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Aulas - Teorias do Pacto

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Enviado por Danilo Cardoso Pereira em

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As doutrinas do Pacto Social
	Antecedente próximo da idéia de Constituição são as doutrinas do Pacto Social�. Na idade média, floresceu a idéia de que a autoridade dos governantes se fundada num contrato com os súditos; o pactum subjectionis. Por este pacto, o povo se sujeitava a obedecer ao príncipe enquanto este se comprometia a governar com justiça, ficando Deus como árbitro fiel do cumprimento do contrato. Assim, violando o príncipe a obrigação de justiça, exoneravam-se os súditos da obediência devida, pela intervenção do Papa, representante da divindade sobre a Terra. Entre as várias teorias: Thomas Hobbes(1599-1679), com o Leviatã: John Locke(1632-1704), com Segundo Tratado do Governo Civil; Jean Jacques Rosseau(1712-1778), com O Contrato Social e Robert Filmer, com a Teoria Patriarcal. Os autores citados, embora todos contratualistas, tinham diferentes nuances e fundamentações teóricas, pois Filmer e Hobbes defendiam o poder absoluto.
6. Declarações dos Estados Unidos e o modelo liberal
	Com a finalidade de submeter o Estado ao Direito, o movimento revolucionário de inspiração liberal, na América do Norte, teve como passo inicial uma edição de uma Declaração de Direitos. .Em 16 de junho de 1776, a Carta do Bom Povo da Virgínia, portanto, antes mesmo da Independência, estabeleceu uma declaração de direitos que enunciava o mínimo irredutível do Direito, tal qual era ele concebido pelo pensamento pelo modelo liberal. A Carta da Virgínia teve efêmera duração, pois vieram outros documentos, como a Declaração de Independência e depois a Constituição dos Estados Unidos.
	O texto original da Declaração da Virgínia foi de George Mason, que representou o Estado na Convenção da Filadélfia de 1787, onde foi votada posteriormente a Constituição dos EUA. A proclamação de abertura, asseverando que todos os seres humanos são, pela própria natureza, igualmente livres e independentes, dá o tom de todas as grandes declarações de direitos do futuro e reconhece “direitos inatos”�. Em 16 de agosto do mesmo ano, a Pensilvânia aprovou, juntamente com sua Constituição uma carta de direitos.
	A Declaração de Independência de 4 de julho de 1776 é um documento de inigualável valor histórico e feito por Thomas Jefferson, que teve como escopo principal à limitação do poder estatal.	Depois dela, as antigas treze colônias britânicas da América do Norte, em 1776, estiveram reunidas primeiro sob a forma de uma confederação. O documento de Independência, de quatro de julho de 1776 diz: “Cremos serem verdades evidentes......”. Tais “verdades” são evidentes, mas como revela Manoel Gonçalves, prescindem de demonstração, ou seja, não dispensam uma declaração solene. 
Os dispositivos foram repetidos nos Artigos de Confederação, antes da criação do modelo federativo e presidencialista. Ao surgir, ligada que estava a doutrina liberal, a idéia de Constituição dos EUA e a Declaração Francesa tinham um caráter polêmico. Não designava qualquer organização fundamental, mas apenas a que desse ao Estado uma estrutura de ser um documento escrito, com separação do poder e declaração de direitos.
	Como revela Canotilho�, a partir do século XIX, a constituição passa a ter como referência o Estado e não mais a República. O jurista português aponta para o surgimento de um Estado garantidor da liberdade individual e assegurador do livre desenvolvimento econômico, enfim, um Estado Polícia que garantiria a ordem e a tranqüilidade públicas.
	O Constitucionalismo no sentido histórico é o movimento desencadeado pelas “Revoluções Liberais Burguesa”, apregoando a idéia de escrever a Constituição com mecanismos capazes de conter e limitar o Poder Político e evitar o absolutismo. Foi um movimento cultural, político e jurídico desenvolvido no final do “Século das Luzes”, do qual, se postulava que os Estados adotassem dois mecanismos de frear o Poder Absoluto, sendo um externo ou exógeno e outro interno ou endógeno.
	Uma importante lição a respeito do assunto é de Celso Ribeiro Bastos� que explica as diferenças entre legitimidade e legalidade. Dos atos infraconstitucionais cobra-se legalidade, ou seja, devem estar de acordo com o preceituado formalmente no processo legislativo e, se for o caso materialmente em nível hierárquico superior.
	Das Constituições, por seu turno, é solicitada a legitimidade, que vem a ser a maior ou menor correspondência entre os valores e as aspirações de um povo e o constante nela. 
	Na seqüência de idéias, a respeito da evolução dos ciclos ou dimensões, teve importância vital o constitucionalismo dos Estados Unidos. Sob a inspiração dos direitos costumeiros ingleses e as idéias revolucionárias francesas, a Revolução dos Estados Unidos inaugurou governos independentes nas Treze Colônias, seguindo-se um processo específico de adoção de Cartas Constitucionais para cada uma das unidades políticas. Bobbio denomina está como a primeira geração de direitos ou direitos de liberdade. Depois, as outras dimensões de direitos revelaram outras características diferentes desse modelo liberal que tinha apenas separação do poder e declaração de direitos, além de ser um documento escrito. 
	Para David Araújo� é necessário separar juridicamente um conceito de constituição, porque o tema consente abordagens por diferentes ângulos. O mais importante, entretanto, é buscar um conceito jurídico que, a um só tempo, consiga delimitar seu alcance e explicar seu conteúdo. Para tanto, o autor sugere a recuperação de noções básicas, sendo que a primeira é a de que a Constituição é o documento básico de um Estado, é a sua constituição. Ajustada a esse enfoque, sua finalidade há de compreender, ao menos, a regulamentação dos elementos estruturantes do Estado, ou seja, território, governo, povo e finalidade.
� Ferreira Filho, Manoel Gonçalves.Curso de direito constitucional, p.6.
� Comparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos, p. 98.
� Canotilho, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional, p. 92.
� Bastos, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional, p. 21.
� Araújo, Luiz Alberto David. Curso de direito constitucional p. 3.

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