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ROLAMENTO, TORQUE E 12 
MOMENTO ANGULAR 
1'2-1 Rolamento 
Quando uma bicicleta se .move em linha reta, 0 centro de 
cada uma das rodas se desloca para a frente executando urn 
movimento de transla9ao pura. Entretanto, urn ponto qual­
quer localizado no aro da roda segue uma trajet6ria mais 
complexa, como mostra a Fig. 12-1. Nesta se9ao, analisa­
remos 0 rolamento de uma roda considerando-o, primeira­
mente, como a combina9ao de uma transla9ao pura com uma 
rota9ao pura e, em seguida, apenas como rota9ao. 
o Rolamento Descrito como uma 
Combina~ao de Rota~ao e Transla~ao 
Imagine que voce esteja observando a roda de uma bicicleta 
que passa a uma velocidade constante, rolando suavemente, 
sem deslizar. Como mostra a Fig. 12-2,0 centro de massa 0 
da roda move-,e Dam a frente a uma velocidade constante Vern' 
Em 1897. urn trapezista europeu executou a primeiro 
saito mortal triplo. durallfe 0 vao do trapezio 
ate as miios de seu parceiro. 
Durante as 85 anos seguillfes. Vlirios trapezistas 
tentaram realizar um saito mortal quadruelo mas s6 em 
1982 eLe foi execurado em publico: Miguel Vazquez. 
do Circo Ringling Bros. e Ban;um & Bailey girou 0 seu 
corpo em quatro circuLos completos. em pleno ar .. 
antes de ser agarrado par seu inniio Juan Os dois 
ficaram atonitos com seufeito. Por quefoi 
tao diftcil conseguir realiza- Lo e qualfoi 
q principia da Fisica que tom ou possivel 
(jinalmellfe) executar aquele saito? 
oponto P, onde a roda e 0 chao estao em contato, tam bern se 
move para a frente com velocidade v ern' de modo que ele esta 
sempre situado diretamente abaixo do ponto O. 
Durante urn intervalo de tempo t, voce ve os pontos 0 e 
P moverem-se para a frente, percorrendo uma distancia s . 
o ciclista ve aroda girar urn angulo Oem tomo do seu cen­
tro, enquanto 0 ponto da roda que tocava 0 chao no inicio 
de t descreve urn arco de comprimento s. A Eg. 11 -15 rela­
ciona 0 comprimento do arco scorn 0 angulo de rota9ao 0: 
s = R() (12-1 ) 
onde Reo raio da roda. A velocidade linear v ern do centro da 
roda (que e 0 centro de massa desta roda uniforme) e dsldt, e 
a velocidade angular w da roda em tomo do seu centro e dOl 
dt. Assim, derivando a Eg. 12-1 em rela9ao ao tempo, obternos 
268 MECANICA 
Fig. 12-1 Fotografia de urn disco durante 0 rolamento, feita com multi­
pi as exposi~oes. Pequenas lampadas foram pres as ao disco. uma no 
centro e outra na borda. Esta ultima tra~a uma curva denominada 
eicl6ide. 
(Observe que a Eq. 12-2 vale apenas se aroda girar suave­
mente, isto e, sem deslizar sobre 0 solo.) 
A Fig. 12-3 mostra que 0 movimento de rolamento de 
uma roda euma combina~ao de dois movimentos: urn pu­
ramente translacional e outro puramente rotacional. A Fig. 
12-3a mostra 0 movimento puramente rotacional (como se 
o eixo de rota~ao que passa pelo centro estivesse estacio­
nario): todos os pontos da roda giram em tomo do centro 
com velocidade angular w. (Este e0 tipo de movimento que 
estudamos no Cap. II.) Todos os pontos situados na borda 
extema da roda tern velocidade linear vern' dada pel a Eq. 
12-2. A Fig. 12-3b mostra 0 movimento puramente 
translacional (como se aroda nao estivesse rolando): cada 
ponto da roda se move para a direita com velocidade vern' 
A combina~ao das Figs. 12-3a e 12-3b da origem aFig. 
12-3c, que mostra 0 movimento de rolamento real execu­
tado pela roda. Observe que, nesta combina~ao de movi­
mentos, a parte inferior da roda (no ponto P) esta estacio­
naria. enquanto a parte superior (no ponto n se move a uma 
velocidade igual a 2vern• mais rapidamente que qualquer 
outra parte da roda. Esses resultados sao mostrados na Fig. 
12-4. que e uma fotografia de uma roda de bicicleta se 
movendo. Os raios proximos do topo da roda aparecem 
borrados. enquanto os da parte inferior estao bern mais nf­
tidos. 0 que mostra que ela se move mais rapidamente mi 
parte superior que na inferior. 
o movirnento de qualquer corpo circular rolando sua­
vemente sobre uma superficie pode ser decomposto em urn 
+ = 
(a) (b) (c) 
Fig. 12-3 0 rolamento de uma roda, visto como uma combina~ao de urn 
movimento puramente rotacional com outro puramente translacional. (aJ 
o movimento puramente rotacional: todos as pontos da roda movem-se 
com a mesma velocidade angular w. Todos as pontos que estao sobre a 
borda externa da roda movem-se com a mesma velocidade linear v = 
v,,,. As velocidades lineares v de dais destes pontos, no tapa (n e na 
base (P) da rada, sao mostradas na figura . (b) 0 movimento puramente 
translacional: tados as pontos da rada movem-se para a direita com a 
mesma ve10cidade linear V,m, identica 11 do centro da rada. (e) 0 movi­
mento de rolamento da roda ea combina~ao de (a) e (b). 
movimento puramente translacional e outro puramente 
rotacional, como nas Figs. 12-3a e 12-3b. 
o Rolamento Visto como Rota~ao Pura 
A Fig. 12-5 sugere urn outro modo de analisar 0 rolamento 
de uma roda considerando-o, agora, como sendo uma ro­
ta~ao pura em tomo de urn eixo que passa pelo ponto em 
que ela toca 0 solo, durante todo 0 tempo em que se move. 
ou seja, urn eixo que passa pelo ponto P na Fig. 12-3c e 
que eperpendicular ao plano da figura. Os vetores mostra­
dos na Fig. 12-5 representam as velocidades instantaneas 
de vlirios pontos da roda durante 0 rolamento. 
1----s----" 
Fig. 12-2 0 centro de massa 0 de uma roda que esta rolando percorre Fig. 12-4 Fotografia de uma roda de bicicleta ao se mover. Os raios 
uma distancia scorn velocidade V,m, enquanto que a rada gira urn angu- pr6ximos 11 parte superior da rada aparecem rna is bon-ados que as que 
10 O. 0 ponto de contato P, entre aroda e a superffcie sobre a qual esta estao pr6ximos abase, porque se movem mais depressa, como mostra a 
rolando, tam bern percorre uma distancia s. Fig. 12-3c. 
Fig. 12-5 0 rolamento pode ser visto como uma rota9ao pura, com ve­
locidade angular w, em torno de urn eixo que passa por P. Os vetores 
mostram as velocidades lineares instantiineas de alguns pontos da roda. 
Voce pode obter esses vetores combinando os movimentos rotacional e 
translacional, como na Fig. 12-3. 
Pergunta. Para urn observador estacionano, qual e 0 valor da 
velocidade angulardaroda de bicicleta, em tomo desse novo eixo? 
Resposta. A mesma velocidade angular w que 0 cicIista 
atribui aroda, ao observa-Ia em rotac;:ao pura em tomo de 
urn eixo que passa pelo seu centro de massa. 
Vamos usar esta resposta para caIcular a velocidade linear 
do topo da roda, do ponto de vista de urn observador esta­
cionario. Sendo R 0 raio da roda, 0 topo esta situado a uma 
distancia 2R do eixo que pass a por P na Fig. 12-5, de modo 
que a sua velocidade linear deve ser (usando a Eq. 12-2) 
vlOPO = (w) (2R) = 2(wR) = 2vem , 
o que concorda inteiramente com a Fig. 12-3c. Voce pode 
fazer uma verificac;:ao semelhante para as velocidades Ii­
neares dos pontos 0 e P na Fig. 12-3c. 
A Energia Cinetica 
Vamos agora caIcular a energia cinetica da roda, medida 
pelo observador estacionario. Se considerarmos que 0 ro­
lamento e uma rotac;:ao pura em tomo de urn eixo que pas­
sa por P na Fig. 12-5, teremos 
K = Fpw2 (12-3) 
onde we a velocidade angular da roda e I p e 0 seu momen­
to de inercia em tomo do eixo que passa por P. Usando 0 
teorema dos eixos paralelos (Eq. 11-25), temos 
Ip = I em + MR2, (12-4) 
onde Mea massa da roda e I ern e 0 seu momento de inercia 
em tomo de urn eixo que passa atraves do centro de massa. 
Substituindo a Eq. 12-4 na Eq. 12-3, obtemos 
K = Femw2 + tMR2w2 
e, usando a relac;:ao v ern = wR (Eq. 12-2), temos entao 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 269 
Podemos interpretar 0 primeiro termo (112 (/elllill» como 
sendo a energia einetica associada a rotac;:ao da roda em 
tomo de urn eixo que passa pelo seu centro de massa (como 
na Fig. 12-3a), enquanto 0 segundo termo
(1I2(Mvern» 
pode ser interpretado como sendo a energia cinetica asso­
ciada ao movimento de translac;:ao da rod a (con forme mos­
tra a Fig. 12-3b) . 
o Papel do Atrito 
Se aroda girar com velocidade constante, como mostra a 
Fig. 12-2, nao havera tendencia de ocorrer desIizamento no 
ponto de contato P e, deste modo, nenhuma forc;:a de 
atrito atuara sobre aroda naquele ponto. No entanto, se 
uma forc;:a for aplicada sobre aroda, alterando a veloci­
dade vern do seu centro de massa ou a velocidade angu­
lar w em tomo do centro, entao havera a tendencia de oeor­
rer deslizamento da roda em P e uma forc;:a de atrito agini 
sobre a roda, no ponto de contato, opondo-se aquela ten­
dencia. Ate que aroda comece real mente a deslizar, atuara 
sobre ela uma forc;:a de atrito estatico f" Se aroda comec;:ar 
a deslizar, passara a atuar sobre ela uma forc;:a de atrito 
cinetico f c • 
Na Fig. 12-6a, uma roda desce urn plano incIinado. 0 
peso Mg atua no seu centro de massa. Como a forc;:a Mg 
nao possui brac;:o de alavanca em relac;:ao ao centro da rod a, 
ela nao po de exercer torque em torno do centro e, deste 
modo, nao pode fazer com que aroda inicie uma rota­
c;:ao. Entretanto, como Mg tende a fazer aroda deslizar 
sobre 0 plano incIinado, uma forc;:a de atrito atua sobre a 
roda em P, a parte que esta em contato com 0 plano, opon­
do-se ao deslizamento. Esta forc;:a, que aponta para cima ao 
longo do plano incIinado, possui urn brac;:o de alavanca 
relativamente ao centro, que e 0 raio da roda. Deste modo, 
esta forc;:a de atrito produz urn torque em tomo do centro e 
faz com que a roda entre em rotac;:ao. 
Na Fig. 12-6b, faz-se com que uma roda gire cada vez 
mais rapido a medida que rola sobre uma superficie plana, 
(a ) (b) 
Fig. 12-6 (a) Uma roda desce girando em urn plano inclinado sem des­
lizar. Uma for9a de atrito estatico f, atua sobre a roda em P, opondo-se 
atendencia da roda ao deslizamento, devido f.lo peso Mg. (b) Uma roda 
gira horizontalmente sem deslizar, enquanto sua velocidade angular au­
menta. Uma for9a de atrito estatico f, atua sobre ela em P, opondo-se a 
tendencia da roda ao deslizamento. Se em (a) ou (b) ela deslizar, a for9a 
de atrito sera feo uma for9a de atrito cinetico. 
270 MECANICA 
como ocorre com uma' bicicleta ao ser acelerada. 0 acres­
cimo no valor de w tende a fazer com que a parte inferior 
da roda deslize para a esquerda. Vma forc;:a de atrito, cujo 
senti do aponta para a direita, atua sobre a roda em P, opon­
do-se 11 tendencia ao deslizamento. (Esta forc;:a de atrito e a 
forc;:a externa que atua sobre 0 sistema bicicleta-ciclista, 
fazendo-o acelerar.) 
EXEMPLO 12-1 Urn disco cilindrico solido e unifonne, de massa M 
de 1,4 kg e raio R de 8,5 cm, rola sobre uma mesa horizontal a uma 
velocidade v de 15 cmls. 
a. Qual e a velocidade instantanea da parte superior do disco? 
Solu~ii.o Quando se fala da velocidade de um objeto que rola, sempre 
nos referimos ii. velocidade do seu centro. Observando a Fig. 12-3c, 
vemos que a velocidade do topo do disco e exatamente duas vezes aquele 
valor, ou seja, 
v,""" = 2vem = (2) (15 cm/s) = 30 cm/s . (Resposta) 
b. Qual e a velocidade angular w do disco? 
Solu~o Da Eq. 12-2, temos 
w = Vern = 15 cm/ s = 1.B rad/~ 
R 8,5 em 
= 0,28 rev/ $. 	 (Resposta) 
Esse valore 0 mesmo, tanto para um eiJlo de rota,lio'passando por P, na 
Fig. 12-5, quanto para urn eixo que passa pelo centro de massa. 
c. Qual e a energia cinetica K do disco? 
Solu~o Fazendo I,m = (1I2)MR' e usando a rela9ao V,m = wR na Eq. 
12-5, obtemos 
K = i1emw2 + tMv~m 
= (t)(tMW) (Vern I R)2 + *Mv~m = tMv~" 
=W,4 kg) (0.15 m/ s)2 
= 0,024 J = 24 m]. 	 (Resposta) 
d. Qual e a fra9lio da energia cinetica que esta associada ao movimento 
de transla,ao e qual a que esta relacionada com 0 movimento de rota­
9lio em tome de um eixo que passa pelo cen.tro de massa? 
Solu~ii.o A energia cinetica associada atransla,lio e.o segundo tenno da 
Eq. 12-5, ou seja, ( 1I2)Mli',m' A fra9lio que procuramos e, entiio, usan­
do a expresslio obtida no item (c) , 
+Mv~m 2 " 7atfrae = 	--2- = - ou 6 70. 
tMVem 3 .(Resposta) 
Os 33% restantes estao associ ados arota9lio em tome de um eixo que 
passa pelo centro de massa. 
A razao entre a energia translacional e a rotacional depende do mo­
mento de inercia do objeto. Como mostni a Tabela 12- 1, 0 objeto cuja 
massa es(a mais distante do eixo central de rota.,lio (e que, portanto, 
possui maior momento de inercia) - que e0 aro - tern a maior parte 
de sua energia cinetica envoi vida na rota9lio. E aquele cuja massa esteja 
mais pr6xima do eixo central de rota,no (e que, portanto, tenha 0 menor 
momento de inercia) - qiIe ea esfera - e 0 que tern a menor fra9lio de 
sua energia cinetica envo i vida na rota9lio. 
Tabela 12-1 
Distribui~ao Relativa das Energias Cineticas Translacional e 
Rotacional para Corpos em Rolamento 
Momenta de Porcentagem de Energia 
Objeto Imircia Armazenada na 
lem Trans/a,iio Rota(:iio 
Aro I MR' 50% 50% 
Disco 'h MR' 67% 33% 
Esfera 2/5 MR' 71% 29% 
I 
Generico ~MR' 100 -- 100 -~-
I + ~ I+~ 
'p pode ser ealeulado, para qualquer objeto em rolamento, eomo 1""IMR'. 
As f6rmulas apresentadas no final da Tabela 12- 1 se apl icam ao 
objeto generico em rolamento, que tern parametro de momenta de 
inercia {3. Este pariimetro vale I para 0 aro, '12 para um disco e 2/5 para 
uma esfera. 
EXEMPLO 12-2 Uma bola de boliche, de raio R = I I cm e massa M 
de 7,2 kg, desce rolando, a partir do repouso, uma rampa de compri­
mento L igual a 2, 1 m. A rampa est a inclinada de um angulo eigual a 
34° em rela,lio ahorizontal; veja a esfera da Fig. 12-7. Qual ea veloci­
dade da bola quando chega ao fim da rampa? Suponha que ela tenha 
densidade uniforme. 
Solu~o 0 centro da bola percorre uma distancia vertical h = L sen e, 
de modo que a bola perde uma energia potencial gravitacional igual a 
MgL sen e. Essa perda de energia potencial eigual ao gan ho de energia 
cinetica. Desse modo, podemos escrever (veja Eq. 12-5) 
MgL sen e= tl""w2 + tMv~m ( 12-6) 
Vemos na Tabela 11-2(g) qu e, para uma esfera s6lida, I ,," = (2/5)MR' . 
Podemos tambem substituir w pel a razlio equivalente v'mIR. Substituin­
do essas duas quantidades na Eq. 1'2-6, teremos 
Resolvendo para V, m, temos 
Vem = .,J(~)gL sen e 
= .,J(~)(9.8 mN)(2,l m) (sen 34°) 
= 4.1 m/ s. 	 (Res posta) 
Observe que a res posta nlio depende nem da massa nem do 'raio da bola. 
EXEMPLO 12-3 Neste exemplo vamos generalizar 0 resu ltado obtido 
no Exemplo 12-2. Urn aro, urn disco e uma esfera unifonnes, com a 
Aro 
h 
Fig. 12-7 Exemplos 12-2 e 12-3. Urn aro, urn disco e uma e.sfera rolam. 
partindo do repouso, num plano inclinado de ilngulo e. Embora ten ham 
iniciado seu movimento partin do do repouso, na mesma posi,lIo e no 
mesmo instante, chegam abase do plano na ordem que aparece na figura. 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 271 
~ 
mesma massa M eo me-smo raio R, sao abandonados simultaneamente, 
partindo do repouso, do alto de uma rampa de comprimento L de 2,5 m 
e que faz urn angulo IJ igual a 12° com a horizontal (Fig . 12-7). 
a. Qual dos corpos alcan,a primeiro a base da rampa? 
Solu,.ao A Tabela 12- 1 nos da a respesta. A esfera tern a maior parte de 
sua energia cinetica (71 %) envoI vida no movimento de transla,ao e, as­
sim, ela ganha a corrida. Em seguida, vern 0 disco e, final mente, 0 aro. 
b . Quais sao as vel,ocidades dos corpos ao chegarem it base da rampa? 
Solu,.ao 0 centro de massa de .cada urn dos corpos percorre a mesma 
distancia vertical h, quando estes rolam a rampa. Ass im, como aconte­
ce com, urn corpo em queda livre, a energia potencial do corpo sofre urn 
decrescimo igual a Mgh, que e convertido em energia ci netica. Oeste 
modo, na base da rampa, as energias cineticas dos Ires objetos sao iguais.
o modo como estas energias cineticas se dividem nas formas 
translac ional e rotac ional depende da distribui,ao da massa de cada 
objeto. 
