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O Escravo na Grande 
Lavoura 
Emília Viotti da Costa 
Modelo Escravista 
!   Ocupação de grandes extensões de terra 
!   Século XIX: início da crise 
!   Oposição dos centros industrializados: mercado 
!   Brasil: sem apoio político para proteção da indústria 
!   Consolidação do modelo agrarioexportador; 
!   Interesses internacionais versus interesses do setor agrário 
!   Estrutura de produção tradicional 
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Dimensão política 
!   Constituição de 1824: defesa dos “direitos do homem” ao 
lado da manutenção da escravidão 
!   Jesuítas: “tratamento cristão” aos escravos 
!   Pe. José Bolonha e Pe. Manuel Ribeiro da Rocha (século 
XVIII): escravidão ilegítima e não cristã; 
!   Para maioria, escravidão era “natural” 
!   Inconfidentes mineiros: sem consenso sobre a escravidão 
!   Revolucionários Pernambucanos de 1817: emancipação e 
direito de propriedade 
Dimensão Política 
!   Independência e emancipação: José de Bonifácio e Maciel da 
Costa 
!   Ideias liberais contra a escravidão: rendimentos inferiores, entraves 
à industrialização, risco à segurança nacional, questão moral 
!   José de Bonifácio: escravidão não era direito à propriedade, mas 
direito à força; medidas graduais 
!   Pouca ressonância na época 
!   1870 - Mudanças na sociedade: abolição da escravidão ganha 
espaço na imprensa, recebe apoio popular e acirra os debates 
parlamentares 
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A Grande Lavoura 
!   Expansão da grande propriedade e inviabilidade econômica 
da pequena propriedade 
!   Brasil após independência: 2,8 milhões de homens livres e 
1,4 milhões de escravos 
!   4/5 das terras nas mãos dos grandes proprietários 
!   Trabalho livre como mão-de-obra suplementar 
!   Clientela do senhor: capangas, cabos eleitorais e eleitores 
!   Trabalhadores livres nas lavouras de café: não muito 
diferentes de vida dos escravos 
!   Escravos alugados ou de ganho: sapateiros, carpinteiros, 
funileiros, alfaiates, carregadores, vendedores ambulantes 
Pressões e contradições 
!   Revolução Industrial derrubava sistema escravista 
!   Pressões inglesas para a supressão do tráfico 
!   Brasil independente: compromisso de honrar acordos entre 
Portugal e Inglaterra 
!   Lei de 1831: escravos de fora do Império seriam livres penas 
ao tráfico 
!   Dificuldades no combate ao contrabando de escravos 
!   1840-1850: contrabando de 30-40 mil escravos; lucros 
vultosos para os traficantes 
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Pressões e contradições 
!   Política inglesa contra tráfico e domínio do mercado 
acirravam sentimentos contra os ingleses 
!   Lei votada pelo Parlamento Britânico (Bill Aberdeen) em 
1845: apreensão de embarcações utilizadas no tráfico; crime 
de pirataria 
!   Tráfico continuo ativo: mais 50 mil escravos desde 1845 
!   Lei 1850: maior pressão contra os contrabandistas 
!   Baixa taxa de natalidade e alta taxa de mortalidade: 
necessidade de melhoria das condições de vida dos escravos 
Vida de Escravo 
!   Precariedade de assistência médica: morte por doenças 
!   Abandono de escravos doentes ou velhos 
!   Vida de trabalho média: 15 anos 
!   Taxa de mortalidade infantil: 88% 
!   Mesmo quando “bem tratados”, número de escravos reduzia-
se a 5% ao ano 
!   Mais homens do que mulheres; lei contra a venda de filhos 
naturais do senhor de escravos 
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Vida de escravo 
!   Senhor de escravos como o juiz, policial, autoridade religiosa 
e, ocasionalmente, autoridade benevolente 
!   Relações afetivas entre senhores e escravos: ao encontro dos 
interesses de manutenção do sistema escravista 
!   Preconceito contra o negro: distanciamento entre casa 
grande e senzala; zonas cafeeiras mais novas 
!   Ideologia associando a “natureza” do negro à condição 
servil; preconceito também entre os republicanos e 
positivistas 
!   Crueldade e frouxidão igualmente condenados: padre e feitor 
Vida de escravo 
!   Temor constante de revoltas: controle na circulação de 
escravos; proibição de compra de mercadorias de escravos se 
autorização do senhor 
