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Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 1 GGeeoommeettrriiaa DDeessccrriittiivvaa Professora: Sarah Rabelo 1 – Introdução A GD tem por objetivos: – A representação de figuras do espaço, a fim de... – ...estudar sua forma, dimensão e posição. - GD é a base teórica de numerosas aplicações profissionais, que vão da Engenharia à Arquitetura, bem como Desenho Industrial, Pintura, Escultura... - A GD desenvolve a habilidade de imaginar objetos ou projetos no espaço, e não apenas a leitura ou interpretação de desenhos. - A GD utiliza um sistema de projeções elaborado por Garpard Monge, conhecido como sistema mongeano, ortogonal ou diédrico: o Sistema de representação: Épura o Método de projetividade: um dado ente (figura) e sua imagem em correspondência o Técnica: linha de terra, convenção de traços, notação... o Processo: dupla imagem por projeções ortogonais 2 – Teoria Geral das Projeções 2.1 – Definição A noção mais intuitiva é imaginarmos um objeto (ente) e sua imagem (representação). Projeção vem de PROJETAR: atirar longe, arremessar, lançar algo sobre uma superfície... Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 2 2.2 – Sistemas de Projeção Como já dito, o objetivo da GD é representar no plano, através de projeções, as figuras do espaço. Há duas formas principais de projetar uma figura F em um plano : (a) Utilizando um sistema de projeção central: A projeção de cada ponto FP é o ponto obtido da interseção de com a reta OP . O é o ponto fixo, o centro de projeção. (b) Utilizando um sistema de projeção cilíndrica: A projeção de cada ponto FP é o ponto obtido da interseção de com a reta que passa por P e é paralela a uma direção fixa , a direção de projeção. O sistema de projeção utilizado na GD é a projeção cilíndrica ortogonal (a direção de projeção é perpendicular ao plano de projeção): Na maioria das vezes, há perda de informações sobre a figura!!! Assim, para obter informações mais precisas sobre uma figura, é necessário utilizar mais de um plano de projeção... Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 3 3. MÉTODO DE MONGE Gaspard Monge, criador da Geometria Descritiva, a definiu como sendo a parte da Matemática que tem por fim representar sobre um plano as figuras do espaço, de modo a poder resolver, com o auxílio da Geometria Plana, os problemas em que se consideram as três dimensões. O QUE É A PROJEÇÃO DE UM PONTO? Projeção de um ponto sobre um plano é o “pé” da perpendicular ao plano conduzido pelo ponto. O plano é dito plano de projeção e a reta é a reta projetante do ponto. Porém, no espaço um ponto não está bem determinado apenas com uma projeção. Então mostramos como se determina um ponto A através do método das projeções de Monge. PLANOS DE PROJEÇÃO Planos de projeção são dois planos perpendiculares entre si; um deles chama-se plano horizontal e o outro plano vertical. Os dois planos são ilimitados em todos os sentidos. Chama-se Linha de Terra - LT a interseção dos dois planos. O 1° diedro é formado pelos semi-planos: Vertical Superior (VS) e Horizontal Anterior (HA). O 2° diedro é formado pelos semi-planos: Vertical Superior (VS) e Horizontal Posterior (HP). O 3° diedro é formado pelos semi-planos: Vertical Inferior (VI) e Horizontal Posterior (HP). O 4° diedro é formado pelos semi-planos: Vertical Inferior (VI) e Horizontal Anterior (HA). Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 4 ÉPURA Épura é a representação de uma figura do espaço pelas suas projeções no plano. O interessante da épura é observar a figura no plano e imaginar como essa figura se apresenta no espaço. OBTENÇÃO DA ÉPURA Para obter a épura, gira-se o Plano Vertical de Projeção (PV) em torno da Linha de Terra no sentido horário, de tal forma que este coincida com o Plano Horizontal de Projeção (PH). Esta nova representação recebe o nome de épura. 3.1. ESTUDO DO PONTO Para determinar a posição de um ponto (A) é necessário projetá-lo sobre os dois planos de projeção. A projeção horizontal designa-se por A ou (A1) e a projeção vertical por (A’) ou (A2). Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 5 3.1.1. COORDENADAS Um ponto no espaço é determinado por três coordenadas: altitude (eixo Z), longitude (eixo X) e latitude (eixo Y). Plano de perfil: plano perpendicular aos planos de projeções passando por O. Um ponto tem abscissa positiva se está à frente do plano de perfil e negativa se estiver atrás. __________ Seja o ponto P situado no primeiro diedro e projetado no HP e no VS. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 6 Linha de chamada é o segmento que une as duas projeções de um ponto e é sempre perpendicular à LT. Abscissa de um ponto P é a, distância da Linha de chamada do ponto P até o Plano de Perfil. Assim, abscissa é a coordenada do eixo X. Afastamento de um ponto P é a distância deste ponto ao plano vertical de projeção. Assim, afastamento é a coordenada do eixo Y. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 7 Cota de um ponto P é a distância deste ponto ao plano horizontal de projeção. Assim cota é a coordenada do eixo Z. DETERMINAÇÃO DE UM PONTO Um ponto P está determinado quando se conhece abscissa, afastamento e cota. Exemplo: P(-2,4,2). 3.1.2. POSIÇÕES DO PONTO O ponto pode ocupar nove posições diferentes em relação aos planos de projeção. São elas: 1. Ponto no 1° diedro Depois do rebatimento, o (’S) ficará em coincidência com o (P) e a projeção vertical A’ acompanhará o plano (’S) no seu deslocamento. As projeções são separadas pela linha de terra, estando a projeção vertical A’ acima e a horizontal A abaixo da referida linha. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 8 2. Ponto no 2° diedro Depois do rebatimento, a projeção B’ vem colocar-se no (P), sobre BB0 (ou seu prolongamento) conforme a cota seja maior ou menor que o afastamento. Na épura correspondente verificamos que ambas as projeções estão acima da linha de terra, fato este que caracteriza o ponto no 2° diedro. 3. Ponto no 3° diedro Depois do rebatimento, o (’S) ficará em coincidência com o (P) e o (’I) ficará em coincidência com o (A), então a projeção vertical C’ irá cair em C’1 no prolongamento de CC0. Na épura correspondente verificamos que as projeções são separadas pela linha de terra, estando a projeção horizontal C acima e a vertical C’ abaixo dessa linha. 4. Ponto no 4° diedro Depois do rebatimento, a projeção vertical D’ vem cair sobre DD0 (ou seu prolongamento). Na épura correspondente verificamos que ambas as projeções estão abaixo da linha de terra, fato este que caracteriza que o ponto está no 4° diedro. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 9 5. Ponto no plano vertical superior (’S) Estando o ponto (E) no (’S) o seu afastamento será nulo, coincidindo, então sua projeção vertical E’ com o próprio ponto (E), e a projeção horizontal E estará sobre a linha de terra. Depois do rebatimento, a projeção E’ cairá em E’1 sobre o (P). Na épura, a projeção vertical E’ está acima da linha de terra e a horizontal E, está sobre essa linha. 6. Ponto no plano vertical inferior (’I) Estando o ponto (F) no (’I) o seu afastamento será nulo. Sua projeção vertical F’ coincide com o próprio ponto (F), e a projeção horizontal F estará sobre a linha de terra. Depois do rebatimento, a projeção F’ cairá em F’1 sobre o (A). Na épura, a projeção vertical F’ está abaixo da linha de terra e a horizontal F, permanece sobre essa linha. 7. Ponto no plano horizontal anterior (A) Estando o ponto (G) no (A) sua cota será nula, coincidindo, então sua projeção horizontal G com o próprio ponto (G), e a projeção vertical G’ estará sobre a linha de terra. Na épura, a projeção horizontal G está abaixo da linha de terra e a vertical G’, está sobre essa linha. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 10 8. Ponto no plano horizontal posterior (P) Estando o ponto (J) no (P) sua cota será nula, coincidindo, então sua projeção horizontal J com o próprio ponto (J), e a projeção vertical J’ estará sobre a linha de terra. Na épura, a projeção horizontal J está acima da linha de terra e a vertical J’, está sobre essa linha. 9. Ponto na linha de terra Nessa posição, o ponto não terá cota nem afastamento. Nada se altera com o rebatimento, já que a linha de terra é fixa. A épura do ponto nessa posição é representada na figura ao lado. “Tudo quanto te vier às mãos para fazer, faze-o conforme as tuas forças, pois na sepultura para onde tu vais não há ciência, nem indústria, nem sabedoria alguma.” (Ecles. 