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Sociologia Jurídica - Aula 01

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Aplicação Prática Teórica
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Aluno: Rafael Silva Canto da Rocha
Matrícula: 2013.01.75622-9
Disciplina: Sociologia Jurídica e Judiciária – Semana 01
Professora: Taís Elaine
CASO 1
 
A decisão a seguir foi proferida pelo Superior Tribunal de Justiça e exemplifica a presença cada vez mais constante de temas correlacionados à Sociologia Jurídica nos nossos tribunais. Leia e reflita, respondendo à questão proposta: “Tendo em vista as peculiaridades do caso concreto, faz-se imprescindível interpretar a lei deforma mais humana, teleológica, em que princípios de ordem ético-jurídica conduzam ao único desfecho justo: decidir pela preservação da vida. Não se pode apegar, de forma rígida, à lei, e sim, considerá-la com temperamentos, tendo-se em vista a intenção do legislador, mormente perante preceitos maiores insculpidos na carta magna garantidores do direito à saúde, à vida, e à dignidade humana, devendo-se ressaltar o atendimento das necessidades básicas dos cidadãos”. (STJ, 1ª Turma, Min. José Delgado, ROMS n°11183/PR, DJU 04/09/00, p.121).
A partir dos termos acima, analise a importância do estudo da Sociologia Jurídica para a compreensão e aplicação do Direito. 
Resposta: É de fundamental importância o estudo da Sociologia Jurídica e Judiciária para a compreensão e aplicação do Direito na sociedade, visto que um dos principais princípios norteadores do Direito é a socialidade. Dessa maneira, é preciso que seja estudado a eficácia da norma jurídica em sociedade, ou seja, as consequências que são trazidas à coletividade, o benefício da aplicação do Direito à sociedade, etc. Sem um estudo dos impactos sociais da aplicação do Direito, é certo afirmar que existiria Direito, mas ele não seria democrático. Por isso, se faz imprescindível o estudo da Sociologia Jurídica e Judiciária para uma maior democratização do Direito e para uma maior efetivação da justiça social.
 
CASO 2
TJ/SP AUTORIZA INTERRUPÇÃO DE GRAVIDEZ DE FETO ANECEFÁLICO 
Foram os termos do fundamento dado pela 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo para autorizar a interrupção de gravidez de uma mulher que estava na 16ª semana de gestação. A autorização para o aborto foi dada por votação unânime diante da comprovação de que o feto era anencéfalo. C.L.A. entrou com recurso contra sentença da 2ª Vara do Júri do Foro de Santana, na capital paulista, negando seu pedido. O juiz argumentou que o aborto não encontra amparo legal. site Conjur "É a vida que faz o Direito e não o Direito que faz a vida. A ausência de lei expressa não significa que o Judiciário não possa autorizar a interrupção da gravidez quando a vida fora do útero se mostra absolutamente inviável e constitui risco à saúde da gestante. Afrontaria elementar bom senso exigir que a mulher prossiga agasalhando em seu ventre feto absolutamente inviável. Permitir a interrupção da gravidez, em casos assim, exalta a prevalência dos valores da dignidade humana, da liberdade, da autonomia e da saúde, em absoluta consonância com os parâmetros constitucionais." 
a) Relacione este caso ao seguinte comentário de Cavalieri Filho (CAVALIERI FILHO, 2004, p.161): “é por isso que se diz não existir norma jurídica, senão norma jurídica interpretada”. 
Resposta: Vivemos em um Estado Democrático de Direito, de forma que o ordenamento jurídico brasileiro trabalha, principalmente, em torno do princípio da dignidade da pessoa humana. Dessa maneira, para que haja realmente uma justiça social efetiva, o aplicador da norma deve estar atento a fazer uma análise do caso concreto ponderando-o da forma mais coerente possível, e buscando sempre alcançar um desfecho mais justo ao caso concreto em questão. Tomar um olhar extremamente positivista, seguindo com rigidez a letra da lei sem fazer um juízo de valor, torna o Direito mais formal e menos arbitrário, contudo, menos justo e menos digno. Por essa razão Cavalieri ressalva que não existe norma jurídica, senão norma jurídica interpretada, pois é importante que o juiz faça uma avaliação valorada dos fatos na hora de julgar. No caso concreto em questão temos o caso de uma mulher que carrega em seu ventre um feto anencéfalo e entra com pedido de concessão de aborto na Justiça. Pela letra da lei o pedido seria negado, uma vez que o aborto não encontra amparo legal em nosso ordenamento jurídico. Todavia, o juiz ponderou o caso e observou a incapacidade da mulher de prosseguir com a gravidez, concedendo assim a realização do aborto. É óbvio que uma criança anencéfala não teria o mínimo de condições dignas para viver nesse mundo, assim o juiz não aplicou o que diz a letra da lei. O que o juiz fez foi fazer uma análise valorada dos fatos, ou seja, interpretar a norma em questão e buscar observar sua aplicação no caso concreto. Se houvesse apenas aplicação da norma sem sua prévia interpretação, teríamos um Estado de Direito, não um Estado Democrático de Direito. Para que haja Estado Democrático de Direito, seus princípios devem ser respeitados e deve haver uma justiça social realmente efetiva, onde a dignidade da pessoa seja verdadeiramente respeitada e se torne princípio norteador do ordenamento jurídico. A situação pode se tornar ainda mais clara tomando por base a Teoria Tridimensional do Direito do Prof. Miguel Reale, que defende um tríplice aspecto do Direito, sendo ele composto por : fato + valor = norma; ou seja, o Direito não é composto apenas de fato = norma, mas principalmente pelo aspecto valorativo. O aspecto valorativo ressalta tudo o que já foi observado anteriormente, uma vez que é o que possibilita a interpretação da norma mediante o caso concreto, garantindo assim um Direito realmente democrático. 
b) Nesse sentido, estude a previsão do artigo 5º da LICC e avalie de que forma a Sociologia Jurídica e Judiciária se faz presente? 
Resposta: O art. 5° da LICC, destaca, indiretamente um dos princípios fundamentais do Direito: a socialidade. Mostra que o Direito deve estar a serviço da sociedade, visando sempre o coletivo acima do individual. Desse modo, a Sociologia Jurídica e Judiciária apresenta papel fundamental, dado que nos mostra que é preciso que haja sempre um resultado benéfico à coletividade na aplicação do Direito, de maneira que a simples aplicação do Direito positivado, sem a prévia valoração dos fatos e de suas consequências sociais, não permite que tenhamos um Direito democrático e justo.
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Diante da presença constante de temas correlacionados à Sociologia Jurídica nos julgados dos nossos tribunais, podemos concluir que: 
É desejável que o profissional do Direito se torne distante do meio social, para não ficar sujeito a transformações econômicas, políticas, culturais, religiosas e tecnológicas; 
O jurista por vezes deve se omitir diante de determinados assuntos e contendas sociais, para resguardar sua imagem; 
O jurista deve ser capaz de realizar uma análise da realidade social, com embasamento científico, que lhe proporcione uma aplicação equânime do Direito; 
A produção do Direito ocorre por profissionais com conhecimento jurídico-dogmático, isento de valores pessoais e sem influência de outras áreas científicas; 
A participação multidisciplinar é capaz de garantir a produção e aplicação do Direito de forma mais adequada aos anseios da sociedade. 
Estão corretas as alternativas:
 a) I, II e III; 
b) II, III e V; 
c) III e IV; 
d) III e V; 
e) I, III e IV. 
Resposta: Letra b, “II, III e V”.

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