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David Ricardo 1772-1823 Foi corretor de ações, como o pai. Ficou milionário, após a Batalha de Waterloo, com a compra de títulos do governo britânico. Sua principal obra: Princípios de Economia Política e Tributação É o autor da ideia de “vantagens comparativas” Teses: 1. a utilidade é essencial, mas não é a medida do valor de troca de um produto; o valor de troca é medido pela quantidade de trabalho necessária para produzi-lo. 2. mas o valor de troca, no caso de algumas poucas mercadorias, pode ser determinado também pela escassez do produto: p. ex.: certos vinhos, obras de arte ou livros raros. Não constituem, contudo, a maior parte das mercadorias… Note-se a visão de mundo evolucionista de Smith e Ricardo quanto à acumulação de capital (ler as citações de Smith à p. 256) Note-se também o quanto o “valor” é um problema teórico e prático no capitalismo… E um dos grandes problemas é encontrar uma mercadoria que seja o valor real padrão (invariável) a partir do qual os valores (variáveis) de todas as outras mercadorias possas ser medidos, e através do qual elas possam ser trocadas (moeda). Ou seja: como encontrar uma moeda-padrão, cujo valor seja fixo, invariável e, portanto, estável? Smith pensou no cereal (para longos períodos) e no ouro (para períodos curtos), mas deixou claro que todas as trocas deveriam estar baseadas na medida dada pela quantidade de trabalho envolvida na produção das mercadorias trocadas. O problema é que também o trabalho possui valor variável… Assim, será um dos legados de Ricardo chamar a atenção para as implicações econômicas do fato de que 1. a quantidade de trabalho também varia e, assim, o seu preço no mercado de trabalho. Mas mais do que isso, 2. o preço dos salários pode variar em relação a outras mercadorias, independentemente do aumento ou diminuição da quantidade de trabalho necessária à produção de uma mercadoria 3. se, com as inovações técnicas, cai o valor global das mercadorias necessárias ao trabalhador, seu salário também cai, mesmo se ele agora puder comprar mais mercadorias do que antes (p. 259). Ricardo considerava que o dilema de Smith quanto à qualidade do trabalho envolvido na produção de um bem era uma espécie de falso dilema: as diferenças qualitativas influem pouco, no momento das trocas; no final, é a quantidade, muitas vezes medida pelo tempo, que conta como medida Contudo, chama a atenção para um outro fator, aí envolvido: o tempo de trabalho necessário para a produção dos instrumentos que serão necessários à produção de um outro bem Além da qualidade desse instrumento (ver exemplo clássico do gamo e do castor, p. 261). Tese principal: mantidas iguais todas as outras condições de determinação do valor de troca, lucro e salários variam inversamente: Quanto maior um, menor os outros, e vice-versa Sob várias condições, quando os salários sobem, os lucros descem Há uma outra grande contribuição de Ricardo: ter diferenciado capital fixo (ou constante) e capital circulante (ou variável), e ter teorizado sobre a importância do primeiro na formação dos preços no mercado Um mesmo bem pode ser capital fixo sob certas circunstâncias e capital circulante, em outras (é o exemplo do trigo, p. 266) Quando os salários aumentam, isso afeta mais, ou menos, as indústrias, conforme elas utilizam menos, ou mais, capital fixo na produção Quanto mais trabalhadores elas utilizam, mas são afetadas com aumento de salários Páginas 267-8. Exemplos do uso de capital fixo na formação de preços: o esforço de Ricardo é mostrar que só a quantidade de trabalho não explica o valor relativo das mercadorias no mercado E que a um aumento do preço do salário não corresponde necessariamente um aumento do preço das mercadorias, se a proporção de capital fixo utilizado for grande ou considerável Mas, neste último caso, os lucros cairão: “Não pode haver um aumento no valor do trabalho sem uma queda nos lucros” (p. 268) Por isso, as máquinas beneficiam a sociedade: como o capital fixo não tem, imediatamente, seu preço elevado em função de um aumento de salários, as máquinas propiciam mercadorias cujo valor cai mais quanto mais elas são duráveis (isto é, quanto menos elas dependem do trabalho humano) – p. 272 P. 275-6 Contra Smith: um aumento na produtividade não implica distribuição proporcional dos bens a mais produzidos A favor de Smith: A produtividade aumenta o poder de compra dos trabalhadores Obs.: na página 276, frases que encheriam os olhos de todo e qualquer macroeconomista atual…