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0 1 Apostila elaborada pelos Enfermeiros da AMA Treinamento & Desenvolvimento Roberto Xavier de Araújo Tatiana Diniz 2 SUMÁRIO REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ......................................................... 4 Epiderme ........................................................................................................................................... 6 Derme ............................................................................................................................................... 6 Tecido Subcutâneo ........................................................................................................................... 7 COLONIZAÇÃO DA PELE ............................................................................................ 9 Microbiota Transitória .................................................................................................................... 10 Microbiota Residente ..................................................................................................................... 10 Microbiota Temporariamente Residente ....................................................................................... 10 SISTEMA VENOSO ................................................................................................... 12 Estrutura das Veias ......................................................................................................................... 13 Principais Veias ............................................................................................................................... 15 Estruturas Associadas ..................................................................................................................... 18 PRINCIPIOS DA TERAPIA INTRAVENOSA .................................................................. 19 Revisão da Farmacologia ................................................................................................................ 20 DEFINIÇÃO E CARACTERISTICAS DO PICC ................................................................. 24 Apresentação dos Cateteres de CCIPs/PICCs .................................................................................. 24 Evolução do Material dos Cateteresde CCIPs/PICCs ....................................................................... 25 Características dos Cateteres de CCIPs/PICCs ................................................................................ 26 INDICAÇÕES, VANTAGENS, DESVANATAGENS, CONTRA INDICAÇÕIES E LIMITAÇÕES NO USO DO PICC .................................................................................................... 32 Vantagens ....................................................................................................................................... 33 Desvantagens .................................................................................................................................. 33 Contraindicações ............................................................................................................................ 33 Limitações ....................................................................................................................................... 34 AVALIAÇÃO E ESCOLHA D ACESSO, DO CATETER E DO CALIBRE ............................... 35 Consulta Pré-CCIP/PICC .................................................................................................................. 36 Fases da Consulta ........................................................................................................................... 37 TÉCNICA DE INSERÇÃODO CCIP/PICC ...................................................................... 38 Punção venosa periférica simples................................................................................................... 39 Preparo do paciente ....................................................................................................................... 39 Preparo do CCIP/PICC ..................................................................................................................... 40 AVALIAÇÃO D FUNCIONAMENTO E FIXAÇÃO DO CCIP/PICC ..................................... 41 CONFIRMAÇÃO DO PSICIONAMENTO DO CCIP/PICC ............................................... 43 Exames de imagem complementares à passagem do CCIP/PICC ................................................... 44 Técnica de realização do exame ..................................................................................................... 47 Considerações sobre a realização do exame .................................................................................. 48 Diferentes densidades nos raios-x .................................................................................................. 49 ORIENTAÇÃO APÓS INSERÇÃO DO CCIP E /OU ALTA HOSPITALAR ........................... 50 Manutenção Diária ......................................................................................................................... 51 Manutenção Semanal ..................................................................................................................... 52 COMPLICAÇÕES POTENCIAIS .................................................................................. 57 Exemplos de oclusões de cateteres ................................................................................................ 63 CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................... 69 3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................. 72 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS ..................................................................................... 76 ANEXOS ................................................................................................................. 80 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 83 4 I - REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 5 REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE A pele funciona como primeira linha de defesa orgânica protegendo o corpo contra agentes químicos, físicos ou de outra natureza. Ela é formada por três camadas distintas, unidas entre si (Figuras 1 e 2): epiderme, derme e tecido subcutâneo que auxiliam na regulação do equilíbrio do meio interno, absorvendo e eliminando substâncias. Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Figuras 1 e 2 A Pele humana Figura 1 Fonte: Geras 1990 Figura 2 Fonte: www.afh.bio.br 6 Entre as funções da pele, a mais importante é agir como barreira entre o meio interno e o ambiente, além de prevenir a desidratação através da perda de água corporal, a absorção de substâncias químicas e a invasão de micro-organismos da superfície da pele, proteção quanto a traumas e radiação ultravioleta, termorregulação e sensação tátil. EPIDERME Camada mais externa da pele, composta de uma camada córnea, uma camada granular, uma camada de células espinhosas e uma camada basal. Das camadas da pele, a epiderme é a que mais sofre modificações da sua estrutura normal. Tais modificações podem ser decorrentes de interferências externas (luz solar, pressão habitual, abrasão) propiciando maior vulnerabilidade na sua função de defesa, acarretando maior enrijecimento e consequente dificuldade de punção. As interferências relacionadas à idade variam desde a imaturidade tecidual em neonatos, traduzida por maior fragilidade e riscos de infecção até aquelas relacionadas com o aumento da idade, traduzidas por morte e perda celular, fissuras e soluções de continuidade. Na epiderme não existem vasos sanguíneos, os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina, pigmento que determina a coloração da pele. Toda a superfície cutânea é provida de terminações nervosas que são capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Esses receptores cutâneos são especializados na captação de estímulos específicos, sendo que alguns podem captar estímulos de natureza distinta (Quadro 1). Quadro 1 Receptores de superfície SENSAÇÃO PERCEBIDA SENSAÇÃO PERCEBIDA RECEPTORES DE KRAUSER FRIO RECEPTORES DE RUFFINI CALOR DISCS DE MERKEL TATO E PRESSÃO RECEPTORES DE VATER-PACINI PRESSÃO RECEPTORES DE MEISSNER TATO TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES PRINCIPALMENTE DOR Quadro: 1 A epiderme é a camada sobre a qual, em situações normais, depositam as bactérias, a qual denominou genericamente de microbiota residente e transitória, que veremos mais adiante. A utilização constante de antissépticos é considerada um fator externo de interferência com a integridade dérmica. DERME A derme localiza-se imediatamente abaixo da epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras protéicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela 7 produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas, fibras colágenas, vasos sanguíneos e nervos. É sensível e vascularizada, reagindo aos estímulos dolorosos, alterações de temperatura e sensação de pressão. A dor referida na venopunção é em decorrência da penetração desta camada. TECIDO SUBCUTÂNEO O tecido subcutâneo é formado de tecido conjuntivo frouxo (colágeno & fibras elásticas), rico em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolantes térmico. Nesta camada é que se encontram as células de defesa. A fascia superficial desta camada da pele reage facilmente à estimulação química ou imunológica, daí advém o fato de apresentar potencial para celulite e infecção. Os anéis de urticária e angioedema têm sua origem nesta camada da pele. 8 II - COLONIZAÇÃO DA PELE 9 COLONIZAÇÃO DA PELE A pele é um local fértil para o crescimento bacteriano devido ao calor e umidade que apresenta. Normalmente são encontrados na pele em torno de 10.000 organismos/cm3. A pele humana está habitualmente colonizada com bactérias (Quadro 1). O microbiota da pele foi primeiramente descrita em 1938, por Price, que identificou dois grupos distintos: microbiota transitória e residente. Esses conceitos evoluíram e, além deles, mais dois termos são usados com freqüência atualmente: Microbiota transitoriamente residente e microbiota infectante. MICROBIOTA TRANSITÓRIA É composta por microrganismos que se depositam na superfície da pele, proveniente de fontes externas, colonizando temporariamente os extratos córneos mais superficiais. É essencialmente formada por bactérias Gram negativas como Enterobacterias, Pseudômonas spp, acinetobacter spp e Gram positivas como Sthaphylococcus aureus, Enterococcus spp, e fungos com a Cândida spp e vírus, possuindo maior potencial patogênico. Por serem mais facilmente removidos da pele, por meio de ação mecânica, os microrganismos que compõem a microbiota transitória também se espalham com mais facilidade pelo contato e são eliminados com mais facilidade pela degermação com agentes anti-sépticos. MICROBIOTA RESIDENTE Constituída por microrganismos como Staphylococcus coagula se negativo, micro cocos e corynebacterias, que se encontram nas camadas mais profundas da pele, formando colônias de microrganismos que se multiplicam e se mantêm em equilíbrio com as defesas do hospedeiro, sendo consideradas importantes na resistência à colonização por microrganismos mais patogênicos. Esses microorganismos são de difícil eliminação e as suas colônias possuem mecanismos de defesa contra a remoção mecânica ou por agentes químicos. Entretanto, com a descamação natural da pele e a produção de suor, alguns deles são movidos para camadas mais superficiais e eliminados no ambiente. Dentro da cadeia de transmissão de infecções relacionadas à assistência, esses microorganismos apresentam menor importância, mas podem, por vezes, se tornar invasivos e causar infecções em pessoas suscetíveis, apesar de apresentarem baixa patogenicidade. MICROBIOTA TEMPORARIAMENTE RESIDENTE Alguns microrganismos que compõem a microbiota transitória são detectados na pele por períodos mais prolongados e conseguem se multiplicar e formar colônias sem causar infecção. É o caso dos Staphylococcus aureus. 10 Quadro 2. Os principais microrganismos da pele. COCOS GRAM PODITIVOS - PREDMINAM NAS REGIÕES DE DOBRAS POR SUPORTAREM UMIDADE E ALTAS CONCENTRAÇÕES SALINAS. STAPHYLOCOCCUS EPIDERMEDIS (DISTRIBIÇÃO UNIVERSAL) STAPHYLOCOCCUS AUREUS (RECÉM - NASCIDOS) STAPHYLOCOCCUS ALFA E GAMA - HEMLÍTICOS (AO REDOR DA BOCA, EM CRIANÇAS QUE POSSUEM BAIXA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDOS GRXOS NA PELE) BACILOS GRAMNEGATIVOS–RAROS, FREQUENTEMENTE SÓ NA REGIÃO PERINAL, DECORRENTE DA MÁ HIGIENE.