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CCJ0009-WL-AMMA-14-Produção da narrativa simples e valorada [Modo de Compati

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Enviado por Waldeck Lemos de Arruda Junior em

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1
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica
Professor Nelson Tavares
AULA 14
O hospital foi negligente porque utilizou água
contaminada no tratamento de hemodiálise de paciente
renais, e também não comunicou o fato à Secretaria de
Saúde. Além disso, mesmo após ter conhecimento do alto
índice de contaminação por bactérias, continuou a utilizá-la,
colocando, pois, em perigo iminente a vida dos pacientes.
2
ARGUMENTO 
PRÓ-TESE
Tese + porque (fato 1) + e também (fato 2) 
+ além disso (fato 3)
AULA 14
Nos autos, os crimes de natureza sexual foram provados
quanto à materialidade e à autoria. Benevolente foi o digno
representante do Ministério Público, que não acrescentou ao
elenco de ilícitos mais o de rapto violento, art. 219 do CP, pois
o acusado, já tendo exteriorizado o seu desiderato sexual,
rechaçou a mãe fugindo com a filha em seu automóvel, contra
a vontade dessa, a fim de submetê-la a seus prazeres carnais.
Em termos de apenação mínima, haveria de ser condenado
pelo estupro – 4 anos de reclusão, e pelo atentado violento ao
pudor, 3 anos, totalizando 7 anos de reclusão, segundo
disposição do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº
8.069 de 13.07.1990. 3
ARGUMENTO 
DE 
AUTORIDADE
Recorre à lei, à doutrina e à opinião 
fundamentada de especialistas. A 
jurisprudência gera controvérsias
AULA 14
Não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem que
garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode,
sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos
cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. 4
ARGUMENTO 
DE 
OPOSIÇÃO
Embora (fato -), tese, porque (fato +)
(Fato -), mas (fato +). Portanto (tese)
Embora não exista lei que obrigue alguém a ser pai, nem
que garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode,
sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos
cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva.
AULA 14
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Produza a fundamentação 
simples para o caso concreto. O 
texto deverá conter Intróito, 
argumentos pró-tese, de 
autoridade, de oposição e 
conclusão.
AULA 14
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QUESTÃO
Com base nas informações sobre os casos que seguem,
redija um relatório (ou fundamentação simples) para cada
caso concreto.
Caso concreto 1
Onde: Rodovia Presidente Dutra, na altura do Município de
Nova Iguaçu.
Quem ativo: Josias Albuquerque Rodrigues, 38 anos,
casado, camelô.
Quem passivo: Márcia Cristine de Albuquerque Rodrigues,
32 anos, casada, auxiliar de escritório.
Quando: mais ou menos às 8h do dia 09/11/2008
Fato: cárcere privado, ameaça e lesões corporais
AULA 14
7
Como (numere a ordem cronológica):
( 2 ) Mais ou menos às 2h da manhã, em 09/09/2006, Josias chega à
casa de Márcia, como quem não quer nada e agride a mulher na frente
das crianças. Ela vai à delegacia e ele passa a ameaçá-la, para “retirar
a queixa”, ainda que isso de nada adiante – Lei Maria da Penha.
( 3 ) Ele entra no ônibus e toca o terror; gente chorando, se jogando
no chão, mas o motorista que não é bobo sai correndo.
( 7 ) Por fim, os agentes do Bope vencem Josias pelo cansaço e ele
se entrega.
( 4 ) A nossa eficiente polícia chega na hora H, mas o doido pára um
ônibus na via Dutra e entra com a Márcia – o revólver tá na cabeça
dela.
( 5 ) Essa maluquice dura 10 horas e pára o trânsito na Via Dutra; as
redes de televisão colocam essa novela no ar.
( 1 ) Márcia não suporta mais as crises de ciúmes de Josias e se
separa dele, em agosto de 2006. Foram 10 anos de suplício com
aquele neurótico. O doido, maluco com a separação, começa a
azucrinar a vida da mulher e de seus 3 filhos. Ele tá com a idéia fixa
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de que é corno.
( 6 ) Durante as 10h que ele passa no ônibus, não pára de
agredir a mulher, puxa o cabelo dela e a xinga muito. Consumiu
grande quantidade de entorpecente.
Consequência: Josias é levado para o 352º DP acusado de
porte ilegal de arma, ameaça, cárcere privado e lesões
corporais.
Depoimentos:
1) Gilson Luís Mota Reis, 43 anos, vizinho:
– Cansei de separar briga dos dois, ela apanhava quase todo
dia. Eu tinha pena era das crianças.
2) Jorge Bertrand Rodrigues, passageiro do 499:
– Assim que entrou no ônibus ele disse que não ia maltratar
ninguém; o negócio dele era com a mulher. Pô, mas ficou todo
mundo com medo, geral começou a correr pra traseira do
ônibus. AULA 14
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Sugestão de cronologia para os fatos listados:
(2), (3), (7), (4), (5), (1), (6)
