a produtividade do trabalho do homem. Assim, 
a Universidade é um bem de capital, onde foram investidos os recursos captados pelo Governo 
em forma de impostos, para melhorar a qualificação e eficiência dos seus formandos.
4.2- A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 
 
Quanto se pode produzir com uma dada quantidade de insumos é limitado pela tecnologia. Dado 
o estado da tecnologia, existe uma variedade de possíveis métodos de produzir um bem ou 
serviço. Alguns requerem muito capital e pouco trabalho, alguns requerem muito trabalho e pouco 
capital; alguns são novos, outros, velhos. Cada método de produção requer o uso de fatores para 
produzir o bem ou serviço. Dada uma certa quantidade desses fatores, é possível determinar que 
método utilizar para se obter o máximo de produto, e a quantidade do produto, conforme 
apresentado no diagrama a seguir: 
 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
onde K é a quantidade de Capital e TR a quantidade de trabalho. Cada uma das curvas está 
relacionada a um certo nível do produto, e mostra as diversas combinações de capital e trabalho 
que produzirá este nível (por exemplo, um produto de 50 pode ser obtido usando 12 unidades de 
capital e 16 de trabalho, ou 10 unidades de capital e 20 de trabalho). 
 
Uma função de Produção é a relação técnica entre as quantidades de fatores e de produtos. Ela 
representa formalmente as possibilidades técnicas de produção, ou mais especificamente as 
possibilidades em termos de métodos de produção capazes de produzir a quantidade desejada do 
produto. 
 
Ela reflete o conhecimento de Engenharia de como os processos trabalham e informa-nos as 
maneiras que os fatores podem ser combinados para produzir diferentes quantidades do produto. 
O conceito pode ser aplicado à Economia como um todo ou a uma firma individual. 
 
A Função de Produção para uma forma individual que produz um produto pode ser escrita: 
Q = f (TR, K, Rn, Tec), 
 
onde Q representa as quantidades do produto, e TR, K, Rn representam os três fatores de 
produção, trabalho, capital e recursos naturais, respectivamente, e Tec a tecnologia existente num 
dado instante. 
 
 
4.2.1- Exemplos 
 
A) A Editoração de Livros pelo Linotipo 
 
A manufatura de livros envolve muitas operações, das quais uma é a sua editoração, que pode ser 
feita através do uso de uma máquina denominada linotipo. É um processo produtivo demandante 
de pessoal qualificado. Cada máquina exige pelo menos um operador. Suponha que cada conjunto 
de 1 máquina e 1 operador produza 10 páginas/dia. Suponha que se deseja investigar as 
possibilidades de produção de 200 páginas por dia: 
a) no ponto A representando a utilização de 20 máquinas e 20 homens, onde a relação trabalho 
capital é de 1/1, obtém-se 200 págs.; 
TR 
12 
 
10 
K 
16 20 
100 
 
50 
20 
 
 15 
 
b) a remoção de 1 máquina reduz a 
produção em 10 págs. e deixa um 
operador livre. Suponha que através de 
investigações chega-se à conclusão que 
contratando-se 6 homens adicionais é 
possível recuperar a produção ao nível de 
200 págs. no ponto B. Na condição do 
ponto A cada operador, além de operar a 
máquina, realiza uma série de outras 
atividades, tais como, alimentação, 
manutenção, descarga, etc., das máquinas. 
Os novos trabalhadores contratados 
executarão essas tarefas auxiliares, 
aumentando a produtividade dos 
operadores e retornando a produção à 
condição original. Neste ponto diz-se que 
a produtividade marginal do capital é 6 
vezes a do trabalho, e a taxa marginal de 
substituição de capital por trabalho é de 
1/6; 
c) removendo mais uma máquina, haverá redução de 10 págs. Suponha que esta nova máquina 
retirada seja substituída por 12 homens. A produtividade marginal do capital será de 12 vezes a do 
trabalho e a taxa marginal será de 1/12, correspondente ao ponto C; 
d) ao tentar retirar a terceira máquina, verifica-se que não há meio de substitui-la. Mesmo se 
houver incorporação de 50 novos homens não é possível recuperar a produção de 200 págs. Será 
necessária a reintrodução da terceira máquina. A produtividade marginal do trabalho será zero, e a 
taxa será infinita; 
e) voltando ao ponto A onde a relação é de 1/1, retirando 1 operador a produção cairá para 190 
págs. e qualquer que seja o número de máquinas que se acrescentar não será possível recuperar a 
produção de 200 págs. 
 
 
B) Transporte de Rolos de Papel para Impressão 
 
Dentro da gráfica, os rolos de papel para a 
impressão dos livros necessitam ser 
movidos de um lugar para outro. Admita 
que 1000 kg/dia de papel possam ser 
transportados por uma empilhadeira de 
garfo + um operador, ou alternativamente, 
por 20 homens fortes. 
 
Este tipo de trabalho pode ser feito pela 
empilhadeira/operador ou pelos homens, sem empilhadeira, e eles podem ser substituídos na 
proporção de 1/20. Se o trabalho diário consistir em mover 10.000 kg/dia, pode-se utilizar 10 
empilhadeiras e 0 homens fortes; 9 empilhadeiras e 20 homens; 8 empilhadeiras e 40 e assim por 
diante, até 0 empilhadeiras e 200 homens. O produto marginal do capital é sempre 20 vezes o 
trabalho. 
 
20 26 38 Operadores 
Máquinas 
20 
 
 
19 
 
 
18 
A 
B 
C 
Mão de obra 
Empilhadeiras 
1 
20 
 16 
4.3- O CONCEITO DE PRODUTIVIDADE 
 
A função de Produção de uma empresa mostra a quantidade máxima de produto que se pode obter 
com quantidade dada de Recursos. 
 
Convencionalmente, para verificar qual a variação da quantidade produzida em função da 
variação das quantidades dos fatores (recursos), assume-se que apenas um fator (recurso) é 
variável e os restantes são constantes, verificando-se então a influência do fator variável sobre a 
quantidade produzida. 
 
Produtividade é a tendência a produzir algo e melhoria de produtividade seria a tendência a 
produzir mais este algo. 
 
O objetivo da aplicação da Engenharia é alcançar o maior produto possível por unidade de "input" 
ou fator empregado. Esta afirmativa é essencialmente uma expressão da produtividade, que é 
representada por: 
 
Produtividade Média = quantidade do produto / quantidade do fator 
 
 PM = Q_, onde PM = Produtividade média do recurso x 
 x x = Quantidade do recurso x 
 
 PM é o coeficiente angular (tangente) da reta que une a origem dos eixos ao ponto 
considerado da curva de produção. 
 
 O produto marginal de um recurso variável mostra o aumento na produção obtida, utilizando 
uma unidade adicional desse recurso. 
 
 Pmx = Q ou Pmx = dQ Pmx = Produção marginal do recurso x 
 x dx x = Acréscimo infinitesimal na quantidade do 
 recurso x 
 Q = Acréscimo infinitesimal resultante da 
 Quantidade produzida 
 
 Pmx é igual a derivada da função de produção em relação ao recurso variável. 
 
Pmx = dQ 
 dx 
 
 Pmx é representado pelo coeficiente angular (tangente) da reta tangente à curva de produção 
no ponto considerado. 
 
 
 Ex: Um fabricante de calças jeans, tem de empregar uma série de fatores: mão-de-obra, 
maquinaria, instalação, determinados produtos intermediários (tecido, fio etc.) e design. 
A partir de certas quantidades dadas de fatores, o fabricante obtém as calças jeans. Esta 
informação é a que facilita a
função de produção. 
 
 
 
 17 
 NÚMERO DE PRODUTO PRODUTO MÉDIO PRODUTO 
 TRABALHADORES TOTAL POR TRABALHADOR MARGINAL 
 
 0 0 0 0 
 1 50 50 50 
 2 126 63 76 
 3 216 72 90 
 4 316 79 100 
 5 415 83 99 
 6 480 80 65 
 7 539 77 59 
 8 576 72 37 
 9 603 67 27 
 10 580 58 -23 
 11 528 48 -52 
 12 432 36 -96 
 
Produto Total : Número de calças jeans ao ano 
Produto Médio por trabalhador: Número de calças jeans produzidas por um trabalhador ao 
ano. 
 
 A lei dos rendimentos decrescentes: 
 “Se a quantidade de apenas um recurso for aumentada de quantidades iguais, por unidade de 
tempo, enquanto a de outros recursos permanece constante, a quantidade total do produto 
aumentará, mas além de certo ponto o acréscimo resultante no produto tornar-se-á cada vez 
menor”. 
 
 Combinações eficientes dos recursos / o estágio II 
 
 Estágio I: PM crescente, Q crescente 
 ==> aumenta a eficiência de utilização do recurso variável e do recurso fixo. 
 
 Estágio II: PM decrescente, Q crescente 
 ==> Diminui a eficiência de utilização do recurso variável e aumenta a do recurso fixo. 
 
 Estágio III: PM decrescente, Q decrescente 
 ==> Diminui a eficiência de utilização de ambos os recursos. 
 
 Conclusão: estágio II relevante 
 
 Introduzindo os custos dos recursos: 
 
 1) Recurso constante de graça e o variável com preço: 
 Combinação ideal (menor custo) região entre os estágios I e II 
 2) Recurso variável de graça e o constante com preço: 
 Combinação ideal entre os estágios II e III 
 3) Ambos recursos econômicos (tem preço): 
 Combinação ideal dentro do estágio II. 
 
 18 
 Suponhamos que se possam empregar três técnicas ou métodos diferentes, para obter uma 
quantidade de produto, empregando dois fatores de produção, capital e trabalho 
 
 . A técnica A emprega 2 unidades de capital e 16 de trabalho. 
 
 . A técnica B emprega 4 unidades de capital e 8 de trabalho. 
 
 . A técnica C emprega 3 unidades de capital e 17 de trabalho. 
 
 Verificamos que do ponto de vista tecnológico, as técnicas A e B são eficientes e a empresa 
ficará indecisa na escolha de uma ou outra. A técnica C emprega mais quantidades de ambos 
os fatores que a técnica A, e não será escolhida em nenhum caso. Pode-se dizer que ela é 
ineficiente. Porém, o critério de eficiência técnica não nos permite escolher entre A e B. Para 
poder fazer a opção, necessitamos da informação relativa aos preços de todos os fatores. 
 
 Um método de produção é tecnicamente eficiente se a produção obtida é a máxima 
possível com as quantidades de fatores especificadas. 
 
 Eficiência técnica 
 Preços iniciais: . Preço do capital = R$500,00 ao dia 
 . Preço do trabalho = R$100,00 ao dia 
 
 Eficiência econômica: 
 Efeitos de um aumento de salário: . Preço do capital = R$500,00 ao dia 
 . Preço do trabalho = R$200,00 ao dia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
5 - NOÇÃO DE CUSTOS 
 
 
5.1- CONCEITUAÇÃO GERAL 
 
Custo por definição, é a remuneração dos recursos (ou Fatores de Produção). Para remunerar um 
recurso (fator) é necessário considerar o seu preço e a sua produtividade. 
 Sejam: X,Y,Z ........... Recursos 
 x,y,z .......... Quantidades dos recursos 
 Px, Py, Pz ..... Preços unitários dos recursos 
 
 CT = xPx + yPy + zPz + ..... 
 
 CT = Custo Total 
 
Há uma distinção fundamental entre as grandezas econômicas Preço e Custo. O Custo 
resulta não somente do preço de um recurso, mas também da sua produtividade. Muitas vezes se 
usa dizer que o custo de um operário é R$x,xx/hora, quando na realidade o valor referido é o 
preço, ou seja, o seu salário. Para determinar o Custo de utilização de seu trabalho é preciso 
considerar a variável tecnológica representada por sua produtividade, chegando-se então ao custo 
de R$y,yy/unidade produzida. 
O custo da utilização de um recurso deve-se referir a unidade do produto resultante, e compõe-se 
de duas variáveis, sendo uma econômica-preço, e outra tecnológica-sua produtividade. 
Resulta portanto que o Custo Total depende do nível de atividade que se está considerando e, em 
conseqüência, do tempo. 
 
 CT = f(Q), onde CT = Custo Total e Q = Nível do produto. 
 
Conhecer os custos de suas atividades é condição básica para “tocar” qualquer empresa, seja ela 
comercial, industrial etc., independentemente de seu porte – pequeno, médio ou grande – 
principalmente nos dias atuais, em um ambiente que se altera constantemente. 
Atualmente, em um mercado altamente competitivo, o conhecimento e a arte de bem administrar 
são fatores determinantes do sucesso de uma empresa. Portanto, não se pode relegar a um plano 
secundário os cálculos de custos, pois eles serão ferramentas auxiliares da boa administração. 
Cada empresa possui peculiaridades que lhe são singulares. Assim, o custo, para ser útil, deve 
refletir a empresa e servir de base para atender às necessidades para as quais foi calculado. 
 
Uma empresa apura seus custos para: 
a) atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de suas atividades e 
avaliação de estoques; e 
b) conhecimento dos seus custos para a tomada correta de decisões e o exercício de controles. 
 
Para atender às exigências legais, a empresa precisa adequar seus métodos de apuração de custos 
aos princípios contábeis em conformidade com normas e legislações vigentes. 
Para a tomada de decisões, podem ser empregados métodos de apuração derivados daquele 
anterior, capaz de fornecer as informações que atendam às necessidades gerenciais da empresa. 
 
As principais demonstrações financeiras são o
Balanço, a DRE (Demonstração de Resultado do 
Exercício) e o Fluxo de Caixa, sendo obrigatório a publicação do Balanço e da DRE. 
 
 20 
As demonstrações financeiras são, em geral, elaboradas porque: 
1- O governo, cobrará os devidos impostos com base nos resultados apurados; 
2- A administração da empresa precisa acompanhar a evolução dos negócios; 
3- Os proprietários (acionistas) querem avaliar a performance dos administradores; 
4- Os credores querem avaliar a capacidade da empresa e expectativas de geração de resultados 
futuros; 
5- Prováveis investidores querem saber a valor da empresa e expectativas de geração de 
resultados futuros. 
 
 
5.2- O SIGNIFICADO DE CUSTOS E DESPESAS 
 
Um indústria incorre diariamente em uma série de gastos para realizar suas atividades 
administrativas, de vendas e fabris, tais como compras de matérias-primas para seus produtos, 
compras de materiais de escritório, pagamentos de taxas e impostos, manutenções, folha de 
pagamentos etc. 
No entanto, nem sempre esses gastos são considerados Custos. 
Para entender essa situação, observamos a estrutura de uma DRE (Demonstração de Resultados 
do Exercício): 
 Receitas de Vendas ............................................................$xxx.xxx,xx 
 ( - ) Custo dos Produtos Vendidos .....................................$xxx.xxx,xx 
 ( = ) Lucro Bruto ................................................................$xxx.xxx,xx 
 ( - ) Despesas Administrativas e de Vendas .......................$xxx.xxx,xx 
 ( = ) Lucro Operacional ......................................................$xxx.xxx,xx 
 
Observa-se que Custos e Despesas são demonstrados separadamente. Há a dedução do Custo dos 
Produtos Vendidos das Receitas de Vendas e a dedução das Despesas do Lucro Bruto. 
Assim, entre os gastos de uma empresa, vamos encontrar os Custos e as Despesas. 
Os Custos correspondem aos gastos relativos a obtenção dos produtos, e as Despesas 
correspondem aos gastos relacionados com a administração e com a geração das receitas. 
Para tornar mais fácil o entendimento da origem dos custos e das despesas, vamos utilizar um 
organograma, agrupando os departamentos de uma empresa em três divisões: Fábrica, 
Administração e Vendas. 
Fábrica: engloba todos os departamentos de apoio à produção: almoxarifado, engenharia de 
fábrica, planejamento e controle da produção etc., e os departamentos de produção: usinagem, 
montagem, pintura etc. 
Administração: engloba todos os departamentos administrativos: recursos humanos, centro de 
processamento de dados, contabilidade, organização, finanças etc. 
Vendas: engloba todos os departamentos relacionados com a atividade comercial: serviço de 
atendimento ao cliente, vendas, representantes, propaganda etc. 
Desta maneira, a empresa poderia assim ser representada: 
 
Fábrica Administração Vendas 
Nesta divisão da empresa 
ocorrem os CUSTOS 
Nestas divisões da empresa ocorrem as DESPESAS 
 
Na Demonstração de Resultados, as despesas correspondem àquelas incorridas nas divisões de 
Administração e de Vendas, durante o exercício. 
 21 
Já o Custo dos Produtos Vendidos, são aqueles incorridos na divisão fabril, nesse demonstrativo, 
correspondentes à quantidade que foi vendida, isto porque nem toda a produção de um período 
pode ter sido vendida, e assim ter sido estocada para venda em outro período. 
 
Para facilitar o entendimento da sistemática de apuração de custos é necessário compreender o 
significado dos principais termos utilizados. Embora encontremos na literatura sobre o assunto 
conceitos diferentes para eles, iremos considerá-los com os seguintes significados, atribuídos por 
autores de renome: 
a) Gasto: “Vamos entender por gasto o compromisso financeiro assumido por uma empresa na 
aquisição de bens ou serviços, podendo o gasto ser definido como gasto de investimento, 
quando o bem ou o serviço for utilizado em vários processos produtivos, e como gastos de 
consumo, quando o bem ou serviço forem consumidos no momento mesmo da produção ou 
do serviço que a empresa realizar. Dependendo da destinação do gasto de consumo, ele 
poderá converter-se em custo ou despesa.” 
b) Custo: “São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. 
São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos 
dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando 
os produtos objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à área 
industrial da empresa.” 
c) Despesa: “Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.” 
d) Investimento: “São todos os bens e direitos registrados no ativo das empresas para baixa em 
função de venda, amortização, consumo, desaparecimento, perecimento ou desvalorização.” 
Assim, quando se compram materiais, realiza-se um investimento em estoque. O consumo na 
fabricação de um produto ou na realização de um serviço gera um custo, assim como o 
consumo nas divisões administrativas ou de vendas gera uma despesa. Do mesmo modo, a 
aquisição de uma máquina gera um investimento no imobilizado. Pela depreciação teremos 
um custo ou despesa. 
 
Exemplificando, consideramos a compra de uma matéria-prima. A compra em si (a vista ou a 
prazo) é um gasto. Ao abastecer o estoque de matéria-prima, temos um investimento (pois o 
material ficará estocado até que seja requisitado para consumo, isto é, aplicado na produção de 
um bem). Ao requisitá-lo do estoque e aplicá-lo na produção, temos a ocorrência do custo. Ao 
concluir o produto e estocá-lo para venda, temos novamente um investimento no estoque (estoque 
de produtos acabados). Para realizar a venda do produto, os gastos incorridos serão considerados 
despesas, como também os gastos incorridos na administração da empresa. 
Assim, os custos são a parcela do gasto ligado à produção, como mão-de-obra da área fabril, 
matéria-prima, aluguéis de prédios da fábrica, depreciações de máquinas e instalações fabris, 
energia elétrica consumida na fábrica etc. As despesas são a parcela do gasto não ligado à 
produção, como mão-de-obra dos departamentos de administração e de vendas, comições de 
vendedores, aluguéis de escritórios, depreciação de móveis e utensílios, manutenção e 
depreciação dos prédios administrativos etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
5.4- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
 
1. Uma firma eletrônica produz diversos tipos de chassis para televisão. Um deles de 14" tem uma 
demanda de 500 unidades por ano, entregues aos clientes em quantidades mensais de um doze 
avos da quantidade referida. Cada chassis armazenado necessita de 1 (um) metro quadrado de 
espaço cujo valor do aluguel é de $2,50 por metro quadrado por ano. Suponha que para ajustar as 
perfuratrizes sejam necessárias 10 horas de trabalho especializado, cujo salário é de $5,00/hora ou 
de $50,00 para cada lote produzido. Qual o tamanho do lote que seria mais econômico para a 
empresa? 
 
2. Suponha que uma empresa de transportes deva produzir por ano um certo produto, na forma de 
transportes de carga e passageiros. O serviço pode ser realizado com uma das seguintes 
combinações de mecânicos e veículos, as quais podem ser utilizadas para produzir o produto 
requerido em sua rota padrão e satisfazendo seu quadro de necessidades: 
 
Combinação Veículos (nº) Mecânicos (nº) 
1 60 1000 
2 61 920 
3 62 850 
4 63 800 
5 64 760 
6 65 730 
7 66 710 
 
a) Se a operação de um veículo adicional acarreta uma despesa de $250.000,00 e se cada 
mecânico recebe um salário anual de $6.000,00, qual a combinação de aviões e mecânicos que 
a
empresa deverá utilizar? 
 
b) Suponha que a despesa anual de um veículo caia para $200.000,00 e o salário dos mecânicos 
suba para $7.000,00 por ano. Qual a nova combinação a ser escolhida? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
6- CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 
 
 
Os custos são classificados de várias formas para atender às diversas finalidades para as quais são 
apurados. As duas classificações básicas compreendem aquelas que permitem determinar o custo 
de cada produto fabricado e o seu comportamento em diferentes níveis de produção em que uma 
empresa possa operar. 
a) Quanto aos produtos fabricados: para alocar os custos aos produtos, eles são classificados 
em Custos Diretos e Custos Indiretos. 
b) Quanto ao comportamento em diferentes níveis de produção: para determinar os custos de 
vários níveis de produção, eles se classificam em Custos Fixos e Custos Variáveis. 
 