É COMPOSTA PELOS REPRESENTANTES DP MICROBIOTA INTESTINAL(ESCHERICHIA CALI). MYCOBACTERIEM SMEGMATIS: OBSERVAD EM REGIÕES RICAS EM SECREÇÕES RICAS EM SECREÇÕES SEBÁCEAS. FUNGO - DISTRIBUIÇÃO DEPENDE DAS CARACTERÍSTICAS DA PELE. MALASSEZIA FURFUR: REGIÃO RICA EM GLÂNDULAS SEBÁCEA, NA FASE DE PUBERDADE (FACE, COURO CABELUDO, TÓRAX). CANDIDA SP: ÁREAS ÚMIDAS E DOBRAS (INTERDIGITOS, REGIÕES INFRA MAMÁRIA, REGIÃ INGUINAL). RHODTRULA SP, TORULPSIS SP E SACCHAROMYCES SP: PELE LIVRE DE PELOS. ANAERÓBIO NÃO FRMADORES DE ESPORS – MAIS FREQUNTES NA PUBERDADE E PÓS – PUBERDADE, EM LOCAIS RICOS EM GLÂDULAS SEBÁCEAS E FOLÍCULOS PILOSOS. PROPIONIBACTERIUM ACNES (COUR CABELUDO, AXILAS, FACE TÓRAX). Quadro: 2 11 III - SISTEMA VENOSO 12 SISTEMA VENOSO O estudo dos princípios físico que governam o fluxo sanguíneo pelos vasos e pelo coração constitui a hemodinâmica. O coração força o sangue para a aorta, distendendo-a e criando pressão em seu interior (Figura 3). Esta pressão empurra o sangue ao longo das artérias, arteríolas, capilares, vênulas, das veias e finalmente, de volta para o coração, esse fluxo de sangue, ao longo deste circuito contínuo, nunca cessa (Figura 4). As pequenas artérias, arteríolas, os capilares, as vênulas e as pequenas veias possuem diâmetro tão reduzido que o sangue flui por eles com dificuldades bastante acentuadas. Em outras palavras, diz-se que esses vasos oferecem resistências ao fluxo sanguíneo. Obviamente, quanto menor o calibre de um vaso maior será a resistência que oferece e, inversamente, quanto mais calibroso é o vaso menor a resistência oferecida. Figura 3: Circulação cardíaca Figura 3 Fonte: www.afh.bio.br Figura 4. Circulação pulmonar e sistêmica Figura 4 Fonte: www.afh.bio.br 13 ESTRUTURA DAS VEIAS Três zonas, camadas ou revestimentos são descritos como componentes de todas as veias. Estas camadas são associadas com diversas características importantes para o fluxo venoso: Túnica íntima é a camada mais interna e, portanto está em contato direto com o fluxo venoso. Este revestimento é composto de uma única camada de células epiteliais, propiciando uma superfície lisa e de baixa fricção além de não trombogênica. Danos à túnica íntima podem ocorrer por cateterização traumática, irritação da íntima por dispositivos de acesso venoso rígido ou excessivamente calibrosos, hiperosmolaridade da infusão e partículas ou inflamação. Essas injúrias expõem à camada subendotelial, com isso as plaquetas vão se aderindo a este local e desta forma ativam o sistema de coagulação sangüínea. Túnica média é uma camada espessa e central composta de tecido conectivo com fibras elásticas, e que pode resistir à tensão longitudinal quanto na circunferência. Esta camada possibilita às veias, tolerar mudanças na pressão e fluxo, proporcionando recuo elástico e contração muscular, os quais podem fazer variar o calibre venoso. Túnica adventícia é a camada externa, composta de fibras elásticas longitudinais e tecido conectivo frouxo que se mistura com o tecido conectivo de estruturas adjacentes. Em vasos muito calibrosos (ex: veia cava, veias hepáticas e portal, veia externa ilíaca e renal), esta camada pode ser mais grossa que a túnica média. Vasos de nutrição sangüínea (vasa vaso rum) estão também presentes na adventícia. Os vasos vasa vaso rum são especialmente proeminentes em veias calibrosas (1 mm ou mais de diâmetro), nas quais as suas largas paredes dependem da passagem de um melhor fluxo de sangue com os nutrientes. Ela forma uma rede capilar com a adventícia e pode passar tão profundamente quanto a íntima. O sistema nervoso simpático controla a inervação motora das veias e é responsável pela contração e relaxamento da camada muscular na túnica média que modifica o diâmetro venoso. Fibras aferentes também se ligam às veias e são responsáveis pela sensação de dor. Particularmente, em randes vasos perto do coração, as fibras aferentes reagem às mudanças de pressão no sangue e estimulam o sistema nervoso autônomo para responderem apropriadamente. Fibras nervosas podem se ligar em todas as três camadas. 14 Estrutura das artérias coronárias Figura 5 A maioria das veias do corpo humano possui válvulas venosas, que são projeções semilunares da túnica íntima, formadas por endotélio, colágeno e fibras elásticas (Figuras 4 e 5). As válvulas venosas são dispostas de modo que o fluxo sangüíneo só possa ser direcionado para o coração Danos a esta estrutura pode levar à formação de trombos. Figuras 4 e 5: Anatomia e funcionamento da válvula venosa Figura 6 15 Figura 7 PRINCIPAIS VEIAS Veia cefálica: nasce no lado radial do arco venoso dorsal, ascende lentamente na face anterior do antebraço e braço, correndo ao nível doombro, no sulco deltopeitoral (entre os músculos peitoral maior e deltóide). Perfura então, a fascia clavipeitoral e termina na veia axilar. Veia basílica: nasce no lado medial do arco venoso dorsal, ascende mediamente na face anterior do antebraço e depois na face posterior do mesmo lado do antebraço, para o cotovelo, se junta, via intermédia do cotovelo, à veia cefálica, onde ela se torna maior do que esta. Na metade do braço ela perfura a fascia profunda, acompanha a artéria braquial junto com as veias braquiais e, ao nível da borda do músculo redondo maior, une-se àquelas veias para formar a veia axilar. No seu trajeto pelo antebraço a veia cefálica e a veia basílica recebem diversas tributárias e a possibilidade de variações é muito grande. A topografia das veias superficiais varia até no mesmo indivíduo quando se comparam o membro superior direito e o esquerdo. Veia intermédia do cotovelo ou ante cubital mediana: é uma anastomose oblíqua, altamente variável, entre a veia basílica e a veia cefálica, e drena, via veia intermédia do antebraço, a face anterior do mesmo. Veia intermédia basílica e a veia intermédia cefálica: formam conexões entre a veia basílica, a veia cefálica e a veia intermédia do antebraço. Veias da região do cotovelo: tem particular importância, pois por serem superficiais e calibrosas, são utilizadas com freqüência na prática hospitalar. Veia axilar: forma-se, mais freqüentemente, pela união da veia basílica com as veias braquiais, ao nível da borda inferior do músculo redondo maior. Entretanto duas variações podem ocorrer: (1) as veias braquiais se unem em veia única que, a seguir, com a veia basílica, formam a veia axilar; (2) a veia basílica pode desembocar em uma das veias braquiais antes que elas se unam para formar a veia axilar. A veia axilar continua na veia subclávia, ao nível da borda externa da primeira costela, e esta, por sua vez, forma com a veia jugular interna, a veia Braquiocefálica. As veias braquiocefálicas, direita e esquerda se unem na veia cava superior que desemboca no átrio direito do coração. 16 Principais veias do membro superior no adulto Acesso venoso adulto Figura 7 Fonte: BD Figura 8 Fonte: SOBETI, 2002. 17 Quadro 1. Principais Veias dos Membros Superiores e Tórax e Suas características: V. BASÍLICA 0,6-0,8 mm DIÂMETRO 2 cm COMPRIMENTO V. CEFÁLICA 0,4-0,6mm DIÂMETRO 5,5-6 cm COMPRIMENTO V. AXILAR 1-1,6cm DIÂMETRO 13 cm COMPRIMENTO V. SUBCLÁVIA 1,5-1,9cm DIÂMETRO 5,5-6 cm COMPRIMENTO V. BRAQUIOCEFÁLICA OU V. INOMINADA 1,5-1,9cm DIÂMETRO 2,5-3 cm COMPRIMENTO V. CAVA SUPERIOR 2,3cm d DIÂMETRO 6-7 cm COMPRIMENTO. FLUXO SANGUÍNEO 2-2.5l/min. ATRITO DIREIT AO NÍVEL DO 3º ESPAÇO INTERCSTAL. Figura 9 e 10 Principais veias do recém nascido Figura 9 Fonte: SOBETI, 2002. Figura 10 Fonte: SOBETI, 2002. 18 ESTRUTURAS ASSOCIADAS Ao realizarmos a técnica de inserção de um cateter por veia periférica,devemos estar atentos para as outras estruturas anatômicas que compõem o membro escolhido, buscando prevenir acidentes e possíveis problemas, principalmente no ato da punção venosa. São eles (Figura 10): Tendão do bíceps – encontra-se no centro da fossa ante cubital. É considerado como ponto de diferenciação entre os sistemas venosos basílico e cefálico. Deve ser localizado antes da punção. Artérias – as principais artérias de membros superiores são: Ulnar, Radial e Braquial. Nervos – três nervos principais: Cubital mediano, Radial e Lateral cutâneo. Figura 13. Estruturas associadas Figura 10 19 IV - PRINCÍPIOS DA TERAPIA INTRAVENOSA 20 PRINCÍPIOS DA TERAPIA INTRAVENOSA As funções do enfermeiro durante a Segunda Guerra Mundial mudou devido ao menor número de médicos na assistência hospitalar, passando desta forma a assumir funções que, geralmente eram realizadas pelos médicos, como injeções, sutura de feridas, medição de pressão arterial, coleta de sangue e administração da terapia intravenosa. Em meados do século XX, menos de 20% dos pacientes hospitalizados recebia terapia intravenosa, atualmente esse número chega a aproximadamente 90%. Conhecimentos provenientes de diversas especialidades norteiam as ações desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar que conta, ainda, com o suporte de tecnologia fornecida, principalmente, pela indústria farmacêutica e de produtos e equipamentos hospitalares. A terapia intravenosa teve sua inicio em 1660, com a fabricação da agulha hipodérmica. A partir daí, veio evoluindo constantemente e hoje substitui quase que por completo as outras vias de administração para tratamento com líquidos e eletrólitos e se tornou parte importante na terapêutica dos internados, domiciliares e ambulatoriais. Na oncologia a via endovenosa é a mais utilizada em relação às vias orais, subcutâneas, intramusculares, intratecal, arterial e cavitária, por proporcionar uma maior segurança quanto à absorção das drogas. Para tanto, toda terapia intravenosa tem como princípios básicos: Prescrição médica clara, concisa, legível, assinada e datada; Implantação do Processo de Enfermagem; Identificação correta do paciente e confirmação da terapia indicada; Consideração dos direitos do paciente - orientação clara ou recusa ao tratamento. Tais princípios almejam: o sucesso da terapia; a minimização das complicações relacionadas; o conforto e satisfação do paciente; a redução de custos e suprimentos. O Objetivo da Terapia Intravenosa é dividido em três importantes Categorias: Terapia de Manutenção Tem como prioridade à reposição das perdas insensíveis, fornecendo nutrientes que suprem as necessidades diárias do paciente de água, eletrólitos e glicose. Terapia de Reposição É necessária para suprimento de fluidos eletrólitos e hemocomponentes, em pacientes que apresentam déficit devido a estresse agudo tais como: hemorragias, plaquetopenias, vômito, diarréia e jejum. Terapia de Correção A terapia de correção para perdas continua é alcançada em base de uma avaliação diária, sendo que a restauração do desequilíbrio hidroeletrolítico é imperiosa para a manutenção da homeostasia. REVISÃO DE FARMACOLOGIA Propriedades químicas dos fármacos É de suma importância conhecer as propriedades dos fármacos, principalmente no que se refere a seu PH e osmolaridade. Esses fatores são determinantes na segurança e na qualidade da administração do medicamento ao doente. O PH de uma solução ou medicamento determina seu grau de acidez ou alcalinização. O PH nunca pode ser modificado, sendo uma propriedade constante e característica. 21 PH < 4.1 (muito ácido) - Sem fluxo sanguíneo adequado, resulta em alterações histológicas severas ao endotélio venoso. PH 6.0 – 8.0 - Minimiza o dano ao endotélio (7.0 é ótimo). PH > 8.0 (muito alcalino) - Aumenta a flebogenicidade. Quadro 1. Exemplos de algumas drogas e seu respectivo PH: SOLUÇÃO pH AMINOFILINA 6,0-9,0 FENITOINA 10,0-12,3 VANCOMICINA 2,5-4,5 ACICLOVIR 10,5-11,6 GANCICLRVIR 11,0 SULFATO DE MORFINA 5,5-6,5 AMIODARONA 3,5-4,5 SF 0,9% 5,0-5,7 SG 5% 3,0-5,0 SGF 4,0 RINGER LACTATO 6,5 AMINOFILINA 6,0-9,0 Osmolaridade é a concentração de soluto por litro de fluido. Ela é expressa em mOsm/I. A osmolaridade sérica normal é em torno de 280 – 295 mOsm/L A osmolaridade de soluções ou drogas podem ser modificadas (reduzidas ou aumentadas) à medida que se aumenta ou reduz a quantidade de solvente. Baixo risco = < 450 mOsm/l Risco moderado = 450 – 600 mOsm/I Alto risco = > 600 mOsm/I Quadro 2. Alguns exemplos de drogas ou soluções e suas respectivas osmolaridades: SOLUÇÃO OSMOLARIDADE (Mosm/l) GLICOSE 10% 505 GLICOSE 50%CEFAZOLINA 1g EM 10 ml SG 5% 2525 CEFAZOLINA 1g EM 10 ml SG 5% 672 NPT 1500-3500 NPP 750-1500 MANITOL 274-1372 Em relação à administração da nutrição parenteral total (NPT), caso o cateter seja avançado até a linha média, esta não deve ser a administração, com concentração de glicose maior que 12,5%, o que a toma irritante para o vaso. Este tipo de NPT deve ser infundido, necessariamente através de um cateter de posicionamento central. Outro fator importante na administração dos fármacos é a interação medicamentosa que leva a incompatibilidade, que é quando os efeitos de um medicamento, quando administrado concomitantemente com outros, podem ser diferentes dos efeitos esperados se este medicamento fosse empregado isoladamente. As incompatibilidades podem prejudicar a atividade, impedir a dosificação exata do medicamento e influir no aspecto da formulação. Os mecanismos físico-químicos 22 freqüentemente observados nas interações medicamentosas compreendem as reações de óxido-redução, inativação de um medicamento pela incidência de luz, fenômenos de adsorção, como por exemplo, o caso do carvão ativo que adsorve os alcalóides na sua superfície porosa, reações de precipitação e formação de complexos pouco solúveis e neutralização ácido-básica. Quadro 6. Incompatibilidade de drogas DROGA INCOMPATIBILIDADE AMICACINA ANFOTERICINA, AMPICILINA, AMPICILINA, LIPIDIO NA NTP, DIFENILHIDANTOINA E TIPENTAL. ANFOTERICINA AMICACINA, PENICILINA, GENTAMICINA, FLUCONAZOL, CÁLCIO, POTÁSSIO, DOPAMINA, CIMETIDINA E RANITIDINA. AMPLICINA AMINOGLICONAZOL E BICARBONATO. CEFOTAXIME AMINFILINA, FLUCNAZOL E METOCLOPRAMIDA. CEFORAZIDIME FLUCNAZOL. CEFOTRIAXONE FLUCONAZOL E VANCOMICINA. FLUCONAZOL ANFTERICINA, AMPICILINA, CEFOTAXIME, CEFTAZIDIME, CEFTRIAXONE, GLUNATO D ECÁLCIO, DIGXINA E FUROSEMIDA. GENTAMICINA ANFTERICINA, AMPICILINA, OXACILINA, PENICILINA, FURSEMIDA, INDMETACINA E LIPÍDIO. METRONIDAZOL DOPAMINA E NPT OXACILINA AMINOGLICOSÍDEOS. DIFENILHIDANTOÍNA AMICACINA, DOBUTAMINA, MORFINA, POTÁSSIO, RANITIDINA E NPT. DOBUTAMINA AMINOFILINA, DIGXINA, FURSEMIDA, INDOMETACINA, FENITONÍNA E BICARBONATO DE SÓDIO. INDOMETACINA DOBUTAMINA, DOPAMINA, GENTAMICINA, TOLAZOLINA, CÁLCIO, NPT, GLICOSE A 7,5% E 10%. ISOPROTERENOL FUROSEMIDA E BICARBNATO DE SÓDIO. AMINOFILINA CEFOTAXIME, DOBUTAMINA, ISOPROTEREL, INSULINA, ADRENALINA E METILPREDNISOLONA. FUROSEMIDA DOBUTAMINA, FLUCNAZOL, GENTAMICINA, ISUPRENALINA E MORFINA. DEXAMETASONA VANCOMICINA. FENTANIL TIOPENTAL E NPT. MIDAZOLAN FENOBARBITAL, RANITIDINA E POTÁSSIO. NUTRIÇÃO PARENTERAL (solução com lipídeo) AMICACINA, GENTAMICINA, FENITOÍNA, INDOMETACINA, ANFTERICINA, AMPICILINA, METRONIDAZOL, FENOBARBIAL E FENTANIL. OBS.: DOPAMINA, DOBUTAMINA, ISPRTERENL, DEXAMETASNA, CEFALOSPRINAS E BICARBNATO SÃO COMPATÍVEIS EM SÍTIO TERMINAL. FENOBARBITAL POTÁSSIO, MIDAZLAN, MORFINA, RANITIDINA, VANCOMICINA, INSULINA E NPT. BICARBONATO DE SÓDIO CÁLCIO, CEFOTAXIME, DOPAMINA, MORFINA, DOBUTAMINA, MAGNÉSIO E ADRENALINA. Site de referencia para pesquisa: WWW.GRUGS.COM 23 V - DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS CCIPs/PICCs 24 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS CCIPs/PICCs Em 1997 a INS (Intravenous Nurses Society - EUA) reconheceu a necessidade de uniformizar a terminologia PICC (peripherally inserted central catheter) e incentivar a padronização para indicações, cuidados, manutenção estratégica para o cateter, bem como a necessidade de recomendações para escolha, uso e descontinuidade do uso para promover melhores resultados e acrescentar conforto, segurança e satisfação ao paciente. 