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TEORIA GERAL DO ESTADO Caderno de: Julia Freitas e Júlia Gama Baldivieso CONCEITO: ciência que investiga princípios fundamentais da sociedade política, denominada Estado, sua origem, estrutura e evolução. FONTES: estudos dos povos e raças antigas, dados da história e instituições políticas passadas e vigentes. “Os mais antigos documentos que esclarecem o estudo da matéria são o ‘Código de Hamurabi’, Rei da Babilônia (2.300 a. C.), as leis de Manu da Índia (XII século), o ‘Código da China’ (XI século), as leis de Zaleuco, Charondas e Sólon (VII século). As leis de Gortina (V século) e as ‘Leis das XII Tábuas’ (541 a. C.)”. SOCIEDADE CONCEITO – coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar um objetivo comum. ORIGEM DA SOCIEDADE – sociedade natural: fruto da própria natureza humana, consequência de um ato de escolha. ELEMENTOS DA SOCIEDADE POLITICA 1. Finalidade Social: é um ato de escolha, um conjunto de ações que se propõe a um determinado fim. a. No estudo da finalidade social existem duas correntes: b. Deterministas (Naturalistas): não é possível se escolher uma finalidade e que esta ocorre naturalmente; acreditam que fatores econômicos ou mesmo geográficos pré-‐determinam a finalidade social, não podendo o homem influenciá-‐la. c. Finalistas (Contratualistas): é possível ser estabelecido um fim social; há uma finalidade social livremente escolhida pelo homem. 2. Manifestação de Conjunto Ordenado: atuação de todos voltada para objetivos comuns exige requisitos: reiteração, ordem, adequação. 3. Ordem: colocação inteligente de todos de modo que cada um cumpra sua função no todo. a. Mundo Físico: ordem de natureza: princípio/casualidade. Se A (condição) é – B (consequência) é. b. Mundo Ético: ordem humana: princípio da imputação. Se A (condição) é – B (consequência) deve ser. TEORIAS DA ORIGEM DA SOCIEDADE I -‐ TEORIA DA SOCIEDADE NATURAL Aristóteles, Cícero, Santo Tomás de Aquino e Oreste Ranelletti Idade Antiga: • Aristóteles: “o homem é naturalmente um animal político” – só o indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que isso fosse constrangido. Em sua obra “a Política” escrevia sobre o Estado, começando pela organização política de Atenas e Esparta, os órgãos de governo dessas cidades, chegando a uma classificação de todas as formas de governos então existentes, podendo ser considerado o fundador da ciência do Estado. • Cícero: “a primeira causa da agregação de uns homens a outros é menos a sua debilidade do que certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum”. Idade Média: período dominado pela Igreja e pelos senhores feudais. As ideologias dessa época sobre o bem comum são influenciadas por esse domínio. • Santo Agostinho: “A Cidade de Deus” “O contexto imediato desta obra é o da invasão de Roma em 410. Todo o orbe conhecido foi abalado pela queda de Roma, e todos culparam o cristianismo por esta ocorrência. A segunda parte da obra Agostinho desenvolve a sua chamada teoria das duas cidades. Nela trata tanto da origem e desenvolvimento das duas cidades, a cidade temporal e a cidade espiritual. Estas duas cidades se distinguem pela doutrina.” (Sávio Laet de Barros Campos) “O povo é o conjunto de seres racionais associados pela concorde comunidade de objetos amados” (Santo Agostinho – “A Cidade de Deus”) • São Tomás de Aquino: “vida solitária é exceção, que pode ser enquadrada numa de três hipóteses: excellentia naturae (indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria divindade), corruptio naturae (anomalia mental), mala fortuna (quando só por acidente, como no caso de naufrágio ou de alguém que se perdesse numa floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento)”. • Santo Agostinho mostra que é fundamental que o indivíduo tenha como critério de justiça fazer o bem a si e também ao próximo, pois só desta forma conseguiria o indivíduo trazer à tona a sua Cidade de Deus. São Tomás de Aquino, por sua vez, pressupunha a presença constante do indivíduo na Igreja para a garantia não apenas de sua salvação, mas também para o bem viver em coletividade. Idade Moderna: • Oreste Ranelletti: “o homem é induzido fundamentalmente por uma necessidade natural, porque o associar-‐se com os