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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 122 são 00:00, 06:00, 12:00 e 18:00 TMG. É precisamente o caráter de simultaneidade das obser- vações que exige a adoção do Tempo Médio de Greenwich (Capítulo I) para a coleta dos da- dos destinados à previsão do tempo. Estudos de outra natureza, porém, podem exigir dados coletados de conformidade com a hora solar local. As investigações agrometeorológicas cons- tituem um bom exemplo disso, já que as plantas estão fisiologicamente condicionadas ao mo- vimento aparente diário do Sol. O mesmo se verifica nas investigações inseridas no âmbito da Climatologia. A análise da evolução do estado prevalecente do tempo pode ser feita de duas manei- ras: numérica e graficamente. No caso da análise numérica, os dados sinóticos disponíveis são eletronicamente pro- cessados, utilizando-se programas de computação capazes de encontrar soluções numéricas para o complexo sistema de equações de prognóstico, que descreve a evolução temporal do comportamento físico da atmosfera. Muitas vezes isso requer o processamento conjunto dos dados coletados em todo o planeta, o que exige o uso de computadores de grande capacidade de memória e extremamente rápidos. No caso da análise gráfica, as observações sinóticas são plotadas sobre mapas geo- gráficos, do país, ou da região. A expressão "carta de superfície" é corriqueiramente usada em Meteorologia para designar a representação gráfica de todas as observações sinóticas (tempe- ratura, umidade, vento, nuvens etc.) realizadas à superfície (obtidas, portanto, em referenciais locais). A única exceção é a pressão, cujos valores referem-se ao nível médio do mar (foram previamente corrigidos do efeito de altitude). Muitas vezes torna-se necessário caracterizar o estado em que a atmosfera se apre- senta com mais freqüência, utilizando-se cartas de superfície que traduzem os valores médios, ou os mais prováveis, da pressão, temperatura, umidade etc., obtidos a partir de séries de ob- servações com 10, 20, 30 ou mais anos de registro. Essas são cartas climatológicas, elabora- das com vistas a identificar as condições atmosféricas prevalecentes em uma região. Pode ser interessante, ainda, conhecer os desvios (anomalias) que uma situação particular apresenta em relação às condições normalmente esperadas. 7.2 - Isóbaras e superfícies isobáricas. A partir dos valores de pressão atmosférica plotados em uma carta geográfica, podem ser traçadas linhas que unam pontos de mesmo valor da pressão. Tais linhas são chamadas isóbaras (Fig III.13) A Fig. III.14 mostra as isóbaras médias para a Região Tropical, correspondentes à pres- são ao nível médio do mar nos meses de janeiro e julho. A Fig. III.15 representa uma configu- ração típica do campo da pressão ao nível médio do mar na América do Sul. Em ambas a pressão está em hPa. As isóbaras caracterizam a distribuição espacial da pressão (Fig. III.14), a qual fornece informações preciosas aos meteorologistas. Sabe-se através da observação sistemática e comprova-se por via teórica que, a determinadas configurações do campo da pressão à su- perfície, estão associadas condições de tempo bem caracterizadas. Assim, é possível fazer