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Fluxo Elétrico e Lei de Gauss Sérgio Antenor de Carvalho c©2011 2 Conteúdo 3 Fluxo Elétrico e Lei de Gauss 5 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.1.2 Experiência de Michael Faraday . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.2 Densidade de Fluxo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.2.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.2.2 ~D ⇐⇒ ~E . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.2.3 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.3 Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.3.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.3.2 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 3.4 Aplicações da Lei de Gauss - Superfícies Gaussianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.4.1 Propriedades das Superfícies Gaussianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.5 Divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.5.1 Lei de Gauss num Elemento Diferencial de Volume . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.6 1a Equação de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.7 Teorema da Divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.8 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3 4 CONTEÚDO Capítulo 3 Fluxo Elétrico e Lei de Gauss 3.1 Introdução 3.1.1 Objetivos • introduzir o conceito de fluxo elétrico • Lei de Gauss • Teorema da Divergência • novas abordagens para o cálculo de campo elétrico 3.1.2 Experiência de Michael Faraday • construiu um par de esferas metálicas concêntricas • a esfera externa constituída de dois hemisférios que presos formam a esfera • conchas de material isolante que preenchem o espaço entre as esferas • com o equipamento desmontado carrega-se a esfera interna (r = a) com uma carga positiva conhecida • prende-se os hemisférios de material isolante en torno da esfera interna • a esfera externa é descarregada por conexão momentânea a terra • a esfera externa é cuidadosamente separada do material isolante 5 6 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS • mede-se a carga negativa induzida em cada hemisfério • a carga negativa induzida é igual, em magnitude, a carga positiva colocada na esfera interna • que esta indução era independente do material isolante usado • uma carga positiva maior induz uma carga negativa maior • Faraday concluiu que existia um certo tipo de deslocamento independente do meio • este deslocamento é denominado de fluxo elétrico • o fluxo representa o deslocamento de carga da esfera interna para a externa • no aterramento temos cargas negativas deslocando-se para a esfera externa 3.2. DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO 7 • uma maior carga +Q na esfera interna induz uma maior carga −Q na esfera externa • temos uma proporcionalidade entre fluxo elétrico e a carga elétrica na esfera interna • no sistema internacional de medidas a constante de proporcionalidade é unitária Ψ = Q • fluxo elétrico é medido em coulombs • fluxo elétrico está dirigido da carga positiva para a carga negativa • da experiência temos o conceito de fluxo elétrico e deste a sua forma matemática 3.2 Densidade de Fluxo Elétrico 3.2.1 Definição • na superfície da esfera interna – Ψ coulombs de fluxo elétrico são produzidos por uma carga Q = Ψ – a carga Q está uniformemente distribuída sobre uma superfície de área 4pi a2 • podemos definir uma densidade de fluxo elétrico como D = Q 4pi a2 C/m2 • no SI a densidade de fluxo elétrico é igual