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DPC0411 - Direito Processual Civil IV - Prof Yarshell

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Cadernos da Carol® 7º semestre 
 
 
Direito Processual Civil IV 
Prof Flávio Yarshell e Dr Flávio (Juiz) 
 
 
23/02/11 
Antecipação de tutela 
 
Os efeitos da sentença de mérito podem ser antecipados. O provimento condenatório é o 
mais compreensível em termos de antecipação; quanto aos provimentos constitutivos e 
declaratórios, a doutrina entende que não pode haver antecipação. 
 
Art. 273, CPC. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou 
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo 
prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: 
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório do réu. 
 
Raízes constitucionais que justificam e dão limite à antecipação de tutela: 
-art. 5º, XXXV: garantia da ação, da inafastablidade do controle jurisdicional 
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito; 
-art. 5º,LXXVIII : celeridade 
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Porém, não se pode usar a antecipação da tutela para resolver problemas de celeridade 
causados por outros fatores. A antecipação de tutela num processo moroso pode ser a 
negação do devido processo legal, pois réu pode ter um ônus indevido por muitos anos. 
 
Com a antecipação da tutela, o autor, que presumivelmente tem razão, já pode usufruir 
do bem da vida; quem sofre com a demora do processo, e portanto com a demora da 
tutela, é o autor. 
A duração razoável do processo acaba sendo atingida de forma indireta com a 
antecipação da tutela. 
Mas como saber quando o autor tem razão? Normalmente, para se descobrir isso, são 
necessárias provas, que demandam tempo. Como então antecipar a tutela? Prova 
inequívoca. 
 
Se o juiz defere a antecipação e produz os efeitos substanciais da sentença de forma 
irreversível, o processo legal não mais existirá (CF: ngm será privado de seus bens ou 
liberdade sem o devido processo legal). 
 
Distinção entre antecipação de tutela e tutela cautelar 
Ambas são tutelas de urgência, e são provisórias, não tendo uma cognição plena. 
 
Elas tem finalidades (produz efeitos X garante o processo) e requisitos diferentes (prova 
inequívoca X probabilidade): 
-tutela antecipada: produção de efeitos substanciais de forma antecipada. É necessário 
um grau maior de certeza para ser determinada (prova inequívoca) e o perigo do dano 
(periculum in mora). 
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-tutela cautelar: garantia da utilidade do processo; ao invés de produzir efeitos 
substanciais de forma antecipada, essa tutela não satisfaz. Ela é duplamente 
instrumental. Como requisito, basta o fumus bonus iuris (probabilidade, plausibilidade) 
e o periculum in mora. 
Ex: se eu afirmo ser credor de B, o juiz pode reconhecer que sou credor e impor a B o 
dever de pagar, se eu tiver desde logo uma prova relevante. Por outro lado, posso ainda 
não ter como demonstrar essa situação de credor, mas B está dilapidando seu 
patrimônio, então peço ao juiz que ele apreenda parte do patrimônio para, se vencedor 
no fim, eu possa satisfazer meu crédito. 
 
Como diferenciar prova inequívoca de probabilidade? Depende do caso concreto. 
Porém, o prof entende que o juiz deverá apreciar o pedido, mesmo que feito a título 
errado (ou seja, se o autor houver confundido tutela anteciada com cautelar) – 
fungibilidade (tomar um pelo outro). 
 
Obs: o novo código propõe uma disciplina unitária da tutela de urgência. 
 
 
02/03/11 
Teses sobre tutela antecipada: 
-Luis Guilherme Marinoni 
-Bedaque (tese de livre docência) 
 
 
Relembrando 
Para entender tutela, é necessário se entender a sentença e o mundo ao qual se dirige a 
eficácia da sentença (d. material). 
 
Há 3 requisitos e um limite para a concessão da tutela: 
-prova inequívoca, medida no caso concreto + risco de dano irreparável ou de difícil 
reparação (perigo da demora) – tutela de urgência 
-prova inequívoca + abuso de direito de defesa, ou seja, defesa infundada (hipótese de 
antecipação de tutela sem o perigo da demora) – tutela de evidência 
Obs.: nesse último caso, há julgamento antecipado da lide? O CPC não preve essa 
possibilidade no art. 330: 
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
I – quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não 
houver necessidade de produzir prova em audiência; 
II – quando ocorrer a revelia 
Para o professor, NÃO é antecipação do julgamento porque ainda não há certeza, e o 
réu não pode ser privado de produzir prova. 
 
-parte da demanda for incontroversa 
Ex.: autor pede dano material e moral, mas réu só contesta o dano moral. 
-limite: perigo de irreversibilidade. A doutrina dominante entende que esse óbice é 
superável. 
Obs.: o perigo de irreversibilidade pode ocorrer com a procedência ou improcedência da 
liminar. No caso de qualquer deles levar a uma situação irreversível, o juiz deve 
ponderar (ex: processo contra um carro alegórico alegando que há direito de imagem 
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não respeitado – se o juiz entender que o carro não desfilará, prejudica a escola, mas se 
entender que desfilará, prejudicará a imagem, só se resolvendo isso com indenização) 
Obs. 2: a doutrina distingue irreversibilidade jurídica e fática 
 
Art. 273, CPC. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou 
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo 
prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: 
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório do réu. 
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de 
irreversibilidade do provimento antecipado. 
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos 
pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. 
 
Dr. Juiz 
Em algumas situações não dá para se voltar atrás na situação jurídica anterior (ex: tutela 
antecipada no divórcio). 
 
Mudança no projeto do CPC no tocante a antecipação da tutela: 
Primeiramento, o projeto dilui a diferenciação entre tutela cautelar e antecipada. 
Relembrando: 
-tutela cautelar – medida de cunho garantidor, preventivo, com o escopo de garantir o 
resultado prático do processo 
-tutela antecipada – antecipa o resultado do processo, trazendo para um momento 
anterior ao normal 
Ex: plano de saúde negando uma cirurgia e pessoa pedidno antecipadamente o $ – tutela 
antecipada; credor descobre que o devedor está vendendo os bens e pede o arresto – 
tutela cautelar. 
 
Para se obter uma tutela cautelar, deve-se mover uma ação cautelar, autônoma, e isso já 
era previsto no CPC anterior. Porém, de início, não havia previsão da tutela antecipada 
como uma figura generalizada. Por conta disso, diante de uma situação na qual deveria 
ser usada uma antecipação de tutela, usava-se cautelares inominadas (que são tutela 
cautelar). Em 1994 finalmente se inseriu a tutela antecipada, separando-a da cautelar. 
Tanto a tutela antecipada qto as cautelares tem traços em comuns, e para complicar há 
muitas situações em que não é nítida a diferenciação (ex: separação de corpos na ação 
de divórico; pessoa que não deve nada mas está sendo executada, e quer uma tutela para 
que seu nome não seja inscrito no serasa). 
Por conta dessa confusão, alguns juizes passaram a negar pedios de tutela antecipada 
por entender que era caso de cautelar, e vice-versa. Por conta disso, acrescentou-se o 
parágrafo
7 ao art. 273: 
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza 
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a 
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. 
 
O projeto do novo CPC prevê que a tutela de urgência e a de evidência podem ser 
pedidas antes da demanda começar; quanto a primeira, não há problemas, mas quanto a 
tutela de evidência, se ainda não há processo, não há nenhuma evidência. O melhor 
seria que essa tutela só pudesse ser requerida no meio do processo. 
 
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Além disso, no projeto fala-se só um plausibilidade do direito, e não mais em prova 
inequívoca no caso da tutela de urgência. Isso é perigoso porque ainda não houve 
contraditório, e isso é dar muita confiança ao pedido do autor. A bilateralidade do 
processo é importante para que cada parte defenda suas razões, e o juiz forme uma 
opinião fundamentada. 
 
Se o juiz der uma tutela e o réu não impugnar em 5 dias, os efeitos se tornarão 
permanentes. Há estabilização, e para reverter esses efeitos o réu deverá entrar com uma 
demanda (isso porque essa estabilização não faz coisa julgada). O autor tbm pode entrar 
com a demanda para confirmar o que está estabilizado e fazer coisa julgada. 
 
 
16/03/11 
Recursos 
 
Bibliografia: 
-Comentários ao CPC, José Carlos Barbosa Moreira 
-Princípios dos recursos, Nelson Neri Jr, RT. 
-Dinamarco 
 
 
É preciso entender como os recursos se inserem nesse contexto maior do escopo 
jurídico da jurisdição, que é a atuação concreta da lei. 
 
O recurso sob a ótica do escopo jurídico é o aperfeiçoamento da cognição. Ele está 
destinado a rever; o julgamento do recurso é colegiado, e teoricamente tende a trazer 
mais experiência e aperfeiçoamento. 
Obs.: o princípio da oralidade acaba sendo uma contradição a isso, no seguinte sentido: 
é o juiz do 1º grau que tem contato direito com as provas e testemunhas; desse modo, 
uma reforma da apreciação das provas na 2ª instância acaba não sendo um 
aperfeiçoamento. 
 
Se de um lado o recurso favorece o escopo jurídico, ele briga com o social (pacificação 
da controvérsia, eliminação), porque este demanda rapidez. É o problema julgar rápido 
com decisões injustas, ou ter decisões justas que demandam tempo. 
 
Raízes constitucionais 
O devido processo legal tem uma amplitude tal que garante o recurso? Quais são as 
raízes constitucionais do dever de recorrer? 
Na perspectiva história do devido processo legal, esta cláusula não inclui os recursos. 
Além disso, o d. de recorrer não deriva do contraditório. Quanto ao duplo grau de 
jurisdição, ele é um princípio, e não norma constitucional. 
 
Há relação entre recurso e garantia do juiz natural. Tribunal só julga demanda 
originariamente quando há previsão legal. 
Obs.: quando o juiz extingue o processo sem julgamento de mérito, o tribunal pode, se 
entender que não é caso de extinção, ao invés de devolver o processo para o juiz, julgar 
ele mesmo (quando for questão de direito e estiver em condições de imediato 
julgamento– art. 515, parágrafo 3º). 
 
