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Avicultura1 - Profa. MARCELLE SANTANA DE ARAUJO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS AVES E DA AVICULTURA
ORIGEM E DOMESTICAÇÃO
As aves surgiram a mais de 5.000 anos
Origem provável: Índia, a partir do gênero Archaeopterix
Galinha doméstica: origem asiática (Índia, Oceano Índico e Indonésia)
Características gerais das espécies selvagens:
Aves pequenas e leves: 500 a 1000g
Vôos curtos
Ovos pequenos
6 a 8 ovos por ninhada
Ninhos feitos em árvore
Espécies selvagens da galinha doméstica
1) Gallus gallus = Gallus bankiva -> galinha vermelha selvagem ou red junglefowl
Natural do sudoeste da Ásia
Brincos brancos
Ovos de casca branca
2) Gallus lafayetti
Natural do Sri-Lanka, Oceano Índico
Brincos vermelhos
Ovos de casca pigmentada
3) Gallus sonneratti
Natural do oeste e sul da Ìndia
Brincos vermelhos
Ovos de casca pigmentada
4) Gallus varius
Natural da ilha de Java 
Brincos vermelhos
Ovos de casca pigmentada
Domesticação
Segundo Darwin: a galinha doméstica foi formada a partir do Gallus gallus
Autores modernos: indicam participação das 4 espécies
Domesticação: Índia 
Inicialmente utilizadas em brigas (interesse primitivo)
Mais tarde: interesse em criá-las como símbolo e ornamentação
Posteriormente: consumo de carne e ovos
Romanos criavam raças para grandes banquetes
Expansão: 
China -> outros países orientais -> Pérsia, Grécia -> Europa -> África
No Brasil
Chegaram em 1532
Foram trazidas pelos colonizadores portugueses
Martin Afonso de Souza -> Capitania de São Vicente (litoral paulista)
Aves de origem Mediterrânea -> especializadas na produção de ovos
Cruzamento com outras raças: desorganizado = galinhas coloniais ou caipiras
Até o ano de 1900 não se teve nenhum marco significativo
Classificação
As aves domésticas estão dividas em 4 ordens:
Galiformes: galo, peru, galinha d’angola, pavão, faisão, codorna
Anseriformes: pato, marreco, ganso, cisne
Columbiformes: pombos
Passariformes: canários, etc.
Classificação zoológica da galinha doméstica: 
Reino: Animal
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformae
Gênero: Gallus
Espécie: Gallus domestticus
American Poultry Association Standard of Perfection = Órgão Oficial da Associação Americana de Avicultura
Criada em 1870
Reuniu as aves domésticas em 15 classes
subdivididas em 86 linhagens e 235 variedades
Hoje, estão classificadas 280 variedades
No entanto, para fins didáticos, normalmente nos referimos às 4 classes de maior importância econômica
segundo a origem geográfica: 
Americana, Inglesa, Mediterrânea e Asiática
Raças e Variedades
As raças diferem na morfologia e no peso corporal
As variedades diferem quanto à cor da plumagem, tipo de crista, tipo de pena
Classificação:
Em função da região de origem = Americana, Mediterrânea, Inglesa e Asiática
Em função da ordem econômica = produção de ovos, de carne, ornamental
Seleção = processo utilizado pelos avicultores com finalidade de aumentar produção de ovos e de carne 
A partir deste momento, as raças puras passaram a ter importância secundária na avicultura
Interesse nos cruzamentos e produção de híbridos se torna crescente
Principais Características da Raça Americana
	RAÇAS
	PESO
CORPORAL
 (g)
	TIPO DE
CRISTA
	COR DO
LÓBULO
	COR DA
PELE
	COR DA
CANELA
	PENAS 
NA 
PERNA
	COR DA 
CASCA DO 
OVO
	AMERICANA
	Phlymouth Rock
	3.400
	simples
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Vermelho
	New Hampshire
	2.900
	Simples
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Vermelho
	Rhode Island Red
	2.900
	Simples
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Vermelho
	Gigante Negra de Jersey
	4.000
	Simples
	Vermelho
	Amarelo
	Preto
	-
	Vermelho
	Wyandotte
	2.900
	Roseta
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Vermelho
Principais Características da Raça Inglesa
	RAÇAS
	PESO
CORPORAL
 (g)
	TIPO DE
CRISTA
	COR DO
LÓBULO
	COR DA
PELE
	COR DA
CANELA
	PENAS 
NA 
PERNA
	COR DA 
CASCA DO 
OVO
	INGLESA
	Cornish
	3.400
	Ervilha
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Vermelho 
	Dorking
	3.200
	Simples
	Vermelho
	Branco
	Branco
	-
