Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 1 CAP 24 – SUPERFÍCIE ESFÉRICA Definição É o lugar geométrico dos pontos do espaço eqüidistantes de um ponto fixo. O ponto fixo é o centro e a distância constante é o raio. Equação Cartesiana Centro: ),,( ooo zyxC Raio: r > 0 Um ponto ),,( zyxP pertence à superfície esférica S se: rCPd =),( rzzyyxx ooo =−+−+− 222 )()()( 2222 )()()( rzzyyxx ooo =−+−+− � equação reduzida Desenvolvendo os quadrados obtemos: 0222 =++++++ dczbyaxzyx � equação geral Onde oxa 2−= , oyb 2−= , ozc 2−= e 2222 rzyxd ooo −++= EXERCÍCIO RESOLVIDO 1º) Obtenha a equação reduzida e a equação geral da superfície esférica de centro C (1,-1,3) e raio 4. Resolução Seja X = (x,y,z). Impondo a condição 22 ),( rCPd = , obtemos a equação reduzida: 16)3()1()1( 222 =−+++− zyx Desenvolvendo os quadrados e simplificando, chegamos a equação geral 05622222 =−−+−++ zyxzyx PENSE NISTO!!! Obtenha (se houver) a equação geral da superfície esférica que contém os pontos P = (0,0,0), Q = (1,0,0), R = (0,2,0) e S = (0,0,3). Resp: 032222 =−−−++ zyxzyx Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 2 Posição Relativa de Ponto e Superfície Esférica P exterior a S SP ∈ P interior a S rPCd >),( rPCd =),( rPCd <),( Interseção e Posição Relativa de Reta e Superfície Esférica Sejam t uma reta e S a superfície esférica de centro C e raio r. a) Se rtCd >),( , então t é exterior a S e, portanto, φ=∩ St b) Se rtCd =),( , então St ∩ contém um único ponto (ponto de tangência), que é a projeção ortogonal de C sobre t. Dizemos que t e S são tangentes. c) rtCd <),( , então St ∩ é formado por dois pontos distintos, A e B, cujo ponto médio é a projeção ortogonal de C sobre t. Dizemos que t é secante a S. Interseção e Posição Relativa de Plano e Superfície Esférica Sejam pi um plano e S a superfície esférica de centro C e raio r. a) Se rCd >),( pi então pi é exterior a S e, portanto, φpi =∩ S . b) Se rCd =),( pi , então S∩pi contém um único ponto (ponto de tangência), que é a projeção ortogonal de C sobre pi . Dizemos que pi e S são tangentes. c) Se rCd <),( pi , então S∩pi é a circunferência de raio ),(22 piσ Cdr −= , contida em pi , cujo centro é a projeção ortogonal de C sobre pi . Dizemos que pi e S são secantes. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 3 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 2º) Seja S: 012222 =−−++ xzyx . Obtenha uma equação geral do plano pi , tangente a S em T(1,-1,1). Resolução Observemos inicialmente que T pertence a S, pois suas coordenadas satisfazem a equação de S. Logo, T é o ponto de tangência e pi é o plano que contém T e é perpendicular a CT . 1º PASSO: Cálculo das coordenadas do centro da superfície esférica Através do método de completar quadrados, temos: 2222 )2()1( =++− zyx O centro de S é C = (1,0,0). 2º PASSO: Cálculo do vetor normal CT ao plano pi Tendo as coordenadas de C e T, calculamos CT = (0,-1,1) que é um vetor normal ao plano pi . Logo, uma equação geral desse plano é da forma 0=++− dzy . 3º PASSO: Cálculo da equação geral do plano pi Substituindo as coordenadas de T em 0=++− dzy , obtemos d = – 2. Assim, 02: =−+− zypi . 