Usando a Eq. 12-5, pedemos escrever (fazendo w = v,,,./R) 
Mgh = Fornal + tMvZm 
= tI,m(vZrn / R2) + tMvZm 
= t(l,rn / R2) vZrn + tMv~m' (12-7) 
Fazendo h = L sen IJ e resolvendo para obter v ,rn, temos 
_I 2gLsenIJ (Resposta) (12-8)
Vern =\11 + I,m / MR2 ' 
que e a expresslio algebrica da resposta que procuramos. 
Observe que a velocidade nlio depende nem da massa nem do raio 
do objeto que rola, mas apenas da distribui9ao de sua massa em torno 
do seu eixo central, que aparece no termo I,,,./MR'. Uma bolinha de gude 
e uma bola de boliche terno a mesma velocidade na base da rampa e, assim, 
levarlio 0 mesmo tempo para desce-Ia. Uma bola de boliche seni mais 
nipida que urn disco de qualquer massa ou raio, e quase todos os objetos 
serao rna is rapidos que urn aro. (Uma exce9lio aparece na Questao 8.) 
Para 0 aro, temos (Veja a Tabela 12-1) I,,,./MR' = Ie, portanto, a 
Eq. 12-8 fornece 
_ { 2gLseJ1O 
Ven> = -\II + I / MR2
em 
(2)(9,8 m/ s2)(2,5 m )(sen 12°) 
I + I 
= 2,3 m /s. (Resposta) 
Urn calculo semelhante fomece V, rn = 2,6 mls para 0 disco (l,,,./MR'.= 
y,) e 2,7 mls para a esfera (l,rnIMR' =2/5) . Esse resultado confirm a a 
previsao que fizemos em (a) de que a ordem de chegada ness a corrida 
seria esfera, disco e aro. 
EXEMPLO 12-4 A Fig. 12-8 mostra urn corpo esferico e uniforme de 
massa M e raio R que desce rolando urn plano inclinado que faz urn 
angulo IJ com a horizontal. Oesta vez, vamos analisar 0 movimento de 
forma mais direta, usando as leis de Newton em vez de considera,Oes 
sobre a energia, como fizemos no Exemplo 12-3. 
a. Qual e a acelera,lIo linear do corpo durante 0 rolamento? 
Solu~ao A Fig. 12-8 mostra as for,as que atuam sob,e 0 corpo: 0 peso 
Mg, a for9a normal N e uma for9a de atrito estatico r,. Podemos consi­
derar que 0 'peso atua no centro de massa, que esta localizado no centro 
deste corpo uni forme. A for,a normal e a de atrito atuam na por,lio do 
corpo que esta em contato com a rampa, no ponto P. Os bra,os de ala­
vanca do peso e da for,a normal, em tome de urn eixo que passa pelo 
centro do corpo, sao iguais a zero. Oeste modo, essas for,as nlio podem 
provocar a rota,lio do corpo em tome daquelecentro. A rota,ao do cor­
po em sentido honirio e 0 resultado de urn torque negativodevido it for­
,a de atrito; essa for,a possui urn bra,o de alavanca igual a R em rela­
9lio ao centro do corpo. 
Apliquemos agora a forma linear da segunda lei de Newton (L F = 
Ma) ao longo da rampa, adotando 0 sentido da subida como sendo 0 
positivo. Obtemos assim, 
2: F = j , ~ Mgsen IJ = Ma (12-9) 
Esta equa,ao pessui duas inc6gnitas.t; e a. Para obtermos outra equa­
9ao nestas mesmas inc6gnitas, aplicamos em seguida a forma angular 
da segunda lei de Newton (L T = la) em torno de urn eixo de rota9ao 
que passa pelo centro de massa. (Embora tenhamos obtido a rela,ao LT 
= la, no Cap. I I , para urn eixo fixo a urn referencial inercial , ela vale 
para urn eixo de rota,ao que passa pelo centro de massa de urn corpo 
acelerado, desde que 0 eixo nlio mude de dire,lio.) Oeste modo, obte­
mos 
a2: T = - j.R = I,m a = l "nli' ( 12-10) 
onde usamos a rela9ao a = aiR (Eq. 11-18). 
Resolvendo a Eq. 12-10 para obter a for,a de atrito, temos 
I ,mj , = - Ji2 a ( 12-1 I) 
onde 0 sinal de menos nos recorda que a for,a de atrito r, atua em sen­
tide oposto ao da acelera,ao a. Substituindo a Eq. 12-1 Ina Eq. 12-9 e 
resol vendo-a para obter a, temos 
a = ___g~se=n:..IJ=-_ (Respesta) (12-12)+ I,rn / MR2 ' 
Tambem poderiamos ter obtido uma segunda equa9ao. somando os 
torques e apJicando a segunda lei de Newton na forma angular em tome 
de urn eixo que pass a pelo ponto de contato P. Neste caso, ci I Tconsis-
Fig. 12-8·Exemplo 12-4. Urn corpo esferi.co, uniforme , de raio R, desce 
rolando urn plano inclinado. As forI' as que atuam sobre ele sao 0 peso 
Mg, a for,a normal N e uma for,a de atrito r, que apontano sentido de 
subida da rampa. (Por c1arela, N foi deslocada ao longo de sua linha de 
a9ao ate que a sua origem estivesse no centro do corpo.) 
272 MECANICA 
tiria apenas no torque devido··a componente Mg sen (), que atua no cen­
tro do corpo e tern bra90 de alavanca igual a R: 
aL 'T = - (Mg sen () (R) = I"a = I P Ii (12-13) 
onde Ip e0 momenta de inercia em relayao a urn eixo que passa por P. 
Para encontrarmos I p, usariamos 0 teorema dos eixos paralelos: 
(12-14) 
Substituindo-se Ip dado pela Eq. 12-14 na Eq. 12-13 e resolvendo esta 
ultima para obter a, chegariamos novamente aEq. 12-12. 
b. Qual ea forya de atrito!. ? 
SOlUy30 Substituindo a Eq' 12-12 na Eq. 12-11, temos 
sen () 
(Resposta) (12-15)j , = Mg I + MR2/ Iem' 
Examinando a Eq. 12-15, vemos que a forya de atrito emenor do que 
Mg sen 8, que ea componente do peso que atua paralelamente arampa. 
Isto deve ocorrer para que 0 objeto seja acelerado enquanto rola pela 
rampa. 
A Tabela 12-1 mostra que, se 0 COrp9 que rola for urn disco s61ido, 
I,.,IMR' = II>. Assim, a acelerayao e a forya de atrito podem ser obtidas 
a partir das Eqs. 12-12 e 12-15. Temos, entao: 
a = - jg sen 8 e j, = tMg sen 8 
c. Qual ea velocidade do corpo quando ele chega abase da rampa, sa­
bendo-se que esta tern comprimento L? 
SOlUy30 Como a.acelera9ao do movimento econstante, podemos usar a 
rela9ao 
if = va + 2a(" - '(0) (12-16) 
Fazendo x - Xo = - L, VO = 0 e usando 0 valor de a obtido na Eq. 12­
12, teremos a Eq. 12-8 - 0 mesmo resultado a que chegamos usando 
o metodo da energia. Isso nao esurpresa porque, afinal, tudo 0 que dis­
semos a respeito da energia mecanica e consistente com as leis de 
Newton. 
12-201oio 
o ioio e urn laborat6rio de Ffsica que pode ser guardado 
no bolso. Quando ele rola pelo fio percorrendo uma dis­
tancia h, perde uma quantidade mgh de sua energia poten­
cial, mas adquire energia cinetica translacional (~ nO) e 
rotacional (! fem( 2). Quando comeya a subir novamente, 
perde energia cinetica e ganha energia potencial. 
Num ioio modemo, 0 fio nao e amarrado ao eixo, mas 
apenas passa em volta dele, formando uma argola. Quan­
do ele desenrola todo 0 fio, ocorre urn Iigeiro impacto que 
remove toda a energia cinetica translacional remanescen­
·te. Entao, comeya a girar, tendo apenas energia cinetica 
rotacional. Ele permanece girando ("dormindo") ate que 
voce 0 "acorde", dando urn puxao no fio para que este se 
enrole no eixo, fazendo-o tomar a subir. A sua energia ci­
netica rotacional, quando 0 fio esta todo esticado (quando 
ele esta "dormindo"), pode ser aumentada consideravel­
'''-------'--' ' . 
Mg 
(a) (b) 
Fig. 12-9 (a) Urn ioi6, visto em corte transversal. 0 fio, de espessura 
desprezfvel, esta enrolado em tomo de urn eixo de raio Ro. (b) Diagra­
rna de foryas do ioi6, em movimento descendente. Apen~s 0 eixo foi 
representado. 
mente se 0 jogarmos para baixo com alguma velocidade 
inicial Vem e, conseqiientemente, w, em vez de simplesmente 
abandona-Io para que inicie seu movimento descendente a 
partir do repouso. 
Vamos analisar 0 movimento do ioio diretamente, usan­
do a segunda lei de Newton. A Fig. 12-9a mostra um ioio 
idealizado, no qual a espessura do fio e desprezfvel.*A Fig. 
12-9b mostra um diagrama de foryas, no qual apenas 0 seu 
eixo e mostrado. Aplicando-se a segunda lei de Newton, 
na sua forma linear, L F = rna, obtemos 
L F = T - Mg = Ma. (12-17) 
onde Mea sua massa e Tea tensao no fio. 
Aplicando-se a segunda lei de Newton na sua forma 
angular (LT = fa) em torno de um eixo que passa pelo 
centro de massa, obtemos 
L T= T~ = Ia. (12-18) 
onde Roe 0 raio do eixo do ioio e f e 0 seu momento de 
inercia em tomo do seu eixo central. A acelerayao a do ioio 
aponta para baixo (sendo, portanto, negativa).
Do ponto de 
vista da Fig. 12-9, a sua acelerayao angular a tern sentido 
anti-horario (portanto, e positiva) porque, ainda segundo a 
figura, 0 torque dado pela Eq. 12-18 tern este sentido. A 
* Num ioio real , a espessura do fio n:to pode serdesprezada, pois ela ahera 0 raio 
efetivo do eixo do ioio, que varia em fun~ao da quantidade de fio que es tA enro­
lada. 
rela"ao entre ex e a e dada pela expressao a = - aRo. Re­
solvendo esta equa"ao para obter ex (= - a/ Ro) e substitu­
indo este valor na Eq. 12-18, encontramos 
fa 
TR,,=-R,,' 
Depois de eliminarmos T, usando esta expressao e a Eq. 
12-17, obtemos 0 valor de a 
1 (12-19)a = - g 1 + IIMR'f, 
Portanto, urn ioio ideal desenrola 0 seu fio com acelera"ao 
constante. Para que a acelera"ao seja pequena, ele deve ser 
leve, com momento de inercia grande e ter urn eixo cujo 
raio seja pequeno. 
EXEMPLO 12-5 Urn ioi6 ecomposto de dois discos de latao cuja es­
pessura b e igual a 8,5 mm e cujo raio R mede 3,5 cm. Os dois discos 
estao Iigados por urn eixo de raio Ro = 3,2 mm. 
a. Qual eo valor do momento de inercia em torno do eixo central? Des­
preze 0 momento de inercia do eixo. A densidade p do latao e de 8.400 
kg/m'­
Solut;3o 0 momento de inercia I de urn disco em torno do seu eixo cen­
tral e igual a 1I2(MR' ). Neste problema, podemos considerar os dois 
discos juntos como se fossem urn s6. Primeiramente, determinamos sua 
massa fazendo 
M = V P = (2) (1TR2) (b)(p) 
= (2) (1T) (0,035 m)'(O,0085 m) (8.400 kg/ m!) 
= 0,550 kg. 
o momento de inercia e, portanto, 
1= !tMR2 = W (0,550 kg) (0,035 m)2 
= 3,4 X 10- 4 kg· m 2• (Resposta: 
b. Urn fio de comprimento e= 1,1 m e de espessura desprezfvel esta 
enrol ado em torno do eixo. Qual ea acelera~ao linear do ioio quando 
ele rola descendo 0 fio, a partir do repouso? 
Soluc;ao A Eq. 12-19 nos da 
a=-gl+l/MRJ, 
9,8 m / s2 
m234 X 10- 4 kg · I + ' (0,550 kg) (0,0032 m)2 
= - 0,16 m / s2. (Resposta: 
A acelera~ao aponta para baixo e 0 seu valor e0 mesmo, quer 0 ioi6 
esteja rolando para baixo ou para cima. 
Observe que a quantidade I1MRo' que aparece na Eq. 12-19 e sim­
plesmente 0 parametro de momento de inercia {3 que aparece na Tabela 
12-1. Para este ioi6, temos {3 = 60, urn valor muito maior do que 0 de 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 273 
qualquer urn dos objetos listados na !abela. A sua acelera~ao epequena 
e corresponde it de urn aro que desce rolando urn plano inclinado a 1,9°. 
c. Qual e a tensao no seu fio? 
Soluc;ao Podemos calcular a tensao substituindo 0 valor de a, obtido na 
Eq . 12-19 na Eq. 12-17, e resolvendo esta ultima para obter T. Encon­
traremos, entao, que 
Mg 
( 12-20) T= I+Mm/I' 
que mostra, como era de se esperar, que a tensao no fio emenor do que 
o peso do ioi6. Numericamente, temos 
T I + (0,550 kg~~:'~~;2g~~~~ (~~s~ 10-4 kg. m2) 
= 5,3N. (Resposta; 
Este valore 0 mesmo, quer ele esteja subindo, quer esteja descendo pelo 
fio. 
12-3 Torque Revisitado 
No Cap. 11, definimos 0 torque 'T para urn corpo rigido que 
pode girar em torno de urn eixo fixo, sendo que cada partf­
cula do corpo e for"ada a mover-se em urn cfrculo, de cen­
tro no eixo. Vamos agora generalizar a defini"ao de torque 
de modo que ela se aplique a uma particula (em vez de 
apenas urn corpo rfgido), que se move em rela"ao a urn 
ponto fixo (em vez de urn eixo fixo), tornado geralmente 
como sendo a origem. A trajet6ria da partfcula nao precisa 
ser urn cfrculo em torno daquele ponto e nem mesmo estar 
contida num plano. 
A Fig. 12-10 mostra uma partfcula localizada no ponto 
P no plano xy. Sua posi"ao em rela"ao it origem 0 e dada 
porum vetor posi"ao r . Uma unica for"aF, contida no plano 
xy, atua sobre a partfcula, sendo que 0 vetor F e uma ex­
tensao do vetor r fazem urn angulo ¢ entre si. 
D torque exercido sobre a partfcula por essa for"a, em 
rela"ao it origem 0, e uma grandeza vetorial definida 
como 
De acordo com as regras do produto vetorial (veja a Fig. 3­
19), 'T e perpendicular ao plano que contem reF. Portan­
to, 0 vetor 'T da Fig. 12-10 e paralelo ao eixo z, no sentido 
de Z crescente. Ao aplicarmos a regra da mao direita para 
encontrarmos 0 sentido de 'T, e conveniente deslizarmos 0 
vetor F, sem mudarmos sua dire"ao, ate que a sua origem 
coincida com 0 ponto 0, como mostra a Fig. 12-10. A ori­
gem do torque 'T tambem esta em O. 
A magnitude do vetor 'T e dada por (veja a Eq. 3-20) 
T = rF sen cpo ( 12-22) 
274 MECANICA 
% ­
-r (~rxF) 
(a) (b) 
Fig. 12-10 Definindo 0 torque. Uma forya F , pertencente ao plano -'Y, atua sobre uma particula localizada no ponto P. Esta forya exerce urn torque 
T (= r X F) sobre a particula. em relayao Ii origem O. 0 vetor torque aponta na direyao de z crescente. Sua magnitude edada por rF" em (a) e por 
r"F em (b). 
x 
A Eq. 12-22 pode ser reescrita como 
(12-23) 
onde Fk e a componente de F perpendicular a r (Fig. 12­
lOa) . A Eq. 12-22 pode ainda ser reescrita como 
(12-24) 
onde r1- (0 bra~o de alavanca de F) e a distancia perpendi­
cular entre 0 e a linha de a~ao de F (Fig. 12-lOb). 
Observe que, se 0 lingu10 entre a for~a F eo vetor posi­
~ao r forO OU 180°, entao, a Eq. 12-22 nos diz que 0 torque 
e zero. Obtemos 0 mesmo resultado usando a Eq. 12-23 (em 
que a componente perpendicular F1- = 0) e com a Eq. 12­
24 (em que 0 bra~o de a1avanca r1- = 0). 
As Eqs. 12-22 a 12-24 concordam com a nossa defini­
~ao de torque dada anteriormente, em que consideramos 
apenas 0 caso particular de uma for~a que atua sobre urn 
corpo rigido for~ado a girar em tomo de urn eixo fixo. (Veja 
as Eqs. 11-28 a 11-30.) Lembre-se de que identificamos 0 
torque sobre urn corpo rigido como sendo a arao de rota­
rao de uma for~a aplicada: ele tende a girar 0 corpo; isto e, 
o vetor posi~ao de uma parte qualquer do corpo gira em 
tomo de urn eixo fixo. Analogamente, 0 torque que atua 
sobre a partfcula mostrada na Fig. 12-10 tende a fazer gi­
rar 0 vetor posi~ao da partfcula, r, em tomo da origem. 
EXEMPLO 12-6 Na Fig. 12-lla, Ires foryas, cada uma tendo m6dulo 
igual a 2,0 N, atuam sobre uma partfcula, que esta sobre 0 plano XZ, num 
. ponto P dado pelo vetor posiyao r , onde r = 3,0 m e (} = 30°. A forya F, 
eparalela ao eixo x, a forya F, ao ze a F, ao y. Qual e0 torque devido a 
cada uma das foryas, em relayao Ii origem? 
o angulo entre reF; ede 90°. Aplicando a Eq. 12-22 para cada uma 
das foryas, encontramos as magnitudes dos torques 
T, = rF, sen </>1 = (3,0 m) (2,0 N) (sen 150°) 
= 3.0N·m, 
T2 = rF2 sen ~ = (3,0 m) (2,0 N) (sen 120°) 
= 5,2 N'm, 
e 
T, = rF, sen </>, = (3,0 m)(2,O N) (sen 90°) 
=6.0N·rn. (Resposta) 
Para encontrarmos as direyOes desses torques, aplicamos a regra da 
mao direita, posicionando os dedos da mao direita de modo a girarem r 
ate alcanyar F, atraves do menor angulo formado pelos dois vetores. 0 
torque TJ eperpendicular are a F, (Fig. 12-11d) e sua direyao faz urn 
ilngulo (} = 30° com a direyao de z decrescente. Na Fig. 12-lld, repre­
sentamos F, por meio de urn cfrculo cruzado, (8), sugerindo a cauda de 
uma flecha. (Se F, possuisse sentido oposto, seria representada por urn 
ponto no interior de urn circulo, 8 , sugerindo a ponta de uma flecha.) 
TOdos esses torques sao mostrados na Fig. 12-lle. 