a uma densidade superficial de carga • como o fluxo elétrico emana de cargas positivas e termina em cargas negativa, definimos um vetor densidade de fluxo elétrico ~D como ~D|r=a = Q 4pi a2 ~ar esfera interna ~D|r=b = Q 4pi b2 ~ar esfera interna 8 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS • na região do material isolante, isto é, a ≤ r ≤ b temos ~D = Q 4pi r2 ~ar • se fizermos a esfera interna diminuir, mantendo a mesma carga, no limite torna-se uma carga pontual com ~D = Q 4pi r2 ~ar • comparando com a expressão do campo elétrico temos ~D = Q 4pi r2 ~ar ⇐⇒ ~E = Q 4pi ε0 r2 ~ar • assim, no espaço livre temos ~D = ε0 ~E • embora (agora) seja aplicável somente no vácuo veremos, mas tarde em materiais dielétricos, a sua aplicação em outros meios • ela é pode ser generalizada para uma distribuição volumétrica de cargas ~E = ∫ v ρv dv ′ 4pi ε0R2 ~aR =⇒ ~D = ∫ v ρv dv ′ 4pi R2 ~aR 3.2. DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO 9 3.2.2 ~D ⇐⇒ ~E • ~D ⇐⇒ ~E ~E = ∫ v ρv dv ′ 4pi ε0R2 ~aR ⇐⇒ ~D = ∫ v ρv dv ′ 4pi R2 ~aR • ~D é diretamente proporcional a ~E no espaço livre • os campos ~D são mais simples que os campos ~E – não aparece o termo ε0 • ~D está associado com o conceito de fluxo elétrico • ~E está associado com o conceito de força elétrica 3.2.3 Exemplos exemplo de aplicação no 1 • encontre o fluxo elétrico ΨE que passa através da superfície mostrada na figura sabendo que ~D = (y~ax + x~ay) 10 −2C/m2 • o fluxo através do elemento diferencial é dado por dΨE = ~D · ~ds, assim dΨE = (y~ax + x~ay) 10 −2 · ~ds︷ ︸︸ ︷ dx dz~ay = x 10−2 dx dz ΨE = ∫ 2 0 ∫ 3 0 x 10−2 dx dz = 9× 10−2C exemplo de aplicação no 2 • uma carga pontual de 64µC esta localizada na origem, encontre o fluxo elétrico ΨE que passa através da superfície esférica definida por r = 26 cm, 0 ≤ θ ≤ pi/2 e 0 ≤ φ ≤ pi/2 ~D = Q 4pi r2 ~ar −→ ΨE = ∫ s ~D · ~ds ~ds = r d θ r sen θ d φ~ar ΨE = ∫ s Q 4pi r2 ~ar · r2 sen θ d θ dφ~ar 10 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS ΨE = ∫ s Q 4pi r2 ~ar · r2 sen θ d θ dφ~ar = ∫ φ=pi/2 φ=0 ∫ θ=pi/2 θ=0 Q 4pi sen θ dθ dφ = Q 4pi [pi/2][1] = 8µC 3.3 Lei de Gauss 3.3.1 Definição • carga elétrica Q gera um fluxo elétrico ΨE – ΨE = Q • definimos um vetor densidade de fluxo elétrico ~D – sua integração fornece o fluxo elétrico por uma área – sua direção fornece o sentido do fluxo elétrico • numa região fechada observamos um vetor ~D • o que gera este vetor densidade de fluxo elétrico? – cargas elétricas dentro da região – o fluxo está saindo da região • temos um saldo de cargas elétricas positivas "o fluxo elétrico que atravessa qualquer superfície fechada é igual a carga total en- volvida por esta superfície" 3.3. LEI DE GAUSS 11 • carga total é a carga líquida dentro da região • na figura a esquerda temos um saldo de cargas elétricas positivas • na figura a direita temos que calcular para saber o saldo "o fluxo elétrico que atravessa qualquer superfície fechada é igual a carga total en- volvida por esta superfície" ∮ s ~D · ~ds = ΨE = Q • a carga envolvida pode ser – conjunto de cargas pontuais Q = ∑ Qn – uma linha de cargas Q = ∫ l ρl dl – uma superfície de cargas Q = ∫ s ρs ds – uma distribuição volumétrica de cargas Q = ∫ v ρv dv • como a distribuição volumétrica é a mais geral∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv "o fluxo elétrico que atravessa qualquer superfície fechada é igual a carga total en- volvida por esta superfície"∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • a contribuição do matemático Gauss foi a