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157 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 Utilizando as equações de estado do ar seco e do vapor d'água na mistura ar úmido (IV.4.1 e IV.4.2), obtém-se: ρ* = e MV / RT + (p – e) Ma / RT. Logo: * = (pMa / RT)(1 – e/p + 0,622 e/p) (IV.9.2) ou, ρ* = (pMa / RT) (1 – 0,378 e/p). (IV.9.3) Observe-se que o primeiro fator ( pMa / RT ) representa a massa específica do ar seco puro (ρA). Em outras palavras: se apenas ar seco, nas mesmas condições de pressão (p) e temperatura (T) do ar úmido, ocupasse o mesmo volume (V), teria uma massa específica ρA. Então, substituindo: ρ* = ρ A (1 – 0,378 e/p). Percebe-se que, sendo p >> e, o fator (1 – 0,378 e/p) é menor que a unidade, compro- vando que a massa específica do ar úmido é menor que a do ar seco, nas mesmas condições de temperatura e pressão. Esse fato decorre simplesmente de ser MV < Ma. Por outro lado, Peixoto (1954) adverte que, sendo 0,378e/p um número muito pequeno (pois e << p), a dife- rença entre ρ* e ρA não pode ser grande, mesmo quando se toma em consideração o ar satu- rado. A conclusão anterior representa uma grande vantagem prática. Para averiguá-la, é ne- cessário usar a equação IV.6.3 e substituir o quociente e/p da expressão IV.9.2 em função da razão de mistura (r). Efetuando, resulta, sem nenhuma simplificação : ρ* = (pMa / RT)[ (1 + r) / (1 + r/0,622) ]. (IV.9.4) Fisicamente, o fator [(1 + r) / (1 + r/0,622)] representa uma correção que deve ser apli- cada à massa específica do ar seco puro ( pMa / RT ) para que se torne igual à do ar úmido, submetido à mesma pressão (p) e temperatura (T, K). Convencionou-se que essa correção seria incorporada à temperatura T (Iribarne e Godson, 1973), definindo-se uma nova variável (TV) assim: 1/TV = ( 1/T ) [ (1 + r) / (1+ r/0,622) ] ou TV = T [ (1 + r/0,622) / (1 + r) ] (IV.9.5) onde r deve ser expresso em gramas de vapor por grama de ar seco e T em graus absolutos. Aqui TV (K) designa a temperatura virtual, ou seja: a temperatura a que deve ser submetida