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Introdução à Economia Curso de Direito Elaborado pelo Prof. MSc. Sérgio Augusto Batalhone Edição revisada e atualizada: Janeiro de 2008 Material destinado exclusivamente para uso dos alunos da disciplina de Introdução à Economia Curso de Direito - UCB Introdução à Economia – Curso de Direito________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 2 APRESENTAÇÃO A realização deste trabalho, objetiva sob a perspectiva pedagógica e educacional, proporcionar aos alunos da disciplina de Introdução à Economia, constante da grade curricular do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília–UCB, condições mais favoráveis de aprendizagem, contribuindo dessa forma para a maximização do desempenho acadêmico de cada aluno. Resultado de pesquisas em diversos livros textos atualizados e largamente utilizados nas disciplinas de Teoria Econômica, o trabalho está dividido em duas partes. A primeira, trata-se do desenvolvimento teórico das oito unidades que compõem o conteúdo programático da disciplina, quais sejam: Unidade I – Aspectos Introdutórios: Economia como Ciência, Unidade II – Problemas Econômicos Fundamentais, Unidade III – Organização da Atividade Econômica, Unidade IV – Mensuração da Atividade Econômica, Unidade V – Moedas e Mercado Financeiro, Unidade VI – Inflação, Unidade VII – Setor Externo e Unidade VIII – Aspectos de Microeconomia. A segunda parte, está constituída de listas de exercícios de aprendizagem e fixação dos conceitos abordados, para cada uma das respectivas unidades. Finalmente, na expectativa de que este trabalho contribua para uma melhor formação acadêmica dos alunos do Curso de Direito da UCB, invoco a todos, a refletirem sobre a mensagem a seguir. O conhecimento humano é o único fator de produção existente que não está sujeito à Lei Econômica dos Rendimentos Decrescentes. Introdução à Economia – Curso de Direito________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 3 UNIDADE I – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: ECONOMIA COMO CIÊNCIA 1 – ORIGEM DA PALAVRA ECONOMIA A palavra economia origina-se do grego: Oikos (eco), que significa casa, riqueza, e Nomos (nomia), cujo significado é lei, regra e administração. 2 – DEFINIÇÕES DE ECONOMIA 2.1 – Primeiras Definições Na antiguidade, a economia era considerada como a ciência da administração da comunidade doméstica, em suas mais simples funções de produção e distribuição. Com o desenvolvimento dos Estados-Nações – França, Espanha, Portugal e Inglaterra – e com os descobrimentos de novas terras e o desenvolvimento mercantil, a economia seria definida como o ramo do conhecimento, essencialmente voltado para a melhor administração do Estado, com o objetivo central de promover o seu fortalecimento. Nesse sentido, a economia foi definida como a ciência que se dedica ao estudo das leis que determinam a riqueza e a sua administração. Uma vez que a riqueza é gerada pelos homens e por eles administrada, é preciso considerar suas ações sobre a natureza para produzi-la, e suas ações entre si para reproduzi-la e administrá-la. A riqueza não tem sentido em si mesma. Ela somente será completa se puder ser utilizada em benefício do homem (satisfação de necessidades). Para satisfazer as necessidades o homem necessita consumir algo (coisas). O homem transforma essas coisas através do seu trabalho, com o auxílio de instrumentos. O ato de transformar é denominado produção e por meio dele criam-se bens e serviços. 2.2 – Definições Clássicas A partir do século XVIII, a economia entraria na sua fase científica, com a formulação de princípios, teorias e leis sobre os três grandes compartimentos básicos da atividade econômica quais sejam: (i) formação, (ii) distribuição, e (iii) consumo das riquezas. 