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P á g i n a | 1 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO MACROECONOMIA CONCEITO DE MACROECONOMIA A macroeconomia estuda o funcionamento do conjunto da economia de um país, envolvendo o nível geral de preços, formação da renda nacional, mudanças na taxa de desemprego, taxa de câmbio, balanço de pagamentos, oferta de moedas, etc. (Souza, 2000). Macroeconomia é o estudo da estrutura e do desempenho das economias nacionais e das políticas que os governos utilizam para tentar influir no desempenho econômico (Bernanke, Abel e Croushore, 2008) PRODUÇÃO, RENDA E FLUXO CIRCULAR FAMÍLIAS MERCADO DE FATORES EMPRESAS MERCADO DE PRODUTOS GOVERN O RESTO DO MUNDO Capital, trabalho e terras Juros, salários, aluguéis e lucros Oferta demanda P á g i n a | 2 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO VAZAMENTO MEDIDAS CORRETIVAS 1. IMPORTAÇÕES Ø exportações Ø medidas protecionistas 2. POUPANÇA Ø governo toma emprestado e promove gastos em investimento com infra-‐estrutura Ø sistema financeiro faz a intermediação entre credores e tomadores 3. IMPOSTOS Ø governo financia os gastos públicos através dos impostos (infra-‐estrutura e máquina estatal) ESTRUTURA BÁSICA DO MODELO MACROECONÔMICO Ø Mercado de bens e serviços o Oferta agregada de produtos e serviços o Demanda agregada de produtos e serviços o Nível geral de preços (mede a velocidade do aumento dos preços – inflação) Ø Mercado de trabalho o Demanda por trabalho o Oferta de trabalho o Salário médio o Taxas de emprego e desemprego Ø Mercado monetário o Oferta de moedas o Demanda de moedas o Taxa de juros (esta taxa é influenciada pela taxa SELIC) Ø Mercado de títulos o Oferta de títulos públicos (depende da capacidade de endividamento do Governo) o Demanda de títulos públicos (para as famílias e empresas surge como oportunidade para aplicações financeiras) o Taxa SELIC (taxa de juros que remunera os compradores de títulos públicos) Ø Mercado de divisas (moeda estrangeira) o Oferta de divisas (exportações, Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), empréstimos internacionais, turismo internacional, etc) o Demanda de divisas (importações, instimentos brasileiros no exterior, pagamento de empréstimos no exterior, turismo de brasileiros no exterior, etc.) o Taxa de câmbio CONTABILIDADE SOCIAL A “Contabilidade Social” trata da mensuração da atividade econômica e social, em seus múltiplos aspectos. Ela define e sistematiza regras para a produção e a organização contínua de informações relevantes (agregados macroeconômicos, indicadores de desenvolvimento). Estas informações macroeconômicas são importantes e úteis para a economia como um todo, pois orientam as decisões que serão tomadas, sejam públicas ou privadas. A Contabilidade Social oferece um retrato da realidade econômica e social dos países que permitem acompanhar como crescem e se desenvolvem ao longo do tempo. O acompanhamento é feito por estimativas dos agregados macroeconômicos, derivados do Sistema de Contas Nacionais. Exemplos de agregados macroeconômicos: produto interno, poupança, investimentos privados (formação bruta de capital fixo), total de salários pagos, total de empregos gerados, exportações, importações P á g i n a | 3 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO O sistema de Contabilidade Nacional (Social) tem origem em: Keynes, Leontief (Matriz Insumo-Produto) e pelo manual de Contas Nacionais das Nações Unidas. No Brasil, o sistema de Contas Nacionais é produzido pelo IBGE (órgão federal produtor de estatísticas oficiais). Brasil: Contas Nacionais elaboradas de acordo com a 3ª Versão do Sistema de Contas Nacionais da ONU (1953, 1968, 1993 e 2000) CALCULO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional, em determinado período de tempo, avaliados a preços de mercado. A sua valoração ocorrem em termos monetários e permite que se agreguem quantidades heterogêneas (somar vários produtos com unidades de medidas diferentes) Importante: ü Somente a produção de bens e serviços finais entra no PIB. Os bens intermediários são contabilizados separadamente. Este procedimento evita a dupla contagem de produtos e serviços. ü O PIB inclui somente a produção corrente, verificada no período considerado (trimestre ou por ano) Atenção: ü Transações envolvendo a mera transferência de bens produzidos em períodos anteriores (venda de casas, carros ou fábricas usadas não entram no PIB corrente). ü Produção de bens e serviços sem valor de mercado, como por exemplo, serviços domésticos não-remunerados. ü Atividades econômicas não-declaradas, com o objetivo de sonegar impostos ou por serem ilegais (economia subterrânea) – jogos clandestinos, drogas, prostituição (criptoeconomia) O PIB pode ser calculado a partir de três óticas. 