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Conceito de recurso 
Meio voluntário pelo qual, dentro do mesmo processo, ou seja, numa mesma relação 
jurídica processual, se busca invalidar, reformar ou integrar uma dada decisão. 
 
Integrar: apenas para embargos de declaração 
 
Ato voluntário: da parte (por isso se entende que a remessa necessária – quando o 
Estado perde – não é tecnicamente um recurso, mesmo desempenhando função 
análoga). O recurso se sujeita a iniciativa do interessado; recorrer é um ônus. Isso tem 
relação com o princípio da demanda (a jurisidição é inerte). Há uma analogia entre a 
demanda inicial e a recursal (o recurso deve prencheer requisitos). 
 
23/03/11 
Dentro do mesmo processo: o recurso é um instrumento endoprocessual. Não existe a 
figura de um recurso como algo externo ao processo. É essa característica que diferencia 
o recurso da ação impugnativa autônoma (mandado de segurança, habeas corpus, 
embargos de terceiro, ação rescisória, etc). 
Obs.: algumas dessas ações autônomas não tem como objetivo primeiro impugnar 
alguma decisão 
O projeto do CPC preve que as decisões interlocutórias não irão mais precluir, e não 
mais serão objeto de agravo, mas serão apreciadas quando da apreciação da apelação! 
 
Impugnar decisão judicial: questão dos embargos – usado para integrar decisões, 
suprindo omissão, contradição ou obscuridade; o que se busca, embora o alvo final tbm 
seja o aperfeiçoamento da decisão, não é a invalidação da sentença. Por conta disso, 
parte da doutrina tem dificuldade em classificar os embargos como recurso. O interesse 
recursal surge quando a parte é desfavorecida; no caso dos embargos, qualquer das 
partes pode propo-los. Além disso, não se aplica nos embargos (omissão ou 
contradição) a vedação da reformatio in pejus. 
Os embargos interrompem o prazo do recurso principal; assim, ao embargar uma 
sentença, o prazo para entrar com a apelação só começará depois do julgamento dos 
embargos. 
Impugnação da decisão: 
-invalidar: por ex, juiz absolutamente incompetente, sentença dada sem que tenha 
ocorrido citação, etc. A parte não questiona o conteúdo, mas formalidades. Sendo nula a 
sentença, ela será desconstituída. Nesses casos, há o error in procedendo. A decisão do 
tribunal não substitui a sentença, ela apenas manda o processo de novo para a 1ª 
instância para que a nova sentença seja proferida. 
-reformar: a sentença não é nula, apenas errada; será passível de reforma pelo tribunal. 
Error in judicando. A decisão do tribunal substitui a sentença recorrida na parte objeto 
do recurso (art. 512), seja quando reforma a sentença, seja quando mantém. 
Obs.: NÃO é certa a equivalência error in judicando – questão de mérito e error in 
procedendo – questão processual. Ex: decisões interlocutória no sentido de que o foro 
competente é A e não B – isso é uma questão processual, mas o recurso nesse caso visa 
mudar o conteúdo da sentença, e não anulá-la. 
 
Os recursos são apreciados por um órgão recursal diferente, mas não necessariamente 
superior (recursos dos juizados especiais são julgados por uma turma, formada pelos 
próprios juizes da 1ª instância). Exceção: os embargos de declaração são dirigidos para 
o próprio juiz que proferiu a sentença. 
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30/03/11 
Pressupostos de admissibilidade do recurso 
 
Obs.: serão tratados juntos com os princípios 
 
O prof não se importa com classificação dos pressupostos, pois toda classificação é 
arbitrária, e só vale na medida em que adote critérios aptos a agrupar os fenômenos para 
que possamos compreendê-los melhor. 
 
Guardam analogia com os requisitos de admissibilidade com o julgamento de mérito. 
Este compõe um genero do qual são espécies as condições da ação e os pressupostos 
processuais. 
 
Recurso conhecido: quando estão presentes os presupostos, antes de se entrar numa 
análise de mérito. Depois de conhecido, o recurso pode ser provido ou não provido. 
 
1. Cabimento/adequação 
Deve haver previsão legal (princípio da taxatividade) ou não exclusão (ex: das decisões 
de relator em tribunal normalmente cabe recurso para o colegiado, mas para os casos de 
efeito suspensivo não cabe) 
Além disso, no rol dos recursos cabíveis deve-se escolher o adequado, e essa escolha é 
feita com base na natureza da decisão (art. 162). 
Para cada decisão, só há um recurso cabível e adequado (princípio da unicidade ou 
singularidade recursal). Alguns autores apontam exceções a isso: 
-se uma decisão for dada por maioria de votos cabe mais de um recurso (na parte não 
unanime, embargos infringentes; na parte unamine, resp e rex) – para o prof, não é uma 
exceção, pois acontece um desmembramento da
decisão, sendo que para cada parte só 
cabe um (além disso, primeiro se interpõem os embargos e só depois, dependendo da 
decisão, o resp ou rex); 
-resp e rex cabíveis contra um mesmo acórdão – mais uma vez, o prof não entende ser 
uma exceção pois cada um deles tem um objetivo e é dirigido a um órgão diferente. 
 