12-4 Momento Angular 
Como todas as grandezas Iineares, 0 momento linear tern 
urn correspondente angular. A Fig. 12-12 mostra uma par­
tfcula com momento linear p (= my) situada no ponto P, 
no plano xy. 0 momento angular edessa particula, relati­
vamente aorigem 0 , e uma grandeza vetorial definida como 
S0101;80 As Figs. 12- llb e 12-11c sao vistas superiores do planoxz, onde 
os vetores F, e F, foram re\lesenhados, tendo suas origens no ponto 0, onde reo vetor posi~ao da particula em rela~ao aorigem 
para mostrar melhor os ilngulos que esses vetores fazem com 0 vetor
r. O. Conforme aquela se move em rela~ao a 0, no sentido 
x 
z 
z 
I 
X 
(b) 
F~Fl 
% 
X v=.:>v N V 
F~ 
x 
(a) (e) 
% 
% ::1 vv 
Q-;Jv,~3 
1'2 J>-Y• 
(d) (e) 
Fig. 12·11 Exemplo 12-6. (a) Vma partfcula situada no ponto P sofre a 
a9ao de tres for9as , cada uma paralela a urn dos eixos coordenados. 0 
angulo cf> (usado na determina9iio do torque) emostrado em (b) para F, 
e (e) para F,. (d) 0 torque 1") eperpendicular are a F, (0 sfmbolo ® 
indica que F3 eperpendicular ao plano da figura e aponta para dentro) . 
(e) Os torques (relativamente il origem 0) que atuam sobre a particula. 
de seu momenta p (= mY), 0 vetor posi~ao r gira em tomo 
de O. Para que uma partfcula tenha momenta angular, nao 
enecessario que gire em tomo de O. A compara~ao das Eqs. 
12-21 e 12-25 mostra que a rela~ao entre 0 momento an­
gular eo linear e a mesma que existe entre 0 torque e a for~a. 
A unidade do momenta angular no SI e 0 quilograma-me­
tro-quadrado por segundo (kg'm2/s), equivalente ao 
Joule.segundo (J.s). 
o vetor momenta angular ena Fig. 12-12 e paralelo ao 
eixo z e aponta no senti do crescente de z. Assim, eeposi­
tivo em concordancia com a rota~ao em sentido anti-hora­
rio executada pelo vetor posi~ao da partfcula, r, em tomo 
do eixo z. (Urn vetor enegativo, consistente com uma ro­
ta~ao de r em tomo de z em sentido horario, apontaria no 
sentido decrescente de z.) 
o m6dulo de ee dado por 
e = rmv sen <p, (12-26) 
onde 4> e 0 angulo entre rep. A Eq. 12-26 pode ser rees­
crita como 
e rp.l rmv.l , (12-27) 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 275 
% 
C(= r x p) 
x 
(a) 
% 
Ok ... _ _... ... . y 
x 
(b) 
Fig. 12-12 Definindo 0 momento angular. Vma partfcula de massa m, 
localizada no ponto P, possu i momento linear p (= mY), pertencente 
ao planoX)'. A partfcula tern momento angular e(= r x p), relativamente 
it origem O. 0 vetor momento angular aponta no sentido de zcrescente. 
(a) A magnitude de eedada por e = rp" = rmvl . (b) A magnitude de 
eetambem dada por e= r"p = r"mV. 
on de p~ e a componente de p perpendicular a r (como na 
Fig. 12-12a), e P.l = mv.l ' A Eq. 12-26 pode tambem ser 
reescrita como 
e= r.lp = r.l mv ( 12-28) 
onde r.l ea distancia perpendicular entre 0 e urn prolong a­
mento de p (como na Fig. 12-12b). Se uma partfcula esti­
ver se afastando da origem em !inha reta (cfJ = 0) ou se 
aproximando da origem em linha reta (4) = 180°), aEq. 12­
26 nos diz que a partfcula nao possui momento angular em 
tomo daquela origem. 
Do mesmo modo que 0 torque, 0 momenta angular s6 
tern senti do se for especificada uma origem. Alem disso, 
se a partfcula da Fig. 12-12 nao estivesse situada no plano 
xy ou se 0 momenta linear p da partfcula tambem nao esti­
vesse naquele plano, 0 momenta angular enao seria para­
lelo ao eixo z. A dire~ao do vetor momenta angular esem­
pre perpendicular ao plano formado pelos vetores rep. 
276 MECANICA 
12-5 Segunda Lei de Newton na Forma Angular 
A segunda lei de Newton escrita na fonna 
L F = ~~ (uma partfcula) (12-29) 
expressa a intima relat;:ao que existe entre fort;:a e momen­
to linear para uma particula. Ja examinamos bastante 0 
paralelismo existente entre grandezas lineares e angulares 
e is so nos da a certeza de que existe tambem uma relat;:ao 
intima entre 0 torque e 0 momenta angUlar. Guiando-nos 
pel a Eq. 12-29, podemos ate mesmo supor que esta rela­
t;:ao deve ser 
A Eq. 12-30 e, de fato, uma fonna angular da segunda lei 
de Newton, para uma parucula: 
A soma veto rial de todos os torques que atuam sobre uma 
particula e igual asua taxa de variat;:ao do momento 
angular, em relat;:ao ao tempo. 
A Eq. 12-30 nao possui significado, a menos que os torques 
Teo momenta angular esejam definidos relativamente a 
mesma origem. 
Demonstra~ao da Eq. 12-30 
Comecemos com a Eq. 12-25, a definit;:ao de momento 
angular: 
e = mer x v) 
Derivando* cada membro com relat;:ao ao tempo t, obtemos 
(12-31) 
Mas dvldt e a acelerat;:ao a da particula e drldt e a sua ve­
10cidade v. Assim, podemos reescrever a Eq. 12-31 como 
de 
- = mer x a + v x v) . 
dt 
Como v X v = 0 (0 produto vetorial de qualquer vetor com 
ele mesmo e zero, porque 0 angulo entre os dois vetores e 
necessariamente zero), temos 
de 
-- = mer x a) = r x mao dt 
*Ao derivar urn produto vetorial, voce deve ter 0 cuidado de nao inverter a or­
dem das duas graodezas (00 oosso caso, rev) que fonnam 0 produto. (Veja a 
Eq.3-21.) 
Usemos agora a segunda lei de Newton (~ F = mal para 
substituinnos ma pelo seu equivalente, a soma velorial das 
fort;:as que atuam sobre a particula, obtendo 
~~ = r x ( L F) = L (r x F). (12-32) 
Finalmente, a Eq. 12-21 mostra que r X Fe 0 torque asso­
ciado afort;:a F, de modo que a Eq. 12-32 se tom a 
deLT=--.dt 
Esta e a Eq . 12-30, a relat;:ao que desejavamos demonstrar. 
EXEMPLO 12-7 Urn pingUimde massa mcai do pontoA.localizado a 
uma distiincia horizontal d da origem 0, partindo do repouso, como 
mostra a Fig. 12-13. 
a. Qual e0 momento angular do pingUim em torno de O? 
Solu~iio 0 momento angular e dado pela Eq. 12-25 (e = r X p); sua 
magnitude e(pela Eq. 12-26): 
e= TP sen <p. 
Onde r sen <p = d, nao importando qual a distancia percorrida pelo pin­
gUim na queda, e p = mv = m(gt). Assim, etern magnitude 
e= mgtd. (Resposta) (12-33) 
A regra da mao direita mostra que a vetor momenta angular eapon­
ta para dentro do plano da Fig. 12-13, no senti do decrescente de z. Re­
presentamos eatraves de urn cfrculo cruzado, 181, na origem. 0 vetor e 
muda com a tempo apenas em magnitude, perrnanecendo 0 seu senti do 
constante. 
y 
1----d----t 
A --~~-------------+~. x 
,.; 
Fig. 12-13 Exemplo 12-7. Urn pingiiim de massa m cai vertical mente 
do ponto A. 0 torque or e 0 momenta angular edo pingUim em queda, 
relativamente 11 origem 0, apontam para dentro do plano da figura, em O. 
b. Qual e 0 torque exercido pelo peso mg do pingiiim em torno da ori­
gem O? 
Solu~o 0 torque edado pela Eq . 12-21 ('r = r X F); sua magnitude e 
(pela Eq. 12-22): 
T = rFsen cf>. 
Mais uma vez, r sen cf> = de F = mg. Portanto, 
T = mgd =uma constante. _(Resposta) (12-34) 
Observe que 0 torque esimplesmente 0 produto da for~ mg pelo bra90 
de alavanca d. A regra da mao direita mostra que 0 vetor torque T aponta 
para dentro do plano da Fig. 12-13, no sentido decrescente de Z, sendo assim 
paralelo a e. (Note que tambem podemos obler a Eq. 12-34 derivando a 
Eq. 12-33 em rela9ao ate substituindo 0 resultado na Eq. 12-30.) 
Vemos que Tee dependem forte mente da escolha da origem (atra­
ves do valor de d). Se 0 pingiiim cai da origem, temos d = 0 e, portanto, 
nao ha torque nem momento angular. 
12-6 Momento Angular de urn Sistema de 
Partlculas 
Voltemos agora nossa atenyao para 0 movimento de urn 
sistema de partfculas em relayao a uma origem dada. Ob­
serve que "urn sistema de partfculas" inclui urn corpo rfgi­
do como caso particular. 0 momenta angular total L de urn 
sistema de partfculas e a soma (vetorial) dos momentos 
angulares individuais f de cada uma das partfculas: 
... z:u=u aq 
onde i (= I, 2, 3, ...) discrimina cada uma das partfculas. 
Com 0 tempo, os momentos angulares das partfculas indi­
viduais podem mudar, seja por causa de interayoes com 0 sis­
tema (entre as partfculas individuais), seja por causa de influ­
encias extemas que atuem sobre 0 sistema. Podemos encon­
trar a variayao temporal do momenta angular total L do siste­
ma, calculando a derivada temporal da Eq. 12-35. Assim, 
dL n dC . 
di =2: --ft (12-36) 
1= I 
Pela Eq. 12-30, vemos que df/dt e simplesmente IT;, a soma 
(vetorial) dos torques que atuam sobre a iesima partfcula. 
Alguns torques sao internos, associados com foryas que as 
partfculas do sistema exercem umas sobre
as outras; outros, 
sao externos, associados com foryas extemas que atuam 50­
bre 0 sistema. As foryas intemas se cancelam aos pares, * de­
vido ao princfpio da ayao e reayao de Newton. Portanto, ao 
somarmos os torques, temos que considerar apenas aqueles 
associ ados as foryas extemas. A Eq. 12-36 se toma, enta~ 
• Devemos supor alem disso que ambas as fO'l'as, em cada par a,ao-rea,ao in­
tema, tern a mesma linha de a,ao. 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 277 
A Eq. 12-37 ea segunda lei de Newton para urn sistema de 
partfculas, expressa em tennos de grandezas angulares, e e 
analoga a I Fe .. = dP/dt (Eq. 9-23). A Eq. 12-37 estabele­
ce que a soma (vetorial) dos torques externos que atuam 
sobre urn sistema de partfculas e igual a taxa de variayao 
temporal do momento angular do sistema. A Eq. 12-37 s6 
tern significado se os vetores torque e momento angular 
estiverem referidos a mesma origem. Num referencial iner­
cial, aEq. 12-37 pode ser aplicada a qualquer ponto. Num 
referencial acelerado (como, por exemplo, uma roda que 
gira num plano inclinado), a Eq. 12-37 so se aplica ao cen­
tro de massa do sistema. 
12-7 Momento Angular de urn Corpo Rlgido que 
Gira em Torno de urn Eixo Fixo 
Consideraremos a seguir 0 momento angular para 0 caso 
particular em que 0 sistema de partfculas constitui urn cor­
po rfgido em rotayao . A Fig. l2-l4a mostra esta situayao: 
o corpo esta limitado a girar em tomo de urn eixo fixo, que 
identificamos como sendo 0 eixo z, e que atravessa 0 cor­
po. A velocidade angular do corpo ew. 
Podemos detenninar 0 momenta angular do corpo que 
gira somando as componentes z dos momentos angulares 
dos elementos de massa do corpo. N a Fig. 12-14a, urn ele­
mento de massa t:.mi se move, em tomo do eixo z, numa 
trajet6ria circular. A posiyao do elemento de massa em 
relayao a origem 0 edada pelo vetor posiyao rio 0 raio da 
trajet6ria circular e r ii. que ea distancia perpendicular en­
tre 0 elemento e 0 eixo z. 
A magnitude do momenta angular fi deste elemento de 
massa, relativamente ao ponto 0 , e dada pela Eq. 12-26: 
Ci = (Ti) (P;) (sen 90°) = (Ti)(.lmi Vi) , 
x 
(a) (b) 
Fig. 12-14 (a) Urn corpo rfgido giraem tornodo eixo Z, com velocidade 
angular w. Urn elemento de massa do corpo, !!.m" move-se em torno do 
eixo z num cfrculo de raio r< I' Este elemento possui momento linear Pi' 
e sua posi9ao em rela9ao 11 origem 0 edada pelo vetor r/ A figura mos-
Ira !!.m, no instante em que r <I esta paralelo ao eixo X . (b) Momento an­
gular e; do elemento de massa que aparece em (a), em rela9ao aorigem 
O. A componente ze;:, de e;, tam bern esta representada. 
278 MECANICA 
Tabela 12-2 
Outras Rela~oes de Correspondencia entre Transla~iio e Rota~iio' 
Transia,iio Rota,iio 
For~a 
Momento linear 
Momento linear" 
Momento linear" 
F 
p 
P(= IpJ 
P = MV,m 
Torque 
Momento angular 
Momento angular" 
Momento angular' 
T(=rXF) 
e(=rXp) 
L (= ~ e,,) 
L = Iw 
Lei de Newton' dP ~F,,,= -
dt 
Lei de Newton' dLI. 'f~lU = -
dt 
Lei de conserva~liod P = uma constante Lei de conserva~liod L =uma constante 
'Veja tambem a Tabela 11-3. 
'Para sistemas de partlculas, inclusive corpcs rigidos. 
'Para urn corpc rfgido, em tome de urn eixo fix~, sendo L a componente paratela aquele eixo. 
dPara urn sistema isolado. 
onde p; e Vi sao, respectivamente, 0 momento linear e a 
velocidade linear do elemento de massa, e 0 lingulo en· 
tre r i e Pi e igual a 900 0 vetor momenta angular do • 
elemento de massa da Fig. 12-14a, £" e mostrado na Fig. 
12-14b. 
Estamos interessados na componente de e, que e parale· 
la ao eixo de rota~ao que, neste caso, e 0 eixo z. Esta com· 
ponente z e 
A componente zdo momenta angular total do corpo rigido 
e obtida somando·se as contribui~6es de todos os elemen· 
tos de massa que constituem 0 corpo. Assim, como V = 
wr1.' podemos escrever 
n n n 
L, = L: e., = L: .lmi ViT1.i = L: .lm;(wT1.i)T1.i 
i= 1 i=} ;=1 
(12-38)
= W (i .lmi TL). 
I~l 
Podemos remover w do somat6rio, neste caso, porque ele 
e uma constante: tern 0 mesmo valor para todos os pontos 
do corpo rigido em rota~ao . 
A quantidade Illm;Dque aparece na Eq. 12-38 eo mo· 
mento de inercia I do corpo em torno do eixo fixo (veja a 
Eq. 11-22). Assim, a Eq. 12-38 reduz-se a 
Eliminamos 0 subscrito z, porem voce deve lembrar-se de 
. que 0 momenta angular definido pela Eq. 12-39 e apenas a 
componente do momento angular paralela ao eixo de rota­
~ao. Da mesma forma, I nessa equa~ao e 0 momenta de 
inercia do corpo em torno daquele mesmo eixo. 
A Tabela 12-2, que complementa a Tabela 11-3, amplia 
a nossa lista de rela~oes lineares e angulares corresponden­
tes . 
EXEMPLO 12-8 A Fig. 12-15 mostra a Terra girando em tomo do seu 
eixo, enquanto descreve sua 6rbita ao redor do Sol. 
a. Qual e0 momento angular associado 11 rota~ao da Terra em tomo do 
seu eixo? 
Solu~o Da Eq. 12-39 e da Tabela 11-2(g), temos 
21T radL = Iw = 'MR2_­
rOl '3' T 
onde MeR sao a massa e 0 raio da Terra e T (= 24 h = 8,64 X 1000s) 
eo tempo necessario para que a Terra execute uma rota~lio completa (T 
eo per{odo de rota,iio). Assim, 
= 7,1 X 1035 kg·m2/s. (Resposta: 
o vetor Lro. e paralelo ao eixo de rota~ao da Terra, apontando (como 
mostra a regra da mao direita) do p610 Sui para 0 p610 Norte. 
b. Qual e0 momento angular associado ao movimento orbital da Terra 
em tomo do Sol? 
Solu~iio Considerando a Terra como uma partfcu]a e aplicando a Eq. 
12-39, temos 
Fig. 12-15 Exemplo 12-8. Vista em perspectiva da Terra girando em 
tomo do seu eixo, enquanto segue sua 6rbita em tomo do Sol (suposta 
circular). Os vetores momento angular nao foram desenhados em esca­
la; na verdade, Locb ecerca de 4 X 10' vezes maior que L~. 
onde R e agora a dist§ncia media Terra-Sol e T (= 1 ano = 3.16 X 
10' s) e 0 per(odo de revolufao da Terra em tomo do Sol. Assim. 
21T 
Lo•b = (5.98 X 1024 kg)(1 .50 X 1011 m) 2 3.16 x 10' s 
= 2.7 X 100W kg· m2/ s. (Res posta) 
o vetor L,rt> e perpendicular ao plano da 6rbita da Terra. Devido aincli­
na~ao do eixo desta. os vetores momento angular orbital e rotacional 
fazem entre si urn §ngulo de 23.5'. Ambos os vetores perrnanecem cons­
tantes em magnitude e sentido. enquanto a Terra se move em sua 6rbita 
durante 0 ano.* 
12-8 Conserva~ao do Momento Angular 
Ate aqui, discutimos duas poderosas leis de conserva<rao: 
ada energia e a do momenta linear. Agora, estamos diante 
de uma terceira lei deste tipo, a conserva<rao do momento 
angular. Comecemos com a Eq. 12-37 (~7." = dLldt), que 
e a segunda lei de Newton escrita na fonna angular. Se 
nenhum torque extemo resultante atuar sobre 0 sistema, esta 
equa<rao se tomara dLldt = 0, ou seja. 
Esta equa<rao representa a lei da conserva~li.o do momen­
to angular: 
Se nenhum torque extemo atuar sobre urn sistema, 0 
(vetor) momenta angular L deste sistema pennaneceni 
constante, nao importando quais sejam as altera<r0es que 
ocorram dentro do sistema. 
A Eq. 12-40 e uma equa<rao vetorial e, como tal, e equiva­
lente a tres equa<roes escalares que correspond em a conser­
va<rao do momento angular em tres dire<rOes mutuamente 
perpendiculares. 
Semelhante as outras duas leis que ja discutimos, a Eq. 
12-40 pennanece valida mesmo fora dos limites da meca­
nica newtoniana. Ela vale para particu1as cujas velocida­
des sao pr6ximas a da luz (0 domfnio da teoria da relativi­
dade), e pennanece valida no universo das particulas su­
bat6micas (govern ado pela Mecanica Quantica). J amais foi 
encontrada uma exce<rao para essa lei. 