obtenção da expressão matemática para esta declaração • o fluxo que atravessa ~ds é o produto escalar dΨ = ~D · ~ds, assim, o fluxo total é Ψ = ∫ dΨ = ∮ superfície fechada ~D · ~ds = carga envolvida = Q 12 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS 3.3.2 Exemplos • carga pontual na origem do sistema de coordenadas • o campo elétrico gerado pela carga pontual é ~E = Q 4pi ε0 r2 ~ar • como ~D = ε0 ~E temos ~D = Q 4pi r2 ~ar • carga pontual na origem do sistema de coordenadas • queremos avaliar a expressão∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • que superfície fechada escolheremos? • carga pontual na origem do sistema de coordenadas • queremos avaliar a expressão∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • que superfície fechada escolheremos? • a expressão do vetor ~D apresenta simetria esférica ~D = Q 4pi r2 ~ar • carga pontual na origem do sistema de coordenadas 3.4. APLICAÇÕES DA LEI DE GAUSS - SUPERFÍCIES GAUSSIANAS 13 • na superfície da esfera de raio a temos ~Ds = Q 4pi a2 ~ar • o elemento diferencial é ~ds = r2 sen θ dθ dφ~ar = a2 sen θ dθ dφ~ar • assim temos ∮ s ~D · ~ds = ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 Q 4pi a2 ~ar · a2 sen θ dθ dφ~ar • carga pontual na origem do sistema de coordenadas∮ s ~D · ~ds = ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 Q 4pi a2 ~ar · a2 sen θ dθ dφ~ar = Q 4pi [2pi] [−cos θ]pi0 = Q • por que foi fácil avaliar a integração? – o vetor ~D constante na região de integração – produto escalar ~D · ~ds trivial (~ar · ~ar) 3.4 Aplicações da Lei de Gauss - Superfícies Gaussianas 3.4.1 Propriedades das Superfícies Gaussianas • analisemos a lei de Gauss para obter ~D a partir de Q∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • é uma equação integral na qual a incógnita aparece sob o sinal de integração • a solução será fácil se pudermos escolher uma superfície fechada que facilite a integração • a solução será fácil se pudermos escolher uma superfície fechada que satisfaça às seguintes condições ∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv 14 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS 1. ~D em qualquer lugar é normal ou tangencial a superfície fechada assim ~D · ~ds = { D ds D é normal 0 D é tangencial ~D · ~ds = Dds cos θ caso geral • a solução será fácil se pudermos escolher uma superfície fechada que satisfaça às seguintes condições ∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv 2. na seção diferencial da superfície onde ~D · ~ds 6= 0 D é constante • com as condições atendidas temos ∮ s ~D · ~ds ~D normal ou tangencial → ∮ s D ds { D constante } → D ∮ s ds ∮ s ds = área da superfície • a superfície que atende as condições é denominada superfície gaussiana • carga pontual na origem do sistema de coordenadas • perguntas necessárias – com que coordenadas o vetor fluxo varia? ∗ será função da coordenada r – que componentes do vetor fluxo existem? ∗ só existe a componente ~ar • qual é a superfície escolhida? – a superfície gaussiana é uma superfície esférica com centro na carga • temos então – ~D = D~ar, D = f(r) – ~ds = r2 sen θ dθ dφ~ar exemplo de aplicação no 1 • carga pontual na origem do sistema de coordenadas • usando as seguintes considerações – ~D = D~ar, D = f(r) – ~ds = r2 sen θ dθ dφ~ar • obtemos 3.4. APLICAÇÕES DA LEI DE GAUSS - SUPERFÍCIES GAUSSIANAS 15∮ s ~D · ~ds = ∮ sup esférica D ds = q D ∮ sup esférica ds = q ⇒ D ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 r2 sen θ dθ dφ ⇒ 4pi r2D = q D = q 4pi r2 → ~D = q 4pi r2 ~ar