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MONOPÓLIO No monopólio, o setor é a própria firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção. Dessa forma, a oferta da firma é a oferta do setor, é a demanda da firma é a demanda do sét0r. E importante ressaltar que o monopólio "puro" é uma construção teórica, porque, na pratica, ele não existe. O monopólio vende um bem, ou conjunto de bens, de maneira a concorrer com outros bens perante a renda disponível do consumidor. E mister destacar que, em muitas circunstâncias, é a estrutura mais apropriada para a produção de certos bens e serviços. As hipóteses do monopólio são: • O setor é constituído de uma única firma; • A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo; • Existe concorrência entre os consumidores; e • A curva da receita média é a curva de demanda do mercado. A curva de receita média (RMe) da firma monopolística é a curva de demanda do mercado (DD), e indica os diferentes preços por unidade que serão recebidos quando o monopolista decidir vender quantidades diferentes do produto. Considere a figura 7.1. A linha DD é a curva de demanda e de receita média do monopolista, enquanto a linha interna (mais fina) é a da receita marginal. Existe relação entre as curvas de receita total, média e marginal. A receita total atinge o máximo no ponto em que a receita marginal é zero, ou seja, quanto corta o eixo horizontal. A receita marginal representa os acréscimos à receita total: enquanto a receita marginal é positiva, cada diminuição de preço há um aumento na quantidade superior proporcionalmente à queda de preços. Isso implica uma receita de vendas maiores. Contudo, a partir do ponto em que a receita marginal é zero, a perda de receita pela diminuição de preços é maior que o ganho obtido pelo aumento da quantidade vendida. Ao supormos um monopolista que não tenha nenhum tipo de custos, sabemos que o ponto de lucro máximo será o ponto de receita total máxima. O ponto é um par de preço - quantidade na curva de demanda, onde o acréscimo na quantidade vendida é compensado pelo decréscimo no preço de venda. Essa análise pode ser vista na figura 7.2. O monopolista deseja maximizar o lucro; para tanto é oportuno analisar como ocorrera o equilíbrio. Considerando as curvas de custos, vamos supor que o monopolista não exerce qualquer influência no preço dos fatores de produção que emprega. Nesse caso, o monopolista ajuda seu nível do produção até o ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Em outras palavras, enquanto o aumento na Receita Total (a Receita Marginal) for maior que o aumento no Custo Total (o Custo Marginal), é consistente com seus objetivos aumentar o nível de produto, pois seu Lucro Total estará aumentando. O lucro aumenta se o incremento na receita — a receita marginal - for maior que o incremento nos custos — custo marginal. Como a receita marginal é decrescente e o custo marginal crescente, no ponto em que os dois se igualam, temos o ponto de lucro máximo. A figura 7.3 apresenta as curvas de demanda (DD), curvas de Receita Média (RMe), Receita Marginal (RMg), Custo Médio (CMe) e Custo Marginal (CMg). A curva (DD) é a curva de receita média, isto é, sua curva de demanda marginal (CMg) definem a estrutura de custo da firma. Como o monopolista maximiza o lucro no nível do produção em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal, o ponto E define 0 nível de produção (Qe), na unidade do tempo, pelo preço Pe por unidade. A análise procedente mostra que o ponto onde o custo marginal é igual a receita marginal corresponde aquele de equilíbrio da firma monopolista. Não é demais enfatizar que o preço de cada unidade do produto é determinado pela curva de demanda é não pela receita marginal; o lucro é determinado pelo preço e custo médio é não pelo preço é custo marginal. Essas considerações servem para nos indicar que existe a possibilidade firma é de a firma monopolista incorrer em prejuízo ou, como sé diria cotidianamente, "empatar”, isto é, a Receita Total ser igual ao Custo Total. Na estrutura de mercado monopolista, a firma é única, de maneira que a entrada de novas firmas alteraria a estrutura do mercado. Em conseqüência, o monopólio somente se mantém se a firma conseguir impedir a entrada de outras firmas no mercado. Diversos fatores podem concorrer para a manutenção do monopólio, representando barreiras ao acesso de novas firmas, dentre os quais destacamos: A dimensão reduzida do mercado; A existência de patentes, o que impede a produção de um dado produto por