12-9 Conserva~ao do Momento Angular: Alguns 
Exemplos 
1. 0 piiio humano. A Fig. 12-16 mostra urn estudante 
sentado num banco que pode girar livremente em lomo de 
*Esta afirmali va ~ apenas aproximada. pois. devido A influencia dos outros pla­
netas. a for9a gravitacional
sobre a Terra nlio ~ central. logo. seu momento angu­
lar orbital nllo se conserva. Alem disso. como a Terra nlio ~ perfeitamente esf~­
rica, as fon;as gravitacionais - devido ao Sol e aLua - exercem urn torque que 
faz com que 0 eixo de rota~ao da Terra descreva urn cone no espa~o. urn movi­
mento chamado precessiio dos equin6cios. (N. do R.) 
ROLAMENTO, TORQUE E MOM.ENTO ANGULAR 279 
urn eixo vertical. 0 estudante, que foi posto em rota<rao com 
uma velocidade angular inicial Wi reduzida, segura dois 
halteres com os bra<ros abertos. Seu vetor momento angu­
lar L aponta para a parte superior da figura, ao Iongo do 
eixo vertical. 
o instrutor pede, entao, que 0 estudante encolha os bra­
<ros, puxando-os para junto do corpo; isto faz com que 0 
seu momenta de inercia seja reduzido do valor inicial I i para 
urn valor inferior If> porque a massa esta agora concentra­
da numa regiao mais pr6xima do eixo de rota<rao. Sua ve­
locidade de rota<rao aumenta, consideravelmente. de Wi a 
wf. Para diminuir sua velocidade, 0 estudante s6 precisa 
estender os bra<ros novamente. 
Nao ha nenhum torque extemo atuando sobre 0 sistema 
constitufdo pelo estudante, 0 banco e os hal teres. Deste 
modo, 0 momenta angular do sistema em tomo do eixo de 
rota<rao deve pennanecer constante, nao importando 0 modo 
como 0 estudante movimente os pesos. Das Eqs. 12-39 e 
1·2-40, temos 
L = I W =uma constan te 
ou 
IiWi = If wf· 
Na Fig. 12-16a, a velocidade angular do estudante, Wi' e 
relativamente baixa e 0 seu momenta de inercia, I i' relati­
vamente grande. N a Fig. 12-16b, a velocidade angular pre­
cisa ser maior a fim de compensar a diminui<rao do momen­
to de inercia. 
2. 0 salto ornamental. A Fig. 12-17 mostra uma atleta 
executando urn mergulho com saito mortal. Como voce ja 
deveria supor, 0 seu centro de massa segue uma trajet6ria 
parab6lica. Ela deixa a prancha com urn momenta angular 
L 
Eixo de rota9iio 
(a) (b) 
Fig. 12-16 (a) 0 estudante possui momento de inercia relativamente 
grande, enquanto sua velocidade angular e relativamente pequena. (b) 
Diminuindo seu momento de inercia, 0 estudante aumenta automatica­
mente sua velocidade angular. 0 momenta angular do sistema. L, per· 
manece constante. 
280 MECANICA 
Fig. 12-17 0 momento angular L da atleta econstante durante 0 saito, 
sendo representado pela cauda de uma seta, (8), que eperpendicular ao 
plano da figura. Observe tambem que 0 centro de massa (veja os pon­
tos) segue uma trajet6ria parab6lica. 
L bern definido, em torno de urn eixo que passa pelo seu 
centro de massa, representado por urn vetor que aponta para 
dentro do plano da Fig. 12-17, perpendicularmente apagi­
na. Enquanto esta no ar, a atleta constitui-se num sistema 
isolado, no que concerne a torques externos, e 0 seu mo­
mento angular nao pode se alterar. Juntando seus bra ..os e 
pernas na posifiio dobrada, a atleta pode reduzir cons ide­
ravel mente 0 seu momenta de inercia em torno do eixo de 
rota..ao e, deste modo, aumentar muito a sua velocidade 
angular. Estendendo os bra ..os e pernas (na posifiio aber­
ta) no final do saIto, ela aumenta 0 seu momento de inercia 
e, assim, diminui sua velocidade angular de modo a entrar 
na agua 0 mais verticalmente possivel, espalhando uma 
quanti dade minima de agua. Mesmo num saIto mais com­
plicado, envolvendo movimentos em parafuso, 0 momen­
to angular do atIeta se conserva em modulo, dire ..ao e sen­
tido, durante todo 0 tempo de execu ..ao do saIto. 
3. Estabilizando um satilite (ou um disco). Antes que 
urn satelite seja lan ..ado do compartimento de carga de urn 
onibus espacial (veja Fig. 12-18), faz-se com que ele entre 
em rota ..ao em torno do seu eixo. Por que? 
Emais diffcil alterar-se a dire ..ao da velocidade de uma 
partfcula (por meio de urn impulso lateral), quando 0 seu 
momento linear e grande. Do mesmo modo, a orienta ..ao 
Fig. 12-18 Lan~amento do sate lite de comun ica~6es mexicano Morelos­
D, do compartimento de carga de um 6nibus espaci a\. Faz-se 0 satelite 
girar em tomo do seu eixo central para estabilizar a sua orienta9ao, en­
quanto ele se dirige asua 6rbita. 
de urn corpo que esta girando e mais diffcil de ser alterada 
(por meio de urn torque externo) quando 0 momento angu­
lar do corpo e grande. A orienta ..ao de urn satelite que niio 
estivesse girando, poderia ser mud ada ate mesmo por urn 
pequenissimo torque externo devido, por exemplo, atenue 
atmosfera residual ou apres sao de radia ..ao da luz do Sol. 
Ja a orienta ..ao de urn satelite que esta girando nao e afeta­
da por tais fatores. 
o processo pelo qual urn disco e estabilizado durante 0 
voo e exatamente 0 mesmo, sendo este urn exemplo mais 
conhecido. 
4. Orientariio de um velcuUJ espacial. Quando urn sis­
tema isolado de partfculas nao possui momenta angular, a 
sua orienta ..ao no espa ..o pode ser mudada atraves de alte­
ra..oes internas ocorridas no sistema? Se ele nao for urn 
corpo rfgido, a resposta e: "Sim, sob certas condi ..6es." 
A Fig. 12-19, que representa urn vefculo espacial dota­
do de urn volante firmemente preso asua estrutura, sugere 
urn metodo para controlar a orienta ..ao. 0 conjunto veicu­
10 espacial + volante forma urn sistema isolado. Se 0 mo­
mento angular L do sistema for igual a zero, eIe devera 
permanecer assim. 
Para mudar a orienta ..ao do veiculo espacial , 0 volante 
e acionado, como na Fig. 12-19a. 0 vefculo come ..a a gi­
rar em sentido oposto, para manter nulo 0 momento angu­
lar do sistema. Quando 0 volante retornar ao repouso, 0 
vefculo tam bern deixani de girar, mas sua orienta ..ao tera 
mudado, como na Fig. 12-19b. Em nenhum instante durante 
esta manobra 0 momento angular do sistema veiculo espa­
cial + volante tern valor diferente de zero. 
(a) 
x 
,,' 
Jl O" 
x 
(b) 
Fig. 12-19 (a) Urn vefculo espacial idealizado, dotado de urn volante. 
Se 0 volante for posto para girar em sentido horacio, como mostra a fi­
gura, 0 veiculo in! girar em sen tido anti-honi rio, porque 0 momento 
angular total deve perrnanecer nulo. (b) Quando 0 volante para, a nave 
tam bern para de girar, mas a orienta,ao do seu eixo ten! sido alterada de 
urn angulo /lO,.. 
A conserva~ao do momenta angular exige que 
/'"eWve + [ vo Wvo 0 (12-41 ) 
durante todo 0 tempo. (0 subscrito ve refere-se ao vefculo 
espacial e vo ao volante.) As duas velocidades angulares 
tern sinais opostos, correspondendo aos sentidos opostos 
das rota~6es do velculo e do volante. Como w = t:.fJlt:.t, 
podemos esc rever a Eq. 12-41 como 
I ve !l.()ve = - I vo !l.()v, 
ou 
A 
u()ve = - TIvo !l.()vo · 
ve 
Onde t:.fJve e 0 angulo que 0 velculo espacial gira num dado 
intervalo de tempo, enquanto t:.fJvo e 0 angulo de giro do 
volante no mesmo intervalo de tempo. 0 sinal negativo nos 
lembra que esses dois angulos tern sentidos opostos. Como 
Ivo~ Iv" 0 volante precisa executar muitas revolu~6es para 
que a nave gire urn angulo pequeno. (Na verdade, estudos 
de engenharia demonstram que os retrofoguetes sao mais 
eficientes que os volantes, quando se trata de alterar a ori­
enta~ao de naves espaciais .) 
Urn fato interessante ocorreu com a nave Voyager 2, na 
sua passagem pelo planeta Urano, em 1986. A nave sofria 
uma rota~ao indesejavel toda vez que 0 seu gravador era 
acionado em alta velocidade. A equipe de Terra, no Labo­
rat6rio de Propulsao a Jato, teve de programar 0 computa­
dor de bordo para acionar os retrofoguetes sempre que 0 
gravador fosse ligado ou desligado, de modo a contraba­
lan~ar 0 seu efeito. 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 281 
5. A incrivel estrela que encolhe. Quando a intensida­
de das rea~oes nucleares que ocorrem no nucleo de uma 
estrela diminui , ela pode entrar em colapso, gerando gran­
des pressoes no seu interior. 0 colapso po de chegar ao 
ponto de reduzir 0 raio da estrela desde
urn valor pr6ximo 
ao do nosso Sol ate 0 valor incrivelmente pequeno de al­
guns poucos quil6metros . Ela se toma, entao, uma estrela 
de neutrons, assim chamada porque 0 material do qual ela 
e feita foi comprimido ate formar urn gas de neutrons ex­
tremamente denso. 
Durante este processo de contra~ao, a estrela e urn sis­
tema isolado, eo seu momenta angular L nao pode mudar. 
Porque 0 seu momento de inercia se reduz enormemente, 
a sua velocidade angular aumenta proporcionalmente, ate 
600-800 revolu~6es por segundo. A tftulo de compara~ao, 
o nosso Sol, que e uma estrela tfpica, executa cerca de uma 
revolu~ao por meso 
EXEMPLO 12-9 A Fig. 12-20a mostra urn estudante novamen te sen­
lado num banco que pode girar livremente em tomo de urn eixo ven i­
cal. 0 estudante, inicialmente em repouso, segura uma roda de bicicle­
ta, cujo aro recebeu uma camada de chumbo, e seu momento de inercia 
1em torno do eixo central e igual a 1,2 kg·m2 Aroda esta girando com 
velocidade angu lar w, igual a 3,9 Lp.S.; vista de cima, a rota,ao tern 
sentido anti -horario. 0 seu eixo evenical e 0 seu momento angular L, 
aponta venicalmente para cima. 0 estudante agora invene a roda (Fig. 
12-20b). Como resu ltado, ele e a banco gi ram em torno do eixo deste 
ultimo. Com que velocidade angular e em que sentido gira 0 estudante? 
(0 momento de inercia 10 do sistema estudante + banco + roda em lorna 
do eixo do banco e igual a 6,8 kg·m'.) 
1r. ~ w. 
·u 
Wi 
I 
(a) (b) 
rLi kt-~ 
Inicial Final 
( f) 
Fig. 12-20 Exemplo 12-9. (a) Urn estudanle segura uma roda de bici­
cleta que giraem torno da vertical. (b) 0 estudante invene a rodae, assim, 
come,a tam bern a girar. (c) 0 momento angular total do sistema deve 
perrnanecer constante, apesar da inversao. 
282 MECANICA 
Solu~iio Nao M torque resuliame atuando sobre 0 sistema eSludanle + 
banco + roda que possa alterar 0 seu momento angular em torno de 
qualquer eixo vertical. 0 momento angular inicial do sistema, L" e 
apenas 0 da roda de bicicleta. Depois que aroda e invertida, 0 sis­
tema deve continuar a ter momento angular total de mesma magni­
tude e sen ti do. 
Depois da inversao, 0 momento angular da roda e - L" eo conjunto 
eSludanle + banco deve adquirir algum momento angular, que chama­
remos de L. Assim, como mostra a Fig. 12-20c, temos 
L, = L + (- L,) 
ou 
L= 2Li = low, 
onde we a velocidade angular adquirida pelo estudante. ap6s a inver­
sao da roda. Isto nos da 
w= 2Li = 2/wi 
10 10 
_ (2) (1,2 kg· m')(3,9 rev/ s) 
- 6,8 kg·m' 
= 1,4 r. p.s. (Resposta : 
Este resultado positivo nos diz que 0 estudante gira em sentido anti­
homrio, em tomo do eixo do banco, visto de cima. Se ele quiser parar 
de rodar, s6 precisa inverter aroda novamente. 
Ao inverte-Ia, teni plena consciencia da necessidade de aplicar urn 
torque. Este torque, no entanto, einterne ao sistema esludanle + banco 
+ roda e, assim. nao pode mudar 0 seu momento angular total. 
Entretanto, podemos escolher como nosso sistema apenas 0 conjun­
to esludanle + banco, sendo aroda extern a ao novo sistema. De acordo 
com este ponto de vista, quando 0 estudante aplicar urn torque sobre a 
roda. esta reagira exercendo urn torque sobre ele. e que sera agora Urn 
torque externo. A ayao deste torque externo eque muda 0 valor do 
momento angular do sistema estudante + banco, fazendo com que ele 
gire. 0 fato de urn torque ser considerado externo ou interno depende 
inteiramente do modo como escolhemos definir 0 nosso sistema. 
EXEMPLO 12-10 Urn trapezista deve executar urn saito mortal 
triplo durante 0 veo ate 0 seu parceiro, com a durayao de I = 1.87 s. 
No primeiro e ultimo quartos de revolu,ao, ele esta na posi,ao 
esticada mostrada na Fig . 12-21. com momento de inercia I, = 19.9 
kg·m' . em torno do seu centro de massa. Durante 0 restante do v60, esta 
em posiyao moderadamente dobrada, com momento de inercia I, = 5,50 
kg·m'. 
a. Qual deve ser sua velocidade angular inicial w" em torno do seu Cen­
tro de massa? 
Soluyiio Ele gira, na posiyao estendida. urn lingulo total //, = 0,500 re­
voluyOes num tempo total I, e, na posiyao dobrada, urn lingulo //, no 
tempo I" dados por 
(12-42) 
onde w, e a sua velocidade angular na posiyao dobrada. Podemos obter 
uma expressao para w" observando que 0 seu momento angular se con­
serva durante 0 veo: 
de onde temos 
(12-43) 
o seu tempo total de veo e 
que, COm substituiyoes das Eqs. 12-42 e 12-43. pode ser escrito como 
(12-44) 
Inserindo os dados fornecidos, obtemos 
1 ( 5,50 kg' m')
1.87s= WI 0,500 rev + 2,50 rev 19.9kg ' m2 ' 
de onde encontramos. finalmente, 
WI = 0,6369 f .p.S. - 0,637 r.p.S. (Resposta) 
Dobra 
Largada 
Trajet6ria 
parab61ica 
do trnpezista 
Pegada 
Fig. 12-21 Exemplo 12-10.0 saito mortal triplo. 
b. Se ele tentar agora urn saIto mortal quadruplo, com os mesmos valo­
res de W, e t, porem dobrando mais 0 corpo, qual devera ser 0 seu mo­
mento de inercia I" na posi~ao dobrada? 
SolUf;iio 0 §ngulo de rota~ao 0" quando 0 corpo do trapezista esta do­
brado, e agora de 3,5 revolu~Oes (= 4,00 rev -0,500 rev) e a Eq. 12-44 
se torna 
1 
1,87 s 
06369 r.p.s. ~ (0,500 rev + 3,50 rev 19,9 ~~.m2)' 
de onde obtemos 
2I, = 3,929 kg· m' "" 3,93 kg· m . (Resposta: 
Este valor men or para I , permite uma volta mai s rapid a durante a posi­
~ao dobrada e e quase 0 menor valor possfvel para urn trapezista. Para 
realizar urn saIto mortal de quatro e meia voltas, urn trapezista teria de 
aumentar 0 tempo de voo ou a velocidade angular inicial , mas qualquer 
uma dessas altera~oes torn aria mais diffcil a pegada pelo seu parceiro. 
(Voce saberia dizer por que?) 
c. Para 0 salto quadruplo, qual e 0 perfodo de rota~ao T do trapezista (0 
tempo necessaTio para realizar uma rota~ao), durante a posi,ao dobrada? 
Solu,.iio Primeiramente, encontramos a velocidade angular 0>, durante 
a posi~ao dobrada, aplicando a Eq. 12-43: 
1, _ 19,9 kg' m2 0,6369 T.p.S. 
w,= I, W,- 3,929kg.m2 
= 3,226 r.p.s. 
Determinamos, entao, 0 intervalo de tempo T para uma rota~ao, fazendo 
T=lrev_ 1 rev (Resposta) W, - 3,226 r.p.s. = 0,310 s. 
Uma das razOes por que 0 saIto mortal quadruplo e tao diffcil eque a 
rota~ao ocorre rapido demais para que 0 trapezista possa ver claramen­
te 0 que ocorre asua volta ou consiga ajustar a sua velocidade angular, 
alterando 0 seu momento de inercia durante 0 voo. 
EXEMPLO 12-11 Quatro hastes finas, cada uma com massa M e com­
primento d = 1,0 m, es'tao fmnemente conectadas formando urn sinal de 
adi~; 0 conjunto gira num plano horizontal, em tomo de urn eixo vertical 
que passa pelo seu centro, com velocidade angular Wi = - 2,0 rad/s, em 
senLido horatio (veja a Fig, 12-22). Uma bola de lama de massa m e velo­
cidade inicial v, = 12 mls e atirada sobre 0 sinal e fica grudada 11 extremi­
dade de uma das hastes, Seja M = 3 m, Qual ea velocidade angular final 
wldo sistema sinal de adi,iio + bola de lama, considerando-se que a tra­
jet6ria inicial desta e cada uma das trajet6rias mostradas na Fig, 12-22: 
trajet6ria I (0 contato se da quando a velocidade da bola e perpendicular a 
haste), trajet6ria 2 (contato radial), trajet6ria 3 (contato perpendicular) e 
trajet6ria 4 (0 contato se da num §ngulo de 60° com a perpendicular)? 