1) Despesa Nacional (Ótica da despesa) 2) Produto Nacional (Ótica da produção) 3) Renda Nacional (Ótica da renda) O CALCULO DO PIB PELA DESPESA (DISPÊNDIO) A despesa total com bens e serviços produzidos pelos habitantes de um país em um determinado período de tempo. PIB = Consumo + Investimentos + Gastos do governo + Exportações Líquidas (Exportações menos as Importações) ◊ CONSUMO (C) = são os gastos familiares em bens e serviços produzidos ◊ INVESTIMENTOS (I) = despesas em equipamento de capital, prédios para empresas, novas residências. Inclui também os estoques comerciais. ◊ GASTOS DO GOVERNO (G) = ocorrem em todos os níveis de governo. ◊ EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS (X – M) = é o valor das exportações menos as importações. PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) Fórmula para calcular: PNB = PIB – RLEE O que significa RLEE: Renda Líquida Enviada ao Exterior Fórmula para calcular: RLEE = REE – RRE REE = Renda Enviada ao Exterior RRE = Renda Recebida do Exterior P á g i n a | 4 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO Afinal de contas, o que significa tudo isso? ü Na economia aberta (países comercializam bens e serviços entre si) existe um fluxo de pagamentos entre o país e o resto do mundo. A RLEE corresponde ao pagamento efetuado aos proprietários dos fatores de produção residentes no exterior, descontados os valores recebidos pelos proprietários dos fatores de produção residentes no país. ü Constituem o RLEE, basicamente, as entradas e saídas de lucros, dividendos, juros, direitos de autor, rendas provenientes de salários, etc. Crescimento econômico O conceito de crescimento econômico desponta em 1776 com a publicação de “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, obra em que o autor estuda a formação da riqueza de uma nação. O crescimento econômico é tido então, para Smith, como uma das principais condições para o alcance do desenvolvimento, ou melhor, como o próprio desenvolvimento. A forma clássica e tradicional (atual) para se medir o crescimento econômico de um país é medir o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB). Desenvolvimento econômico Conceito: Desenvolvimento econômico define-se por crescimento econômico contínuo, superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças e melhorias de estruturas e indicadores econômicos, sociais e ambientais. Desenvolvimento econômico pode ser analisado a partir dos seguintes indicadores: ü Relação que define a renda per capita ü Como a renda se distribui entre as pessoas ü Melhorias no bem estar das pessoas ü Qualidade de vida das pessoas (saúde, educação, transporte, liberdade, etc) Caracterização do subdesenvolvimento Conceito: Subdesenvolvimento caracteriza-se por crescimento econômico insuficiente em relação ao crescimento demográfico, concentração de renda e riqueza, com número considerável de pessoas pobres e miseráveis em relação à população total. METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA ü Elevar o nível de emprego (gerar empregos na economia) ü Estabilidade dos preços (manter a inflação baixa) ü Distribuição de renda socialmente justa ü Crescimento econômico (com desenvolvimento econômico e social) POLÍTICA MACROECONÔMICA A política macroeconômica refere-se a forma e desempenho do governo sobre a capacidade produtiva (produção agregada) e despesas planejadas (demanda agregada). Principais instrumentos de política econômica (macroeconômica): Ø Política fiscal Ø Política monetária Também é possível fazer outras duas políticas: Ø Política cambial e comercial Ø Política de renda P á g i n a | 5 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO POLÍTICA FISCAL São os instrumentos que envolvem: a) Arrecadação tributária (política tributária) b) Gastos governamentais (política de gastos) Importante: O nível de tributação, política tributária (estrutura e alíquotas de imposto) são utilizadas também para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado. Aplicação