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GAAL - 2013/1 - Simulado - 3
exerc´ıcios variados de retas e planos
SOLUC¸O˜ES
Exerc´ıcio 1: Considere as retas m e n de equac¸o˜es parame´tricas
m : (x, y, z) = (1,−1, 0) + t(−2, 1, 3)
n : (x, y, z) = (2, 3, 1) + s(4, 1, 2)
(a) Mostre que m e n sa˜o retas reversas.
(b) Determine a equac¸a˜o parame´trica da reta ` que passa por P = (−1, 3,−8) e que
e´ concorrente com m e com n.
SOLUC¸A˜O:
(a) Os vetores diretores das retasm e n sa˜o Vm = (−2, 1, 3) e Vn = (4, 1, 2). Como estes
vetores diretores na˜o sa˜o mu´ltiplos escalares, as retas na˜o sa˜o paralelas. Para elas
serem concorrentes deve existir um ponto (x, y, z) que satisfaz simultaneamente as
equac¸o˜es parame´tricas de m e de n. Para um tal ponto, igualando estas equac¸o˜es
parame´tricas, devemos ter 
1− 2t = 2 + 4s
−1 + t = 3 + s
3t = 1 + 2s
Como este sistema linear de treˆs equac¸o˜es e duas inco´gnitas na˜o possui soluc¸a˜o
(verifique isso) vemos que as retas m e n na˜o sa˜o concorrentes. Deste modo, como
elas na˜o sa˜o paralelas nem concorrentes, provamos que estas retas sa˜o reversas.
(b) Para resolver este item vamos ter que fazer uma boa intepretac¸a˜o geome´trica da
situac¸a˜o descrita neste exerc´ıcio. Temos duas retas reversas m e n e temos um
ponto P que na˜o pertence a nenhuma destas retas. Estamos procurando uma reta
` que passa por P e que e´ concorrente com as retas m e n. A figura a seguir ilustra
este problema resolvido.
A dificuldade neste exerc´ıcio e´ encontrar o vetor diretor da reta `. Para achar este
vetor diretor, vamos pensar do seguinte modo. (veja figura a seguir)
• Como a reta ` deve ser concorrente com a reta m, estas retas devem ser
coplanares.
• O plano pi que conte´m as retas m e ` e´ o plano que conte´m a reta m e o ponto
P .
• Enta˜o sabemos calcular a equac¸a˜o de pi como o plano que conte´m uma reta
m e um ponto P fora da reta.
• Calculada a equac¸a˜o de pi, podemos calcular o ponto de intersec¸a˜o Q entre o
plano pi e a reta n.
• Determinado o ponto Q, a reta ` e´ a reta que passa por P e que tem vetor
diretor V` =
−→
PQ.
Enta˜o, seguindo esta estrate´gia, para determinar a reta ` e´ suficiente executar os
seguintes passos.
1. Calcular a equac¸a˜o do plano pi que conte´m a reta m e o ponto P .
2. Calcular o ponto de intersec¸a˜o Q do plano pi com a reta n.
3. Calcular o vetor V` =
−→
PQ.
Antes de continuar estudando esta soluc¸a˜o, e´ muito importante que voceˆ tenha
entendido a estrate´gia adotada acima. O que permite a soluc¸a˜o do problema e´ esta
estrate´gia geome´trica. Se voceˆ ainda na˜o entendeu esta estrate´gia, pare e pense
novamente, porque daqui para frente so´ vamos fazer as contas dos passos descritos
acima.
1. Para calcular pi considere um ponto qualquer da reta m, como por exemplo
o ponto A = (1,−1, 0). Como os vetores −→AP = (−2, 4,−8) e Vr = (−2, 1, 3)
sa˜o paralelos ao plano pi, o produto vetorial N =
−→
AP ×Vr e´ um vetor normal
de pi.
N =
−→
AP × Vr = det
 ~i ~j ~k−2 4 −8
−2 1 3
 = (20, 22, 6).