Solu<;iio 0 momento angular total Ldo sistema em,torno do eixo econ­
servado durante a colisao: 
(12-45)Lj =L" 
onde os subscritosf e i representam os valores final e inicial. Seja 1+ 0 
momento de inercia do sinal de adi~iio em torno do ei xo. Da Tabela 11­
2 (j), temos, para as quatro hastes, 
1+=4(Mt) 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 283 
W'f 
Eixode 
rotac;ao 
Fig. 12-22 Exemplo 12- 11 . Vista superior de quatro bastOes firmemen­
te unidos que giram em torno de urn eixo central. Veem-se tambem 
quatro trajet6rias que uma bola de lama pode seguir
ate grudar num dos 
bastoes. 
o momento de inercia da bola de lama em tome do eixo, conforme a 
bola gira presa ao sinal de adi,ao, e Ibi = md'. Representemos 0 me­
mento angular inicial (antes do contato) da bola de lama em tomo do 
eixo por ei e a velocidade angular final do sistema por wI' Usando a re­
la,ao L = Iw, podemos reescrever a Eq. 12-45 na forma 
I+Wj + Imbwj= I+w, + e, 
e, em seguida, como 
(tMd ') Wj + (md 2)wj = (tMd')w, + ei' (1 2-46) 
Substituindo M = 3 m e Wi = -2,0 rad/s e resolvendo a equa~ao para 
obter WI ' encontramos 
Wj = 5~d2 ( 4md 2 (- 2 rad/ s) + e,). (12-47) 
Calculamos a magnitude de ei para as trajet6 rias Ie 3 atraves da Eq. 
12-28, com," = de v = Vi' Para a trajet6ria 2, usamos a Eq. 12-28 com 
," = O. Para a trajet6ria4, usamos aEq. 12-27, onde, = de Vi = ViCOS 
60°. Determinamos, entao, 0 sinal de e" verificando como urn vetor que 
da a posi~ao da bola de lama em rela~iio ao eixo gira em torno deste, it 
medida que ela se aproxima do sinal de adi~iio: se ele girar em sentido 
horario, ei sera negativo; se girar em sentido anti-horario, e, sera positi­
vo, Os resultados sao: 
traj. I : e, = - mdv, ; via. 2: e, = 0; 
traj . 3: e, = mdv,; via . 4: ei = mdvi cos 60°. 
Onde a velocidade v, = 12 mls. SubsLituindo esses valores de volta na 
Eq. I 2-47, juntamente com 0 valor de Vi, encontramos os valores de Wi 
traj. I: - 4,0 rad/ s; via. 2: -1 ,6 rad/ s; 
traj.3: 0,80 rad/ s; via.4: - 0.40 rad/s. 
12·10 Precessao de urn Giroscoplo (Opcional) 
Urn giroscopio simples consiste de uma roda que epresa a 
uma haste e esta livre para girar em tomo do eixo da haste. 
Se 0 extrema mais distante da haste 'de urn girosc6pio que 
nao esteja girando for colocado sobre urn suporte, como na 
Fig. 12-23a, eo girosc6pio for solto, ele caira, rodando para 
baixo em tomo do suporte. Como a queda envolve uma 
284 MECANICA 
z 
.Trajet6ria circular descrita 
peJa extremidade do vetOr L z 
~p<---y 
" " 
Mg Mg 
(a) (b) (e) 
Fig. 12-23 (a) Urn girosc6pio que nao esta girando e que tern uma das extremidades do seu eixo apoiada num suporte cai co~ uma rota~ao em 
torno do eixo y, devido ao torque T. (b ) Urn girosc6pio que gira rapidamente, com momenta angular L , precessa em torno do elXO z. (e ) A taxa de 
varia~ao temporal do momenta angular, dLld!, produz a rota~ao de L em torno de O. 
rota9ao, ela e govern ada pela segunda lei de Newton na 
forma angular que, usando a Eq. 12-37, pode ser escrita 
como 
T = ilL/ de . (12-48) 
Esta equa9ao nos diz que 0 torque que causa a rota9ao para 
baixo (a queda) muda 0 momenta angular L do girosc6pio, 
que inicialmente era igual a zero. 0 torque T edevido ao 
peso Mg do girosc6pio, que atua no seu centro de massa 
(que consideraremos como sendo 0 centro da roda), com 
bra90 de alavanca r relativamente ao suporte situado em 
O. A magnitude do torque e 
T = Mgr sen 900 = Mg1 (12-49) 
(pois 0 lingulo entre Mg ere igual a 90°), e 0 seu sentido e 
mostrado na Fig. 12-23a. 
Ja urn girosc6pio que esteja girando rapidamente e seja 
solto do mesmo modo que 0 anterior, ira se comportar de 
modo muito diferente. Inicialmente, ele roda para baixo, 
ligeiramente, mas logo come9a a girar em torno de urn eixo 
vertical que passa atraves do suporte, executando urn mo­
vimento denominado precesslio. Por que 0 girosc6pio que 
esta girando fica suspenso no ar, em vez de cair? A chave 
para a solU9ao deste misterio esta no fato de que, quando 0 
girosc6pio e solto, 0 torque devido a Mg precisa mudar urn 
momento angular inicial que nao e mais igual a zero, mas 
tern urn valor finito devido arota9ao do girosc6pio. 
Para compreender como isso leva aprecessao, conside­
remos primeiramente 0 momento angular L do girosc6pio 
devido asua rota9ao. Para simplificar a situa9ao, vamos 
supor que a velocidade de rota9ao seja tao grande que 0 
momento angular devido aprecessao gradual e desprezi­
vel em compara9ao com L. Suponhamos tambem que a 
haste esteja na horizontal quando a precessao tern infcio 
(veja a Fig. 12-23b). A magnitude de L e dada pela Eq. 12­
39 como 
on de / e 0 momento de inercia do girosc6pio em torno do 
seu eixo ewe a velocidade angular do girosc6pio. 0 vetor 
L aponta ao longo do eixo, como mostra a Fig. 12-23b. 
Como L e paralelo a r, 0 torque T deve ser perpendicular a 
L. 
De acordo com a Eq. 12-48, 0 torque T provoca uma 
altera9ao infinitesimal dL no momento angular do 
girosc6pio num intervalo de tempo dt; isto e, 
dL = T dt . (12-51) 
Entretanto, para urn girosc6pio que gira velozmente, a 
magnitude de L e estabelecida pela Eq. 12-50. Portanto, 
como 0 torque atua de forma a alterar L, ele s6 pode modi­
ficar a sua dire9ao e nao a sua magnitude. 
Da Eq. 12-51 , vemos que a dire9ao de dL e a dire9ao de 
T, perpendicular a L. 0 unico modo de alterar L na dire9ao 
de T, sem alterar sua magnitude, e fazendo L rodar em tor­
no do eixo z, como mostra a Fig. 12-23c: L mantem a sua 
magnitude, a extremidade do vetor L descreve uma traje­
t6ria circular, e Te sempre tangente a esta trajet6ria. Como 
L deve sempre apontar ao longo do eixo do girosc6pio, 0 
eixo tambem deve rodar em torno de z, no sentido de T. 
Deste modo, temos a precessao. Como 0 girosc6pio deve 
obedecer asegunda lei de Newton na forma angular, em 
resposta a qualquer altera9ao do seu momento angular ini­
cia I ele deve precessar, em vez de simplesmente tombar. 
Podemos encontrar a velocidade de precessao Q usan­
do, primeiramente, as Eqs . 12-49 e 12-51 , para obtermos a 
magnitude de dL: 
dL = T dt = Mp· dt (12-52) 
Quando L sofre uma altera9ao dL no intervalo de tempo 
dt, 0 eixo e L precessam em torno de z, descrevendo urn 
lingulo infinitesimal dcp. (Na Fig. 12-23c, 0 lingulo dcp apa­
rece exagerado para maior cJareza.) Com 0 auxilio das Eqs. 
12-50 e 12-52, encontramos que dcp e dado por 
dL Mgr dt 
d<jJ = -L- = ---'J'-w-L = /w, (12-50) 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 285 
Dividindo esta expressao por dt e fazendo a velocidade n 
= d¢ldt, obtemos 
Este resultado e valida sob a hip6tese de que a velocidade 
de rota9ao w e grande. Observe que a velocidade de 
precessao n decresce quando w aumenta. Note tambem que 
nao ocorreria precessao, se uma for9a peso Mg nao atuas­
se no girosc6pio, mas como Ie uma fun9ao de M, a massa 
secancela na Eq. 12-53 e, assim, n e independente da massa 
do girosc6pio. 
A Eq. 12-53 tambem se aplica se 0 eixo de urn girosc6pio 
que esteja girando fizer urn angulo qualquer com a hori­
zontal. Ela tambem e valida para urn piao que esteja giran­
do, pois este e, essencialmente, urn girosc6pio que gira 
fazendo urn angulo com a horizontal. 
12-11 	Quantiza~ao do Momento Angular 
(Opcional) 
Dizemos que uma grandeza ffsica e quantizada se ela pu­
der assumir somente certos val ores discretos, de tal forma 
que todos os valores intermediarios sejam proibidos. Ate 
agora, ja encontramos dois exemplos que apresentam esta 
caracteristica: a quantiza9ao da massa (na Se9ao 2-9) e a 
quantiza9ao da energia (na Se9ao 8-9). 0 momento angu­
lar e 0 nosso terceiro exemplo. 
Embora a quantiza9ao seja universal, ela se mostra de 
modo mais marcante apenas nos nfveis atomico e subato­
mico, e e la que vamos buscar nosso exemplo. Todas as 
particulas da Ffsica, tais como 0 eletron, 0 pr6ton e 0 pfon, 
possuem valores intrinsecos bern caracteristicos de momen­
to angular, como se elas estivessem girando como urn piao 
(e, no entanto, nao giram). Este momento angular intrfnse­
co edado pela rela9ao 
h (12-54)e= 5 27T 
onde s (denominado numero quantico de spin) eurn intei­
ro, urn semi-inteiro ou zero. A quantidade h que aparece 
na Eq. 12-54 e a constante de Planck, a constante basica da 
ffsica quantica. 
o numero quantico de spin do eJetron, por exemplo, e 
igual a 112, de modo que 0 seu momenta angular intrfnse­
co e 
e=
(t}(6,63 x 10- 34 j-s) U7T) 
=5,28 X 10- 35 J' s. 
o fato de h ter urn valor tao pequeno significa que a quan­
tiza9ao do momento angular nao eperceptfvel nem mes­
mo no menor dos objetos macrosc6picos. Do mesmo modo, 
as quantiza90es da massa e da energia nao podem ser per­
cebidas diretamente pelos nossos sentidos. 
Os movimentos orbitais dos eletrons nos atomos - eo 
dos pr6tons e neutrons no nucleo atomico - tam bern sao 
quantizados. As considera90es sobre 0 momento angular 
ocupam uma posi9ao central no nosso conhecimento acer­
ca da estrutura da materia nos nfveis atomico e subat6mi­
co. Sempre que urn ffsico se defronta com uma nova partf­
cula ou est ado quantico de urn nucleo, atomo ou molecula, 
a pergunta mais pro va vel que ele ira fazer a si mesmo e: 
"Qual e0 seu momento angular?" Nao ha nada de surpre­
endente no fato da constante de Planck - que e a pedra 
fundamental da estrutura subatomica - ser expressa em 
unidades de momenta angular. 
RESUMO 
Corpos em Rolamento 
Para uma roda de raio R que se move sem deslizar, 
( 12-2) Vern =wR 
on de V,m e a velocidade do centro da roda ewe a sua velocidade angu­
lar em tomo do seu centro. Pode-se tambem descrever 0 movimento 
como se aroda executasse uma rota~ao instantanea em torno de urn ponto 
P do 50 10, que esta em contato com ela. A sua velocidade angular em 
torno deste ponto e identica iI. sua velocidade em tomo do seu centro. 
Tendo isso em mente, podemos mostrar que aroda possui, ao se mover, 
energia cinelica 
( 12-5) K =t/,rno? + tM~rn ' 
onde I,m e 0 momento de inercia da roda em torno do seu centro. 
Analise Usando a Segundo Lei de Newton 
o Exemplo 12-4 ilustra a aplica~ao da segunda lei de Newton, nas for­
mas aplicaveis atran sla~ao (F = Ma,m) e arota~ao (1' = la), na analise 
do movimento acelerado de objetos que rolam. 
o Vetor Torque 
Em tres dimensoes, 0 torque l' euma grandeza definida em rela~i!o a 
urn ponto fixo (geralmente uma origem) pela rela~i!o 
l' = r X 	F, (12-21) 
onde F ea for~a aplicada apartfcula ere urn vetor que da a posi~i!o da 
partfcula em rela~ao a urn ponto fixe (ou origem). A magnitude de l' e 
dada por 
T = rF sen</> = rF~ = r~F (12-22,12-23,12-24) 
onde </> e 0 angulo entre Fer, F" e a componente de F perpendicular a 
r, e r" e a distancia perpendicular entre 0 ponto fixo e a Iinha de a~i!o de 
F . 0 sentido de l' e dado pela regra da mao direita. 
Momento Angular de uma Particula 
o momento angular ede uma partfcula com momento linear p, massa 
m e velocidade linear v e uma grandeza vetorial definida em rela~ao a 
urn ponto fixo (geralmente a origem) e dada pela rela~1io 
e= r X p = m(r X v) ( 12-25) 
286 MECANICA 
A magnitude de ee dada pol' 
e= rmv sen <p (12-26) 
(12-27) 
= TJ..P = T1mv, (12-28) 
onde <p eo angulo entre rep, P1 e v1 sao as componentes de p e v per­
pendiculares a r, e r1 e a distilncia perpendicular entre 0 ponto fixo e a 
linha de a9ao de p. A dire9ao e 0 sentido de esao dados pel a regra da 
mao direita. 
Forma Angular da Segunda Lei de Newton para uma Particula 
A segunda lei de Newton para uma particula pode ser escrita na forma 
vetorial angular como 
(12-30) 
onde ~ Teo torque total que atua sobre a partfcula e ee 0 momenta 
angular da particula. 
Momento Angular de um Sistema de Particulas 
o momenta angular L de urn sistema de particulas ea soma vetorial dos 
momentos angulares das partfculas indi viduais: 
" L = e, + e2 + .. . + en = L e,. (12-35) 
i=1 
A taxa de varia9ao temporal do momenta angular e igual II soma dos 
torques extemos que atuam sobre 0 sistema (os torques devidos a inte­
ra90es das partfculas do sistema com partfculas extemas a ele). A reI a­
9ao exata e 
dLL: T~xt = de (sistema de particulas) (12-37) 
Momento Angular de um Corpo Rigido 
Para urn corpo rfgido que esta em rota9ao em torno de urn eixo fixo, a 
componente do momento angular paralela ao eixo de rota9ao e 
L = Iw (corpo rfgido, eixo fixo) (12-39) 
Conservafiio do Momento Angular 
o momenta angular L de urn sistema permanece con stante, se 0 torque 
extemo total que atua sobre 0 sistema for igual a zero: 
L = uma constante (sistema isolado) (12-40) 
Esta e a lei da conservac;iio do momento angular, Euma das leis de 
conserva9ao fundamentais da natureza, tendo sido verificada ate mesmo 
em situa90es envolvendo partfculas dotadas de altas velocidades ou de 
dimensOes subatomicas, para as quais as leis de Newton nao se aplicam. 
Precessiio de um Piiio 
A precessiio de Urn piao pode ser analisada em termos da Eq. 12-37. A 
velocidade de precessao do piao, Q, e dada por 
n = Mgr . (12-53)
Iw 
Quantizafiio do Momento Angular 
o momento angular euma grandeza quantizada, ocorrendo na nature­
za apenas em multiplos inteiros ou semi-inteiros de h/2rc, onde h ea cons­
tante de Planck. 
QUESTIONARIO 
1. Uma bala decanhao esferica e uma bolinhade gude rolam num plano 
inclinado, partindo do repouso. Qual das duas chega primeiro 11 base do 
plano? 
2. Uma lata cilfndrica cheia de came e outra identica cheia de agua ro­
lam num plano inclinado. Compare suas aceiera90es angulares e linea­
res. Explique as diferen9as. 
3, Urn cilindro solido de madeira rola em dois pIanos inclinados de 
mesma altura, mas com angulos de inclina9ao diferentes. A velocidade 
com que ele chega abase do plano e a mesma em cad a caso? Ele demo­
ra mais tempo para rolar urn dos pIanos do que 0 outro? Explique suas 
respostas. 
4. Urn cilindro solido de latao e urn de madeira tern 0 mesmo raio e massa 
identica, sendo que 0 de madeira emais longo. Suponha que voce os 
solte ao mesmo tempo, do alto de urn plano inclinado. Qual deles alcan­
9ara a base primeiro? Suponha que agora os cilindros tenham 0 mesmo 
comprimento (e 0 mesmo raio) e que as massas sejam tomadas iguais, 
fazendo-se urn furo ao longo do eixo do cilindro de iatao. Qual dos do is 
cilindros chegara primeiro, desta vez? Explique as suas respostas. Su­
ponha que os cilindros rolem sem deslizar. 
5. Rute e Rogerio andam de bicicleta, na mesma velocidade. As rodas 
da bicicleta de Rute possuem diametro urn pouco maior do que as da 
bicicleta de Rogerio. Qual e a compara9ao que se pode fazer entre as 
velocidades angulares das rodas de cada uma? 0 que se pode dizer so­
bre as velocidades das partes superiores dessas rodas? 
6. Se 0 velocfmetro de urn carro e calibrado de forma a registrar Urn valor 
de velocidade linear proporcional II velocidade angular das rodas tra­
seiras, e necessario corrigir a leitura quando se usam pneus de maior 
diametro extemo (como. por exemplo, pneus para neve)? 
7. Urn tambor cilfndrico eempurrado pela parte de cima por meio de 
uma tabua. Partindo da posi9iio inicial mostrada na Fig. 12-24, ele rola 
para a frente uma distancia li2 , igual ametade do comprimento da ta­
bua. Niio ocorre deslizamento em qualquer dos pontos de contato. Onde 
esta a tabu a agora? Qual a distancia percorrida pela mulher? 
Fig. 12-24 Questao 7. 
8. Dois discos pesados estao conectados por uma haste curta de raio bern 
menor do que 0 raio deles. Este sistema e colocado sobre uma rampa de 
modo que os discos fiquem fora da superffcie da rampa, como mostra a 
Fig. 12-25. 0 sistema rola pela rampa sem deslizar. (a) Perto da base 
desta, os discos tocam a mesa horizontal e 0 sistema passa a mover-se 
com uma velocidade translacional muito maior. ExpJique por que. (b) 
Se este sistema competissecom urn aro (de qualquer raio), qual dos dois 
chegaria primeiro abase? (c) Mostre que 0 sistema tern f3 > I, onde f3 
eo para metro de momenta de inercia da Tabela 12-1. 
Fig. 12·25 Questao 8. 
9. Urn ioio chega ao fim do seu fio e, enmo, sobe novamente. 0 senti do 
de sua rota9ao einvertido quando ele chega ao fim do fio? Explique sua 
resposta. 
10. Urn ioio esta em repouso sobre uma mesa horizontal e pode rolar 
livremente
(Fig. 12-26). Se uma for9a horizontal F, puxar 0 fio, para 
onde ele rolara? 0 que acontece quando a for9a F, e aplicada (a sua li­
nha de a~ao passa atraves do ponto de contato entre 0 ioio e a mesa)? Se 
o fio for puxado verticalmente pela for~a F" 0 que acontecera? 
Fig. 12·26 Quesmo 10. 