2 Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (CCIP) – em inglês: Peripherally Inserted Central Catheter (PICC) é definido como: Um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central onde sua ponta deverá ser instalada em 1/3 inferior da veia cava superior ou no 1/3 superior na veia cava inferior, sendo um cateter longo de 8 à 75 cm com lúmen único ou duplo. Executor O enfermeiro qualificado e atualizado para o procedimento e ou médico, com habilidade em punção venosa. Sendo o enfermeiro responsável, o mesmo deverá tomar conduta juntamente com a equipe médica principalmente em situações em que houver complicações. APRESENTAÇÃO DOS CATETERES DE CCIPS/PICCS São constituídos de poliuretano ou silicone, sendo os de silicone mais flexíveis e em sua maioria inertes. 1-Kits completos com campos cirúrgicos, fita métrica, torniquete, soluções anti- sépticas, agulha introdutória, tesouras, seringas, pinça auxiliar, gazes, adesivos transparentes e o cateter. 2-Cateter de CCIP/PICC avulso sem materiais acessórios. O seu uso encontra-se em expansão devido aos resultados positivos de seu emprego; um maior conhecimento dos enfermeiros acerca dos diversos dispositivos vasculares e suas indicações; o desenvolvimento de materiais mais biocompativeis na fabricação de CCIP/PICC; o melhor gerenciamento dos riscos com maior segurança e conforto para o paciente. Sua utilização atualmente se estende a todas as áreas e clínicas de uma unidade hospitalar além de propiciar a prestação de assistência ambulatorial. Em expansão também se encontra a sua utilização na área de cuidados domiciliares. Escolhendo um CCIP/PICC Anteriormente a escolha de um dispositivo de acesso venoso era um simples passo necessário da terapia IV que variava entre um dispositivo de curta duração até um cateter de longa permanência. Atualmente, a utilização de um cateter central é a primeira escolha no início do tratamento, com isso o paciente deverá permanecer com o dispositivo até o término do referido tratamento. Como principais características básicas de um dispositivo venoso adequado têm: 1-Aquele que possui a maior probabilidade de permanecer durante todo o tempo previsto para o tratamento adaptado aos requerimentos do mesmo; 2-O menos invasivo; 25 3-O que tenha o menor calibre em relação à veia; 4-Utilizar sempre o menor número de cateteres para o tratamento desejado; 5-Apresenta uma conhecida avaliação custo x risco x benefício. Consideram-se também, indicações, limitações para uso, contra-indicações, vantagens e desvantagens. EVOLUÇÃO DO MATERIAL DOS CATETERES DE CCIPS/PICCS 30 anos de uso do CCIPs/PICCs Silicone 1- Os cateteres de “silicone” foram os primeiros cateteres de CCIPs/PICCs a serem comercializado. 2-Existia uma preocupação com a ruptura; 3-As paredes dos cateteres são Grossas e com isso a baixa taxa de fluxo - porém é Macio e flexível. Poliuretano 1- Os cateteres de Poliuretano foram a "fase seguinte da composição e evolução do material dos CCIPs/PICCs. 2- Mais forte e rígido que o silicone, porém - suavizado após a inserção Pertencendo a uma classe de poliuretanos conhecido por sua força e durabilidade, devido ao aumento do diâmetro interno, conseqüentemente ajuda na melhora do fluxo obtido durante a terapêutica, quando utilizamos o cateter com essa composição, não podendo deixar de ser mencionada sua melhor resistência, durabilidade e sua radiopacidade. As primeiras formulações não toleram bem o álcool, hoje no Brasil já temos cateteres de CCIPs/PICCs com a composição de poliuretano que toleram ao álcool sem restrições, tanto durante o preparo da pele para inserção do cateter quanto em sua utilização nos curativos semanais, que são extremamente importantes, durante todo o tempo em que o paciente permanecer com o cateter. Esta composição também está sendo chamada de Última geração ou ainda Carbotano que é a evolução do Poliuretano. Quadro 7. Comparativo dos materiais: Silicone & Poliuretano & Carbotano Especificidades entre a matéria prima Silicone Poliuretano Carbonato Mais maleável Menos maleável Mantém a elasticidade do silicone e resistência do poliuretano Paredes mais grossas Paredes mais finas Maior Lúmen Suportam menores pressões Suportam maiores pressões Lúmen reduzido Lúmen maior Alta resistência à deterioração por repetidos pinçamentos e dobras Alta resistência à deterioração por repetidos pinçamentos e dobras Tromboresistente Tromboresistente Observação1. Cada um tem características diferentes. Observação2. Um não tem se mostrado superior ao outro. 26 CARACTERÍSTICAS DOS CATETERES DE CCIPS/PICCS Hoje o material disponível no mercado varia de acordo com suas características próprias. Os materiais mais utilizados no desenvolvimento de cateteres são o silicone e o poliuretano. A confecção do CCIP/PICC é realizada com material biocompatível. A biocompatibilidade do material do qual é feito o CCIP/PICC, é o resultado da aplicação de novas tecnologias, onde o objetivo final é o desenvolvimento de materiais de cateteres que sejam menos trombogênicos e que possuam menor capacidade de propiciar colonizações de bactérias. O seu comprimento (8 a 75 cm), calibre, tamanho, diâmetros interno e externo e a quantidade de líquido que comporta em seu interior são variáveis, bem como o calibre do dispositivo de punção venosa ou introdutor. Recursos disponíveis ou acessórios dos cateteres de CCIPs/PICCs: Com ou sem mandril metálico; Com fio guia para os que demandam de passagem com a Técnica de Seldinger Modificado “MST”; Valvulados e não valvulados; Introdutores tipo agulha com asas e cateter sobre agulha; IntrodutoresGuilhotina ou tesoura; Único ou múltiplo lúmen; Com ou sem extensões; Dispositivo p/ irrigação com o guia inserido; Kits de reparo. Alguns modelos de kits de cateter de CCIP/PICC comercializados no Brasil 1-Cateter Kit: O Kit inclui: Cateter; Fita de escalas; Conjunto Flush; Fio-guia Stiff Hidrofílico; Introdutor Peelable; Caps de extremidades; Sistema de fixação StatLock e manual de instrução. 2-Introdutores Kits:O Kit inclui: Cateter; Fita de escalas; Conjunto Flush; Fio-guia Stiff Hidrofílico; Dilatador Peelable; Seringa de 10ml; Sistema de fixação StatLock e manual de instrução. 3-IR Kits (Fio-guia de 60 cm): O Kit inclui: Cateter; Fita de escalas; Conjunto Flush; Fio-guia Stiff Hidrofílico; Dilatador Peelable; Seringa de 10 ml; Sistema de fixação StatLock; Dispositivo de segurança e manual de instrução. 4-IR Kits (Fio-guia 145 cm): O Kit inclui: Cateter; Fita de escalas; Conjunto Flush; Fio- guia Stiff Hidrofílico; Dilatador Peelable; Seringa de 10 ml; Sistema de fixação StatLock; Dispositivo de segurança e manual de instrução. Registro ANVISA: 10341350389 / 10341350433 / 10341350434-IR Kits Calibres dos CCIPs/PICCs Os calibres dos CCIPs/PICCs são geralmente representados pela unidade “french” (diâmetro interno do lúmen do cateter). Tais calibres podem variar de 1,0 Fr a 7,0 Fr (Figura 11). Figura 11. Escala French do cateter de CCIP/PICC Figura 11 27 Lúmen ou Luz do Cateter de CCIPs/PICCs Os CCIPs/PICCs podem ter uma ou duas vias. Suas especificações são encontradas na embalagem do produto, nos folhetos de orientação que acompanham as embalagens ou em folhetos distribuídos pela empresa fabricante ou aquela que o comercializa. Figuras 12 e 13: Cateter duplo lúmen Figura 12 Figura 13 Fonte: SOBETI, 2002 Mandril A maioria dos CCIPs/PICCs vem acompanhada de um guia flexível para a sua introdução, denominado de mandril, sendo este ser de metal. Os Mandris podem vir acoplados ao cateter ou separadamente dentro da embalagem. Alguns CCIPs/PICCs utilizados principalmente em neonatologia e pediatria não possuem mandril para auxiliar no processo de inserção. Figura 14 28 Figura 15 Fio guia Os fios guias vêm nos kits para os cateteres de CCIPs/PICCs, comercializados com a Técnica de Seldinger Modificada MST, para introdução dos mesmos, podendo ser estes guias de 30” ou 60”, a depender de seu fabricante. Figura 16 Figura 16 29 Introdutores Os introdutores dos CCIP/PICC comercializados, além das diferenças do calibre e comprimento, também apresentam diferenças em relação ao material de que são fabricados podendo ser de metal, material plástico ou ambos. As características dos introdutores indicam qual a técnica de inserção de CCIP/PICC deverá ser utilizada. Os introdutores podem ser divididos em: agulha com asas (Figura 11) e cateter curto sobre agulha, também conhecido como “espada” (Figura 12). As agulhas com asas possuem um friso central que, ao dobrar suas asas, permite sua divisão em duas partes, separando-se do CCIP/PICC. Os cateteres curtos (material plástico) sobre agulha, após punção venosa e remoção da agulha metálica, permitem rasgar separando-se do CCIP/PICC. Os introdutores, geralmente, são escolhidos de acordo com o seu diâmetro, representado pela unidade “gauge” (calibre interno do introdutor). Podem variar de 28 Ga a 15 Ga. Possuem Parâmetros como: Calibre do introdutor: 28 Ga a 15 Ga Comprimento: 8 cm a 75 cm Calibre do cateter: 1 Fr a 7 Fr Observação 1: Todos estes parâmetros na hora da escolha sempre irão prevalecer na escolha os dados obtidos após o exame físico da rede venosa do paciente. Observação 2: Eles possuem os mais diversos comprimentos e diâmetros. Introdutor do tipo agulha de asas Figura 18 Figura 19 Introdutor do tipo cateter Curt sobre agulha. Introdutor MST Figura 20 Figura 21 Figura 22 30 Dispositivo de irrigação Permite irrigar o CCIP/PICC antes ou durante o procedimento de inserção, com o estilete acoplado ao mesmo. A maioria dos estiletes é hidrofílica. Figura 23 Figura 24 Câmara de Refluxo Sangüíneo: Alguns introdutores de CCIP possuem estes compartimentos, os quais permitem a visualização do retorno sanguíneo quando do ato da punção venosa. CCIP valvulados: Alguns CCIP apresentam válvulas chamadas de válvulas bidirecionais, já que permitem fluxo e refluxo através do cateter. De acordo com seus fabricantes, tais cateteres dispensam a utilização de soluções heparinizadas para manutenção dos mesmos, evitando-se assim, riscos de discrasias sanguíneas nos pacientes. PASV ® - CARBOTANO Válvula em hub do cateter externo, ponta do cateter aberta. Figura 25 31 COPYRIGHT, 2001 BOSTON SCIENTIFIC CORPORATION. ALL RIGHTS RESERVED. Groshong ® - SILICONE Válvula distal da parede perto da ponta do cateter, ponta distal fechada. Redutores de comprimento do CCIP: Alguns CCIP vêm acompanhados de dispositivos para redução do comprimento do mesmo, durante o processo de preparo do cateter para inserção. Estes dispositivos podem ser: tesouras ou guilhotinas estéreis. Enfim, a escolha do CCIP ficará a cargo da avaliação de cada profissional, sendo o CCIP ideal aquele que atender às necessidades do enfermeiro, do tratamento, do paciente da instituição. 32 VI - INDICAÇÕES, VANTAGENS, DESVANTAGENS, CONTRAINDICAÇÕES E LIMITAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DO CCIP/ PICC. 33 INDICAÇÕES, VANTAGENS, DESVANTAGENS, CONTRAINDICAÇÕES E LIMITAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DO CCIP/ PICC. O CCIP/PICC é considerado um acesso venoso confiável já que se encontra instalado em veia central de grosso calibre. Ele está indicado quando a previsão de uma terapia intravenosa prescrita variar acima de sete dias a vários meses, para administração de antibióticos por longo tempo (02 a 03 semanas a vários meses), para infusão de agentes antineoplásicos, drogas irritantes ou vesicantes ou aquelas que apresentem extremos de ph e osmolaridade, infusão de sangue total e / ou hemoderivados, verificação de PVC em UTIs e de acordo com a preferência do paciente. Deve ocorrer um critério para tempo de permanência do CCIP/PICC. Se a duração do cateter exceder um ano, deve-se considerar a colocação de um cateter venoso central de longa permanência. VANTAGENS: Apresenta-se disponível em vários calibres e comprimentos;propicia uma permanência prolongada;pode ser utilizado para todos os tipos de soluções;é radiopaco, o que permite a confirmação do seu posicionamento através de RX;não há limites de idade para sua utilização;elimina a necessidade de múltiplas venopunções periféricas com trocas freqüentes de acesso e preservação da rede venosa periférica, propiciando um aumento do conforto e satisfação do paciente bem como uma redução do estresse do paciente e equipe de enfermagem;sua inserção é menos traumática e não demanda procedimento cirúrgico ou punções "às cegas", eliminando ou reduzindo os riscos de complicações na inserção. Por ser um dispositivo central, propicia maior hemodiluição da terapia IV administrada e redução dos riscos associados à infiltração, equimoses e hematomas e extravasamentos no subcutâneo, além de propiciar uma segura assistência ambulatorial e/ ou domiciliar, com maior relação custo X benefício. DESVANTAGENS: A autoimagem afetada muito comum em adolescentes e jovens;a restrição de movimentos quando o CCIP/PICC é inserido na fossa antecubital e fixado inadequadamente;a necessidade de cuidados diários a semanais, forçando o retorno do paciente ao hospital, mesmo quando em intervalo de tratamento;possíveis preocupações do cliente que possam surgir e aumentar de intensidade, pela utilização de um dispositivo fixado apenas através de curativo. CONTRAINDICAÇÕES: São contraindicações na utilização do CCIP/PICC: infecção da pele ou subcutâneo próximo ao local proposto para inserção;flebites, tromboflebites, tromboses ou extravasamentos químicos;lesões dérmicas que possam comprometer a inserção e os cuidados posteriores com o CCIP;alteração Anatômica (estruturais ou venosas) que possam impedir a progressão correta do CCIP/PICC (punções venosas prévias, dissecções, lesões ou cirurgias prévias que possam ter alterado a anatomia venosa ou o retorno venoso);deficiência de acesso venoso periférico;alterações neurológicas ou ortopédicas. 