 
6.1- CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS 
 
Como vimos anteriormente, todos os gastos ocorridos na divisão fabril são classificados como 
custos. Assim, matéria-prima, mão-de-obra, energia elétrica, depreciação etc., e até mesmo o 
cafezinho e o material de higiene e limpeza consumido pela divisão fabril constituem custos. E, 
como os custos são apropriados aos produtos, é necessário estabelecer critérios para isto. A 
separação destes custos em diretos e indiretos vem ao encontro dessa necessidade. 
A regra básica para essa classificação é a seguinte: se for possível identificar a quantidade do 
elemento de custo aplicada no produto, o custo será direto. Se não for possível identificar a 
quantidade aplicada no produto, o custo será indireto. 
 
Os termos Direto e Indireto são empregados com os seguintes sentidos: 
a) Direto: que a apropriação de um custo ao produto se dá pelo que efetivamente ele consumiu. 
No caso da matéria-prima, pela quantidade que foi efetivamente consumida e, no caso de 
mão-de-obra direta, pela quantidade de horas que foi efetivamente utilizada. 
b) Indireto: que a apropriação de um custo ao produto ocorre por intermédio de rateio. Nesse 
caso, o rateio descaracteriza a apropriação como direta. 
 
Assim, podemos dizer que: 
 Custos Diretos: são aqueles apropriados aos produtos conforme o consumo realizado. São 
exemplos clássicos de custos diretos, a matéria-prima (corresponde aos materiais cujo 
consumo podemos quantificar no produto) e a mão-de-obra direta (corresponde aos 
funcionários que atuam diretamente no produto, e cujo tempo gasto possa ser identificado, isto 
é, apontado no produto). Se outro elemento de custo tiver a medição do consumo no produto, 
o custo também será considerado como custo direto, por exemplo, a energia elétrica. Caso 
haja aparelhos medidores do consumo de energia nas máquinas e se houver o seu controle, 
este custo também será direto. 
 Custos Indiretos: são aqueles apropriados aos produtos em função de uma base de rateio ou 
algum critério de alocação. Essa base de rateio deve guardar uma relação próxima entre o 
custo indireto e o objeto de custeio, evitando causar distorções no resultado final. São 
empregados como bases de rateios: horas apontadas de mão-de-obra, horas de máquinas 
utilizadas na fabricação dos produtos, quilos de matéria-prima consumida. Exemplo: custo da 
energia elétrica, o rateio pode ser feito proporcionalmente às horas de máquinas utilizadas, 
considerando que o consumo de energia tenha uma relação de causa e efeito muito próxima 
dessas horas. 
 
6.2- CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS 
 24 
 
Para estudo do comportamento dos custos, as mesmas contas que antes foram classificadas em 
custos diretos e indiretos serão agora classificados em custos fixos e custos variáveis. Essa 
classificação ocorre em função do comportamento dos elementos de custos em relação às 
mudanças que possam ocorrer no volume de produção. A idéia é a seguinte: a um certo nível de 
produção incorre-se em um montante de custos. Se este nível de produção aumentar ou diminuir, 
o consumo de alguns elementos de custos acompanhará esta oscilação para mais ou para menos, e 
outros não. 
Veja o que pode acontecer quando alguém resolve montar uma fábrica com capacidade para 
processar mensalmente 10.000 Kg de matéria-prima na fabricação de seu produto. Primeiramente 
se instala uma estrutura capaz de suportar esse volume de produção. Essa estrutura provoca a 
ocorrência de certos elementos de custos, tais como aluguel do prédio onde a empresa será 
instalada, depreciação de máquinas e equipamentos, funcionários etc. Nada produzindo ou tendo 
sua produção entre 0 e 10.000 Kg, estes custos serão os mesmos. São os chamados custos fixos, 
isto é, ocorrem de qualquer maneira, pois serão eles que suportarão a estrutura da empresa. 
Quando a empresa produzir a primeira unidade de seu produto, passará a consumir matéria-prima, 
energia elétrica e outros custos decorrentes do ato de produzir. Esses serão os custos variáveis, 
cujos consumos serão maiores ou menores conforme o volume de produção. Eles ocorrem 
somente se houver produção. 
 
Para classificar um custo como fixo ou variável é preciso verificar como ele reage a alterações no 
volume de produção. Se o volume se alterar e o custo também, ele será variável, do contrário, será 
fixo. 
Assim, podemos dizer que: 
 
Custos Fixos: São aqueles decorrentes da estrutura produtiva instalada da empresa, que 
independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da capacidade instalada. 
 
No exemplo citado, produzindo entre 0 e 10.000 Kg do produto, os custos fixos ocorrerão na 
mesma intensidade. 
A representação gráfica facilita a compreenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este gráfico representa o comportamento do custo fixo. Em qualquer nível de atividades entre 0 e 
10.000 kg, o custo fixo não se altera. 
É de se esperar que, quanto mais próximo do nível máximo de produção, menor o custo por 
unidade produzida, devido à economia de escala proporcionada. Graficamente, temos a seguinte 
situação: 
 
Quantidade 
Custos 
0 10.000 kg 
Custo Fixo 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Observa-se que a linha do custo fico unitário não começa na quantidade 0, e sim na primeira 
unidade, pois neste nível de produção é esta unidade que absorve todo o custo fixo. 
 
Custos Variáveis: São aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor do nível de 
produção. São exemplos deste comportamento o custo da matéria-prima (quanto mais se produz, 
maior a sua necessidade, portanto, maior o custo) e o custo da energia elétrica (quanto mais se 
produz, maior o uso de máquinas e equipamentos elétricos, conseqüentemente, maior o consumo 
e o custo). 
A representação grágica ds custos variáveis é: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com esse comportamento dos custos variáveis, é de se esperar que cada unidade fabricada tenha 
exatamente o mesmo custo. Graficamente temos a seguinte representação para o custo variável 
unitário: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quantidade 
Custo 
0 1 10.000 kg 
Custo Fixo 
Quantidade 
Custos 
0 10.000 kg 
 Custo Variável 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Custo Total: é a somatória dos custos fixos e variáveis. 
 
Graficamente, o custo total tem a seguinte representação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Custos Variáveis e por conseguinte os Custos Totais podem ter variação linear ou variação não 
linear.
Os comportamentos dos custos totais e unitários, considerando comportamento linear e 
comportamento não linear, são apresentados nos gráficos seguintes: 
 
 
 
 
Quantidade 
Custos 
0 10.000 kg 
 Custo Variável Unitário 
 Custo Total (Fixo + Variável) 
Quantidade 
Custos 
0 10.000 kg 
 Participação do Custo Variável 
 Participação do Custo Fixo 
 27 
Custos Totais 
Comportamento Linear 
0 
500 
1000 
1500 
2000 
2500 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 
Produto (Q) 
C
u
s
to
 (
$
) 
($
) 
Q 
C
CV 
C
0
500
1000
1500
2000
2500
C
u
s
to
 (
$
) 
Produto (Q) 
Custos Totais 
Comportamento Não Linear 
CF
CV
CT
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os diferentes comportamentos dos Custos Variáveis resultam de que no primeiro caso eles variam 
numa razão constante quando o nível de atividade cresce ou decresce, e são representados 
analiticamente por uma linha reta, enquanto que no segundo eles alteram-se numa razão variável, 
e são representados por uma curva. No segundo caso os Custos Variáveis comportam-se 
diferentemente a níveis baixos e altos do Produto. 
 
Mais ainda, no primeiro comportamento, argumenta-se que as empresas raramente operam, por 
muito tempo, a níveis muito baixos ou altos do produto, tais como abaixo de 2 e acima de 8 nas 
curvas acima. Nessas condições, considera-se que entre os níveis 2 e 8, por exemplo, 
denominados níveis relevantes (estágio II da curva de produção), a curva do gráfico 
representativo do segundo comportamento pode ser confundida com uma linha reta, sem muito 
erro. 
 
De maneira geral pode-se concluir: 
 
0
100
200
300
400
500
600
700
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
C
u
s
to
 (
$
) 
Produto (Q) 
Custos Unitários 
Comportamento Linear 
CFu.
CVu.
CTu.
0
100
200
300
400
500
600
700
C
u
s
to
 (
$
) 
Produto (Q) 
Custos Unitários e Marginais 
Comportamento Não Linear 
CFu.
CVu.
CTu.
Cmarg
 28 
a) Custos Fixos Total e Médio ou Unitário 
Os Fatores de Produção que dão origem aos custos fixos não crescem quando o produto cresce. 
Eles permanecem constantes. Então o gráfico dos Custos Fixos em função do produto, é uma 
linha horizontal ao eixo da quantidade. Já o Custo Fixo Médio ou Unitário (CF / Q) é 
graficamente representado por hipérbole equilátera. 
 
b) Custos Variáveis Total e Médio ou Unitário 
Um Custo Variável representa os fatores que se alteram em função do nível de atividade. 
Graficamente é representado por uma linha reta ou uma curva que partem da origem e crescem 
com a quantidade. Os Custos Variáveis Médios, podem ser constantes ou variáveis dependendo se 
consideramos ou não os retornos de escala constantes ou variáveis. Se consideramos retorno de 
escala constante o Custo Variável Médio será representado por uma linha reta paralela ao eixo das 
quantidades, e em caso contrário, por uma curva em forma de U. 
Em decorrência da segunda abordagem para o comportamento dos Custos Variáveis resulta o 
conceito de Custo Marginal, que é a variação do Custo Total, e em última análise do Custo 
Variável, para a variação no nível do produto. 
 
c) Custo Total 
O Custo Total é igual ao Custo Fixo mais o Custo Variável, ou seja: 
 
CT( Q ) = CF + CV ( Q ) 
 
 
6.3- CUSTOS MISTOS 
 
Além de classificar os custos em fixos e variáveis, há duas outras classificações, 
chamadas de Custos Semifixos e Custos Semivariáveis. 
 
 Custos Semifixos: são aqueles elementos de custos classificados de fixos que se alteram em 
decorrência de uma mudança na capacidade de produção instalada. Na representação gráfica 
(a) mostrada abaixo, tendo a produção localizada entre 0 e Q1, esses custos ocorrerão na 
mesma intensidade. Caso haja crescimento do negócio, e se decide expandir a capacidade, 
passando para Q2, os custos fixos agora nessa nova capacidade serão maiores. Se ocorrer um 
outro aumento da capacidade, o processo se repete. Como se vê, os custos fixos crescem em 
patamares. O oposto também ocorre, ou seja, reduzindo a capacidade de produção, tais custos 
serão reduzidos em patamares. 
 
 Custos Semivariáveis: são aqueles que possuem em seu valor uma parcela fixa e outra 
variável. Isto é, têm um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se 
comportam como custo variável. Temos, como exemplo, ao se alugar um automóvel ou uma 
máquina paga-se uma parte fixa que independe do uso e uma parte variável que é proporcional 
à quilometragem rodada; custos de manutenção, compostos da parcela de manutenção 
preventiva (fixa) e outra corretiva (variável). 
 
Graficamente, tem-se a representação (b), mostrada abaixo. 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(a) Representação gráfica dos custos semifixos (b) Representação gráfica dos custos semivariáveis 
 
 
6.4- CUSTO MARGINAL (Cmg) 
 
A mudança no Custo Total resultante da mudança de uma unidade na quantidade produzida, 
define-se com Custo Marginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cmg = dCT 
 dQ 
 
 
6.5- RELAÇÃO ENTRE CUSTO MÉDIO ou Unitário e CUSTO MARGINAL 
 
Quando CTu (médio) decresce, ao aumentar a produção, o Cmg é menor do que o CTu. Quando 
CTu é crescente, ao aumentar a produção, o Cmg é maior do que o CTu. Segue-se que ao nível de 
produção em que o CTu é mínimo, o Cmg é igual ao CTu. 
 
 CTu = CT , Para CTu ==> Mínimo, teremos: dCTu = 0 
 Q dQ 
 
 dCTu = Q x dCT/dQ - 1 x CT = 0 ===> Q x dCT/dQ - 1 x CT = 0 
 dQ Q
2 
 
 Q x dCT/dQ = CT ==> CT/Q = dCT/dQ ===> CM = Cmg 
 
CUSTO($
) 
QUANTIDADE
(Q) 
Q
1
11
1!!
1 
Q
2 
0 0 
CUSTO($
) 
QUANTIDADE
(Q) 
 
Cm 
$ 
Quantidade 
 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.6- CUSTO MÉDIO OU UNITÁRIO NO LONGO PRAZO 
 
No longo prazo todos os recursos são variáveis. A firma pode adotar qualquer tamanho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.6.1- Economias de Escala 
 
As forças que levam a curva de CTu a longo prazo a decrescer para maiores tamanhos da empresa 
são chamadas ECONOMIAS DE ESCALA. 
 
Duas importantes economias de escala são: 
 
 Crescentes possibilidades de divisão e especialização do trabalho 
 Crescentes possibilidades de uso de desenvolvimento tecnológico avançado e/ou 
equipamentos maiores. 
 
 
 
 
 
CTu 
Cmg 
$ 
Quantidade 
 
CTuLP 
$ 
Quantidad
 31 
6.6.2- Deseconomias de Escala 
 
Há limitações à eficiência da administração em controlar e coordenar uma só firma.
Estas 
limitações são chamadas deseconomias de escala. 
Ao aumentar o tamanho da firma, a administração e o trabalho menos qualificado podem 
apresentar maior eficiência com a divisão de tarefas e especializações em funções específicas; 
mas o argumento comum é que, além de certo tamanho, as dificuldades de coordenação e controle 
multiplicam-se rapidamente. Os controles da alta administração com as operações rotineiras 
tornam-se cada vez mais remotos diminuindo a eficiência dos departamentos de produção. A 
responsabilidade de tomar decisões deve ser delegada, promovendo-se também a coordenação 
entre os subordinados que tenham de tomar decisões. Há certas despesas como materiais de 
expediente, viagens, contas de telefone e trabalhadores adicionais para promover a coordenação, 
que se acumulam. Ocasionalmente os planos de decisões a níveis inferiores não se harmonizam, 
ocorrendo então dispendiosas demoras. Até o ponto em que as crescentes dificuldades de 
coordenação e controle reduzem a eficiência por unidade monetária despendido na administração, 
ao aumentar o tamanho da firma os custos unitários de produção irão aumentar. 
 
 
 
6.7- CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO / MÉTODOS DE CÁLCULO 
 
Os prédios, as máquinas e equipamentos, as instalações de uma empresa, denominados de ativos 
fixos, perdem seu valor durante a vida útil (período de tempo no qual um determinado ativo fixo 
perde seu valor de concorrência em relação a outro que realiza operações idênticas a ele). A perda 
de concorrência resulta, essencialmente, no desgaste físico e da obsolência técnica devido ao 
avanço tecnológico. 
Como conseqüência da perda de concorrência, os ativos fixos perdem seu valor, sendo esta perda 
de valor denominada de DEPRECIAÇÃO. 
 
Assim, a DEPRECIAÇÃO nada mais é que a reposição do valor perdido ao longo do tempo, seja 
por motivo desgaste, mercado, ou mesmo de superação tecnológica. A depreciação pode ser real 
ou contábil. 
 
Depreciação real é a diminuição efetiva do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação 
da natureza ou obsolescência normal. Como exemplo, podemos citar a diminuição efetiva do 
valor de uma ferramenta motivada pelo desgaste físico, a diminuição do valor de um televisor 
motivada pelo uso, ou diminuição efetiva do valor de um aparelho fotográfico motivada pela 
obsolescência. 
Depreciação contábil é a diminuição do valor de um bem no patrimônio da empresa, ou seja, na 
contabilidade, resultante do decurso do prazo decorrido desde a sua aquisição até o instante 
atribuído ao desgaste físico, ao uso ou à obsolescência. 
 
Um bem deprecia-se durante a sua vida útil. Se estabelecermos depreciação real teremos que 
considerar a vida útil real; se estabelecermos depreciação contábil teremos que considerar a vida 
útil contábil. 
 
Um dos venenos mais devastadores no organismo de uma empresa é a depreciação de seus bens. 
Se ela não for devidamente detectada e lançada na planilha de custos, seus efeitos podem levar a 
empresa à morte. 
 6.7.1- Como é utilizada a depreciação 
 32 
 
Uma empresa, seja ela de qualquer natureza, caracteriza-se pela existência de um documento 
fundamental chamado Contrato Social. Neste documento existe a finalidade da empresa chamada 
Objeto Social o qual se compõe da relação das atividades que serão exercidas e que determinarão 
o enquadramento da empresa perante suas obrigações, com as autoridades federais, estaduais e 
municipais, com, por exemplo, impostos, taxas, encargos, etc. 
Um dos impostos a serem devidos por uma empresa é o Imposto de Renda, que é igual a uma 
porcentagem aplicada sobre o lucro havido e demonstrado pelo Balanço Geral Anual. 
O Lucro, por sua vez, vem a ser a diferença entre a Receita anual e e a Despesa (mais Custo) 
anual. Desta forma, quanto maior a despesa mais custo, menor será o lucro e, conseqüentemente, 
o Imposto de Renda. 
Entretanto, nem todo o gasto de dinheiro é despesa ou custo. Contabilmente, qualquer gasto de 
dinheiro de uma empresa somente pode ser considerada despesa ou custo se ele se referir à 
aquisição de objetos ou serviços, tendo finalidades dirigidas ao Objeto Social. 
Se tal aquisição for de utilização relativamente curta (material de escritório, matéria prima no 
estoque, mão-de-obra periódica, etc), seu lançamento contábil como despesa ou custo é realizado 
concomitantemente com seu pagamento. 
Porém, se a aquisição referir-se a um bem de utilização relativamente longa (compra de 
equipamento, automóvel, propriedade de instalação da empresa, etc), o gasto de dinheiro 
realizado para a sua aquisição será contabilizado como despesa durante tantos períodos quantos 
forem os períodos de sua depreciação, mesmo que seu pagamento tenha sido feito a vista. Tal 
forma permite um cálculo do IR mais justo, segundo os princípios que norteiam a Receita Federal, 
uma vez que o bem, por não ser de uso imediato, tende a permanecer na empresa durante um 
prazo longo, devendo entrar na conta de Custos ou Despesas durante este prazo longo. 
 
A depreciação de um bem se dá durante um prazo chamado vida útil, a qual pode ser real se 
resultar de pesquisa científica realizada para o bem específico analisado, e pode ser contábil se, 
além da pesquisa científica, houver eventualmente algumas aproximações de ordem prática 
determinadas pela Receita Federal. 
Cada vez que se contabiliza a despesa periódica relativa à depreciação do período, o valor 
contábil do bem adquirido fica diminuído do valor referente a esta depreciação. A este novo valor 
do bem chamamos valor contábil. 
Se o bem for vendido por um valor qualquer, haverá lucro ou prejuízo, conforme o resultado da 
subtração deste valor pelo valor contábil, considerando as depreciações havidas. 
Se der um valor positivo (lucro) haverá contribuição para o IR; se der negativo (prejuízo) haverá 
crédito, a favor da empresa, do IR. Tudo isto será considerado no Balanço Geral Anual. 
No entanto, qualquer aluguel de um bem é contabilizado imediatamente como despesa na data do 
pagamento. Conforme o caso, poderá haver vantagem ou desvantagem em alugar um bem em vez 
de comprá-lo. 
Os valores de depreciação são sempre contabilizados anualmente. 
Se em vez de comprarmos um bem, o alugarmos, poderemos considerar os gastos de dinheiro 
com a locação, além dos gastos com a manutenção e reparos, como sendo custos contábeis e desta 
forma todos os gastos provindos da locação podem ser diminuídos do lucro, resultando em 
diminuição do IR. 
Então o que é mais vantajoso: comprar ou alugar? 
Há casos em que a compra é mais vantajosa e há casos em que a locação é mais vantajosa. 
Podemos considerar ainda o caso de arrendamento mercantil (leasing, em inglês) que é a alocação 
de um bem com todas as vantagens resultantes de se considerar uma locação como despesa 
contábil visando a diminuição do IR, acrescido do direito de compra do bem no final da locação 
por valor convencionado no contrato de arrendamento. 
 33 
Conforme os valores condiderados e as taxas de juros, pode haver preferência pela compra, pela 
alocação ou pelo arrendamento mercantil. Para sabermos qual a melhor alternativa deveremos 
sempre analisar os fluxos de caixa de cada uma das opções através de algum dos métodos que 
serão apresentados em Economia da Engenharia II, no capítulo da Análise de Investimentos. 
 
 
6.7.2- A depreciação perante a lei 
 
O regulamento do IR estabelece que a cota de depreciação será registrada contabilmente como 
custo ou despesa operacional. 
As taxas mais comuns de depreciação são: 20% (5 anos de depreciação) para veículos; 10% (dez 
anos de depreciação) para equipamentos, máquinas, móveis, utensílios e instalações; 4% (25 anos 
de depreciação)
para edifícios e construções. 
De acordo com o regulamento do IR, “a taxa periódica de depreciação será fixada em função do 
prazo durante o qual se possa esperar a utilização econômica do bem pelo contribuinte, na 
produção de seus rendimentos.” 
“A Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil admissível, em 
condições normais ou médias, para cada espécie de bem, ficando assegurado ao contribuinte o 
direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, 
desde que faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente.” 
“No caso de dúvida, o contribuinte ou a autoridade lançadora do imposto poderão pedir perícia do 
Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou 
tecnológica, prevalecendo os prazos de vida útil recomendados por estas instituições, enquanto os 
mesmos não forem alterados por decisão administrativa superior ou por sentença judicial, 
baseadas, igualmente, em laudo técnico idôneo.” 
As taxas de depreciação consideram um turno de 8 horas diárias de operação. Se tais horas forem 
16 (dois turnos) ou 24 horas (três turnos), a depreciação poderá ser considerada acelerada, 
adequando-se as taxas aos valores resultantes da utilização dos coeficientes redutores 1,5 e 2,0 
respectivamente. 
Não são depreciáveis: 
a) Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções. 
b) Prédios ou construções, não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção de seus 
rendimentos ou destinados à revenda. 
c) Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo como obras-de-artes ou 
antigüidades. 
d) Bens para os quais exista exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal). 
 
