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LINGUÍSTICA AULA 9 - SOCIOLINGUÍSTICA (AULA 2) SOCIOLINGUÍSTICA: O ESTUDO DA VARIAÇÃO O sociolinguista busca demonstrar que a variação é sistemática e previsível. Temos dois discursos: 1. O discurso científico, embasado nas teorias da Linguística moderna: noções de variação e mudança. 2. O discurso do senso comum, baseado na visão normativa sobre a linguagem e que opera com a noção de erro. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação linguística cumpre essa função plenamente. Norma – do latim norma (esquadro). Regra - do latim regula (régua). Regra para a linguística = regularidade. As pessoas utilizam com muito mais frequência que se pensa as formas ditas ‘erradas’. A mudança linguística: as formas ‘erradas’ que os falantes cultos começam a usar acabam por tornar-se ‘certas’. ESCRITA: MODELO PARA A GRAMÁTICA NORMATIVA Língua não é representação gráfica da escrita: escrever não é “imitar a fala” e sim reformular a fala em outra gramática. Fala não é subproduto da escrita. Escrita possui maior prestígio social na nossa cultura: escrita não serve como fator de identidade grupal. Nossa cultura é grafocêntrica. Reflexão: o homem é um ser que fala ou ser que escreve? A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E SOCIEDADE Exemplos de mudança na passagem do Latim para o Português blandu- brando clavu- cravo duplu- dobro fluxu- frouxo obligare obrigar placere- prazer plicare pregar O suposto "erro" é explicável: trata-se do prosseguimento de uma tendência muito antiga no português (e em outras línguas) que os falantes rurais ou não-escolarizados levam adiante. Esse fenômeno tem até um nome técnico na linguística histórica: rotacismo. A NOÇÃO DE ERRO PARA A SOCIOLINGUÍSTICA Gramática Normativa Uso Assisti ao filme. x Assisti o filme. Atenda ao chamado. x Atenda o chamado. A venda implicou alterações. x A venda implicou em alterações. Ela namora ele. x Ela namora com ele. Obedeça ao professor. x Obedeça o professor. Paguei ao vendedor. x Paguei o vendedor. Prefiro bolo a doce. x Prefiro bolo do que doce. Respondi ao formulário. x Respondi o formulário. O PRECONCEITO LINGUÍSTICO O preconceito linguístico não possui embasamento científico: 1. Cada época determina o que considera como forma padrão. Exemplos. “Dereito”, “despois”, “premeiramente”, encontradas no texto de Pero Vaz de Caminha (1500), faziam parte do português padrão daquela época. 2. Não há razão linguística para que uma estrutura seja considerada melhor que a outra. COMO SURGIU O PADRÃO? Gnerre (1985): “Uma variedade linguística ‘vale’ o que ‘valem’ na sociedade os seus falantes, isto é, vale como reflexo do poder e da autoridade que eles têm (...)”. Variedade padrão (Variedade prestigiada): socialmente mais valorizada; Resultado de uma atitude social diante da língua; estabelecimento do conjunto de normas que definem o modo ‘correto’ de falar. Definição de uma variedade padrão: ideal de homogeneidade diante da realidade concreta da variação linguística. O padrão é associado à escrita: a escola associa o padrão a escrita. COMO SE COMPORTA A LÍNGUA PADRÃO? Língua padrão não é uniforme: variação geográfica; diferenças estilísticas; língua oral x língua escrita. A língua padrão muda com o tempo: Você já filme esse filme? Portugal: Vi-o ontem. Brasil: Vi Ø ontem. Lusíadas; ajuntar; alevantar; alembrar; avoar. VARIANTE PADRÃO E VARIANTE NÃO-PADRÃO Na língua, existe pelo menos: Uma variedade popular. (Variedade não-padrão é a modalidade oral, utilizada em contexto informal, de discurso espontâneo, não planejado). Uma variedade padrão. Modelo ideal de língua que deve ser usado pelas autoridades, órgão oficiais, ensinado e aprendido na escola. Deve ser - envolve padronização. Variedade não-padrão ("os fósfro"; "moio ingrês“): errado pelas regras de gramática normativa, mas não pelas regras do grupo a que o falante pertence. A variedade padrão é o que se costuma chamar de língua portuguesa: possui importância e prestígio social. Por ter prestígio, pensa-se ser a norma-padrão a única representante da língua. Português não-padrão (PNP). Utilizado por pessoas de classes desprestigiadas e marginalizadas. O estigma que certas variedades de uso da língua adquirem não tem relação com fatores linguísticos, mas sim extralinguísticos, tais como desprestígio social, econômico, cultural, político, entre outros. Exemplos. Nós vamos x A gente vai x a gente vamos x nós vai. Há 20 alunos na sala x Tem 20 alunos na sala. Falei a ele sobre isso x Falei para ele sobre isso. Vou cantar na festa x VoØ canta Ø na festa. Vamos lá! X Vamo Ø lá! O falante culto decide o que vai ou não usar das regras prescritas. Falante culto Nós vamos A gente vai A gente vamos Nós vai Entre o que a Gramática Normativa prescreve e a variedade não-padrão há níveis intermediários. Tudo passa pelo maior ou menor nível de monitoramente. NORMA CULTA E NORMA PADRÃO Alguns linguistas separam: Norma padrão. Conjunto de regras que estão na Gramática Normativa. Norma Culta. Conjunto de uso do falante culto. São as formas que o falante culto REALMENTE utiliza em momentos formais de fala e de escrita. Aproxima-se da prescrição, mas não a segue totalmente. Exemplos. Mesóclise, Pronomes tu e vós e as respectivas conjugações. VARIANTE PADRÃO E VARIANTE NÃO-PADRÃO Regras da Gramática Normativa: norma padrão + culto - culto Até a próxima aula 1. Leia a piada abaixo: Na escola, a professora pede aos alunos que façam uma frase com “hospedar”. Mariazinha diz: Os hotéis servem para hospedar os visitantes. E Orestinho: Os pedar de minha bicicreta tá quebrado. A base dessa piada é : Parte superior do formulário � 1) A mudança linguística. 2) A norma culta. 3) O preconceito linguístico. 4) O dialeto padrão. 5) A gramática normativa. Parte inferior do formulário 2. Leia a citação a seguir. “Uma das principais tarefas do professor de língua é conscientizar seu aluno de que a língua é como um grande guarda-roupa, onde é possível encontrar todo tipo de vestimenta. Ninguém vai só de maiô fazer compras num shopping center, nem vai entrar na praia, num dia de sol quente, usando terno de lã, chapéu de feltro e luvas...” (Bagno, Marcos. Preconceito linguístico – o que é, como se faz. São Paulo, Edições Loyola, 2002. p.130). (3.0) Tendo como base a Sociolinguística, assinale a alternativa correta. Parte superior do formulário 1) A adequação linguística é fundamental, pois se deve ter como base o padrão. 2) Para usar a língua adequadamente em um contexto formal, é necessário usar gírias. 3) É preciso ignorar os indivíduos que não usam o dialeto padrão. 4) A fala torna-se inteligível quando o indivíduo faz uso do seu dialeto não-padrão. 5) Não há erros em uma língua, mas sim variedades de uso distintas. Parte inferior do formulário 3. Leia o texto de Paulo Mendes Campos. "Outro dia um senhor de cinquenta anos me falava da mãe dele mais ou menos assim: - Se há alguém que eu adoro neste mundo é minha mãezinha. Ela vai fazer 73 anos no dias 19 de maio. Está forte, graças a Deus, e muito lúcida. Há 41 anos que está viúva, papai, coitado, faleceu muito moço... (...) Deu-se que no mesmo dia encontrei um rapaz de 18 anos, que contou mais ou menos assim: - Velha bacaninha é a minha. Quando ela está meio adernada, mais prá lá do que prá cá, ela ainda me dá uma broncazinha. Bronca de mãe não pega, meu chapa. Eu manjo ela todinha: lá em casa só tem bronca quando ela encheu a cara demais. A velha toma prá valer!..." (Paulo M. Campos) A análise do texto ilustra a relação entre língua e aspectos sociais porque mostra a diferença no uso da língua em virtude Parte superior do formulário 1) Da classe social a que os indivíduos pertencem. 2) Do sexo dos indivíduos. 3) Da faixa etária dos indivíduos. 4) Do nível de escolarização dos indivíduos. 5) Da opção sexual dos indivíduos. Parte inferior do formulário 4. Leia a tirinha a seguir. (Disponível em http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/images/tira121.gif). Sobre o dialeto caipira, é correto afirmar que é: Parte superior do formulário 1) Uma variedade de uso da língua. 2) Um dialeto incompreensível. 3) Uma forma de usar a língua informalmente. 4) Um modo equivocado de usar a língua. 5) Uma variedade de prestígio. Parte inferior do formulário 5. Tendo em base os fenômenos linguísticos em variação no Português Brasileiro, correlacione as colunas e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA: Parte superior do formulário 1) I-c, II-d, III-a, IV-b. 2) I-a, II-b, III-c, IV-d. 3) I-d, II-c, III-a, IV-b. 4) I-c, II-a, III-b, IV-d. 5) I-b, II-c, III-d, IV-a. Parte inferior do formulário _1424005534.unknown _1424005540.unknown _1424005543.unknown _1424005544.unknown _1424005542.unknown _1424005537.unknown _1424005539.unknown _1424005536.unknown _1424005522.unknown _1424005528.unknown _1424005532.unknown _1424005533.unknown _1424005530.unknown _1424005526.unknown _1424005527.unknown _1424005525.unknown _1424005517.unknown _1424005520.unknown _1424005521.unknown _1424005519.unknown _1424005514.unknown _1424005515.unknown _1424005511.unknown _1424005513.unknown _1424005510.unknown