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Aula 13 – Pré-A1 
Transição de colônia para império 
Fim do século 18? Crise do sistema colonial 
Há uma situação quase paradoxal no fim do século 18, com o apogeu do sistema colonial 
construído desde o século 16 com a constituição de economias bem desenvolvidas nas 
Américas. A consolidação de interesses econômicos de colônias entrou em choque com os 
interesses de metropolitanos que buscavam agora no apogeu reforçar o pacto colonial. (NO 
taxation without represenatation). 
Você está diante de economias que crescerem ao longo dos séculos gestando elites colônias 
importantes que agora em muitos casos já não pensavam valer a pena a subserviência política 
à metrópole. 
Novais chama esse momento de crise do antigo sistema colonial, mas isso é bastante polémico. 
Novais e seu seguidor Arruda argumentam que esses rompimentos marcaram o fim do século 
colonial. Mas outros historiadores como os historiadores portugueses argumentam que não foi 
crise, a economia estava muito bem, nunca antes (com a chegada da família real) a economia 
brasileira esteve tão dinâmica. 
Vilella aponta que as duas escolas estão falando de crises diferentes: Arruda e Novais da crise 
do sistema político colonial da maneira como eles próprios haviam descrito e outro estão 
falando de um apogeu econômico que não justifica o argumento de uma crise econômica 
colonial. 
A economia da colônia e a da metrópole da época estava em uma espécie de “apogeu”. Houve 
um aumento de volume de comércio, na maior parte atribuído a colônia brasileira. No final do 
século 18 mesmo com o declínio da produção de ouro a atividade econômica diversificada no 
Brasil favoreceu esse apogeu. Se assistiu no final desse século o aumento da produção e 
exportação de algodão, como a expansão do açúcar para outras áreas e o nascimento da 
atividade do café fariam do Brasil e principalmente a província de Minas Gerias (mesmo ao 
longo do fim do século 18 e toda primeira metade do século 19) se mantivesse como o 
principal destino para escravos, evidencia de seu dinamismo, mesmo com o fim do ciclo do 
ouro. 
Com a eclosão das guerras napoleônicas a França deu um ultimato para Portugal 
(bombardearam Lisboa) se não aceitassem submissão. A relação (benéfica segundo Vilella) de 
Portugal com a Inglaterra fez com que a corte portuguesa tomasse a decisão de seguir para a 
colônia protegidos pela Grã-Bretanha, eles já vinham planejando a saída desde essa ameaça 
não foi algo tão apressada. (15 a 20 mil pessoas é número um pouco exagerado de pessoas que 
vieram para cá, primeiro para Salvador depois para o Rio de Janeiro, demoraram para chegar 
por causa das calmarias). 
Vilella destaca que Dom João VI (QUE ERA FODA) foi acertado em preservar a aliança 
estratégica com a Inglaterra, não aceitando a submissão à Napoleão. 
A chegada da corte aqui também marcou o fim do “exclusivo colonial” (e talvez de ponto de 
vista econômico o período colonial, o político só vem com a independência), com a abertura 
dos portos. Foi o preço talvez da escolta britânica que trouxe a frota portuguesa intacta à corte. 
A abertura não foi de todo ruim, aumentou a arrecadação da coroa portuguesa com a principal 
forma de taxação à época (imposto de importação), e continuava tendo Portugal como 
principal mercado para troca. 
Entretanto isso acaba com o tratado em 1810 (Tratado de Comércio e Navegação) firmado 
entre o império português e Inglaterra (numa posição de maior poder) estabelecia uma 
taxação de ao menos 16% a mais sobre produtos chegados de Portugal do que Ingleses, 
tornando esses produtos pouco competitivos frente aos produtos Ingleses. 
Além disso o tratado já avançava na proibição do tráfico negreiro com a sua proibição ao norte 
da linha do equador, dando poderes a marinha britânica a abordar navios portugueses 
suspeitos. 
Os ingleses e europeus de maneira geral são pioneiros nisso. Houve um movimento de fim do 
tráfico negreiro incentivado porque Ingleses (aboliram a escravidão nas suas colônias no caribe 
e se viam pressionados a proibirem o tráfico negreiro para garantir a competividade daquelas 
colônias). 