	Vermelho
	Orpington 
	3.600
	Simples
	Vermelho
	Branco
	Branco
	-
	Vermelho
	Australorp
	2.900
	Simples
	Vermelho
	Branco
	Cinza
	-
	Vermelho
	Sussex
	3.200
	Simples
	Vermelho
	Branco
	Branco
	-
	Vermelho
Principais Características da Raça Mediterrânea
	RAÇAS
	PESO
CORPORAL
 (g)
	TIPO DE
CRISTA
	COR DO
LÓBULO
	COR DA
PELE
	COR DA
CANELA
	PENAS 
NA 
PERNA
	COR DA 
CASCA DO 
OVO
	MEDITERRÂNEA
	Leghorn
	2.000
	Sim/Ros
	Branco
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Branco 
	Minorca
	3.400
	Simples
	Branco
	Cinza
	Amarelo
	-
	Branco
	Ancona
	2.000
	Sim/Ros
	Branco
	Amarelo
	Amarelo
	-
	Branco
	Andalusian
	2.500
	Simples
	Branco
	Azulado
	Preto
	-
	Branco
Principais Características das Raças: Asiática
	RAÇAS
	PESO
CORPORAL
 (g)
	TIPO DE
CRISTA
	COR DO
LÓBULO
	COR DA
PELE
	COR DA
CANELA
	PENAS 
NA 
PERNA
	COR DA 
CASCA DO 
OVO
	ASIÁTICA
	Brahma
	4.300
	Ervilha
	Vermelho 
	Amarelo
	Amarelo
	X
	Vermelho 
	Cochin
	3.800
	Simples
	Vermelho
	Amarelo
	Amarelo
	X
	Vermelho
	Langshan
	3.400
	Simples
	Vermelho
	Branco
	Azulado
	X
	Vermelho
Etapas do Desenvolvimento da Avicultura
1900 – 1930 = Período Romântico
Atividade avícola pouco econômica
Avicultores sem conhecimento técnico
Instalações precárias
Cruzamento : diferentes plumagens
Grande número de raças e variedades
1930 – 1960 = Período Comercial
Atividade industrial = lucro
Fatores de desenvolvimento:
1ªs associações e cooperativas 
1ª fábrica de ração (1941): ração balanceada
Importação: raças puras = Minorca -1935
equipamentos: incubadoras
1960 – 1970 = Período Industrial 
Importação: 
linhagens: potencial genético, 	técnicas de criação e manejo, Implantação de complexos
Rápido desenvolvimento:genética, nutrição, sanidade e ambiência
A partir de 1970: Período Super Industrial
Consolidação:exploração avícola atividade econômica
Exportação: frango inteiro em partes (80)
Implantação: sistemas de integração
Pesquisas:fisiologia, nutrição, ambiência, sanidade e genética
Segmentos da Avicultura Brasileira
Avicultura Industrial Intensiva
Material genético: alta produção
Aves especializadas: carne / ovos (consumo e férteis) 
Frangos: IA = 45 dias, PC = 2.700 a 2.300 (machos e fêmeas)
Poedeiras: 340 ovos (até 80 semanas)
Abastecimento de alimento à população
Empregos diretos e indiretos
Avicultura Alternativa
Criação de peru, pato, marreco, codorna, ema, avestruz
Carne e ovos
Avicultura Ornamental
Criação de aves ornamentais
Peru, pavão, ema, avestruz
Avicultura Caipira ou Colonial
Carne e ovos
Pequenas propriedades
Caipira Tecnificado
Aves melhoradas
Frangos: IA = 70 a 90 dias de idade; PC = 2,0 a 2,5 kg
Poedeiras: 120 a 260 ovos/ ano
Mercado restrito: custo de produção
Orgânica ou não
Sistemas de Produção
Produção independente
Produtor: todo processo produtivo	
Cooperativa = comum
Tendência = integração
Produção integrada
Parte do processo = produtor
Avicultura de corte
Integrado e integrador
Integrador/ agroindustria
Pintos de 1 dia
Transporte:ração e frangos
Assistência técnica
Vacinas e medicamentos
Abate
Comercialização
Integrado:
Criação das aves
Instalação e equipamentos
Mão de obra
Fonte de aquecimento
Cama
Retirada das aves
		Vantagens: 
Assistência técnica permanente
Aves de idade única
Garantia da retirada dos frangos
Remuneração extra: esterco
Importância da Avicultura no Contexto Socioeconômico
Oferta de carne, ovos, pintos durante todo ano
Utilização de terras onde a agricultura mecanizada é impraticável
Área rica em tecnologia
Movimento global na economia brasileira por volta dos 10 bilhões de dólares/ ano
Fixação do homem no campo
Fonte de proteína de alta qualidade: carne e ovos
Atividade compatível com propriedades de pequeno e médio porte
Sistema de produção integrada crescente
Área de crescimento rápido e constante
Gera empregos todos os anos: técnicos de curso médio e superior
ESTATÍSTICAS
MELHORAMENTO GENÉTICO
FORMAÇÃO DE HÍBRIDOS
No processo de obtenção de híbridos comerciais (HD), estão envolvidos 4 gerações (linhas puras, bisavós, avós e matrizes), ou seja, é necessário um período de 5 anos para obtenção de um novo produto comercial (poedeira ou frango de corte).