34 LIMITAÇÕES: Doença cardíaca com edema – Veias de difícil acesso e risco de sobrecarga volêmica; Diabetes – Neuropatia periférica e risco de infecção; Câncer – a quimioterapia que poderá levar ao imunocomprometimento e ou hemorragias e, por outro lado, a hipercoagulação desencadeada por alguns tumores; Imunossupressão – devido ao risco de infecção aumentado; Desidratação – devido ao volume intravascular reduzido; Mastectomia – circulação comprometida quando há esvaziamento axilar; Hemodiálise – frente ao risco de atingir a fístula AV; Obesidade – o aumento do tecido adiposo torna as veias mais profundas e difíceis de acessar; Veias esclerosadas – a esclerose acarreta redução do fluxo sanguíneo no interior da veia e as “calosidades” podem propiciar que o cateter se enrole durante sua progressão. 35 VII - AVALIAÇÃO E ESCOLHA DO ACESSO, DO CATETER E DO CALIBRE 36 AVALIAÇÃO E ESCOLHA DO ACESSO, DO CATETER E DO CALIBRE. A escolha e avaliação do CCIP/PICC vêm da necessidade de oferecer um acesso seguro e confiável, oferecendo uma maior participação e menor complicação. A princípio o CCIP/PICC é indicado, e a escolha é realizada através do tipo de terapia e da indicação clinica; do tempo de internação e também do diagnóstico do paciente. Os pacientes que mais se beneficiam com o CCIP/PICC são os portadores de distúrbios de coagulação; imunocomprometidos; mastectomizados; portadores de neoplasias; infecções severas e aqueles a serem submetidos a suporte nutricional parenteral. Os cateteres (CCIP/PICC) são apresentados em vários comprimentos e calibres. Os calibres mais utilizados em pacientes adultos são os de 4.0 Fr a 5.0 Fr, com único ou duplo lúmen, de acordo com a necessidade da terapia IV prescrita (ex. drogas incompatíveis). Alguns pacientes podem necessitar de um CCIP/PICC valvulado (válvula bi-direcional), devido a grandes discrasias sanguíneas apresentadas. Algumas dicas de apresentações dos CCIPs/PICCs comercializados hoje no Brasil em relação ao número de Fr e número de lume. Cateter 1Fr – Momo Lume Cateter 1.9Fr - Mono Lume Cateter 2.0Fr – Mono Lume e Duplo lume Cateter 2.8 Fr – Mono Lume Cateter 3.0 Fr – Mono Lume Cateter 4.0 Fr- Mono Lume e Duplo Lume Cateter 5.0 Fr- Mono Lume e Duplo Lume Cateter 6.0Fr – Mono Lume e Duplo Lume O CCIP/PICC e um dispositivo de acesso venoso muito apropriado, pois seu período de permanência pode variar de dias a vários meses, até um ano, sem apresentar complicações. Os acessos venosos preferenciais e mais adequados para inserir um CCIP/PICC são: veia basílica (braquial e antebraquial), veia basílica mediana, veia basílica acessória, veia cefálica (braquial e antebraquial), veia cefálica mediana, veia cefálica acessória, veia antebraquial mediana. Deve-se considerar o CCIP/PICC sempre como a primeira escolha, pois após múltiplas punções os acessos venosos tornam-se mais difíceis devido às infiltrações, flebites, hematomas e equimoses. CONSULTA PRÉ-CCIP/PICC É muito importante uma pré-avaliação do paciente antes da instalação do CCIP/PICC (Figura 13). A implementação do processo de enfermagem é muito importante neste momento. O histórico do paciente fornecerá alguns antecedentes importantes, tais como: presença de doença vascular, cirurgias prévias e alergias. O exame físico detalhado indicará quaisquer alterações dérmicas, venosas ou outras que possam interferir com a perfeita progressão do cateter até o sistema venoso central. O paciente deve receber toda a orientação necessária sobre o CCIP/PICC e a técnica de inserção objetivando diminuir a sua ansiedade e medo. Um folheto informativo deve ser fornecido, complementado por orientações verbais. Após toda orientação é aconselhável que o paciente ou seu responsável assine um consentimento livre e esclarecido. 37 FASES DA CONSULTA Educacional para envolvimento; Histórico; Avaliação de saúde; Diagnósticos / Plano de Cuidados; Decisão; Educacional para o futuro; Prescrição. Fonte: SOBETI, 2002. 38 VII - TÉCNICA DE INSERÇÃO DO CCIP/PICC 39 TÉCNICA DE INSERÇÃO DO CCIP/PICC Este procedimento é de responsabilidade técnica dos profissionais enfermeiros / médicos. Para a execução correta do mesmo é indispensável que estes profissionais tenham treinamento teórico-prático. Deve ser observada a técnica de barreira máxima: gorro, máscara, capote estéril, luvas estéreis e campos estéreis fenestrado. PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA SIMPLES Com cateter curto sobre agulha; Com agulha com asas. Seldinger Modificada A Técnica de Seldinger Modificada consiste na utilização de agulha mais fina na punção venosa, seguida da passagem de fio guia através desta agulha; remoção da agulha através do fio guia; passar através do fio guia uma agulha plástica mais larga; remoção do fio guia; passagem do cateter; remoção da agulha plástica através da separação de suas bordas, rasgando-a. Pode ser utilizada para inserção do CCIP/PICC através de veia jugular externa, axilar ou mesmo veia periférica (basílica ou cefálica); Esta técnica também é conhecida como inserção de CCIP/PICC “através de agulha de menor calibre”; Realizar um curativo oclusivo estéril no local do cateter; Confirmar através do controle radiológico a ponta do cateter; antes da utilização do acesso. A seguir descreveremos a técnica de inserção do CCIP/PICC passo a passo para melhor entendimento. PREPARO DO PACIENTE Avaliar as condições clínicas do paciente; Propiciar privacidade ao paciente; Explicar o procedimento a ser realizado e o seu objetivo para o tratamento. Tal fato representa um direito do paciente, além de acalmá-lo, reduzindo seu nível de estresse e/ ou medo e seu déficit de conhecimento acerca do procedimento; Instalar o paciente em decúbito dorsal com o membro superior escolhido estendido a um ângulo de 90º com o corpo; Aplicar o garrote na parte superior do braço do paciente para escolha e avaliação da veia. Liberar o garrote; Mensurar a extensão da veia, seguindo seu suposto trajeto, do local escolhido para punção até o terceiro espaço intercostal direito ou mensurar a partir do ponto de inserção até a junção manúbrio esternal com a clavícula; após paralelamente ao externo até o terceiro espaço intercostal. Esta mensuração indicará o comprimento da veia escolhida até o 1/3 inferior da veia cava superior, local ideal para posicionar a ponta do CCIP/PICC; Mensurar diâmetro do membro, 5 cm acima do local escolhido para a punção. Alguns autores sugerem, que também seja mensurado o diâmetro do membro 5cm abaixo do local escolhido para a punção. Tais mensurações servirão de parâmetros para detecção de qualquer anormalidade posterior a inserção; 40 Fornecer máscara ao paciente; Lavar as mãos com anti-sépticos; Proceder a paramentação – Proteção universal; Preparar o campo de trabalho com todo material necessário para inserção (campo cirúrgico comum, campo fenestrado, seringas de 10 ml, agulhas, solução fisiológica estéril, heparina sódica, gaze estéril, curativo de película transparente, adesivo estéril, plug adaptador macho ou extensor) e o CCIP/PICC de calibre adequado ao vaso escolhido para punção; Calçar um par de luvas cirúrgicas estéreis (quando outro profissional for auxiliar na realização da técnica) ou dois pares das mesmas (“técnica de dupla-luva”, quando realizar a técnica sozinha); Preparar o CCIP/PICC para a inserção; Proceder à anti-sepsia da pele do paciente. PREPARO DO CCIP/PICC Através do seu conector em “Y”, preencher o CCIP/PICC com solução salina (os estiletes dos CCIP são, em sua maioria, hidrofílicos, necessitando de irrigação prévia para sua liberação); Conferir o comprimento anteriormente mensurado do trajeto venoso; Tracionar o estilete até 1cm abaixo do ponto, no CCIP/PICC, compatível com o comprimento do trajeto venoso previamente mensurado, adicionando mais 3 cm; Reduzir o CCIP/PICC no comprimento correto; Dobrar a porção exteriorizada do estilete (evitar sua migração para o interior do cateter e perfuração da veia). Inserção do CCIP/PICC Proceder à anti-sepsia da pele do local de inserção do CCIP/PICC com anti-séptico adequado (de acordo com as normas da instituição); iniciando em movimentos circulares sempre do centro para as bordas (repetir por 3 vezes). Colocar o campo cirúrgico simples sob o braço do paciente; Garrotear o membro a ser puncionado; Trocar de luva cirúrgica estéril ou se estiver utilizando a técnica de dupla luva, remover a luva contaminada; Colocar campo cirúrgico fenestrado sobre o local da punção; Realizar a punção venosa com o introdutor do CCIP/PICC a um ângulo de 35º; Remover a câmara de refluxo (se introdutor do tipo agulha com asas) ou a agulha metálica (se introdutor do tipo cateter curto sobre agulha); Exercer pressão sobre a veia, logo à frente do introdutor inserido (visa minimizar refluxo sangüíneo excessivo); Iniciar a inserção do CCIP/PICC no vaso, através do introdutor, com o auxilio de uma pinça, ou do próprio protetor plástico do cateter, ou de uma gaze seca; Após inserir 5 a 10 cm do CCIP/PICC; ancorar o mesmo no interior da veia, exercendo pressão digital e remover o introdutor quebrando-o ou rasgando-o, separando as duas aletas; Prosseguir a inserção, lentamente e suavemente até a altura da veia axilar, quando se deve solicitar ao paciente que realize a rotação da sua cabeça, unindo queixo ao ombro ipsilateral (visa bloquear o avanço do CCIP/PICC em direção à veia jugular); Avançar o cateter ate o final,remover o estilete de forma suave. 41 IX - AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CCIP/PICC FIXAÇÃO DO CCIP/PICC A PELE (CURATIVO) 42 AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CCIP/PICC Aspirar ao CCIP/PICC para se certificar de que há bom refluxo sangüíneo e após injetar solução salina, avaliando a presença ou não de fluxo lentificado ou impedimento do mesmo; Se o CCIP/PICC não possui extensor ou plug adaptador macho, conectar um dos dispositivos para vedá-lo ao meio externo; Proceder a heparinização do CCIP/PICC ou conforme protocolo institucional.; Limpar o local da inserção e realizar o curativo com gaze estéril e filme transparente, após fixar o cateter com fita adesiva transparente (tipo chevron); FIXAÇÃO DO CCIP/PICC A PELE (CURATIVO) Limpar o local da inserção com solução alcoólica e gaze, removendo restos de sangue; Fixar CCIP à pele utilizando-se de fita adesiva estéril, deixando sempre a margem de segurança de 2 cm para Neo/Pediátrico e de 3 cm para adultos, lembrar sempre que essa margem tem que ser reta sem formação de arco. Evitando assim a reintrodução do mesmo no ostio de inserção, pois o cateter não é aderido ao filme, apenas é fixado com a dobradura tipo chevron; Aplicar gaze estéril seca sobre o óstio, sem cobri-lo totalmente; Aplicar curativo adesivo de poliuretano transparente; Fixar a porção externa do cateter com fita adesiva, empregando dobradura do tipo chevron. Trocar o primeiro curativo do CCIP/PICC após 24 h. Lavar as mãos com sabonete líquido comum; Encaminhar o paciente para realizar a radiografia, para confirmar a posição do cateter. 