11. Urn carro com tra9ao traseira acelera rapidamente, partin do do 
repouso, e 0 motorista observa que 0 carro "levanta 0 nariz". Por 
que isto acontece? Isto aconteceria com urn carro que tivesse tra­
~ao dianteira? 
12. Os parafusos que prendem os motores dos avioes a jato 11 estrutura 
foram projetados para se partirem se 0 motor (que gira rapidamente) 
emperrar de repente devido a alguma falha. Por que esses "fusfveis es­
truturai s" sao utilizados? 
13. Existe alguma vantagem em se colocar em rota9ilo as rodas do 
trem de aterrissagem de urn aviao pouco antes do pouso? Se existe, 
como voce poderia determinar a velocidade e 0 sentido da rota9ao 
mais adequados? 
14. Urn jogador de h6quei, num momento de irrita9ao, arremessa urn 
disco sobre 0 gelo. Este gira em torno do seu centro de massa, enquanto 
desliza , e final mente para devido 11 a9aO do atrito. Por que 0 seu movi­
mento de rota9ao deve cessar exatamente no mesmo instante em que 0 
seu centro de massa chega ao repouso? 
15. Quando a velocidade angular w de urn objeto aumenta, 0 seu mo­
mento angular pode tam bern aumentar ou nao. De urn exemplo de cada 
urn desses casos. 
16. Urn estudante fica de pe sobre uma mesa que gira com velocidade 
angular we segura dois halteres identicos com os bra~os abertos. Sem 
mover mais nada, ele solta os dois halteres . Que altera~ao, se e que hoi 
ROLAMENTO, TORQUE E MOM!=NTO ANGULAR 287 
alguma, sofre a velocidade angular do estudante? 0 momento angular e 
conservado? Explique suas respostas. 
17. Urn helic6ptero perde 0 controle com as pas do rotor girando. Por 
que 0 corpo do helic6ptero gira em sentido oposto ao das pas? 
18. Se toda a popula9ao do mundo se mudasse para a Antllrtida, isto 
afetaria a dura9ao do dia? Em caso afirmativo, diga como. 
19. Urn prato girat6rio circular roda com velocidade constante em tor­
no de urn eixo vertical. Nao M atrito nem torque externo. Urn recipien­
te circular esta sobre 0 prato e gira junto com ele (veja a Fig. 12·27). 0 
fundo do recipiente esta coberto por uma camada de gelo de espessura 
uniforme que, obviamente, gira com ela. Suponha agora que 0 gelo se 
derreta , mas que nenhuma por9ao de agua escape do recipiente . Pode­
se dizer que a velocidade angular e agora maior do que a velocidade 
angular original? Justifique sua resposta. 
Fig. 12-27 Questao 19. 
20. Voce deseja distinguir urn ovo cru de urn cozido duro e, para isso, 
faz cada urn deles girar sobre uma mesa . Explique como esta distin9ao 
pode ser feita. Explique tambem por que, se voce parar urn ovo cru que 
esta girando tocando-o rapidamente no topo, ele volta a girar? ' 
21. A Fig. 12·28a mostra urn acrobata saltando numa cama elastica 
com momento angular zero. Ele pode , manobrando com seu corpo, 
aterrissar de costas , como na Fig. 12-28b? Einteressante notar que 
38% dos treinadores e 34% de uma amostra de fisicos, a quem foi 
feita esta pergunta, ten ham dado uma res posta errada. 0 que voce 
acha? (Em "Do Springboard Divers Violate Angular Momentum 
Conservation?", de Cliff Frohlich, American Journal of Physics, 
julho de 1979.) 
;II " Ii II 1)\ 
(a) (b) 
Fig. 12·28 Questao 21. 
288 MECANICA 
22. Quando se esta num balan~o, e possfvel fazer com que ele execute angulo reto com 0 conves, qual sera 0 seu efeito quando 0 navio tender 
urn cfrculo completo em tome do seu suporte? Suponha (se desejar) que a adernar? 
o assento do balan~o esteja preso ao suporte por meio de barras rfgidas . 
em vez de uma corda ou corrente. Explique sua resposta. 	 24. Por que urn zagueiro de futebol americano precisa fazer a bola gi­
rar rapidamente para assegurar-se de que ela se manteni na trajet6ria 
23. Uma roda de grande massa e que esteja girando pode ser usada para pretendida durante urn passe longo? . 
estabilizar urn navio. Se ela for montada com seu eixo de rota~ilo em 
EXERCfclOS E PROBLEMAS 
Se"ao 12-1 Rolamento 
IE. Urn tubo de paredes finas rola pelo chao. Qual e a razao entre as 
suas energias cineticas translacional e rotacional, em tome de urn eixo 
paralelo ao seu comprimento e que passa pelo seu centro de massa? 
2E. Urn aro de 140 kg rola sobre urn piso horizontal de modo que 0 seu 
centro de massa possui uma velocidade de 0,150 m/s. Qual e 0 trabalho 
que deve ser feito sobre 0 aro para faze-Io parar? 
3E. Os pneus de urn autom6vel, que trafega a 80,0 kmlh, tern 75,0 cm 
de diametro. (a) Qual e a velocidade angular dos pneus em tome do eixo? 
(b) Se 0 carro chegar ao repouso, uniformemente, ap6s 30,0 voltas dos 
pneus (sem derrapar), qual sera a ace\era~ao angular das rodas? (c) 
Qual e a distancia percorrida pelo carro' durante 0 perfodo de fre­
nagem? 
4E. Urn autom6vel de massa igual a 1.000 kg possui quatro rodas de 10 
kg cada. Quando 0 carro esta em movimento, qual e a fra~ilo da sua 
energia cinetica total devido arota~ilo das rodas em tome de seus ei­
xos? Suponha que os momentos de inercia das rodas sejam identicos aos 
de discos uniformes de mesma massa e tamanho. Explique por que nao 
e necessario saber 0 raio das rodas. 
SE. Urn autom6vel tern massa total de 1.700 kg. Ele e acelerado, a par­
tir do repouso, ate alcan~ar 40 kmIh, em 10 s. Suponha que cada roda 
seja urn disco uniforme de 32 kg. Determine, ao fim do intervalo de 10 
s, (a) a energia cinetica de rota~ilo de cad a roda em tome do seu eixo, 
(b) a energia cinetica total de cada roda e (c) a energia cinetica total do 
autom6vel. 
6E. Uma esfera uniforme rola num plano inclinado. (a) Qual deve ser 0 
angulo de inc1ina~ao para que a acelera~ao linear do centro da esfera 
seja igual a 0, 109? (b) Com este angulo, qual seria a acelera~ao de urn 
bloco que deslizasse pelo plano inc1inado sem atrito? 
7E. Uma esfera s61ida de peso igual a 35,58 N sobe rolando urn plano 
inc1inado, cujo angulo de inclina~ao e igual a 30°. Na base do plano, 0 
centro de massa da esfera tern uma velocidade linear de 4,88 m/s. (a) 
Qual e a energia cinetica da esfera na base do plano inclinado? (b) Qual 
e a distancia que a esfera percorre ao subir 0 plano? (c) A resposta ao 
item (b) depende do peso da esfera? 
8E. Uma roda de raio igual a 0,250 m que, inicialmente, se move a 43 ,0 
m/s, rola 225 mate parar. Calcule (a) sua acelera~ao linear e (b) sua 
acelera~ilo angular. (c) Sendo 0 momento de inercia da roda igual a 0,155 
kg ·m' , calcule 0 torque exercido pelo atrito sobre a roda, em tome do 
seu centro. 
9E. Considere urn pneu de 66 cm de diametro de urn carro que trafega 
a 80 kmIh , numa estrada plana, no sentido positivo de x. Sob 0 ponto de 
vista de urn passageiro no interior do carro, quai s silo a velocidade line­
ar eo m6dulo da acelera~ilo linear (a) do centro da roda, (b) de urn pon­
to situ ado na parte superior do pneu e (c) de urn ponto na base do pneu? 
(d) Repita os itens de (a) a (e) para 0 caso de urn observador estaciona­
rio situado abeira da estrada." 
lOP, Urn corpo de raio R e massa m rola horizontal mente, sem deslizar, 
com velocidade v. Ao encontrar uma eleva~ilo , ele a sobe rolando ate 
uma altura maxima h. (a) Se h = 3v'14g, qual e 0 momenta de inercia 
do corpo? (b) Qual deve ser a forma deste corpo? 
" lIP. Uma esfera homogenea, inicialmente em repouso, roJa sem desli­
zar, partindo da extremidade superior do trilho mostrado na Fig. 12-29, 
saindo pela extremidade da direita . Se H = 60 m, h = 20 m e 0 extrema 
direito do trilho e horizontal, determine a distancia horizontal do ponto 
A ate 0 ponto que a esfera toca 0 chilo. 
Fig. 12-29 Problema 11. 
12P. Uma pequena esfera, de raio r e massa m, rola sem deslizar no
interior de urn hemisferio fix~, de raio R e que possu i urn eixo de sime­
tria . vertical. A esfera inicia 0 seu movimento no alto do hemisferio , 
partindo do repouso. (a) Qual e a sua energia cinetica no fundo do he­
misferio? (b) Qual a fra~ao dessa energia que esta associada a uma ro­
ta~ao em tome de urn eixo que passa pelo seu centro de massa? (c) Qual 
e a for~a normal exercida pela esfera pequena sobre 0 hemisferio, quan­
do ela est3 no fundo, se r <t R? 
13P. Uma bolinha de gude s61ida de massa m e raio r rola sem deslizar 
sobre 0 trilho mostrado na Fig. 12-30, tendo partido do repouso em al­
gum ponto do trecho retilfneo do trilho. (a) Qual e a altura mfnima h, 
medida a partir da base do trilho, de onde devemos sol tar a bolinha para 
que ela nao perca contato com 0 trilho na parte mais alta da curva? (0 
raio da curva e R; considere R P r) (b) Se a bolinha for solta de uma 
altura igual a 6R acima da base do trilho, qual sera a componente hori­
zontal da for~a que atua sobre ela no ponto Q? 
Fig. 12-30 Problema 13. 
Fig. 12-31 Problema 14. 
II 14P. Urn cilindro solido, de raio igual a \0 cm e massa de 12 kg, 
parte do repouso e rola sem deslizar uma distancia de 6,0 m, des­
cendo 0 telhado de uma casa, cuja inciinayao e igual a 30°. (Veja a 
Fig. 12-31) (a) Qual e a velocidade angular do cilindro, em torno 
do seu centro, quando ele sai do telhado? (b) A parede extern a da 
casa tern 5,0 m de altura. A que distancia da beira do telhado 0 cilin­
dro atinge 0 solo? 
15P*. Urn aparelho para testar a resistencia dos pneus de automovel 
numa derrapagem e construfdo como mostra a Fig. 12-32. Inicialmen­
te, 0 pneu esta parado, preso a uma estrutura de massa desprezfvel 
pivotada no ponto B. 0 momento de inercia da roda em torno do seu 
eixo e de 0,750 kg·m', sua massa e de \5,0 kg e 0 seu raio e de 0,300 m. 
o pneu pode rodar livremente em torno do ponto A. Ele e colocado so­
bre a superffcie de uma esteira rolante que se move com velocidade 
superficial de 12,0 mls. (a) Se 0 coeticiente de atrito cinetico entre 0 
pneu e a esteira for igual a 0,60 e se 0 pneu nao balanyar, qual sera 0 
tempo necessario para que aroda alcance sua velocidade angular final? 
(b) Qual sera 0 comprimento da marca de derrapagem sobre a superff­
cie da esteira? 
Fig. 12-32 Problema 15. 
Seyao 12-2 0 Joio 
16E. Urn ioi6 possui momento de inercia de 950 g'cm' e massa de 120 
g. 0 raio do seu eixo e de 3,2 mm e 0 comprimento do fio e de 120 cm. 
Ele rola ate 0 final do fio, partin do do repouso. (a) Qual ea sua acelera­
yao? (b) Quanto tempo ele leva para chegar ao tinal do fio? Quando chega 
ao final do tio, quais sao (c) sua velocidade linear, (d) sua energia cine­
tica de translayao, (e) sua energia cinetica de rotayao e (f) sua velocida­
de angular? 
17P. Suponha que 0 ioi6 do Exercfcio 16, em vez de rolar a partir 
do repouso, Fosse atirado para baixo com velocidade inicial de 1,3 
m/s. Qual seria a sua velocidade angular quando chegasse ao final 
do fio? 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 289 
Seyao 12-3 Torque Revisitado 
4l18E. Sendo r = xi + yj + zk e F = Fxi + F,j + F,k, mostre que 0 tor­
.que T = r X F e dado por 
T = (yF, - zFy)i + (zFx - xF,)j + (xF, - yFx)k 
19E. Mostre que , se reF estao num dado plano, 0 torque T = r X F 
nao possui componente naquele plano. 
20E, Quais sao 0 modulo, a direyao e 0 senti do do torque em tomo da 
origem que a forya F exerce sobre uma ameixa de coordenadas (- 2,0 
m; 0; 4,0 m), sendo que a unica componente de F e(a) F, = 6,0 N, (b) 
F, = - 6,0 N, (c ) F, = 6,0 N e (d) F, = - 6,0 N? 
21E. Quais sao 0 modulo, a direyao e 0 sentido do torque em torno da 
origem exercido sobre uma partfcula de coordenadas (0; - 4,0 m; 3,0 
m), pela forya (a) Flo de componentes Fi x = 2,0 N, e Fl>' = F I , = 0, e (b) 
F" de componentes FJx = 0, F'r = 2,0 N e F" = 4,0 N? 
22P. A forya F = (2,0 N)i - (3,0 N)k atua sobre uma pedrinha cujo 
vetor posiyao er = (0,50 m)j - (2,0 m)k, em relayao 11 origem. Qual e 
o torque resultante exercido sobre a pedrinha em torno (a) da origem e 
(b) de urn ponto de coordenadas (2,0 m; 0; - 3,0 m)? 
23P. Qual e 0 torque em tomo da origem exercido sobre urn grao de 
areia situado nas coordenadas (3,0 m; - 2,0 m; 4,0 m) devido (a) II for­
ya FI = (3,0 N)i - (4,0 N)j + (5,0 N)k, (b) ilforya F 2 = (- 3,0 N)i ­
(4,0 N)j - (5 ,0 N)k e (c) 11 resultante de FI e F,? (d) Repita (c) para urn 
ponto de coordenadas (3,0 m; 2,0 m; 4,0 m) em vez da origem. 
24P. Qual e 0 torque resultante, em torno da origem, aplicado a uma 
pulga de coordenadas (0; - 4,0 m; 5,0 m) pelas foryas FI = (3,0 N)k e 
F, = (- 2,0 N)j? 
25P. A forya F = (- 8,0 N)i + (6,0 N)j atua sobre uma partfcula cujo 
vetor posiyao e r = (3,0 m)i + (4,0 m)j. Quais sao (a) 0 torque aplicado 
apartfcula, em torno da origem e (b) 0 angulo entre reF? 
Seyao 12-4 Momento Angular 
26E. Urn aviao de 1.200 kg voa em linha reta a uma velocidade de 80 
mis, numa altitude de 1,3 km. Qual e 0 modulo do seu momento angu­
lar em relayao a urn ponto situado no solo, diretamente abaixo da traje­
toria do aviao? 
.. 27E. Dois objetos estao se movendo como mostra a Fig. 12-33. Qual e 
o seu momento angular total em tomo do ponto O? 
'r".;' 
-d
3,6 mist1,5m 
o 2,8 m 3,1 kg1 
Fig. 12-33 Exercfcio 27. 
28E, Uma partfcula P, de massa igual a 2,Q kg, tern vetor posiyao r (r = 
3,0 m) e velocidade v (v = 4,0 mls), como mostra a Fig. 12-34. Sobre 
ela atua uma forya F (F = 2,0 N). Todos os tres vetores estao no plano 
.>y. Quais sao (a) 0 momento angular da partlcula e (b) 0 torque exerci­
do sobre ela, em torno da origem? . 
290 MECANICA 
Fig. 12-34 Exercfcio 28. 
29E. Sendo dados T,p e q" podemos calcular 0 momento angular de uma 
particula aplicando a Eq. 12-26. Entretanto, as vezes temos, em vez dis­
so, as componentes (x, y, z) de r e (vn v,, v) de v. (a) Mostre que as 
componentes de eao Iongo dos eixos x, y e Z sao dadas por 
ex = m(yv, - zVy) , 
ey = m(zvx - xv,) 
e, = m(xvy - YVx) 
(b) Mostre que, se a panfcula se mover apenas no plano xy, 0 vetor 
momento angular possuinl apenas a componente z. 
30E. Num ceno instante de tempo, 0 vetor posi,ao, medido em metros, 
de urn objeto de massa igual a 0,25 kg, e r = 2,Oi - 2,0k. N aquele ins· 
tante, a velocidade do objeto, em metros por segundo, e v = - 5,Oi + 
5,Ok, e a for,a que atua sobre ele, em Newtons, e F =4,0j. (a) Qual eo 
momento angular do objeto em torno da origem? (b) Qual e 0 torque 
que atua sobre ele? (Sugesriio: Veja os Exercicios 18 e 29.) 
" 31P. Calcule 0 momento angular, em torno do centro da Terra, de uma 
pessoa de 84 kg que esteja sobre 0 equador. 
032P. Mostre que 0 momento angular, em torno de urn ponto qualquer, 
de uma unica partfcula que se move com velocidade constante, perma· 
nece invariavel durante todo 0 movimento. 
33P. Duas partfculas, cada uma com massa m e velocidade v , movem· 
se em sentidos opostos ao longo de linhas paralelas, separadas por uma 
dis tan cia d. Encontre uma expressao, em termos de tn, ve d, para 0 
momento angular total do sistema em torno de uma origem qualquer. 
34P. Urn objeto de 2,0 kg se move num plano com velocidade de com· 
ponentes Vx = 30 mJs e v, = 60 mJs, ao passar pelo ponto (x, y) = (3,0; 
- 4,0) m. (a) Qual eo seu momento angular em rela,ao a origem neSse 
instante? (b) Qual e 0 seu momento angular em rela,ao ao ponto (­
2,0; - 2,0) nesse mesmo instante? 
35P. (a) Use os dados fornecidos nos apendices para calcular 0 momento 
angular total de todos os planetas devido as suas revolu,6es em torno 
do Sol. (b) Que fra,ao desse momento angular esta associ ada ao plane· 
ta Jupiter? 
Se,ao 12-5 Segunda Lei de Newton na Forma Angular 
36E. Uma partfcula de 3,0 kg esta nas coordenadas x = 3,0 m, y = 8,0 
m, com velocidade v = (5 ,0 mJs)i - (6,0 mJs)j . Sobre ela atua uma for· 
,a de 7,0 N que aponta
no sentido negativo de x. (a) Qual e 0 momento 
angular da particula? (b) Qual eo torque que atua sobre ela? (c) Qual e 
a taxa de varia,ao do seu momento angular, em rela,ao ao tempo? 
37E. Uma panicula sofre a a,ao de dois torques em torno da origem: T, 
tern m6dulo igual a 2,0 N:m e aponta no sentido crescente de x, e T, tern 
m6dulode 4 N'm e aponta nO sentido decrescente de y. Quais sao 0 mOdulo, 
a dire,ao e 0 sentido de detdr, onde ee0 momento angular da partfcula? 