outros seres humanos é, para ele, condição essencial de vida” (...) “só na convivência e com a cooperação dos semelhantes, o homem pode beneficiar-‐se das energias dos conhecimentos, da produção e da experiência dos outros, acumuladas através de gerações, obtendo assim os meios necessários para que possa atingir os fins de sua experiência, desenvolvendo todo o seu potencial de aperfeiçoamento, no campo intelectual, moral ou técnico”. II -‐ TEORIA CONTRATUALISTA Platão, Thomas Moore, Tommaso Campanella, Hobbes, Montesquieu e Rousseau Organizam-‐se com mútua transferência de direitos. A sociedade é o produto de um acordo de vontades – um contrato que é cumprido devido ao medo do castigo imposto pelas normas. O povo, como uma unidade, é a fonte de direito e de poder. • Platão: “A República”. Enquanto Aristóteles estudou o Estado real, Platão descreveu o Estado ideal, de acordo com sua concepção do homem e do mundo. • T. Hobbes: “O Leviatã” – propõe o contratualismo. “Estado de natureza”: homem vil, egoísta, inclinado a agressão, solitário. Leis fundamentais de Hobbes para que o homem deixe o “estado de natureza” e passe ao “estado social”: o Cada Homem deve esforçar-‐se pela paz, enquanto tiver esperança de alcançá-‐la; e quando não puder obtê-‐la, deve buscar e utilizar todas as ajudas e vantagens da guerra; o Cada um deve consentir, se os demais também concordam, e enquanto se considere necessário para a paz e a defesa de si mesmo, em renunciar ao seu direito a todas as coisas, e a satisfazer-‐se, em relação aos demais homens, com a mesma liberdade que lhe for concedida com o respeito a si próprio. Exemplo: pena de morte nos EUA. • Montesquieu: “Do Espírito das Leis” “O homem em estado de natureza era frágil e se sentia inferior, por isso não poderia sentir-‐se igual a outro”. Acreditava na bondade humana no “estado de natureza”. Leis Fundamentais de Montesquieu: o Desejo de paz; o Sentimento das necessidades, experimentado principalmente na procura de alimentos; o A atração natural entre os sexos opostos, pelo encanto que inspiram um ao outro e pela necessidade recíproca; o O desejo de viver em sociedade, resultante da consciência que os homens têm da sua condição e do seu estado. • Rousseau: “O Contrato Social” – defende a formação da sociedade por meio de um contrato. ESTADO CONCEITO DE ESTADO – sociedade política dotada de certas características; uma grande comunhão de famílias; organizando as relações das pessoas/elementos instituídos do Estado. ELEMENTOS DO ESTADO 1) Povo (está inserido no meio jurídico do Estado) 2) Território (base física onde o Estado exerce sua soberania) a) Solo b) Subsolo c) Mar territorial d) Espaço aéreo e) Território ficto a. Embaixadas (deixam de ser solo do Estado em que se localizam) b. Belonaves (qualquer veículo de transporte de guerra) 3) Ordenamento jurídico (conjunto de regras que definem direitos e deveres no Estado) A Constituição é a base do ordenamento jurídico, é o que organiza o Estado. Não é meramente uma lei, e sim o motor do Estado. 4) DALLALI: Finalidade 5) DALLALI: Soberania ORIGEM DO ESTADO 1. O Estado, assim como a sociedade, sempre existiu – desde que vive na terra, o homem está integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento social de todo o grupo; 2. A sociedade existiu sem o Estado durante um certo período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para atender às necessidades dos grupos sociais; 3. Admite-‐se como Estado a sociedade política dotada de certas características bem definidas. FORMAÇÃO DO ESTADO 1. Formação Natural: o Estado se formou naturalmente. 2. Formação Contratual: acordo de vontades de alguns homens ou de todos que levou à criação do Estado. CAUSAS DO APARECIMENTO DO ESTADO: 1. FAMILIAL OU PATRIARCAL: cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado; 2. ATOS DE FORÇA: violência ou conquista; a superioridade de força de um grupo social permitiu-‐lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados; 3. ECONÔMICAS OU PATRIMONIAIS: o acúmulo de riquezas individuais deteriorou a convivência harmônica, surgindo assim a necessidade do reconhecimento de novas formas de aquisição da propriedade, que se desenvolviam umas sobre as outras, num acúmulo acelerado de riquezas que dividia