 
6.7.3- Métodos contábeis de Depreciação 
 
Pelo que vimos, uma firma, ao investir em qualquer ativo fixo, espera que no final da sua vida útil 
seja recuperada a quantia investida no ativo, acrescida de um lucro adicional ou retorno. 
Consequentemente, sabendo que o ativo fixo perde o valor, a empresa deve deduzir da sua receita 
uma parcela anual, denominada COTA DE DEPRECIAÇÃO, que permita recuperar o valor do 
ativo no término da sua vida útil. 
As regras para se decidir quanto deduzir anualmente, isto é, o valor da parcela, dependem de 
diversas considerações, tais como: vida útil do ativo, declínio em eficiência e produtividade 
durante a vida útil, etc. 
As cotas de depreciação são então estabelecidas de maneira a refletir mais aproximadamente 
possível este declínio. 
 34 
Entretanto, em decorrência da dificuldade em se estimar este declínio no valor do ativo, usam-se 
alguns métodos padrões de depreciação a seguir descritos: 
 
Sejam: 
VI - valor de aquisição do bem; 
VR - valor residual do bem ,ou seja, estimativa do valor que o bem terá no fim de sua vida útil; 
n - vida útil do bem, isto é, período de tempo em que o bem ainda terá utilidade para seu 
proprietário. Não se deve confundir vida útil com vida física. Um bem poderá continuar sendo 
utilizado muito tempo após o término de sua vida útil, mas o fará a um custo que não será 
compensador. 
 
Suponha uma máquina qualquer, no qual tem-se: 
VI = $2.500,00 
VR = $ 400,00 
n = 6 anos 
 
a) Método Linear 
Consiste em dividir-se a quantia depreciável pelo número de ano e, então, subtrair o 
quociente, a cada ano, do valor do equipamento. No caso do exemplo tem-se: 
 
Depreciação anual = ($2.500,00 - $400) / 6 = $350,00 ou D = VI - VR 
 n 
 
Na legislação Brasileira, para efeitos contábeis, não se condidera valor residual. 
 
O gráfico da depreciação versus tempo é uma linha reta. 
 
b) Método da Percentagem Constante 
Consiste na aplicação de uma percentagem constante sobre o saldo não depreciado (valor 
contábil)do bem a cada ano. O valor residual não é subtraído de início, mas o bem não pode 
ser depreciado abaixo do seu valor residual. 
 
Alguns fatores para o cálculo da depreciação são autorizados para fins da declaração de renda. 
Se um fator de 1,5 (150%) for utilizado para a máquina do exemplo, ela será depreciada em 
150 / 6, ou seja, 25% a cada ano. Assim: 
 
Período Depreciação Saldo (Valor Contábil) 
1 25% x $2500,00 $ 625,00 $ 1875,00 
2 25% x $1875,00 $ 468,75 $ 1406,25 
3 25% x $1406,25 $ 351,56 $ 1054,69 
4 25% x $1054,69 $ 263,00 $ 791,02 
5 25% x $ 791,02 $ 197,75 $ 593,26 
6 $593,26 - $400,00 (VR) $ 193,26 $ 000,00 
 
c) Método da Soma dos Dígitos Anuais 
Baseia-se na divisão da quantia depreciável em parcelas proporcionais ao tempo restante de 
vida útil. O nome do método provém do cálculo auxiliar em que se soma o tempo restante 
para cada ano de vida útil. No caso da máquina do exemplo: 
 
Cálculo auxiliar: 6 + 5 + 4+ 3 + 2 + 1 = 21 (soma dos dígitos); 
 35 
 
No primeiro ano consome-se 6/21 da quantia depreciável, no segundo ano, 5/21, etc. A 
depreciação em cada ano é, portanto, de: 
 
Período Depreciação 
1 6/21 x $2100,00 = $ 600,00 
2 5/21 x $2100,00 = $ 500,00 
3 4/21 x $2100,00 = $ 400,00 
4 3/21 x $2100,00 = $ 300,00 
5 2/21 x $2100,00 = $ 200,00 
6 1/21 x $2100,00 = $ 100,00 
 
A depreciação para um ano j qualquer de um ativo tendo vida útil de n anos é dado por: 
 
 Dj = (n – (j – 1)) x (VI – VR) 
 (1 + 2 + 3 + ........... + n) 
 
6.8- ILUSTRAÇÃO 
 
Q CF CV CT CF/Q CV/Q CT/Q CMARG 
1 500 200 700 500 200 700 
2 500 360 860 250 180 430 160 
3 500 510 1010 167 170 337 150 
4 500 650 1150 125 162 287 140 
5 500 780 1280 100 156 256 130 
6 500 925 1425 83 154 237 145 
7 500 1085 1585 71 155 226 160 
8 500 1265 1765 63 158 221 180 
9 500 1495 1995 56 166 222 230 
10 500 1795 2295 50 180 230 300 
 
 
6.9- EXERCÍCIO COMPLEMENTAR 
 
1. A função de Custo Total de uma empresa é 2Q
2
 + 600Q + 5000. Determinar todas as demais 
funções de Custo bem como o Custo Médio Mínimo 
 
2. Uma concreteira tem de produzir 37,5m³ de concreto por dia. Ela paga salário de $40/dia por 
empregado e o aluguel da máquina de concreto é de $20/dia. O custo dos materiais é de $10 por 
m³. A produção diária em metros cúbicos por máquina, com o número de trabalhadores entre 
parênteses, é de: 
2 ( 1 ); 5,5 ( 2 ); 9,5 ( 3 ); 14 ( 4 ); 16,5 ( 5 ); 19 ( 6 ); 21 ( 7 ); 23 ( 8 ) 
 
Determine o número de trabalhadores e máquinas que a concreteira deve contratar de forma a 
obter o custo mínimo por metro cúbico, considerando que a produção da concreteira não pode, em 
hipótese nenhuma, ultrapassar os trinta e sete e meio metros cúbicos referidos. 
 
 
 
 
 36 
7- O CUSTO DE PRODUÇÃO 
 
 
Neste capítulo iremos descrever o Custo de Produção, cuja apuração consiste em alocar aos 
produtos todos os custos incorridos. Para isso, vamos utilizar o Custeio por Absorção, 
chamado de tradicional. 
A primeira etapa nesse processo consiste em separar dos gastos os custos incorridos no 
período. 
O próximo passo é separá-los em diretos e indiretos. Os custos diretos serão apropriados aos 
produtos conforme medições de consumo efetuadas nestes e os indiretos serão apropriados 
por intermédio de rateios. 
Para entender como ocorre a apuração dos custos, tomemos como exemplo uma empresa que 
fabrica carteiras escolares. Vamos identificar três grupos de custos para produzi-las: 
a) Materiais: serão aqueles que a integram fisicamente, chamados de matérias-primas, e 
que representam a parte “visível” do custo. 
b) Mão-de-obra: para transformar as matérias-primas no produto há a necessidade de
emprego de mão-de-obra. Aqui consideramos somente aquela mão-de-obra que age sobre 
a matéria-prima de modo a modificá-la, dando origem ao produto, e por isso é chamada 
de mão-se-obra direta. 
c) Demais custos: além da matéria-prima e da mão-de-obra direta, cujos consumos podem 
ser quantificados nos produtos, há a ocorrência de outros custos, tais como energia 
elétrica, manutenção, depreciação, telefone, impostos etc., cujo consumo ocorre sem que 
se possa quantifica-lo por produto. Esse grupo é chamado de custo indireto de 
fabricação. 
 
Quanto à matéria-prima, havendo um controle de estoques, toda vez que um material for 
requisitado, identifica-se onde ele será aplicado. Assim, ao requisitar parafusos para montar 
uma carteira, reconhece-se o custo correspondente e o apropria ao produto de maneira 
“direta”. 
Quanto à mão-de-obra precisamos entender que na fábrica temos funcionários que atuam 
diretamente na transformação da matéria-prima (marceneiro, montador, pintor etc.), é a 
chamada mão-de-obra direta, e funcionários que não têm essas atribuições, são os 
funcionários de apoio (gerentes, chefes, ajudantes gerais, vigias, almoxarifes, engenheiros de 
fábrica etc.), chamados de mão-de-obra indireta. Ao primeiro grupo reconhecemos a relação 
direta com o produto. Os funcionários desse grupo identificam suas atividades por meio de 
apontamento das horas trabalhadas na produção. Por esse procedimento, reconhecemos uma 
relação “direta” do custo desse pessoal com o produto. 
Quanto ao segundo grupo de funcionários e aos “demais custos”, esta relação ”direta” não é 
observada, uma vez que não conseguimos quantificar o consumo destes em cada unidade do 
produto fabricada. Por exemplo, sabemos que o produto consumiu energia elétrica, porém 
não identificamos a quantidade de kw “aplicada” no produto. Estes, portanto, serão os custos 
indiretos de fabricação. 
 
7.1- MATERIAIS DIRETOS 
 
Uma empresa se utiliza de materiais para diversos fins: como matérias-primas, materiais de 
escritório, materiais auxiliares de produção, materiais para embalagem, materiais de higiene e 
limpeza etc. 
Desses, somente as matérias-primas irão compor os produtos. No caso de uma carteira 
escolar, temos: madeira, fórmica, parafusos, rebites, tinta, verniz, solda etc. Sabemos que no 
 37 
processo de fabricação serão empregadas serras, lixa, estopas etc., porém sem integrar 
fisicamente o produto, e neste caso, serão os materiais auxiliares de produção, também 
chamados de materiais indiretos. 
Dentro da cadeia produtiva, um produto fabricado por uma empresa poderá ser matéria-prima 
em uma outra empresa. É o caso do parafuso, em cuja produção se consomem matérias-
primas, e que agora será matéria-prima na fabricação de carteiras. 
A matéria-prima compreende os materiais aplicados na fabricação de um produto e que 
fazem parte dele. Entre os materiais integrantes de um produto encontramos aqueles cuja 
quantidade efetivamente consumida podemos identificar nesse produto e aqueles que não 
podemos. Os primeiros são considerados custos diretos (material direto) e os demais, 
indiretos (material indireto), pois sua apropriação se dará por rateio. 
Sendo a matéria-prima um custo direto, além de se incorporar ao produto, há a necessidade 
de se reconhecer a quantidade consumida neste, quer seja medindo ou contando. Por 
exemplo, em um produto que utiliza cola ou tinta, embora tenha estes componentes com 
matéria-prima, o consumo por produto nem sempre é possível ser obtido; em razão disso, são 
agrupados aos custos indiretos para rateio. 
 
O custo da matéria-prima deve corresponder à quantidade consumida na fabricação do 
produto. Dessa forma, vamos observar que de alguns materiais são necessárias quantidades 
maiores que aquelas efetivamente incorporadas ao produto. É o caso do tecido para 
confeccionar uma calça. Certamente ocorrem sobras (retalhos) na produção. O mesmo 
acontece com outros materiais, como a madeira para fazer o braço de uma carteira, chapas de 
aço para fazer uma peça e assim por diante. 
Estas perdas fazem parte do processo de fabricação, podendo-se minimizá-las, mas não evitá-
las. São chamadas de perdas normais, e por isso integram o custo dos produtos. 
 
Ao adquirir materiais, geralmente a empresa incorre em outros gastos que não somente o 
valor pago ao fornecedor. Pode o comprador ser o responsável pelo frete, seguro, 
armazenagens e outros gastos e, se o material for importado, pelo fretre marítimo ou aéreo, 
despesas aduaneiras e outros gastos alfandegários. Somando todos esses gastos, temos o valor 
do material. 
 
7.2- MÃO-DE-OBRA DIRETA 
 
Consideram-se mão-de-obra direta aqueles funcionários que atuam diretamente na 
transformação da matéria-prima em produto. 
No entanto, o custo que estes funcionários representam não pode ser tratado como custo 
direto sem antes analisar o trabalho deles e o controle execido sobre as horas trabalhadas. 
O custo direto, por definição, é aquele que pode ser medido no produto. Esse pessoal direto 
pode tanto trabalhar no produto como, temporariamente, executar outras atividades ou 
mesmo ficar parado. Somente o tempo trabalhado e apontado no produto será considerado 
custo direto, e o tempo não trabalhado no produto representará um custo que, para ser 
absorvido pela produção, deve ser agrupado nos Custos Indiretos de Fabricação. 
 
A princípio, poderíamos pensar que o custo de mão-de-obra direta corresponde à valorização 
das horas apontadas nos produtos, tendo como base o salário-hora contratado dos 
funcionários. Como, por exemplo: se um soldador cujo salário é de $ 4,00 por hora apontar 
3,0 h de atividades no produto X, o custo da mão-de-obra direta seria: 
 3,0 h x $ 4,00 = $ 12,00 
Agindo dessa maneira, estaríamos considerando: 
 38 
a) que o custo da mão-de-obra direta se refere somente aos salários dos funcionários; 
b) que o custo dessa mão-de-obra direta se refere somente às horas apontadas nos dias em 
que os funcionários comparecem à empresa; 
 
Portanto, estaríamos desconsiderando: 
a) os encargos sociais e trabalhistas que a mão-de-obra provoca, ou seja, além das horas 
trabalhadas, os funcionários recebem os domingos e os feriados, têm faltas que podem 
ser justificadas e abonadas etc.; 
b) que os funcionários recebem da empresa outras formas de remuneração: férias, abono 
sobre férias, 13º salário; 
c) que, além dos valores pagos aos funcionários, a empresa tem a sua contribuiçao ao 
INSS e ao FGTS. 
 
Os encargos sociais e trabalhistas correspondem aos gastos que a empresa tem para com o 
funcionário além do salário. São as conquistas contidas em lei, acordos sindicais ou em 
negociações com a própria empresa. 
Alguns dos encargos têm sua ocorrência concentrada em certas épocas do ano, como o 13º 
salário e as férias, ou se acumulam em certas ocasiões, como é o caso da multa do FGTS 
ocasionada por dispensas sem justa causa, quando ocorrem cortes no quadro de funcionários. 
Da mesma forma, como veremos com os custos indiretos de fabricação, esses custos sazonais 
precisam ser distribuídos ao longo do ano e não absorvidos somente pelos produtos 
fabricados nos meses em que tais custos ocorrem. Para tornar isso possível, desenvolve-se 
uma tabela de encargos sociais e trabalhistas em que se obtém o percentual de encargos 
aplicável sobre os salários constantes da folha de pagamentos, de modo a nivelar o custo da 
mão-de-obra durante o ano. 
 
O tempo ocioso compreende às horas não trabalhadas decorrentes de diversos motivos que 
fogem à normalidade da empresa, como, por exemplo, falta de produção, greves ou acidentes 
que paralisem a produção. 
O custo correspondente deve ser
tratado como custo do período, indo diretamente para o 
resultado do exercício. 
 
Além dos salários e encargos incluídos na tabela de encargos sociais, geralmente, as 
empresas têm outros gastos para com os funcionários, tais como alimentação, transporte, 
seguro, assistência médica etc., que normalmente representam valores fixos mensais e não 
proporcionais aos salários. Tais gastos costumam ser agrupados aos custos indiretos, para 
rateio à produção. 
 
 
7.3- CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 
 
Com a redução gradativa do custo da mão-de-obra direta pela eliminação de postos de 
trabalho e sua substituição por atividades automatizadas, os custos indiretos vêm aumentando 
sua participação nos custos totais das empresas e, conseqëntemente, nos seus produtos. 
Esse agrupamento (custos indiretos) contempla todos os elementos de custos que não têm 
mediçao de consumo nos produtos, e por isso mesmo são apropriados por intermédio de 
rateios. Exceto a matéria-prima e a mão-de-obra direta, praticamente todos os demais custos 
são tratados como indiretos. 
 
 
 39 
7.3.1- Composição dos custos indiretos de fabricação 
Podemos subdividir em três grupos os custos indiretos: 
a) materiais indiretos: correspondem aos materiais auxiliares empregados no processo 
de produção, que não integram fisicamente os produtos; e os materiais diretos, que não 
têm medição do consumo nos produtos; 
b) mão-de-obra indireta: corresponde à mão-de-obra que não trabalha diretamente na 
transformação da matéria-prima em produto ou da qual não há condições de apontar o 
tempo gasto nos produtos; 
c) outros custos indiretos: todos os demais custos indiretos ocorridos na fábrica, que 
não são possíveis medir ou quantificar o consumo nos produtos. 
 
7.3.2- Dificuldades para estabelecer as bases de rateios 
 
A dificuldade que encontramos para alocar custos indiretos reside na definição da base de 
rateios a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o 
critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos ficará por certo deficiente 
para atender aos fins a que se propõe. Tendo em vista, que o montante dos custos indiretos 
será absorvido pela produção por qualquer base que venha a ser empregada, alguns 
produtos podem ficar subavaliados, enquanto outros, superavaliados. O que se procura ao 
definir uma base é minimizar tais distorções. 
Para entender essa situação, analisamos um caso bem simples de como poderíamos alocar 
o custo da energia elétrica aos três produtos de uma empresa: X, Y e Z. 
Supondo ser de $ 1.500,00 o valor dessa conta, quanto caberia a cada um dos três 
produtos? 
Em primeiro lugar, sem informações adicionais, podemos dividir em partes iguais, uma 
para cada produto: 
 $ 1.500,00 = $ 500,00 para cada um dos produtos 
 3 
Nessa divisão não se levou em consideração a quantidade fabricada de cada um que, se for 
diferente, por certo determinaria um resultado melhor. 
Levantando-se o volume de produção, constatamos ser de 310 unidades no período, assim 
distribuído por produto: 
 Produto X = 10 unidades 
 Produto Y = 100 unidades 
 Produto Z = 200 unidades 
Considerando-se esse volume de produção como base de rateio, o custo da energia elétrica 
seria: 
 $ 1.500,00 = $ 4,83871/unidade 
 310 u 
 Produto X = 10 unidades x $ 4,83871/u = $ 48,39 
 Produto Y = 100 unidades x $ 4,83871/u = $ 483,87 
 Produto Z = 200 unidades x $ 4,83871/u = $ 967,74 
 
Aparentemente, o resultado ficou melhor que o anterior, pois levou em consideração a 
quantidade produzida, ou seja, aquele produto que teve uma produção maior, em tese, 
deveria absorver parcela maior do custo. 
 
 40 
No entanto, podemos admitir que o consumo de energia elétrica seja proporcional ao 
tempo de fabricação. Um produto que consumir mais tempo para ser fabricado, utilizará 
mais máquina e, conseqüentemente, maior será seu consumo de energia e o custo também. 
 
Levantando-se os tempos de fabricação temos: 
 Produto X = 5 horas por unidade 
 Produto Y = 4 horas por unidade 
 Produto Z = 10 horas por unidade 
 
Nosso rateio do custo da energia ficaria mais complexo. Temos agora alguns cálculos a 
serem realizados: 
 
 1º Cálculo do tempo total de fabricaçao 
 
Produto Quantidade Tempo Unitário Tempo Total 
X 10 u 5 h 50 h 
Y 100 u 4 h 400 h 
Z 200 u 10 h 2.000 h 
 Total de horas 2.450 h 
 
 2º Cálculo da taxa-hora de energia elétrica 
 
 Custo da Energia = $ 1.500,00 = $ 0,61224/h 
 Total de horas 2.450 h 
 
 3º Cálculo do custo de energia dos produtos 
 
Produto Temo Total Taxa/Hora Custo dos Produtos 
X 50 h $ 0,61224 $ 30,61 
Y 400 h 0,61224 $ 244,90 
Z 2.000 h 0,61224 $ 1.224,49 
Total 2.450 h $ 1.500,00 
 
Esse último procedimento, mais trabalhoso, deve aproximar-se de um provável consumo 
de energia elétrica por parte dos produtos. Porém, outros procedimentos poderiam ser 
considerados, como, por exemplo, ratear o custo da energia pelo peso das matérias-primas 
empregadas ou outra base que melhor se ajustar ao caso. Uma precisão para o caso em 
específico seria instalar medidores de energia elétrica em cada máquina e ter o consumo 
controlado. Nesse caso, a energia elétrica deixaria de ser custo indireto e passaria a ser 
custo direto. 
 
 
7.3.3- Algumas bases de rateios mais comuns 
 
Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue ao custo dos 
produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim de não serem 
obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que todo e qualquer critério 
que venha a ser empregado deve ser escolhido em função de uma base que represente uma 
relação lógica, procurando aproximar-se daquilo que seria o “custo perfeito”. 
 41 
Nessa busca do “custo perfeito” podem ser utilizadas diversas bases de rateios, uma para 
cada conta de custos indiretos, bem como para os departamentos auxiliares. 
Normalmente, utilizam-se as seguintes bases para ratear custos indiretos: 
a) área ocupada pelos departamentos, para ratear o custo do aluguel, depreciação do 
prédio e impostos prediais; 
b) número de funcionários para ratear os custos indiretos do departamento de 
Administração da Fábrica; 
c) potência instalada em quilowatts/hora para a energia elétrica; 
d) número de requisições de materiais, para ratear os custos do departamento de 
Almoxarifado. 
 