firmas concorrentes; - A proteção oferecida por leis governamentais; e O controle das fontes de suprimento de matérias - primas para a produção de seu produto. Em razão dessas vantagens, o monopólio pode apresentar um lucro maior que outros setores. Nesse sentido, é interessante distinguir lucro normal e lucro extraordinário. O lucro normal inclui a remuneração do empresário, seu custo de oportunidade; o lucro extraordinário é resultado dos fatores que criaram a situação de monopólio, e que permitem ao monopolista auferir um lucro acima do lucro normal. Contudo é pouco provável que um monopólio se perpetue no longo prazo: as patentes tornam-se obsoletas, novos produtos, e mais refinados, são desenvolvidos por outras firmas; matérias-primas substitutas tornam-se disponíveis etc. A manutenção do monopólio somente é mais factível quando o mercado é garantido por meio de leis governamentais como, por exemplo, serviços de utilidade publica de telefone e energia elétrica. Se o mercado de uma firma é muito reduzido, é provável que ele permaneça no regime de monopólio, mesmo auferindo lucros vantajosos. Se uma outra firma entrasse no mercado, o preço do produto poderia tornar-se tão baixo que as duas sofreriam prejuízo. Adicionalmente, a longo prazo, o desenvolvimento tecnológico da origem a produção de novos métodos e técnicas que determinam o surgimento de novos produtos de melhor qualidade, e substitutos daqueles monopolizados. Existem, entretanto, alguns instrumentos que podem exercer um certo controle sobre o poder do monopólio como, por exemplo, a regulamentação do preço do produto e a imposição fiscal. CONCORRÊNCIA PERFEITA A estrutura de mercado caracterizado por concorrência perfeita é uma concepção mais teórica, ideal, porque os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo, posto que, em condições normais, sempre parece existir algum grau de imperfeição que distorce o seu funcionamento. O conhecimento é importante não só como estrutura ideal, que é empregada em muitos estudos que procuram descrever o funcionamento econômico de uma realidade complexa, como também pelas inúmeras conseqüências derivadas de suas hipóteses, que condicionam o comportamento dos agentes econômicos em diferentes mercados. As hipóteses do modelo de concorrência perfeita são: Existe um grande numero de compradores e vendedores. Um grande número de compradores e vendedores se refere não a um valor acima de uma determinada quantidade, mas sim a que o preço é dado para as firmas e para os consumidores; Os produtos são homogêneos , isto é, são substitutos perfeitos entre si, dessa forma não pode haver pregos diferentes no mercado; Existe completa informação e conhecimento sobre o prego do produto; esta hipótese também é conhecida como transparência do mercado; A entrada e saída de firmas no mercado são livres, não havendo barreiras. Esta hipótese também é conhecida como livre mobilidade. Isso permite que firmas menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem firmas mais eficientes. A hipótese de que a firma, individualmente, é incapaz de alterar o preço do produto tem uma conseqüência importante, porque implica que a curva de demanda do produto da firma seja perfeitamente elástica ou,em outros termos, horizontal. A empresa no regime de concorrência perfeita só fixa a quantidade a ser vendida, pois o preço está fixado pelo mercado. Como o preço do produto para a firma é uma variável exógena (isto é, não é por ela determinado), essa firma pode vender quantas unidades desejar pelo preço vigente no mercado. Se o preço do produto for P por unidade, a firma recebera sempre P reais por unidade adicional que vender. Então, a Receita Marginal (RMg) será de P reais, o mesmo ocorrendo com a Receita média. (RMe). Normalmente, uma curva de demanda é descendente da esquerda para a direita, como vimos no monopólio. Contudo, nesse caso, ela é horizontal. A razão é que, em concorrência perfeita, estamos nos referindo a curva de demanda para uma firma apenas. A curva de demanda do mercado continua sendo descendente da esquerda para a direita, porque descreve a procura total do produto, dados seus diferentes níveis de preços. A curva de demanda da firma continua sendo uma linha horizontal, porque ela reflete a procura do seu produto. Como a firma é incapaz de alterar o preço corrente do mercado, a demanda de seu produto é perfeitamente elástica é a curva de demanda é horizontal. O preço no mercado está dado pela oferta e pela demanda; contudo, a firma apenas ”recebe" o preço do