Portanto o plano pi tem equac¸a˜o da forma 20x+ 22y + 6z = d. Substituindo
as coordenadas do ponto A = (1,−1, 0), obtemos d = −2. Assim o plano pi
tem equac¸a˜o 20x+ 22y+ 6z = −2 ou, dividindo por 2, 10x+ 11y+ 3z = −1.
2. Agora para calcular o ponto de intersec¸a˜o Q = pi ∩ n, substituimos as
coordenadas x = 2 + 4s, y = 3 + s e z = 1 + 2s de um ponto da reta n
na equac¸a˜o do plano pi.
10(2 + 4s) + 11(3 + s) + 3(1 + 2s) = −1.
A soluc¸a˜o desta equac¸a˜o e´ s = −1. Para este valor de s, obtemos o ponto
Q = (−2, 2,−1) na intersec¸a˜o pi ∩ n.
3. O vetor diretor da reta ` pode ser o vetor
−→
PQ = (−1,−1, 7).
Portanto uma equac¸a˜o parame´trica da reta ` pode ser dada por
` : (x, y, z) = (−1, 3,−8) + u(−1,−1, 7).
Somente para deixar registrado, sabemos que `∩ n = (−2, 2,−1). Por um ca´lculo
direto verifica-se que ` ∩m = (−3, 1, 6).
Exerc´ıcio 2: Considere os pontos A = (1, 0, 0), B = (0, 1, 0) e C = (0, 0, 1). Observe
que estes treˆs pontos sa˜o ve´rtices de um triaˆngulo equila´tero de lado
√
2.
(a) Determine um ponto D no espac¸o tal que ABCD e´ um tetraedro regular, isto e´,
e´ uma piraˆmide de base triangular com todas as arestas de mesma medida.
(b) Quantos tais pontos D existem?
(c) Escolha um dos pontos D que voceˆ encontrou no item (a). Para este ponto
mostre que as arestas opostas AB e CD sa˜o ortogonais. (na verdade, esta e´ uma
propriedade verdadeira para quaisquer pares de arestas opostas de um tetraedro
regular).
SOLUC¸A˜O:
(a) Estamos procurando por um ponto D = (x, y, z) tal que dist(A,D) =
√
2,
dist(B,D) =
√
2 e dist(C,D) =
√
2. Calculando cada uma destas distaˆncias e
elevando ao quadrado, obtemos o sistema
(x− 1)2 + y2 + z2 = 2
x2 + (y − 1)2 + z2 = 2
x2 + y2 + (z − 1)2 = 2
Desenvolvendo os quadrados e simplificando obtemos
x2 − 2x+ y2 + z2 = 1
x2 + y2 − 2y + z2 = 1
x2 + y2 + z2 − 2z = 1
Subtraindo a primeira da segunda equac¸a˜o obtemos −2x+ 2y = 0, ou seja, x = y.
Agora subtraindo a primeira da terceira equac¸a˜o obtemos −2x+ 2z = 0, ou seja,
x = z. Portanto x = y = z e o ponto procurado P possui todas as coordenadas
iguais P = (x, x, x).
Substituindo x = y = z em qualquer uma das equac¸o˜es do sistema, obtemos a
equac¸a˜o 3x2 − 2x − 1 = 0, cujas soluc¸o˜es sa˜o x = 1 e x = −1
3
. Para cada um
destes valores, obtemos um poss´ıvel ponto D.
D = (1, 1, 1) e D =
(
−1
3
,−1
3
,−1
3
)
.
(b) Existem dois valores de D que completam o triaˆngulo equila´tero ABC em um
tetraedro regular ABCD. Estes dois pontos D sa˜o sime´tricos em relac¸a˜o ao plano
do triaˆngulo ABC.
(c) Vamos considerar, por exemplo D = (1, 1, 1). Arestas opostas do tetraedro regular
possuem vetores diretores
−→
AB = B − A = (−1, 1, 0) e −−→CD = D − C = (1, 1, 0).
Calculando o produto escalar 〈−→AB,−−→CD〉 = 0 verificarmos que estas arestas sa˜o
ortogonais.