a sociedade em classes, sendo a classe possuidora exploradora da não-‐possuidora, dominando-‐a, nascendo a instituição Estado; 4. DESENVOLVIMENTO INTERNO DA SOCIEDADE: é o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que deu origem ao Estado. EVOLUÇÃO DO ESTADO 1) Estado Oriental, Antigo ou Teocrático (Antigas civilizações no Oriente ou do Mediterrâneo) – CARACTERÍSTICAS: família e religião família -‐ religião -‐ Estado -‐ organização econômica Formavam um conjunto confuso, não se distinguindo o pensamento político da religião, da moral, da filosofia ou outras doutrinas econômicas. O Estado como uma unidade geral, sem divisão interior, territorial ou de funções. A religiosidade denomina este Estado de Teocrático, onde a autoridade dos governantes e as normas de comportamento individuais e coletivos são a expressão da vontade de um poder divino. Em alguns casos o governante é considerado representante do poder divino e, noutros, o poder do governante é limitado pela vontade divina. 2) Estado Grego: cidade-‐Estado, a polis; ideal: auto-‐suficiência, autarquia. Uma elite compõe a classe política, com participação nas decisões de caráter público do Estado. 3) Estado Romano – CARACTERÍSTICAS: família e povo. Família como base da organização, dando-‐se aos descendentes dos fundadores do Estado privilégios especiais. O povo participava diretamente do governo. Com o Império, Roma integrou os povos conquistados, mantendo um sólido núcleo de poder político para assegurar a unidade e ascendência da Cidade de Roma. Com o Edito de Milão, a noção de superioridade dos romanos desapareceu em face do cristianismo. 4) Estado Medieval – CARACTERÍSTICAS: cristianismo, invasões bárbaras e feudalismo O Cristianismo é a base da aspiração à universalidade, superando a ideia de que os homens valiam diferentemente, de acordo com a origem de cada um, sendo todos iguais, inclusive os ainda não convertidos. O alvo era que todos fossem cristãos e adotassem mesma norma de comportamento público e particular. A invasão dos bárbaros estimularam as regiões invadidas a se afirmarem como unidades políticas independentes, originando vários Estados, mantendo relações econômicas com os bárbaros, caracterizando o Estado Medieval numa ordem precária com indefinições das fronteiras políticas. Com o feudalismo valorizou-‐se a posse da terra, onde ricos e pobres tiravam a subsistência, desenvolvendo um sistema administrativo e uma organização militar ligados à situação patrimonial. Pela vassalagem os proprietários menos poderosos colocavam-‐se a serviço do senhor feudal, obrigando-‐se a dar-‐lhe apoio nas guerras e contribuir financeiramente em troca de proteção. 5) Estado Moderno – CARACTERÍSTICAS: soberania, territorialidade e povo. O Estado Moderno se originou da necessidade de unidade, a busca de um único governo soberano dentro do território delimitado. ESTADO E NAÇÃO ESTADO: 1) Sociedade politicamente organizada (precisa haver ordem). 2) Forma-‐se por atos de vontade (o ordenamento jurídico só surge através da vontade do povo). 3) Agrupa humanos em torno de um objetivo (jurídicos -‐> tentam ter o melhor Estado). 4) Ocorrência de manifestação jurídica (o Estado não funciona sem DEVER e DIREITO). 5) Poder social (estabelecimento de quem manda, por que manda e direciona os deveres e direitos de sua função). NAÇÃO (ícone emocional surgido com a burguesia -‐> leva à organização ideológica e política): 1) Comunidade (não há vínculo, nem barreiras territoriais. NÃO É POVO). 2) Pré existente (não é possível determinar data, pois é emocional/o reconhecimento dela só ocorre depois que ela já existe). 3) Não há objetivo (pretende apenas preservar-‐se). 4) Não existe organização jurídica (não há DEVER e DIREITO, depende das escolhas fazer parte da nação). 