A e B são grupos de aves geneticamente diferentes que vão produzir a matriz fêmea: AB (HS).
C e D são grupos de aves geneticamente diferentes que vão produzir a matriz macho: CD (HS).
O acasalamento entre matrizes AB (fêmea) x CD (macho) origina aves ABCD (HD), conhecidas como produto comercial (poedeira ou frango de corte).
Então, poedeiras comerciais e frangos de corte são híbridos duplos, cada um proveniente de 4 linhas de aves geneticamente diferentes (ABCD). Isto confere a companhia de melhoramento genético a garantia de que os seus produtos não serão copiados e nem produzidos por terceiros.
Como também, auxilia no equilíbrio entre as características reprodutivas x produtivas. Estas características são antagônicas, apresentam correlação negativa. Desse modo, pode-se melhorar mais de uma característica ao mesmo tempo: produção de ovos, peso de ovo, ganho de peso, conversão alimentar, viabilidade, etc.
Linhas puras
	População de aves em que são realizados os trabalhos de melhoramento genético, cujas melhorias são repassadas para outros extratos inferiores representados pelos multiplicadores e produtores comerciais.
	Constituído de uma estrutura complexa com controle multidisciplinar de profissionais ligados a diferentes áreas: nutrição, fisiologia, manejo e sanidade avícola.
Bisavós
	Originadas a partir do acasalamento entre fêmeas e machos de uma mesma linhagem pura.
Avós
São somente os machos, ou somente as fêmeas resultantes do acasalamento entre fêmeas e machos de uma mesma linhagem de bisavós. A empresa fornece apenas um dos sexos de cada linhagem.
Matrizes
	Somente fêmeas ou machos resultantes do acasalamento de um avô proveniente de uma linhagem com uma avó de outra linhagem. Desta forma, cada matriz é um híbrido simples.
Produtos Comerciais
	Frangos de corte: machos e fêmeas (híbridos duplos) resultantes do acasalamento entre matrizes pesadas (fêmeas híbridas x machos híbridos).
	Poedeiras comerciais: somente fêmeas (híbridos duplos) resultantes do acasalamento entre matrizes leves (fêmeas híbridas x machos híbridos).