7.3.4- Departamentalização dos custos indiretos 
 
A forma pela qual iremos abordar como os custos indiretos são apropriados aos produtos é 
via departamentalização. Os departamentos serão aqui utilizados para a acumulação dos 
custos. 
Observando o organograma de uma empresa na sua divisão fabril, vamos encontrar os 
departamentos. 
Charles Horngren, em seu livro “Contabilidade de Custos. Um enfoque Administrativo”, 
diz que: “Estes departamentos são freqüentemente chamados centro de custos. Centro de 
custos é o menor segmento de atividade ou área de responsabilidade para o qual se 
acumulam custos. O centro de custo típico é o departamento, mas, às vezes, o 
departamento pode ter vários centros de custos”. 
Assim, uma empresa pode subdividir um departamento em setores, cada um sendo um 
centro de custos.
Por exemplo: o departamento de costura pode ser subdividido em setor 
de calças, setor de camisas e assim por diante. 
Com exceção da matéria-prima, cujo custo é identificado com o produto, os demais custos 
de uma empresa são identificados com os departamentos, embora a matéria-prima também 
seja consumida nesses lugares onde os produtos são elaborados. Segrega-se dos custos dos 
departamentos aqueles referentes à mão-de-obra direta, que pode ser imediatamente 
identificada com os produtos, como também a matéria-prima; o que sobra são custos 
indiretos. 
Inicialmente, os custos dos departamentos são decorrentes de suas estruturas, que, como já 
vimos, compreendem os custos fixos. Em alguns departamentos ocorrem os custos 
variáveis, decorrentes da produção por eles elaborada. 
Dessa forma, podemos subdividir os departamentos fabris em dois grupos: 
 
a) um primeiro grupo formado por departamentos que não trabalham os produtos, os 
quais iremos chamar de departamentos auxiliares, como, por exemplo, a 
administração da fábrica, almoxarifado e controle da qualidade; 
b) um segundo grupo formado por departamentos que trabalham os produtos, os quais 
iremos chamar de departamentos produtivos, como, por exemplo, departamento de 
usinagem, montagem e pintura. 
 
Os custos indiretos dos departamentos do segundo grupo podem ser rateados aos produtos 
por eles trabalhados sem muita dificuldade, como, por exemplo, ratear o custo do 
departamento de montagem aos produtos com base nas horas de montagem. Para os 
departamentos produtivos, sempre haverá uma base que permite realizar o rateio, pois os 
produtos passaram por eles. 
 42 
O mesmo não acontece com os departamentos auxiliares; eles não trabalham os produtos, 
e sim auxiliam a produção quer seja gerenciando, planejando, acompanhando e 
controlando, atendendo às necessidades de materiais dos diversos departamentos, 
inspecionando os produtos, efetuando manutenção predial e de máquinas etc. Portando, 
não há uma base de rateio dos seus custos aos produtos. 
No entanto, esses departamentos trabalham para outros departamentos, de tal maneira que 
seus custos podem ser transferidos para os departamentos beneficiados, em um processo 
sucessivo de rateios que culmina com seus custos apropriados nos departamentos 
produtivos. Assim, os departamentos produtivos, além de seus próprios custos indiretos, 
receberão os custos indiretos dos departamentos auxiliares. Depois, rateiam-se esses 
custos aos produtos. 
 
Para facilitar esse processo, devemos elaborar um mapa de custos indiretos, identificando 
nele os departamentos auxiliares e os departamentos produtivos. Nesse mapa serão 
lançadas todas as contas de custos indiretos e efetuados os rateios. 
Algumas dessas contas são identificáveis com os departamentos e outras não. Aquelas 
identificáveis com os departamentos chamamos de Custos Próprios dos Departamentos 
(também chamados de custos identificáveis com os departamentos) e os demais, de Custos 
Comuns aos Departamentos. 
 
 Exemplos de contas identificáveis com os departamentos: 
 Mão-de-obra indireta: reconhecemos o quanto cabe a cada departamento 
utilizando a folha de pagamentos, da qual iremos utilizar o montante de salarios e 
acrescentar os encargos sociais. 
 Depreciação: reconhecemos o custo da depreciação de cada departamento pelo 
controle patrimonial dos equipamentos ativados. 
 Materiais diversos (de escritório, higiene, limpeza e auxiliares de produção): 
reconhecemos o consumo de cada departamento pelas requisições emitidas. 
 
Exemplos de contas comuns aos departamentos: 
 Energia elétrica (supondo não haver um medidor de consumo nos departamentos). 
 Água (supondo não haver um hidrômetro em cada departamento). 
 Telefone (supondo haver uma central telefônica). 
 
O modelo de Mapa de Custos Indiretos de Fabricação e as explicações sobre a estrutura do 
mesmo, na página seguinte, facilita o entendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
Mapa de Custos Indiretos de Fabricação 
 
Departamentos Auxiliares 
Departamentos 
Produtivos 
Totais 
Admi- 
nistração 
Almoxa
-rifado 
Controle 
de Qua- 
lidade 
Usina- 
gem 
Monta
-gem 
Pintura 
Bases de Rateios 
1. Nº Funcionários 
2. Área (m2) 
3. Potência (kw) 
4- Nº Aparelhos Telefone 
5- Nº RM 
6. Horas/Homens (HH) 
7. Horas/Máquina (HM) 
8. Horas de CQ 
Custos Próprios 
9. Mão-de-obra Indireta 
10. Materiais Diversos 
11. Depreciação 
12. SUBTOTAL 
Custos Comuns 
 Bases 
Rateios 
 
13. En. Elétrica 3 
14. Água 1 
15. Telefone 4 
16. Aluguel 2 
17. SUBTOTAL 
18. Total CIF dos 
 Departamentos 
 
Rateio dos Auxiliaress 
19. Administração 1 
20. Almoxarifado 5 
21. Cont. Qualidade 8 
22. Total CIF dos Departamentos Produtivos 
23. Bases de Rateios dos CIF dos Deptos. Produtivos 
24. Taxas de Rateios 
 
 
Explicações sobre a estrutura do mapa: 
 
 Para se chegar ao posicionamento dos departamentos do mapa de custos indiretos é 
necessário separá-los em dois grupos: auxiliares e produtivos, e: 
a) ordenar os departamentos auxiliares: posicionando à esquerda aqueles que mais 
prestam seviços; portanto, à sua direita ficam os departamentos beneficiários 
(auxiliares e produtivos) que, conseqüentemente, receberão os seus custos; 
b) ordenar os departamentos produtivos, preferencialmente conforme a seqüência 
do processo de produção, embora isso não modifique os custos finais. 
 Discriminar as bases de rateios que serão utilizadas para ratear os custos comuns, 
os departamentos auxiliares e os produtivos. 
 44 
 Separar os custos indiretos em dois grupos: Custos Próprios e Custos Comuns. Os 
custos próprios são lançados nos respectivos departamentos que os causaram. Os 
custos comuns inicialmente têm seus valores lançados na coluna “TOTAIS” e, em 
seguida, são rateados aos departamentos. 
 
 
7.4- EXERCÍCIO COMPLEMENTAR 
 
A Cia. Pasteurizadora e Distribuidora Genoveva processa e distribui leite tipo C e tipo B, 
conhecidos por Genoveva e Genoveva Super, respectivamente. 
 
Os custos Diretos referentes a esses produtos, em certo mês, foram: Genoveva, $4.390.000 e 
Genoveva Super, $2.520.000. Os Custos Indiretos foram os seguintes: Aluguel $425.000; 
Materiais Indiretos, $260.000; Energia, $365.750; Depreciação, $240.000; e Outros Custos 
Indiretos, $330.000. 
 
Sabe-se: 
 
a) O aluguel é distribuído aos Departamentos de acordo com suas áreas. 
b) O consumo de Energia é medido por Departamento. 
c) Os Materiais indiretos, a depreciação e os demais custos indiretos têm como base de rateio o 
número de horas de mão-de-obra total utilizada em cada Departamento. 
d) A Pasteurização e a Embalagem recebem cada um 40% dos custos da Administração da 
Produção, e 20% dos custos deste último Departamento são apropriados à Manutenção. 
e) A Manutenção é realizada sistematicamente e, conforme se tem apurado, cabe à Embalagem 
uma quinta parte do total de seus custos. 
f) A distribuição dos custos indiretos aos produtos é feita em função do material direto utilizado. 
Este foi o seguinte no período: 
Genoveva 556.575 litros 
Genoveva Super 185.525 litros 
 
Dados Coletados no Período: 
 
Área 
Pasteurização Embalagem Manutenção Administração Total 
11.000 9.800 1.500 2.700 25.000m
2
 
Consumo Energia 34.000 28.200 3.000 1.300 66.500 Kw 
Horas de M.O.T. 48.000 24.000 4.000 4.000 80.000 h 
 
Pede-se: 
 
a) Elaborar o Mapa de Rateio dos Custos Indiretos
de Fabricação. 
b) Apurar o custo total de cada produto. 
 
 
 
 
 45 
8 – SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES - 
CUSTEIO ABC (Activity Based Costing) 
 
 
8.1 – INTRODUÇÃO 
 
A crescente expansão da oferta em relação à demanda verificada nos dias de hoje, associada à 
progressiva ¨customização¨ (diversificação da produção) para atendimento das necessidades 
diferenciadas dos clientes, o aumento de investimentos visando à melhoria da qualidade e do meio 
ambiente, e ainda a informatização constante, design etc., conduziu a um aumento dos Custos 
Indiretos Fixos das organizações, particularmente daqueles associados às atividades de apoio e 
suporte propriamente dita. 
 
No atual cenário empresarial de acirrada competição global e crescente guerra de preços, os 
empresários são obrigados a adotar novas tecnologias para aumentar a competetividade de suas 
empresas, com uma enorme preocupação no aprimoramento de seus produtos e processos, e, 
simultaneamente, na eliminação dos desperdícios. 
 
A principal crítica aos métodos de custeio convencionais reside nos critérios aleatórios para rateio 
dos Custos Indiretos Fixos aos produtos e aos centros de responsabilidades. São critérios, muitas 
vezes, inexatos, que podem resultar em significativas distorções na apuração dos efetivos custos 
dos produtos, ou seja, são sistemas de custos cujas bases de alocação dos gastos fixos não têm 
relação com a atividade consumidora dos recursos e não há relação entre atividades e produto. 
 
Com o intuito de superar tais dificuldades, desenvolveu-se uma nova abordagem para apuração e 
custeio dos Custos (gastos) Indiretos Fixos que é o sistema de Custeio Baseado em Atividades, ou 
Custeio ABC de Activity Based Costing. 
 
O custeio ABC é definido comumente como um método de custeamento que atribui primeiro os 
custos às atividades e depois aos produtos, com base no uso das atividades de cada produto. 
 
O Custeio Baseado em Atividades incorpora o conceito de que um negócio é constituído por uma 
série de processos inter-relacionados, e que esses processos, por sua vez, são constituídos por 
atividades que convertem insumos em resultados. 
 
A crença fundamental por trás desta abordagem do Custeio Baseado em Atividades é de que o 
custo é CAUSADO e suas causas podem ser gerenciadas, refletindo-se desta forma nos custos. 
 
Quanto mais perto se chega de relacionar os custos às suas causas, mais úteis são as informações 
contábeis para orientar as decisões gerenciais da empresa. 
 
Assim, esta forma de custeio busca organizar todas as informações de custos por atividades, 
atividades estas desenvolvidas na organização com maior ou menor grau de contribuição para os 
resultados. 
 
O custeio ABC preocupa-se exclusivamente com os custos indiretos ou fixos, objetivando 
identificar primeiramente os elementos causadores de seu consumo e, apenas posteriormente, 
promover a alocação aos produtos. Como os custos variáveis e diretos já são alocados 
corretamente, não há necessidade de um tratamento para esses elementos de custos. 
 46 
A metodologia do Custeio Baseado em Atividades parte do princípio de que todos os custos 
incorridos numa empresa acontecem na execução de atividades como: 
 
 Contratar mão de obra; 
 Comprar matérias primas; 
 Pagar salários e fornecedores; 
 Transportar mercadorias; 
 Faturar e receber etc. 
A execução de tais atividades é que determina o consumo dos recursos da empresa, e, portanto, 
dos custos de produção. Partindo desse pressuposto, são as atividades que devem estar sob 
cuidadosa observação e análise pela Contabilidade Gerencial e de Custos. 
 
Dessa maneira, o ABC diferencia-se do sistema de custo baseado em volume pela identificação 
que faz dos custos por atividade e da maneira como aloca os custos aos produtos por meio de 
maior número de parâmetros. 
 
Nosso enfoque será exclusivamente o uso do ABC para custeio de produtos ou serviços. Vale 
lembrar que esta metodologia pode ser empregada também como importante ferramenta na gestão 
dos custos com fins gerenciais, como veremos no caso prático apresentado no final deste capítulo. 
 
 
8.2- ASPECTOS CONCEITUAIS 
 
8.2.1- Atividade 
 
Atividade pode ser conceituada como qualquer evento que consome recursos da empresa 
(materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação) para produzir-se bens. 
 
Exemplos de atividades: 
 
Atividades do Departamento de Suprimentos: 
 
 Selecionar e treinar os compradores; 
 Selecionar e contatar os fornecedores; 
 Efetuar as coletas e cotações de preços; 
 Digitar e enviar os pedidos de compras; 
 Acompanhar o atendimento dos pedidos; 
 Verificar a execução das compras e baixar os pedidos atendidos; 
 Efetuar as estatísticas e relatórios de compras. 
Atividades do Departamento de Tornearia e Solda: 
 Cortar e dobrar as chapas; 
 Tornear peças; 
 Soldar; 
 Dar o acabamento. 
Atividades do Processo de cobrança das mensalidades da Universidade: 
 
 47 
 Emitir os boletos ou carnês; 
 Remeter para cobrança bancária; 
 Recebimento das listagens de recebimento; 
 Relacionar os inadimplentes. 
 
8.2.2- Direcionadores de Custos/Recursos (cost drivers) 
 
Direcionador de custos é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as 
atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira 
causa dos custos. Portanto, o direcionador de custos deve refletir a causa básica da atividade e, 
conseqüentemente, da existência de seus custos. 
 
Exemplo: Como a atividade de controlar pessoal consome materiais de escritório? 
 
A maneira como esta atividade utiliza-se dos materiais de escritório pode ser mensurada por meio 
das requisições feitas no almoxarifado: assim, as requisições de material identificam as 
quantidades utilizadas desse recurso (material de escritório) para realizar aquela atividade 
(controlar pessoal). 
 
 
8.2.3- Direcionadores de Atividades 
 
Direcionador de atividades é o fator que determina a ocorrência de um processo (produto, 
serviço). Como os processos exigem atividades para serem realizados, deduz-se que o custo de 
um processo é o resultado da somatória do custo das atividades consumidas. Portanto, o 
direcionador de atividades deve refletir a quantidade de atividades consumidas por processo 
(produto, serviço) 
. 
Exemplo: Como os produtos consomem a atividade Emitir Faturas? 
 
O número de faturas emitidas para vender um produto em relação ao número total de faturas 
indica a relação da atividade com aquele produto. Assim, o direcionador dessa atividade (emitir 
faturas) para os produtos é o número de faturas emitidas. 
 
 
 
8.3- FASES PARA A IMPLANTAÇÃO DO CUSTEIO ABC 
 
Primeira fase – Identificação das atividades 
 
O primeiro passo para o custeio ABC é a identificação das atividades relevantes de cada 
departamento. 
 
A tarefa de emprego do ABC fica facilitada se a empresa já processa sua contabilidade de forma 
departamentalizada; cabe então, identificar as atividades que são desenvolvidas em cada 
departamento e custeá-las. 
 
Exemplo: 
 Departamento: Almoxarifado 
 48 
 Atividades: - Compras 
 - Administração de Fornecedores 
 
Segunda fase – Atribuição de custos às atividades 
 
Para custear uma atividade torna-se necessário descobrir todos os recursos que são utilizados na 
sua execução (materiais, mão de obra, comunicação, depreciação, aluguel,
energia etc.). Como as 
atividades consomem os recursos, faz-se necessário descobrir medidas para atribuir o custo desses 
recursos às atividades. O conjunto de indicadores de medida de gastos é conhecido como 
“Direcionadores de Custos/Recursos” para as atividades. 
 
Atividades Recursos Direcionador de Custos/Recursos 
- Compras - Uso de material de escritório - Quantidade necessária 
- Adm. de fornecedores - Uso de espaço físico - Espaço utilizado 
 
Exemplo: 
 
Visando facilitar trabalharemos apenas com dois componentes de custos para o departamento de 
almoxarifado: 
 
 10.000,00 – Material de expediente 
 30.000.00 – Aluguel 
 
No custeio das atividades o ideal é alocar os custos da forma mais direta possível; os rateios 
devem ser empregados somente em último caso. 
 
Para a alocação do valor dos materiais de expediente às atividades, pode-se fazê-lo diretamente, 
mediante somatório dos valores das requisições de materiais. No nosso exemplo, após esse 
procedimento, chegou-se aos seguintes valores: 
 
 6.000,00 – Compras 
 4.000,00 – Administração de fornecedores 
 10.000,00 – Total 
 
Para a alocação do valor do aluguel às atividades, deve-se primeiramente fazer o seguinte 
levantamento: 
- O valor do aluguel alocado pela empresa ao depto almoxarifado foi de $ 30.000,00. 
- O depto Almoxarifado ocupa uma área de 1.000 m2. 
- A atividade Compras ocupa uma área de 600 m
2
; a de Adm. de fornecedores 400 m
2
. 
 
Custeio: 
30.000,00 / 1.000 = 30,00 por m2 do almoxarifado 
30,00 x 600 = 18.000,00 custo de aluguel alocado à atividade Compras 
30,00 x 400 = 12.000,00 custo de aluguel alocado á atividade Adm. de fornecedores 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
Planilha de custeio das atividades: 
 
Componentes Total Compras Adm. 
Fornecedores 
Mat. Expediente 10.000,00 6.000,00 4.000,00 
Aluguel 30.000,00 18.000,00 12.000,00 
 40.000,00 24.000,00 16.000,00 
 
 
Terceira fase – Atribuição dos custos aos produtos 
 
Conhecidos os custos das atividades, o próximo passo é a atribuição desses custos aos produtos; 
pois se as atividades consomem os recursos, os produtos consomem as atividades. 
 
Como já visto, a relação entre as atividades e os produtos denomina-se “Direcionadores de 
atividades”; ou seja, a maneira como os produtos consomem as atividades. 
 
No nosso exemplo, o número de pedidos emitidos para compra de materiais para um produto em 
relação ao número total de pedidos indica a relação da atividade com aquele produto. Nesse caso, 
podemos dizer que o direcionador dessa atividade “compras”, para os produtos, é o número de 
pedidos emitidos. O número de pedidos é o indicador da maneira como os produtos consomem a 
atividade “compras”. 
 
Departamento Atividades: Direcionador de atividades: 
- Almoxarifado - Compras - Nº de pedidos 
 - Adm. de fornecedores - Nº de fornecedores 
 
Exemplo: 
 
Conforme vimos anteriormente, depois de alocados todos os custos às atividades, chegou-se aos 
seguintes valores: 
 
 24.000,00 – Compras 
 16.000,00 – Administração de fornecedores 
 40.000,00 – Total 
 
Para alocação dos custos das atividades aos produtos foram estabelecidos os seguintes 
direcionadores de atividades: 
 
 Direcionadores: Produto A Produto B Total 
 Nº de pedidos 15 9 24 
 Nº de fornecedores 5 3 8 
 
Para alocar os custos das atividades aos produtos deveremos proceder da seguinte forma: 
 
 Compras: 
 24.000,00 / 24 = 1.000,00 custo unitário de cada pedido 
 1.000,00 x 15 = 15.000,00 custo para o produto A 
 1.000,00 x 9 = 9.000,00 custo para o produto B 
 Administração de fornecedores: 
 50 
 16.000,00 / 8 = 2.000,00 custo unitário para administrar cada fornecedor 
 2.000,00 x 5 = 10.000,00 custo para o produto A 
 2.000,00 x 3 = 6.000,00 custo para o produto B 
 
Planilha de custeio dos produtos: 
 
Atividades Produto A Produto B Total 
Compras 15.000,00 9.000,00 24.000,00 
Adm. fornecedores 10.000,00 6.000,00 16.000.00 
Totais 25.000,00 15.000,00 40.000,00 
 
 
 
 
 
8.4- CASO PRÁTICO DE APLICAÇÃO DO CUSTEIO ABC 
 
Para tornar mais claro as diferenças na aplicação da metodologia apresentada, em relação aos critérios 
tradicionais, segue-se um exemplo prático de aplicação do custeio ABC em uma prestadora de serviços. 
 
N.B.: Extraído do livro “Contabilidade de Custos para não Contadores” de Luiz Martins de Oliveira e José 
Hernandez Perez Jr. 
 