Exerc´ıcio 3:
(a) Determine a equac¸a˜o do plano pi que passa pelos pontos A = (1, 0, 0), B = (0, 2, 0)
e C = (0, 0, 3).
(b) Seja O = (0, 0, 0) a origem do sistema de coordenadas. Determine o ponto P ∈ pi
tal que a reta que liga os pontos O e P seja perpendicular ao plano pi.
(c) Calcule o volume do tetraedro OABC.
(d) Determine a equac¸a˜o geral do plano que conte´m o eixo z e que e´ perpendicular ao
plano pi.
SOLUC¸A˜O:
(a) Os vetores
−→
AB = (−1, 2, 0) e −→AC = (−1, 0, 3) sa˜o paralelos ao plano pi. Portanto
o produto vetorial N =
−→
AB ×−→AC e´ um vetor normal ao plano.
N =
−→
AB ×−→AC = det
 ~i ~j ~k−1 2 0
−1 0 3
 = (6, 3, 2).
Portanto o plano tem equac¸a˜o da forma 6x + 3y + 2z = d. Substituindo as
coordenadas de A, B ou C obtemos d = 6 e conclu´ımos que o plano pi tem equac¸a˜o
geral 6x+ 3y + 2z = 6.
(b) Em primeiro lugar vamos determinar a equac¸a˜o parame´trica da reta que passa pela
origem e que e´ perpendicular ao plano pi. Para isso observe que o vetor normal
N = (6, 3, 2) do plano pi e´ um vetor diretor desta reta. Como esta reta passa pela
origem, ela tem equac¸a˜o parame´tica
(x, y, z) = (0, 0, 0) + t(6, 3, 2).
Para calcular a intersec¸a˜o desta reta com o plano pi, substituimos as coordenadas
x = 6t, y = 3t e z = 2t de um ponto da reta na equac¸a˜o do plano. Fazendo isto
obtemos a equac¸a˜o
6(6t) + 3(3t) + 2(2t) = 6
cuja soluc¸a˜o e´ t =
6
49
. Substituindo este valor de t na equac¸a˜o da reta, obtemos
P =
(
36
49
,
18
49
,
12
49
)
.
(c) Muitos alunos apresentam dificuldades no ca´lculo do volume da piraˆmide OABC
pois ao utilizarem a expressa˜o “volume e´ igual a um terc¸o da a´rea da base vezes a
altura”, consideram o triaˆngulo ABC como a base e o segmento OP como a altura.
Esta estrate´gia para calcular o volume esta´ correta, mas ela gera um volume muito
grande de contas.
Em vez de fazer isso, vamos olhar a piraˆmide OABC de outra forma. Vamos
considerar
o triaˆngulo retaˆngulo OAB como base e o segmento OC como altura.
Como a a´rea do triaˆngulo retaˆngulo OAB e´ igual a
1× 2
2
= 1 e como a altura OC
e´ igual a 3, vemos que o tetraedro OABC tem volume igual a
volume(OABC) =
(a´rea da base)× (altura)
3
=
1× 3
3
= 1.
(d) Como queremos um plano que contenha o eixo z, o vetor diretor ~k = (0, 0, 1) do
eixo z e´ um vetor paralelo ao plano procurado. Por outro lado, como este plano
deve ser perpendicular ao plano pi, o vetor normal N = (6, 3, 2) do plano pi tambe´m
e´ um vetor paralelo ao plano procurado.
Como ~k e N sa˜o paralelos ao plano procurado, um vetor normal deste plano e´ o
produto vetorial ~k ×N .
~k ×N = det
 ~i ~j ~k0 0 1
6 3 2
 = (−3, 6, 0).
Portanto o plano procurado tem equac¸a˜o da forma −3x + 6y + 0z = d. Como
ele passa pela origem d = 0 e sua equac¸a˜o geral e´, enta˜o, −3x + 6y + 0z = 0.
Dividindo por -3 obtemos tambe´m
x− 2y + 0z = 0.
- FIM -

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