das políticas fiscais em alguns casos: • Caso 1: Reduzir a taxa de inflação • Caso 2: Crescimento da economia e geração de emprego • Caso 3: Distribuir a renda Caso 1: Reduzir a taxa de inflação ü Aumentar alguns tributos com o objetivo de reduzir o consumo. o Exemplo: recentemente o governo aumentou o IOF para cartão de crédito e financiamento ü Reduzir (corte) os gastos públicos – governo evita de colocar grande quantidade de recursos financeiros na economia Importante: O nível de tributação, política tributária (estrutura e alíquotas de imposto) são utilizadas também para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado. Caso 2: Crescimento da economia e geração de emprego ü Reduzir alguns tributos com o objetivo de aumentar o consumo ü Aumentar os gastos públicos – governo colocar grande quantidade de recursos financeiros na economia Caso 3: Distribuir a renda de forma justa ü Reduzir alguns tributos – cobrança progressiva de impostos ü Reduzir impostos com o objetivo de aumentar o consumo – principalmente famílias de baixa renda ü Aumentar os gastos do governo com políticas sociais – educação, saúde, transporte, segurança, inclusão social. Resultados dos fluxo fiscal: • RECEITA > DESPESA = SUPERÁVIT FISCAL • RECEITA < DESPESA = DÉFICIT FISCAL DÉFICIT PÚBLICO: CONCEITOS E FORMAS DE FINANCIAMENTO CONCEITOS DE DÉFICIT PÚBLICO Déficit Primário ou Fiscal – Medido a partir da arrecadação total de impostos menos os gastos públicos. Exclui da contagem os gastos com juros reais da dívida contraída anteriormente. Déficit Operacional – é medido pelo déficit primário, acrescido dos juros reais da dívida passada. É considerada a medida mais adequada para refletir as necessidades reais de financiamento do setor público. Déficit Nominal ou Total – Indica o fluxo líquido de novos financiamentos, obtidos ao longo de um ano pelo setor público nas suas várias esferas (União, governos estaduais e municipais, firmas estatais e Previdência Social). P á g i n a | 6 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO FINANCIAMENTO DO DÉFICIT Poderá financiá-lo através de recursos extrafiscais (duas as principais fontes): a) Emitir moeda: o Tesouro Nacional (União) pede emprestado ao Banco Central, conhecido como monetização da dívida – gera inflação. b) Vender títulos da dívida pública ao setor privado (interno e externo) - Conseqüências: elevação da dívida pública e o governo precisa elevar as taxas de juros para torná-los mais atraentes – elevação tradicional no endividamento. POLÍTICA MONETÁRIA Atuação do governo sobre a quantidade de moeda em circulação e de títulos públicos numa economia. Instrumentos de política monetária: a. emissões (moeda e de títulos públicos) b. depósitos compulsórios (percentual sobre os depósitos, que os bancos comerciais devem colocar à disposição do Banco Central) c. Open Market (compra e venda de títulos públicos) d. Redesconto (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais) e. Regulamentação sobre crédito e taxa de juros Aplicação da política monetária em alguns casos: Caso 1: Controlar a inflação Caso 2: Crescimento econômico e geração de emprego Caso 1: Controlar a inflação ü Aumentar os depósitos compulsórios ü Venda de títulos públicos no mercado (reduz circulação de moeda) ü Reduzir e dificultar o acesso ao crédito ü Aumentar a taxa básica de juros da economia (Selic) Caso 2: Proporcionar crescimento econômico ü Reduzir os depósitos compulsórios ü Comprar títulos públicos no mercado ü Aumentar e facilitar o crédito ü Reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) IMPORTANTE: Uma política econômica eficiênte deve ser executada através de uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. û A política fiscal é mais eficiente quando o objetivo é distribuição de renda, já a política monetária é mais difusa na questão distributiva. û Vantagem da política monetária: esta pode ser implantada de imediato, enquanto que a implementação da política fiscal é necessária a aprovação do Congresso (é o princípio da Anterioridade). POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL Estão relacionadas ao setor externo da economia. A política cambial refere- se a atuação sobre a taxa de câmbio. A política comercial atua diretamente nas exportações e importações. Instrumento: Banco Central – pode fixar a taxa de câmbio (atualmente o regime é