 
A. Apresentação do caso prático 
 
O Escritório de Contabilidade ContMack possui cerca de 240 clientes, de médio porte, prestando 
assessoria em três áreas principais: Contabilidade, Escrituração Fiscal e Departamento de 
Pessoal. 
 
Em junho, o sócio principal, Sr. Controll Lando Nada nomeou um Gerente para cada área, com 
salário mensal de $ 5.000. Além desse salário fixo, cada Gerente irá receber uma parte variável 
equivalente a 5% do lucro de sua área, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social. 
 
O Demonstrativo do Resultado de junho, que será utilizado como base para cálculo da parte 
variável dos salários dos Gerentes no segundo semestre, foi elaborado como segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
 Contabilidade Escrituração Fiscal Depto. De Pessoal 
FATURAMENTO 430.000 300.000 250.000 
CUSTOS DIRETOS 
Salários e encargos sociais, excluindo a 
participação dos gerentes nos resultados 
 230.000 180.000 160.000 
CUSTOS INDIRETOS 
Aluguel e condomínio das salas 
Material de escritório, incluindo 
formulários 
 
Amortização de programas de 
computação 
 
Depreciação dos equipamentos de 
informática e demais móveis e utensílios 
do escritório 
 
Salários e encargos sociais da mão de 
obra indireta (secretária, recepção, 
faxina, mensageiros, faturamento, 
cobrança etc.) 
 
Outros custos indiretos – assinatura de 
jornais e revistas, telefone, fax, energia 
elétrica, limpeza etc. 
 
Total dos custos indiretos 138.000 108.000 96.000 
Total dos custos de junho 368.000 288.000 256.000 
Resultado de cada área 62.000 12.000 (6.000) 
 
 
Observações: 
 
1. No momento da apresentação de cada proposta, o Gerente de cada área faz seu 
orçamento, para efeito de cobrança de honorários. Dessa maneira, torna-se fácil a 
obtenção da informação referente ao valor do faturamento (receitas) de cada área; 
 
2. No mês de junho, o total dos custos indiretos foi de $ 342.000; 
 
3. Sr. Controll Lando Nada apropriou os custos indiretos com base nos custos diretos de 
cada área, por considerar um critério justo. Em sua visão, a área com o maior custo de 
mão de obra direta deve responder por uma parcela maior dos custos in diretos;
4. O Gerente da área do Departamento de Pessoal, Sr. R. H. Sperto, não concorda com o 
resultado apurado para sua área, alegando que seu pessoal é eficiente, não consumindo 
tantos custos indiretos como as demais áreas. Para provar sua opinião, efetuou um 
levantamento das atividades relevantes de todo o escritório, bem como da quantidade 
dos direcionadores de custos para o mês de junho, obtendo as seguintes informações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
Atividades relevantes 
Custos das 
atividades ($) 
Retirada e entrega de documentos dos clientes (1) 32.000 
Análise e classificação dos documentos (2) 70.000 
Digitação de dados 80.000 
Emissão de relatórios e livros contábeis, fiscais e folha de pagamento 35.000 
Arquivo da documentação dos clientes 28.000 
Supervisão e orientação dos trabalhos 45.000 
Atendimento aos clientes (3) 52.000 
Total dos custos das atividades relevantes 342.000 
 
Observações sobre as atividades relevantes: 
 
1. Refere-se às idas dos mensageiros até os escritórios dos clientes, para retiradas dos 
documentos contábeis, fiscais e do departamento de pessoal, para processamento no 
escritório da ContMack. Após o processamento, os mensageiros retornam aos clientes 
para entrega dos relatórios, folha de pagamento, recibos de pagamentos aos 
funcionários, guias para recolhimento dos impostos etc. Inclui os custos dos salários e 
encargos dos mensageiros, bem como boa parte da depreciação dos veículos utilizados; 
 
2. Compreendem atividades desempenhadas principalmente nas áreas de Contabilidade e 
Escrituração Fiscal; 
 
3. Refere-se ao tempo gasto com reuniões e contatos telefônicos com os clientes, para 
apresentações e discussões dos Relatórios Contábeis, atendimento da fiscalização, 
assessoria nas homologações trabalhistas etc. Inclui também os custos de pessoal e 
telefone para o esclarecimento de dúvidas relacionadas com a documentação contábil, 
fiscal e folha de pagamento. 
 
 
Levantamento dos direcionadores de custos das atividades relevantes: 
 
 
Atividades relevantes Direcionadores de custos 
Retirada e entrega de documentos dos clientes Número de viagens dos mensageiros 
Análise e classificação dos documentos Quantidade de documentos 
Digitação de dados Quantidade de horas de digitação 
Emissão de relatórios e livros contábeis, fiscais e 
folha de pagamento 
Tempo para processamento e emissão dos 
relatórios 
Arquivo da documentação Quantidade de documentos 
Supervisão e orientação dos trabalhos Tempo para supervisão e orientação 
Atendimento aos clientes Apontamento de tempo 
 
 
Quantidade de direcionadores para cada área do escritório: 
 
 
 
 
 
 53 
Direcionadores de custos Contabilidade 
Escrituração 
Fiscal 
Depto. De 
pessoal 
Total dos 
direcionadores 
Nº de saídas dos mensageiros 160 100 60 320 
Quantidade de documentos 69.000 30.000 1.000 100.000 
Quantidade de horas de digitação 1.500 1.600 900 4.000 
Tempo para processamento e emissão 
dos relatórios 
300 
Horas 
200 
Horas 
200 
Horas 
700 
Horas 
Quantidade de documentos 69.000 30.000 1.000 100.000 
Tempo para supervisão e orientação 300 
Horas 
100 
Horas 
50 
Horas 
450 
Horas 
Apontamento de tempo 2.900 
Horas 
1.300 
Horas 
1.000 
Horas 
5.200 
horas 
 
 
Com base nas informações obtidas pelo Sr. R. H. Sperto, qual seria a lucratividade de cada 
divisão, com a adoção da metodologia do custeio ABC? 
 
 
B. Solução do caso prático 
 
 
Apropriação dos custos indiretos com base nas atividades relevantes e seus direcionadores de 
custos: 
 
Atividades relevantes Custo da 
atividade 
Contabili- 
dade 
Escrituração 
Fiscal 
Depto de 
Pessoal 
Retirada e entrega dos documentos dos clientes 
Direcionador de atividade: 
Tempo dos mensageiros 
32.000 
 
16.000 
 
10.000 
 
6.000 
 
Análise e classificação dos documentos 
Direcionador de atividade: 
Quantidade de documentos 
70.000 48.300 21.000 700 
Digitação de dados 
Direcionador de atividade: 
Quantidade de documentos digitados 
80.000 30.000 32.000 18.000 
Emissão de relatórios, livros contábeis, fiscais e 
folha de pagamento 
Direcionador de atividade: 
Quantidade ponderada de relatórios 
35.000 15.000 10.000 10.000 
Arquivo de documentação 
Direcionador de atividade: 
Quantidade de documentos arquivados 
28.000 19.320 8.400 280 
Supervisão e orientação dos trabalhos 
Direcionador de atividade: 
Tempo despendido 
45.000 
 
30.000 
 
10.000 
 
5.000 
 
Atendimento aos clientes 
Direcionador de atividade: 
Tempo despendido 
52.000 
 
29.000 
 
13.000 
 
10.000 
 
Total dos custos das atividades relevantes 342.000 187.620 104.400 49.980 
 
 
Refazendo o demonstrativo do Resultado de junho com a utilização da metodologia do Custeio 
ABC para apropriação dos custos indiretos às áreas produtivas, tem-se: 
 54 
 
Contabili- 
dade 
Escrituração 
Fiscal 
Depto de 
Pessoal 
Total 
FATURAMENTO 430.000 300.000 250.000 980.000 
CUSTOS DIRETOS 
Salários e encargos sociais, 
excluindo a participação dos 
gerentes nos resultados 230.000 180.000 160.000 570.000 
CUSTOS INDIRETOS 187.620 104.400 49.980 342.000 
TOTAL DOS CUSTOS 417.620 284.400 209.980 912.000 
Resultado de cada área 12.380 15.600 40.020 68.000 
 
 
Comparativo dos Resultados “Divisionais” com a adoção dos diferentes critérios: 
 
 Contabili- 
dade 
Escrituração 
Fiscal 
Depto. De 
Pessoal 
Total do 
Lucro 
Com a utilização de critério 
tradicional – com base nos custos 
diretos de cada divisão 
62.000 
91,18% 
12.000 
17,56% 
(6.000) 
(8,83%) 
68.000 
100% 
Com a utilização da metodologia 
do Custeio ABC 
12.380 
18,21% 
15.600 
22,94% 
40.020 
58,85% 
68.000 
100% 
 
 
 
C. Comentários conclusivos 
 
O Sr. Controll Lando Nada ficou bastante surpreso com o quadro comparativo. Nunca imaginou 
que a área mais eficiente era, de fato, a do Departamento de Pessoal, apesar de ser a que 
apresentou sempre a menor receita do escritório. 
 
Analisando mais criteriosamente os custos das atividades, chegou às seguintes conclusões: 
 
São elevados os custos com a retirada e entrega dos documentos dos clientes, devido aos 
seguintes motivos: 
 Não havia uma eficiente programação das visitas dos mensageiros aos clientes. 
Ocorriam casos de diversas visitas em uma única semana, desnecessariamente; 
 Os meios de transporte mais utilizados eram os dos veículos do escritório, o que 
encarecia o processo, devido à perda de tempo para locomoção em São Paulo, além dos 
custos com a manutenção. 
 
O Sr. Controll Lando Nada recebeu de uma empresa de entregas urgentes, tipo motoboys, uma 
proposta de terceirização desses serviços, ao custo mensal de $ 13.000. 
 
Os custos com o atendimento aos clientes foram também criteriosamente analisados. 
 
Concluiu-se que ocorre muita perda de tempo com o esclarecimento de dúvidas, mediante 
ligações telefônicas, com relação à documentação contábil e fiscal dos clientes. 
 
A documentação recebida para processamento contábil e fiscal não era auto-explicativa e havia 
necessidade de constantes e duradouros contatos telefônicos com os clientes. 
 55 
 
Os Gerentes das áreas envolvidas são de opinião que precisam treinar melhor o pessoal dos 
clientes, para que passem a enviar detalhes sobre determinados documentos, o que irá reduzir 
sensivelmente os custos indiretos. 
 
Com relação aos custos indiretos da digitação, concluiu-se
que os digitadores não 
sofriam uma adequada supervisão e era alto o nível de erros e necessidade de 
refazer os trabalhos. Concluiu-se pela necessidade de melhorar a eficiência desse 
processo, com a imediata substituição de alguns profissionais que estavam 
desmotivados e melhorar o treinamento para os demais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
9 – O LUCRO 
 
 
9.1- O CONCEITO DE LUCRO 
 
O Lucro (L) é conceituado como a diferença entre a Receita de Vendas ou Receita Total (RT) e o 
Custo Total (CT), ou seja: 
 
 L = RT(Qv) - CT(Qp), onde: 
 
RT(Qv) = pv x Qv, em que pv = Preço de venda unitário e Qv a 
quantidade vendida; 
CT(Qp) = CV(Qp) + CF, em que CV(Qp) = Custo Variável e CF = 
Custo Fixo, onde Qp = quantidade produzida 
 
 
9.2- LUCRO UNITÁRIO 
 
Freqüentemente recorre-se ao lucro relacionado aos valores médios, ou unitários, sendo 
representado pela diferença entre o Preço de Venda (Receita Média, ou Unitária) e o Custo 
Médio, ou Unitário. 
 
 Lu = pv - CTu 
 
 
9.3- A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO 
 
É claro que o empresário da unidade de produção só a colocará em funcionamento se auferir lucro 
com a venda do produto elaborado. Procurará determinar condições de produção as quais 
corresponda maior lucro possível. 
Conhecendo o preço de venda do produto, a primeira condição é que o custo médio tem de ser 
inferior ao preço de venda. Por outro lado, sendo o custo médio função da quantidade produzida, 
podemos dizer que haverá uma certa quantidade à qual corresponderá um determinado custo 
médio, que acarretará um Lucro Máximo. 
Ora, o Custo Marginal, por definição, é um custo correspondente à produção de uma unidade do 
produto a mais. È claro que, enquanto o custo marginal se mantiver inferior ao preço de venda, o 
empresário estará tentado a aumentar a quantidade produzida, até que o custo marginal se iguale 
ao preço de venda. A partir deste ponto, acréscimos na quantidade produzida ocasionarão 
aumentos do custo marginal superior ao preço de venda. Este ponto representa a Situação de 
Equilíbrio. 
O Lucro crescerá sempre que o acréscimo da Receita Total pela venda de mais uma unidade, 
definido como a Receita Marginal (Rmg) for maior que o acréscimo do Custo Total pela produção 
desta unidade adicional, definido como o Custo Marginal (Cmg). O Lucro decrescerá quando o 
Cmg for maior que a Rmg. O Lucro será máximo quando o Cmg = Rmg, ou: 
“A empresa obterá lucro máximo para um nível de produção em que a Receita Marginal for igual 
ao Custo Marginal”. 
Se considerarmos o Preço de Venda (pv) constante, a Receita Marginal será sempre igual a pv. 
Então podemos então dizer que haverá um Lucro Total Máximo quando o Custo Marginal for 
igual ao Preço de Venda do bem produzido. 
 Ex.: Q CT Cm (Pv = 35) 
 57 
 1 40 - 
 2 70 30 
 3 90 20 
 4 105 15 
 5 132 27 
 6 167 35 
 7 205 38 
 8 245 40 
 
 L = RT - CT = pv x Q - CT 
 
 Lmax ===> dL = 0 
 dQ 
 
 dL = pv - dCT = 0 ===> Pv = dCT ===> Pv = Cmg 
 dQ dQ dQ 
 
 
 
9.4- PONTO DE EQUILÍBRIO (Break Even Point) 
 
O Ponto de Equilíbrio (ou ruptura ou de equivalência) representa, por definição, aquele nível de 
volume de vendas no qual a Receita da empresa igualará aos seus gastos totais, ou seja: L = 0 
Vale dizer: qualquer nível de vendas inferior ao do chamado Ponto de Equilíbrio significará 
prejuízo para a empresa, representando, inversamente, Lucro, qualquer nível de vendas acima 
desse mesmo ponto. 
 
 
 $ RT 
 
 CT 
 
 
 E 
 
 
 
 
 
 CF 
 
 Qe Q 
 
 
 Ex.: pv = $500/u 
 CVu = $350/u 
 CF = $600.000/mês 
 Qe = 4.000 u/mês ou RT(Qe) = $2.000.000/mês 
9.4.1-- A Equação Técnica do Ponto de Equilíbrio 
 
 58 
 L(Qe) = 0, ou RT(Qe) = CT(Qe) 
 
 RT(Qe) = CV(Qe) + CF, 
 
Como RT(Qe) = pv x Qe e CV(Qe) = CVu x Qe, onde Cvu é o custo 
variável unitário, tem-se: 
 
 pv x Qe = CVu x Qe + CF 
 
 Qe (pv - CVu) = CF 
 
 Qe = CF / (pv – Cvu), 
 
que é a equação que fornece a quantidade que faz o Lucro zero, denominado Ponto de Equilíbrio. 
 
 Em valores monetários o Ponto de Equilíbrio será igual a : pv x Qe 
 
 NOTA: A equação acima é válida, considerando o caso de a empresa produzir um único produto. 
Iremos voltar a este assunto (Ponto de Equilíbrio) para, além de melhores detalhes, 
analisarmos o caso de empresas com mais de um tipo de produto, após estudarmos sobre 
Margem de Contribuição. 
 
 
9.5- PONTO DE PARALIZAÇÃO 
 
Se a empresa for obrigada, em razão de aspectos conjunturais de mercado desfavoráveis, a operar 
num nível de produção abaixo daquele referente ao Ponto de Equilíbrio, com prejuízo 
evidentemente, deseja-se saber se é recomendável paralisar a operação até que a conjuntura lhe 
seja favorável ou continuar operando por um determinado período, mesmo com prejuízo. 
 
Sendo Q0 o nível de produção referido, o prejuízo da empresa será: 
 
 Prejuízo 
Encerra operação - CF 
Continua operando RT(Q0) - CT(Q0) 
 
Para que a empresa continue a operar devemos ter: 
 
 RT(Q0) - CT(Q0) > - CF, ou: 
 
 RT(Qo) - CV(Qo) - CF > - CF, ou: 
 
 RT(Q0) - CV(Q0) > 0 
 
 RT(Q0) > CV(Q0)
(em valores unitários: Pv > CVu) 
 
Segue que: “se a empresa for obrigada a operar a um nível de produção, com prejuízo, por um 
período suportável, ela deve continuar a funcionar sempre que a Receita Total for maior que o 
Custo Variável”. 
 59 
Os Custos Variáveis representam a grosso modo, o capital de giro da empresa, o valor 
correspondente ao pagamento de matéria prima, da mão de obra, e de outros recursos variáveis. 
Se o Custo Variável Unitário (Médio) é inferior ao preço de venda, o movimento de caixa da 
empresa terá saldo positivo, o que implica na manutenção do capital de giro necessário à 
operação. O Custo Fixo Médio é que não será coberto: basicamente ele representa os encargos de 
capital (juros + depreciação), que não influencia o movimento de caixa. O inconveniente é que 
não ocorrerá uma completa amortização dos capitais fixos, e se essa situação perdurar por muito 
tempo, ocorrerá o gravíssimo fenômeno da descapitalização, que traduz a não manutenção do seu 
capital. 
Evidentemente, o empresário só deve insistir em operar nessas condições se tiver fundadas razões 
para crer que elas rapidamente se alterarão para melhor. 
 
 
9.6- ILUSTRAÇÃO 
 
Suponha uma empresa com os dados da tabela seguinte: 
 
Unidades 
Receita 
Total 
Custo 
Variável 
Custo 
Fixo 
Custo 
Total 
Receita 
Marginal 
Custo 
Marginal 
Lucro 
0 0 0 $10.000 $10.000 - - ($10.000) 
1 $10.000 $6.000 $10.000 $16.000 $10.000 $6.000 ($6.000) 
2 $19.400 $11.500 $10.000 $21.500 $9.400 $5.500 ($2.100) 
3 $28.000 $16.700 $10.000 $26.700 $8.600 $5.200 $1.300 
4 $36.000 $21.700 $10.000 $31.700 $8.000 $5.000 $4.300 
5 $43.000 $26.700 $10.000 $36.700 $7.000 $5.000 $6.300 
6 $48.000 $31.900 $10.000 $41.900 $5.000 $5.200 $6.100 
7 $52.000 $37.400 $10.000 $47.400 $4.000 $5.500 $4.600 
 
Pelos dados da tabela anterior verifica-se que: 
a) entre 0 e 2 unidades a empresa opera com prejuízo, mas deve continuar funcionando já que a 
Receita Total é sempre superior ao Custo Variável; 
b) entre 2 e 3 unidades a empresa alcança o ponto de equilíbrio em que o lucro é zero; 
c) não é econômico para a empresa produzir e vender a sexta unidade, pois neste ponto o Custo 
Marginal é superior à Receita Marginal. A empresa obtém lucro máximo entre 5 e 6 unidades 
quando a Receita Marginal for igual ao Custo Marginal. 
 
 60 
 
 
 
 
 
9.7- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
1. Determinada empresa produz um único produto. Dispõe para isso de duas máquinas: uma, 
modelo A, com capacidade máxima de produção de 100 unidades por hora; a outra, modelo B, 
podendo produzir no máximo 40 unidades por hora. 
 
Os custos das matérias primas e salários por unidade do produto, quando o número de horas 
trabalhadas por semana não ultrapassa 40, são: 
 
Modelo Matérias primas Salários 
A $50 $70 
B $55 $80 
 
Acima de 40 horas de funcionamento por semana o salário é acrescido de 50 %. Salienta-se que a 
semana de trabalho não pode, em nenhum caso, ultrapassar 60 horas. As despesas fixas montam a 
$10.000,00 por semana. 
 
Sabendo-se que o preço do produto é tabelado em $155,00, determinar a quantidade que a 
empresa deve produzir e vender. 
 
 
2. Milton Poeta é proprietário e gerente de um pequeno hotel no litoral. Ele é um mecânico de 
renome e poderia ganhar $240.000,00 de salário por ano se trabalhasse nesta profissão, mas ele 
prefere gerenciar seu hotel. O hotel tem 50 quartos disponíveis, que são alugados por $200,00 por 
dia. Os custos variáveis de operação do hotel são de $40,00 por quarto alugado por dia. Os custos 
fixos são de $160.000,00 por mês. 
 
