Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Seção 4 Elaborado por Seção 4VERSÃO 2013-1 Administração Financeira II Prof. Antonio Freitas Prof. Filipe Sobral Seção 4 Conteúdo da Seção � Custo de Capital: – Visão geral do custo de capital; – Custo de capital de terceiros de longo prazo; – Custo de ações preferenciais; – Custo do capital próprio; – Custo médio ponderado de capital; – Custo marginal e decisões de investimento. 2 Seção 4 Objetivos da Seção � Compreender as hipóteses básicas subjacentes ao custo de capital, seu conceito fundamental e as fontes específicas de capital nele incluídas. � Determinar o custo de capital de terceiros de longo prazo, o custo de ações preferenciais e o custo de capital próprio. � Calcular o custo médio ponderado de capital (CMPC) e discutir esquemas alternativos de ponderação. � Explicar como o custo marginal ponderado de capital pode ser usado na tomada de decisões de financiamento e investimento. 3 Seção 4 Custo de Capital � O custo de capital reflete a remuneração mínima exigida pelos proprietários de fontes de recursos, sejam eles credores ou acionistas. � É o critério usado para decidir se um investimento proposto permitirá aumentar ou reduzir o preço da ação da empresa. � Formalmente, o custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação. 4 Seção 4 Hipóteses Básicas � Risco econômico – supõe-se que o risco de que a empresa não seja capaz de cobrir os custos operacionais é constante, ou seja, a aceitação de um projeto não afeta a sua capacidade de cobrir os custos operacionais. � Risco financeiro – supõe-se que o risco de que a empresa não seja capaz de saldar os compromissos financeiros é constante, ou seja, os projetos são financiados de tal maneira que a capacidade de cobertura de custos de financiamento da empresa não se altera. 5 Seção 4 Estrutura de Capital 6 Seção 4 Conceito Básico � Por que precisamos determinar o custo médio ponderado de capital de uma empresa? � Suponha que a empresa ABC tenha a seguinte oportunidade de investimento: – Investimento inicial = R$ 100.000 – Duração = 20 anos – TIR = 7% – Custo da fonte mais barata de financiamento = 6% � Considerando o caso descrito, o administrador financeiro deveria realizar o investimento. 7 Seção 4 Conceito Básico � Por que precisamos determinar o custo médio ponderado de capital de uma empresa? � Suponha que a empresa ABC tenha a seguinte oportunidade de investimento: – Investimento inicial = R$ 100.000 – Duração = 20 anos – TIR = 12% – Custo da fonte mais barata de financiamento = 14% � Considerando o caso descrito, o administrador financeiro deveria rejeitar o investimento, mesmo reconhecendo que é mais atraente do que o anterior. 8 Seção 4 Importância do Custo de Capital � Como é ilustrado pelos exemplos anteriores, o uso apenas da TIR para avaliar oportunidades de investimento não é suficiente. � No longo prazo, a empresa deve fazer investimentos que maximizem seu valor. � Isso só pode ser conseguido quando a empresa aceita projetos que oferecem retornos superiores ao seu custo médio ponderado de capital. 9 Seção 4 Custo de Capital de Terceiros � O custo de capital de terceiros antes do imposto de renda é igual ao retorno esperado até o vencimento da dívida da empresa, ajustado pelos custos de lançamento dos títulos. � O retorno esperado até o vencimento de uma obrigação depende da taxa de juros da obrigação, sua data de vencimento, seu valor de face, preço de venda, etc. � Deve-se levar em conta que os juros pagos são uma despesa dedutível para fins de imposto de renda, o que reduz o custo do capital de terceiros. 10 Seção 4 Custo de Capital de Terceiros Exemplo � Uma empresa vai emitir obrigações com taxa de juros de 9%, prazo de 20 anos e valor de face de R$ 1.000 ao preço de R$ 980. Além disso, os custos de lançamento correspondem a 2% do valor de face. Qual o seu custo de capital? 