Organizados pela cronologia, mas ainda carentes das 
adaptações necessárias à narrativa, eis a sequência:
Márcia Cristine de Albuquerque Rodrigues, 32 anos,
auxiliar de escritório, não suporta mais as crises de ciúmes
de Josias Albuquerque Rodrigues, 38 anos, camelô, com
quem é casada, e se separa dele, em agosto de 2006. Foram
10 anos de suplício com aquele neurótico. O doido, maluco
com a separação, começa a azucrinar a vida da mulher e de
seus 3 filhos. Ele tá com a idéia fixa de que é corno.
Gilson Luís Mota Reis, 43 anos, vizinho do casal, afirma que
cansou de separar briga dos dois; garante que Márcia
apanhava quase todo dia e lembra que tinha muita pena das
crianças. AULA 14
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Mais ou menos às 2h da manhã, em 09/09/2006, Josias
chega à casa de Márcia, como quem não quer nada e agride a
mulher na frente das crianças. Ela vai à delegacia e ele passa
a ameaçá-la, para “retirar a queixa”, ainda que isso de nada
adiante – Lei Maria da Penha.
Ele entra em um ônibus, por volta das 8h do dia 09 de
setembro de 2008 na Rodovia Presidente Dutra, altura do
Município de Nova Iguaçu, e toca o terror; gente chorando, se
jogando no chão, mas o motorista que não é bobo sai
correndo.
A nossa eficiente polícia chega na hora H, mas o doido
pára um ônibus na via Dutra e entra com a Márcia – o revólver
tá na cabeça dela.
AULA 14
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Essa maluquice dura 10 horas e pára o trânsito na Via
Dutra; as redes de televisão colocam essa novela no ar. Jorge
Bertrand Rodrigues, passageiro ônibus, diz que assim que o
agressor entrou no coletivo falou que não ia maltratar
ninguém; o negócio dele era com a mulher. Pô, mas ficou todo
mundo com medo. Geral começou a correr pra traseira do
ônibus.
Durante as 10h que ele passa no ônibus, cometeu os
crimes de cárcere privado, ameaça e lesões corporais, pois
não parou de agredir a mulher, puxar seu cabelo e xingar
muito. Consumiu grande quantidade de entorpecente.
Por fim, os agentes do Bope vencem Josias pelo
cansaço e ele se entrega. Foi levado para o 352º DP acusado
de porte ilegal de arma, ameaça, cárcere privado e lesões
corporais.
AULA 14
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Caso concreto 2
André Ramalho de Lima está, há dois meses, preso, acusado de
matar o enteado, no dia 16 de julho de 2007. André está sentindo
na pele os riscos da prisão preventiva: “cumpre pena” antes de
ser julgado e pode estar pagando por um crime que não cometeu.
O Defensor Público Walter Corrêa afirma que André é vítima de
denúncia inepta do Ministério Público. Garante ainda que ele foi
prejudicado por investigação mal feita e por falhas da perícia
técnica. Acusado de ter matado o filho de sua companheira, de
dois anos, foi preso e sofreu maus-tratos na prisão. É réu
primário, tem carteira assinada e residência fixa, mas para ele
não valeu a presunção de inocência.
Consta da denúncia que André matou o garoto porque era inimigo
do pai biológico da criança. Nenhuma testemunha confirmou a
versão. Muito pelo contrário: o pai biológico era um dos melhores
amigos de André. AULA 14
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A criança tinha problemas sérios de saúde (anemia
profunda e crises convulsivas) e, de acordo com a mãe, passava
mais tempo no hospital do que em casa. Por causa da anemia,
era obrigada a tomar injeções para complementar a
alimentação. Algumas causavam alergia, caracterizada por
manchas pelo corpo.
No dia da morte, a criança, que tinha acabado de sair de
uma internação, começou a passar mal. O padrasto,
num ato de
desespero, fez massagens cardíacas no bebê e respiração
boca-a-boca.
Para o MP, a intenção de André, ao fazer a respiração
boca-a-boca, era impedir que a criança de dois anos o
apontasse como autor do homicídio. Na necropsia, o médico
legal concluiu que as manchas espalhadas pelo corpo do bebê
eram marcas de espancamento.
AULA 14
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No depoimento, André disse que foi ameaçado pelos
policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP) para confessar o crime.
O Defensor apontou a arbitrariedade da prisão de André,
alegando a presunção de inocência, que deve incidir mesmo
quando o réu confessa o crime, porque não se sabe em quais
condições o acusado o fez e que o Supremo Tribunal Federal
tem entendimento firmado de que só cabe prisão quando a
sentença condenatória já transitou em julgado, ou seja, quando
não restarem mais dúvidas de que o réu é culpado pelo crime[1].
André estuda entrar com ação de indenização por danos
morais e materiais pelo tempo em que ele ficou preso.
[1] Existem opiniões divergentes sobre essa questão. Sugerimos que leia algo
sobre os requisitos da prisão preventiva. AULA 14

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