A ocupação do hotel comporta-se conforme quadro seguinte: 
 
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
55.000
0 1 2 3 4 5 6 7
Unidades 
Receita Total
Custo Variável
Custo Fixo
Custo Total
Receita Marginal
Custo Marginal
Lucro
 61 
 Abril a Setembro Outubro a Março 
Quartos disponíveis para alugar 9.150 9.100 
Quartos alugados 5.050 8.700 
Quartos vagos 4.100 400 
 
Pede-se: 
 
a) Poeta está ganhando ou perdendo dinheiro, sabendo-se que ele possui uma oferta para arrendar 
seu hotel por um valor superior a $40.000,00 por ano; 
b) qual o número de quartos que deve ser alugado por mês para que o hotel alcance o ponto de 
equilíbrio?; 
c) se o aluguel do quarto for reduzido para $160,00 por dia durante o período de Abril a 
Setembro, quantos quartos devem ser alugados no período para se alcançar o ponto de equilíbrio 
neste período?; 
d) admita que independente do preço cobrado pelo quarto não seja possível cobrir os custos fixos 
durante os meses de Julho e Agosto. O hotel deveria ser fechado durante estes meses? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10- MÉTODOS DE CUSTEIO 
 
 
 62 
Métodos de custeio são os métodos de apropriação de custos. 
Os principais métodos usados para apropriar custos a um segmento qualquer do negócio, seja um 
produto, uma ordem ou um processo, visando fornecer seu lucro, são: 
 
A) Custeio por Absorção, em que todos os Custos de Fabricação (FIXOS E VARIÁVEIS) são 
atribuídos, de forma direta ou indireta, aos produtos. Utilizado para determinar o custo dos 
Produtos Vendidos, constante da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) e também 
para custear os estoques, cujos saldos constam do Balança Patrimonial 
 
B) Custeio Variável (Direto) em que somente os Custos e as Despesas Variáveis, quer sejam 
diretos ou indiretos, são apropriados aos produtos. Os Custos e as Despesas Fixas são tratadas 
como custos do período. A diferença entre o valor das Receitas e os Custos Variáveis é 
denominado Margem de Contribuição. 
 
 
10.1- COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS MÉTODOS DE CUSTEIO 
 
Tanto o Custeio por Absorção como o Custeio Variável utilizam as mesmas informações 
referentes a produção e custos. Diferenciam-se no tratamento dado aos custos fixos. Enquanto o 
Custeio por absorção aloca os custos fixos aos produtos, o Custeio Variável não, considera-os 
como do período e não dos produtos; assim, pelo custeio variável, os produtos recebem somente 
os custos variáveis. 
Além dos custos variáveis para produzir, os produtos, ao serem comercializados, proporcionam o 
surgimento de despesas variáveis, como, por exemplo, comissão, fretes e seguros. 
Enquanto no Custeio por Absorção os produtos geram lucros, que é a diferença entre o preço de 
venda e o custo de produção (fixo e variável), no Custeio Variável, geram margem de 
contribuição, sendo esta a diferença entre o preço de venda e o custo variável mais despesas 
variáveis. 
Esses tratamentos levam a resultados diferentes que podem ser observados no seguinte exemplo 
comparativo entre os dois métodos de custeio: 
 
Uma empresa iniciando suas atividades em 01/01/20xx teve a seguinte movimentação durante 
este exercício: 
 
 Compras de matérias-primas $ 290.000,00 
 Mão-de-obra direta 100.000,00 
 Custos indiretos de fabricação fixos 300.000,00 
 Custos indiretos de fabricação variáveis 50.000,00 
 Despesas administrativas e de vendas fixas 190.000,00 
 Despesas administrativas e de vendas variáveis 60.000,00 
 Vendas efetuadas ($ 120,00/u x 10.000 u)
1.200.000,00 
 
 Demonstrativos de Resultados: 
 
 
 
 
 
 
 
 63 
 
 
 CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL 
 
 Vendas 1.200.000 Vendas 1.200.000 
 
 (-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) C + D (dos produtos vendidos) 
 
 MP 290.000 MP 29 0.000 
 
 MOD 100.000 MOD 100.000 
 
 CIF fixos 300.000 CIF variávis 50.000 440.000 
 
 CIF variáveis 50.000 740.000 Despesas Variáveis 60.000 500.000 
 
 (=) Lucro Bruto 460.000 (=) Margem de Contribuição 700.000 
 
 (-) Despesas fixas 190.000 (-) Despesas fixas 190.000 
 
 (-) Despesas variáveis 60.000 250.000 (-) CIF fixos 300.000 490.000 
 
 (=) Lucro Operacional 210.000 (=)Lucro Operacional 210.000 
 
 
Os resultados obtidos pelos dois métodos de custeio foram os mesmos, em virtude da não 
existência de estoques iniciais ou finais de produtos acabados, bem como da produção em 
andamento. Assim, toda quantidade produzida foi vendida. 
 
Observe como ficam os resultados supondo que apenas 80% da quantidade produzida foi vendida: 
 
 CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL 
 
 Vendas 960.000 Vendas 960.000 
 
 (-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) C + D (dos produtos vendidos) 
 
 MP 232.000 MP 23 2.000 
 
 MOD 80.000 MOD 80.000 
 
 CIF fixos 240.000 CIF variávis 40.000 352.000 
 
 CIF variáveis 40.000 592.000 Despesas Variáveis 48.000 400.000 
 
 (=) Lucro Bruto 368.000 (=) Margem de Contribuição 560.000 
 
 (-) Despesas fixas 190.000 (-) Despesas fixas 190.000 
 
 (-) Despesas variáveis 48.000 238.000 (-) CIF fixos 300.000 490.000 
 
 (=) Lucro Operacional 130.000 (=)Lucro Operacional 70.000 
 
 
Observa-se, nesse caso, uma diferença de $ 60.000 no lucro operacional. Essa diferença é a 
mesma encontrada no estoque final de produtos acabados ($ 148.000 no Custeio Por Absorção e $ 
88.000 no Custeio Variável). 
Tal diferença é resultante do tratamento dado aos custos fixos. Enquanto, pelo custeio variável, 
ele é levado totalmente ao resultado do exercício, após a margem de contribuição; no custeio por 
absorção, somente a parcela correspondente à quantidade vendida é levada ao resultado. 
No ano seguinte, caso a quantidade vendida seja superior àquela nele produzida, utilizando-se 
para isso do estoque inicial de produtos acabados, essa situação de resultado se inverte. 
 64 
Assim, no longo prazo, os resultados acumulados tendem a ser iguais pelos dois métodos de 
custeio. A diferença é observada em período de tempo mais curto, quando há formação de 
estoques. 
Mas o emprego do custeio variável como gerencial não reside na apuração do resultado, quer seja 
a curto, quer seja a longo prazo, e sim para decisões conforme já discorremos. 
 
 
10.1.1- Alguns problemas relacionados ao Custo Fixo 
 
Pela sua própria natureza, os Custos Fixos existem independente da fabricação ou não desta ou 
daquela unidade. Então esses custos não devem ser considerados como parte do custo unitário. 
A absorção dos custos fixos à produção pode trazer sérias conseqüências quando os resultados 
forem utilizados para fins gerenciais. 
Várias razões contribuem para isso; entre elas, o fato de que os custos fixos têm mais 
característica de custos necessários para manter a estrutura de produção do que custos decorrentes 
daqueles produtos que estejam sendo fabricados. Outra situação se refere à forma como são 
alocados aos produtos. Por serem custos indiretos, são alocados por meio de rateios, e as bases 
utilizadas são sempre fontes de controvérsias sobre sua validade ou não. 
 
O comportamento desses custos pode ser observado neste exemplo: 
 Custo fixo de um período: .......................... $ 80.000,00/mês 
 Custo variável: ............................................ $ 12,00/t. 
 
Admitamos que essa empresa fabrique um produto que tenha demanda instável, oscilando entre 
8.000 ton. e 12.000 ton. mensalmente. Assim, para três níveis diferentes de produção, teríamos: 
 
Níveis de 
Produção 
Custo Total Custo Unitário (em $/t.) 
Fixo Variável Total Fixo Variável Total 
 8.000 t 80.000 96.000 176.000 10,00 12,00 22,00 
 10.000 t 80.000 120.000 200.000 8,00 12,00 20,00 
 12.000 t 80.000 144.000 224.000 6,67 12,00 18,67 
 
Comparando os resultados obtidos nos três níveis de produção, podemos observar: 
 
a) custo total: somente a parcela variável se modifica, pois é conseqüência do volume 
produzido, enquanto o custo fixo permanece o mesmo; 
b) custo fixo unitário: modificou-se, pois é conseqüência da divisão de um valor fixo (parcela 
fixa do custo total) pelo volume produzido; quanto maior a produção, menor será o custo fixo 
unitário e vice-versa; 
c) custo variável unitário: não se modificou, pois cada unidade produzida recebe a mesma 
carga desses custos, 
d) custo total unitário: é a soma das parcelas de custo fixo e variável unitários; quanto maior a 
produção, menor será o total unitário. 
 
Para efeito de tomada de decisões, como, por exemplo, estabelecer o preço de venda, vemos um 
complicador para o gestor sobre qual custo utilizar. Para cada nível de atividade, temos um custo 
diferente devido à inclusão dos custos fixos, os quais, como dissemos, podem ser entendidos 
como encargos para que uma empresa possa operar e não encargos provocados pela produção que 
está sendo realizada. 
 65 
Para avaliação de estoques, a Legislação determina que os custos fixos sejam absorvidos pela 
produção. Porém, para tomada de decisões, a inclusão deles nos custos dos produtos mais 
atrapalha do que ajuda. Basta uma mudança no volume de produção para modificar os custos dos 
produtos, podendo estes
se tornar mais ou menos lucrativos. Além disso, as contas que compõem 
o grupo de Custos Fixos são classificados de Custos Indiretos e, como tal, rateados aos produtos. 
O rateio, por ser arbitrário, pode afetar o custo de forma indevida. 
 
 
10.1.2- Custeio Variável 
 
Vimos que o custeio por absorção torna-se problemático quanto ao tratamento dado aos custos 
fixos, ou seja, sua absorção pela produção. 
O método de custeio variável considera que os custos fixos não devem ser alocados aos produtos, 
pois esses custos independem de haver produção ou mesmo do tipo de produto que esteja sendo 
fabricado. Um caso bem simples para ilustração é o aluguel da fábrica. Se a empresa produzir, 
digamos, 100 ou 120 unidades do produto X, o valor do aluguel não se altera. Caso ela 
diversifique, passando a fabricar Y ou Z, o valor do aluguel permanecerá o mesmo. No entanto, 
ao ratearmos o aluguel, esses produtos irão absorver uma parcela dele, e essa parcela será 
decorrente da forma de rateio utilizada. 
O mesmo não acontece com os custos variáveis, pois eles são decorrentes da produção. Se 
fabricar 100 unidades de X, a empresa incorre, por exemplo, no consumo de matérias-primas 
relativas a essa quantidade; se fabricar mais unidades, incorrerá em mais custos. Se fabricar Y ou 
Z, poderão ser consumidas outras matérias-primas além daquelas consumidas em X. E esse 
raciocínio é válido para os demais custos variáveis. 
Assim, os custos fixos, não sendo absorvidos pela produção, são tratados como custos do período, 
indo diretamente para o resultado. 
Por esse método de custeio, os produtos irão receber somente os custos decorrentes da sua 
produção: custos variáveis. 
 
Enquanto o custeio por absorção atende às disposições legais quanto à apuração de resultados e à 
avaliação patrimonial, o custeio variável atende a administração da empresa. 
Esse método permite aos administradores utilizar os custos como ferramenta auxiliar na tomada 
de decisões, tais como: 
a) quais produtos contribuem mais para a lucratividade da empresa; 
b) determinação de quais produtos devem ser suas vendas incentivadas, reduzidas ou mesmo ser 
excluídos da linha de produção; 
c) que produtos proporcionam a melhor rentabilidade quando existirem fatores que restringem a 
produção; 
d) qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de capacidade 
ociosa; 
e) decisão entre comprar e fabricar; 
f) determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser rentável; 
g) definição, em uma negociação com o cliente, de qual o limite de desconto permitido. 
 
 
 
 
 
 
 
 66 
10.1.3- Separação do Custo Fixo e Variável do Custo Semivariável 
 
Para a utilização do custeio variável, temos de separar os custos fixos dos variáveis, pois eles 
recebem tratamentos diferentes. No entanto, nem sempre esta tarefa é fácil, pois encontramos 
algumas contas que possuem tanto uma parcela como outra desses custos; são os custos 
semivariáveis. 
 
Vamos considerar o seguinte exemplo de custo semivariável e sua separação na parcela fixa e 
variável: 
Em uma empresa há um forno de tratamento térmico que utiliza óleo combustível o qual, mesmo 
estando a fábrica parada, necessita ser mantido a uma temperatura constante para não danificar 
certos componentes seus. Ao iniciar-se a produção, o consumo de óleo começa a crescer. Para 
identificar a parcela do fixo e variável desse elemento de custo percisamos recorrer a modelos 
estatísticos ou fazer projeções baseadas em dados históricos. 
 
Existem alguns métodos que permitem fazer a separação dos custos. Nesta apostilha vamos 
desenvolver apenas um, denominado método dos pontos máximos e mínimos ou pontos altos e 
baixos. 
É o método mais simples de todos. Consiste em observar o comportamento da produção de um 
período e comparar os custos correspondentes. Assim, como os custos fixos são constantes, a 
diferença de custo de um período para outro será a parcela variável da diferença da quantidade. 
Tomando-se em período de tempo, identificamos os extremos de custos e produção, ou seja, os 
mais elevados e os mais baixos, que corresponderão aos pontos máximos e mínimos. 
Calcula-se a diferença dos custos e a diferença da produção. Dividindo-se a diferença dos custos 
pela diferença da produção obtém-se a taxa do custo variável unitário. Para a determinação do 
custo variável multiplica-se a taxa unitária encontrada pela produção de cada período. A diferença 
para o custo total corresponde à parcela de custo fixo. 
 
Exemplo: A produção e os custos do óleo combustível no segundo semestre de 20xx foram: 
 
 Meses Produção Custo 
Julho 1.200 t $ 250.000,00 
Agosto 1.300 t 262.500,00 
Setembro 1.100 t 237.500,00 
Outubro 1.500 t 287.500,00 Pontos máximos 
Novembro 1.400 t 275.000,00 
Dezembro 1.000 t 225.000,00 Pontos mínimos 
 
Nesse período, a produção e o custo do mês de outubro corresponderão aos pontos máximos e do 
mês de dezembro, aos pontos mínimos. 
 
Meses Produção Custo 
Outubro 1.500 t $ 287.500,00 
Dezembro 1.000 t 225.000,00 
Variação 500 t 62.500,00 
 
 67 
A diferença de custos $ 62.500,00 corresponde à diferença de 500 t de produção. Esse valor é o 
custo variável. Assim, o custo variável unitário será: 
 
 $ 62.500,00 = $ 125,00/t 
 500 t 
 
Multiplicando-se esse custo variável unitário pelas toneladas de qualquer um dos meses desse 
semestre obtém-se o custo variável. A diferença para o custo total será a parcela do custo fixo. 
 
 
10.2- EXERCÍCIO COMPLEMENTAR 
 
Uma Companhia, que começou sua operação em 01/01/xx, e manufaturou um só produto, 
apresentou os seguintes dados de fim de ano: 
Custo Unitário de Produção: 
 Materiais Diretos ............................................... $10 
 Mão de Obra Direta ........................................... 15 
 Custos Ind. de Fabricação (variáveis) ................ 5 
 Custos Ind. de Fabricação (fixos) ...................... 25 
 Custos de Fabricação Total ................................ 55 
Produção ........................................................................ 6.000 unid. 
Vendas ........................................................................... 5.000 unid. 
Preço unitário de venda .................................................. $75 
Despesas Administrativas e de Vendas (variáveis) ........ $17.000 
Despesas Administrativas e de Vendas (fixas) ............... $48.000 
 
Elabore o Demonstrativo de Lucros e Perdas pelos Métodos do Custeio por Absorção e pelo 
Custeio Direto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 68 
11- ESTOQUE 
 
 
11.1- CONCEITO 
 
As empresas efetuam compras de materiais de acordo com suas necessidades, geralmente em 
conformidade com políticas de estoques. Existem materiais cujas aquisições são freqüentes, 
porém, como são adquiridos de diversos fornecedores, os preços e condições irão variar 
devido a fatores como frete, seguro ou outros que, por exemplo, ora são pagos pelo 
fornecedor, ora pelo comprador. 
Tendo esssa diversidade de situações, é de se esperar que no estoque exista o mesmo material 
adquirido por valores diferentes. Então, quando se requisita o material para consumo qual o 
custo a ser considerado? O mais recente, o mais antigo, uma média, enfim, qual o valor a ser 
atribuído à requisição? Qual o valor do saldo remanescente no estoque? 
Para resolver essas questões foram criados alguns
métodos de valorização de estoques, sendo 
os mais encontrados: 
 
 
11.2- PRINCIPAIS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUE 
 
 Custo Médio Ponderado Móvel: por este método, toda vez que houver entrada no 
estoque resultante de nova compra, o valor médio é alterado, ponderando-se o saldo 
anteriormente existente com a compra efetuada. Por este método, as quantidades requisitadas 
são valorizadas pelo valor médio ponderado do saldo existente no momento da requisição. 
 PEPS (Primeiro a entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO (First-In, First-Out): por este 
método, as quantidades requisitadas são valorizadas pela aquisição mais antiga que tenha 
saldo no estoque. Quando o saldo desta for esgotado, passa-se à seguinte e assim 
sucessivamente. 
 UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO (Last-In, First-Out): por este 
método, as quantidades requisitadas são valorizadas pela aquisição mais recente que tenha 
saldo no estoque. Quando o saldo desta for esgotado, passa-se à anterior e assim 
sucessivamente. Havendo nova compra, passa a ser esta a última entrada. A próxima 
requisição será valorizada pela última compra, até que seu saldo se esgote e volte a se utilizar 
da entrada anterior que ainda tenha saldo. 
 
Exemplo de aplicação 
 
Suponhamos que não haja estoque incial de uma certa matéria-prima e que as entradas com 
os respectivos valores de aquisição e as saídas para consumo ocorreram conforme quadro 
abaixo: 
 
Período 
Entradas no 
Estoque 
Preço (CIF) 
P/ unidade 
Custo da Quanti- 
dade Estocada 
Saídas do 
Estoque 
2 100 1.000 100.000 - 
4 200 1.165 233.000 - 
6 - - - 220 
9 120 1.300 156.000 - 
11 - - - 100 
11.2.1- Custo Médio Ponderado Móvel: 
 69 
 
Não há necessidade de controlar cada entrada como ocorre nos métodos PEPS e UEPS, uma 
vez que as requisições são valorizadas pelo saldo médio existente no momento da retirada do 
material do estoque. 
É um critério recomendado a itens de estoque que tenham grande movimentação. 
Por este critério há um controle constante do estoque. A cada nova entrada apuram-se os 
saldos em valor e em quantidade, calculando-se o valor médio unitário. 
 
Período 6 ===> média do estoque = 333.000 = 1.110 
 300 
Custo do Estoque = 220 x 1.110 = 244.000 
 
Período 11 ==> Preço médio do Estoque = (80 x 1.110) + (120 x 1.300) = 1.224 
 200 
Custo do Estoque = 100 x 1.224 = 122.400 
 
 
11.2.2- Critério PEPS (FIFO) = Primeiro a entrar, primeiro a sair (First-in, first-out) 
 
Neste caso há a necessidade de se controlar o saldo de cada entrada. É como se fisicamente o 
consumo se desse da entrada mais antiga para a mais recente. 
É aplicável a itens de estoque que tenham pouca movimentação de entradas e saídas. 
Por esse método, os valores debitados aos produtos serão sempre os mais antigos. Presume-se 
que as compras mais antigas sejam feitas por valores mais baixos, o que contribui para 
reduzir o custo dos produtos e, conseqüentemente, aumentar o lucro-base para cálculo do 
Imposto de Renda. Esse método é aceito pelo Fisco. 
 
Período 6 ===> 100 x 1.000 = 100.000 
 120 x 1.165 = 139.800 
 Custo do Estoque = 239.000 
 
Período 11 ===> 80 x 1.165 = 93.200 
 20 x 1.300 = 26.000 
 Custo do Estoque = 119.200 
 
 
11.2.3- Critério UEPS (LIFO) = Último a entrar, primeiro a sair (Last-in, first-out) 
 
Do mesmo modo que pelo PEPS, pelo fato de consumir as compras mais recentes, há a 
necessidade de se controlar o saldo de cada entrada. É como se fisicamente o consumo do 
estoque se desse da entrada mais recente para a mais antiga. 
É aplicável a itens de estoque que tenham pouca movimentação de entradas e saídas. 
Por esse método, os valores debitados aos produtos serão sempre os mais recentes. Presume-
se que as compras mais recentes sejam efetuadas por valores mais elevados, contribuindo 
para aumentar os custos dos produtos e conseqüentemente reduzindo o lucro-base par cálculo 
do Imposto de Renda. Não é aceito pelo Fisco. 
 
 
Período 6 ===> 200 x 1.165 = 233.000 
 20 x 1.000 = 20.000 
 70 
 Custo do Estoque = 253.000 
 
Período 11 ===> 100 x 1.300 = 130.000 
 Custo do Estoque = 130.000 
 
O contador avalia os Bens e Serviços que entram em seu cálculo de Lucro Líquido 
fundamentalmente, pelo custo de aquisição, pelos preços pagos originalmente. 
Por outro lado, o Economista e o Administrador devem proceder as suas avaliações em 
termos de PREÇOS REAIS, isto é, eles reajustam os preços de aquisição a fim de permitir 
modificações no significado econômico dos Bens ou Serviços. 
O maior objetivo do Custeio do Estoque é a determinação de Custos adequados às vendas, de 
forma que o Lucro apropriado seja calculado. 
 