43 X - CONFIRMAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO CCIP/PICC 44 CONFIRMAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO CCIP/PICC Antes de se utilizar o CCIP/PICC, deve-se confirmar, através de RX (o cateter é radiopaco), de que a ponta do cateter encontra-se adequadamente instalada na veia cava superior preferencialmente no 1/3 (inferior) ou em veia braquiocefálica. Somente com a ponta do CCIP/PICC nessas veias, poderemos considerá-lo central. Assim sendo, o enfermeiro qualificado em CCIP/PICC deverá, também, desenvolver a habilidade de avaliação radiológica, direcionada à observação do trajeto e ponta do CCIP/PICC. EXAMES DE IMAGEM COMPLEMENTARES À PASSAGEM DO CCIP/PICC: 1 - Ultrassonografia: A ultrassonografia (ou ecografia) consiste num método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas formadas pelo som para refletir imagens de órgãos e estruturas do corpo humano. Como em outros métodos de diagnóstico por imagem, este meio tecnológico transduz ao aparelho, de forma não invasiva, sinais que são decodificados e transformados em registros gráficos, ou seja, em imagens. No Brasil, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, através do Parecer nº 003/2009, definiu o papel do enfermeiro quanto à realização de ultrassonografia vascular (USV). Segundo este documento: “(...) a realização da USV pelo enfermeiro tem por finalidade melhorar as técnicas de punção vascular e inserção de cateteres periféricos ou periféricos centrais, realizadas por este profissional, como um importante instrumento para a melhoria da prática de enfermagem aos pacientes submetidos à terapia intravascular, fazendo-se necessária a capacitação dos enfermeiros para a realização da punção vascular guiada por USV com 45 agregação de valores culturais, conhecimentos e habilidades técnicas, que promovam a máxima satisfação do paciente e da família e o mínimo, senão a ausência total, de riscos que possam comprometer a qualidade e segurança pretendidas.” - Princípios Físicos da Ultrassonografia: Na área da Física existem duas categorias principais de ondas, conhecidas como “Ondas Eletromagnéticas” e “Ondas Mecânicas”. As ondas eletromagnéticas podem propagar-se no vácuo, como por exemplo as ondas de rádio, de luz, raios x e raios ultravioleta. As ondas que necessitam o meio material para sua propagação (como meio sólido, líquido ou gasoso) são denominadas ondas mecânicas. O som não se propaga no vácuo, necessita de um meio material para se disseminar. Logo, a onda de som que possui alta freqüência (também conhecida como ultra som) é um exemplo de onda mecânica. Na propagação de uma onda mecânica não há transporte de matéria, somente de energia. Esta energia geralmente se difunde de forma periódica, formando ondas que se repetem em intervalos de tempos iguais. O intervalo que decorre entre duas ondas idênticas sucessivas é denominado período e costuma ser simbolizado pela letra “T”. O Sistema Internacional de Unidades (SI), o período deve ser medido em segundos (s), podendo ainda ser dividido em milissegundos, microssegundos, etc. A grandeza que mede a quantidade de vezes que o fenômeno periódico se repete na unidade de tempo é denominada “freqüência” (f), e esta é calculada por meio da seguinte fórmula: f = 1 ÷ tempo Sendo assim, quanto menor o tempo decorrido para propagação das ondas, maior a freqüência, maior é a quantidade de vezes que este fenômeno se repete. No Sistema Internacional (SI), a freqüência é conhecida como Hertz (Hz). O som audível tem freqüência entre 200 e 20.000Hz, enquanto as ondas ultrassônicas possuem freqüência acima de 2.000.000Hz (ou 2MHz). Infra Som (2Hz a 20Hz) Som Audível (200Hz a 20.000Hz) Ultra Som (2.000.000Hz a 20.000.000Hz) 46 O aparelho de ultrassom gera ondas sonoras com freqüência acima das ondas audíveis ao ouvido humano (de 2 a 10 MHz). Estas vibrações são emitidas pelo aparelho, propagam-se nos tecidos, sendo parte delas refletidas, absorvidas pelo transdutor, transformadas em energia elétrica e convertidas em imagem no monitor. Os transdutores são a porção do aparelho que transmitem os pulsos de ultra som e recebem de volta os ecos durante a varredura. O feixe de ultra som emitido varia na forma e no tamanho, dependendo do tipo de transdutor e do gerador. A criação de uma imagem a partir de som se dá em três etapas: produção de onda sonora, recepção do eco, e interpretação do eco recebido. Ao se difundir e encontrar tecidos de diferentes características, as ondas emitidas pelo aparelho de ultrassom e refletem diferentes tipos de imagem (de acordo com as características do meio). A transformação do sinal recebido em uma imagem pode ser explicada usando uma planilha como analogia. Imagine o transdutor localizado na primeira linha, ocupando várias colunas. Ele manda pulsos para baixo, em cada coluna da planilha. Em seguida, aguarda o tempo de resposta que cada pulso levou para retornar (eco). Quando mais demorar, mais o sinal se deslocou para baixo na coluna correspondente. A intensidade do eco determina a cor que a célula vai ter: branco para um eco forte, formando imagens ecogênicas, preto para um foco muito fraco, que são as imagens anecóicas, e graduações de cinza para as intensidades intermediárias (ou hipoecóicas). Quando todos os ecos retornam e toda a informação é armazenada na planilha, a imagem está pronta. Na prática, recomenda-se utilizar uma freqüência de 5MHz para varredura de órgãos e estruturas superficiais em adultos. É importante ressaltar que o exame de ultra som é uma busca, e muito raramente uma única varredura, em um único plano, proporcionará informações suficientes para permitir uma avaliação fidedigna. Sobre o ambiente no qual será realizado o exame, é necessário que a iluminação seja adequada (de preferência com um regulador de intensidade ou alguma outra forma de variar o brilho das luzes ao redor), pois se o ambiente estiver muito claro a visualização das imagens na tela será prejudicada. O aparelho de ultra som não emite radiação, sendo inócuo ao profissional e ao paciente. Figura 9: Transmissão e recepção dos impulsos pelo transdutor 47 Figura 10: Veias e artérias visualizadas por meio de ultrassonografia TÉCNICA DE REALIZAÇÃO DO EXAME: 1. Orientar paciente e/ou responsável quanto ao procedimento a ser realizado 2. Reunir todo o material necessário ao procedimento, lembrando-se de promover luminosidade adequada do ambiente, para garantir visualização das imagens no monitor 3. Lavar as mãos 4. Aquecer o gel condutor e ligar o aparelho de ultra som 5. Certificar-se que a pele do paciente encontra-se limpa e seca. Caso contrário, proceder à anti-sepsia da mesma 6. Aplicar gel condutor no transdutor 7. Aplicar o transdutor na pele do paciente, em sentido longitudinal, no trajeto da veia a ser puncionada 8. Ajustar os sensores do aparelho (brilho, contraste, energia, ganho total e compensação de ganho de tempo), para correta identificação da veia a ser puncionada 9. Proceder a punção venosa 10. Fixar o cateter após a punção 11. Reavaliar o cateter implantado, com auxílio do ultra-som. Obter imagens na transversal e longitudinal do cateter, atentando para o aparecimento de complicações decorrentes da punção 12. Finalizar procedimento com registro em prontuário. 48 CONSIDERAÇÕES SOBRE A REALIZAÇÃO DO EXAME: Quando da passagem de cateter central de inserção periférica (CCIP / PICC) a técnica deve ser realizada por dois profissionais: um deles qualificado para a realização do ultra-som vascular e o outro habilitado para a passagem do cateter. A aplicação do transdutor na pele do paciente deve ter a mínima pressão possível, visando evitar o colabamento de veias mais superficiais. A presença de lesões dérmicas como cicatrizes, fibrose e hematomas dificulta a recepção do sinal por parte do aparelho, o que pode dificultar a avaliação do segmento venoso. 2- Raios-X: Após a passagem do CCIP/PICC o enfermeiro deve checar o seu posicionamento por meio do exame de Raios-X. A técnica deste exame está baseada no princípio de que os tecidos do nosso organismo possuem a capacidade de absorver maior ou menor quantidade de radiação, de acordo com as suas densidades. Os tecidos ósseos, por exemplo, possuem capacidade de absorver maior radiação do que os tecidos moles. Desta forma, podemos identificar estruturas ósseas na película de raios-X com a coloração esbranquiçada. Em contrapartida, a densidade do ar não permite absorção de radiação, sendo identificada na imagem dos raios-X com coloração escura ou negra. A imagem radiográfica aparece quando há diferença de densidade radiológica entre as estruturas vizinhas do organismo. Figura 11 Representação do segmento venoso na ultrassonografia 49 DIFERENTES DENSIDADES NOS RAIOS-X: Para avaliação sistemática da imagem nos raios-X de tórax (o qual iremos avaliar para checar o posicionamento do cateter) é necessário observar primeiramente a técnica sobre a qual o exame foi realizado. Em condições ideais, o paciente deve estar com a sua coluna vertebral alinhada, em pausa inspiratória e não deve ser exposto à radiação excessiva, seguindo os seguintes critérios: Alinhamento: A distância entre as extremidades mediais da clavícula, em relação ao processo espinhoso da vértebra, deve ser simétrica. Inspiração: O paciente deve realizar expansão respiratória seguida de apnéia para aquisição da imagem. Sendo assim, será possível observar a distância entre os arcos costais, bem como avaliar os espaços intercostais. Exposição à radiação: Os discos intervertebrais não devem ser vistos atrás do coração. Quando é possível observá-los, costuma-se dizer que a imagem está “muito penetrada”. Após verificarmos tais condições técnicas, devemos avaliar todas as estruturas, de forma sistemática: 1. Estruturas ósseas 2. Partes moles da parede torácica 3. Hemi-cúpulas diafragmáticas 4. Silhueta do mediastino 5. Presença de alterações, corpos estranhos, dispositivos, etc. Raio-X de Tórax 50 XI - ORIENTAÇÕES APÓS INSERÇÃO DO CCIP E/OU ALTA HOSPITALAR 51 ORIENTAÇÕES APÓS INSERÇÃO DO CCIP E/OU ALTA HOSPITALAR Orientações ao Paciente Após Inserção de CCIP. Manter o CCIP pérvio é um dos maiores desafios para os enfermeiros, devido ao seu estreito calibre, a possibilidade de oclusão torna-se aumentada. O processo para manter um cateter pérvio é denominado “manutenção”, essa manutenção pode ser realizada diariamente ou semanalmente. MANUTENÇÃO DIÁRIA 1. É realizada durante o processo de internação do paciente; 2. O CCIP/PICC deverá ser lavado* sob baixa pressão, antes e após cada administração de medicamento ou solução intravenosa, utilizando solução fisiológica 0,9% em uma seringa de 10 ml, pois a administração de solução fisiológica com equipo não irá remover as partículas, cristais ou células sangüíneas aderidas às paredes do cateter; 3. Permeabilizar o cateter a cada 2h, em caso de resistência na infusão ou após desobstrução, em cada 4h na boa infusão; 4. Não testar refluxo sangüíneo, pois testando refluxo poderá contribuir para formação da folha, acúmulo de fibrina no lúmen do cateter; 5. Muitos enfermeiros, por excesso de prestação de cuidados, causam a impossibilidade de realização desse procedimento logo após cada administração IV através do cateter. Nesses casos são aconselhados a utilizar suas prescrições de enfermagem para implementar tal procedimento; 6. As prescrições devem variar de acordo com terapia IV prescrita, podendo ser de 4/4h, 6/6h, 8/8h ou 12/12h; Embora a literatura recomende uma lavagem com solução heparinizada de 5 a 10Ul/ml, pacientes pediátricos e neonatais, a cada 12h, tal procedimento deverá ser ajustado às normas de cada instituição. 7. Calculo para obter o valor recomendado para realizar o flush antes e após a administração de cada medicação: Volume do Priming = (Volume do priming do cateter + volume do priming das extensões) x 2. Importante *1: Na formula acima o número ‘2’ é uma constante e não sofre nunca alteração. Importante*2: Sempre considerar como extensões todos os dispositivos conectados no rub dos cateteres. Importante*3: Todas as extensões em suas embalagens vêm com as informações dos seus respectivos priming. Nas Anotações Diárias 1. Revisar e anotar data de inserção; 2. Avaliar o comprimento externo do seguimento; 3. Troca de curativo diário e das tampas de vedação quando necessário; 4. Balanço hídrico rigoroso; 5. Avaliar refluxo de sangue. 52 Observações Diárias - Avaliar e anotar: 1. Febre; 2. Eritema no local de inserção; 3. Irritação de pele; 4. Calor local; 5. Drenagem de liquido no local; MANUTENÇÃO SEMANAL A manutenção semanal deverá ser utilizada para aqueles pacientes em tratamento em ambulatório. Após a lavagem do cateter com solução fisiológica, administra-se a heparina pura em volume igual ao suportado pelo cateter 0,2ml. Caso seja conectado ao cateter algum extensor, o volume suportado pelo mesmo deverá ser acrescido na quantidade total de heparina a se administrar. No retorno do paciente para manutenção, a heparina contida na extensão do cateter poder ser infundida, desde que já tenha se passado 90 min, pois equivale ao tempo de meia-vida da heparina, ou seja: 1. Administrar S.F 0,9% por pressão positiva; 2. Administrar a medicação e após termino administrar novo volume de heparina; 3. Administrar SF 0,9% por pressão positiva. Lavagem do Cateter (Flush) Lavagem com heparina: volume de flush é igual ao volume do cateter mais volume das extensões; 5 a 10UI/ml. Método de SASH Assegura que medicações incompatíveis com heparina sejam lavadas através do cateter, com solução salina e, então, com heparina. 1. Solução salina; 2. Administrar medicação; 3. Solução salina; 4. Solução de heparina. Lavagem por Pressão Positiva 1. Técnica que previne o retorno sangue para interior do cateter. 2. Manter a pressão da seringa, no conector ou plug, enquanto fecha o sistema. Entendendo porque a escolha da seringa apropriada é fator decisório de uma eficaz manutenção durante o uso do cateter. Força Pressões geradas pelas seringas aplicadas 3 ml 10 ml 20 ml PSI PSI PSI PSI 1,0 9,8 3,1 1,4 3,0 28,5 10,2 6,4 5,0 48,5 18,3 9,7 53 Lembretes: 1 PSI = 50 mmHg Seringas pequenas criam pressões menores à aspiração e maiores à infusão. Troca de Extensões do CCIP/PICC 1. De acordo com rotina institucional; 2. Técnica asséptica; 3. Utilize conexões Luer-Lock; 4. Nunca utilizar clamps, tesouras ou pinças; 5. Conhecer o volume das extensões. Execução e Troca de Curativos A realização do curativo é tão importante quanto a própria implantação do cateter, devendo-se obedecer algumas regras na sua execução. Regras básicas para curativos em Cateteres Venosos Centrais: 1. Estéril; 2. Oclusivo; 3. Fácil aplicação e remoção; 4. Boa adesividade; 5. Manter o sítio de inserção do cateter seco; 6. Não possibilitar ocorrência de dobras do cateter; 7. Confortável para o paciente. Funções do curativo: 1. Proteger o ambiente do cateter; 2. Prevenir deslocamento ou migração do cateter; Os curativos de películas transparentes semipermeáveis proporcionam maiores benefícios tais como: 1. Visibilidade do sítio de inserção (inspeção diária obrigatória); 2. Maior tempo de permanência (torno de 5 a 7 dias); 3. Funciona como barreira contra contaminantes externos; 4. Aumenta o conforto do paciente (menos volumoso, menor número de trocas, permite banho de aspersão, reduz risco de alergias de contato por permitir a transpiração normal da pele); 5. Menor custo (menos trocas, menor gasto de tempo da enfermagem, menor risco de trauma cutâneo); 6. Maior e melhor fixação do cateter (evitando lesão traumática, flebites, trombose, exteriorização). A troca do curativo, entretanto, deverá ser de acordo com rotina institucional ou quando a integridade do curativo estiver comprometida. Recomendamos hoje com opções de curativos que estão dentro das boas práticas associadas aos curativos dos CCIPs/PICCs dois tipos de curativos, abaixo mostramos uma tabela comparativa com os respectivos benefícios. 