A relação com a Inglaterra muda muito, se tornando mais distorcida. A elevação do Brasil à 
condição de Reino Unido (mesmo status da metrópole) foi um absurdo para muitos 
portugueses que com a saída de napoleão queriam a volta do rei e enxergavam com maus 
olhos essa maior força da colônia. Isso colocou em contraste os interesses de colônias que 
queriam a permanecia da família real aqui com os de metropolitanos. 
A chegada da família portuguesa ao Rio de Janeiro permitiu um ganho positivo demográfico, 
maior atividade econômica e uma melhora da infraestrutura da cidade para acomodar a corte 
e família real com uma qualidade melhor (bibliotecas, universidades, banco do brasil). A 
Monarquia portuguesa distribui títulos nobiliárquicos concedia generosas sesmarias para se 
financiar. Conceder/vender o uso do pedação de terra, mais ainda não era um direito de 
propriedade, contudo, permitiu toda a ocupação no entorno do Rio de Janeiro e a marcha de 
expansão do café avançando sobre a baixada fluminense, interior paulista, chegando ao Vale da 
Paraíba. 
Divisões entre portugueses e brasileiros geraram grande violência e algumas revoltas (foi um 
período geral de revoltas, não eram apenas as elites mas os escravos se revoltando também. 
Já com tensões acirradas e aclamações por independência com o regresso de Dom João VI a 
Portugal, Dom Pedro I proclama a república, aceitando pagar uma dívida de Portgual, em boa 
parte acumulada para tentar evitar a independência. 
Dom Pedro I tem a sua disposição a primeira constituição//um parlamento/ partidos e uma 
câmara de .... e o quarto poder (o moderador que concedia poderes ao imperador). 
Ta faltando esse meiozinho... 
Linha do Tempo: 
1808: Chegada da corte 
1815: tratados de comércio e navegação 
1822: independência 
1826: Segundo tratado firmado com a Inglaterra, dentro de um prazo de x anos acabaria a 
importação de escravos (na prática não teve efeitos, porque a relação com a Inglaterra se 
deteriorou, com bombardeios da Inglaterra até.) 
1830: café já ultrapassou açúcar em termos de exportação 
1831: Dom Pedro I abdica do trono e vai a Portugal 
 Período Regencial 
1840: Dom Pedro II assume com 14 anos (começa o segundo reinado) 
1850: Lei Eusébio de Queiroz (consenso político de continuação da escravidão, vital para o 
funcionamento da economia e ainda não condenável moralmente) 
1864 -1870: Guerra do Paraguai (Período que a despeito da Guerra foi o apogeu do segundo 
reinado, com um império pacificado (paz interna), economia crescendo, consenso da elite 
(escravidão, integridade territorial.)) 
1871: Lei do Ventre Livre: Todos os filhos novos de escravos estariam livres dentro de um prazo 
(até 18 anos). É o primeiro sinal do fim dessa instituição. 
1888: Fim da escravidão 
1889: Fim do segundo reinado e promulgação da república 
A atividade econômica do café leva a continuação da entrada maciça de Africanos até 1850. 
Também há muito deslocamento de escravos do Nordeste para o sudeste por causa da 
demanda do setor cafeeiro. (Quando oficialmente é declarada o fim do tráfico de escravos (que 
acontecia ilegalmente)). A escravidão foi lentamente substituída por mão de obra livre, por 
meio de indentured labor de Europeus (que só começa a funcionar no final do século). 
Quando acaba a Guerra do Paraguai voltam os problemas políticos dos descontentamentos da 
elite, primeiros questionamentos da escravidão (motivados pelos esforços de negros na guerra) 
e também com atenção/novo protagonismo dos militares que criticavam a classe política e 
atuavam de maneira corporativista. Na década de 1880 há uma crescente rotação de governos 
num contexto de questionamento escravidão. 
Não houve descontinuidade notável na evolução da cafeicultura paulista com a abolição da 
escravidão. Devido a entrada maciça deimigrantes europeus (italianos) que superariam em 
pouco tempo os escravos na atividade de café. Isso deu certo porque tinha mobilidade (os 
imigrantes podiam plantar também seus próprios alimentos e ele próprios acumularem capitais 
para se tornarem cafeicultores independentes.) A chegada em larga escala de imigrantes em 
busca dessas oportunidades (mas subornados com subsídios às passagens), manteve o preço 
da mão de obra barata e viabilizou a continuação da atividade de café sem grandes perdas. 
É importante destacar que a maioria desses imigrantes acabou não indo para a atividade do 
café, trabalhando em outros setores econômicos nos centro urbanos etc...