Resenha do Filme Narradores de Javé

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CRISTIAN JUNIOR DA COSTA
FILME: NARRADORES DE JAVÉ
Resenha na disciplina de Instrumentalização Científica
Universidade Luterana do Brasil
Campus de Carazinho
Professora: Anelise Schell Almeida 
Carazinho
2013
FILME NARRADORES DE JAVÉ
	O filme, Narradores de Javé, direção de Eliana Caffé, através de uma diferente forma traz um drama brasileiro, passada em um vilarejo ribeirinho no sertão baiano, o qual em qualquer localidade do Brasil poderia ocorrer. Traz um relato do destino de uma cidade que tem sua população expulsa de suas casas pelas águas de uma barragem.
	Javé é uma pequena cidade, com uma população em sua grande maioria adulta e analfabeta moradores de casas de madeira e de barro, já velhas, dispostas lado a lado ao longo de um rio. Moradores nascidos e criados na base da lavoura e da pesca contam a história da fundação da cidade passada de geração e geração.
	A primeira cena do filme, traz uma senhora no balcão de um bar, a mesma está lendo e é surpreendida pelo seu filho á criticando , observando com desdém que “depois de velha aprendeu a ler”, demonstrando nitidamente a inutilidade da alfabetização. 	Ocorrido ideal para enfatizar que, como interpretado por Zaqueu antigo morador daquela cidadezinha, o aprender a ler e escrever não é inútil como disse aquele jovem á sua mãe, bem como o povoado de Javé acabou por desaparecer devido a analfabetização do povo, os quais não tinham registros algum da sua história, contavam apenas em versos os feitos de seus antepassados; em mãos de uma pessoa sem caráter,contudo, á única que sabia ler e escrever, utilizando de má fé para escrever cartas com contos mentirosos dos moradores da cidade, a população de Javé é ‘’colocado’’ em suas mãos. Ainda que descoberto, foi expulso da cidade, indo morar há alguns quilômetros dali.
	Como no local seria construída uma barragem, e para que todo aquele vilarejo não fosse inundando, teriam que justificar com algo patrimonial que fosse cientificamente documentado, não bastava somente a ‘’historinha da fundação’’ como os residentes de lá achavam que isso bastasse.
	Na ânsia de salvarem aquelas terras, javenenses recorrem á Pedro Biá, confiando a ele um dossiê, relatando todas as memórias e os relatos dos moradores. Então Pedro Biá com esta incumbência faz uma peregrinação aos moradores, em especial Indalécio e Maria Dina fundadores da cidade, e percebe que cada morador conta a história de uma forma diferente conforme seus entendimentos, e visitando moradores quilombolas ele percebe que a versão dos fatos toma formato da cultura africana, testemunhos estes que se modificam conforme a cultura dos povos.
	Biá demonstra ter o domínio da norma culta da língua, transferindo a história contada pelos moradores, de forma culta e comparativa jocosa e frases de efeito, assim criando sua ‘’versão’’ dos fatos com o dito de que “uma coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito, o escrito tem que ser melhorado para dar vida ao acontecido”. O pior é que os fatos reais, bem como a sua nova versão não vão parar no papel. 
	Analisando a fundo esses fatos, podemos comparar Pedro Biá como a Elite dominante do País Brasil e os moradores de Javé como a classe sem a alfabetização, a qual é ‘’enganada’’ por eles, aliendados para uma ‘’alfabetização’’ que ensina somente á como escreverem seu nome e identificar o nome de seus candidatos na hora do voto se deixando levar pela ideia de que realmente vão fazer algo pelo povo mas no fundo só querem mesmo é o seu voto.
	Narradores de Javé é um filme que já tem certo tempo, mas sua história também é atual, assim como a bíblia que dita fatos históricos e tão atuais, e infelizmente vivemos em um país onde Javés são inundados pela ignorância, pelo Caus da saúde pública, a diferença salarial entre corruptos que vivem uma vidinha de rei, enquanto professores que estão na sala de aula, trabalhadores que suam para ganhar sua alimentação diária não ganham um terço disso. Alguns podemos comparar á Biás, os que comovem o povo, iludem e convencem, porém, nada fazem para a coisa melhorar e Zaqueus os quais vivem para contar o destino e o lamentar.