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O paradigma metafísico - Heidegger propõe a ontologia, que havia esquecido por Husserl, como forma de chegar ao problema existencial do ser. - Metafisica: É uma fatalidade, porque ela suspende as coisas humanas no interior do ente, sem que o ser do ente possa ser jamais conhecido por experiência. – refere-se ao modo característico de pensar (traço mais marcante da filosofia ocidental) É o perguntar além do ente para recuperá-lo, enquanto tal em sua totalidade para a compreensão. – refere-se à verdadeira tarefa da metafisica: ir além do ente natural para investigar o ser. É o modo de pensar que pensa o ente como ente. E pelo fato de interrogar o ente enquanto ente permanece ela junto ao ente e não se volta para o ser enquanto ser. - O pensamento metafísico se transformou em paradigma. E se trata da historia de nossa permanência, mas não da origem do nosso pensar. *A physis e o pensamento inicial – primeiros pensamentos gregos (Pensamento originário) - Physis: evoca o que sai ou brota de dentro de si mesmo – é tudo o que brota, vigora e recolhe. (não se deve ficar preso as traduções desta palavra, pois a tradução pertence a uma tradição posterior do pensamento, na qual a physis já havia perdido aquele vigor inicial, e sua concepção havia sofrido uma restrição relativa ao setor do real) Para os pensadores iniciais physis era o nome do ser (estava presente em tudo no mundo, em tudo o que rodeava) É tudo o que vemos em movimento – physis é movimento – é tudo que aparece, vive e morre (tende ao repouso – morte/fim), é amiga da escuridão (o ser tem em si a inclinação para ocultar-se – krypthestai [velar-se]) Foi a palavra que os primeiros pensadores nomearam a unidade primordial do ser. - A aparência das coisas era um modo de ser constitutivo da realidade – as formas de aparência são todas elas modo de aparecer e, como tais, são a própria emanação do seu ser. - Aletheia: verdade – é um desvelamento do que está escondido (do que ocorre na physis) É o não-ocultamento. Está profundamente ligada ao ser, concebido como physis É algo que eu consigo recolher no logos. - Logos (reunir, recolher): é a unidade de reunião constante e, em si mesma, que é a que reúne em sentido originário (enunciado lógico). Possui uma ligação, indireta, com a linguagem a medida que compreendemos o desabrochar do ser (physis), como logos. Linguagem – é a conversão do ser em palavras, cujo impacto direto do vigor predominante revela-se no nomear que repõe o ente, que se abre e se manifesta em seu poder, o retém e conserva nessa abertura, delimitação e consistência. - Logos e Physis: formam uma unidade – enquanto o logos é a unidade da reunião daquilo que mais tende a opor-se, a physis é o brotar daquilo que sai de dentro de si mesmo, que tende ao ocultamento. Mas falam se uma única referência: a predominância de um como reunião, e de outro como brotar, é o ser. O homem só é o ente que é porque pensa, ou seja, enquanto segue e acompanha a predominância daquilo que brota (physis) e reúne (logos). *A Idea e o esquecimento do ser – período posterior do pensamento ocidental (Platão, Aristoteles) – Pensamento metafísico. - No final do período do pensamento inicial, o entendimento da palavra physis foi sofrendo uma restrição em direção ao sentido do físico, do natural. - Platão: transformação – interpretou a physis como idéa. - Idéa: interpreta o ser do ente. O visto no visível, o viso que alguma coisa oferece. O que se oferece é o aspecto do que vem ao encontro. O aspecto de uma coisa constitui aquilo em que e como tal, ela está presente. Conceito puro – organiza o que é proposto pela physis. Enquanto a physis é predominância que brota, a consistência do que permanece, a idéa é o aspecto, o indício, o vislumbre do que se vê, que é determinante. O aparecer da physis abre um espaço e neste espaço mostra a coisa mesma, quanto o aparecer da idéa ocupa um espaço já aberto, o decisivo é viso, o aspecto, não a coisa mesma. - Mudança na essência da verdade: a total referencia ao ocultamento da concepção inicial de aletheia é, em Platão, transferida para a idéa. Esta é, de agora em diante, a origem da verdade (concebida como o puro fato de brilhar). – mantém as coisas no seu não-velamento constante. A medida que a idéa, o puro brilhar, é a soberana que concede o não-velamento, ela ganha superioridade sobre a aletheia; esta submete àquela. A aletheia abandona