!   Revoltas: cunho religioso de escravos muçulmanos; revoltas 
dos Maltês, Alagoas e Bahia, 1815 e 1835; Ouro Preto e São 
João do Morro antes da Independência 
!   Quilombos famosos: Jabaquara em São Paulo e Gávea no 
Rio de Janeiro 
!   Mercado para os capitães-do-mato 
!   Abandono em massa dos engenhos de açúcar e lavouras de 
café; hostilidades e posterior solidariedade 
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Migração dos escravos 
!   Nordeste passou a fornecer escravos para a região cafeeira no 
Sudeste 
!   Demanda pro coolies (trabalhadores braçais originários da 
Ásia) 
!   Migração das regiões decadentes para as mais produtivas 
!   Taxas no Norte e Nordeste para coibir a venda de escravos 
!   Concentração na plantações de café 
Experiências iniciais com 
colonização 
!   Colônias de D. João VI: subsistência e migração para cidades 
!   Império: apenas sucesso relativo no Rio Grande do Sul e 
Santa Catarina 
!   Propostas iniciais: colono teria acesso à terra; sistema de 
parceria com fazendeiros fracassa 
!   Convivência difícil entre mão-de-obra escrava e colonos 
!   Governos estrangeiros: restrição à migração para o Brasil 
!   Substituição gradual pelo sistema assalariado 
!   Mito do “brasileiro preguiçoso” 
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Modernização da produção 
!   Melhoria nos transportes 
!   1860: viagem ida e volta São Paulo-Santos em 10-12 dias 
!   Construção das ferrovias: benefício para algumas regiões, 
desastre para outras 
!   Santos-Jundiaí: 1867; 1872 chega à Campinas 
!   Melhorias técnica na produção de açúcar e beneficiamento 
do café – aumento da produtividade 
!   Açúcar: sem condições favoráveis (com algumas exceções) 
!   Estímulo aos engenhos centrais; entrada de capital 
estrangeiro 
Modernização da Produção 
!   Novo modelo empresarial em conflito com o sistema 
escravista 
!   Ceticismo de donos de engenho com o trabalho livre 
!   Mesmo acontecia com setores tradicionais na produção do 
café 
!   Vale do Paraíba (escravista) versus Oeste Paulista 
(empresarial) 
!   Preferência dos imigrantes pelo Oeste Paulista 
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Impulso ao trabalho livre 
!   Preços internacionais do café e expansão do cultivo 
!   Desaparecimento do sistema escravista em outras partes do 
mundo; pressão abolicionista cresce no Brasil 
!   Mudanças na economia e nas técnicas de produção 
favoreciam a adoção do trabalho livre 
!   Custo de manutenção dos escravos 
!   Condições internacionais favoráveis para a imigração ao 
Brasil; perda de terras depois da unificação italiana (fim 
século XIX e início século XX) 
!   Estímulo do governo paulista à imigração subvencionada 
Movimento Abolicionista 
!   Fazendeiros modernizados: favoráveis ao fim da escravidão 
!   Camadas médias urbanas: cada vez mais favoráveis ao 
abolicionismo 
!   Ações dos “caifazes”: libertação de escravos 
!   Imigrantes: apoiadores da abolição 
!   Papel dos negros e libertos: rebelião e resistência dos escravos 
!   Recuo da defesa doutrinária da escravidão; acusações de 
subversão e “comunismo” 
!   Papel da imprensa e da literatura; invocação da lei de 1831 
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Resistência à emancipação 
!   Lei do Ventre Livre (1871): trabalho até 21 anos como 
retribuição ao “ônus pelo seu sustento 
!   Emancipação dos sexagenários (1884) 
!   Fundo de emancipação: emancipações espontâneas maiores 
do que as patrocinadas pelo fundo (10 mil x 70 mil) 
!   Cons. Manuel Pinto de Souza Dantas (1884): “Nem recuar, 
nem parar, nem precipitar” 
!   Multiplicam-se as fugas em massa 
!   Gabinete
de João Alfredo (1888): extinção imediata e 
incondicional da escravidão 
Legado da Escravidão 
!   Poder migra para áreas mais dinâmicas da economia 
!   Desenvolvimento econômico aumenta, apesar da 
decad6encia acelerada em certas regiões 
!   Muitos preconceitos mantiveram-se inalterados 
! Ex-escravos em situação de desvantagem com os estrangeiros 
!   Escravidão como problema prático, não moral 
!   Marginalização do ex-escravo 
!   Sem ruptura definitiva com o passado 
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