Fungibilidade recursal: admitida no código anterior, pois partia da premissa que podia 
haver dúvida no conceito de sentença e decisão interlocutória. Isso não foi incorporado 
pelo CPC de 73. A jurisprudência, invocando a instrumentalidade das formas, continuou 
aplicando a fungibilidade (pressupostos: dúvida objetiva, não haver erro grosseiro, não 
haver má fé). 
 
2. Interesse 
Sinônimo de utilidade. Um recurso será útil quando a parte tiver sucumbido 
(sucumbência = derrota). 
Há interesse recursal quando, pelo recurso, eu conseguir obter uma situação mais 
favorável do que obtive com a decisão. 
O interesse recursal não é dado arbitrariamente à parte, ou seja, não é ela que decide 
quando há ou não interesse, mas a própria lei. 
A parte dispositiva da sentença é vinculante, e portanto é ela que delimita o interesse 
recursal; a fundamentação não vincula, e por isso não pode ser atacada. 
Cumulação de pedidos: no caso de pedidos eventuais, aceito qq deles que não o 
primeiro, há interesse recursal; no alternativo, contudo, não há esse interesse. 
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Sucumbência recíproca: as duas partes são derrotadas em alguma extensão (ex; autor 
pede dano material e moral, e o juiz só dá o primeiro). Nesse caso, as duas partes terão 
interesse em recorrer. 
A lei permite que, havendo sucumbência recíproca e não recorrendo uma das partes, 
esta possa se contrapor ao recurso da outra parte, aproveitando o recurso do adversário 
para receorrer de parte da sentença – recurso adesivo. Analogia: reconvenção, porém no 
recurso adesivo há sujeição a admissibilidade do recurso a que se está contrapondo 
(dessa maneira, se o recurso não for conhecido, o adesivo tbm não será). 
Recurso adesivo não é espécie de recurso, mas uma forma de interposição de alguns 
recursos (apelação, embargos infringentes, resp ou rex). Recurso adesivo não se presta a 
sanar vício de recurso, por ex, se apresentar uma apelação fora do prazo, não pode 
entrar com a apelação adesiva! 
Matéria que pode ser recorrida adesivamente: para o prof, mesmo havendo o rec 
principal, o adesivo pode cobrir toda a área de sucumbência, mesmo aquela que não foi 
alvo do recurso principal (ex: o autor pediu dano moral e material, e só o material foi 
dado; ele não recorre, mas o réu sim, argumentando que o dano material não poderia ser 
dado – no rec adesivo só pode se falar do dano material, ou o dano moral tbm poderá ser 
levantado? Para o prof, poderá) 
Prazo começa a contar quando da intimação da interposição do recurso da outra parte 
 
Honorários: mesmo a parte tendo sido vencedora, pode-se recorrer quando aos 
honorários. 
 
3. Legitimidade das partes 
Considerando o direito de ação com uma ampla acepção, qualquer pessoa poderia entrar 
em juizo; mas não é isso que acontece. O mesmo acontece com o recurso; em tese, qq 
um poderia recorrer, visando uma justiça melhor, mas na prática não é isso que 
acontece. 
 
Legitimados: 
Art. 499 CPC. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro 
prejudicado e pelo Ministério Público. 
 
-partes: são os sujeitos do processo, e por isso naturalmente tem legitimidade para 
recorrer. 
Parte ilegítima tbm pode recorrer? Sim; será parte no processo aquele que fez um 
pedido ou aquele em face de quem foi feito o pedido; se a pessoa está na relação, pelo 
simples fato de ser autor ou réu já terá legitimidade para recorrer, pois qq um que faz 
parte da relação pode recorrer, ainda que seja uma parte ilegítima, que na verdade não 
poderia ter proposto a ação. 
Os sucessores processuais e interventores pontuais (ex: arrematante) tbm podem 
recorrer. 
 
-terceiro prejudicado: deve ser jurídico ou basta econômico? A lei diz que tem que ser 
titular de interesse que guarde relação com a matéria discutida – isso não responde. A 
jurisprudência entende ser interesse jurídico, mas a análise é casuística. 
 
-Ministério Público: pode atuar no processo como parte ou como fiscal da lei. 
 
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06/04/11 
Recurso adesivo: fiz as anotações na aula acima 
 
4. Regularidade formal 
Analogia com os parâmetros que devem ser seguidos na petição inicial. 
É ônus do recorrente expor as razões e formular os pedidos. 
 
5. Preparo 
Pagamento da taxa judiciária. 
Situação em que se reconhece inidoneidade do preparo: deserção 
O CPC não preve o preparo, mas remete a lei. 
A comprovação do recolhimento deve ser feito no ato de interposição do recurso. A 
jurisprudência dominante entende que acontece preclusão consumitiva quando do não 
recolhimento. A insuficiência do preparo, porém, não leva a deserção; problema: 
quando a insuficiência será tomada como inexistente? A análise é casuística. 
Isenção: benefício da justiça gratuita – para o caso da parte ser pobre. A concessão da 
gratuidade deve ser pedida no ato da interposição do recurso, sob pena de deserção. 
 
6. Tempestividade 
O prazo é regido pelas regras gerais do CPC. Porém, havendo regras especiais, 
prevelecerão. 
A intepestividade se configura quando o recurso vem depois de já decorrido o prazo. 
Mas parte da jurisprudência tbm entende como intepestivo o recurso que vem antes da 
publicação – para o prof, está completamente equivocada, porque a publicação na 
imprensa é apenas a intimação, sendo que existe uma publicação anterior, que acontece 
quando a sentença é proferida em audiência ou quando os autos voltam para o cartório 
(publicação no sentido de se tornar pública). 
 
 
27/04/11 
7. Inexistência de fato extintivo 
Está vinculada a renúncia e desistência do direito de recorrer. 
No confronto renúncia/desistência no exercício da ação, há uma diferença: desistir = 
tem por objeto o direito de ação, leva a uma sentença sem julgamento de mérito; 
renunciar = tem por objeto o direito material. 
Obs.: de forma analoga: autor renuncia e réu reconhece a procedência da demanda. 
 
É importante se fazer um paraalelismo entre o direito de ação e o direito de recorrer. 
 
Tanto a renuncia quanto a desistencia independem da vontade do adversário. 
Obs.: desistência da ação – até decorrido o prazo para resposta, o autor pode desistir 
sem a concordância do réu; depois disso, depende da concordância, pois o réu tem 
direito a uma sentença de mérito (se o réu concorda, a sentença sera sem julgamento de 
mérito, não fazendo coisa julgada). 
 
Renúncia: recurso não interposto 
Desistência: recurso interposto 
 
Elas podem ser tácitas – preclusão lógica (praticar um ato incompatível). 
 
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Efeitos dos recursos 
Tratar dos efeitos é tratar da essência dos recursos. 
 
1. Impedir a preclusão 
Projeto: as questões resolvidas no curso do processo não ficam sujeitas a preclusão! 
 
2. Devolutivo 
A matéria impugnada é devolvida ao órgão competente para o recusro. Nesse sentido, 
todo recurso tem efeito devolutivo. 
 
Na apelação, há devolução de matéria de fato e de direito. 
Crítica: o principio da oralidade não deveria permitir que questões de fato fossem 
revistas. Para o prof, essa crítica não é legítima, até porque muitas das provas não são 
orais, mas sim documentais. 
 
Devolução em extensão ou horizontal: devolve-se a matéria impugnada (capítulos de 
uma decisão) 
Devolução em profundidade: todas as questões (ponto de fato ou de direito 
controvertido) sucitadas e debatidas, ainda que não decididas pela sentença 
 
Para Resp é preciso que o tribunal tenha enfrentado a questão. Se não enfrentou, cabe 
embargos, por isso
normalmente embargos de declaração antecedem Resp. 
 
Um desdobramento do efeito devolutivo, é o efeito translativo (o prof acha que essa 
expressão não é correta): com a devolução, transferem-se ao tribunal não apenas as 
questões ligadas a impugnação em extensão, mas tbm as questões de ordem pública, 
ainda que não debatidas (ex: prescrição). 
Para o prof, isso é o típico efeito devolutivo, não havendo porque se usar essa 
terminologia efeito translativo. 
 
Há uma relação entre impugnação em extensão e profundidade. Isso pq não se 
devolvem aos tribunais as questões que não se devolvera em extensão, ou seja, as não 
impugnadas. 
Isso porém pode desencadear problemas: situação – autor entra com pedido cobrando 10 
mil reais devidos a título de dívida de jogo; o juiz defere o pedido e o réu não recorre, 
mas o autor recorre para aumentar os honorários. Pode o juiz rever a carência de ação 
ou deve se ater estritamento ao que foi pedido? Para o prof, o segundo caso, pois se não 
houve impugnação, não pode julgar (não haveria conflito quanto aquele assunto). 
 
04/05/11 (Prof Juiz) 
3. Suspensivo 
Ao falar da suspensividade das decisões estamos falando da possibilidade delas serem 
cumpridas prontamente, de sua efetividade. De um lado, essa questão da imediata 
eficácia lida com o escopo jurídico, e de outro lado, com o escopo social. 
 
Como regra as apelações são dotadas dessa capacidade, mas os recursos especiais e 
extraordinários não. 
Projeto do CPC: não haverá mais efeito suspensivo automático, devendo o relator 
analisar caso a caso (hoje o efeito suspensivo é automático, assim como os casos em 
que ele não pode ser dado). 
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 Lei do inquilinato: reirou efeito suspensivo das apelações nas ações de despejo; desse 
modo, o recurso deixou de ser usado apenas para fins protelatórios. 
 
O fato de não haver recurso com efeto suspensivo não significa que a decisão será 
executada imediatamente. A sentença constitutiva, por ex, depende do trânsito em 
julgado. 
 
O efeito suspensivo opera no sentido de conter a eficácia natural da decisão, evitando 
que a decisão produza seus efeitos jurídicos. Isso é fácil de se imaginar nas sentenças 
positivas, que têm um determinado efeito no mundo jurídico (obs.: sentença declaratória 
não pretende provocar uma mudança, mas apenas certificar algo, criar uma certeza 
jurídica; mas ainda assim ela traz impactos ao mundo jurídico; certeza, efeitos colaterais 
– ex: declarar filiação implica relações de parentesco); mas e quando ela é negativa? 
Não há o que se suspender! Na verdade, com o recurso haveria uma inversão da 
decisão, e não um suspensão dos efeitos. Sendo uma situação urgente (precisa daquilo 
que o juiz negou) que necessita de rápida decisão, haverá não uma suspensão, mas uma 
antecipação de tutela. Nesses casos, o efeito é chamado de suspensivo ativo. 
 
Na doutrina, existe uma corrente que defende que não há efeito suspensivo imediato. 
Para eles, não há efeito suspensivo próprio dos recursos, mas uma ineficácia inerente da 
decisão recorrida. Ou seja, não é o recurso que suspende, mas as próprias decisões que 
são ineficazes por natureza enquanto não transitarem em julgado. Essa ideia esbarra 
num problema serio: como ficariam as situações em que, apesar da decisão ser 
recorrível, não há efeito suspensivo para o recurso? Para esses autores, isso seria uma 
exceção da lei. 
O prof não concorda com essa corrente, uma vez que entende que o recurso deve ser o 
parâmetro da análise. 
Se o efeito é do recurso, o que acontece com a sentença antes de ser recorrida? Ela 
podeser cumprida? Claro que não! O mero fato da sentença ser recorrível já cria uma 
sentença de suspensão de seus efeitos. 
 
Aplicação do efeito suspensivo: 
-legal: está previsto na lei e ocorre de forma automática (ex: apelação) 
-judicial: recurso sem efeito suspensivo legal, mas o relator dá esse efeito em decisão 
fundamentada 
Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, 
adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em 
outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo 
relevante a fundamentação, suspender o cumprimento de decisão até o 
pronunciamento definitivo da turma ou câmara. 
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo às hipóteses do artigo 520. 
 
Exceção ao efeito suspensivo automático da apelação (além do CPC, tbm existem 
exceções em leis esparsas, como a do inquilinato): 
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no 
entanto, recebida só no efeito 
devolutivo, quando interposta de sentença que: 
I – homologar a divisão ou a demarcação; 
II – condenar à prestação de alimentos; 
III – Revogado. Lei n o 11.232, de 22-12-2005; 
IV – decidir o processo cautelar; 
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V – rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; 
VI – julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 
 
O agravo tbm pode ter efeito suspensivo, havendo urgência e verossimilhança: 
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, 
o relator: 
III – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (artigo 558), ou deferir, em 
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao 
juiz sua decisão; 
 
 
4. Substitutivo 
Pode acontecer de um recurso ser ou não considerado adminissível, conforme estejam 
presentes ou não os requisitos de admissibilidade. 
Não sendo conhecido o recurso, ele não terá seu mérito aprecido. 
Se o objetivo do recurso é analuar a decisõ, não se fala em efeito substitutivo. Se ele 
busca alterar o julgamento, o resultado desse recurso provocará a substituição da 
sentença recorrida (não precisa haver mudança efetiva, bastando o julgamento do 
recurso; ou seja, mesmo uma decisão de “confirme” a sentença a substitui) 
 
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão 
recorrida no que tiver sido objeto de recurso. 
 
Sempre a decisão recorrida deverá ser então a final? Não necessariamente, dependendo 
da abrangência do recurso, podendo acontecer do acórdão substituir apenas parte da 
sentença, e a decisão final ser formada por parte da sentença e do acórdão (ex: 
condenação em dano moral mas não em material, havendo recurso apenas qto a esse 
último; o acordão que julga procedente o dano material substituira apenas essa parte da 
sentença). 
 
5. Expansivo ou extensivo (parte da doutrina não considera um efeito do recurso) 
É melhor entender como uma consequência do julgamento, e não do recurso. 
 
Há dois tipos de efeito expansivo: 
(i) subjetivo: havendo litisconsorte, mesmo só um recorrendo o julgamento aproveita a 
todos 
Art. 509. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um 
devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem 
comuns. 
Obs.: isso não acontece apenas com recurso, sendo que no 1º grau já existe uma regra 
dizendo que o juiz deve julgar de modo igaul para todos. 
Obs. 2: é necessário retomar aquelas diferenças de litisconsércio facultativo e 
obrigatório 
 
(ii) objetivo: repercussão que determinadas decisões possam ter sobre capítulos da 
demanda que não foram objeto de recurso. Isso acontece nos casos de acumulação 
sucessiva ou subsidiária. Ex: juiz reconhece a paternidade e dá alimentos; réu recorre 
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sobre investigação de paternidade – uma decisão que julgue procendente o recurso, 
afetará os alimentos, mesmo que esses não tenham sido
objeto de recurso. 
Relembrando: cumulação simples (não há vínculo entre os pedidos), sucessiva 
(acolhimento de um depende do anterior) e subsidiária (só pode apreciar o segundo se 
não acolher o primeiro). 
 