11 Valor de face (1.000,00)$ Custos de lançamento (%) 2,00% Custos de lançamento ($) (20,00)$ Preço de lançamento 980,00$ Recebimento líquido 960,00$ Juros (%) 9,00% Juros ($) (90,00)$ Prazo de vencimento 20 Custo antes do imp. renda 9,45% Cálculo do custo de capital de terceiros Seção 4 Custo de Capital de Terceiros Exemplo 12 � O custo de capital de terceiros depois do imposto de renda (ki) é corrigido pelo impacto da alíquota de imposto: � No exemplo anterior, supondo que a alíquota de imposto de renda da empresa seja de 40%, o custo de capital depois de imposto de renda é: ( )Tkk di −×= 1 ( ) %67,54,01%45,9 =−×=ik Seção 4 Custo de Ações Preferenciais � O custo de ações preferenciais (kP) é o quociente entre o dividendo da ação e o recebimento líquido com a venda pela empresa. � F representa os custos de lançamento. Tal como ocorreu no caso de capital de terceiros, o custo de emissão de novas ações preferenciais será superior ao retorno proporcionado pelas ações preferenciais já existentes, pois a empresa terá de pagar aos bancos de investimento pelo serviço de colocação dos títulos no mercado. 13 ( ) PPPPP NDFPDK // =−= Seção 4 Custo de Ações Preferenciais Exemplo � Por exemplo, se uma empresa pudesse emitir ações preferenciais pagando um dividendo anual de R$ 5, vendendo-as a R$ 55 cada, e pagasse R$ 3 por ação para emiti-las, o custo de ações preferenciais seria: 14 ( ) %62,9355 5 = − =PK Seção 4 Custo do Capital Próprio � Existem duas modalidades de financiamento com capital próprio: retenção de lucros e novas emissões de ações ordinárias. � Além disso, há duas maneiras diferentes de estimar o custo de capital próprio: o modelo de avaliação com crescimento constante e o modelo de formação de preços de ativos (CAPM). � Os modelos de avaliação com crescimento constante baseiam-se na premissa de que o valor de uma ação é dado pelo valor presente de todos os dividendos futuros. 15 Seção 4 Custo do Capital Próprio � Usando o modelo de crescimento constante: � Usando o CAPM: � O CAPM difere dos modelos de avaliação com crescimento constante no sentido de que considera explicitamente o risco da empresa, refletido em seu beta. 16 ( ) gPDKS += 01 / ( )FMFS RkbRK −×+= Seção 4 Custo do Capital Próprio � Por outro lado, os modelos de avaliação com crescimento constante não consideram o risco explicitamente. � Esses modelos usam o preço de mercado (P0) como reflexo das preferências por risco e retorno dos investidores no mercado. � Embora os dois enfoques sejam teoricamente equivalentes, os modelos de avaliação com crescimento constante costumam ser preferidos porque os dados são de mais fácil obtenção. 17 Seção 4 Custo dos Lucros Retidos Enfoque CAPM � Por exemplo, caso a taxa dos títulos de Tesouro de três meses seja igual a 5%, o prêmio por risco do mercado seja de 9% e o beta da empresa seja igual a 1,20, qual o custo de lucros retidos da empresa? 18 %8,15%92,1%5 =×+=SK Seção 4 Custo dos Lucros Retidos Modelo de Crescimento Constante � Suponha que uma empresa tenha acabado de pagar um dividendo de R$ 2,50 por ação, espere que os dividendos cresçam à taxa de 10% para sempre e que sua ação atualmente esteja cotada a R$ 50. Qual o custo de lucros retidos na empresa? 19 75,2 R$1,05,21 =×=D %5,151,0 50 75,2 =+=SK Seção 4 Custo dos Lucros Retidos � O exemplo anterior mostra que a estimativa do custo de lucros retidos está entre 15,5% e 15,8%. Desta forma, poderíamos escolher uma ou outra das estimativas ou tirar uma média das duas. � Usando algum julgamento e preferindo um pouco de conservadorismo, usaremos 15,8% como estimativa do custo de lucros retidos. 20 Seção 4 Custo de Novas Ações Ordinárias � Usando o modelo de crescimento constante de dividendos, o custo de novas ações ordinárias (kn) será: � Continuando com o exemplo anterior, quanto custaria para a empresa obter capital próprio novo se os custos de lançamento fossem de R$ 4 por ação? 21 ( )[ ] gFPDkn +−= 01 / ( )[ ] %97,1510,0450/75,2 =+−=nk Seção 4 Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) � O custo médio ponderado de capital (ka) reflete o custo médio esperado para os fundos de longo prazo e é calculado multiplicando o custo específico de cada modalidade de financiamento por sua proporção na estrutura de capital da empresa. � Os pesos na equação acima representam uma combinação de recursos (onde wi = % de capital de terceiros, wp = % de ações preferenciais e ws= % de capital próprio). 22 ( ) ( ) ( )nou skwkwkwk sppiia ×+×+×= Seção 4 Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) � Um método utiliza valores contábeis extraídos do balanço da empresa para estimar o peso do capital de terceiros e do capital próprio. � Um segundo método usa os valores de mercado do capital de terceiros e do capital próprio da empresa. 