exemplo de aplicação no 2 • linha infinita con distribuição de carga ρl • perguntas necessárias • com que coordenadas o vetor fluxo varia? – será função da coordenada ρ • que componentes do vetor fluxo existem? – só existe a componente ~aρ • linha infinita con distribuição de carga ρl • vetor fluxo elétrico ~D = D~aρ, D = f(ρ) • qual é a superfície escolhida? – a superfície gaussiana é uma superfície cilíndrica fechada com eixo na linha infinita • linha infinita con distribuição de carga ρl • vetor fluxo elétrico ~D = D~aρ, D = f(ρ) • aplicando a lei de Gauss temos∮ cilindro ~D · ~ds = Q = D ∫ sup lateral ds + 0 ∫ sup topo ds + 0 ∫ sup base ds 16 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS • linha infinita con distribuição de carga ρl • vetor fluxo elétrico ~D = D~aρ, D = f(ρ) • aplicando a lei de Gauss temos Q = D ∫ L 0 ∫ 2pi 0 ρ dφ dz = D 2pi ρL D = Q 2pi ρL , ρl = Q L D = ρl 2pi ρ → ~D = ρl 2pi ρ ~aρ → ~E = ρl 2pi ε0 ρ ~aρ exemplo de aplicação no 3 • calcular e esboçar a distribuição de campo elétrico gerado por uma nuvem esférica de raio a e densidade de cargas dada por ρv = 3 r • com que coordenadas o campo varia? – r no sistema de coordenadas esféricas • que componentes de ~D estão presentes? – ~ar no sistema de coordenadas esféricas • calcular e esboçar a distribuição de campo elétrico gerado por uma nuvem esférica de raio a e densidade de cargas dada por ρv = 3 r • o vetor densidade de fluxo elétrico tem a seguinte forma ~D = Dr ~ar, Dr = f(r) • qual é a superfície gaussiana? – superfície esférica de raio r centrada na origem • calcular e esboçar a distribuição de campo elétrico gerado por uma nuvem esférica de raio a e densidade de cargas dada por ρv = 3 r • aplicando a Lei de Gauss obtemos para r < a ~ds = r2 sen θ d θ d φ~ar∮ s ~D · ~ds = Dr ∫ θ=pi θ=0 ∫ φ=2pi φ=0 r2 sen θ d θ d φ = Dr 4pi r 2 ∫ ρv dv = ∫ r 0 ∫ pi 0 ∫ 2pi 0 ρvr 2 sen θd θ d φ dr = 3 pi r4 Dr 4pi r 2 = 3pi r4 ~D = 3 4 r2~ar → ~E = 3 4 ε0 r2~ar 3.4. APLICAÇÕES DA LEI DE GAUSS - SUPERFÍCIES GAUSSIANAS 17 • calcular e esboçar a distribuição de campo elétrico gerado por uma nuvem esférica de raio a e densidade de cargas dada por ρv = 3 r • aplicando a Lei de Gauss obtemos para r > a • a carga total envolvida é∫ ρv dv = ∫ r=a 0 ∫ pi 0 ∫ 2pi 0 ρvr 2 sen θd θ d φ dr = 3 pi a4 Dr 4pi r 2 = 3pi a4 ~D = 3 a4 4 r2 ~ar → ~E = 3 a 4 4 ε0 r2 ~ar • calcular e esboçar a distribuição de campo elétrico gerado por uma nuvem esférica de raio a e densidade de cargas dada por ρv = 3 r • para r < a temos ~E = 3 r2 4 ε0 ~ar • para r > a temos ~E = 3 a4 4 ε0 r2 ~ar 18 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS 3.5 Divergência 3.5.1 Lei de Gauss num Elemento Diferencial de Volume • aplicaremos a lei de Gauss∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • num elemento diferencial de volume • o que estaremos relacionando? • lei de Gauss num elemento diferencial de volume • sistema de coordenadas retangulares • num ponto P qualquer o vetor densidade de fluxo elétrico ~D é dado por ~D = ~D0 = Dx0~ax +Dy0~ay +Dz0~az • numa caixa diferencial, centrada em P , com arestas ∆x, ∆ y e ∆ z aplicaremos a lei de Gauss∮ s ~D · ~ds = Q 3.5. DIVERGÊNCIA 19 • a lei de Gauss aplicada no volume diferencial fornece∮ s ~D · ~ds = ∫ frente + ∫ atra´s + ∫ esquerda + ∫ direita + ∫ topo + ∫ base • consideremos a primeira integral • como o elemento de superfície é muito pequeno ~D é considerado constante sobre esta superfície∫ frente = ~Dfrente · −→∆Sfrente = ~Dfrente ·∆ y ∆ z ~ax = Dx,frente ∆ y ∆ z • vamos aproximar