No caso de produtos acabados (Bens), ocorre VARIAÇÃO DE ESTOQUE num 
determinado período, quando a quantidade produzida for diferente da quantidade vendida 
naquele período, ou seja: (QP = QV). 
 
Onde: 
 QP = Quantidade Produzida 
 QV = Quantidade Vendida 
 
 E = Variação de Estoque 
 
 E = QP - QV 
 
 EF = Estoque Final 
 EI = Estoque Inicial 
 
 E = EF - EI 
 
 VE = Valor Monetário da Variação de Estoque 
 
 CTu = Custo Médio ou Custo Unitário 
 
 VE = E x CTu 
 
 VEF = EF x Ctu 
 VEI = EI x CTu 
 
 VE = VEF - VEI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 71 
11.3- LUCRO ECONÔMICO E FINANCEIRO 
 
Lucro Financeiro é entendido como a diferença entre Receitas (das quantidades 
efetivamente vendidas) e Custos referentes as quantidades efetivamente produzidas num 
referido período, ou seja, é o saldo de caixa do período. 
 
 
 LF = RT - CT 
 
Já o Lucro Econômico leva em consideração o Custo das quantidades que foram 
acrescentadas ou retiradas do estoque (VE). Assim: 
 
 LE = RT - CT + VE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 72 
12- MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
12.1- CONCEITO 
 
Os produtos, ao serem fabricados, provocam a ocorrência dos custos variáveis. Além dos 
custos variáveis, ao serem comercializados, os produtos provocam o surgimento de certas 
despesas também variáveis: comissões, fretes, seguros etc. 
Assim, temos custos e despesas que ocorrem em virtude de produzir e vender. São os 
variáveis (custos e despesas). 
O custeio variável considera que aos produtos devem ser alocados apenas os custos variáveis, 
diferentemente do custeio por absorção, em que, além dos custos variáveis, os produtos 
recebem também os custos fixos. Enquanto no custeio por absorção podemos falar em lucro 
por produto, ou seja, que do preço de venda, deduzidos os custos de produção, temos o lucro, 
no custeio variável isso não ocorre. Nesse, os produtos geram uma margem denominada 
margem de contribuição. 
A margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do valor de venda de um 
produto são deduzidos os custos e despesas por ele gerados. De outra forma, representa a 
parcela excedente dos custos e despesas que os produtos provocam (caso o preço
de venda 
de um produto seja inferior aos seus custos e despesas variáveis, temos uma situação de 
margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou, por condições comerciais, 
suportada). A empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição dos 
produtos vendidos suportar os custos e despesas fixos do exercício. 
Assim, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos aos custos e 
despesas fixos e também ao lucro. 
“ A Margem de Contribuição, conceituada como diferença entre Receita e soma de Custo e 
Despesa Variáveis, tem a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencialidade de 
cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos 
fixos e, depois, formar o lucro propriamente dito.” 
Assim, a obtenção da margem de contribuição obedece ao seguinte cálculo: 
 MC = RT - (CV + DV) ou em termos unitários: Mcu = PV - (CVu + DVu) 
Onde: 
 MC = Margem de Contribuição MCu = Margem de Contribuição Unitária 
 RT = Receita Total PV = Preço de Venda 
 CV = Custos Variáveis CVu = Custo Variável Unitário 
 DV = Despesas Variáveis DVu = Despesa Variável Unitária 
 
Exemplo: Uma empresa fabrica os produtos X, Y e Z. Em outubro/20xx foram produzidos e 
vendidos com os preços e custos abaixo: 
 
Produtos Quantidade 
Preço de Venda 
Unitário 
Custo Variável 
Unitário 
X 
Y 
Z 
 1.000 u 
 800 u 
 1.500 u 
238,00 
404,00 
382,00 
183,00 
367,00 
350,00 
 
 As despesas variáveis de vendas (comissões) representam 5% do preço. 
 Os custos e despesas fixos totalizam $ 55.000,00 no mês. 
O resultado dessa empresa é obtido da seguinte maneira: 
 
 73 
1) Cálculo da margem de contribuição de cada produto 
 
Produtos 
Preço 
Unitário 
Custo 
Variável 
Unitário 
Despesas de 
Venda 
Unitária 
Custo (+) 
Despesas 
Variáveis 
Margem de 
Contribuição 
 a b c = a x 5% d = b + c e = a - d 
X $ 238,00 $ 183,00 $ 11,90 $ 194,90 $ 43,10 
Y 404,00 367,00 20,20 387,20 16,80 
Z 382,00 350,00 19,10 369,10 12,90 
 
2) Cálculo da margem de contribuição total 
 
Produtos 
Quantidade 
Vendida 
Margem de 
Contribuição 
Unitária 
Margem de 
Contribuição Total 
X 1.000 u $ 43,10 $ 43.100,00 
Y 800 u 16,80 13.440,00 
Z 1.500 u 12,90 19.350,00 
 Total 75.890,00 
 
3) Cálculo do resultado 
 
Margem de Contribuição Total $ 75.890,00 
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00 
(=) Lucro Operacional 20.890,00 
 
Outra maneira de demonstrar o resultado seria: 
 
 Produto 
X 
Produto 
Y 
Produto 
Z 
Total 
Quantidade Vendida 1.000 u 800 u 1.500 u 
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00 
Receita 238.000,00 323.200,00 573.000,00 1.134.200,00 
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00 
Custo Variável 183.000,00 293.600,00 525.000,00 1.001.600,00 
Despesas Variáveis (5%) 11.900,00 16.160,00 28.650,00 56.710,00 
Total Variável 194.900,00 309.760,00 553.650,00 1.058.310,00 
Margem de Contribuição 43.100,00 13.440,00 19.350,00 75.890,00 
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00 
(=) Lucro Operacional 20.890,00 
 
 
Para entendermos melhor a utilidade do uso da Margem de Contribuição para tomada de 
decisões, vejamos e exemplo que se segue: 
 
Suponhamos que uma empresa fabrique três produtos (L, M e N), e que tenha as seguintes 
características: 
 74 
 
Custos Indiretos de Produção = $ 3.100.000 num certo mês, dos quais $ 2.480.000 são Fixos, 
compreendendo Mão de Obra Indireta (maior parte), Depreciação etc., e $ 620.000 são 
variáveis (Energia Elétrica e Materiais Indiretos). 
 
Outros dados: 
 
PRODUTO QUANTIDADE CUSTO DIR./u PV CUSTO IND. VAR./u 
 L 2.000 700 1.550 80 
 M 2.600 1.000 2.000 100 
 N 2.500 750 1.700 80 
 
Os Preços de Venda são os fixados pela empresa líder do mercado, e a empresa em pauta não 
pretende modificá-los, mas está fazendo um estudo para verificar qual o produto mais 
lucrativo para tentar incentivar sua venda. 
 
 Lu = PV - CTu 
 
Como o Custo Indireto Fixo, maior parte é Mão de Obra, vamos ratear em função das horas 
de Mão de Obra Direta 
 
PRODUTO HORAS de M.O.D./u TOTAL DE M.O.D. CUSTO I. FIXO/u 
 L 20 20 x 2.000 = 40.000 20 x 16 = 320 
 M 25 25 x 2.600 = 65.000 25 x 16 = 400 
 N 20 20 x 2.500 = 50.000 20 x 16 = 320 
 155.000 
 2.480.000 = 16 
 155.000 
 
Cálculo do Lucro Unitário (Lu): 
 
PRODUTO C. DIR. C. IND .VAR. C.IND. FIXO CTu PV Lu 
 L 700 80 320 1.100 1.550 450 
 M 1.000 100 400 1.500 2.000 500 
 N 750 80 320 1.150 1.700 550 
 
O resultado apresenta como prioritário para incentivo de venda o produto N, como mais 
lucrativo, ficando o L em último lugar. 
 
E se utilizássemos outro critério de Rateio? 
 
Suponhamos que essa empresa tenha tido custos por hora de Mão de Obra Direta 
diferenciados para cada produto e resolveu atribuir, ao invés de por horas, por valor em $ de 
Mão de Obra Direta. Para isso verifica o quanto foi aplicado, desmembrando o Custo Direto. 
Assim, temos: 
 
PROD. MOD/u M. PRIMA/u C. DIR./u M.O.D.TOTAL C.I.FIXO/u 
L 195 505 700 195 x 2.000 = 390.000 195x1,33=260 
 M 300 700 1.000 300 x 2.600 = 780.000 300x1,33=400 
 N 275 475 750 275 x 2.500 = 690.000 275x1,33=366 
 75 
 1.860.000 
 
 2.480.000 = 1,33 
 1.860.000 
 
Cálculo do Lucro Unitário (Lu): 
 
PRODUTO C.DIR. C.IND.VAR. C.IND.FIXO CTu pv Lu 
 L 700 80 260 1.040 1.550 510 
 M 1.000 100 400 1.500 2.000 500 
 N 750 80 366 1.196 1.700 504 
 
Neste caso, o produto L passou a ser o mais lucrativo. 
 
Afinal, qual o produto mais lucrativo? 
 
Toda a dificuldade reside na apropriação dos Custos Indiretos, mormente os Fixos, já que os 
variáveis são alocáveis sem problema. 
O produto L traz à empresa uma receita de $ 1.550/u, e provoca,
obrigatoriamente, um custo 
de $ 780/u, que é o seu Total Variável por unidade. Cada unidade sua realmente provoca esse 
gasto e produz essa receita. Toda e qualquer parcela de Custo Fixo que lhe queiramos 
imputar não será existente apenas se houver a produção e venda desse produto; existirá 
independente dele. De que adianta então ficarmos imputando para cada unidade de cada 
produto uma parcela do Custo Fixo? Essa parcela dependerá da quantidade do produto e da 
forma de rateio, e não de cada unidade em si. 
 
Chegamos assim ao conceito de Margem de Contribuição por Unidade, que é a diferença 
entre a Receita (Preço de Venda) e o Custo Variável Médio (Unitário) de cada produto. 
 
 MCu = PV - CVu 
 
É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua Receita e o Custo 
que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. 
 
Verifiquemos o seguinte: 
 
PRODUTO C.D.VAR. C.I.VAR. C.V.TOTAL PV MCu 
 L 700 80 780 1.550 770 
 M 1.000 100 1.100 2.000 900 
 N 750 80 830 1.700 870 
 
Cada unidade de L contribui com $770; não podemos dizer que isso seja Lucro, já que faltam 
os Custos Fixos. Trata-se de sua Margem de contribuição unitária, que, multiplicada pela 
quantidade vendida, temos a Margem de contribuição total. 
 
A Margem de Contribuição Total poderá tambem ser obtida pela diferença entre a Receita 
Total e o Custo Variável Total: 
 
 MC = RT - CV 
 
 76 
Somadas as Margens de Contribuição de todos os produtos, e deduzindo os Custos Fixos, 
chegamos ao resultado, que pode ser então o Lucro. 
 
O fundamental é que , verificando o quadro acima, notamos que o produto que mais contribui 
por unidade para a empresa é o M, seguido pelo N e, finalmente, pelo L. Cada unidade de M 
provoca de fato uma “sobra” de $900, diferença entre Receita e Custo Variável. 
 
Se existe um produto que deva ter sua venda incentivada é o M, que tem a maior Margem de 
Contribuição por Unidade. 
 
 
12.2- O USO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA FINS DECISORIAIS 
 
Uma empresa pode operar no limite de sua capacidade instalada ou abaixo dela, bem como 
trabalhar com outros fatores que limitem sua produção, chamados “gargalos”. Para cada caso, 
é necessário conhecer a margem de contribuição, por produto ou pelo fator que representa o 
“gargalo” da produção, a fim de maximizar o resultado. 
 
12.2.1 – Quando a empresa estiver operando abaixo do limite da capacidade instalada 
ou não existirem fatores limitantes 
 
Sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que proporcionam 
as melhores margens de contribuição pois, assim agindo, mais rapidamente absorverá os 
custos e despesas fixos e consequentemente irá gerar lucro. 
Vejamos como ocorre (aproveitando o exemplo anterior): 
 
Produtos 
Preços de Venda 
Unitários 
Custos + Despesas 
Variáveis Unitários 
Margem de 
Contribuição Unitária 
X $ 238,00 $ 194,90 $ 43,10 
Y 404,00 387,20 16,80 
Z 382,00 369,10 12,90 
 
Sequencialmente, os produtos que proporcionam as melhores margens de contribuição são: 1º 
lugar, produto X; 2º lugar, produto Y e em 3º lugar, produto Z. Cada unidade de X 
proporciona $ 43,10 de margem de contribuição, enquanto Y proporciona $ 16,80, ou seja, 
seriam necessárias mais de 2 unidades de Y para se obter a mesma margem de contribuição 
de uma unidade de X. Se comparado com Z, seriam necessárias mais de 3 unidades. 
Não havendo fatores que limitem a produção ou as vendas, a sequência acima costuma ser 
obedecida. 
12.2.2- Quando a empresa estiver operando no limite da capacidade instalada ou 
existirem fatores limitantes 
 
Como dissemos, quando não existirem fatores limitantes, buscará uma empresa produzir e 
vender os produtos que proporcionam a melhor margem de contribuição. 
No entanto, ocorrendo fatores que venham a limitar a produção (conhecidos por gargalos de 
produção), há necessidade de se fazer um estudo da margem de contribuição pelo fator 
limitante para tomada de decisão. 
Vamos admitir que os produtos Z, Y e Z do caso anterior utilizem uma mesma matéria-prima 
e que, por imposição do fornecedor, são entregues apenas 90.000 kg mensais. Supondo-se 
 77 
que o mercado esteja disposto a consumir as quantidades abaixo, seriam necessários 95.800 
Kg dessa matéria-prima. 
 
Produtos Demanda Mensal 
Consumo de 
Matéria-Prima 
Quantidade de 
Matéria-Prima 
Necessária 
X 1.300 u 50 kg/u 65.000 kg 
Y 900 u 12 kg/u 10.800 kg 
Z 2.000 u 10 kg/u 20.000 kg 
 Total 95.800 kg 
 
Caso a empresa venha a tomar decisões com base nas margens de contribuição dos produtos, 
como vimos, procuraria priorizar aqueles de maiores margens, 
Assim, limitados a demanda e o fornecimento mensal de 90.000 kg de matéria-prima, seu 
mix de produtos seria: 
 
Produtos Produção e Vendas Peso Unitário Quantidade de 
Matéria-Prima 
X 1.300 u 50 kg 65.000 kg 
Y 900 u 12 kg 10.800 kg 
Z 1.420 u 10 kg 14.200 kg 
 Total 90.000 kg 
 
Nota: O mix de produção e vendas foi obtido da seguinte maneira: prioridade ao produto X por possuir a maior 
margem de contribuição. Como sua demanda é de 1.300 u mensais, consome 65.000 kg de matéria-prima. Ainda 
há um saldo de 25.000 kg de matéria-prima, que permite produzir Y ou Z. Como Y tem melhor margem de 
contribuição que Z, procura-se atender a sua demanda, exigindo 10.800 kg de matéria-prima. Para o produto Z, 
sobram 14.200 kg de matéria-prima, o que permite uma produção de 1.420 unidades. 
 
Com este mix, o resultado alcançado seria: 
 
 
 Produto 
X 
Produto 
Y 
Produto 
Z 
Total 
Quantidade Vendida 1.300 u 900 u 1.420 u 
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00 
Receita 309.400,00 363.600,00 542.440,00 1.215.440,00 
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00 
Custo Variável 237.900,00 330.300,00 497.000,00 1.065.200,00 
Despesas Variáveis (5%) 15.470,00 18.180,00 27.122,00 60.772,00 
Total Variável 253.370,00 348.480,00 524.122,00 1.125.972,00 
Margem de contribuição 56.030,00 15.120,00 18.318,00 89.468,00 
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00 
(=) Lucro Operacional 34.468,00 
 
Esse lucro operacional de $ 34.468,00 foi obtido a partir do mix de produtos calculado com 
base nas margens de contribuição deles. No entanto, essa performance poderia ser melhorada 
se levasse em consideração a margem de contribuição calculada pelo fator limitante, nesse 
caso, a quantidade de matéria-prima, respeitando o limite imposto pela demanda. 
 
 78 
Cálculo da margem de contribuição por quilo de matéria-prima: 
 
Produto 
Margem de 
Contribuição 
Unitária 
Consumo de 
Matéria-Prima por 
Unidade Produzida 
Margem de Contribuição 
Por Quilo de Matéria- 
Prima Consumida 
X $ 43,10 50 kg $ 0,862/kg 
Y 16,80 12 kg 1,400/kg 
Z 12,90 10 kg 1,290/kg 
 
Sem considerar a existência de fator limitante, o produto X é aquele que proporciona a 
melhor margem de contribuição. No entanto, como há restrições no fornecimento de matéria-
prima, para maximizar o resultado, a empresa deve buscar um mix de produtos a partir da 
margem de contribuição calculada pelo fator limitante. Assim, cada quilo de matéria-prima 
aplicada em X proporciona $0,862 de margem
de contribuição, em Y, $ 1,40 e em Z, $ 1,29, 
o que resulta em nova sequência de prioridade. 
Vamos fazer uma comparação. Se deixasse de fazer uma unidade de X, que consome 50 kg 
de matéria-prima, seria possível fabricar 4,167 unidades de Y ou 5 unidades de Z. 
Assim, seria obtido com a mesma quantidade de matéria-prima, as seguintes margens de 
contribuição: 
 
 Produto X: 50 kg x $ 0,862/kg = $ 43,10 (ou 1 u x $ 43,10 = $ 43,10) 
 Produto Y: 50 kg x $ 1,400/kg = $ 70,00 (ou 4,167 u x $ 16,80 = $ 70,00) 
 Produto Z: 50 kg x $ 1,290/kg = $ 64,50 (ou 5 u x $ 12,90 = 64,50) 
 
Isso demonstra que com a mesma quantidade de matéria-prima (50 kg) pode-se obter margem 
de contribuição de $ 43,10, se aplicada em X; de $ 70,00, se aplicada em Y; ou de $ 64,50, se 
aplicada em Z. 
Assim, o produto Y deveria ser priorizado, depois Z e por último X. 
Dessa forma, com os 90.000 kg de matéria-prima, respeitando a demanda, poderia ser obtido 
o seguinte mix de produção e vendas que maximiza o resultado da empresa: 
 
Produto Produção e Vendas Peso Unitário 
Quantidade de 
Matéria-Prima 
X 1.184 u 50 kg 59.200 kg 
Y 900 u 12 kg 10.800 kg 
Z 2.000 u 10 kg 20.000 kg 
 Total 90.000 kg 
 
Com esse mix, o resultado alcançado seria: 
 
 Produto 
X 
Produto 
Y 
Produto 
Z 
Total 
Quantidade Vendida 1.184 u 900 u 2.000 u 
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00 
Receita 281.792,00 363.600,00 764.000,00 1.409.392,00 
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00 
Custo Variável 216.672,00 330.300,00 700.000,00 1.246.972,00 
Despesas Variáveis (5%) 14.089,60 18.180,00 38.200,00 70.469,60 
Total Variável 230.761,60 348.480,00 738.200,00 1.317.441,00 
 79 
Margem de contribuição 56.030,40 15.120,00 25.800,00 91.950,40 
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00 
(=) Lucro Operacional 36.950,40 
 
Dessa forma, o lucro operacional passa de $ 34.468,00 para $ 36.950,40 quando se leva em 
consideração a margem de contribuição pelo fator limitante, no caso, a disponibilidade de 
matéria-prima. 
 
 
12.3- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
1- Suponhamos que uma indústria esteja operando no mercado Brasileiro com as seguintes 
características: 
 Capacidade de produção 800.000 t/ano 
 Capacidade que atende o mercado nacional 500.000 t/ano 
 Custos Fixos de Produção $ 35.000.000,00/ano 
 Custos Variáveis de Produção $ 110,00/t 
 Despesas Fixas $ 21.000.000,00/ano 
 Despesas Variáveis $ 25,00/t 
 Preço de Venda $ 260,00/t 
 
Com isso a empresa está obtendo um lucro líquido de $ 6.500.000,00. 
 
Surge agora a oportunidade de uma venda no exterior de 200.000 toneladas, mas pelo preço 
de $ 180,00/t. 
Deve a empresa aceitar? 
 
13- PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
 
Quando um empreendedor resolve montar um negócio, provavelmente passará por um período em 
que as receitas geradas pelas vendas sejam insuficientes para cobrir seus custos e despesas. O 
negócio estará no prejuízo. À medida que o tempo passa, a tendência é de redução do prejuízo, até 
que este desapareça, entrando em nova fase, ou seja, o negócio passa a gerar lucros. 
 
No entanto, vemos muitas empresas que quebram por falta de lucros ou mesmo, por um lucro 
insuficiente para recuperar os investimentos realizados. Pode ser que o empreendedor detenha a 
tecnologia para fabricar determinado produto, e o faz com qualidade, porém o volume de vendas 
se revela insuficiente. Isto pode ser consequência da falta de visão sobre o mercado, incluindo aí 
fornecedores, concorrência e consumidores. 
 
Ao descobrir que necessitaria de um volume maior de vendas, declara “ah, se eu soubesse, não 
teria iniciado...”. A determinação de qual volume precisaria produzir e vender o teria ajudado a 
decidir sobre a implantação do empreendimento ou então buscar alternativas. Essa informação 
seria o Ponto de Equilíbrio. 
 