38E. Qual e 0 torque, em torno da origem, que atua sobre uma partfcula 
que se move no plano xy, se esta possuir os seguintes valores de mo· 
mento angular em tome da origem: 
(a) - 4,0 kg · mo/ s, (c) - 4,0v'i kg·m'ls, 
(b) - 4,Ot2 kg' m"/s, (d) - 4,0/t' kg ' m'ls, 
39E. Urn carro de brinquedo de 3,0 kg move· se sobre 0 eixo x com ve· 
locidade v = - 2,0t' mJs ao longo daquele eixo. Para t > 0, quais sao (a) 
o momento angular do carro e (b) 0 torque que atua sobre ele, ambos 
em rela,ao a origem? (c) Repita (a) e (b) para urn ponto de coordenadas 
(2 ,0 m; 5,0 m; 0), em vez da origem (d) Repita (a) e (b) para urn ponto 
de coordenadas (2,0 - 5,0 m), em vez da origem. 
40P. No instante r = 0, uma partfcula de 2,0 kg tern vetor posi,ao r = 
(4,0 m)i - (2,0 m)j , relativamente a origem. Sua velocidade e dada por 
v =. (-6,01" mJs)i + (3 ,0 mJs)j. Relativamente a origem,'e para t > 0, 
quais sao (a) 0 momento angular da panfcula e (b) 0 torque que atua 
sobre ela? (c) Repita (a) e (b) para urn ponto de coordenadas (- 2,0 m; 
- 3,0 m; 0), em vez da origem. 
41P. Urn projetil de massa tn eatirado do chao com velocidade inicial 
110 e a urn angulo inicial eo, acima da horizontal. (a) Encontre uma ex· 
pressao para 0 seu momento angular em torno do ponto de lan,amento 
e como uma fun,ao do tempo. (b) Determine a taxa de varia,ao do 
momento angular com 0 tempo. (c) Calcule r x F diretamente e com· 
pare 0 resultado com (b). Por que os resultados devem ser identicos? 
Seyao 12-7 Momento Angular de urn Corpo Rfgido que Gira em 
Torno de urn Eixo Fixo 
42E. Urn disco de lixa com momento de inercia igual a 1,2 x 10-.1 kg'm' 
epreso a uma furadeira eletrica cujo motordesenvolve urn torque de 16 
N·m. Determine (a) 0 momento angular e (b) a velocidade angular do 
diSCO, 33 ms depois que 0 motor e ligado. 
43E. 0 momento angular de urn volante, que possui momento de iner· 
cia igual a 0,140 kg'm' , decresce de 3,00 para 0,800 kg·m'/s em 1.50 s. 
(a) Qual e 0 torque medio que atua sobre 0 volante durante esse perfo· 
do? (b) Supondo que a acelera,ao angular seja uniforme, qual foi 0 an· 
gulo girado pelo volante? (c) Qual 0 valor do trabalho realizado sobre 
ele? (d) Qual ea sua potencia media? 
44E. Tres paniculas, cada uma de massa tn, sao presas umas as outras e 
a urn eixo de rota,ao por tres cord6es sem massa, cada urn de compri· 
mento I, como mostra a Fig. 12-35.0 conjunto giraem torno do eixo de 
rota,ao em 0 com velocidade angular w, de tal forma que as panfculas 
m 
Fig. 12-35 Exercfcio 44. 
permanecem numa linha reta. Quais sao, em termos de 111, lew e relati· 
vamente ao ponto 0, (a) 0 momento de inercia do conjunto, (b) 0 mo· 
mento angular da partfcula do meio e (c) 0 momento angular total das 
tres partfculas? 
i 
45E. Uma barra unifonne gira num plano horizontal, em torno de urn 
eixo vertical que passa por uma de suas extremidades. A barra tern 6,00 
m de comprimento, pesa' I 0,0 N e gira a 240 r.p .m., em sentido horario, 
vista de cima. Calcule (a) 0 mom en to de inercia da barra em torno do 
eixo de rotayao e (b) 0 momento angu lar da barra. 
46P. As rodasA e B da Fig. 12-36 estao conectadas por uma correia que 
nao desliza. 0 raio da roda B e tres vezes maior do que 0 da A. Qual 
seria a razao entre os momentos de inercia ii i. , se (a) am bas tivessem 
o mesmo momenta angular e (b) ambas tivessem a mesma energia ci­
netica de rotayao? 
Fig. 12-36 Problema 46. 
47P. Uma forya impulsiva F(r) atua durante urn curto intervalo de tem­
po (j.r sobre urn corpo rigido que possui momento de inercia [e que esta 
gi rando. Mostre que 
JT dt = PR«(j./) = [(wI - w,) 
on de Reo brayo de alavanca da forya, F e 0 valor medio da forya , 
durante 0 tempo em que ela atua sobre 0 corpo, e w, e w, sao as veloci­
dades angulares do corpo imediatamente antes e depois que a forya atua. 
[A grand~ah dl = FR( (j.1) e denominada impulso angular, em analo­
gia com F((j.r) , 0 impulso linear.) 
48P*. Dois cili ndros de raios R, e R, e momentos de inercia [, e i" res­
pecti vamente, sao sustentados por eixos perpendiculares ao plano da Fig. 
12-37.0 ci lindro grande roda inicialmente com velocidade angular Woo 
o cilindro menore empurrado para a direita ate tocaro maior, e comeya 
a girar pela ayao da forya de atrito entre os dois. Finalmente, 0 desliza­
mento cessa e os dois giram com velocidades constantes, em sentidos 
opostos. Detennine a velocidade angular tinal w, do cilindro menor, em 
tennos de i " i" Rio R, e Wo . (SugesIGo: Nem 0 momento angular, nem a 
energia cinetica sao conservados. Aplique a equayao do impulso angu­
lar apresentada no Problema 47.) 
II ~Wo 
12, 
~ ~ , i 
Fig. 12-37 Problema 48. 
49P*. Umjogador de boliche principiante joga uma bola de massa M e 
raio R = I I cm na pista, com velocidade inicial Vo = 8,5 mls. A bola e 
arremessada de tal maneira que desliza uma certa distancia antes de 
comeyar a rolar. Ela nao esta girando quando atinge a pista, sendo 0 seu 
movimento puramente translacional. 0 coeficiente de atrito cinetico entre 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 291 
ela e a pista e igual a 0,21. (a) Por quanta tempo a bola desliza? (Suges­
rGo: Enquanto ela desli za, sua velocidade v diminui e a angu lar w au­
menta ate que 0 deslizamento cessa e ela comeya a rolar.) (b) Qual a 
distlincia que ela desli za na pista? (c) Quantas revoluyoes faz antes de 
comeyar a rolar? (d) A que velocidade esta se movendo quando corney a 
a rolar? (e) A resposta ao item (d) depende de M, R ou L\)? Explique. 
Seylio 12-9 Conservay3o do Momento Angular: Alguns Exemplos 
50E. 0 rotor de urn motor eletrico tern momenta de inercia i", = 2,0 x 
10-) kg·m' em torno do seu eixo central. 0 motor e usado para mudar a 
orientayao da sonda espacial na qual esta instalado. 0 eixo do motor e 
montado paralelamente ao eixo da sonda, que tern momento de inercia 
i , = 12 kg·m' em tome do seu eixo. Calcule 0 numero de revoluyoes do 
rotor necessarias para fazer a sond a girar urn lingulo de 30° em torno do 
seu eixo. 
51E. Urn homem esu\ de pe sobre uma plataforma sem atrito que gira 
com velocidade angular de 1,2 r.p.s.; seus brayos estao abertos e ele 
segu ra urn peso em cad a mao. Nesta posiyao, 0 momenta de inercia do 
sistema composto pelo homem, os pesos e a plataforma e igual a 6,0 
kg·m'. Se, ao mover os pesos, 0 homem fizer 0 momento de inercia do 
sistema diminuir para 2,0 kg·m', (a) qual sera a velocidade angular da 
plataforma e (b) qual sera a razao entre a nova energia cinetica do siste­
ma e 0 seu valor original ? (c) 0 que forneceu a energia cinetica adicional? 
52E. Dois discos sao montados em mancais quase sem atrito, sobre urn 
mesmo eixo e podem ser aproximados de modo a se acoplarem e girar 
como urn disco unico. (a) 0 primeiro disco, com momento de inercia de 
3,3 kg·m', e posto para girar a 450 r.p.m. 0 segundo. com mom ento de 
inercia de 6.6 kg·m', a 900 r.p.m., no mesmo sentido do primeiro. Eles 
sao, en tao, acoplados. Qual e a sua velocidade angular ap6s 0 acopla­
mento? (b) Se 0 segundo disco girar a 900 r.p.m., em sentido oposto ao 
do primeiro. qual sera a velocidade angular apcs 0 acoplamento? 
53E. Uma roda gira livremente com velocidade angular de 800 r.p .m., 
num eixo cujo momento de inercia e desprezivel. Uma segunda roda, 
inicialmente em repouso e que possui 0 dobro do momenta de inercia 
da primeira, e subitamente acoplada
ao mesmo eixo. (a) Qual a veloci­
dade angular do conjunto fonnado pelo eixo e as duas rodas? (b) Que 
frayao da energia ci netica rotacional original e perdida? 
54E.O momenta de inercia de uma estrela girando que esta em colapso 
cai a urn teryo do seu valor inicial. Qual e a razao entre a nova energia 
cinetica de rotayao e 0 valor inicial ? 
SSE. Suponha que 0 combustivel nuclear do Sol se extinga e ele, subi­
tamente, entre em colapso fonnando urn tipo de estrela denominada ana 
branca, com urn dilimetro igual ao da Terra. Supondo que nao houvesse 
perda de massa, qual seria 0 novo periodo de rotayao do Sol (tempo 
necessario para uma rotayao) , que atualmente e de cerca de 25 dias? 
Suponha que 0 Sol e a ana branca sejam esferas s61idas uniformes. 
56E. Num playground, h3 urn pequeno carrossel de 1,20 m de raio e 
massa igual a 180 kg. Seu raio de girayao (veja 0 Problema 58 do Cap. 
I I) e igual a 91 .0 cm. Uma crianya, de massa igual a 44,0 kg, corre a 
uma velocidade de 3,00 m/s. numa trajet6ria tangente 11 borda do 
carrossel. que inicialmente esta em repouso, e pula sobre ele. Despreze 
qualquer atr ito entre os mancais e 0 eixo do carrossel. Calcule (a) 0 
momenta de mercia do carrossel em tomo do seu eixo de rotayao ; (b) 0 
momenta angular da crianya, enquanto COrre em torno do eixo de rota­
yaO do carrossel; e (c) a velocidade angular do carrossel e da crianya 
depois que esta so be no brinquedo. 
57P. Uma roda de bicicleta com centro e raios de massa desprezivel tern 
urn aro fino de raio igual a 0,35 m e peso de 37, 19 N; ela gira no seu 
eixo com atrito desprezivel. Urn homem segura aroda acima da cabeya 
com 0 eixo na vertical. de pe sobre uma mesa girat6ria que pode rodar 
Iivremente, sem atrito; aroda gira em senti do honirio, vista de cima, com 
292 MECANICA 
velocidade angular de 57,7 r/ulls, e a mesa esta inicialmente em repou­
so. 0 momento de inercia do sistema roda + homem + mesa em tomo 
do eixo de rotayao ede 2,09 kg·m'. 0 homem, repentinamente; inter­
rompe com a mao a rota~ao da roda (em relayao amesa). Determine a 
velocidade angular resultante do sistema (m6dulo, dire9ao e sentido). 
S8P. Duas patinadoras, cada uma com massa de 50 kg, aproximam-se 
uma da outra em trajet6rias paralelas separadas por uma distancia de 3,0 
m. Elas possuem velocidades de sentidos opostos e m6dulo igual a 1,4 
mls. A primeira patinadora segura a extremidade de uma longa baliza 
de massa desprezfvel , e a segunda agarra 0 outro extremo da baliza ao 
passaro Veja a Fig. 12-38. Suponha que nao haja atrito com 0 gelo. (a) 
Descreva de forma quantitativa 0 movimento das patinadoras, depois 
que estao conectadas pela baliza. (b) Puxando esta, as patinadoras re­
duzem a sua distancia para 1,0 m. Qual eagora a sua velocidade angu­
lar? (c) Calcule a energia cinetica do sistema nos itens (a) e (b). (d) De 
onde vern a energia cinetica adicional? 
Fig. 12-38 Problema 58. 
S9P. Duas crian9as, cada uma com massa M, sentam-se nos extremos 
opostos de uma prancha estreita de comprimento L e massa M (igual a 
das crian9as). A prancha e pivotada no centro e pode g.irar livremente, 
sem atrito. num cfrculo horizontal. (Considere-a como se fosse uma haste 
fina.) (a) Qual e 0 momentode imlrcia do sistema formado pela prancha 
e as crianyas, em tomo de urn eixo vertical que passa pelo centro da 
prancha? (b) Qual e 0 momento angular do sistema se ele roda com 
velocidade angular Wo em sentido horiirio, visto de cima? Quais silo a 
dire9ao e 0 sentido do momento angular? (c) Enquanto 0 sistema esta 
rodando, as crian9as puxam uma aoutra em dire9ao ao centro, ate fica­
rem sentadas na metade da distancia ao centro que tinham inicialmente. 
Qual e a nova velocidade angular, em termos de Wo? (d) Qual ea mu­
dan9a sofrida pel a energia cinetica do sistema como resultado da mu­
·dan~a de posi~ao das crian9as? (De onde vern a energia cinetica 
adicional?) 
60P. Urn trilho de trem de brinquedo emontado sobre uma roda grande 
que pode girar Iivremente, com atrito desprezivel, em tomo de urn eixo 
vertical (Fig. 12-39). Urn trell) de brinquedo de massa m e colocado sobre 
o trilho e, estando 0 sistema inicialmente em repouso, a eletricidade e 
ligada. 0 trem atinge uma velocidade con stante V relativamente ao tri­
tho. Qual Ii a velocidade angular w da roda, sendo sua massa igual aM 
e 0 seu raio igual a R? (Considere a roda como urn anel e despreze a 
massa dos raios e da engrenagem.) 
Fig. 12-39 Problema 60. 
61P. Uma barata de massa m corre em sentido anti-horario na borda de 
urn prato girat6rio (prato circular montado sobre urn eixo vertical) de 
raio R e momento de inercia I, montado em mancais sem atrito. A velo­
cidade da barata (em rela~ao ao solo) e v, enquanto 0 prato gira em sen­
tido horiirio com velocidade angular Wo. A barata encontra urn peda90 
de pao na borda do prato e para. (a) Qual e a velocidade angular do pra­
to girat6rio depois que a barata para? (b) A energia meciinica econser­
vada? 
62P. Uma menina de massa M est<! de pe sobre 0 aro extemo de urn 
carrossel sem atrito, de raio R e momento de inercia I, que nao esta em 
movimento. Ela atira uma pedra de massa m, horizontalmente, numa 
dire9ao que etangente aborda do carrossel. A velocidade da pedra, em 
rela9ao ao chilo, eV. Depois disso, quais sao (a) a velocidade angular 
do carrossel e (b) a velocidade linear da menina? 
63P. Se as calow polares da Terra se derretessem e a agua retomasse 
aos oceanos, a profundidade destes aumentaria cerca de 30 m. Que efeito 
isto teria sobre a rota9ao da Terra? Fa~a uma estimativa aproximada da 
mudan~a na dura9aO do dia. (Teme-se que 0 aquecimento da atmosfera, 
resultante da polui9ao industrial, possa causar 0 derretimento das calo­
tas polares.) 
64P*. A partfcula de massa m, mostrada na Fig. 12-40, desliza sobre 
uma superffcie sem atrito e colide com uma barra vertical uniforme, fi­
cando presa a ela. A barra oscila em tomo de 0 , fazendo urn Angulo () 
antes de alcan9ar 0 repouso, temporariamente. Encontre 0 valor de () em 
termos dos outros parametros dados na figura. 
o 
; 
" 
. 
.1; 
!~ 
Fig. 12-40 Problema 64. 
6SP* Duas bolas de 2,00 kg cada sao presas as extremidades de uma 
barra fina de massa desprezfvel, de 50,0 cm de comprimento. A barra 
pode girar livremente, sem atrito, num plano vertical, em tomo de urn 
eixo horizontal que passa pelo seu centro. Enquanto a barra esta na ho­
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 293 
rizontal (Fig. 12-41), uma bolota de massa de vidraceiro de 50,0 g cai 
sobre uma das bolas com velocidade de 3,00 mls e fica grudada a ela. 
(a) Qual e a velocidade angular do sistema, logo ap6s ser atingido pela 
massa de vidraceiro? (b) Qual e a razao entre a energia cinetica do sis­
tema inteiro ap6s a colisao e a energia cinetica da bolota de massa de 
vidraceiro, pouco antes da colisao? (c) Qual sera 0 fingulo em que 0 sis­
tema ira girar ate parar temporariamente? 
Massa de vidraceiro 
Eixo de rota9ao "\ !
" . \) 
Fig. 12-41 Problema 65. 
Se.,ao 12-10 Precessiio de urn Giroscopio (Opcional) 
66E. Urn piao gira a 30 r.p.s. em torno de urn eixo que faz urn angulo de 
30° com a vertical. Sua massa e de 0,50 kg e 0 seu momento de inercia 
em torno do eixocentral 6de 5,0 x 10-4 kg·m'. 0 centro de massa dista 
4,0 cm do ponto de contato entre 0 piao e 0 chao. Se a rotayao, vista de 
cima, tiver sentido honirio, quais serao 0 m6dulo, a direyao e 0 sentido 
da velocidade de precessao? 
67P. Urn girosc6pio consiste de urn disco girat6rio uniforme, de 50 cm 
de raio, convenientemente montado no centro de urn eixo de 12 cm 
de comprimento (de massa desprezivel), de modo que 0 girosc6pio 
possa girar e precessar livremente. Sua velocidade de rotayao e de 
1.000 rpm. Encontre a velocidade de precessao (em rpm), sabendo que 
o eixo e sustentado em uma das extremidades e esta na posiyao
hori­
zontal. 
PROBLEMAS ADICIONAIS 
68. Uma baste fina e uniforme de 0,50 m de comprimento e 4,0 kg de 
mass a pode rodar num plano horizontal, em torno de urn eixo vertical 
que passa pelo seu centro. A haste esta em repouso quando uma bala de 
massa igual a 3,0 g, movendo-se no mesmo plano horizontal, atinge uma 
de suas extremidades. Visto de cima, 0 senti do da velocidade da bala 
faz urn lingulo de 60' com a haste (Fig. 12-42). Sabendo-se que a bala se 
aloja na haste e que a velocidade angular desta 6 de 10 rad/s, imediata­
mente apOs 0 impacto, qual e 0 m6dulo da velocidade da bala pouco antes 
do impacto? 
Eixo 
1 
Fig. 12-42 Problema 68. A haste, vista de cima. 