9:10). Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 11 3.1.3. PLANOS BISSETORES Denomina-se plano bissetor de um ângulo diedro, o plano que divide este diedro em dois iguais, nesse caso, o plano bissetor forma um ângulo de 45° com os planos vertical e horizontal. Existem dois planos bissetores: O primeiro divide os diedros I e III, chamado de bissetor impar e denotado por I. O segundo divide os diedros II e IV, chamado de bissetor par e denotado por P. OBS.: Um ponto pertence ao plano bissetor se a cota e o afastamento tiverem o mesmo valor. 3.1.4. SIMETRIA DE PONTOS Dois pontos (A) e (B) são simétricos em relação a um plano (), quando este plano é o mediador do segmento formado pelos dois pontos, isto é, quando o plano é perpendicular ao segmento formado por esses dois pontos e contendo o seu ponto médio, onde o segmento (A)(M) é igual ao segmento (M)(B). Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 12 Consideremos a simetria de um ponto em relação: a) aos planos de projeção Um ponto (B) é simétrico a um ponto (A) em relação ao plano horizontal de projeção () quando possui a mesma abscissa, o mesmo afastamento em grandeza e sentido, e a cota da mesma grandeza, porém de sentido contrário. Como nos mostra a épura abaixo, os afastamentos dos pontos (A) e (B) são iguais e ambos positivos (mesmo sentido) e cotas iguais de sentido contrário. Um ponto (D) é simétrico a um ponto (C) em relação ao plano vertical de projeção (’) quando possui a mesma abscissa, a mesma cota em grandeza e sentido, e o afastamento da mesma grandeza, porém de sentido contrário. Na épura observamos que os pontos têm projeções verticais coincidentes C’D’ e projeções horizontais C e D simétricas em relação à linha de terra. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 13 b) aos planos bissetores Seja (A) e a reta que representa o 1º bissetor (I). Verifica-se que a figura (A)A’MA é um retângulo igual ao formado por (B)B’MB, e, como (A) e (B) são simétricos (portanto mesma abscissa), a cota de um dos pontos é igual ao afastamento do outro e vice-versa. A épura se caracteriza por abscissas iguais, afastamento e cota de um dos pontos iguais respectivamente a cota e afastamento do outro, isto é, as projeções de nomes contrários simétricas em relação à linha de terra. Seja o ponto (A) e a reta que representa o 2° bissetor (P). Por razões análogas ao caso anterior, verifica-se que as abscissas são iguais e que a cota de um é simétrica ao afastamento do outro. A épura se caracteriza por abscissas iguais e cota de (A) igual ao afastamento de (B) e cota de (B) igual ao afastamento de (A). Portanto, as projeções de nomes contrários são coincidentes. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 14 c) à linha de terra Se a figura (a) onde a linha de terra ’ é a mediatriz do segmento (A)(B), então são iguais os retângulos que se observam na figura e os pontos simétricos em relação à linha de terra possuem abscissas iguais e cotas e afastamentos simétricos. A épura (b) é caracterizada pelas projeções de mesmo nome dos dois pontos (A) e (B), simétricas em relação à linha de terra. Obs.: A simetria em relação à linha terra ’ é o produto das simetrias em relação aos planos () horizontal e (’) vertical e, assim, para obter o simétrico de um ponto dado em relação à linha de terra, pode-se efetuar a simetria em relação a um dos planos de projeção e a seguir a simetria desse último em relação ao outro plano. Assim, na figura (c), determina-se o ponto (C) simétrico de (A) em relação a () e depois o ponto (B) simétrico de (C) em relação a (’) ou o ponto (D) em relação a (’) e depois o ponto (B) em relação a (). EXERCÍCIOS: 1) Determinar as posições dos pontos (A), (B), (C), (D), (E), (F) e (G), dados por suas projeções na figura abaixo: Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 15 2) Representar a épura dos pontos abaixo e determinar suas posições: (A) [-1; -2; -1] (B) [0; 1,5; -2] (C) [1,5; 1; 1,5] (D) [3; 0; -2] (E) [-2; 2; 0] (F) [2; -1; 0] (G) [4,5; 2; 