o seu traço central em torno do qual ela retirava sua essência: o não-velamento. Com isso, o traço fundamental da verdade, agora, fica vinculado a outra essência: a orthotes, a exatidão. - Orthotes: a verdade acontece quando o acordo entre o entendimento e a coisa mesma for exato. Para que essa exatidão apareça é agora necessário que tanto o olhar como o conhecimento estejam corretos, e estar corretos aqui é conformar-se, adaptar-se ao que deve ser olhado, ao que deve ser conhecido. Não guarda mais referencia alguma a aletheia, como não-velamento - Idéa é aquilo que nomeia o aspecto daquilo que é, e para ser este é deve permanecer sempre do mesmo modo, isto é, de maneira constante, aberta, desvelada, então a idéa, ela mesma, acaba por se transformar naquilo que há de mais ente no ente, ou seja, ela se transforma no ente propriamente. O ser, como idéa, é tomado como ente, ou seja, aquele que verdadeiramente é. O simples ente, por outro lado, é rebaixado à condição de mera imitação ou cópia, uma vez que ele é somente em parte no ser. - A investigação do ser da metafísica deve ser interpretada como algo que se processou no interior do pensamento, aquele que transformou a força do desabrochar (physis) em aspecto (idéa) e a verdade (aletheia) em exatidão (orthotes). - Com esse acontecimento, a unidade originária do real é rompida, criando duas realidades. - Supra-sensível: é o domínio da idéa, daquilo que é sempre o mesmo e do mesmo modo, ou seja, do ente propriamente, da figura exemplar e originária. É o lugar das ideias do ente propriamente. Representa a entidade do ente de duas maneiras: no sentido dos traços mais gerais, ou no sentido do ente supremo e por isso divino. O ente supremo refere-se apenas a uma única ideia, a ideia das ideias, o ente dos entes, o numero um, o único, o maior, a causa primeira e universal de tudo aquilo que vem a ser o que é. O ente com os traços mais gerais diz respeito àquelas ideias que detém as noções ou os conceitos mais amplos e genéricos sobre a entidade do ente. - Sensível: é o reino do não-ente, isto é, do exemplo imitado que nunca tem consciência, nem permanência. É o reflexo obscuro das ideias – é o real, é tudo o que existe de modo imediato, sem consistência (são tomadas como a própria realidade). - Distinção entre physis e aparência: a aparência é o surgir da cópia, do exemplo – nunca atinge a sua figura exemplar e originária. O baixo status ocupado pela aparência na hierarquia do real em nosso pensar ocidental é o responsável pela perda do nosso contato direto com as coisas, pela nossa constante suspeita em relação a elas, mas sobretudo pela nossa mania de procurarmos atrás delas aquilo que elas verdadeiramente são. - Distinção entre physis e logos: logos perdeu seu traço original de reunião daquilo que se revela, para adquirir um outro, o de enunciado. Enunciar significa dizer ou propor algo a respeito de alguma coisa, no sentido de determinar corretamente o modo de ser de alguma coisa. Logos, como enunciado, passa a ser o lugar onde se dá a verdade. Linguagem, portanto, também muda o seu significado: linguagem torna-se expressão. - Distinção entre physis e pensar: pensar, que era em sua origem a possibilidade de seguir e refletir aquilo que se apresenta (physis) em sua verdade (aletheia), torna-se uma atividade autoconcentrada. Pensar significa exercitar uma faculdade, qual seja, a de mensurar enunciados com rigor e precisão, com o intuito de construir discursos capazes de apreender a verdade do ente como exatidão. - Metafísica: incansável procura pelo permanente – eternidade: permanecer sempre igual ao que é para além do tempo finito. É caracterizada pelo desejo de ultrapassar as coisas imediatamente presentes para encontrar um ponto de apoio no permanente. Pensar metafisicamente é pensar sobre o império de um como principio fundamental de toda e qualquer construção representativo-sistêmica. *O pensar metafísico e a construção do ocidente - Paideia: o esforço no sentido de um encaminhamento de todo o seu ser. – formação (ato formado, conformar) – nascem no supra-sensível. - A reviravolta de todo o ser do homem só é possível da não-formação (apaideusia) à formação (paideia). Só aí, então, o homem é conduzido ao lugar de sua essência. 4 etapas da formação: Os homens vivem presos à realidade imediata, cotidiana e aparente. Libertação do homem de suas cadeias, fazendo-o livre em certo sentido O homem é libertado inteiramente, o que lhe permite finalmente obter a certeza e a garantia de sua verdadeira essência. Diz respeito a uma tarefa, uma responsabilidade do homem livre para com os seus semelhantes. Esses degraus coincidem com as diversas etapas em que os entes aparecem em seu aspecto (idéa), à medida que se afastam do ocultamento e se dirigem para o desvelamento. – portanto, paideia = verdade (aquilo que se mantem igual no seu não-velamento). - Energeia: nomeia o ser do ente. – é aquilo que da consistência e constância à presença, seja na forma primária sensível (quodditas), seja na forma subordinada, supra-sensível (quidditas). - Aristóteles: interpreta a presença sensível como aquela que possui um sentido primordial, à medida que isto que é cada vez isto, o singular. A presença supra-sensível é subordinada, é aquela que significa o aspecto que se manifesta. Homem: o animal que tem por dote a razão - Quanto mais a coisa se afasta do ocultamento (sensível), e consequentemente mais se aproxima do seu desvelamento (supra-sensível), mais ele poderá, então, mostrar o que verdadeiramente é, em sua presença consistente (energia). - A posição frente ao homem e ao real significa formar (paideia) um homem que venha adquirir competência e excelência no traço com os entes, à medida que ele perceba o que eles sejam (ideia/energia) em sua verdade (orthotes) de tal forma que lhes permitia dizer ou propor algo a respeito deles (logos). - O inicio da metafísica, que se observa no pensamento de Platão, é ao mesmo tempo o inicio do humanismo. O humanismo designa o processo ligado ao inicio, ao desenvolvimento e ao fim da metafisica, pelo qual o homem se coloca em um centro do ente, sem ser ainda, ele mesmo, o ente supremo. A paideia dos gregos transforma-se na humanitas dos romanos. – é em Roma que aparece o primeiro humanismo. Humanismus: é curar e cuidar que o homem seja humano e não inumano. Determinam a humanitas a partir de uma interpretação já existente na natureza, da historia, do mundo, isto é, a partir de uma interpretação já assente do ente em sua totalidade. - Evangelho e teologia: O evangelho refere-se a um conjunto de ensinamentos que traz uma interpretação da vida do homem sob uma perspectiva fática, onde o tempo da existência humana se desdobra dentro de um acontecer histórico humano que possui os traços de imprevisibilidade. A teologia é a interpretação do evangelho à luz do saber metafisico que procura lhe assegurar justificação filosófica, atribuir validades aos seus ensinamentos, onde o tempo histórico é interpretado no sentido cronológico (a existência humana acontece dentro de um âmbito de certeza e previsibilidade). - O caminho trilhado pelo pensamento na idade média não foi o do espirito evangélico, mas o da postura metafisica, através da teologia. - A estrutura e a consolidação do pensamento medieval ocorreram através de dois grandes movimentos: patrístico e escolástico. Movimento patrístico (Platão): lançam a base para a teologia cristã. Movimento escolástico (Aristóteles): seus temas principais giram em torno do problema de Deus e da criação. – a doutrina do ser (energia) é interpretada pelos escolásticos como actualitas. Uma vez que o ser é tomado por actualitas , ele não só significa o ente real e eficaz, mas também aquele que causa, provoca e determina consequências. – para Heidegger, neste ponto estão criadas as condições para explicar a realidade atuante do fazer humano e do criar divino. O ser interpretado no seu caráter causal é aquele ente ultimo, supremo – actus purus. (teologicamente pensado como Deus – ens creator) - O que para Aristóteles é a inteligência a causa universal do mundo, para Sto. Tomás, essa inteligência é Deus, a primeira causa motora, superior a todas as outras. - O homem (em creatum) é colocado numa posição especial, uma vez que está situado entre Deus e as demais criaturas. Entretanto como possuidor de um corpo perecível, pertence, como qualquer outro ente criado, ao âmbito do sensível, mas porque lhe pertence também a alma racional, está também vinculado ao mundo supra-sensível, o que faz com que ele esteja acima das criaturas, numa condição especial: ser filho de Deus. - No pensamento medieval, o homem não é desse mundo, a medida em que mundo é pensado apenas como uma passagem para o além. - Ens creatum: o real eficaz, cujo fundamento repousa sobre o real supremo: Deus creator. - Descartes: a medida que o ser do ente medieval (ens