54 Vantagens do Gluconato de clorohexidine (CHG) para inserção do CCIP/PICC nos curativos Inicia a ação antibactericida no contato com a pele não necessitando de tempo mínimo de ação (PVPI 2 min.) Tem efeito residual de 4 a 6 horas. Mantém atividade em presença de matéria orgânica. Pouca absorção sistêmica. CHG 0,5% X PVPI – não houve ≠ na colonização ou infecção (Humar A. Clin Infect Dis 2000). Meta-análise com 4143 CVC sugere que CHG reduz a infecção em 49% (Chaiyakunapruk N. Ann InternMed 2002) CHG reduziu as ICS e CCIP/PICC e reduziu mortalidade (Chaiyakunapruk N. Clin Infect Dis 2003). Comparação entre coberturas impregnadas que existem no mercado nacional Prevenção de Obstrução 1. Não infundir sangue hemoderivados*; 2. Não colher sangue*; 3. Não administrar drogas não compatíveis; 4. Lavar cateter após administração de antibióticos; 5. Evitar pinçamentos do cateter. 55 *A literatura orienta que o cateter de CCIP/PICC, não esta indicado para administração de hemoderivados e para coleta de material biológico na realização de exames laboratoriais. * No entanto a experiência clínica de vários enfermeiros na prática de seu uso diário vem demonstrando que é possível sim, utilizar com sucesso, para administração de hemoderivados e coleta de material para laboratório, desde que exista um acompanhamento rigoroso da enfermagem nos cuidados diários com a manutenção do cateter. Técnica de Desobstrução Utilizar seringa de 10 ml com SF 0,9% e outra sem Torneira de 03 vias conectadas as seringas e ao PICC/PICC Realizar pressão negativa com aspiração da seringa vazia Após, abrir para via com SF 0,9% Observar e retirar coágulos se houver Deverá ser realizado de 02-04 h em caso de ineficácia Coleta de amostras de sangue 1. Considerar calibre do cateter a partir de 4 Fr*; 2. Considerar os volumes a serem obtidos. *Uma vez utilizado para coleta de material para exames laboratoriais, intensificar após a coleta de material, flush com SF 0,9% a cada 2h nas próximas 24h. Situações que Impossibilitam a coleta de amostra: 1. Quantidade de vácuo gerada; 2. Posicionamento da terminação do CCIP/PICC; 3. Bainha de fibrina, capa de fibrina, etc. Remoção do CCIP/PICC A extração ou remoção do CCIP/PICC somente deverá ser realizada por pessoal qualificado. Além disso, deverá: 1. Ser lenta e cuidadosa (nunca utilizar força para remover o cateter); 2. Posicionar o braço do paciente abaixo do nível do coração; 3. Aplicar curativo oclusivo após término da remoção; 4. Certificar-se de que todo o cateter foi removido. Dificuldade de remoção do CCIP/PICC É muito comum a ocorrência de vasoespasmo durante o procedimento e caso tal fato ocorra, o enfermeiro deverá: 1. Interromper o procedimento; 2. Conversar e acalmar o paciente; 3. Tentar nova remoção; Caso o CCIP/PICC ainda estiver “preso” no interior da veia, o enfermeiro deverá aplicar compressas mornas sobre a área de inserção, respeitando a esterilidade do local, pois a vasodilatação induzida permitirá a remoção do mesmo. Se o problema persistir aplique compressas mornas sobre o sítio do cateter e na extremidade do membro, buscando aumentar o aporte sangüíneo na veia onde se encontra o CCIP/PICC. Se mesmo após todas as tentativas, o problema persistir: 1. Interrompa o procedimento de extração do CCIP/PICC; 2. Aplique novo curativo estéril sobre o mesmo; 56 3. Aplique calor local durante as próximas 12h a 24 h e continue tentando, sucessivas tentativas até conseguir a remoção por completa do cateter. Se mesmo após esse período o resultado não for positivo, compartilhe com a equipe médica para que em conjunto cheguem a uma nova conduta. Tempo de Permanência do CCIP/PICC O cateter central de inserção periférica pode permanecer de semanas a mais que um 1 ano. 57 XI - COMPLICAÇÕES POTENCIAIS NO PACIENTE PORTADOR DO CCIP/PICC 58 COMPLICAÇÕES POTENCIAIS NO PACIENTE PORTADOR DO CCIP/PICC 1. Arritmia Cardíaca Definição: é o nome genérico de diversas perturbações que alteram a freqüência e/ou o ritmo dos batimentos cardíacos. Possíveis causas: Alteração do ritmo cardíaco devido ao posicionamento da ponta do cateter ou fio-guia no átrio estimulando o sistema de condução da excitabilidade. Sinais e Sintomas: Taquicardia. Intervenção de enfermagem: Reposicionamento de cateter. Prevenção: Proceder à técnica de mensuração rigorosa antes da instalação do cateter; Confirmação da ponta do cateter através de visualização radiológica. 2. Dor Definição: A dor pode ser definida como uma experiência subjetiva que pode estar associada a dano real ou potencial nos tecidos, podendo ser descrita tanto em termos desses danos quanto por ambas as características. É considerada como uma experiência genuinamente subjetiva e pessoal. A percepção de dor é caracterizada como uma experiência multidimensional, diversificando-se na qualidade e na intensidade sensorial, sendo afetada por variáveis afetivo-motivacionais. Sensação por terminações nervosas em resposta a estímulos lesivos aos tecidos. Possíveis causas: contenção dos membros durante o procedimento de inserção do cateter: 1. Garroteamento do membro durante a venopunção; 2. Punção venosa / manipulação excessiva. Sinais e Sintomas: queixa, fácies de dor. Intervenção de enfermagem: Diminuir a manipulação; Utilizar analgésicos e sedativos. Prevenção: utilizar escala de dor na unidade para avaliar intensidade; Utilizar medidas de prevenção da dor antes de iniciar o procedimento. 3. Dificuldade de progressão Definição: É quando o cateter encontra resistência para sua progressão Possíveis Causas: Resistência ao avanço; Cateter “enrola” externamente. Posicionamento inadequado do paciente; Mau posicionamento do cateter; Venoespasmo; Calibre inadequado do cateter; Dissecção prévia; Esclerose; CCIP/PICC de encontro com válvulas; Bifurcação venosa; Angulação venosa acentuada. Sinais e Sintomas: Dor no pertuito da veia. Intervenção de Enfermagem: Nunca use força (Pare & Espere & Reinicie); Reposicionar o braço; Faça leve rotação do braço; Abrir e fechar a mão; Lavar com SF; Retrair o estilete; Remover o estilete; Aplicar calor sem comprometer o campo estéril; Prevenção: Posicionar o paciente com o braço formando um ângulo de 90° com o corpo. Avançar o cateter suavemente 4. Embolia Gasosa 59 Definição: Transporte de ar através do cateter para a corrente sanguínea. A quantidade de ar estimada para produzir o quadro de embolia gasosa significativa é entre 300 e 500 ml de ar, numa taxa de 100 ml/segundo. Porém, quantidades menores podem ser fatais nos pacientes gravemente enfermos e com reserva cardiopulmonar limitados. Possíveis Causas: Rompimento do cateter; injeção de ar no circuito. Sinais e Sintomas: A interação do sangue com ar desencadeia agregação de plaquetas, hemácias e moléculas de gordura às bolhas de ar, promovendo obstrução de vasos pulmonares, com conseqüente aumento da resistência vascular, redução da complacência pulmonar e hipoxemia grave, assim como instabilidade hemodinâmica concomitante, relacionada à hipertensão pulmonar aguda. A embolia gasosa pode manifestar-se por dispnéia súbita, ansiedade, tonturas, náuseas, e sensação de morte iminente, ou dor retroesternal. Sinais neurológicos como confusão, obnubilação e perda da consciência podem ocorrer imediatamente. Intervenção de Enfermagem: Os pacientes com suspeita de embolia gasosa devem ser imediatamente posicionados em decúbito lateral esquerdo e com a cabeça abaixada (posição de Trendelemburg), colocando desta maneira a via de saída do ventrículo direito em uma posição inferior à cavidade ventricular direita, facilitando a migração do ar para a porção mais elevada Prevenção: Evitar entrada de ar no sistema de infusão 5. Extravasamento Definição: Saída de líquido vesicante do vaso sanguíneo para a parede ao redor causando inflamação. Possíveis Causas: Deslocamento ou ruptura do cateter no interior do vaso durante a administração de drogas vesicantes. Sinais e Sintomas: Dor à palpação; tensão na pele no local de punção; queixas de dor ou queimação; pele fria e pálida; infusão lenta ou parada; edema dependente da extremidade afetada Intervenção de Enfermagem: Parar a infusão imediatamente; Aplicar antídoto específico para o tipo de fluido vesicante; Remover o cateter; Mensurar o cateter após a remoção e inspecionar sua integridade estrutural; Aplicar compressas úmidas mornas no local por 20 minutos. Prevenção: Inspeção rigorosa do sítio de punção e do trajeto da veia puncionada pelo menos a cada 02 ou 03 horas; Observar cuidados para preservar a integridade estrutural do cateter. 6. Flebite Definição: é uma inflamação na camada íntima da veia que permite a aderência de plaquetas. Tipos e causas: 1. Flebite Mecânica: pode ser atribuída ao uso de cateter grande inserido em uma veia pequena. Veias maiores com paredes grossas suportam melhor a infusão; Punção inapropriada. 2. Flebite Química: administração de medicações ou soluções irritantes, medicações diluídas inapropriadamante; interações medicamentosas; drogas de pH muito baixo ou muito alto; infusão muito rápida, presença de pequenas partículas na solução. Infusões intermitentes causam menos 60 irritação na parede da veia no decorrer do tempo do que infusões contínuas. Irritação da parede do vaso por micropartículas de algodão, talco da luva. 3. Flebite Bacteriana: é o tipo menos comum da flebite, é a inflamação da parede interna da veia associada com a infecção bacteriana. Fatores que contribuem para o desenvolvimento de flebite bacteriana incluem técnicas assépticas inadequada de inserção do cateter, fixação ineficaz do cateter e falha na realização de avaliação dos locais. 4. Flebite Pós-Infusão: inflamação da veia evidente em torno de 48 a 96 horas. Fatores que contribuem para seu desenvolvimento são a técnica de inserção do cateter, condição da veia utilizada, tipo, compatibilidade e o pH da solução ou medicações infundidas, calibre, tamanho, comprimento e material do cateter e tempo de permanência do cateter. Possíveis Causas: Falha na técnica asséptica durante a inserção e manutenção do cateter; Lesão da parede do vaso pela ponta do cateter; Cateter grande em relação à veia escolhida. Sinais e Sintomas: Hiperemia, calor local ao toque, edema local, cordão fibroso palpável ao longo da veia. Intervenção de Enfermagem: a recuperação é freqüente utilizando-se de repouso com pernas e braços elevados; Aplicar compressas úmidas mornas no local por 20 minutos. A aplicação de compressas frias também está recomendada no tratamento de flebite, porém deve ser evitadas nos recém-nascidos de alto risco devido à sua instabilidade térmica e maior tendência à hipotermia. Prevenção: Lavagem rigorosa das mãos; Preparo adequado da pele com degermação e anti-sepsia; Técnica asséptica durante a inserção e a manutenção; Não tocar no cateter com a luva e sim com auxilio da pinça; utilizar filtros de linha venosa para micropartículas; Evitar venopunções das articulações; Inspeção rigorosa a cada 3 horas do sítio da venopunção e do trajeto da veia; controle de fluxo. 7. Hematomas de Punção Definição: coleção localizada de sangue, geralmente coágulo, em um órgão, espaço ou tecido, devido à ruptura da parede do vaso. Possíveis Causas: Transfixação do vaso após tentativas mal-sucedidas de punção; Tempo de compressão insuficiente para hemostasia após a venopunção; Garroteamento por tempo desnecessário antes, durante e após a venopunção ou remoção de dispositivos intravenosos. Sinais e Sintomas: Edema; Dificuldade de progressão do cateter. Intervenção de Enfermagem: Aplicação de garroteamento somente imediatamente antes da venopunção e soltar o garrote assim que obtido o sinal de refluxo. Prevenção: Realizar compressão após a venopunção o tempo suficiente para parada do sangramento. Alerta: Nunca escolher vasos que possuam hematoma para inserção do cateter. 8. Hidrotórax Definição: Infusão de líquidos no espaço pleural. Possíveis Causas: Lesão pulmonar pela ponta do cateter ou fio guia. Sinais e Sintomas: Diminuição dos murmúrios vesiculares; Taquipnéia; diminuição da transparência pulmonar a radiografia de tórax. 61 Intervenção de Enfermagem: Avaliação da radiografia de tórax; preparo de material para drenagem pleural. Prevenção: Proceder à técnica de mensuração rigorosa antes da inserção do cateter do cateter; Confirmação da localização do cateter através da visualização com radiografia de tórax. 9. Infecção Definição: Contaminação local ou sistêmica através do cateter e dispositivos intravenosos. Possíveis Causas: Preparo inadequado da pele; Utilização de anti-séptico inapropriado; Manipulação do cateter e do sistema de infusão sem técnica asséptica. Sinais e Sintomas: calor; Rubor; Irritação; Febre; Secreção no sítio da venopunção; Contagem de colônias maior que 15 unidades formadoras (técnica de Maki) do mesmo microorganismo isolado na cultura da ponta do cateter e da hemocultura periférica; leucocitose. Intervenção de Enfermagem: Tratamento local; administração de antibioticoterapia; Remoção do cateter. Prevenção: Lavagem das mãos; Indicação criteriosa do aceso vascular profundo (de acordo com protocolo institucional); Treinamento da equipe para implantação do CCIP/PICC; Preparo rigoroso da pele para receber o CCIP/PICC; Utilizar sistema fechado de infusão. Alerta: A taxa de infecção relacionada ao CCIP/PICC tem sido considerada inferior em comparação a outros tipos de acessos centrais. 