69. Uma plataforma horizontal, com 0 formato de urn disco, roda sobre 
urn mancal sem atrito, em torno de urn eixo vertical que passa pelo cen­
tro do disco. A massa da plataforma ede ISO kg, seu raio e de 2,0 m e 0 
seu momenta de inercia em torno do eixo de rotayao e de 300 kg· m'. 
Uma estudante de 60 kg caminha lentamente da borda para 0 centro da 
plataforma. Se a velocidade angular do sistema for igual ai,S rad/s, 
quando a estudante comeyar a an dar, qual sera a velocidade angular 
quando ela estiver a 0,50 m do centro? (Sugesliio: Use 0 principio da 
conservayao do momenta angular.) 
70. Uma forya horizontal constante de 10 N 6 aplicada a uma roda de 
massa igual a 10 kg e raio de 0,30 m, como mostra a Fig. 12-43. Aroda 
gira sem deslizar sobre uma superficie horizontal e a acelerayao do seu 
centro de massa e de 0,60 mls'. (a) Quais sao 0 m6dulo, a direyao e 0 
sentido da forya de atrito que atua sobre a roda? (b) Qual e 0 momento 
de inercia desta, em torno de urn eixo que passa pelo seu centro de mas­
sa e 6 perpendicular ao seu plano? 
Fig. 12-43 Problema 70. 
71. Uma particula de massa igual a 0,80 kg esta situada na posiyao r = 
(2,0 m)i + (3,0 m)j. 0 momenta linear da particula esta no plano xy, 
seu m6dulo e igual a 2,4 kg·mls, e sua direyao faz urn lingulo de 115°, 
medidos em senti do anti-horano, com 0 eixo x. Qual e 0 momenta an­
gular da particula em torno da origem, expresso em termos dos vetores 
unitarios do sistema de coordenadas? 
72. Urn disco fonograflco, de massa igual a 0,10 kg e raio de 0,10 m, 
gira em torno de urn eixo vertical que passa pelo seu centro com veloci­
dade angular de 4,7 rad/s. Seu momenta de inercia em torno do seu eixo 
de rotayao e igual a 5,0 x 10-4 kg·m'. Urn pedayo de massa de vidra­
ceiro de massa igual a 0,020 kg cai vertical mente sobre ele e fica gruda­
do em sua borda. Qual e a velocidade angular do disco, imediatamente 
apOs a massa de vidraceiro aderir a ele? 
73. Uma esfera oca, de massa igual a 3,0 kg e raio de 0,15 m, com mo­
mento de inercia 1 = 0,040 kg·m' em torno do seu centro de massa, rola 
sem deslizar, subindo urn plano inclinado a 30° com a horizontal. Numa 
certa posiyao inicial, a energia cindiea total da esfera e igual a 20 J. (a) 
Quanto da sua energia cinetica inicial e rotacional? (b) Qual e a veloci­
dade do centro de massa da esfera na posiyao inicial? Quais sao (c) a 
energia cin,etica total da esfera e (d) a velocidade do seu centro de mas­
sa, depois que ela ja subiu 1,0 m ao longo do plano inclinado, a partir de 
sua posiyao inicial? 
A Dan~a e a Mecanica das 
Rota~oes 
KENNETH LAWS 
DICKINSON COLLEGE 
Os bailarinos, quando se apresentam no palco, 
movimentam-se numa extraordinana varieda­
de de formas - algumas graciosas em sua sim­
plicidade, outras estonteantes na sua ath:tica 
complexidade. Alguns movimentos ou po­
sivOes podem ate inspirar a reavao: "Puxa! Isto 
parece impossivel 
'
" De fato, os bailarinos exe­
cutam freqilentemente movimentos que nos 
deixam maravilhados, parecendo ate violarem, 
as vezes, as leis da Fisica. Esta observavao, 
porem, requer uma analise mais detalhada l 
o corpo humane em movimento nao e urn 
objeto rigido cujas dimensoes e configuravoes 
sejam constames e facilmente mensuf:lveis. En­
tretanto, alguns movimentos do "vocabuHirio" 
da danva podem ser descritos de modo sufi­
cientemente rigoroso para nos permitir aplicar 
os principios da meciinica c1assica ao corpo em 
movimemo no espavo, sob a influencia da for­
va gravitacional, entre outras. 
Uma categoria particularmente interessan­
te de movimentos de danva envolve a rotavao 
- voltas no chao ou no ar, rota\ioes em torno 
de eixos verticais, horizontais ou inc1inados, e 
rotavoes diversas nas quais se cria a ilusao de 
realizar 0 impossivel. A base para uma analise 
das rotavoes e a relavao entre 0 torque e 0 mo­
mento angular. Por exemplo, de que modo urn 
bailarino consegue 0 torque sobre seu corpo ne­
cessario para iniciar uma pirouette (pirueta­
rotavao em tome de urn eixo vertical, em que 
urn dos pes emantido no chao)? Ou como se 
consegue fazer urn saito com giro, em que pa­
rece que 0 corpo s6 comeva a girar depois de 
deixaro solo? Como urn bailarino(ou patinador 
do gelo) con segue alterar sua velocidade de 
rotavao durante 0 movimento? 
o bailarino geralmente inicia umapirouette 
com ambos os pes no chilo, urn atras do outro 
(Fig. I). Empurrando lateralmente, com urn dos 
pes em urn sentido e 0 OUlro no senti do oposto, 
produzem-se duas forlias iguais e opostas que 
atuam contra 0 solo, tendo uma distancia per­
pendicular d entre elas (Fig. 2). As for\ias cor­
respondentes, exercidas pelo chao sobre os pes, 
produzem urn torque sobre 0 corpo, que faz 
com que ele adquira momento angular. Quan­
do 0 bailarino se eleva sobre urn dos pes para a 
posiliao normal de pirouette (Fig. 3), existe uma 
. rotavao resultante cuja velocidade e deter­
minada pela magnitude do torque, por sua du­
ravao e pelo momento de inercia do corpo na 
sua configuravao de rotavao. (Veja as Eqs. 12­
37 e 12-39.) Observe que, como nao h3 forva 
resultante horizontal, 0 corpo nao possui ace­
leravao linear. 
A magnitude do torque depende da magni­
tude das forvas e da separavao dos pes. Esta 
Fig. 1 Posivao de preparavao para uma 
pirouette. 
separavao e, em geral, de meio metro, mas pode 
ate ser de apenas alguns poucos centfmetros, 
numa preparavao para a "quinta posivao" , na 
qual os pes estiio bern pr6ximos urn do outro e 
antiparalelos. Neste caso, geralmente se obser­
va que 0 bailarino "da corda" com os bravos, 
fazendo com que eles comecem a rodar antes 
que 0 resto do corpo suba para a posivao de 
pirouette. Este procedimento de dar corda ser­
ve para permitir que algum momento angular 
fiq ue armazenado nu rna parte do corpo que 
esteja em rotavao ­ os bravos ­ enquanto os 
F 
I 
I 
I 
:d 
I 
I • 
I ' 
. . . . F ~
 
Fig. 2 Forps aplicadas ao chao pel os pes. As 
forps de reaviio exercidas peJo chao sobre os 
pes produzem urn torque que gera a aceleraliao 
angular necessaria para a execuvao de uma 
pirouette. 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 295 
pes ainda estiio plantados no chao e em condi­
~oes de exercer for~as sobre ele. Aumentando 
a dura~ao do torque aplicado, compensa-se a 
sua menor intensidade, que ad vern da pequena 
separa~ao entre os pontos de aplica~ao das for­
~as, permitindo assim atingir urn momento 
angular final de valor significati yo. 
Uma vez que a magnitude do torque e a sua 
dura~ao tenham side estabelecidos, a velocidade 
de rota~ao edeterminada pelo momento de iner­
cia do corpo. Numa posi,ao normal de pirouette, 
como mostra a Fig. 3, 0 momento de inercia e 
pequeno e e possivel alcan,ar-se velocidades 
angulares substanciais - as vezes supenores a 
duas revolu,oes por segundo. Voltas do tipo 
Arabesque ou grandes pirouelles, nas quais uma 
perna e estendida para tras ou para 0 lado, res­
pectivamente, sao rota,6es mais lentas porque 0 
momento de inercia do corpo nessas configura­
,6es e consideravelmente maior. Alterando a 
distribui~ao da massa corporal em rela,ao ao 
eixo de rota~ao , 0
bailarino pode modificar sua 
ve locidade angu lar durante a rota~ao . Urn 
patinador do gelo, por exemplo, au menta a ve­
locidade angular durante a execu,ao de uma 
pirouette trazendo os bra,os e a perna livre para 
junto do eixo de rota,ao. 
Suponha que dois bailannos executem uma 
pirouelle com a mesma musica (mesmo ntmo 
e, deste modo, acelera,oes angulares iguais), 
mas que urn deles seja 15% maior que ooutro, 
em cada uma das dimensOes lineares . Observe 
que 0 volume de urn bai larino e, portanto a sua 
massa, depende do cubo da dimensao linear, 
enquanto 0 momenta de inercia do corpo de­
pende do quadrado da distilncia de cad a ele­
mento de massa ao eixo de rota,ao. 
Questao 1 
Qual e 0 torque adicional necessario para 0 
bailarino maior iniciar a pirouette, em rela9QO 
ao men or? 
Fig. 3 Posi,ao de pirouette de urn bailanno 
durante a rota,ao. 
Fig. 4 Uma pirouelle executada com 0 auxflio 
de urn parceiro, dita "com apoio". 
Agora, tenha em mente que, na posi,ao de pre­
para,ao antes de iniciar a rota,ao, os pCs do 
bailarino maior estarao 15% mais afastados. 
Questao 2 
o quanto maior e a Jor9a horizontal entre os 
pes e 0 chao que 0 boi/orino maior preciso 
exercer a Jim de realizar 0 pirouette, em re­
ll1{'QO 00 menor? 
Uma situa,ao interessante ocorre quando 0 
torque para uma pirouelle e ap licado pelas 
maos de urn parceiro, ao inves do chao. Tais 
pirouelles "com apoio", comuns no bale chis­
sico, sao geralmente executadas como mostra 
a Fig. 4. Suponha que a mulher esteja na posi­
,ao para essa pirouette, preparando-se para 
uma rota,ao para a direita. Se 0 seu parceiro 
ten tar iniciar 0 giro puxando-a para tr~s com sua 
mao direita e empurrando-a para a frente com 
a esquerda, ela i r~ girar, mas seu corpo fara uma 
rota,ao de ilngulo considenivel antes que 0 
torque tenha tido a chance de desenvolver 
urn momento angular expressivo. Oeste modo, 
a velocidade de rota,ao resultante sera peque­
na. 
Agora, suponha que, antes do bailarino apli­
car 0 torque sobre a cintura da mulher, ela es­
tenda sua perna direita para a fre nte e urn pou­
co para a esquerda (croisej. Assim, quando ele 
aplica 0 torque, a perna da bailarina se move 
da frente para 0 lado direito. A perna reta, es­
tendida horizontal mente, tern urn momento de 
inercia que e igual a cerca de quatro vezes 0 do 
corpo g irando na posi,ao de pirouelle. Oeste 
modo. quando a perna esta girando, e la pode 
ter uma quantidade substancial de momento 
angul ar, enquanto 0 resto do corpo permanece 
de fren te para a plateia. Assim, 0 intervalo de 
tempo durante 0 qual 0 homem pode apl icar 0 
torque sobre a cintura da sua parceira aumenta 
consideravelmeme, gerando urn momento an­
gular final signifi cativamente maior. Quando 
a mulher fi nal mente movimenta sua perna di­
reita da posi,ao lateral para a de pirouette. com 
o pe sobre 0 joelho esquerdo, 0 momenta an­
gular e transferido da perna que estava giran­
do para 0 corpo como urn todo, produzindo uma 
velocidade angular muito maior do que seria 
possive1 obter sem a utiliza,ao da perna girante. 
Outro movimento demonstra urn processo 
similar envolvendo a transferencia de momen­
to angular entre diferentes partes do corpo. 
Uma sene de voltas do tipo Jouette, comumente 
vistas no bale, represen ta urn movimento no 
qual 0 estilo da dan,a e as propriedades meca­
nicas que permitem a execu,ao suave do mo­
vimento se ajustam perfeitamente. A Fig. 5 
mostra uma dentre uma serie de JOUelleS . Esta 
e uma forma de pirouette com repeti,ao, em 
que uma vez em cada revolu,ao, quando 0 bai­
lanno est ade frente para a plateia, a perna di­
rei ta e mov ida da sua posi,ao de pirouelle , so­
bre 0 joelho esquerdo, e levada it frente, de on de 
gira esticada para 0 lado e, entao, retorna ao 
joelho esquerdo. Durante esse tempo, 0 mo­
mento angular da ro ta,ao e armazenado na 
perna que esta gi rando, permitindo que 0 resto 
do corpo fa,a uma pausa na sua rota,ao en­
quanto esta de frente para 0 publico. Esta pau­
sa tern dois propositos . Em primeiro lugar, ela 
faz com que a forma do movimento seja com­
patfvel com 0 estilo do bale ciassico, em que 0 
corpo esta, geralmente, numa posi,ao "aberta" 
para a plateia. Neste caso, uma parcela signifi­
cativa do tempo total do gi ro e gasta com 0 
corpo de frente para a plateia, entre rota,6es 
sucessivas . Em segundo lugar, a pausa permi­
te que 0 bail arino saia da posi,ao de ponta e 
apoie 0 pe esquerdo, momentaneamente, no 
chao. Nesta posi,ao, urn gi ro contra 0 chao, 
com a planta do pC apoiada, pode produzir 0 
torque necessario para repor 0 momento angu­
lar perdido, durante a rota,ao anterior, pela 
a,ao do atnto. 
Vamos calcular a raziio entre 0 tempo que 
o bailarino passa de frente para a plateia e 0 
tempo gasto na rota~ao, em cada cicio do mo­
vimento. Suponha que 0 momenta de inercia 
do corpo que gira com veloc idade angular w, 
na posi,lio normal de pirouette seja I , = 0,62 
kg·m', e, para a perna que roda honzontalmente 
com velocidade angular w" em torno de urn eixo 
vertical que passa pelajunta do quadril , seja ," 
= 2,55 kg· m'. (Estes e outros dados numeri­
cos, relativos ao corpo de urn bailarino, podem 
ser encontrados no livro The Physics oj Dan­
ce, de Kenneth Laws, Schirmer Books, 1984, 
p. 137.) Se 0 momento angu lar perrnanecer 
aproximadamente con stante durante urn cicio 
completo do movimento e se as transi,oes en­
tre as duas configura,6es forem breves , a ra­
zao w,./wp podera ser calcul ada. A perna, du­
rante sua fase ativa, ira girar de urn ilngulo de 
aproximadamente 90°, mas 0 corpo, como urn 
todo, devera girar 360°. 
Questao 3 
Calcule a raZQO elllre 0 tempo de pousa (per­
na girondo ) e 0 tempo de giro. 
Os saltos sao comuns no bale, e os saltos com 
giros no ar sao particularmente impressionantes. 
Urn tour jete e urn sal to com urn giro de 180° em 
torno de urn eixo quase vertical, on de as pernas 
296 MECANICA 
(a) (6) 
(c) (d) (.) 
Fig. 5 Lisa de Ribere executando volleios emfoueue. Observe que ela gira muito pouco, enquanto que a perna concentra a maior parcela do momento 
angular nas fotos (a), (b) e (e). 0 corpo, en tao, gira rapidamente em (d) e (e). enquanto a perna e mantida recolhida, onde 0 seu momenta de inercia 
emenor. 
se cruzam no ar, de modo que 0 bailarino inicia 
o saito com uma perna e volta ao chao com a 
pernaoposta. (Veja a Fig. 6.) 0 movimento sera 
mais eficiente se a rota~ao aparentemente ocor­
rer so depois que 0 bailarino sair do chao. Sera 
que 0 corpo pode girar de modo a alterar sua 
orienta~ao no espa~o , mesmo sem possuir mo­
mento angular? 
Realmente, rota~oes com momenta angular 
zero sao possiveis. Observe que, quando 0 bai­
larino deixa 0 chao (Fig. 6a), a perna esquerda 
esta estendida para a frente , possuindo urn gran­
de momento de inercia, pois esta longe do eixo 
de rota9ao. Mas 0 tronco, a cabe9a, a perna di­
reita e os bra90s estao proximos ao eixo de ro­
ta9ao. Deste modo. a perna esquerda, com 0 seu 
grande momenta de inercia, pode rodar urn an­
gulo pequeno num dado senti do, enquanto 0 
restante do corpo gira urn angulo grande - pro­
ximo de 1800 - em sentido oposto, de modo 
que a soma dos momentos angulares das duas 
rota90es e igual a zero durante todo 0 proces­
so. Depois que OCorre a rota9ao, as posi90es das 
pernas sao invertidas, a perna esquerda descen­
do para tocar 0 chao e a direita subindo para 
uma posi9ao semelhante 11. que a esquerda ocu­
pava no inicio, s6 que agora atras do corpo. A 
rota93o completa OCorreu sem nenhum momen­
to angular resultante. 
Esses movimentos de giro - pirouettes, 
pirouelles com apoio, rota90es fOuelle, tours 
jetes - sao apenas uma pequena amostra do 
variado vocabulario da dan9a. Quando assis­
timos a uma apresenta9ao de bale, podemos 
apreciar estes e outros movimentos mais pro­
fundamente quando, aJem do senso estetico, 
temos a compreensao do modo como os baila­
rinos trabalham dentro das restri90es impostas 
pelas leis da Fisica. 
Uma Experiencia 
Urn demi-fouette euma rota9ao com momenta 
angular igual a zero que pode ser executada de 
modo bern simples, e que demonstra 0 principio 
descrito na analise do tour jete feita acima. Ini­
ciando com os bra90s acima da cabe9a e a perna 
esquerda estendida para a frente, eleve-se sobre 
a panta do po! direi to e, enta~, gire a perna esquer­
da para a esquerda, na horizontal, rapidamente, 
levando-a para lras do corpo. Este movimento faz 
com que 0 tronco, a cabe9a, os bra90s· e a perna 
de apoio girem para a direita. Qual foi 0 iingulo 
de rota9i10 da perna esquerda? E 0 iingulo de 
ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 297 
(a) (6) 
(e) (d) 
Fig. 6 Seqiiencia de posiyoes num tou, jete, executado por Sean Lavery. 
rotayiio do restante do corpo? 0 que esses angu­ Como 0 atrito entre 0 pe de apoio e 0 chilo 
Respostas das Questoes los revelam acerca do momento de inercia da per­ perturba 0 processo, urn modo melhor de rea­
na que gira, que esta distante do eixo de rotayao. Iizar 0 movimento edar urn saIto no ar, a partir 1. Cerca de duas vezes mais' 
em comparayao com 0 momento de inercia do da posiyao inicial descrita acima e, entao, rea­ 2,75%.
resto do corpo, que emantido 0 mais pr6ximo lizar os movimentos de rotayao, descendo ao 3. Aproximadamente I'possivel do eixo de rotayao? chilo com 0 mesmo pc!, ap6s a rotayao.

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