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ECONOMIA INTERNACIONAL - PROFA. GABRIELA A. VENIJIO AULA 2 - TEORIA “PURA” DO COMÉRCIO INTERNACIONAL – VISÃO NEOCLÁSSICA Relembrando: Hipóteses de Ricardo: Mundo com 2 países e 2 produtos (2x2) Um único fator de produção = trabalho Cada país possui um estoque dado de mão-de-obra Trabalhadores são móveis entre setores e imóveis entre países Há diferença na tecnologia de produção entre os 2 países Os custos de produção são constantes, em qualquer quantidade envolvida Não há barreira de comércio e nem custo de transporte Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Final do século XIX e início do século XX = muitos questionamentos Se o comércio existe em função das diferenças em custos comparativos, então o que explica essa diferença? Por que as funções de produção diferem entre países? Por que supor custos constantes? Por que considerar apenas um fator de produção, quando os processos produtivos eram crescentemente dependentes de capital? Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Surgimento de uma explicação razoável para as diferenças de custo de produção de uma mesma mercadoria em diferentes países Outra explicação para as razões do comércio. Enfoque diferenciado = relações microeconômicas = enfoque neoclássico. Modelo 2x2x2 = dois países, dois produtos, dois fatores de produção (trabalho e capital) Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica A teoria de Heckscher-Ohlin: Eli Filip Heckscher (1919): escreveu um artigo sobre o tema Bertil Ohlin (1933): aluno de Heckscher, desenvolveu o tema e avançou nas pesquisas A teoria, apesar de controvertida, é considerada a mais importante e influente explicação para o comércio, depois das vantagens comparativas de Ricardo. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica O modelo enfatiza a diferença na dotação ou estoque de fatores de produção como principal determinante das vantagens comparativas Busca explicar a composição dos fluxos de comércio = o padrão de comércio internacional Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Supostos básicos: Modelo 2x2x2 Concorrência perfeita nos mercados de bens e fatores de produção As funções de produção são idênticas entre países, distintas entre setores e possuem rendimentos constantes em escala As demandas são iguais Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Não há mudança de preferencias quando se altera o nível de renda Há diferenças na intensidade de emprego da cada fator por parte de cada setor Os fatores de produção são móveis entre os setores e imóveis entre países Os produtos e os fatores são homogêneos entre os países. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica EM SUMA: cada país se especializa e exporta o bem que requer utilização mais intensiva de seu fator de produção abundante. Exemplos: China = Trabalho EUA = capital Brasil = terra Duplo desafio: definir: intensidade relativa de fatores e abundância de fatores Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Conceito da não reversibilidade na intensidade do uso de fatores = cada produto empregará um único fator, que seja o mais abundante. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Não há a possibilidade de invertermos essas variáveis nos produtos. Exemplo: X sempre terá intensidade do fator trabalho; Y sempre terá intensidade do fator capital. Abundancia de fatores = termos físicos ou em termos de preço dos fatores. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Problema: mais de dois produtos. Pode-se ordenar os produtos conforme sua intensidade de fatores Pode-se chegar ao ponto de termos mais produtos do que países = deixa a estrutura produtiva de cada país indeterminada Essas limitações tornam difícil a verificação empírica do teorema Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Teorema da Equalização do Preço dos Fatores de Produção: Discussão dos efeitos do comércio no preço dos fatores de produção e na distribuição de renda. Fundamento de Heckscher-Ohlin: as nações trocam mercadorias porque não podem trocar fatores de produção. Comércio de bens como uma forma indireta de comerciar os fatores de produção contidos nas mercadorias. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Preço relativo dos fatores escassos > do que os preços relativos dos fatores abundantes. Se houvesse perfeita mobilidade de fatores = Trabalhadores: buscariam melhores salários Capital: descolaria para onde seu retorno fosse maior Esse processo eliminaria as diferenças nas dotações e nas remunerações relativas dos fatores entre os países Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica O teorema da equalização dos preços dos fatores de produção: Comércio de mercadorias tem o mesmo efeito sobre as taxas de salário e de retorno sobre o capital físico que a mobilidade desses fatores. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica O teorema foi demonstrado pela primeira vez em 1948, por Paul Samuelson e é um corolário do teorema de Heckscher-Ohlin = ficou conhecido como Heckscher-Ohlin-Samuelson. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica O teorema pode ser assim enunciado: Mantidas as hipóteses do teorema de Heckscher-Ohlin, o comércio de bens equaliza a remuneração dos fatores de produção LOGO: o comércio internacional iguala os preços dos fatores entre os países. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Argumento: O comércio livre iguala os preços dos produtos entre os dois países usando a mesma tecnologia Produzindo os mesmos produtos, deve igualar também as remunerações dos fatores nos dois países/ Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Assim, o comércio internacional de produtos substitui a migração internacional dos fatores. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Vale lembrar: Outra condição básica para que possa haver equalização de preços de fatores é a inexistência de especialização completa no comércio = ambos os países devem produzir alguma quantidade de ambos os produtos. Caso contrário, se cada país produz um único item, as relações não terão como convergir. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Teorema de Stolper-Samuelson: o comércio beneficia o fator de produção abundante em detrimento do fator escasso de cada país. Avalia os efeitos do comércio na distribuição funcional de renda = em que medida a troca de mercadorias influencia a repartição de renda entre o capital e o trabalho. Relembrando: pressuposto básico = pleno emprego = não há trabalho nem capital ociosos. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Onde trabalho é abundante = salários mais baixos que o retorno de capital = uma unidade de capital recebe mais do que uma unidade de trabalho. ASSIM: a renda é concentrada em favor dos proprietários do capital. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Em países em que o capital é abundante, ocorre o oposto = renda concentrada nos proprietários do trabalho. Em autarquia = a escassez de fatores condiciona a distribuição de renda. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Especialização e comércio = preço do fator abundante aumenta / preço do fator escasso diminui. Onde o trabalho é abundante = parcela do salário aumenta na renda e a do juros, diminui Onde o capital é abundante = parcela do juros aumenta na renda e a do salário, diminui. LOGO: O mesmo processo redistribui a renda em favor do que é abundante em detrimento do que é escasso. Teoria “pura” do comércio internacional – visão neoclássica Pleno emprego + equalização do preço dos fatores = garantia de que o fator de produção abundante se beneficie com o comércio