11/05/11 
Execução 
Bibliografia: além dos manuais já citados, livros dos prof Humberto Teodoro Jr e 
Araken de Assis. 
Obs.: prestar atenção no ano do livro, pois a execução fui mudada a não mto tempo. 
 
A atividade cognitiva é aquela em que há uma reconstituição dos fatos pelo juiz, que é 
destinatário de provas e alegações, para ao final declarar o d. no caso concreto. 
A atividade executiva esta ligado ao fato de que o estado, depois de impor o dever de 
prestar, precisa continuar a empreender atividades. Nao é todo o tipo de comando estatal 
que acarreta execução, só as que tem dever de prestar – ou seja, sentença condenatória. 
A contrario sensu, as sentenças declaratórias e constitutivas não comportam execução. 
 
O que é preciso que o Estado faça para proporcionar o cumprimento da sentença? Atos 
de invasão da esfera patromonial do devedor para, contra a sua vontade, satisfazer o 
credor. 
Penhora: apreensão de patrimônio sujeito a regra de responsabilidade civil. 
 
Execução: conjunto de atos materiais pelos quais se invade a esfera patrimonial do 
devedor para, por sub-rogação (ou seja, contra a sua vontade) satisfazer o credor. É a 
atuação da sanção secundária (termo usado pela doutrina). 
O pressuposto da execução é um título (sentença ou extrajudicial) 
 
Obs.: 
(a) execução imprópria: providências adm, que buscam complementar a sentença. 
Refere-se às sentenças declaratórias e constitutivas. Ex: usucapião – precisa registrar a 
sentença 
(b) execução indireta: atividade pela qual se impõe medida coercitiva para compelir o 
devedor a pagar; não há sub-rogação, mas um estímulo para o cumprimento da 
obrigação. Ex: alimentos – prisão; multa diária 
 
Antigamente, a atividade cognitiva e a executiva se davam em 2 processos, com 2 
relações jurídicas processuais, havendo necessidade de nova citação quando da 
execução. Agora, há um só processo sincrético, com fase de conhecimento e 
cumprimento. Justificativas para a mudança: o modelo da dicotomia era retrógrado e 
atentava contra a celeridade. 
 
Obs.: ações mandamentais e executivas lato sensu: não havia essa dicotomia, pois nelas 
a sentença se cumpre pelo juiz, com a expedição de mandado. Antecipação de tutelaiv 
deixou claro que o modelo anterior não era compatível, pois ao antecipar a tutela traz os 
atos da execução para a fase de conhecimento, não se justificando a existência de 2 
processos. 
 
 
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25/05/11 
Classificação das execuções 
 
1. Por quantia, para entrega de coisa e fazer/não fazer 
Critério: direito material, natureza da prestação envolvida 
A execução por quantia é a mais corriqueira (as pessoas normalmente são credoras de 
dinheiro). 
A execução para entrega de coisa deve ser sempre certa, senão não dá pra executar!! 
 
Obs.: em relação a obrigação de entrega de coisa, e de fazer ou não fazer, tbm se usa o 
termo execução específica. Na execução por quantia, os meios executivos caem sobre 
algo genérico (o patrimônio penhorável); nas outras obrigações, os meios executivos 
caem sobre um bem específico – dai a ideia de tutela específica. 
A tutela especifica tem a primazia, e só não será usada quando o credor preferir dinheiro 
ou quando se tornar impossível (ex: pintor não quer pintar o quadro, a bolsa objeto da 
obrigação sumiu, etc). 
 
2. Por expropriação, por desapossamento e por transformação 
Critério: meios executivos (notar que eles variam de acordo com o d. material envolvido 
– assim está plenamente vinculado à primeira classificação) 
 
A execução por expropriação é a faceta processual da execução por quantia. Expropriar 
é tirar a propriedade. A penhora é o ato preparatório da expropriação. 
A lógica que tem sido adotada é penhorar um bem e adjudicar (= expropriar e passar pro 
patrimônio do devedor) – figura analoga a dação em pagamento. 
 
A execução por desapossamento está vinculada a entrega de coisa. 
Obs.: pode haver execução por desaposamento contra a fazenda pública, pq no caso o 
bem não seria de propriedade da fazenda (lembrar que os ben dela são impenhoráveis; 
assim, sendo credor de quantia, não se pode penhorar bens) 
O desaposamento tem dois nomes: 
-bem imóvel: imissão na posse 
-bem móvel: busca e apreensão 
 
Por transformação: fazer ou desfazer alguma coisa 
 
3. Definitiva ou provisória 
Definitiva: perdura até a entrega do bem; fundada em sentença transitada em julgado e 
em título extrajudicial. 
 
