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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE METEOROLOGIA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO Disciplina Climatologia Professor Wanderson A Variação Temporal da Temperatura • A variação temporal da temperatura do ar de determinado lugar é decorrente de dois aspectos principais: • Acompanha as trajetórias diária e anual aparentes do Sol, que definem a quantidade de energia disponível no Sistema Superfície- Atmosfera para ser utilizada em seu aquecimento, de acordo com as interações das feições geográficas locais e com a dinâmica de atuação dos sistemas atmosféricos (variações diárias e anuais da temperatura); • Também pode resultar em variações interanuais de temperatura, expressas pelos parâmetros de tendência e de oscilações térmicas. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • No decorrer do ano, a incidência dos raios solares sobre a superfície de um lugar muda de ângulo de acordo com a posição em que se encontra a Terra em sua órbita ao redor do Sol, o que leva a disponibilizar quantidades diferentes de energia para o aquecimento do ar em cada época do ano para cada latitude. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • As latitudes baixas, em que a variação da altura solar é pequena e as massas de ar polares raramente chegam, caracterizam-se por fracas amplitudes térmicas anuais, tomadas entre o mês mais quente e o mais frio. • Contrariamente, nas latitudes mais elevadas, a passagem das estações repercute na diferenciação das temperaturas do ar ao longo do ano. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • Localidades como Manaus e Belém não tem estação térmica definida, uma vez que a variação anual da temperatura do ar é pequena, e as estações são estabelecidas pela distribuição das chuvas. • Ao contrário, em Curitiba e Porto Alegre, o inverno é marcado pelo rebaixamento de temperatura e o verão, por sua elevação, como consequência das feições geográficas e da localização, associadas ao controle das massas de ar que dominam o clima de tais localidades. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA A Variação Espacial da Temperatura • O ar sobre os continentes se aquece de forma distinta daquele sobre os oceanos e mares, em razão do modo como a energia solar é processada pela água e pelo solo. • Semitransparente à penetração da luz solar e de baixo albedo, a água aquece-se e resfria-se mais lentamente do que o solo. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • Durante o dia, a radiação solar que não foi refletida penetra no oceano e é absorvida pela água. • Nesta fase, as trocas de calor entre o ar e a água são mais lentas do que com o solo. • Desta forma, durante o dia, o ar sobre o continente será mais aquecido do que aquele sobre o oceano. • À noite, esta situação se inverte, porque ao longo do dia o oceano armazenou mais energia que o continente, resultando no aquecimento mais intenso do ar que o recobre. • Tais diferenças de aquecimento são responsáveis pelos mecanismos de brisas que se estabelecem nas costas continentais, lacustres e ribeirinhas, como já estudamos. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • A variação da densidade da água dos mares e oceanos (variável com a salinidade e a temperatura das águas), associada aos sistemas de ventos que agem sobre eles, geram correntes marítimas que promovem a distribuição de energia nos oceanos, influenciando também a variação da temperatura da atmosfera. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • Como consequência das características de aquecimento dos oceanos e continentes, a distribuição espacial da temperatura do ar no globo assume padrões distintos nos meses representativos de verão e inverno (janeiro e julho, respectivamente, para o Hemisfério Sul). VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • O padrão preferencial E- W apresentado em ambos os hemisférios é regido pela distribuição sazonal de energia solar no globo. • No entanto, há uma marcante diferença no comportamento geral da temperatura entre os dois hemisférios e entre os oceanos e continentes neles presentes. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • O gradiente de temperatura de inverno no Hemisfério Norte é mais acentuado que o do Hemisfério Sul, devido àquele apresentar superfície continental mais extensa. • Em ambos os Hemisférios, as temperaturas nos continentes apresentam uma mudança de direção mais acentuada do que nos oceanos, porque os continentes são mais eficientes (rápidos) do que os oceanos nos processos de aquecimento e resfriamento do ar. • Nestes últimos, as correntes oceânicas quentes e frias contribuem também para moldar o traçado das isotermas na zona costeira. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • O gradiente térmico meridional de inverno no Brasil é mais acentuado do que o de verão. • Isto leva o país a ter, em termos médios mensais, uma migração sazonal das isotermas, favorecendo uma maior abrangência de atuação dos valores mais elevados representativos de verão (isoterma de 24°C, por exemplo) do que aqueles mais baixos de inverno (16°C). VARIAÇÕES DE TEMPERATURA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA • No entanto, em invernos mais rigorosos, em que as massas polares conseguem atingir os setores mais setentrionais do país, como os Estados do Amazonas e Acre, as temperaturas sofrem considerável rebaixamento para a região, constituindo o que localmente é chamado de friagem. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA A Variação Espacial da Precipitação • O padrão de distribuição espacial das chuvas em escala planetária mantém uma forte interrelação com as correntes marítimas, as zonas de temperatura, os ventos oceânicos e a dinâmica da baixa atmosfera. • Ao longo do equador, onde os processos de evaporação são marcantes e as correntes oceânicas quentes instabilizam o ar ao gerarem fortes movimentos convectivos, formam-se as principais zonas chuvosas do globo. VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO • A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) forma-se na área de baixas latitudes, onde o encontro dos ventos alísios provenientes de sudeste com os de nordeste cria uma ascendência das massas de ar, que são normalmente úmidas. • Esta zona limita a circulação atmosférica entre o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul, sendo também chamada de Equador Meteorológico (EM), Descontinuidade Tropical (DT), Zona Intertropical de Convergência (ZIC) ou Frente Intertropical (FIT). VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO • Os conceitos de Descontinuidade Tropical (DT) e de Equador Meteorológico (EM) trazem implícita uma perspectiva de divisão da atmosfera entre os dois hemisférios. • As noções de convergência (ZCIT e ZIC) vinculam-se mais à descrição da ascendência do ar e à decorrente formação da expressiva massa de nuvens que caracterizam a cintura equatorial do planeta. VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO • A ZCIT aparece de forma bastante nítida em documentos produzidos a partir do sensoriamento remoto, notadamente em imagens de satélite, pois a massa de nuvens (largura de algumas centenas de quilômetros) que ali se forma devido à importante ascendência zonal apresenta céu bastante coberto por nuvens, principalmente do tipo cumuliformes, que resultam em expressivas precipitações. VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO Julho Janeiro VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO • A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é uma Zona de Convergência Subtropical e está associada a processos pluviométricos convectivos nas áreas sobre as quais se forma. CIRCULAÇÃO E DINÂMICA ATMOSFÉRICA • A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) pode ser facilmente identificada em imagens de satélite por meio de uma alongada distribuição de nebulosidade de orientação NW/SE. • A ZCAS resulta da intensificação do calor e da umidade provenientes do encontro de massas de ar quentes e úmidas da Amazônia e do Atlântico Sul na porção central do Brasil. • Em geral, uma ZCAS estende-se desde o sul da região Amazônica até a porção central do Atlântico Sul. CIRCULAÇÃO E DINÂMICA ATMOSFÉRICA • As zonas subtropicais têm a distribuição das chuvas controlada pelos movimentos de subsidência gerados nos sistemas de altas pressões subtropicais, que registram chuvas mais reduzidas. • Entretanto, há um quantitativo anual de precipitação nestas regiões, porque tais condições são superadas pelas passagens das frentes oriundas das áreas subpolares. VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO • As zonas de latitudes médias caracterizam-se como chuvosas por constituírem áreas de convergência dos sistemas depressionários subpolares. • A partir destas áreas em direção aos polos, a pluviosidade decresce de forma acentuada, como resultado das baixas temperaturas e das altas pressões que caracterizam tais regiões. VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO VARIAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO Dúvidas!? wanderson@ufrj.br VARIAÇÕES DE TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO