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Daniel Antonio França Pinheiro 1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI CURSO DE AGRONOMIA DANIEL ANTONIO FRANÇA PINHEIRO RAFAEL FERNANDO PIRES MAPEAMENTO DA COMUNIDADE INFESTANTE EM SOLO LATOSSOLO CULTIVADO COM PINHÃO MANSO NO MUNICÍPIO DE GURUPI-TO GURUPI-TO SETEMBRO DE 2013 Daniel Antonio França Pinheiro 1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI CURSO DE AGRONOMIA CURSO DE: Agronomia DISCIPLINA: Metodologia Científica PROFESSOR: Dr. Jandislau José Lui MAPEAMENTO DA COMUNIDADE INFESTANTE EM SOLO LATOSSOLO CULTIVADO COM PINHÃO MANSO NO MUNICÍPIO DE GURUPI-TO Alunos do 7º Período: Daniel Antonio França Pinheiro Rafael Fernando Pires GURUPI-TO SETEMBRO DE 2013 1 Daniel Antonio França Pinheiro 1 1 INTRODUÇÃO Uma cultura, quando é implantada em certo local, já conta com uma série de espécies invasoras provenientes da própria área e que normalmente infestam certo cultivo, prejudicando seu desenvolvimento habitual. Várias pesquisas mostram como é a abrangência das plantas daninhas na questão dos problemas causados, dependente das práticas agropecuárias. Análises demonstraram que, se é realizado em certo local de cultivo diferentes programas de rotação de culturas, a caracterização da comunidade infestante é influenciada, causando diversos efeitos na dinâmica populacional. A alternância constante e bem definida é capaz de dificultar a instalação de plantas invasoras, pois o desenvolvimento destas estão intimamente relacionados com o que há no solo e que a cultura utiliza e gera competição. O plantio direto reduz a quantidade de sementes na superfície, pois há alta germinação, maior predação e maior perda da viabilidade da semente, todos estes fatores devido à exposição aos fatores climáticos. Mesmo na ausência de produção de sementes, grandes bancos de sementes as fornecem devido à dormência. Quando as sementes se encontram ao longo do perfil do solo, ou seja, quanto mais profundas se encontram, conseguem se manter viáveis por mais tempo. O método não mecânico (plantio direto), faz com que, em até 5 cm a partir da superfície do solo, as sementes estejam presentes em grandes quantidades e viáveis, enquanto no sistema em que é utilizada mecanização(plantio convencional) uma faixa de 30% apenas ainda esta presente mais acima do perfil do solo. Conceitua-se plantas daninhas, no caso das atividades agropecuárias, e de interesse ao homem, com sendo aquelas espécies vegetais que pioneirizam uma área a ser cultivada a partir de uma dada circunstância de exposição do solo, de modo a competir por luz, nutrientes e espaço com a cultura implantada. As principais características das espécies consideradas infestantes são o crescimento vegetativo rápido, ágil disseminação, frágeis para não serem facilmente arrancados do solo, possuem mecanismos para maior capacidade de competição para sobreviver, entre outros. A mais marcante característica, a alta e rápida produção de sementes, promove a liberação dessas sementes para o meio ambiente, constituindo o banco de sementes, reservatório amplo, diversificado e constantemente renovado por novos indivíduos denominados bastante indesejáveis tanto para as pastagens quanto para as lavouras. A germinação vai depender de fatores físicos e químicos do solo e do ambiente local. 2 Daniel Antonio França Pinheiro 1 A transferência e avaliação do banco de sementes de plantas daninhas de uma nova cultura, o pinhão manso (Jatropha curcas), se mostra relevante no estudo, análise e entendimento do comportamento das espécies infestantes, para ampliação dos conhecimentos nessa área das atividades agronômicas. A possibilidade de redução no potencial dessas sementes da comunidade infestante resulta na melhora do cultivo de variadas espécies que apreciam interesse ao homem e aos âmbitos local, regional, nacional e mundial. 3 Daniel Antonio França Pinheiro 1 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 O Pinhão Manso como Biocombustível Dentre as espécies potenciais, o pinhão manso (Jatropha curcas) tem sido considerado como uma das alternativas de interesse, com acompanhamento, esforços e investimentos públicos e privados. Este está em processo de expansão de cultivo, caracterizado pela iniciativa privada de plantio comercial e por ações técnico-científicas de domesticação, objetivando transformá-la de espécie natural em espécie cultivada, em bases científicas. Haja vista que essa espécie não se constitui em uma forma de alimento humano, sua produção torna-se mais viável em questão de produção de biocombustível, conforme a Lei Federal 11.097/2005, que prevê a autorização da mistura biodiesel/diesel em escala comercial da proporção de 2% de biodiesel e 98% de óleo diesel, passando a ser obrigatória esta mistura desde 2008. Entretanto desde 1º de janeiro de 2010, o óleo diesel comercializado em todo o Brasil contém 5% de biodiesel. 2.2 Desenvolvimento do Experimento A presente pesquisa foi conduzida na área experimental e na casa de vegetação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, devido à facilidade de locomoção ao local, localizado na região Sul do estado do Tocantins, em altitude de 280 metros na localização de 11°43’45”de latitude e 49°04’07” de longitude. A classificação climática segundo (KOPPEN 1948), indica que o clima regional é do tipo B1WA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica, a temperatura media anual é de 29,5°C, com precipitação anual média de 1800mm, sendo um verão chuvoso e um inverno seco. A classificação do tipo de solo é o latossolo vermelho distrófico. Uma primária identificação foi realizada com base no lançamento de um quadrado de ferro moldado a 1m² de área, feito por parcela da área já plantada com pinhão manso. A área total de analise foi de 72m² em relação aos 5760m² plantados, o que é considerado significativo e proporcionou uma boa percepção da área a ser estudada e 4 Daniel Antonio França Pinheiro 1 resultados parciais sobre o banco de sementes que foi formado. Uma segunda etapa consistiu na retirada de amostras na profundidade de 0 a 10 cm no perfil do solo, de modo a formar um definitivo banco de sementes que se seguiu de mais três repetições, a fim de se chegar a dados estatísticos mais precisos. Em cada repetição retirou-se amostras de solo com a utilização de anéis cilíndricos e um amostrador de solo. Cada anel tem medida de diâmetro de 5 cm e altura também de 5 cm, logo foi colocado duas vezes em um mesmo ponto de retirada de amostra. A quantidade de amostras se define por parcela: serão retiradas 10 amostras aleatórias simples no caso das linhas e 12 amostras do mesmo tipo no caso das entrelinhas, numa plantação já realizada da espécie Jatropha curcas (pinhão manso). O conjunto de amostras simples das linhas de uma parcela gera cerca de 2 kg de solo, onde pesaremos exatamente 2 kg bem misturados, identificados como amostra composta das linhas da parcela. Logo depois essa quantidade é dividida em duas metades em que cada um a delas é colocada em uma bandeja pequena de plástico, de medidas 24x16,5x7,5 cm. O procedimento acima descrito será feito também com as amostras das entrelinhas e repetido em todas as parcelas. Após feita a amostragem as bandejas foram todas colocadas dentro da casa de vegetação devidamente identificadas por parcela e se a referência é das linhas ou entrelinhas. Regas diárias e observações para identificar as espécies foram feitas, e os resultados mais específicos foram obtidos nas análises. Durante a tabulação dos dados finais, após as três repetições, verificou-se a quantidade de sementes significativa esperada, cerca de 30 por bandeja. 2.3 Potencialidade do Banco de Sementes do Solo No Tocantins, como no restante do Brasil, são poucos os trabalhos voltados para identificação e potencialidades das plantas de ocorrência espontânea. Tais plantas já há algum tempo vem ganhando importância nas pesquisas, principalmente, às que tentam utilizar o seu potencial de regulação de populações de insetos pragas de diversas culturas. Sabe-se também que a correlação entre o Banco de Sementes do Solo e a comunidade infestante é baixa, e o conhecimento da taxa de germinação das espécies pode resultar em um uso mais racional dos herbicidas. A contínua emergência de plantas daninhas no meio depende, entre outros fatores, das características das sementes e/ou propágulos, da distribuição destas no 5 Daniel Antonio França Pinheiro 1 perfil do solo e das condições climáticas. A dinâmica dos bancos de sementes envolve, de maneira geral, a dispersão de propágulos, germinação e emergência de plantas, morte fisiológica e predação por pragas. 6 Daniel Antonio França Pinheiro 1 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O mapeamento da flora infestante em nova cultura, o pinhão manso, proporcionou um melhor conhecimento sobre as espécies já existentes e que podem infestar este cultivo. Chegou-se à caracterização de três novas plantas consideradas infestantes a partir de suas sementes, faltando somente a sua classificação e plena identificação. Cada amostra, de linha ou entrelinha, numa dada parcela gerou de 24 a 33 sementes, demonstrando significância em relação a outros estudos e pesquisas. Os resultados e observações feitas iniciam um modo de se pensar no controle de plantas daninhas no pinhão manso, assim como nas diversas outras culturas, com o uso de herbicidas principalmente. 7 Daniel Antonio França Pinheiro 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PITELLI, R.A. Competição e Controle das plantas daninhas em áreas agrícolas. Série Técnica IPEF, Piracicaba, vol.4, n. 12, 1987. ADEGAS, F. S. Manejo integrado de plantas daninhas em plantio direto no Paraná. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM PLANTIO DIRETO, 1., 1998, Passo Fundo - RS. Palestras... Passo Fundo, Aldeia Norte, 1998. p. 17-26. ALMEIDA, F. S. Effect of some winter crop mulch on soil weed infestation. In: CROP PROTECTION CONFERENCE, 5, 1985, British. Proceedings... British: Weeds, 1985. v. 2, p. 651-659. CARMONNA, R. Problemática e manejo de bancos de sementes de invasoras em solos agrícolas. Planta Daninha, v.10, n.1/2, p.5-16, 1992. CLEMENTS, D.R.; BENOIT, D.L.; MURPHY, S.D.; SWANTON, C.J. Tillage effects on weed seed returnand seed bank composition. Weed Science, v.44, p.314-322, 1996. SOUZA FILHO, A.P.S. et al. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.19, n.1, p.23-31, 2001. OLIVEIRA, A.R. & FREITAS, S.P. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 26, n. 1, p. 33-46, 2008.