de livre flutuação cambial). Atuações do Banco Central: û fixando antecipadamente a taxa de câmbio (regime de taxas de câmbio fixas) û taxa flutuante (regime de taxas de câmbio flexíveis). û O BC atua comprando e vendendo divisas (flutuação suja – interferência no equilíbrio) û Pelo atual regime o que define o equilíbrio é o mercado de divisas (moedas estrangeiras) P á g i n a | 7 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO A política comercial û são os instrumentos de incentivo às exportações (redução de tributos sobre produção por exemplo) û estímulo e desestímulo às importações (tributos e barreiras protecionistas) û creditícios (taxas de juros subsidiados) às exportações ou financiamentos de fretes por exemplo. POLÍTICA DE RENDAS Refere-se à intervenção governamental na formação de renda (salários). Políticas de complementação de renda (exemplo: bolsa família), embora tenham características de assistencialismo, é considerada uma política de renda. INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA Moeda: desempenha papel muito importante em nossa sociedade e o seu estudo é um dos tópicos mais abordados no campo econômico. A moeda é algo que é aceito pela coletividade para desempenhar essas funções. FUNÇÕES BÁSICAS DA MOEDA (TRÊS FUNÇÕES): Função 1: Meio ou instrumento de troca û O que seria da sociedade atual se não houvesse um meio de troca aceito por todos? û Sem moeda todas as trocas deveriam ser diretas (economia do escambo) Função 2: Unidade de conta û A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas û A moeda serve como denominador comum û A moeda pode ser usada contabilmente (acertos de contas) û A moeda serve como unidade para pagamentos diferidos no tempo (serve como medida para um pagamento a ser realizado no futuro) Função 3: Reserva de valor û Para que a moeda possa ser aceita em troca de mercadorias, é preciso que ela possa ser aceita na compra de outros bens e serviços. Assim, a moeda representa um direito que seu possuidor tem sobre algumas mercadorias. û O individuo que recebe moeda não precisa gastar imediatamente, pode guardar para uso posterior. Isso significa que ela tem reserva de valor. Para isso deve ter valor estável. Importante: Mais de um ativo podem cumprir as funções da moeda (cartões e cheques, por exemplo). TIPOS DE MOEDA: a. Moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central, constituem pequena parcela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor e/ou com unidade monetária fracionada (troco). b. Papel-moeda: também emitido pelo BC, representa parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do público. c. Moeda escritural: é representada pelos depósitos a vista (depósitos em conta corrente) nos bancos comerciais. OBS: Papel-moeda e as moedas metálicas em poder do público são denominados moeda manual. OFERTA DE MOEDA A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento. Meio de pagamento: constitui o total de moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações. P á g i n a | 8 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO A liquidez da moeda é a capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações. ü Moeda (M1) = moeda em poder do público + depósitos a vista (meios de pagamento) ü O dinheiro que pertence aos bancos são seus encaixes (caixa dos bancos comerciais) ü Reservas = quanto os bancos comerciais mantêm depositado junto ao BC. Classificação dos meios de pagamento (atual) Meios de Pagamento Restritos: • M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista Meios de Pagamento Ampliados: • M2 =M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias • M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic Poupança financeira: • M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez DEMANDA DE MOEDA A demanda por moeda ocorre por parte das empresas e das famílias. O que faz as pessoas e empresas reterem dinheiro? Dinheiro que não rende juros? Quais os motivos ou razões para a demanda de moeda? Demanda de moeda para transações - Ex: as pessoas e empresas precisam de dinheiro para suas transações do dia-a-dia. Demanda de moeda por precaução - Ex: o público e as empresas precisam ter certa reserva monetária para fazer face a pagamentos imprevistos, ou atrasos em recebimentos esperados. Demanda de moeda por especulação - Ex: dentro de uma carteira de aplicações os investidores devem