2.3 – Definições Contemporâneas Os economistas contemporâneos definiram a economia como a ciência que procedia a análise da prosperidade e das recessões, o exame dos problemas decorrentes da escassez econômica face às necessidades ilimitadas, e principalmente, a investigação das condições necessárias para a universalização do bem-estar da sociedade. Em outras palavras, a economia foi definida como a ciência da escassez. Dentro dessa perspectiva, o estudo da economia fundamenta-se na atividade humana denominada econômica e dirigida no sentido de escolher, dentre as diversas alternativas existentes, o que fazer com os recursos escassos. Ou seja, trata-se de descobrir a melhor utilização a ser dada aos recursos limitados existentes na natureza de forma satisfazer da melhor forma possível as necessidades humanas. A economia é, portanto, a ciência da escassez. A solução do problema econômico confronta a administração de recursos escassos e limitados, com a satisfação de necessidades ilimitadas, cada vez maiores conforme o progresso da ciência e da tecnologia. Introdução à Economia – Curso de Direito________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 4 3 – OBJETO DA ECONOMIA O objeto de estudo da economia diferiu-se com a própria evolução do pensamento econômico. Nesse sentido, tendo como ponto de referência o período no qual a economia entraria na sua fase científica, ou seja, a partir do século XVIII, têm-se os seguintes objetos de estudo: (i) de 1776 até 1936, o objeto da economia foi o estudo da formação e repartição da riqueza; (ii) em 1936, com o fim da Grande Depressão Econômica, John Maynard Keynes, mostrou que o objeto de estudo da economia deveria centralizar-se na pesquisa dos fatores determinantes das flutuações da renda nacional e do volume de emprego, ou seja, flutuações da atividade econômica; (iii) após o término da 2ª Guerra Mundial, o objeto de estudo da economia centrou-se na análise das flutuações da atividade econômica; nas condições necessárias à promoção do desenvolvimento econômico; e nas investigações sobre a repartição da riqueza; e (iv) a posição mais recente refere-se à formação da riqueza, desenvolvimento, e principalmente, quanto às questões ligadas à repartição da riqueza. Desenvolvimento, refere-se ao aproveitamento ótimo dos escassos recursos disponíveis; enquanto, a repartição está ligada ao atendimento das necessidades ilimitadas da sociedade. 4 – TEORIA ECONÔMICA A teoria econômica divide-se em dois grandes ramos: (i) análise microeconômica, e (ii) análise macroeconômica. 4.1 – Análise Microeconômica É o ramo da teoria econômica que trata individualmente do comportamento dos consumidores e produtores com o objetivo de compreender o funcionamento geral do sistema econômico. Dentre os assuntos tratados pela microeconomia, têm-se: (i) teoria do consumidor; (ii) teoria da firma; (iii) teoria da produção; (iv) teoria dos custos; e (v) teoria da repartição. 4.2 – Análise Macroeconômica É o ramo da teoria econômica que trata do estudo agregativo da atividade econômica, ocupando-se de magnitudes globais, com o objetivo de determinar as condições necessárias do crescimento e do equilíbrio do sistema econômico. A macroeconomia estuda: (i) teoria geral do equilíbrio e do crescimento econômico; (ii) teoria da moeda; (iii) teoria das finanças públicas; (iv) teoria das relações internacionais; e (v) teoria do desenvolvimento, entre outros assuntos. É importante ressaltar que, a macroeconomia trata da formulação de políticas econômicas. 5– COMPARTIMENTOS DA ECONOMIA De acordo com a maioria dos autores contemporâneos, a Ciência Econômica comporta três desdobramentos principais, constituídos pela Economia Descritiva, pela Teoria Econômica e pela Política Econômica. 5.1 – Economia Descritiva A Economia Descritiva é geralmente considerada como o compartimento responsável pelo reconhecimento – em nível de descrição – de como se comportam os diversos agentes do sistema econômico. Introdução à Economia – Curso de Direito________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 5 A economia lida, essencialmente, com o comportamento dos consumidores, dos produtores, das instituições governamentais e de outros agentes (públicos e privados), permanentemente dedicados à tarefa de empregar recursos escassos para que sejam atendidas, ao mais alto nível possível, as necessidades de bens e serviços da coletividade. As ações e reações desses heterogêneos agentes nem sempre são de fácil