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSIDERADAS NAS COMPANHIAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO
PRODUÇÃO DE OVOS
Idade a maturidade sexual
Intensidade de postura
Ausência de choco
Persistência da postura
Tamanho e peso dos ovos 
externa = forma do ovo
	 espessura da casca
Qualidade dos ovos cor da casca
 interna = qualidade do albúmen
 manchas de sangue
 presença de conteúdo estranho
Viabilidade
Peso corporal
Conversão alimentar (massa de ovos e dúzia de ovos)
Matrizes: fertilidade e taxa de eclosão
PRODUÇÃO DE CARNE
Intensidade de crescimento
Conversão alimentar
Conformação corporal
Rendimento de carcaça
Viabilidade
Empenamento precoce
Auto sexagem
Resistência à doenças
Matrizes: produção, peso e forma do ovo; fertilidade e taxa de eclosão
CORRELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS
POSTURA
produção e peso do ovo
peso do ovo e qualidade de casca
qualidade de casca e qualidade do albúmen
CORTE
taxa de crescimento e exigência de mantença; problemas ósseos; doenças cardíacas/ metabólicas
MATRIZES PESADAS (CORTE)
taxa de crescimento e fertilidade/ eclodibilidade
BIOSSEGURIDADE NA AVICULTURA
PANORAMA ECONÔMICO
Brasil = 	1° exportador carne de frango e 3° produtor carne frango
Posições refletem qualidade do produto brasileiro
Surto doença:
↓ exportações
desastre para avicultura e segmentos paralelos
Fornecedores de insumos
empregos
CONCEITO DE BIOSSEGURIDADE
Políticas e normas operacionais flexíveis
Saúde animal
Prevenir e proteger plantéis de agentes infecciosos
Diminuir a ocorrência de enfermidades agudas ou crônicas
COMPONENTES OPERACIONAIS
1- ISOLAMENTO
Cercas e árvores
Animais separados/ idade
“Tudo dentro tudo fora”
Distância entre galpões
2- CONTROLE DE TRÁFEGO
Fluxo de pessoas
Área limpa -> área suja
Registro das visitas
3- HIGIENIZAÇÃO
Desinfecção 
Veículos, materiais e galpões
Banho e troca de uniformes
Visitantes e funcionários
Desinfetante
Princípio ativo e tempo de ação
4- QUARENTENA/ MEDICAÇÃO/ VACINAÇÃO
Animais de outras áreas
Quarentena
Registro de isenção de doenças
mycoplasma, salmonella
Medicação e Vacinação
Programa
5- MONITORAMENTO/ REGISTRO/ COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS
Monitoramento sorológico aves
Perfil imunológico granja/ incubatório
Planilha de registros
Resultados
Discutidos com os envolvidos
Avaliados corretamente
Decisão
6- ERRADICAÇÃO DE DOENÇAS
Erradicação ou controle do organismo patogênico
7- EDUCAÇÃO CONTINUADA
Treinamento de pessoal
Médico veterinário
Administrativo e operacional
Políticas e normas
Atualização e motivação
Rotineiro e em nível técnico
8- AUDITORIAS E ATUALIZAÇÃO
Verificação de todo programa
Atualização dos envolvidos
9- PLANO DE CONTINGÊNCIA
= ocorrência de evento crítico
Procedimentos e decisões emergenciais
Direcionado a cada enfermidade
perda econômica ou problema de saúde pública
HIERARQUIA DA BIOSSEGURIDADE
BIOSSEGURIDADE CONCEITUAL
Nível básico e primordial 
Não pode ser modificado
Implantação do sistema de produção
Seleção do local de instalação;
Dimensões dos galpões;
Proximidade com instalações; Proximidade com rotas migratórias, lagos;
Tipo de criação;
Linhagem genética a ser criada;
Densidade animal;
Fases de criação;
Tipos de equipamentos.
BIOSSEGURIDADE ESTRUTURAL
Instalações
construção e localização
pode ser modificada
Cercas e barreiras vegetais;
Estrada de circulação interna;
Equipamentos de desinfecção;
Áreas de apoio: banheiros, vestiário, lavanderia, almoxarifado
Localização dos silos;
Acabamento interior dos galpões;
Tipo de telhado;
Proteção contra pássaros.
BIOSSEGURIDADE PERACIONAL
Procedimento de rotina e de manejo
Prevenir introdução e disseminação enfermidades
Banho e troca de roupas;
Fluxo de visitas ao plantel;
Programa de vacinação;
Programa de desinfecção;
Medidas preventivas e curativas;
Registro de visitantes;
Controle de contaminantes;
Controle de moradia de funcionários.
MÉTODOS DE APLICAÇÃO DO PROGRAMA DE BIOSSEGURIDADE
Programa 5S	
senso de utilização, organização, limpeza, higiene e ordem
POP = procedimento operacional padrão
APPCC = análise de perigos e pontos críticos de controle
segurança alimentar
BPF = boas práticas de fabricação
funcionamento das instalações
Rastreabilidade 
Princípios HAPPC/ APPCC :
Análise dos perigos e medidas preventivas;
Identificação dos pontos críticos de controle (PCC) – árvore de decisão
 Estabelecimentos de:
limites críticos; 
ações corretivas;
procedimentos de monitorização;
procedimentos de verificação;
procedimentos de registros

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