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CURSO DE DIREITO DIREITO DOS CONTRATOS PROFESSOR: LAURICIO ALVES CARVALHO PEDROSA Plano de aula 20 – Prestação de Serviços Conceito. Natureza. Atualmente, boa parte das prestações de serviço estão submetidas às leis trabalhistas ou à legislação especial, com prevalência dos preceitos de ordem pública Os preceitos do Código Civil se aplicam, portanto, de forma residual (CC, art. 593) Trata-se do contrato sinalagmático pelo qual o prestador obriga-se a realizar um serviço, material ou imaterial, ao dono do serviço, mediante retribuição (CC, art. 594) Classifica-se como contrato bilateral, oneroso, consensual e comutativo Características. Distinções de outros contratos Abrange toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial Se qualquer das partes não souber ler nem escrever, o instrumento pode ser escrito e assinado a rogo, com a assinatura de duas testemunhas (CC, art. 595) Entretanto, não se exige a forma escrita para consubstanciá-lo Não se presume gratuita a atividade do prestador, pois a retribuição pecuniária é a recompensa natural do serviço Se não for estipulado o valor da retribuição e as partes não chegarem a um acordo, a fixação será realizada por arbitramento, levando-se em consideração o costume do lugar, o tempo do serviço e sua qualidade (CC, art. 596) A retribuição deve ser paga após a prestação do serviço, se o contrário não resultar do convencionado ou do costume do lugar (CC, art. 597) O caráter pessoal do contrato, embora nem sempre o seja intuitu personae é acentuado pelo art. 605, ao vedar a transferência a terceiros sem a anuência da outra parte Distingue-se da empreitada, pois nela se busca obter uma obra perfeita e acabada, destacando-se o caráter finalístico. Na prestação de serviços, não se destaca o fim da obra, mas a atividade do obreiro; trata-se de uma obrigação de meio. Destaca-se a utilização dessa modalidade de contrato pelos profissionais liberais, a exemplo dos médicos e advogados. Em regra, na prestação de serviços remunera-se com base no tempo de duração do trabalho e na empreitada o pagamento tem relação com a obra. Outro critério de distinção consiste no grau de dependência do prestador em relação ao patrão: na prestação de serviços, o trabalho é executado sob dependência e fiscalização do outro contratante; na empreitada, não há ingerência do dono da obra Objeto O objeto do contrato é uma obrigação de fazer, uma conduta material ou intelectual. Se o prestador não foi contratado para certo e determinado trabalho, entende-se que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com suas forças e condições. Em regra, a prestação de serviços terá natureza eventual e esporádica; na dúvida, prevalece o entendimento acerca da existência de relação de trabalho. O Código estabelece uma modalidade de responsabilidade decorrente de aliciamento de pessoas que prestam serviços a outrem. O aliciador terá que pagar ao prejudicado a importância que caberia ao prestador pelos serviços realizados por dois anos (CC, art. 608). Se não existir cláusula de exclusividade e o prestador atender eficazmente a ambos os contratantes, não haverá direito à indenização. Ausência de habilitação para a prestação do serviço O artigo 606 do CC trata de situações em que a prestação de serviço é irregular, por ser realizada por quem não tem habilitação legal ou regularização para a atividade. Neste caso, quem o realizou não pode cobrar a remuneração correspondente ao trabalho normalmente executado, mas, se gerar um benefício à outra parte, cabe ao juiz fixar uma compensação razoável. A indenização razoável poderá inclusive ser o justo preço pelo serviço, dependendo da finalidade social do negócio e dos costumes; dessa forma evita-se um enriquecimento ilícito. Não caberá o direito à indenização, quando a proibição da prestação de serviço resultar de norma de ordem pública. Duração do contrato O prazo máximo de duração dos contratos é de quatro anos (CC, art. 598). O objetivo é evitar o vinculo indefinido do trabalhador com o dono do serviço. Nada impede que, após o quatriênio, novo contrato seja celebrado. O excesso de prazo implica a ineficácia do prazo exorbitante O Projeto 6.960 sugere a substituição do termo salário por retribuição, mais adequado ao contrato de natureza civil; o mesmo se refere à denúncia do contrato em substituição ao aviso, por este ter conotação do direito do trabalho. O tempo do aviso prévio varia conforme o prazo de duração do contrato (CC, art. 599). A ausência de aviso prévio ou denúncia do contrato dará margem à indenização. A ocorrência de justa causa de rescisão suprime a necessidade de aviso. Ficará suspenso o contrato, sem direito a pagamento, durante o tempo em que o prestador, por culpa sua, deixar de servir (CC, art. 600). O agente contratado por tempo certo ou por determinada obra não pode se ausentar ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo ou concluída a obra (CC, art. 602), sob pena de responder por perdas e danos. Se o prestador for despedido sem justa causa, também fará jus a perdas e danos. Extinção. Justa causa Ao contrário do Código Civil de 1916, o Código de 2002 não elenca expressamente o que considera justa causa. O contrato se extinguirá por ocasião da morte de qualquer das partes (CC, art. 607). A alienação de prédio agrícola onde o serviço é prestado não rompe o contrato, podendo o prestador optar por continuá-lo com o novo adquirente ou com o primitivo contratante (CC, art. 609). Se o prestador for despedido sem justa causa, a ele cabem por inteiro as prestações vencidas e por metade a que lhe tocaria de então até o termo legal do contrato (CC, art. 603). Findo o contrato, ou despedido o prestador sem justa causa, tem o mesmo o direito de exigir a declaração expressa da extinção (CC, art. 604). Aplicam-se também as causas gerais de extinção dos negócios jurídicos, enfatizadas pelo art. 607 do Código Civil �PAGE �1� �PAGE �1