0] (H) [-3; 0; 0] (I) [6; -1,5; 0] (J) [8; -1; 1] 3) Representar a épura de um ponto (A) no 2° diedro com cota igual a 1/3 do afastamento: 4) São dados os pontos (A) [1; 1; 1,5] e (B) [3; -1; 2]. Pede-se determinar as projeções de um ponto: (a) simétrico a (A) em relação ao (I) (b) simétrico a (B) em relação ao (P) 5) Determinar as coordenadas de um ponto (B) simétrico a (A) [1; 0; -2] em relação a (): Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 16 3.2 – ESTUDO DA RETA 3.2.1 – Projeção da reta A projeção de uma reta sobre um plano é o lugar das posições de todos os seus pontos sobre esse plano. Seja na figura abaixo a reta (A)(B) e o plano (). Baixando em todos os pontos da reta perpendiculares ao plano, os pés dessas perpendiculares dão lugar a projeção ortogonal da reta. Essas perpendiculares formam um plano () perpendicular ao plano () e que é o plano projetante da reta. A projeção de uma reta sobre um plano só deixa de ser uma reta, quando ela lhe for perpendicular, pois neste caso, a projeção será um ponto, já que a projetante de todos os seus pontos se confundem com a própria reta. Quando uma reta for paralela a um plano a sua projeção sobre este plano é igual e paralela à própria reta (Figura abaixo (a)). Se a reta (A)(B) for paralela ao plano (), sua projeção nesse plano é a reta AB. As duas retas (A)(B) e AB formam com as projetantes (A)A e (B)B um paralelogramo no qual (A)(B)=AB. Diz- se então que a reta se projeta em verdadeira grandeza (V.G.). Quando uma reta for oblíqua a um plano (Figura (b)) a projeção é menor que a reta do espaço, pois ela forma com sua projeção e as projetantes um trapézio retângulo, em que a projeção do plano, sendo perpendicular às bases é menor que a reta do espaço. O comprimento da projeção de uma reta sobre um plano varia com a inclinação dela sobre o plano. Ela passa por todos os valores, de zero (caso do ponto quando a reta é perpendicular ao plano) até o limite máximo igual ao comprimento da reta (caso da reta paralela ao plano). Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 17 Determinação de uma reta: A posição de uma reta no espaço fica bem determinada quando são conhecidas as projeções dessa reta sobre dois planos ortogonais. Sejam na figura (a) os dois planos () e (’) perpendiculares e AB e A’B’ respectivamente, as projeções da reta (A)(B) cuja posição queremos determinar. Por AB faz-se passar um plano perpendicular ao plano (), o mesmo acontecendo com A’B’ em relação a (’). Cada um dos planos que são os planos projetantes da reta nos respectivos planos de projeção, deve conter a reta do espaço, que será, então, a interseção desses dois planos projetantes. Para se designar a reta cujas projeções são AB e A’B’ escreve-se; reta (A)(B) (figura (b)). A reta pode também ser designada por letras minúsculas. 3.2.2 – Pertinência de ponto a reta Regra geral: Um ponto pertence a uma reta, quando as projeções desse ponto estão sobre as projeções de mesmo nome da reta, isto é, a projeção horizontal do ponto sobre a projeção horizontal da reta e projeção vertical do ponto também sobre a projeção vertical da reta. Na figura abaixo, temos a épura de pontos que pertencem a retas correspondentes, isto é, ponto A’A pertencendo a reta r’r; ponto C’C pertencendo a reta (E)(F) dada pelas projeções E’F’ e EF. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 18 3.2.3 – Posições da reta (nomenclatura) Em relação aos planos de projeção, a reta pode ocupar várias posições, as quais determinam nomes e propriedades particulares. São as seguintes retas: 1) Reta qualquer É a reta oblíqua aos dois planos de projeção. Sua épura é caracterizada por possuir ambas projeções oblíquas à linha de terra. 2) Retas segundo o paralelismo em relação aos planos de projeção Reta horizontal (ou de nível): É a reta paralela ao plano horizontal () e oblíqua ao vertical (’). Sua épura é caracterizada por possuir a projeção vertical paralela à linha de terra e a projeção horizontal oblíqua à essa mesma linha. A projeção horizontal representa a verdadeira grandeza. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 19 Reta frontal (ou de frente): É a reta paralela ao plano vertical (’) e oblíqua ao horizontal (). Sua épura é caracterizada por possuir a projeção horizontal paralela à linha de terra e a projeção vertical oblíqua a essa mesma linha. A projeção vertical representa a verdadeira grandeza. Reta frontohorizontal (paralela à linha de terra): É a reta paralela simultaneamente aos dois planos de projeção () e (’). Sua épura é caracterizada por possuir ambas as projeções paralelas à linha de terra. Qualquer das projeções (que são iguais) representa a verdadeira grandeza. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 20 3) Retas segundo o perpendicularismo em relação aos planos de projeção Reta vertical: É a reta perpendicular ao plano horizontal (). Sua épura é caracterizada por possuir a projeção horizontal reduzida a um ponto (chamada projeção pontual) e a vertical perpendicular à linha de terra, e que representa a V.G. Obs: A reta vertical é sempre paralela ao plano vertical, pois é perpendicular ao plano horizontal. Reta de topo: É a reta perpendicular ao plano vertical (’). Sua épura é caracterizada por possuir projeção vertical reduzida a um ponto (chamada projeção pontual) e a horizontal perpendicular à linha de terra, e que representa a V.G. Obs: A reta de topo é sempre paralela ao plano horizontal, pois é perpendicular ao plano vertical. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 21 Reta de perfil: É uma reta oblíqua dos dois planos de projeção numa posição particular: perpendicular (ou ortogonal) à linha de terra. A figura abaixo mostra uma reta de perfil situada num plano (I’) que é perpendicular aos dois planos de projeção (plano de perfil). A épura é caracterizada pelas projeções perpendiculares a linha de terra. A reta de perfil não tem verdadeira grandeza. Como no estudo do ponto, a reta também pode estar contida dentro de qualquer um dos semiplanos ou em coincidência com a linha de terra. No primeiro caso, a reta possuirá sempre uma das projeções sobre a linha de terra e, no segundo, ambas projeções coincidem com essa linha. Na figura abaixo se observa uma reta situada no plano vertical superior (’S) e sua épura correspondente. Nesse caso, em que a reta coincide com sua própria projeção vertical, apresenta-se (em épura) a projeção vertical acima da linha de terra e a horizontal sobre a mesma. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 22 Na figura abaixo, observamos uma reta situada no plano vertical inferior (’I) e sua épura correspondente. Nesse caso, em que a reta coincide com sua própria projeção vertical, apresenta-se (em épura) a projeção vertical abaixo da linha de terra e a horizontal sobre a mesma. Aqui observamos uma reta situada no plano horizontal anterior (A) e sua épura correspondente. Nesse caso, em que a reta coincide com sua própria projeção horizontal, apresenta-se (em épura) a projeção horizontal abaixo da linha de terra e a vertical sobre a mesma. Na figura a seguir, observamos uma reta situada no plano horizontal posterior (P) e sua épura correspondente. Nesse caso, em que a reta coincide com sua própria projeção horizontal, apresenta-se (em épura) a projeção horizontal acima da linha de terra e a vertical sobre a mesma. Quando a reta coincide com a linha de terra, a épura da figura abaixo é sua representação. As retas podem ainda, ocupar qualquer posição particular dentro dos planos de projeção, isto é, com pontos em vários diedros. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 23 EXERCÍCIO: 1) Representar as épuras das retas (A)(B); (C)(D) e (E)(F) e nomeá-las: (A) [-2; 3; 5] (B) [1; 8; 5] (C) [0; -4; 3] (D) [3; -4; 0] (E) [-3; 8; 1] (F) [3; 1; 6] 3.2.4. Traços de reta Chama-se traço de uma reta sobre um plano o ponto em que essa reta fura ou atravessa esse plano. Logo, quando uma reta for paralela a um plano, não terá traço sobre esse plano. O traço sobre o plano (’) é o traço vertical e por convenção representa-se por (V), e o traço sobre o plano () é o traço horizontal e por convenção representa-se por (H). Seja na figura abaixo a reta (u) e o ponto (V) a interseção da reta (u) no plano (’). Para se obter o traço (V) de uma reta, basta determinar o ponto da reta (u) que tem afastamento nulo. Em épura, para se achar o