10. Infiltração Definição: é o extravasamento de medicação para o interstício. Essa ocorre por deslocamento do cateter da camada íntima da veia, podendo ocorrer também em decorrência da flebite. Possíveis Causas: Deslocamento ou ruptura do cateter no interior do vaso. Sinais e Sintomas: Pele fria em volta do sítio de inserção da venopunção; Ausência de refluxo sanguíneo; pele tensa; edema dependente; velocidade de infusão lenta, porém contínua Intervenção de Enfermagem: Parar a infusão imediatamente; Remover o cateter; Mensurar o cateter após a remoção e inspecionar sua integridade estrutural; Aplicar compressas úmidas mornas no local por 20 minutos. Prevenção: Inspeção rigorosa do sítio de punção e do trajeto da veia puncionada pelo menos a cada 02 ou 03 horas; Observar cuidados para preservar a integridade estrutural do cateter. 11. Mau Posicionamento do Cateter (Migração) Definição: Extravascular: ocorre quando o introdutor transfixa o vaso e o cateter é posicionado no espaço pleural ou no mediastino. Vascular: O cateter, durante a progressão, pode: Enrolar-se no interior do vaso Progredir para o átrio direito ou em uma das veias tributárias menores ou ainda não alcançar a veia cava. Possíveis Causas: Transfixação da veia pelo introdutor; mensuração incorreta antes da implantação. 62 Sinais e Sintomas: Arritmia; Tamponamento cardíaco, derrame pleural, Trombose, Velocidade de fluxo lento com infiltração. Intervenção de Enfermagem: Parar a infusão imediatamente; Reposicionar ou remover o cateter. Prevenção: Proceder à técnica de mensuração rigorosa antes da instalação do cateter; Confirmação da localização da ponta do cateter através de RX. 12. Obstrução do Cateter Definição: oclusão do cateter por trombo ou precipitado de drogas. Possíveis Causas: 1. Obstrução mecânica (causas externas) – pinçamento do cateter, bombas de infusão desligadas, término da infusão; cateter ocluído por sutura. 2. Oclusão Trombótica 3. Oclusão intralúmen – ocorre quando o lúmen do cateter é obstruído por trombos ou fibrina, devido à deposição de resíduo de sangue ou hemoderivados; Causada por: utilização de cateteres menor de 3fr para administração de sangue ou hemocomponentes; Interrupção da infusão de fluídos com fluxo retrógrado para a luz do cateter; Técnica incorreta de lavagem do cateter. 4. Oclusão extralúmen (Manga e túnel de fibrina) – ocorre devido ao encapsulamento da superfície do cateter pela deposição de fibrina e agregação plaquetária. 5. Trombose venosa e tromboflebite - consiste num processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial (veia superficial), juntamente com formação de coágulos na zona afetada. Geralmente uma tumefacção e vermelhidões marcadas (sinais do processo inflamatório) ao longo do segmento de veia atingido, que é extremamante doloroso à palpação. Ocorrem muitas vezes febre e mal-estar 6. Obstrução não trombótica – Precipitado de drogas incompatíveis. Sinais e Sintomas: Velocidade de fluxo lento; Ausência de refluxo sangüíneo à aspiração; Efeito de válvula (pode se infundir, porém não há refluxo durante a aspiração). Intervenção de Enfermagem: Intervir seguindo o protocolo de utilização de drogas para desobstrução de acessos vasculares. Prevenção: Não administrar drogas incompatíveis ao mesmo tempo; Lavar o cateter após administração de sangue e hemoderivados e entre a administração de substâncias incompatíveis; Seguir as recomendações para a prevenção de trombose e tromboflebite; Evite o pinçamento do cateter e do sistema de infusão; Manter o cateter salinizado a cada 4 h com SF 0.9% e realizar a técnica de pressão positiva. 63 EXEMPLOS DE OCLUSÕES DE CATETERES: 13. Punção Arterial Definição: Punção inadvertida de uma artéria. Possíveis Causas: Não identificação da artéria; Abordagem profunda; “Sondagem” inadvertida. Sinais e Sintomas: Cor do sangue; Fluxo sanguíneo pulsátil; Fluxo sanguíneo retrógrado. Intervenção de Enfermagem: Retirar o cateter e realizar curativo compressivo no local da punção. Avaliar o desenvolvimento do hematoma. Prevenção: Identifique a artéria braquial, realize punções mais superficiais, evite sondagens. 14. Ruptura do Cateter Definição: Fratura, ou rompimento do cateter comprometendo sua integridade estrutural. Possíveis Causas: Acidente com dispositivo introdutor pérfuro-cortante durante a implantação do CCIP/PICC ou para a administração de medicamentos (ex. agulha introdutória) ou uso de tesoura próximo ao cateter; Pressão excessiva durante flush ou aspiração do cateter; Pinçamento do cateter. Sinais e Sintomas: Curativo úmido; Drenagem de líquido durante a infusão. Intervenção de Enfermagem: Remoção do cateter. 64 Prevenção: Cuidado rigoroso durante a implantação do cateter a fim de evitar danos estruturais causados pelos introdutores. Não utilizar seringa menor que 10 cc para aspirar ou lavar o cateter; Evitar dobras e pinçamento do cateter. 15. Embolia por Cateter Definição: Fragmento do cateter que pode ser carreado pela corrente sanguínea podendo migrar para o tórax e alojar-se na artéria pulmonar ou no ventrículo direito. Possíveis Causas: Rompimento do cateter. Sinais e Sintomas: descompensação hemodinâmica no caso de embolia de grandes vasos. Intervenção de Enfermagem: Caso ele se rompa próximo à inserção o enfermeiro deve aplicar pressão local ou colocar garrote próximo ao local da venopunção e, se possível, retirar o fragmento do membro puncionado imediatamente após a detecção da ruptura a fim de prevenir a migração do fragmento para os grandes vasos, coração e artéria pulmonar; Solicitar RX para localizar o fragmento do cateter. Proteger o local da punção para evitar acidentes. Prevenção: Observar todos os cuidados de prevenção de ruptura do cateter a fim de manter sua integridade estrutural. Registrar com precisão / tamanho do cateter inserido. 16. Síndrome de Twiddler Definição: Deslocamento do cateter. Sinais e Sintomas: Edema, Drenagem e cordão palpável no local de inserção do cateter; Medida do cateter incompatível com a registrada no início do procedimento. Intervenção de Enfermagem: Reavaliar o posicionamento do cateter; Re-fixar o curativo; Evitar tração do cateter e manipulação excessiva. Prevenção: Avaliar constantemente a mensuração do cateter; Avaliar as condições de fixação do cateter. Alerta:Não re-introduzir um cateter tracionado. 17. Tamponamento Cardíaco Definição: Acúmulo de sangue no saco pericárdico secundário à lesão cardíaca. A síndrome clássica do tamponamento cardíaco caracteriza-se por turgência de jugulares, hipotensão e abafamento das bulhas cardíacas - (Tríade de Beck). Possíveis causas: Lesão cardíaca causada pela ponta do cateter. Sinais e Sintomas: A visualização da ponta do cateter pelo RX apresenta-se no pericárdio; Taquicardia; Hipotensão; Bulhas hipofonéticas. Intervenção de Enfermagem: Parar a infusão imediatamente; Reposicionar o cateter; Tratamento sintomático para descompensação hemodinâmica; Intervenção de emergência para retirada do líquido - pericardiocentese. Prevenção: Proceder à técnica de mensuração rigorosa antes da instalação do cateter; Confirmação da localização da ponta do cateter através de RX. 18. Tromboflebite Definição: consiste num processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial (veia superficial), juntamente com formação de coágulos na zona afetada. 65 Possíveis Causas: Flebite química ou mecânica; Lesão da parede vascular pelo cateter ou micropartículas; Oclusão do cateter; Fluxo insuficiente para a entrada de fluido. Sinais e Sintomas: Velocidade de fluxo lento; Hiperemia; Calor local ao toque; Dor local; Edema nos membros; cordão fibroso palpável ao longo da veia. Ocorrem muitas vezes febre e mal-estar Intervenção de Enfermagem: Aplicação de compressas úmidas mornas no local por 20 minutos; Remover o cateter e os dispositivos acessórios. Prevenção: Lavagem rigorosa das mãos; Preparo adequado da pele com degermação e anti-sepsia; Técnica asséptica durante a inserção e a manutenção; Não tocar no cateter com a luva e sim com auxilio da pinça; utilizar filtros de linha venosa para micropartículas; Evitar venopunções das articulações; Inspeção rigorosa a cada 3 horas do sítio da venopunção e do trajeto da veia; controle rigoroso da velocidade de fluxo. 19. Trombose Definição: Formação de coágulo no interior de um vaso sanguíneo íntegro. Geralmente, a trombose é causada devido a uma anomalia em um ou mais itens da Tríade de Virchow: 1. Hipercoagulabilidade 2. Lesão vascular 3. Estase venosa Possíveis Causas: A formação do trombo é geralmente causada por um dano nas paredes do vaso, ou ainda por micropartículas, trauma ou infecção, e também pela lentidão ou estagnação do fluxo sangüíneo, ocasionado por alguma anomalia na coagulação sangüínea; Cateter inadequado ao tamanho do vaso. Após a coagulação intravascular, formam-se uma massa deforme de hemácias, leucócitos e fibrina. Sinais de Sintomas: Resistência durante a realização de flush; Velocidade de fluxo lento. Intervenção de Enfermagem: Não realizar flush no cateter devido ao risco de deslocamento do trombo ou bactéria para o sistema circulatório; Remover o cateter. Prevenção: Controle rigoroso da velocidade de fluxo; Utilizar cateter adequado ao tamanho do vaso; Utilizar filtro de linha venosa; lavar o cateter após a infusão de substâncias viscosas; Adicionar heparina à infusão de acordo com protocolo institucional; Não interromper a infusão de fluídos. Alerta: Alguns fibrinolíticos como a urokinase vêm sendo utilizados na recuperação da permeabilidade de cateteres obstruídos por coágulos sanguíneos em adultos. 66 XIII - CONTROLE DE QUALIDADE 67 CONTROLE DE QUALIDADE A qualidade deve ser uma característica fundamental a qualquer serviço prestado e deve envolver toda a equipe e as atividades prestadas por estes. Para MOURA (1999, p.68), "qualidade é definida como sendo a conformidade entre o que se produz com aquilo que o cliente quer, de modo que suas expectativas sejam superadas e sua satisfação alcançada”. Segundo Donabediam qualidade em saúde é: “Uma propriedade da atenção médica que pode ser obtida em diversos graus ou níveis, podendo ser definida como a obtenção dos maiores benefícios, com os menores riscos para o paciente, benefícios estes que, por sua vez, se definem em função do alcançável de acordo com os recursos disponíveis e os valores sociais existentes”. Para o suporte de serviços em cateter periférico central e informação dos resultados foi criado um programa de CCIP/PICC nos Estados Unidos, guiado pelo Center for Advanced Nursing Practice’s Evidence – Based Practice Model, foi designado e implementado com sucesso. Dentre os componentes do programa temos administração, educação, prática clínica e dada monitorizados para melhores resultados. O crescente interesse no cateter central de inserção periférica levou ao desenvolvimento do PICC Council (EUA), que foi estabelecido para prover recursos de informações na área de enfermagem envolvendo o uso e cuidado do CCIP/PICC. O resultado foi o desenvolvimento de recomendações de nomenclatura, comunicações e atividades de manutenção, que podem ser usadas por enfermeiras na terapia intravenosa no cuidado do paciente. A seguir listaremos alguns aspectos principais em relação ao uso do cateter central de inserção periférica e a garantia de qualidade do procedimento. Capacitação Profissional O enfermeiro deve ter não só o conhecimento técnico e científico, mas também o conhecimento dos diversos aspectos relacionados aos dispositivos venosos centrais. Participar de programas de Educação Continuada que incluam teoria e prática para que possa adquirir habilidade em realizar inserções seguras e eficientes. Conhecer os cuidados a serem realizados durante o uso do cateter atendendo as normas de controle de infecção e rotinas institucionais. Elaboração de Protocolos Os Protocolos têm uma conceituação semelhante à de uma atividade, um processo que combina adequadamente pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente tendo como objetivo a prestação de serviço em saúde. São importantes para a pesquisa e para a prática assistencial porque avaliam a eficácia e a segurança das intervenções terapêuticas e produzem resultados cientificamente válidos, replicáveis e generalizáveis. Para a realização de protocolos é necessário seguir alguns requisitos, são eles: Estruturais Documentação clara e objetiva; Possuir recurso humano suficientes em quantidade e qualificado; Recursos materiais adequados. 