creatum) foi interpretado como o real eficaz (actualitas) que existe (quodditas), é que pôde pensar o ente como res (a coisa que se experimenta de modo sensível, mas também o objeto não sensível e calculável da matemática) – modo coisificado e objetivado de apreender o real. Depende da escolástica medieval. A interpretação dual da realidade, ou seja, os âmbitos do sensível (agora extensa) e supra-sensível (agora cogitans) que iniciam com Platão e atravessam a idade média têm a sua continuidade com Descartes, que denomina cada um deles de res. Ser a coisa pensante é o que constitui o homem para Descartes. – o que justifica o homem estar em uma situação especial (antes era por ser filho de Deus) Essa dimensão de pensar (racionalidade) é o que determina a essência do homem. O corpo do homem, todavia, é algo distinto da essência cogitante, ele é res extensa, e pertence ao âmbito do sensível da animalidade. Deus ainda é o ente supremo – o ens creator, o um que desempenha o papel de principio fundamental e justifica a realidade do sensível, como res extensa, e a liberdade do âmbito do supra-sensível do homem, como res cogitans. A medida que o pensamento cartesiano se afasta da ontologia medieval, da relação entre criatura e criador, a res cogitans, a razão humana predomina e se impõe de forma absoluta como o único fundamento do pensamento moderno. Cogito: refere-se ao modo de pensar da representação. – através das imagens das coisas. Representar deixa de ser mera semelhança com o objeto para significar a faculdade de produzir imagens das coisas, de colocar diante de si o existente em qualquer momento. Representar é o mesmo que objetivar e isto significa que só aquilo que desta maneira se converte em objeto é, pode ser tomado por exixtente. Com Descartes, o pensamento determina pela primeira vez o existente como objetividade do representar (colocar diante de si) e a verdade como certeza do representar (estar seguro certo). – o ente deverá ser interpretado com o auxilio das categorias puras e exatas da matemática, o que permitirá conceber a verdade dos entes. A verdade como certeza serve tanto para afiançar a posse de um saber, quanto para a representação assegurar-se de si mesma. O seminário de Zollikon - O seminário propôs uma discussão sobre a pressuposição do que seria o homem – a suposição fundamental sobre a constituição do homem. Mas a suposição fundamental não pode ser comprovada. Existem suposições fundamentais hipotéticas, evidentes em si. Toda suposição fundamental preestabelecida tem o mesmo valor. Não podemos comprovar que existimos, só podemos verificar cientifico-naturalmente algo relativo ao metabolismo. - Hoje, as pessoas rejeitam o peso das coisas experienciadas diretamente, em função do idealismo, pois o que eu idealizo está certo, o que eu experencio pode estar errado. - Para a fenomenologia a verdade é o que é experenciado internamente, não apenas em hipóteses e experimentos. - A psicoterapia não deve partir de uma teoria sobre o homem, e sim de sua existência, deve partir de que ele está aqui. – o homem não pode ser visto a partir de hipóteses (homem objetivado), ainda mais porque foi ele quem as criou. Antes do conhecimento existe a existência, ela que o produz. Pensar o homem como função retira o sentido da existência. – forma de controle do homem. - O poder encontrar pressupõe o ser-uns-com-os-outros. Eu-sendo-uns-com-os-outros há encontro O ser-uns-com-os-outros é a base da solidão. Estar junto com o outro possibilita a existência. Primeiro nos relacionamos, depois identificamos o ser-uns-com-os-outros. - As teorias psicológicas surgem sob a pressão da tradição, pois a tradição nada conhece além do caráter do ser de sua substancialidade. Para se estudar a psique deve substancializar, tratar como coisa, extensões, substancia. Assim como, eu humano me coloco como objeto para poder me ver. - Psique e psicologia = tentativa de objetivação do homem. - A psicologia, em sua raiz, ao estudar as coisas, utiliza-se de métodos inadequados. - O homem existe em um estado-de-abertura – o homem como um estado-de-abertura e um estar-aberto para a percepção de presença e de algo que está presente, é abertura pra coisidade. Sem esse estado-de-abertura nenhuma coisa poderia aparecer a partir de si. O mundo não está a serviço do nosso querer, não temos controle sobre a vida, ela é muito mais do que nos chega, do que nós exigimos dela. Por isso estamos