traço vertical da reta uu’, prolonga-se a projeção horizontal até a linha de terra, onde fica determinada a projeção horizontal V. De V, uma linha de chamada faz conhecer V’ como indica a épura. Esse ponto V’ que coincide com o ponto objetivo (V) é um ponto da reta (u) e seu afastamento é nulo. Da mesma maneira, obtém-se o traço horizontal, como seguem as figuras abaixo: Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 24 Atenção: a projeção horizontal V do traço vertical (V) e projeção vertical H’ do traço horizontal (H) estão sempre obrigatoriamente sobre a linha de terra. Conclui-se então, que uma reta só possui os dois traços quando é oblíqua aos dois planos ()(’) (reta qualquer e reta de perfil). As demais retas, como horizontal, frontal, vertical e de topo, possuem apenas um traço e finalmente, a frontohorizontal, por ser paralela aos dois planos não possui traço nesses planos. O conhecimento da determinação dos traços de uma reta nos permite traçar retas subordinadas à condição de passarem por diedros dados. Na figura a seguir, a reta (r) do 1º diedro passa pelo 2º e 4º diedros. Vemos que os traços são obtidos prolongando a reta nos sentidos indicados pelas setas: traço vertical (V) no sentido da seta 1 e traço horizontal (H) no sentido da seta 2. É indiferente determinar-se primeiro um ou outro traço. Em épura, os traços da reta (r) são obtidos prolongando-se as projeções r e r’ em sentidos contrários até a linha de terra. Na figura da reta (u) no 1º diedro passando pelo 4º e 3º diedros, vemos que ambos os traços são obtidos prolongando a reta (u) num único sentido, indicado pela seta 3. Primeiro, determina-se o traço horizontal (H) e depois o vertical (V). Em épura, os traços da reta (u) são obtidos prolongando-se as projeções u e u’ no mesmo sentido. Exemplo: Dada a reta (A)(B) pede-se: (a) Sua épura; (b) Seus traços; (c) Os diedros que ela atravessa; (d) A sua posição no espaço. (A) [0; -2; -1] (B) [4; 2; 2,5] Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 25 Traços de reta de perfil: Seja na figura abaixo a reta (A)(B) e (H) e (V) os seus traços respectivamente sobre () e (’). Utiliza-se, na reta de perfil, o rebatimento do plano de perfil que a contém, no caso o triângulo (H)V(V). Esse rebatimento consiste em girá-lo de 90º no sentido-horário, até que fique em coincidência com o plano vertical (’), sendo esse giro feito em torno de sua intersecção com o plano vertical (’), que no caso é (V)V. Com esse rebatimento, os pontos (A) e (B) descreverão no espaço arcos de círculos horizontais e vem coloca-se em (A1) e (B1) respectivamente, sobre retas traçadas por A’ e B’ paralelamente a linha de terra. No plano horizontal o ponto A descreve um arco de círculo de raio AV e vem cair em A1 do mesmo modo que B vem cair em B1. Desses pontos A1 e B1 traçam-se no plano vertical as paralelas a (V)V que determinam as posições (A1) e (B1) após o rebatimento. Vejamos a épura. Seja (A)(B) dada por suas projeções A e A’ e B e B’. Faz-se o centro em H’V e descrevem-se os raios de círculo AA1 e BB1 até situa-los em A1 e B1 na linha de terra. Traça-se perpendiculares à linha de terra e tem-se os pontos (A1) e (B1) e, portanto, a reta (A1)(B1) nos encontros com as paralelas a linha de terra traçadas por A’ e B’ respectivamente. Teremos em (A1)(B1) a verdadeira grandeza da reta dada e um V’(V) do seu traço vertical. No plano horizontal, o traço é H e teremos que fazer o alçamento (inverso do rebatimento). Assim prolongando a reta (A1)(B1), teremos em H1 sobre a linha da terra o traço horizontal rebatido, então, com o mesmo centro em H’V e raio H’H1 descreve-se, em sentido anti-horário, o arco H1H, sendo H traço horizontal. Obs.: a regra geral é sempre rebater a projeção horizontal no sentido anti-horário. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 26 3.2.5. Posições relativas a duas retas Sejam as retas (r) e (s), o plano () e o ponto (M) comum a reta (s) e ao plano (). Nota-se que, enquanto a reta (r) está situada no plano (), a reta (s) tem nesse plano apenas um ponto (M). Então esse ponto (M) e a reta (r) definem o plano () e a reta (s) a ele não pertence. Diz-se então, que as retas (r) e (s) são reversas ou não coplanares, ou seja, não estão no mesmo plano. Se a reta (s) também pertencer ao mesmo plano () da reta (r), as retas são, então, coplanares, isto é, definem um plano, podendo ser concorrentes ou paralelas. Logo, temos as retas (r) e (s) que são concorrentes, pois tem um ponto em comum (M), que se diz próprio, e as retas (r1) e (s1) que são paralelas por não terem ponto comum (diz-se que o ponto é impróprio, isto é, não existe). Retas concorrentes Duas retas são concorrentes quando: 1° - O ponto de interseção das projeções verticais e o das projeções horizontais estiverem numa mesma linha de chamada. Observa-se essa situação no espaço e na sua épura correspondente. 2° - Duas projeções de mesmo nome se confundem e as duas outras se cortam. Observa-se essa situação no espaço e na sua épura correspondente. Nesse caso, as duas retas concorrentes admitem um mesmo plano projetante e por isso suas duas projeções de mesmo nome coincidem. A épura mostra ainda, duas projeções horizontais coincidentes e as verticais concorrentes em O’. Poderia ser o inverso, ou seja, as projeções horizontais concorrentes e as verticais coincidentes. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 27 3° - Uma das projeções de uma das retas se reduz a um ponto situado sobre a projeção de mesmo nome de outra reta. A situação do espaço é definida pela figura abaixo e na sua épura correspondente. No caso, considerou-se uma reta vertical (u) e, portanto, como projeção pontual a horizontal u. Retas paralelas Analogamente, aos três casos anteriores, duas retas são paralelas quando: 1° - As duas projeções de mesmo nome são paralelas. Observa-se essa situação no espaço e na sua épura correspondente. 2° - Duas projeções de mesmo nome se confundem e as duas outras são paralelas. É o caso das duas retas paralelas admitirem um mesmo plano projetante. Observa-se essa situação no espaço e na sua épura correspondente. Poderia ser o inverso, ou seja, as projeções horizontais paralelas e as verticais coincidentes, o que não altera a condição de paralelismo das duas retas. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 28 3° - As duas projeções sobre um mesmo plano se reduzem, cada uma, a um ponto. É o caso de duas retas verticais ou de topo que obrigatoriamente são paralelas entre si. A situação do espaço é definida pela figura abaixo e na sua épura correspondente (retas verticais no caso). Retas de perfil paralelas ou concorrentes: No caso de retas de perfil, a condição de paralelismo das projeções correspondentes, apesar de necessária não é suficiente. Consideremos dois casos: 1°) Retas situadas no mesmo plano de perfil 2°) Retas situadas em planos de perfil distintos No 1° caso, as retas terão a mesma abscissa, elas poderão ser paralelas ou concorrentes (nunca reversas, pois estão num mesmo plano). No 2° caso, podem ser paralelas ou reversas e nunca concorrentes, porque estão situadas cada uma em planos paralelos entre si, todas as retas de qualquer deles serão paralelas ao outro, e nesse caso, as abscissas das retas são diferentes. Duas retas de perfil quando possuem abscissas iguais, logo no mesmo plano de perfil, terão suas projeções de mesmo nome superpostas; quando de abscissas diferentes, terão projeções de mesmo nome paralelas. Observemos as figuras abaixo e suas respectivas épuras. Geometria Descritiva – Professora Sarah Rabelo 29 EXERCÍCIOS: 1) Representar a épura das retas (A)(B) e (C)(D) e defini-las quanto a posição: (A) [3; 2; 1] (B) [3; 1; 3] (C) [-3; -2; -2] (D) [0; -2; -2] 2) Dada a reta (A)(B), onde (A) [0; 2; -3] e (B) [5; 2; 4], pede-se: a) Sua épura; b) Seus traços; c) Os diedros que ela atravessa; d) A sua posição no espaço. 3) Por um ponto (A) [2; 2; 2] traçar em épura uma reta (A)(B) paralela a uma reta dada (C)(D): (B) [0; ?; ?] (C) [-1; -1; 3] (D) [3; 0; -1] 4) Dada uma reta (A)(B) de perfil, pede-se: a) Sua verdadeira grandeza traçada em épura; b) Os diedros que atravessa. (A) [0; 3; -3] (B) (B) [?; 1; 2] 5) Dá-se uma reta de perfil (A)(B) e um ponto (M) no mesmo plano da reta. Pede-se traçar por (M), em épura, uma reta (M)(N) de 2 cm e paralela a reta (A)(B). (A) [0; 1; 1] (B) [0; 3; 3] (M) [?; 5; 5,5]