5) Focos de influência (tem limitações, não tem direitos nem deveres, há influência, aconselhamento). FORMAS DE GOVERNO: ARISTÓTELES: alguns nascem com vocação de liderar, outros não (cada um tem seu papel na sociedade) • -‐ Formas puras: o Monarquia: através de uma pessoa. o Aristocracia: através de um grupo de pessoas. o Democracia: através do povo. Para Aristóteles, a forma pura sempre se torna impura devido a insatisfações e gostos próprios. • -‐ Formas impuras: o Tirania: monarca impuro, não consegue exercer seu poder de modo legítimo. o Oligarquia: ex-‐aristocracia, que agora se impurificou. o Demagogia: exerce o poder democrático de maneira impura. MAQUIAVEL: acredita que o modelo de Aristóteles não acompanha a sociedade. • Ciclo de Poder: o Marco zero: ausência de poder (não dura). o Tomada de poder (através da força). o Para manter-‐se, precisa conciliar inteligência à força. o Mas esse poder conciliado significa a CENTRALIZAÇÃO do poder, o que tende a não ser muito bom. o O poder passa a ser dividido entre um grupo de pessoas -‐> COLETIVIZAÇÃO do poder. o Com o tempo, esse coletivo passa a impor apenas seus interesses, em degradação da sociedade. o Passam a acreditar que só a própria sociedade é capaz de atender realmente suas necessidades. CRIAÇÃO DE INSTITUTOS que REPRESENTAM os poderes. -‐ As pessoas que estão representando passam a governar para interesse próprio, o que leva a sociedade a desacreditar em qualquer forma de governo. Formas de governo: indicam a direção que se exerce o poder do Estado. MONARQUIA: a perenidade auxilia a gestão (é capaz de ver os problemas, de conhecer a população, há um tempo melhor para trabalhar). o Investidura (3 modos): hereditariedade, cooptação (monarca escolhe seu sucessor) e eleição (ex: Vaticano). o Vitalicidade: o governo vai até sua morte. o Irresponsabilidade: o rei é soberano mesmo nas monarquias constitucionais. Ele não deve responsabilidade a ninguém, ele não age em nome de ninguém, deve obedecer à Constituição. Ø Pura: monarca é chefe de Estado e chefe de governo. Ø Parlamentar: monarca é chefe de Estado e o Parlamento é chefe de governo Ø Monarquia Absoluta: o poder está centrado nas mãos do rei e sujeito a suas arbitrariedades. Ø Monarquia de Estamentos (ou de Braços): o rei descentraliza certas funções que são delegadas a elementos da nobreza reunidos em Cortes, ou órgãos semelhantes que funcionam como desdobramentos do poder real. Ø Monarquia Constitucional: o rei só exerce função do Poder Executivo ao lado dos Poderes Legislativos e Judiciário, nos termos de uma Constituição escrita. Ø Monarquia Parlamentar: rei não exerce função de governo – o rei reina mas não governa REPÚBLICA: há a chance de tempos em tempos mudar, julgar o governante etc. Ø Eletividade: eleito para o cargo. Ø Temporariedade: o governante só pode ficar no poder por determinado tempo. Ø Responsabilidade: há a criação de um plano de governo que o governante é obrigado a seguir, deve responsabilidade à população. Ø Direta: a população exerce diretamente as funções do Estado Ø Presidencialista: presidente é chefe de governo e de Estado. Ø Parlamentarista: presidente é chefe de Estado e Parlamento é chefe de governo. KELSEN: Ø Governos Democráticos: participação do povo na formação e criação das normas de direito. Ø Governos Autocráticos: falta de participação popular. FUNÇÕES DO ESTADO: o Estado tem papeis diferentes em momentos diferentes e ele se subdivide em atividades/funções distintas. • FUNÇÃO LEGISLATIVA: elaboração de regras de Direito gerais (1) e abstratas (2), segundo um processo constitucionalmente previsto (3) e que produz inovações na ordem jurídica (4). 1. Não pode ser específica para uma pessoa ou uma camada social. 2. A lei prevê uma ação e a regula, não é ato concreto. 3. A Constituição não é lei. A Constituição é uma norma reguladora, a lei só valerá se obedecer a Constituição. 4. Se uma lei não produzir inovação, ela é repetitiva; não tem validade. • FUNÇÃO JUDICIÁRIA: aplicação da lei (1) tendo em vista uma hipótese controvertida (2), mediante processo regular, produzindo afinal coisa julgada (3) que substitui definitivamente a vontade das partes. 1. Não é aplicada sem a função legislativa. 2. Aí que surge a função judiciária. 