Além disso, conhecer a técnica de cálculo do Ponto de Equilíbrio permite simular os efeitos de 
decisões a serem tomadas sobre redução ou aumento de atividades, de preços, de custos etc. 
 80 
 
E o que é o Ponto de Equilíbrio? Nada mais é do que aquele momento em que a empresa não 
apresenta lucro nem prejuizo. Esse momento é aquele em que foi atingido um nível de vendas no 
qual as receitas geradas são suficientes apenas para cobrir os custos e as despesas. O lucro começa 
a ocorrer com vendas adicionais, após ter atingido o Ponto de Equilíbrio. 
 
No capítulo de Margem de Contribuição, dissemos que ela representa a contribuição dos produtos 
para a cobertura dos custos e despesas fixos. Quando o montante de margem de contribuição se 
igualar ao montante de custos e despesas fixos, temos o Ponto de Equilíbrio. 
Assim, qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e despesas variáveis 
contribui, primeiramente, para a cobertura dos custos e despesas fixos e, depois, para o lucro. 
 
Certamente, em uma empresa existirão produtos capazes de proporcionar melhores margens de 
contribuição que outros, no entanto, o fato de haver margem de contribuição, já é uma condição 
para se chegar ao Ponto de Equilíbrio. 
 
Exemplo: 
Considere uma empresa que produz e vende 10 unidades mensais do produto X, com os seguintes 
dados: 
 
 Preço de venda unitário $ 8.000,00 
 Custos e despesas variáveis unitários 4.000,00 
 Custos e despesas fixos mensais 20.000,00 
 
 Seu resultado seria: 
 
 
 
 Receita de Vendas $ 80.000,00 
 ( - ) Custos e Despesas Variáveis 40.000,00 
 ( = ) Margem de Contribuição 40.000,00 
 ( - ) Custos e Despesas Fixos 20.000,00 
 ( = ) Lucro Operacional 20.000,00 
 
No exemplo, a margem de contribuição de cada unidade é $ 4.000,00. Como são vendidas 10 
unidades, temos um total de $ 40.000,00 ($ 4.000,00 x 10 unidades), valor que supera os custos e 
despesas fixos em $ 20.000,00. Nesse caso, são necessárias 5 margens de contribuição para cobrir 
os custos e despesas fixos (5 x $ 4.000,00 = $ 20.000,00), ou seja, para atingir o Ponto de 
Equilíbrio. As margens de contribuição das 5 unidades adicionais são o lucro. 
 
 
13.1- FÓRMULA PARA CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
O equilíbrio ocorre quando a soma das margens de contribuição dos produtos vendidos se iguala 
aos custos e despesas fixos do período. Em uma situação de produto único, é necessário 
determinar quantas margens de contribuição são necessárias para igualarem-se ao montante de 
custos e despesas fixos. 
 
Assim, podemos determinar a quantidade de produtos (ou de margens de contribuição) que 
proporciona essa situação, por intermédio da aplicação da seguinte fórmula: 
 81 
 
 PE = C + D Fixos = C + D Fixos 
 PV unit. ( - ) C + D Var. Unit. MC Unitária 
 
 Utilizando os dados do exemplo anterior, temos: 
 
 PE = $ 20.000,00 = $ 20.000,00 = 5 unidades 
 $ 8.000,00 ( - ) 4.000,00
$ 4.000,00 
 
Também, o valor do Ponto de Equilíbrio pode ser calculado mediante a aplicação da seguinte 
fórmula: 
 
 PE = C + D Fixos___ 
 1 - ( C + D Var. Unit. ) 
 PV Unit. 
 
No exemplo anterior temos: 
 
 PE = $ 20.000,00 = $ 40.000,00 
 1 - ( 4.000,00 ) 
 8.000,00 
 
 
 
 
 
 
13.2- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
Para facilitar a representação gráfica, construímos uma tabela dos custos, como se segue: 
 
 
Qtde 
Custos + 
Despesas 
Fixos 
Custos + 
Despesas 
Variáveis 
Custos + 
Despesas 
Totais 
Receita 
Total 
Resultado 
0 20.000,00 20.000,00 0,00 (20.000,00) 
1 20.000,00 4.000,00 24.000,00 8.000,00 (16.000,00) 
2 20.000,00 8.000,00 28.000,00 16.000,00 (12.000,00) 
3 20.000,00 12.000,00 32.000,00 24.000,00 (8.000,00) 
4 20.000,00 16.000,00 36.000,00 32.000,00 (4.000,00) 
5 20.000,00 20.000,00 40.000,00 40.000,00 0,00 
6 20.000,00 24.000,00 44.000,00 48.000,00 4.000,00 
7 20.000,00 28.000,00 48.000,00 56.000,00 8.000,00 
8 20.000,00 32.000,00 52.000.00 64.000,00 12.000,00 
9 20.000,00 36.000,00 56.000,00 72.000,00 16.000,00 
10 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 20.000,00 
 
Observa-se que, no nível de 5 unidades o resultado é nulo, ou seja, tem-se o Ponto de Equilíbrio. 
 
 82 
Para representar graficamente o Ponto de Equilíbrio, traçamos as retas representativas do Custo + 
Despesa Total e da Receita Total. Note que exatamente na quantidade 5 ocorrerá o cruzamento 
delas. 
 
Gráfico do Ponto de Equilíbrio 
 
 
 
 
13.3- PONTOS DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO 
 
Dependendo da análise a ser realizada e das decisões a serem tomadas, podemos determinar pelo 
menos três situações de equilíbrio: 
 
13.3.1- Ponto de Equilíbrio Contábil 
 
O Ponto de Equilíbrio Contábil é aquele em que a margem de contribuição se torna capaz de 
cobrir todos os custos e despesas fixos de um período. Não leva em consideração o custo de 
oportunidade do capital investido na empresa e os juros de empréstimos efetuados, bem como que 
nos custos e despesas fixos se inclui a depreciação que não representa desembolso. 
 
13.2.2- Ponto de Equilíbrio Econômico 
 
Diferencia-se do Ponto de Equilíbrio Contábil ao considerar que, além de suportar os custos e 
despesas fixos, a margem de contribuição deve, também, cobrir o custo de oportunidade (custo de 
oportunidade: rendimento alternativo máximo que se obteria, caso o produto, serviço ou 
capacidade produtiva tivessem sido aplicados, em algum uso alternativo) do capital investido na 
empresa. Basicamente a idéia é a seguinte: normalmente o empreendedor tem à sua disposição 
mais de uma alternativa para investimento. Dada a escassez de capital, ele decide por aquela que 
promete a melhor remuneração. Isto quer dizer que a alternativa escolhida é melhor que aquela 
rejeitada. O custo de oportunidade corresponde exatamente `a remuneração da alternativa 
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Áreas 
de 
Receitas 
Custos + 
Despesas 
PE 
Área de 
Prejuíz
Valor 
Quantidades 
 83 
descartada. E esse é o valor mínimo que se espera do investimento realizado, do contrário não 
seria escolhida essa alternativa. 
 
13.2.3- Ponto de Equilíbrio Financeiro 
 
Para obter este Ponto de Equilíbrio, consideram-se como custos e despesas somente os gastos que 
geraram desembolso no período, desconsiderando, portanto, a depreciação contida nos custos e 
despesas fixos. Consideram-se também, outros desembolsos que não necessariamente estão 
inclusos nos custos e despesas, como, por exemplo, amortização de empréstimo. Assim, a 
margem de contribuição deverá suportar os custos e despesas fixos sem a depreciação, porém, 
mais amortizações de empréstimo. 
 
 Exemplo de aplicação para esses Pontos de Equilíbrio 
 Suponhamos uma empresa que fabrica e vende o produto Y. Os seguintes dados estão 
disponíveis: 
 
 Preço de venda unitário $ 927,50 
 Custos e despesas variáveis unitários 556,50 
 Custos e despesas fixos anuais 155.820,00 
 Depreciação inclusa nos custos e despesas fixos: 22.260,00 
 Patrimônio líquido: 267.120,00 
 Rendimento esperado pelos proprietários: 10% a.a. do PL = 267.120,00 x 10% = 
$ 26.712,00 
 
 
 
 
Ponto de Equilíbrio Contabil (PEC) 
 
 PEC = C + D Fixos 
 PV Unit. ( - ) C + D Var. Unit. 
 
 PEC = $ 155.820,00 = 420 unidades 
 $927,50 ( - ) $ 556,50 
 
Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) 
 
 PEE = $ 155.820,00 ( - ) $ 26.712,00 = 492 unidades 
 $ 927,50 ( - ) $ 556,50 
 
Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) 
 
 PEF = $ 155.820,00 ( - ) $ 22.260,00 = 360 unidades 
 $ 927,50 ( - ) $ 556,50 
 
 
13.4- PONTO DE EQUILÍBRIO: APLICAÇÃO PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS 
 
A aplicação do Ponto de Equilíbrio é mais facilmente entendida quando se tratar de: 
a) único produto; 
 84 
b) mais de um produto desde que todos tenham a mesma margem de contribuição; 
c) uma linha de produção em que se possa estabelecer o Ponto de Equilíbrio por unidade de 
produção (horas, toneladas, litros etc.). 
 
No entanto, quando se têm produtos diferentes com margens de contribuição diferentes, torna-se 
defícil a determinação do mix de produção e vendas no Ponto de Equilíbrio. Nesse caso, qualquer 
combinação que resulte em margem de contribuição igual aos custos e despesas fixos proporciona 
o Ponto de Equilíbrio. Se for aumentada a quantidade de um dos produtos que compõe esse mix, 
deve-se reduzir o equivalente em margem de contribuição de outros produtos para manutenção do 
Ponto de Equilíbrio. 
 
Exemplo em que se tem mais de um produto com margens de contribuição iguais: 
 
Produtos Preços Unitários 
Custos + Despesas 
Variáveis Unitários 
Margens de 
Contribuição Unitárias 
A $ 800,00 $ 400,00 $ 400,00 
B 1.200,00 800,00 400,00 
 
Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 30.000,00, o Ponto de Equilíbrio ocorrerá em 75 
unidades: 
 
 PE = C + D Fixos 
 MC Unitária 
 PE = $ 30.000,00 = 75 unidades 
 $ 400,00 
Essa quantidade corresponde a 75 margens de contribuição de $ 400,00, o que equivale a 75 
unidades de produtos A ou B, quaisquer que sejam as quantidades de cada um. 
 
Quando se tem produtos diferentes com margens de contribuição diferentes, a determinação do 
Ponto de Equilíbrio se torna mais complexa. Considere o seguinte exemplo: 
 
Produtos 
Quantidades 
Vendidas 
Preços 
Unitários 
Custos + Despesas 
Variáveis Unitários 
Margens de 
Contribuiçao Unitárias 
A 50 $ 655,00 495,00 160,00 
B 30 800,00 550,00 250,00 
C 120 1.100,00 600,00 500,00 
 
Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de Equilíbrio pode ser 
obtido. 
 
1- Mix de produtos
Participação nas vendas, ou análise vertical da quantidade vendida 
 
Produtos Qtde. AV % 
 A 50 25% 
 B 30 15% 
 C 120 60% 
200 100% 
 
 85 
 Margem de Contribuição Média Ponderada 
 
 Produtos MC Unit. AV% MC Média Ponderada 
 A $ 160,00 x 25% = $ 40,00 
 B 250,00 x 15% = 37,50 
 C 500,00 x 60% = 300,00 
 377,50 
 Ponto de Equilíbrio 
 
 PE = C + D Fixos________ 
 MC Unitária Média Ponderada 
 
 PE = $ 45.300,00 = 120 unidades 
 $ 377,50 
 
 Mix de produtos em que ocorre o Ponto de Equilíbrio 
 Produto A: 120 u x 25% = 30 u 
 Produto B: 120 u x 15% = 18 u 
 Produto C: 120 u x 60% = 72 u 
 120 u 
 
 Além dessa, outras combinações podem ser obtidas por tentativa e erro, que também acabam 
proporcionando o Ponto de Equilíbrio. 
 
2- Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita 
 
Neste caso, considera-se a relação entre os Custos mais Despesas Variáveis de um mix de 
produtos e as Receitas correspondentes. Esta relação, que corresponde aos índices da Análise 
Vertical da Demonstração de Resultados pode ser interpretada como sendo a parcela variável de 
cada $ 1,00 de receita. Por diferença, encontramos o quanto representa a margem de contribuição 
deste $ 1,00 de receita. Dividindo-se os Custos mais Despesas Fixos por essa margem de 
contribuição, encontramos o Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita. 
Fazendo-se alterações neste mix de produtos, tal relação se altera e, conseqüentemente, o Ponto 
de Equilíbrio em Valor de Receita. 
Usando-se os dados do exemplo anterior, temos que para cada $ 1,00 de Receita, os Custos e 
Despesas Variáveis representam $ 0,60, restando $ 0,40 de Margem de Contribuição. Na 
Demonstração de Resultados temos esta relação. 
Dividindo-se os $ 45.300,00 de Custos e Despesas Fixos por $ 0,40, temos $ 113.250,00, sendo 
este o valor de receita necessária para o Ponto de Equilíbrio. 
 
 Produto 
A 
Produto 
B 
Produto 
C 
TOTAL Relação 
Quantidades 50 u 30 u 120 u 
Preço de Venda Unitário $ 655,00 $ 800,00 $ 1.100,00 
Total Receita 32.750,00 24.000,00 132.000,00 188.750,00 1,00 
Custos + Despesas 
Variáveis Unitários 
495,00 550,00 600,00 
 
Total Variável 24.750,00 16.500,00 72.000,00 113.250,00 0,60 
Margem de Contribuição 8.000,00 7.500,00 60.000,00 75.500,00 0,40 
 
 86 
13.5- DEFINIÇÕES E LIMITAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
No cálculo do Ponto de Equilíbrio, parte-se da hipótese que o comportamento dos custos e preços 
são estáveis, ou seja, mantên-se constantes dentro das limitações de produção e de vendas. Assim, 
são ignorados outros fatores que certamente acabam afetando com diferentes intensidades os 
resultados encontrados. Alguns casos que não podem ser ignorados por afetarem a análise do 
Ponto de Equilíbrio são: 
 
1º Comportamento dos custos e despesas fixos 
 
As contas que assim são classificadas podem ser consideradas fixas até certo limite de produção e 
vendas. Quando uma empresa resolve incrementar a produção ou vendas, pode ter a necessidade 
de contratação de mão-de-obra indireta adicional, ou aquisição de novas máquinas e 
equipamentos, incorrendo em valor adicional de depreciação, ou então ampliar a fábrica ou optar 
por aluguel de um novo galpão etc. 
 
2º Comportamento dos custos e despesas variáveis 
 
Consideramos que as contas que assim são consideradas oscilam conforme o volume de produção 
e vendas. Sendo isso possível, os custos e despesas unitários serão sempre iguais para qualquer 
volume de produção. No entanto, esse comportamento não se revela totalmente verdadeiro. Por 
exemplo, uma empresa que opera com capacidade ociosa, caso venha a acupá-la no todo ou parte 
dela, poderá contratar mais mão-de-obra direta ou então buscar meios de aumentar a 
produtividade da atual, ou mesmo optar por trabalhar em horas extras. No primeiro caso, teríamos 
reduzido o custo unitário e, no segundo caso, aumentado. Caso venha a contratar novos 
funcionários, estes passarão por um período de treinamento até que se atinja o nível de produçao 
da equipe anterior. 
Um outro comportamento dessas contas poderá ser resutante da seguinte situação: uma empresa 
que está iniciando suas atividades terá padrões de desempenho que tenderão a ser melhorados 
com o tempo, assim que a produção aumente. No início das atividades, os tempos de fabricação 
serão maiores, os desperdícios estarão acima do ideal e assim por diante. À medida que a 
produção aumenta, estes índices melhoram, o que permite a redução dos custos unitários. 
 
3º Comportamento do preço de venda 
 
Quando são desenvolvidos novos produtos, podem ocorrer preços de lançamentos mais altos, que 
serão reduzidos gradativamente conforme aumenta sua oferta no mercado ou, então, para 
conseguir um aumento no volume de vendas, a empresa pode ser obrigada a rever sua política de 
preços, sendo necessário efetuar reduções para se atingir o objetivo. 
 
Além dessas, outras situações poderiam ser objetos de reflexão, como, por exemplo, se considerar 
a mão-de-obra direta como custo variável e não como custos fixos, pois havendo ou não 
produção, esse custo existirá de qualquer maneira; a própria forma de classificar em fixos e 
variáveis pode resultar em divergências, pois em alguns casos é difícil a segregação da parcela 
fixa da variável de um custo semivariável; despesas que ocorrem em um período e o retorno em 
outro, como, por exemplo, dispêndios com propagandas e promoções, pesquisas e 
desenvolvimento de novos produtos, cujos efeitos serão sentidos em períodos seguintes; falta de 
sincronismo entre receitas e despesas etc. 
 
 Receita 
 Custos e 
 87 
Após tais considerações, podemos imaginar uma nova representação gráfica de custos e receitas e, 
conseqüentemente, do Ponto do Equilíbrio: 
 
13.6- MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 
 
A Margem de Segurança Operacional (MSO) corresponde à quantidade de produtos ou valor de 
receita em que se opera acima da Ponto de Equilíbrio. 
 Pode ser representada pela seguinte equação: 
 
 MSO = Volume de Unidades Vendidas ( - ) Quantidade no Ponto de Equilíbrio 
 
Quanto maior for a MSO, maior a capacidade de geração de lucro e também, maior a segurança 
de que a empresa não incorrerá em prejuízos. 
Exemplo: 
 Quantidade vendida: 10 unidades por mês 
 Custos e despesas variáveis: $ 2.000,00 por unidade 
 Custos e despesas fixos: 12.000,00 por mês 
 Preço de venda: 4.000,00 por unidade 
 
 PE(Q) => $ 12.000,00 => 6 unidades 
 $ 4.000,00 ( - ) $ 2.000,00 
 
 MSO = 10 u ( - ) 6 u 
 
 MSO = 4 unidades 
 
Nesse caso as vendas poderão ser reduzidas em até 4 unidades ou 40%, que a empresa não entrará 
na área de prejuízo. 
Em uma situação em que o Ponto de Equilíbrio fique muito próximo das vendas totais, temos uma 
Margem de Segurança muito frágil, pois qualquer redução de atividades coloca a empresa em 
situação de lucro nulo ou em área de prejuízo. 
 
 
13.7 ALAVANCAGEM
OPERACIONAL 
 
Para ajudar a descrever o que é Alavancagem Operacional, vamos recorrer a um Demonstrativo 
de Resultados: 
 
 Receita de Vendas 
 ( - ) (Custos + Despesas) Variáveis 
 ( = ) Margem de contribuição 
 ( - ) (Custos + Despesas) Fixos 
 ( = ) Lucro Operacional 
 
Esse lucro é chamado de Lucro Operacional, pois resulta das atividades normais de produçao e 
vendas de uma empresa, não sendo afetado por outras receitas e despesas que venham a ocorrer. 
O que aconteceria com o Lucro Operacional caso as vendas passassem, por exemplo, de 200 
unidades para 220 unidades, admitindo-se que a estrutura da empresa (geradora de custos e 
despesas fixos) suportasse tal aumento?A resposta é que o lucro cresceria mais que 
proporcionalmente ao aumento dos custos e despesas, neste caso, custos e despesas variáveis, já 
 88 
que os fixos não se modificariam. Uma redução das vendas também causaria o mesmo impacto, 
só que em sentido contrário. E é exatamente isso a Alavancagem Operacional. 
Exemplo: 
Vamos supor uma empresa que esteja produzindo e vendendo 200 unidades mensais do produto X 
com os dados a seguir: 
 Preço de Venda = $ 2.700,00 por unidade 
 Custos e Despesas Variáveis = 1.700,00 por unidade 
 Custos e Despesas Fixos = 150.000,00 por mês 
Simulando uma mudança na quantidade de 20 unidades para mais e para menos, teríamos os 
seguintes resultados: 
 
 180 unidades 200 unidades 220 unidades 
Receita $ 486.000,00 $ 540.000,00 $ 594.000,00 
( - ) Custos e Despesas Variáveis 306.000,00 340.000,00 374.000,00 
( = ) Margem de Contribuição 180.000,00 200.000,00 220.000,00 
( - ) Custos e Despesa Fixos 150.000,00 150.000,00 150.000,00 
( = ) Lucro Operacional 30.000,00 50.000,00 70.000,00 
Variação Percentual da Quantidade ou Receita ( - ) 10% ( + ) 10% 
Variação Percentual do Lucro ( - ) 40% ( + ) 40% 
 
 Veja que um aumento ou redução de 10% nas vendas provoca uma variação de 40% no lucro 
operacional. Essa diferença é causada pela presença dos custos e despesas fixos. 
 
 
13.7.1- Grau de Alavancagem Operacional 
 
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida dos efeitos provocados nos lucros pelas 
alterações ocorridas nas vendas. 
 A fórmula de cálculo do Grau de Alavancagem Operqcional é: 
 
 GAO = Variação Percentual no Lucro Operacional 
 Variação Percentual nas Vendas 
 
 No exempo, ao passar de 200 unidades para 220 unidades, temos: 
 
 GAO => 40% => 4 
 10% 
 
O Grau de Alavancagem Operacional é 4, ou seja, o Lucro Operacional cresceu 4 vezes mais que 
o aumento na quantidade ou receita. O mesmo ocorre quando as vendas caem de 200 unidades 
para 180 unidades.

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