3º) Determine o centro G e o raio σ da circunferência: =−−− =−+++Γ 0122 03 : 222 zyx yxzyx . Resolução 1º PASSO: Cálculo do raio e das coordenadas do centro da superfície esférica Através do método de completar quadrados, temos: 2222 )2/5()2/1()2/3( =+−++ zyx O centro de S é C = (-3/2,1/2,0) e r = 2/5 . 2º PASSO: Cálculo do centro da circunferência G a partir da projeção ortogonal de C sobre o plano 0122: =−−− zyxpi Obter G, projeção ortogonal de C sobre o plano pi , é um exercício do Capítulo 17: sabemos que )2,1,2( −−=nr é um vetor normal a pi . Logo nCG rλ+= )2,2/1,22/3( λλλ −−+−=G . Como G pertence a pi , ( ) 01)2(2)2/1(22/32 =−−−−−+− λλλ E portanto, 2/1=λ . O centro da circunferência é G = (-1/2,0,-1) Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 4 3º PASSO: Cálculo do raio da circunferência através de ),(22 piσ Cdr −= Como ( ) ( )GCdCd ,, =pi , temos: ( ) 4/914/11, 22 =++== CGCd pi Do triângulo destacado na figura, temos: ( )piσ ,222 Cdr += Logo, 4 9 2 5),(22 −=−= piσ Cdr ∴ 2 1 =σ Interseção e Posição Relativa de Superfícies Esféricas Sejam S1: 01111222 =++++++ dzcybxazyx e S2: 02222 222 =++++++ dzcybxazyx superfícies esféricas distintas, a primeira de centro C1 e raio r1, a segunda de centro C2 e raio r2. Suporemos que r2 ≥ r1. O plano pi (do par de superfícies esféricas não concêntricas S1 e S2) que é ortogonal ao segmento C1C2 é chamado de plano radical. A equação geral do plano radical é obtida subtraindo membro a membro as equações gerais de S1 e S2. 0)()()(: 12121212 =−+−+−+− ddzccybbxaapi • 21 SS ∩ é uma circunferência Γ contida no plano radical, cujo centro é o ponto em que a reta C1C2 intercepta pi . Dizemos, neste caso, que S1 e S2 são secantes. ( ) 122112 , rrCCdrr +<<− Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 5 • 21 SS ∩ contém um único ponto T, que é o ponto em que a reta C1C2 intercepta pi . Neste caso, dizemos que S1 e S2 são tangentes em T e que este é o ponto de tangência. Tangentes Exteriores Tangentes Interiores ( ) 1221 , rrCCd += ( ) 1221 , rrCCd −= • φ=∩ 21 SS . Neste caso, S1 e S2 são disjuntas epi é exterior a ambas. ( ) 1221 , rrCCd +> ( ) 1221 , rrCCd −< EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 4º) Estude a posição relativa das superfícies esféricas 03222: 2221 =−+++++ zyxzyxS e 062: 2222 =−+++ zzyxS . Se forem secantes, obtenha o centro e o raio da circunferência-interseção; se forem tangentes, determine o ponto de tangência. Resolução: 1º PASSO: Estudar a posição relativa entre as superfícies esféricas Através do método de completar quadrados, temos: ( )22221 6)1()1()1(: =+++++ zyxS e ( )22222 7)1(: =+++ zyxS Os centros de S1 e S2 são respectivamente, C1(-1,-1,-1) e C2(0,0,-1). Os raios, r1 = 6 e r2 = 7 . Calculando a distância entre os centros das duas superfícies esféricas, temos: ( ) ( ) 2)1(1)01()01(, 22221 =−−−+−−+−−=CCd Como ( ) 67,67 21 +<<− CCd , as superfícies esféricas são secantes. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 6 2º PASSO: Cálculo do raio da circunferência-interseção 21 SS ∩ é uma circunferência, cujo centro G é o ponto de interseção da reta C1C2 com pi (o plano radical de S1 e S2). (Ver figura abaixo) Subtraindo membro a membro as equações gerais de S1 e S2, obtemos uma equação geral de 0322: =++ yxpi . Sabe-se que: ( ) ( ) 22 3 022 3)1(00202 ,, 22222222 = ++ +−⋅+⋅+⋅ = ++ +++ == cba dczbyax CdGCd ooopi Com isso, tem-se: ( )piσ ,22222 Cdr += 8 97 −=σ ∴ 8 47 =σ � raio da circunferência-interseção 3º PASSO: Cálculo das coordenadas do centro da circunferência-interseção O centro da circunferência-interseção é a interseção da reta 21CC com o plano radical pi . A reta 21CC passa por C2(0,0,-1) e tem a direção do vetor normal ao plano radical pi ( ( )0,2,2=nr ). Logo as equações paramétricas da reta 21CC são: :21CC −= = = 1 2 2 z ty tx , IRt ∈ . Tomemos um ponto genérico da reta 21CC � X = (2t, 2t, -1). Substituindo suas coordenadas na equação de pi , obtemos 03)2(2)2(2 =+⋅+⋅ tt ∴ 8/3−=t . Logo as coordenadas do centro da circunferência-interseção são ( )1),8/3(2),8/3(2 −−⋅−⋅=G . Ou seja, ( )1,4/3,4/3 −−−=G Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 7 CAP 25 – QUÁDRICAS A equação geral do 2º grau nas três variáveis x, y, z: 0222 =+++++++++ JIzHyGxFyzExzDxyCzByAx Onde pelo menos um dos coeficientes A, B, C, D, E, e ou F é diferente de zero, representa uma superfície quádrica ou simplesmente uma quádrica. Observemos que se a superfície quádrica dada pela equação acima for cortada pelos planos coordenados ou por planos paralelos a eles, a curva de interseção será uma cônica. A interseção de uma superfície com um plano é chamada traço da superfície no plano. Nosso objetivo é identificar e esboçar o gráfico de uma quádrica, conhecida sua equação. SUPERFÍCIES QUÁDRICAS CENTRADAS 12 2 2 2 2 2 =±±± c z b y a x (I) As possíveis combinações de sinais nesta equação permitem concluir a existência de apenas três tipos de superfícies, conforme sejam três, dois ou um o número de coeficientes positivos dos termos do primeiro membro da equação. Se os referidos coeficientes forem todos negativos, não existe lugar geométrico. 1º) SUPERFÍCIE QUÁDRICA CENTRADA: ELIPSÓIDE O elipsóide é a superfície representada pela equação: 12 2 2 2 2 2 =++ c z b y a x Em que todos os coeficientes dos termos do primeiro membro da equação (I) são positivos, onde a, b e c (pelo menos dois deles distintos) são reais positivos e representam as medidas dos semi-eixos do elipsóide. (Ver figura abaixo) OBS: Se a, b e c fossem iguais, a superfície seria uma superfície esférica de centro (0,0,0) e raio a. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 8 Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: 3694 222 =++ zyx Solução Dividindo ambos os membros por 36, temos: 1 3649 222 =++ zyx 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) a) Plano x = 0 (plano yz) = =+ 0 1 364 22 x zy � elipse b) Plano y = 0 (plano xz) = =+ 0 1 369 22 y zx � elipse c) Plano z = 0 (plano xy) = =+ 0 1 49 22 z yx � elipse 2º PASSO: Esboço da quádrica Calculando os vértices de cada elipse encontrada, faremos um esboço do elipsóide. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 9 OBS: Se pelo menos dois dos valores a, b e c são iguais, o elipsóide é de revolução. Por exemplo, se a = c, o elipsóide é obtido girando a elipse 12 2 2 2 =+ c z b y , x = 0 do plano yOz em torno do eixo dos y. Exemplo: 1 4164 222 =++ zyx � o traço no plano xOz (y = 0) é uma circunferência de raio 2. OBS: Se o centro do elipsóide é o ponto ( )ooo zyx ,, e seus eixos forem paralelos aos eixos coordenados, a equação assume a forma 1 )()()( 2 2 2 2 2 2 = − + − + − c zz b yy a xx ooo . 