68 Critérios para a Utilização do Protocolo Ser aprovado pela instituição e assinado pela Diretoria Clínica e Departamento de Enfermagem; Estrutura adequada contendo as indicações, recomendações, responsabilidades e os parâmetros clínicos para a remoção; Estabelecer as responsabilidades. Conteúdo do Protocolo Descrever as técnicas de inserção, cuidados, manutenção e remoção; Descrever as intervenções de enfermagem na ocorrência de complicações; Não infringir os preceitos ético-legais da enfermagem. Documentação Ter registro da inserção, da troca de curativo, da condição de perviabilidade, da desobstrução e remoção do cateter. Inserção: Indicação; Identificação do paciente; Diagnósticos; Data e hora da inserção; Alergias; Terapêutica; Marca do cateter, número do lote, calibre e comprimento total; Comprimento externo; Veia acessada; Medida basal da circunferência do membro; Número de tentativas; Anestésicos; Dificuldades de inserção e intervenções empregadas; Localização da terminação por meio da verificação radiológica; Reações do paciente; Tipo de curativo; Orientações dadas à equipe, família e paciente; Nome, assinatura e COREN; Troca de Curativos Data e hora; Aspecto do local; Solução utilizada; Medida da circunferência do membro; Medida do comprimento externo do cateter; Respostas do paciente; Nome, assinatura e COREN. Mantendo o Cateter Pérvio Data e Hora; Tipo de cateter; Lumens lavados; Presença ou ausência de retorno sangüíneo; Indicação; Solução utilizada; Nome, assinatura e COREN. Desobstrução Data e hora da identificação mau funcionamento; Localização do cateter; Condições da inserção; Identificar os lumens tratados; Descrever as reações do paciente; Nome, assinatura e COREN. Remoção do Cateter Data e hora da remoção; Motivo da remoção; Total de dias do cateter; Aspecto do cateter e comprimento total; Reações do paciente; Nome, assinatura e COREN. 69 XIV - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 70 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM O Processo de Enfermagem (PE) é a dinâmica das ações sistematizadas einter- relacionadas, norteando a prática da enfermagem na tomada de decisões. Serve como método para a solução de problemas na prática profissional, através do conhecimento técnico-científico, ocorrendo desde o primeiro contato com o cliente até a avaliação dos resultados obtidos. O processo de enfermagem é um método de cuidados humanizados, pois o cliente recebe um plano de assistência individualizada, que enfoca a obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) possibilita ao enfermeiro identificar quais Necessidades Humanas Básicas foram afetadas em seus clientes e classificar os diagnósticos e intervenções de enfermagem, para que sua equipe possa prestar uma assistência individualizada e baseada em conhecimentos científicos. Muitos profissionais têm a percepção da necessidade de uma Sistematização da Assistência de Enfermagem, mas a escolha de um referencial teórico e uma metodologia adequada constitui um grande desafio para as lideranças que querem trabalhar com este processo. A SAE deve ser uma conquista do profissional enfermeiro, que irá mudar a prática da enfermagem à luz de metodologias problematizadoras, para que não se constitua em mais uma alternativa frustrada ou um processo apenas normativo. A SAE é um instrumento facilitador na avaliação da qualidade, pois através dela podemos avaliar as ações tomadas no cuidado prestado, certificando-se a eficácia e qualidade no serviço. Atualmente, a imagem que o cliente reflete no mundo dos negócios é de uma figura global, e a qualidade é a linguagem dos negócios. Os clientes querem a perfeição de produtos ou serviços e pagar pouco. É responsabilidade dos líderes identificarem e implementar a melhor estratégia na busca de soluções para os problemas da Organização / Instituição, reduzindo custos e estimulando as pessoas a trabalharem em equipe, sendo requisitos para a qualidade. A garantia da qualidade no trabalho da enfermagem ocorre quando o enfermeiro obtém conhecimento, capacidade criativa, determinação e acredita no controle da qualidade como um dos instrumentos necessários para o planejamento da assistência de enfermagem, fazendo-se necessário um arcabouço político favorável, conscientização dos profissionais e desenvolvimento de instrumentos que monitorizem sistematicamente as práticas de enfermagem. 1. Diagnósticos de Enfermagem no paciente portador de CCIP/PICC Apresentaremos alguns diagnósticos de enfermagem formulados a partir da NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) e CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem), para o paciente em uso do CCIP/PICC. 2. Mobilidade Física Prejudicada Características definidoras: restrição do movimento do membro superior. Fatores relacionados: punção do CCIP/PICC na fossa antecubital e ou fixação inadequada. 3. Ansiedade Características definidoras: alterações comportamentais, fisiológicas, afetivas e ou cognitivas. 71 Fatores relacionados: estresse e ameaça de mudança no estado de saúde devido à inserção da CCIP/PICC. 4. Medo Características definidoras: alterações cognitivas, comportamentais, fisiológicas e ou relato verbal. Fatores relacionados: situação potencialmente estressante - inserção de CCIP/PICC. 5. Risco de Infecção Fatores de risco: procedimento invasivo (inserção do CCIP/PICC) 6. Integridade Tissular Prejudicada Características definidoras: tecido lesado; flebite mecânica e ou química, dor, eritema, edema, endurecimento da veia (drenagem pela inserção). Fatores relacionados: inserção do CCIP/PICC; material e tamanho do cateter; técnica inadequada de inserção; características da veia; posicionamento da terminação; fatores inerentes ao paciente; membro dominante versus não dominante; veia cefálica; medicações irritantes; extremos de pH ou osmolaridade; diluição inadequada; infusão rápida; localização da terminação. 7. Sangramento Características definidoras: perda sanguínea do sistema vascular por um orifício (inserção do CCIP/PICC). Fatores relacionados: inadequados calibres de agulha / cânula introdutora; distúrbios de coagulação; terapêutica anticoagulante e ou inserção traumática. 8. Hematoma Características definidoras: coleção e acúmulo de sangue presente dentro dos tecidos e pele, massa palpável, sensibilidade ao toque, pele dolorida de aspecto azul – esverdeado desbotado ou amarelado. Fatores relacionados: inadequados calibres de agulha / cânula introdutora; distúrbios de coagulação; terapêutica anticoagulante e ou inserção traumática. 9. Arritmia Características definidoras: ritmo cardíaco irregular; dispnéia; palpitações; hipotensão arterial; alterações eletrocardiografias. Fatores relacionados: irritação do miocárdio; migração da terminação para o átrio; movimento do braço deslocando o cateter para o átrio direito. 10. Percepção Sensorial Tátil Alterada Características definidoras: dormência, formigamento, fraqueza da região. Fatores relacionados: dano direto pela agulha, irritação dos nervos durante inserção; posicionamento inapropriado do braço; cateter fora da veia. 11. Risco de perfusão Tissular Cerebral Ineficaz Fator de risco: entrada de grande “bolus” de ar pelo cateter. 12. Infecção Bacteriana no local de Inserção do CCIP/PICC 72 Características definidoras: área de infecção afetando pele e subcutâneo; drenagem pelo local de inserção; eritema; edema; dor; ausência de sintomas sistêmicos. Fatores relacionados: contaminação do local de inserção; preparo inadequado da pele; manutenção inadequada do local de inserção; condições clínicas do paciente; técnicas inapropriadas como a lavagem das mãos. 13. Infecção Sistêmica Características definidoras: febre e calafrios; leucocitose; culturas positivas; sepse. Fatores relacionados: colonização do cateter; múltiplos lumens; bainha de fibrina; condições do paciente; local de inserção; infecções prévias; técnicas inadequadas. 14. Embolia por cateter Características definidoras: perda visível do cateter ou fragmentos no interior da veia. Fatores relacionados: dano ao cateter; Retração do cateter pela agulha introdutora; Retirada agressiva do estilete. 15. Embolia por trombo venoso Características definidoras: maioria assintomática; edema; drenagem; impossibilidade de aspiração; lentificação da infusão; edema periorbital; desconforto no ombro ou pescoço; taquicardia; dispnéia. Fatores relacionados: resíduos no cateter; inserção traumática; estados de hipercoagulabilidade; soluções hipertônicas; mau posicionamento do cateter; tamanho do cateter; estase venosa. Muitos outros diagnósticos podem ser identificados apartir de uma avaliação adequada do enfermeiro. A SAE para este paciente pode ser implementada com o uso das Classificações de Intervenção (NIC) e Resultada de Enfermagem (NOC). 73 XV - ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS 74 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Considerações Éticas – Resolução COFEN Nº 258 Inserção de Cateter Periférico Central, pelos Enfermeiros. O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO a competência técnica do Enfermeiro, estatuída na Lei nº 7.498/86 em seu artigo 11, inciso I, alíneas ï “em” m”, e inciso II, alíneas ë” e “f”. CONSIDERANDO a Resolução COFEN nº 240/2000. que aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seu Capítulo III, artigos 16,17 e 18; CONSIDERANDO o Parecer da Câmara Técnica Assistencial nº 011/2001, aprovado na Reunião Ordinária do Plenário nº 296; RESOLVE: Art. 1º - É lícito ao enfermeiro à inserção de cateter periférico central. Art. 2º - O enfermeiro para o desempenho de tal atividade, deverá ter-se submetido à qualificação e / ou capacitação profissional. Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando disposições em contrário. Rio de Janeiro 12 julho de 2000. Parecer Técnico nº 09/2000 – COREN / RJ Assunto: Inserção de cateter venoso periférico (PICC) por enfermeiro. Consulta-nos sobre a atuação do Enfermeiro na inserção de cateter venoso periférico (PICC), Enfermeiro que constam no abaixo assinado. Consideramos que os cateteres utilizados são fabricados em polímeros de silicone ou de poliuretano radiopacos, facilitando a sua inserção e posicionamento. Considerando que o cateter poderá ser utilizado por clientes dos neonatos a idosos com difícil acesso venoso, que necessitam de infusão venosa de líquidos por terapêutica prolongada, domiciliar ou hospitalar. Considerando que o cateter ocasiona menores complicações, diminuindo as taxas de infecções, apesar de não necessitar de uso de técnica cirúrgica, sendo comprovadamente de custo menor que os demais. Considerando a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem nº 7.498/86 no seu artigo 11 “O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, inciso I Privativamente, alínea m, cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas”; Considerando o Decreto 94.406/87 que regulamenta o exercício da Enfermagem no seu 8º Ao Enfermeiro incumbe inciso I Privativamente, alíneas: G) Cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; H) Cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; 75 I) “Participar nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco”. Considerando a resolução COFEN 240/2000 Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem “Capítulo III Das Responsabilidades” nos seus artigos 16- Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. “No artigo 17- Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela;E no artigo 18-” Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos científicos e culturais em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão”. Considerando a Portaria nº 272/98 do Ministério da Saúde, da Secretaria de Vigilância Sanitária “anexo 1 Atribuições dos Profissionais Enfermeiros 8.4-“ Proceder ou assegurar a punção venosa periférica, incluindo a inserção periférica (PICC)”. Considerando as recomendações da literatura científica cabe ao Enfermeiro observar: Na Inserção: Orientação ao cliente sobre o cateter PICC; Escolha do melhor local de inserção; Rotular o cateter com a data de inserção; Medir antes de inserir o cateter e após inserção, conferir o comprimento do seguimento externo e total do cateter; Selecionar o calibre do cateter compatível com o cliente; Localização através de Raios-X da ponta do cateter; Nas anotações diárias: Revisar e anotar data de inserção; Avaliar o comprimento externo do seguimento; Troca de curativo diário e das tampas de vedação quando necessário; Balanço hídrico rigoroso; Avaliar refluxo de sangue; Observações diárias: Avaliar e anotar: Febre; Eritema no local de inserção; Irritação de pele; Calor local; Drenagem de líquido no local; Cuidados com o cliente imunodeprimidos. Conclusão: É nosso Parecer técnico que o Enfermeiro poderá inserir o cateter (PICC) desde que atenda os pré-requisitos que são: Ser Especialista titulado pelas associações profissionais tais como: Oncologia, Cardiologia, Pediatria, Neonatologia, Intensivista e outras especialidades que vierem a conferir título; Ter a técnica e os procedimentos registrados em Protocolos institucionais; Ter concluído treinamento técnico de inserção do cateter (PICC). Este Parecer Técnico submete a apreciação de V.Exa. Rio de Janeiro, 15 de Dezembro de 2000. 76 77 XVI - ANEXOS 78 ANEXOS Ficha de Protocolo de Instalação do CCIP 1.Identificação 2. Dado do cateter 3. Inserção 4. Troca do 1º curativo 79 5. Retirada 6. Destino do paciente Observação 1: PICC sem soroterapia contínua ou mesmo os que estão salinizados para antibioticoterapia, prescrever sem exceção lavar com 2 ml de SF 0,9% a cada 4h. Observação 2: Pacientes com restrição hídrica conversar com plantonista para acordar o volume prescrito para ser lavado. Observação 3: Antes e após a administração de qualquer medicação lavar o PICC com 1ml de SF 0,9%. 80 XVII - BIBLIOGRAFIA 81 BIBLIOGRAFIA 1. ALFARO LEFREVE, R. Aplicação do processo de enfermagem: promoção do cuidado colaborativo. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 2. BALAS EA. Protocolos Clínicos Baseados em Evidências. São Paulo, PROAHSA- Fundação Getúlio Vargas, 1998. 3. BROWN, JM. Peripherally inserted central catheteres: use in home care. Journal of Intravenous Nursing. 12(3): 144 -7, 1989. 4. BROWN, J. M. Peripherally inserted central catheters – Insertion, Care, Use, and Maintenance. Tustin: Luther Medical Products Inc., 1994. 5. CIE – Conselho Internacional de Enfermagem. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE Beta 2.São Paulo, 2003. 6. FREITAS, L.C.M. 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