Provisória: pode chegar a isso, mas o título executivo pode deixar de existir; acontace 
quando pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos que tenham sido 
recebidos com efeito suspensivo. 
A princípio, ela é feita como a definitiva: 
-corre por conta e responsabilidade do exequente (ele assume o risco de pautar a 
execução em qalgo que pode ser revertido), que se obriga a responder pelos danos com 
resp objetiva 
-fica sem efeito se a decisão na qual se funda for modificada; se for possivel, volta ao 
estado anterior, senão se revolve em perdas e danos 
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-permite levantamento de $, alienação de dominio, praticar atos de gerem danos (ex; 
demolição), etc. desde que haja caução idonea 
 
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo 
modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: 
I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a 
sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto 
da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais 
prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento; 
III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem 
alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado 
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos 
próprios autos. 
§ 2 o A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser 
dispensada: 
I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, 
até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar 
situação de necessidade; 
II – nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao 
Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo 
quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil 
ou incerta reparação. 
 
Requisitos da execução 
Título + inadimplemento 
Obs.: a tutela antecipada pode ser a execução do título – isso pode ser perigoso, uma vez 
que a outra parte não foi ouvida 
Obs. 2: exceção – ação monitória 
Art. 1.102-A. A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova 
escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega 
de coisa fungível ou de determinado bem móvel. 
 
Título executivo: ato de forma escrito ao qual a lei atribui o efeito de permitir a invasão 
patrimonial. Esse ato está ligado a uma obrigação com 3 atributos: certeza, liquidez e 
exigibilidade. 
 
01/06/11 (prof juiz) 
A obrigaçao (que tem as três características) pode ter o condão de tirar a executividade 
de algo que a lei defina como título executivo. Assim, é necessario uma combinaçao 
entre o previsto em lei e o cumprimento dos atributos da obrigação. 
Ex: 
Art. 585, CPC. São títulos executivos extrajudiciais: 
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o 
documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento 
de transação
referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos 
advogados dos transatores; 
Mesmo se estando diante de um documento particular assinado pelo devedor e duas 
testemunhas, deve-se analisar a certeza, liquidez e exigibilidade (ex: pagarei quando 
achar que sou devedor – não há certeza; eu sou devedor e pagarei a quantia apurada em 
verificaçao que faremos oportunamente – não há liquidez). 
 
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Desse modo, uma sentença condenatória iliquida ainda não é considerada um título 
executivo. 
 
� Aspectos da certeza: 
-definição da espécie de obrigação (dar, fazer, etc) 
-a obrigaçao pode ser reconhecida da leitura do título 
Obs.: esse requisito de certeza não é certeza do direito; titulo executivo é um conceito 
processual. Assim, se no meio do proceso de execuçao se percebe que o título era 
falsificado, não existindo o direito material, ainda assim houve presen;ca do requisito da 
certeza quando a açao for proposta. 
 
Contrato do banco dizendo que o correntista pode movimentar sua conta até o limite de 
5 mil a cargo do banco(cheque especial); como ainda não há certeza da dívida quando 
da assinatura do contrato, ele não pode ser usado como título executivo, mesmo sendo 
um documento assinado por duas testemunhas. 
 
� Aspectos da liquidez 
-definição do valor da obrigação 
Obs.: a jurisprudencia tem alargado a interpretaçao de liquidez, abarcando a ideia de 
determinabilidade – título pode ter o seu valor determinado mediante meros calculos 
aritméticos com elementos do proprio titulo 
 
� Aspectos da exigibilidade 
-não há interesse de agir se não houver inadimplemento; para isso deve se verificar se a 
dívida ja está vencida, se é exigível 
 
Liquidaçao de sentença 
A sentença é um titulo executivo judicial. 
Da decisão de liquidaçao caba agravo (art. 475-H); dessa maneira, conclui-se que é uma 
decisão interlocutória 
 
Tipos de liquidaçao: 
-artigos: proprio credor define quais sao os valores que entende devido, fazendo a prova 
desses valores 
-arbitramento: de acordo com o CPC: “qdo a sentença determinar, as partes 
convencionarem, ou pela natureza da obrigaçao” – ou seja, é quando deve ser!! É um 
juizo subjetivo, não há certeza de valores;envolve peritos. 
 
Obs.; liquidaçao por calculo do contador – antes, toda e qq cobrança deveria passar pelo 
contador, homologando o juiz tais calculos; dessa decisão, caberia apelação 
 
Titulo executivo judicial 
Só é titulo executivo aquilo que a lei definir como tal. 
 
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: 
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação 
de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; 
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua 
matéria não posta em juízo; 
IV – a sentença arbitral; 
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V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; 
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, 
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. 
 
Em titulo judicial não há possibilidade de se discutir o merito, pois isso já foi feito em 
sede de açao de conhecimento. A possibilidade de defesa no ambito da execuçao se 
limita a fatos ocorridos depois da sentença. 
 
Problema do inciso I: não delimita para sentença condenatória – assim, uma sentença 
declaratória, que reconhece a obrigaçao, poderia ser titulo executivo (desde que 
estabeleça os limites da obrigação – quantia e vencimento)? O STJ já reconheceu que 
sim; e se assim nao fosse, o credor, mesmo com a sentença declaratória em maos, teria 
que começar outro processo para ter uma sentença condenatória!

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