3. Decisão que não cabe mais recurso. Pacifica a discussão, passa para a decisão do Estado, não mais das partes. É o que mais caracteriza essa função. • FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: prática pelo Estado, como parte interessada numa relação jurídica, de até infralegais (1), destinadas a atuar praticamente as finalidades descritas em lei. 1. Qualquer ato praticado pela admnistração pública deve estar sempre suportado por uma lei. • FUNÇÃO POLÍTICA: prática de atos concretos que derivam diretamente da Constituição. Ex: Declaração de Estado de Guerra. TERRITÓRIO “Pátria” vem de pai CONCEITO: PEDRO CALMON: “base física, o âmbito geográfico da Nação, onde ocorre a validade de sua ordem jurídica”; CELSO BASTOS: “espaço no qual o Estado exerce sobre as pessoas que ali se encontram o seu poder”; DARCY AZAMBUJA: “base física, a porção do globo por ele ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos materiais”; KELSEN: “unidade territorial do Estado é uma unidade jurídica, não geográfica ou natural, porque o território do Estado, na verdade, nada mais é que a esfera territorial de validade da ordem jurídica chamada Estado”; DALLARI: a. TEORIA DA RELAÇÃO DE DOMINAÇÃO I. LABAND: Estado atua como proprietário do território; pode dispor dele com poder absoluto e exclusivo (direito real de natureza pública: exercido diretamente sobre o território, independente de estar ocupado ou não); II. BORDEAU: “impossível reconhecer um direito de propriedade, que seria incompatível com as propriedades particulares, tratando-‐se de um direito real institucional, exercido sobre o solo, diretamente, com conteúdo determinado pelo que exige o serviço da instituição”; b. TEORIA DA RELAÇÃO DE IMPÉRIO I. JELLINEK: “o direito do Estado sobre o território é um reflexo da dominação sobre as pessoas, por isso as invasões são consideradas ofensa à personalidade jurídica do Estado”; II. RANELLETI: “território é o espaço dentro do qual o Estado exerce seu poder de império sobre coisas e pessoas”; COMPOSIÇÃO DO ESTADO a. Solo – terra firme b. Subsolo – pertence à União c. Espaço aéreo – coluna de ar sobre a terra firme e o mar territorial d. Mar territorial POPULAÇÃO População é o elemento formador do Estado, uma vez que sem o grupo humano, o Estado não tem razão de existir. CONCEITO: “expressão que envolve um conceito aritmético, quantitativo, demográfico, pois designa a massa total dos indivíduos que vivem dentro das fronteiras e sob o império das leis de um determinado país”; NAÇÃO: não há vínculos jurídicos, apenas afinidades de costumes. POVO: sociedade política – existência de vínculos jurídicos, conjunto de cidadãos. Nação é a curva de solidariedade que une o “nós” definido pela participação comum no território definido pelo Estado. O Estado demarca uma nação frente a outra na comunidade internacional. JELLINEK: Constituições disciplinam o povo sobre dois aspectos 1. Subjetivo: cidadãos são sujeitos de direitos e deveres (obrigações jurídicas) – CF Art 1º e Art 14 2. Objetivo: o mesmo povo é objeto da atividade do Estado FINALIDADE FINALIDADE DO ESTADO: buscar o bem comum de certo povo, situado em um determinado território; 1. FINS OBJETIVOS: fins comuns a todos os Estados a. Fins universais objetivos: fins comuns de todos os Estados de todos os tempos b. Fins particulares objetivos: cada Estado tem seus fins particulares, que resultam das circunstâncias em que eles surgiram e se desenvolveram. 2. FINS SUBJETIVOS: encontro dos fins dos Estados com fins individuais a. Fins expansivos: ampliação dos fins do estado a ponto de anular indivíduo: i. Utilitários: “indicam como bem supremo o máximo desenvolvimento material, mesmo que isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e de outros valores fundamentais da pessoa humana. A ideia do Estado de bem-‐estar é uma das expressões dessa linha de pensamento, sustentando que a consecução de uma situação material bem favorável dará aos homens plena satisfação, desaparecendo todas as necessidades”; ii. Éticos: “preconizam a absoluta supremacia de fins éticos, sendo este o fundamento do Estado ético. O que ocorre é um exagerado moralismo, que fornece a base para a supremacia absoluta da vontade dos governantes, pois são estes que ditam as regras morais em nome do Estado”; b. Fins limitados: reduzir ao mínimo a atividade do estado c. Fins relativos: “leva em conta a necessidade de atitude dos indivíduos no seu relacionamento recíproco, bem como nas relações entre o Estado e os indivíduos”; SOBERANIA CONCEITO: SAHID MALUF: autoridade superior que não é limitada por nenhum outro poder. PINTO FERREIRA: “É a capacidade de impor a vontade própria, em última instância, para a realização do direito justo”. FONTE DO PODER: 1) Teoria da Soberania Absoluta do Rei a. Jean Bodin: “a soberania do rei é originária, ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro poder temporal ou espiritual”. 