mercado. Supondo a estrutura de custos, a empresa, para maximizar lucro, precisa satisfazer conjuntamente as condições de que: O preço do produto seja igual ou superior ao Custo Variável Médio (p>/CVM). Sé os custos variáveis forem superiores aos preços, a firma sé torna inviável a longo prazo, mas mesmo a curto prazo ainda pode incorrer em prejuízos para pagar parte dos custos fixos e tentar manter-se no mercado; e O custo marginal seja igual a receita marginal (CMg = RMg), sendo o custo marginal crescente. O empresário fixa a quantidade a ser vendida que proporcione o máximo de lucro, o que acontece quando o acréscimo na receita — por uma quantidade maior de unidades vendidas - for igual ao acréscimo de custos. Dessa forma, o ramo ascendente da curva de custo marginal, acima da curva de custo variável médio, constitui-se na curva de oferta da firma, operando no regime de concorrência perfeita. Analogamente, a curva de oferta do setor como um todo será a soma da curva de oferta de todas as firmas do setor. As firmas com custos variáveis médios acima do preço terão de abandonar o setor a longo prazo, de forma que apenas as mais eficientes permanecem. Outrossim, a mobilidade e inexistência de barreiras garantem que novas empresas entrem no setor, se há lucros maiores que em outros setores. Com novas empresas, há um deslocamento da curva de oferta para a direita, e, conseqüentemente, preços menores. O preço de equilíbrio diminui, e só as firmas que produzem com custos médios abaixo do preço podem continuar produzindo a longo prazo. Esse processo de saída de empresas menos eficientes e a entrada de novas, mais eficientes, empurra o preço para baixo, até o ponto em que: As empresas com as estruturas de custos mais baixos permanecerão operando no setor; e No equilíbrio a longo prazo, o custo médio será igual ao custo médio mínimo em todas as empresas. Nesse equilíbrio de longo prazo, o retomo obtido peia firma é apenas suficiente para remunerar o capital e o risco do empresário, e é igual aquele obtido em outros setores operando no regime de concorrência perfeita, no que se refere ao melhor uso alternativo dos recursos. Ou seja, a longo prazo, em concorrência perfeita, as empresas auferem apenas lucros normais. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA Embora presente, como a concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um numero elevado de empresas, a concorrência monopolista (também chamada concorrência imperfeita), caracteriza-s pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemple, diferentes marcas de cigarro, de sabonete, refrigerante, etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita, onde se supõe um produto homogêneo, produzido por todas as empresas. Nesta estrutura, cada empresa tem certe poder sobre a fixação de preços, eu seja, a curva de ` demanda com a qual se defronta é negativamente inclinada, embora bastante elástica, pois a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas (composição química, potência, etc), pela embalagem, eu pelo esquema de promoção de vendas (propaganda, atendimento de brindes, manutenção, etc). Da mesma forma que o modelo de concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de firmas, o que significa que, a longo prazo, haveria uma tendência para a existência de lucros normais (receita total igual a custo total), não surgindo lucros extraordinários. OLIGOPÓLIO O oligopólio é uma estrutura de mercado que, hoje, prevalece no mundo ocidental (inclusive no Brasil), como por exemplo, na industria do transporte aéreo, rodoviário, química, siderurgia, de certes tipos de serviços, etc. Esta estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de um reduzido numero de produtores e vendedores, produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Em outras palavras, estes produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a substitutibilidade perfeita eu imperfeita dos produtos, o oligopólio pode ser perfeito ou diferenciado. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da interdependência econômica. Então, se todos os produtores são importantes, ou possuem uma faixa significativa do mercado, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento econômico dos outros vendedores. BIBLIOGRAFIA LIVROS: MANUAL DE ECONOMIA Equipe do professores da USP Autores: Diva Benevides Pinho Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos 3° edição Editora: Saraiva MICROECONOMIA C. E. Ferguson Autores: Almir Guilherme Barbassa Antonio Pessoa Brandao 20° edição Editora: Saraiva