deixar uma “cesta” para a moeda – esta tem liquidez imediata e permite novas aplicações com maior rapidez. MONETIZAÇÃO E DESMONETIZAÇÃO DA ECONOMIA Processos inflacionários elevados – ocorre a desmonetização da economia – diminuem a quantidade de moedas sobre o total de ativos financeiros. As pessoas procuram defender-se da inflação com aplicações que rendem juros. Inflação baixa: monetização da economia – as pessoas mantêm mais moeda em seu poder. CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA (OU DE MEIOS DE PAGAMENTO) A função do Banco Central é verificar se há criação ou destruição de moeda. ü Criação de moeda: quando há um aumento do volume de meios de pagamento na economia ü Destruição de moeda: redução dos meios de pagamento na economia Ex: o Aumentos dos empréstimos ao setor privado (criação de moeda – os bancos comerciais retiram dinheiro de suas reservas e emprestam ao público). o Pagamento de um empréstimo ao banco (destruição de moeda – o dinheiro sai do público e retorna para os bancos) o Saque de um cheque no balcão do banco (neutro – não há criação nem destruição de moeda, pois ocorreu uma transferência de depósito a vista para dinheiro em poder do público) o Indivíduo efetua depósito a prazo (ocorre destruição de moeda, pois depósito a prazo não é M1). o Banco compra títulos da dívida pública em poder do público (criação de moeda – Mercado Aberto ou Open Market). P á g i n a | 9 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO BANCO CENTRAL (BACEN) No Brasil, o Banco Central existe desde 1964, como autarquia vinculada ao Conselho Monetário Nacional. Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil (BB) e pelo Tesouro Nacional. Funções do Banco Central (BACEN) A) Banco dos Bancos û Transferir fundos de um banco para outro (Recebe depósitos dos bancos comerciais e transfere fundos para outro banco comercial – Câmara de Compensação de Cheques) û Transferir fundos líquidos para os bancos comerciais (cobrado uma taxa de juros conhecida como taxa de redesconto) û Zelar pela estabilidade do sistema bancário (Socorrer os bancos em dificuldades) B) Banco do Governo û Grande parte dos fundos do governo é depositada no Banco Central. û Quando o governo necessita de recursos, normalmente emite títulos públicos e os vende ao público ou ao BACEN. û O BACEN age como agente financeiro do governo C) Executor da política monetária û Controle de oferta de moeda INFLAÇÃO Pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços de um País. û Os movimentos inflacionários representam elevações em todos os bens produzidos pela economia e não meramente o aumento de um determinado preço. û Não se considera elevação esporádica dos preços (elevações sazonais). û O valor da moeda é depreciado pelo processo inflacionário (aumento dos preços diminui o poder aquisitivo da moeda – dinheiro). û Inflação representa um conflito distributivo existente na economia mal administrada. Podem gerar inflação: û Desequilíbrio entre oferta e demanda û Desequilíbrio financeiro do setor público û Relação Salários X Preços û Desequilíbrios da economia nacional com a economia internacional O gráfico abaixo ilustra o comportamento da inflação no Brasil através do índice Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC para o período de 1979 a 2010. As vésperas do Goveno Collor (1990) tivemos o registro do maior percentual mensal de inflação (acima de 80% ao mês). A partir de agosto de 1994 a inflação foi controlada definitivamente. Fonte: Ipea -‐10,00 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 19 79 .0 4 19 80 .0 7 19 81 .1 0 19 83 .0 1 19 84 .0 4 19 85 .0 7 19 86 .1 0 19 88 .0 1 19 89 .0 4 19 90 .0 7 19 91 .1 0 19 93 .0 1 19 94 .0 4 19 95 .0 7 19 96 .1 0 19 98 .0 1 19 99 .0 4 20 00 .0 7 20 01 .1 0 20 03 .0 1 20 04 .0 4 20 05 .0 7 20 06 .1 0 20 08 .0 1 20 09 .0 4 20 10 .0 7 Inflação -‐ INPC -‐ (% a.m.) Inflação -‐ INPC -‐ (% a.m.) P á g i n a | 10 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO CAUSAS CLÁSSICAS DE INFLAÇÃO Inflação de demanda: quando a demanda está elevada e crescente mais do que a oferta dos produtos. Os compradores disputam ansiosamente os bens e serviços, “puxando” os preços para cima. Inflação de custos: quando salários e outros custos (transporte, logística, matéria- prima) crescem e esses custos são repassados para os consumidores na forma de preços mais altos. Os preços são “empurrados” para cima por custos crescentes. A inflação de custos também é denominada inflação do poder de mercado. Inércia inflacionária: é o efeito da inflação passada sobre a inflação presente, que resulta de regras que fixam os preços correntes com base no aumento de preços verificados no passado (pode ser chamado também de indexação). Exemplo: gatilho salarial adotado durante o Plano Cruzado em 1986 e os preços estarem atrelados a índices de preços. MEDIDAS UTILIZADAS NO COMBATE À INFLAÇÃO NO BRASIL Choque ortodoxo (medidas ortodoxas): política econômica de combate à inflação que consiste em: ü realizar um corte brusco da expansão monetária e redução intensa do déficit público ü liberalização de preços para que estes encontrem livremente seu ponto de equilíbrio no mercado. Esta política tem como resultantes: ü elevação da taxa de juros ü redução dos gastos públicos (investimentos) ü contenção do consumo Consequência: recessão econômica, cuja duração e profundidade dependem de uma série de fatores. Choque heterodoxo (medidas heterodoxas): política econômica de combate à inflação que consiste em aplicar o congelamento de preços em todos os níveis durante um período determinado de tempo e liberar as políticas monetária e fiscal. O BALANÇO DE PAGAMENTOS As relações econômicas de um país com o resto do mundo são complexas, pois envolvem um conjunto muito grande de transações. O estudo destas relações exige um tratamento sistemático e deve ser feito através de uma das mais importantes ferramentas contábeis utilizadas em economia: o balanço de pagamentos O Balanço de pagamentos é o registro contábil sistemático de todas as transações econômicas de um país com o exterior, sejam elas comerciais, financeiras ou de qualquer outra natureza. Todas as transações envolvendo agentes econômicos que atuam no país (chamados residentes) e agentes que atuam fora do país (chamados não residentes) são registradas de forma organizada no balanço de pagamentos. Este balanço se divide em dois grandes blocos: ü Transações correntes ü Conta de capitais Transações correntes: são registrados os pagamentos e recebimentos relativos ás transações realizadas com bens e serviços (inclusive fatores) entre um país e o exterior. Conta de capitais: registra fluxos de natureza financeira, tais como empréstimos (e as amortizações correspondentes) envolvendo transações entre residentes e não residentes. P á g i n a | 11 NOTA DE AULA 05 – ECONOMIA Curso: DIREITO 1° PERÍODO ESTRUTURA SINTÉTICA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS TRANSAÇÕES CORRENTES (I) Balança comercial (Ia) • Exportações de mercadorias • Importações de mercadorias Balança de serviços (Ib) • Viagens internacionais • Transportes (fretes e outros) • Seguros • Serviços diversos Renda de capitais (Ic) • Juros, lucros e dividendos, lucros reinvestidos Transferências unilaterais (Id) • Remessa de dinheiro por emigrantes e imigrantes, donativos, ajuda militar CONTA DE CAPITAIS (II) • Investimentos estrangeiros diretos • Investimentos de firmas locais no exterior • Empréstimos e financiamentos (médio e longo prazos) • Amortizações (médio e longo prazo) • Capitais de curto prazo (capitais de portfólio) Contas: (Ia) Balança comercial (Ia + Ib) Balança comercial e de serviços (Ic + Id) Renda Líquida Enviada ao Exterior – utilizada para calcular o PNB. (Ia + Ib + Ic + Id) Balanço de Transações em Conta Corrente (I + II) Resultado do Balanço de Pagamentos Fonte: Ipea Bibliografia: FILHO, André Franco Montoro. Contabilidade Social: uma introdução à macroeconomia. São Paulo: Atlas, 1994. 2º edição. MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 831p. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; MONTORO FILHO, André Franco. Manual de economia. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1998. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 922p. SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. São Paulo: Atlas. 2000. 0,0000 1,0000 2,0000 3,0000 4,0000 5,0000 19 94 .0 8 19 95 .0 5 19 96 .0 2 19 96 .1 1 19 97 .0 8 19 98 .0 5 19 99 .0 2 19 99 .1 1 20 00 .0 8 20 01 .0 5 20 02 .0 2 20 02 .1 1 20 03 .0 8 20 04 .0 5 20 05 .0 2 20 05 .1 1 20 06 .0 8 20 07 .0 5 20 08 .0 2 20 08 .1 1 20 09 .0 8 20 10 .0 5 20 11 .0 2 Taxa de câmbio -‐ R$ / US$ -‐ comercial -‐ compra -‐ fim período -‐ R$ Taxa de câmbio -‐ R$ / US$ -‐ comercial -‐ compra -‐ fim período -‐ R$