2) Teoria da Soberania Popular a. Precursores: Altuzio, Marsílio de Pádua, Francisco de Vitoria b. Deixa-‐se de reconhecer o poder soberano do rei e passou-‐se a reconhecer um poder maior, exercido pelo povo. 3) Teoria da Soberania Nacional a. A soberania é originária da Nação, no sentido estrito de população nacional. b. Diferencia-‐se da Teoria da Soberania, pois se restringe ao nacional ou nacionalizado. 4) Teoria da Soberania do Estado a. Jellinek: a soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado; a soberania é, portanto, uma qualidade do Estado. 5) Teoria Negativista da Soberania a. “A soberania é uma ideia abstrata -‐ não existe concretamente. O que existe é apenas a crença na soberania. Estado, Nação, Direito e Governo são uma só realidade.” 6) Teoria Realista ou Institucionalista a. A soberania é originária da Nação -‐ é um poder relativo, sujeito a limitações. 7) Teoria da Soberania Limitada 8) Teoria da Soberania Partilhada LIMITAÇÕES DA SOBERANIA: limitada pelos princípios de direito natural e pelos direitos dos grupos particulares que compõem o Estado. GOVERNO SISTEMAS DE GOVERNO: explica a prática da forma de governo. • CHEFIA DE ESTADO: representante moral do Estado; pratica atos abrangentes. • CHEFIA DE GOVERNO: gerenciamento das atividades internas. SISTEMAS: a. Monista: uma pessoa como chefe de Estado e de governo. b. Dualista: uma pessoa como chefe de Estado e outra como chefe de governo. Parlamentarismo: • Chefe de Estado: representar o Estado como um todo, vínculo moral do Estado e está acima das disputas políticas (observador/interventor). • Chefe de governo: conduzir interesses internos do Estado. • República: chefe de Estado é eleito (tempo de mandato maior, normalmente). • Monarquia: chefe de Estado é rei/rainha. • Parlamento: função legislativa e função administrativa (ligado ao 1º ministro)/sustenta o 1º Ministro com a maioria parlamentar. Forma de aquisição do cargo de 1º ministro: • Indicação pelo chefe de Estado – em seguida deve apresentar seu plano de governo; apresentar seu gabinete; aprovação do Parlamento. • Não há um mandato pré-‐estabelecido para o 1º ministro, mas o Parlamento tem (se a maioria mudar, o 1º ministro pode perder o cargo). • O povo elege os parlamentares, e por isso os cobram; que cobra o 1º ministro. ESTÃO TODOS LIGADOS. Saída do chefe de governo: • Renúncia: quando o 1º ministro vê que não tem maioria, ou se não está mais ligado à maioria/espera a subida de um novo 1º ministro. • Voto de confiança ou voto de desconfiança (aferição/moção): se muda a maioria, há votação para saber se o 1º ministro tem apoio (voto de confiança parte do 1º ministro ou de parlamentar que antes era da maioria/voto de desconfiança parte de quem não era da maioria antes). • Dissolução do gabinete: problema entre 1º ministro, parlamento e povo -‐> determinar novas eleições para compor o parlamento. Presidencialimo: • Surge nos EUA • Sistema monista: chefe de governo e chefe de Estado são um só. • Separação dos poderes: para que sejam independentes e regulados pelos outros poderes para que não haja sobreposição de nenhum. • Constituição federal: traz a limitação de cada poder. • Eletividade • “Presidente” – figura principal. Características: 1. Unipessoal: fixa as diretrizes a. Ministros auxiliam o presidente: livre-‐nomeação e demissibilidade. b. Iniciativa de propor leis: decreto-‐leis. c. Veto. 2. Eletividade: a. Direta: o próprio escolhe. b. Indireta: vota-‐se no Colégio Eleitoral, que escolherá o presidente (ex: EUA). 3. Temporiedade: mandato com tempo determinado. 4. Poder de veto: para evitar que o Legislativo determine TUDO o que pode e o que não pode 5. Pode ser puro: maioria na casa Legislativa. 6. Perda do cargo: baseado na Constituição federal. a. Morte b. Renúncia c. Fim do mandato d. “Impeachment” Vantagens: Ø Parlamentarismo: o O projeto político fica com o Parlamento (não fica nas mãos de um só). o Afastado das disputas políticas. o Só governa com maioria do Parlamento. Ø Presidencialismo: o Rapidez e dinamismo nas decisões. o Unidade de comando. o Eletividade direta.