23 Seção 4 Pesos da Estrutura de Capital Exemplo � Suponha-se que o valor de mercado das dívidas da empresa seja de R$ 40 milhões, que o valor de mercado das ações preferenciais seja de R$ 10 milhões e que o valor de mercado do capital próprio seja de R$ 50 milhões. � Dividindo cada componente pelo total de R$ 100 milhões obtemos pesos de 40% para o capital de terceiros, 10% para as ações preferenciais e 50% para o capital próprio, a valores de mercado. 24 Seção 4 Cálculo do CMPC Exemplo � Usando os custos anteriormente calculados, juntamente com os pesos de valor de mercado, podemos calcular o custo médio ponderado de capital da seguinte maneira: � Isso pressupõe que a empresa tem lucros retidos suficientes para financiar quaisquer projetos de investimento esperados. 25 ( ) ( ) ( ) %63,11 %8,155,0%62,91,0%67,54,0 = ×+×+×= a a k k Seção 4 Custo Marginal e Decisões de Investimento � O CMPC costuma aumentar à medida que o volume de capital novo cresce em dado período. � Isso ocorre porque as empresas precisam elevar o retorno oferecido aos investidores de modo a interessar para eles fornecer capital adicional e compensar o maior risco decorrente dos maiores volumes de capital obtidos. � Além disso, o custo eventualmente subirá quando a empresa não contar mais com os lucros retidos, mais baratos, e for obrigada a obter novo capital próprio, mais caro. 26 Seção 4 Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC) � O custo marginal ponderado de capital é o custo médio ponderado de capital associado ao real seguinte de financiamento novo. � A determinação dos pontos de quebra da curva de CMgPC permite descobrir em que níveis de financiamento novo, o CMPC aumentará em função dos fatores mencionados anteriormente. 27 jjj wVFPQ /= Seção 4 Cálculo do CMgPC Exemplo � Mantendo o exemplo anterior, sabe-se que a empresa tem R$ 2 milhões de lucros retidos disponíveis. Ao serem esgotados esses recursos, ela deve emitir novas ações (uma fonte mais cara). Além disso, acredita que pode obter mais R$ 1 milhão de capital de terceiros barato, ao custo de 7% (depois do imposto de renda). � Com essas informações, é possível calcular os seus pontos de quebra para capital de terceiros e próprio. 28 Seção 4 Cálculo do CMgPC Exemplo � Isso significa que a empresa pode financiar investimentos de até $ 4 milhões antes de ser obrigada a emitir novas ações e de até $ 2,5 milhões antes de ser obrigada a obter capital de terceiros mais caro. � Com essas informações, pode-se calcular o CMgPC da empresa como se apresenta de seguida. 29 000.500.2R$4,0/000.000.1R$PQ 000.000.4R$5,0/000.000.2R$PQ Terceiros de Capitais Próprios Capitais == == Seção 4 Cálculo do CMgPC Exemplo 30 Financ. Novo Fontes de capital Peso Custo Custo Ponder. $ 0 a $ 2,5 milhões Capital de terceiros 40% 5,67% 2,27% Ações preferenciais 10% 9,62% 0,96% Ações ordinárias 50% 15,80% 7,90% CMPC 11,13% $ 2,5 a $ 4 milhões Capital de terceiros 40% 7,00% 2,80% Ações preferenciais 10% 9,62% 0,96% Ações ordinárias 50% 15,80% 7,90% CMPC 11,66% mais de $ 4 milhões Capital de terceiros 40% 7,00% 2,80% Ações preferenciais 10% 9,62% 0,96% Ações ordinárias 50% 16,00% 8,00% CMPC 11,76% Seção 4 Representação Gráfica do CMgPC 31 Seção 4 Custo Marginal e Decisões de Investimento � Para avaliar as oportunidades de investimento estas devem ser classificadas por ordem decrescente, tal como é exemplificado a seguir: � Combinando-se o CMPC com a EOI, obtém-se: 32 Investimento Investimento Projeto TIR inicial acumulado A 13% R$ 1.000.000 R$ 1.000.000 B 12% R$ 1.000.000 R$ 2.000.000 C 12% R$ 1.000.000 R$ 3.000.000 D 11% R$ 1.000.000 R$ 4.000.000 E 10% R$ 1.000.000 R$ 5.000.000 Seção 4 Custo Marginal e Decisões de Investimento 33 Pode então concluir-se que a empresa só deve aceitar os projetos A e B. Seção 4 Exercícios � Resolver os problemas 11-2, 11-3 e 11-4 do livro-texto referente ao custo de capital de terceiros. � Resolver os problemas 11-5 e 11-6 do livro-texto referente ao custo de ações preferenciais. � Resolver os problemas 11-7, 11-8 e 11-9 do livro-texto referente ao custo do capital próprio. � Resolver os problemas 11-12, 11-13 e 11-14 do livro-texto referente ao custo médio ponderado de capital. � Resolver os problemas integrativos 11-18 e 11-17. 34 Seção 4 Bibliografia � Básica: – Gitman, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. (Cap. 11). – Assaf Neto, A. Finanças Corporativas e Valor. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2005. (Cap. 18). – Ross, S. A., Westerfiled, R. W., Jordan B.D. Administração Financeira. 8ª Ed. São Paulo: McGraw- Hill, 2008. (Cap. 15) 35