aberto. - Liberdade nada tem a ver com causalidade. A liberdade é ser-livre-e-aberto para uma solicitação. A liberdade tratada não se trata da liberdade de escolha, mas na vivencia das coisas, na abertura das coisas que damos para a presença. Determinação fundamental do Dasein: aberto para a solicitação da presença. - Neste âmbito não é possível provar nada. É preciso renunciar à ideia de que só o que pode ser provado é verdade. Há coisas como a presença ou a liberdade que rejeitam qualquer exigência de mensurabilidade. Não se trata de uma teoria, mas da visão daquilo que nós mesmos já sempre somos. - O homem é espacial e temporal. No entanto o homem está no espaço e no tempo de modo completamente diferente do que as coisas. O homem não vive no espaço, ele espacializa, se temporaliza. – gera ansiedade: não estou aqui! Onde estou? Qual espaço? - Todo querer é um ansiar, mas nem todo ansiar é um querer. Querer faz parte da liberdade, do ser-livre para uma exigência à qual eu correspondo. Eu quero somente quando eu me envolvo com a motivação, quando a assumo como tal, quando eu a aceito. Somente podemos querer aquilo que nós mesmos podemos executar e realizar – pode-se sim querer algo impossível, mas somente quando se acredita que o impossível seja possível. - Memória: não é apenas um reter. Não se trata apenas de não se esquecer, mas de que ele continua constantemente presente como aquele que co-determina meu Da-sein, mesmo que não esteja mais vivo. O presente confronta-se com o passado em relação ao futuro. A teoria psicológica de memória refere-se apenas ao não-ter-presente no momento, não ter presente no respectivo instante. O homem é histórico. - A linguagem é idêntica a compreensão do ser, sem a qual não se pode experienciar a morte como morte, não como a extrema possibilidade que antecede o Da-sein. - A determinação da essência de qualquer coisa compõe-se de três determinações: É necessário a determinação daquilo como o que algo é. Em relação ao Da-sein humano a resposta é: como ser-no-mundo, como se relacionar com o que está presente. Refere-se a condição da possibilidade de ser assim. Esta condição da possibilidade de como Da-sein é: a compreensão do ser. Refere-se aquilo em que esta condição da possibilidade está fundada por sua vez, em relação ao Da-sein humano: no destino do ser. - Dasein: experiência do ato. Estar diante de si. Afirmar sobre o homem. - Projeto ser-homem como Da-sein: o deixar-se do ente (homem) à luz do Da-sein é exatamente difícil, não somente para o cientista de hoje, mas também para aquele que está familiarizado com o projeto Da-sein. O deixar (isto é, aceitar) o ente, assim como ele se mostra. O eliminar e afastar representações inadequadas sobre este ente, o homem, só é possível se o treino da experiência de ser homem com Da-sein tiver tido êxito e iluminar toda a pesquisa do ser humano. O deixar-se no imediato do ente só é possível se, e na medida em que, antes e sempre for mediado. - O próprio método de pesquisa conforme Dasein não é fenomenológico, mas sim, depende e é regido pela fenomenologia no sentido da hermenêutica do Da-sein. - O caráter fundamental do ser é a presença. O sentido tradicional da presença não é suficiente para determinar o homem. - Estar-aí em ser e tempo significa estar-aí. Aqui o aí é determinado como o que está aberto. Esta abertura tem o caráter do espaço. Não nos relacionamos especialmente com o espaço enquanto espaço. O tempo e o espaço concernem-se mutuamente, mas não sabemos como. - Consciência: significa alguém cons-ciente, e isto significa alguém que se orienta. Toda consciência de algo é simultaneamente a consciência de si mesmo, e o si mesmo, que é consciente de um objeto, não é necessariamente consciente de si mesmo. Estar em aberto (Da-sein) é que dá originalmente a possibilidade para orientar-se nas coisas presentes (consciência) e não o contrário. Orientar-se é estar relacionado com o que é dado como objeto. A consciência se tornou uma representação fundamental da filosofia moderna – a fenomenologia de Husserl é uma descrição da consciência, apenas ele acrescentou a intencionalidade. - Intencionalidade: significa toda consciência é consciência de algo, é orientada para algo. - O ser-no-mundo nunca é uma propriedade de uma subjetividade representada como quer que seja, mas sim é a priori o existir do próprio homem. - Ser e tempo é, nada mais nada menos, do que o nome de toda a essência do Dasein.