2º) SUPERFÍCIE QUÁDRICA CENTRADA: HIPERBOLÓIDE DE UMA FOLHA Se na equação (I) dois coeficientes dos termos do primeiro membro são positivos e um é negativo, a equação representa um hiperbolóide de uma folha. A equação 12 2 2 2 2 2 =−+ c z b y a x é uma forma canônica da equação do hiperbolóide de uma folha ao longo do eixo dos z. (Ver figura abaixo) As outras duas formas canônicas são 12 2 2 2 2 2 =+− c z b y a x e 12 2 2 2 2 2 =++− c z b y a x e representam hiperbolóides de uma folha ao longo dos eixos Oy e Ox, respectivamente. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 10 Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: 3694 222 =+− zyx Solução Dividindo ambos os membros por 36, temos: 1 4369 222 =+− zyx 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) a) Plano x = 0 (plano yz) = =+− 0 1 436 22 x zy � hipérbole b) Plano y = 0 (plano xz) = =+ 0 1 49 22 y zx � elipse c) Plano z = 0 (plano xy) = =− 0 1 369 22 z yx � hipérbole 2º PASSO: Esboço da quádrica Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 11 OBS: Se na equação 12 2 2 2 2 2 =−+ c z b y a x tivermos a = b, o hiperbolóide é de revolução, gerado pela rotação de uma hipérbole em torno de seu eixo imaginário, no caso, o eixo Oz. O traço no plano xOy é a circunferência 222 ayx =+ , z = 0. 3º) SUPERFÍCIE QUÁDRICA CENTRADA: HIPERBOLÓIDE DE DUAS FOLHAS Se na equação (I) um coeficiente dos termos do primeiro membro é positivo e dois são negativos, a equação representa um hiperbolóide de duas folhas. A equação 12 2 2 2 2 2 =−+− c z b y a x é uma forma canônica da equação do hiperbolóide de duas folhas ao longo do eixo dos y. (Ver figura abaixo) As outras duas formas canônicas são 12 2 2 2 2 2 =−− c z b y a x e 12 2 2 2 2 2 =+−− c z b y a x e representam hiperbolóides de duas folhas ao longo dos eixos Ox e Oz, respectivamente. Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: 36944 222 =+−− zyx Solução Dividindo ambos os membros por 36, temos: 1 499 222 =+−− zyx 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 12 a) Plano x = 0 (plano yz) = =+− 0 1 49 22 x zy � hipérbole b) Plano y = 0 (plano xz) = =+− 0 1 49 22 y zx � hipérbole c) Plano z = 0 (plano xy) = =−− 0 1 99 22 z yx � não há lugar geométrico CRÍTICA Plano z = k (paralelo ao plano xy), k ≠ 0. = −=+ ⇒ = =+−− kz kyx kz kyx 9 4 91 499 2 22 222 Só há pontos quando 09 4 9 2 ≥−k Resolvendo esta inequação do segundo grau, temos: 2≥k ou 2−≤k . Se 2=k ou 2−=k , temos: 022 =+ yx � Logo, dois pontos: (0,0,2) e (0,0,-2). Portanto, para 2≥k ou 2−≤k , temos que a interseção com o plano z = k são: = −=+ kz kyx 9 4 9 222 � circunferências (a superfície é de revolução) OBS: Se a interseção com o plano z = k, para 2≥k ou 2−≤k , fossem elipses, o hiperbolóide não seria de revolução. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 13 2º PASSO: Esboço da quádrica SUPERFÍCIES QUÁDRICAS NÃO-CENTRADAS cz b y a x =±± 2 2 2 2 ou by c z a x =±± 2 2 2 2 ou ax c z b y =±± 2 2 2 2 (II) As possíveis combinações de sinais nesta equação permitem concluir a existência de apenas dois tipos de superfícies, conforme os coeficientes dos termos de segundo grau tenham o mesmo sinal ou sinais contrários. 1º) SUPERFÍCIE QUÁDRICA NÃO-CENTRADA: PARABOLÓIDE ELÍPTICO Se nas equações (II) os coeficientes dos termos de segundo grau tiverem sinais iguais, a equação representa um parabolóide elíptico. A equação cz b y a x =+ 2 2 2 2 é uma forma canônica da equação do parabolóide elíptico ao longo do eixo dos z. (Ver figura abaixo) Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 14 As outras duas formas canônicas são: by c z a x =+ 2 2 2 2 e ax c z b y =+ 2 2 2 2 e representam parabolóides elípticos ao longo dos eixos Oy e Ox, respectivamente. Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: zyx 3694 22 =+ Solução 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) a) Plano x = 0 (plano yz) = = 0 369 2 x zy � parábola b) Plano y = 0 (plano xz) = = 0 364 2 y zx � parábola c) Plano z = 0 (plano xy) = =+ 0 094 22 z yx � ponto (0,0,0) CRÍTICA Plano z = k (paralelo ao plano xy), k ≠ 0. = =+ ⇒ = =+ kz kyx kz kyx 49 3694 22 22 Se 0<k � não há lugar geométrico 0>k � elipses 2º PASSO: Esboço da quádrica Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 15 OBS: Se na equação cz b y a x =+ 2 2 2 2 tivermos a = b, o parabolóide é de revolução e pode ser gerado pela rotação da parábola cz b y =2 2 , x = 0 em torno do eixo dos z. Neste caso, o traço no plano z = k é uma circunferência. 2º) SUPERFÍCIE QUÁDRICA NÃO-CENTRADA: PARABOLÓIDE HIPERBÓLICO (SELA) Se nas equações (II) os coeficientes dos termos de segundo grau tiverem sinais contrários, a equação representa um parabolóide hiperbólico. A equação cz a x b y =− 2 2 2 2 é uma forma canônica da equação do parabolóide hiperbólico ao longo do eixo dos z. (Ver figura abaixo) As outras formas canônicas são by a x c z =− 2 2 2 2 e ax b y c z =− 2 2 2 2 e representam parabolóides hiperbólicos situados ao longo dos eixos Oy e Ox, respectivamente. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 16 Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: zyx 164 22 =+− Solução 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) a) Plano x = 0 (plano yz) = = 0 162 x zy � parábola b) Plano y = 0 (plano xz) = =− 0 164 2 y zx � parábola c) Plano z = 0 (plano xy) = = ⇒ = =+− 0 4 0 04 2222 z xy z yx � par de retas xy 2±= CRÍTICA Plano z = k (paralelo ao plano xy), k ≠ 0. = =+− kz kyx 164 22 Se 0<k � hipérbole com eixo real paralelo a Ox 0>k � hipérbole com eixo real paralelo a Oy 2º PASSO: Esboço da quádrica Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 17 SUPERFÍCIE CÔNICA Superfície Cônica é uma superfície gerada por uma reta que se move apoiada numa curva plana qualquer e passando sempre por um ponto dado não situado no plano desta curva. A reta é denominada geratriz, a curva plana é a diretriz e o ponto fixo dado é o vértice da superfície cônica. Consideremos o caso particular da superfície cônica cuja diretriz é uma elipse (ou circunferência) com o vértice na origem do sistema e com seu eixo sendo um dos eixos coordenados. Nestas condições, a superfície cônica cujo eixo é o eixo dos z tem equação: 02 2 2 2 2 2 =−+ c z b y a x . (Ver figura abaixo) As superfícies cônicas cujos eixos são os eixos dos x e dos y, têm equações: 02 2 2 2 2 2 =++− c z b y a x e 02 2 2 2 2 2 =+− c z b y a x , respectivamente. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 18 Exemplo: Identifique e esboce o gráfico da superfície cuja equação é dada por: 044 222 =−+ zyx Solução 1º PASSO: Interseção da superfície com os planos coordenados (ou planos paralelos a este, se necessário) a) Plano x = 0 (plano yz) = = 0 4 22 x zy � duas retas zy 2±= b) Plano y = 0 (plano xz) = = 0 44 22 y zx � duas retas zx ±= c) Plano z = 0 (plano xy) = =+ 0 04 22 z yx � ponto (0,0,0) CRÍTICA Plano z = k (paralelo ao plano xy), k ≠ 0. = =+ kz kyx 222 44 � elipses OBS: Se a = b na equação 02 2 2 2 2 2 =−+ c z b y a x , então o traço no plano z = k (para k ≠ 0) é uma circunferência. Os traços no plano x = k e y = k são hipérboles. 2º PASSO: Esboço da superfície Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 19 SUPERFÍCIE CILÍNDRICA Seja C uma curva plana e f uma reta fixa não contida nesse plano. Superfície Cilíndrica é a superfície gerada por uma reta r que se move paralelamente à reta fixa f em contato permanente com a curva plana C. A reta r que se move é denominada geratriz e a curva C é a diretriz da superfície cilíndrica. (Ver figura abaixo) Em nosso estudo consideramos apenas superfícies cilíndricas cuja diretriz é uma curva que se encontra num dos planos coordenados e a geratriz é uma reta paralela ao eixo coordenado não contido no plano. Neste caso, a equação da superfície cilíndrica é a mesma de sua diretriz. Por exemplo, se a diretriz (curva) for a parábola yx 22 = , a equação da superfície cilíndrica também será yx 22 = . (Ver figura abaixo) Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 20 Conforme a diretriz seja uma circunferência, elipse, hipérbole ou parábola, a superfície cilíndrica é chamada circular, elíptica, hiperbólica ou parabólica. É importante observar que, em geral, o gráfico de uma equação que não contém uma determinada variável corresponde a uma superfície cilíndrica cujas geratrizes são paralelas ao eixo da variável ausente e cuja diretriz (curva) é o gráfico da equação dada no plano correspondente. Por exemplo, a equação 1 94 22 =+ zx representa uma superfície cilíndrica com geratrizes paralelas ao eixo dos y, sendo a diretriz uma elipse no plano xOz. (Ver figura abaixo) QUÁDRICAS DEGENERADAS O gráfico da equação geral 0222 =+++++++++ JIzHyGxFyzExzDxyCzByAx poderá representar quádricas degeneradas. Alguns exemplos são: a) 0162 =−x � dois plano paralelos: x = 4 e x = -4 b) 03 2 =y � um plano: y = 0 c) 02 22 =+ yx � uma reta: o eixo dos z d) 0542 222 =++ zyx � um ponto: (0,0,0) e) 323 222 −=++ zyx � o conjunto vazio Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 21 CAP 26 – GERAÇÃO DE SUPERFÍCIES Superfície é um objeto do espaço que tem equação do tipo 0),,( =zyxF . Exemplo: 0252),,( =−+−= zyxzyxF � plano GERAÇÃO DE SUPERFÍCIES DE ROTAÇÃO São aquelas obtidas pela rotação de uma curva em torno de uma reta, ambos contidos no mesmo plano. Equação Cartesiana (Caso Geral) Considere a curva plana = = 0 0),( x zyF � diretriz Vamos rotacionar a curva em torno do eixo z � eixo de rotação PROCEDIMENTO: 1º) Seja P = (x,y,z) um ponto da superfície. 2º) Existe um ponto P’ da curva cuja rotação em torno do eixo gera uma superfície de centro Q, contendo o ponto P. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 22 3º) Temos assim: P’ = (0, y’, z) Q = (0, 0, z) y’ nem sempre é igual ao y de P 4º) Os vetores 'QP e QP são raios da circunferência (mesma norma) (vista de cima) 'QPQP = 222 'yyx =+ 222 'yyx =+ 5º) Fazendo P’ percorrer a curva (diretriz), temos: 0),'( =zyF 222' yxy += é a equação da superfície. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 23 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1º) Escreva a equação da superfície de revolução sendo dados: a) Diretriz: = = 0 2 x yz , 0≥z Eixo de rotação � eixo z Parabolóide de Revolução 1º) Seja P = (x, y, z) um ponto da superfície. 2º) Existe um ponto P’ da curva cuja rotação em torno do eixo gera uma superfície de centro Q, contendo o ponto P. 3º) Temos assim: P’ = (0, y’, z) Q = (0, 0, z) 4º) Os vetores 'QP e QP são raios da circunferência (mesma norma) 'QPQP = 222 'yyx =+ 222 'yyx =+ 5º) Fazendo P’ percorrer a curva, temos: 0),'( =zyF 222' yxy += Logo, zy =2' 222' yxy += 22 yxz += Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 24 b) Diretriz: = = 0x yz , 0≥y Eixo de rotação � eixo z 1º) Seja P = (x, y, z) um ponto da superfície. 2º) Existe um ponto P’ da curva cuja rotação em torno do eixo gera uma superfície de centro Q, contendo o ponto P. 3º) Temos assim: P’ = (0, y’, z) Q = (0, 0, z) 4º) Os vetores 'QP e QP são raios da circunferência (mesma norma) 'QPQP = 222 'yyx =+ 222 'yyx =+ 5º) Fazendo P’ percorrer a curva, temos: 0),'( =zyF 222' yxy += Logo, 'yz = 222' yxy += 24 'yz = 224 yxz += Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 25 GERAÇÃO DE SUPERFÍCIES CILÍNDRICAS Seja C uma curva plana e f uma reta fixa não contida nesse plano. Superfície Cilíndrica é a superfície gerada por uma reta r que se move paralelamente à reta fixa f (r e f têm a mesma direção) em contato permanente com a curva plana C. A reta r que se move é denominada geratriz e a curva C é a diretriz da superfície cilíndrica. Equação Cartesiana “Casos onde os planos são planos coordenados ou planos paralelos a estes” Vamos usar um exercício para encontrar a equação cartesiana da superfície cilíndrica. EXERCÍCIO RESOLVIDO 3º) Escreva a equação cartesiana da superfície cilíndrica, cuja curva-diretriz é dada pela equação = −= 0 822 z yx e cujo vetor diretor de uma reta-geratriz é dado por )3,2,1(−=vr . Resolução Temos 082),( 2 =+−= yxyxF No plano z = 0 representa uma parábola de vértice no ponto (0, 4, 0), eixo de simetria coincidindo com o eixo y e abertura voltada para o sentido positivo do eixo y. Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 26 Seja P = (x, y, z) um ponto da superfície. Considere a reta geratriz que contém um ponto P’ da curva (diretriz) que passa por P. As equações paramétricas de uma reta geratriz que passa por um ponto P’ = (x’, y’, 0) da curva, na direção do vetor )3,2,1(−=vr são dadas por: = += −= tz tyy txx 3 2' ' , IRt ∈ (I) As coordenadas do ponto P’ satisfazem a equação = −= 0 822 z yx . Logo, = −= 0' 8'2'2 z yx (II) Fazendo P’ percorrer a curva, os pontos P = (x, y, z) são tais que: = −= = += −= 0' 8'2' 3 2' ' 2 z yx tz tyy txx Eliminando-se as variáveis x’, y’, z’ e t, temos: Isolando t em tz 3= � 3 z t = Isolando x’ e y’ em txx −= ' e tyy 2'+= � txx +=' e tyy 2' −= Substituindo 3 z t = em txx +=' e tyy 2' −= � 3 ' z xx += e 3 2 ' zyy −= Substituindo 3 ' z xx += e 3 2 ' zyy −= em 8'2'2 −= yx � 8 3 22 3 2 − −= + zyzx . O que, após simplificações, se obtém a equação 072121869 22 =++−++ zyxzzx . Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 27 GERAÇÃO DE SUPERFÍCIES CÔNICAS Superfície Cônica é uma superfície gerada por uma reta que se move apoiada numa curva plana qualquer e passando sempre por um ponto dado não situado no plano desta curva. A reta é denominada geratriz, a curva plana é a diretriz e o ponto fixo dado é o vértice da superfície cônica. Equação Cartesiana Vamos usar um exercício para encontrar a equação cartesiana da superfície cônica. EXERCÍCIO RESOLVIDO 4º) Escreva a equação cartesiana da superfície cônica, cuja curva-diretriz é dada pela equação = =+ 2 44 22 z yx e vértice V = (0,0,0). Resolução Ponto da superfície P = (x, y,z) Ponto da curva (diretriz) P’ = (x’, y’, 2) Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 28 Equações paramétricas da reta que passa por V = (0,0,0) na direção 'VP = (x’,y’, 2): = = = tz tyy txx 2 ' ' (I) P’ está na curva: = =+ 2' 4'4' 22 z yx (II) Fazendo P’ percorrer a curva, os pontos P = (x, y, z) são tais que: = =+ = = = 2' 4'4' 2 ' ' 22 z yx tz tyy txx Eliminando-se as variáveis x’, y’, z’ e t, temos: Isolando t em tz 2= � 2 z t = Isolando x’ e y’ em txx '= e tyy '= � t x x =' e t yy =' Substituindo 2 z t = em t x x =' e t yy =' � z x x 2 '= e z yy 2'= Substituindo z x x 2 '= e z yy 2'= em 4'4' 22 =+ yx � 4242 22 = + z y z x . O que, após simplificações, se obtém a equação 222 4 zyx =+ . Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 29 CONES CIRCULARES (GERAL) São superfícies obtidas a partir de uma rotação de uma reta (reta geratriz) em torno de outra reta (reta eixo) concorrentes em um ponto V (vértice do cone). Equação da Superfície 1º) Determinar o θcos onde θ é o ângulo entre as retas: eg eg VV VV ⋅ • =θcos , 2 0 piθ << 2º) Seja P = (x, y, z) um ponto da superfície. Então o vetor VP é tal que: e e VVP VVP ⋅ • =θcos � simplificando, tem-se a equação da superfície Feito por Leonardo Machado Cavalcanti durante UFPE 2009.1 30 EXERCÍCIO RESOLVIDO 5º) Escreva a equação cartesiana do cone circular obtido pela rotação da reta-geratriz −= +−= = tz ty x r 22 1 1 : , em torno da reta-eixo −−= += −−= λ λ λ 1 1 32 : z y x s . Resolução A interseção das retas r e s se dá no ponto V(1,0,0), vértice do cone. Os vetores diretores das retas r e s são dados por )2,1,0( −=rV e )1,1,3( −−=sV . Assim, o ângulo que a reta-geratriz forma com a reta eixo é dado por: 115 3 cos ⋅ = ⋅ • = sr sr VV VV θ (I) , onde θ é o ângulo formado pelos vetores rV e sV . Portanto, um ponto P(x, y, z) está no cone se: s s VVP VVP ⋅ • =θcos Como ),,1( zyxVP −= e zyxVVP s −+−−=• )1(3 , deduzimos da equação (I): 11)1( )1(3 115 3 222 ⋅++− −+−− = ⋅ zyx zyx Simplificando mais um pouco, obtemos a expressão 041010121030304436 222 =−−+−−+−−− zyxyzxzxyzyx * Anotações de Sala de Aula do Professor Adriano Pedrosa de Almeida durante UFPE 2009.1 * Exercícios Escolares de Geometria Analítica da UFPE de anos anteriores * Geometria Analítica – Um tratamento vetorial – Ivan de Camargo e Paulo Boulos – 3ª edição * Geometria Analítica – Reis/Silva – 2ª edição * Geometria Analítica – Steinbruch e Winterle – 2ª edição