identificação. O mundo real das atividades econômicas, quando observado cuidadosamente, é de uma estranha complexidade. A maior parte dos fatos encontra-se inter-relacionados através de um encadeamento de reações, de motivações e de influências recíprocas. Em alguns casos, a realidade registra certos círculos viciosos, cuja descrição é extremamente dificultada pela impossibilidade de se encontrar o fato gerador do processo desencadeado. Em outros casos, certas ações aparentemente isoladas poderão conduzir a todo um conjunto de novas situações, impondo-se, assim, a necessidade de classificação e de pormenorizada descrição de cada um dos fatos geradores e de cada uma das novas situações geradas. É a esta complexa tarefa de levantamento, descrição e classificação dos fatos que se dedica a Economia Descritiva. É através dela que a realidade começará a ser submetida a um criterioso tratamento científico, no sentido de que possam ser analisadas as relações básicas que se estabelecem entre os diversos agentes que compõem o quadro da atividade econômica. 5.2 – Teoria Econômica A Teoria Econômica é o compartimento central da economia, haja vista que lhe compete dar ordenamento lógico aos levantamentos sistemáticos fornecidos pela Economia Descritiva, produzindo generalizações que sejam capazes de ligar os fatos entre si, desvendar as cadeias de ações e reações manifestadas e estabelecer relações que identifiquem os graus de dependência de dado fenômeno em relação a outro. Essa transformação dos fatos observados em generalizações lógica, inteligentes e úteis constitui a passagem da Economia Descritiva para a Teoria Econômica. O instante dessa passagem implica a teorização da realidade. Como decorrência surgirão um conjunto de princípios, teorias, leis e modelos fundamentados nas descrições e observações da Economia Descritiva. 5.3 – Política Econômica Os desenvolvimentos elaborados no compartimento da Teoria Econômica têm a finalidade de servir à Política Econômica. Nesse terceiro compartimento, é que serão utilizados os princípios, as teorias, as leis e os modelos explicativos da realidade. A utilização terá o objetivo de conduzir mais adequadamente a ação econômica com vistas a objetivos predeterminados. A Política Econômica é, assim, um ramo essencialmente voltado para o condicionamento da atividade econômica. Nesse sentido, a título de exemplo, quando se emprega a expressão Política Econômica Governamental, está se referindo às ações práticas desenvolvidas pelo governo, com a finalidade de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico, no sentido de que sejam alcançados um ou mais objetivos econômicos, politicamente estabelecidos. É importante ressaltar que, essas ações práticas, devido à complexidade do mundo econômico e de seus problemas, tendem a ter o respaldo da Teoria Econômica, uma vez que esta última é constituída por um conjunto de generalizações – em nível científico – capazes de dar explicações lógicas e úteis aos fatos, aos problemas e à complexa realidade sobre a qual se pretende atuar. 6 – PROPOSIÇÕES POSITIVA E NORMATIVA A Economia Positiva é o campo da economia que descreve ou, então, teoriza determinado aspecto da realidade, preocupando-se com os fatos, da forma como eles são ou segundo se apresentam. A Economia Positiva é constituída da Economia Descritiva e da Teoria Econômica. Introdução à Economia – Curso de Direito________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 6 A Economia Normativa é o campo da economia que formula julgamentos e propõe novas situações, procurando examinar ou propor como os fatos devem ser. A Política Econômica faz parte do campo de estudo da Economia Normativa. A título de exemplo, suponhamos as seguintes afirmativas: (i) A inflação do país está bastante elevada. (ii) Para combater a inflação o governo deve aumentar a taxa de juros e reduzir o déficit público. Assim, como a primeira afirmativa descreve um fato econômico como ele se apresenta, então faz parte da Economia Positiva; enquanto a segunda, por propor o que o governo deve fazer para reduzir a inflação, então se enquadra no campo da Economia Normativa.