o valor de Dx na face frontal • a face frontal está a uma distância ∆x/2 do ponto P , assim Dx,frente ≈ Dx0 + ∆x 2 × taxa de variação de Dx com x ≈ Dx0 + ∆x 2 ∂ Dx ∂x • a primeira integral torna-se∫ frente = ( Dx0 + ∆x 2 ∂ Dx ∂x ) ∆y ∆z • a integral na superfície posterior fornece∫ atra´s ≈ ~Datra´s · −→∆Satra´s ≈ ~Datra´s · (−∆y∆z~ax) ≈ −Dx,atra´s ∆y∆z • aproximando Dx,atra´s por Dx,atra´s ≈ Dx0 − ∆x 2 ∂Dx ∂x • obtemos ∫ atra´s ≈ ( −Dx0 + ∆x 2 ∂Dx ∂x ) ∆y∆z 20 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS • combinando as duas integrais obtemos∫ frente + ∫ atra´s ≈ ∂Dx ∂x ∆x∆ y ∆ z • usando o mesmo procedimento obtemos∫ direita + ∫ esquerda ≈ ∂Dy ∂y ∆x∆ y ∆ z ∫ topo + ∫ base ≈ ∂Dz ∂z ∆x∆ y ∆ z • reunindo todas as partes combinadas obtemos∮ s ~D · ~ds ≈ ( ∂Dx ∂x + ∂Dy ∂y + ∂Dz ∂z ) ∆x∆ y ∆ z = q • reescrevemos como( ∂Dx ∂x + ∂Dy ∂y + ∂Dz ∂z ) ≈ q ∆x∆ y ∆ z = q ∆ v • no limite ∆ v → 0 a aproximação torna-se igualdade, assim( ∂Dx ∂x + ∂Dy ∂y + ∂Dz ∂z ) = lim ∆ v→0 q ∆ v = lim ∆ v→0 ∮ s ~D · ~ds ∆ v = ρv • a relação lim ∆ v→0 ∮ s ~D · ~ds ∆ v = ( ∂Dx ∂x + ∂Dy ∂y + ∂Dz ∂z ) • não envolve densidade de cargas e pode ser aplicada a qualquer campo vetorial • esta operação é denominada de divergência é definida e representada por ∇ · ~A , lim ∆ v→0 ∮ s ~A · ~ds ∆ v • que informação esta operação nos traz? • divergência de um campo vetorial ∇ · ~A , lim ∆ v→0 ∮ s ~A · ~ds ∆ v • que informação esta operação nos traz? – razão entre o saldo de fluxo num ponto e o volume deste ponto – a divergência é uma quantidade escalar – determina a existência de fontes ou sorvedouros 3.6. 1A EQUAÇÃO DE MAXWELL 21 • fontes - ∇ · ~A > 0 • sorvedouros - ∇ · ~A < 0 • sem fontes ou sorvedouros - ∇ · ~A = 0 • operador nabla ∇ no sistema retangular ∇ , ∂ ∂ x ~ax + ∂ ∂ y ~ay + ∂ ∂ z ~az • assim ∇ · ~A = ∂ Ax ∂ x + ∂ Ay ∂ y + ∂ Az ∂ z • nos outros sistemas de coordenadas temos • coordenadas cilíndricas ∇ · ~A = 1 ρ ∂ ∂ ρ (ρAρ) + 1 ρ ∂ Aφ ∂ φ + ∂ Az ∂ z • coordenadas esféricas ∇ · ~A = 1 r2 ∂ ∂ r (r2Ar) + 1 r sen θ ∂ ∂ θ (Aθ sen θ) + 1 r sen θ ∂ Aφ ∂ φ 3.6 1a Equação de Maxwell • sabemos que ∇ · ~D , lim ∆ v→0 ∮ s ~D · ~ds ∆ v = lim ∆ v→0 q ∆ v = ρv • assim ∇ · ~D = ρv • esta equação é uma relação pontual • o que diz a 1a Equação de Maxwell – fonte ou sorvedouro do vetor densidade de fluxo elétrico é uma distribuição positiva ou negativa de carga elétrica, respectivamente 22 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS 3.7 Teorema da Divergência • da Lei de Gauss temos∮ s ~D · ~ds = ∫ v ρv dv • como ∇ · ~D = ρv temos∮ s ~D · ~ds = ∫ v ∇ · ~D dv • que o Teorema da Divergência, que diz – a integral da componente normal de qualquer campo vetorial sobre uma superfície fechada é igual à integral de volume da divergência deste campo 3.8 Aplicações • o diodo de silício ou de germânio é constituído por uma junção onde há duas camadas de cargas, uma positiva e a outra negativa, calcular e esboçar o campo elétrico desprezando o efeito das bordas, isto é, considerando que a junção é plana e infinita, nas camadas as densidades de cargas são constantes e seu módulo vale ρv • o que podemos dizer sobre o campo elétrico? 3.8. APLICAÇÕES 23 • o que podemos dizer sobre o campo elétrico? – só possui componente ~ax – esta componente só varia com a coordenada x • temos Ex = f(x) assim ∇ · ~E = ∂ Ex ∂x = dEx dx = ρv ε0 → Ex = ∫ ρv ε0 dx → Ex = ρv ε0 x+ k • para cada região temos uma expressão para o Ex • na região de cargas positivas 0 < x < h o campo vale E+x = ρvε0 x+ k1 • na região de cargas negativas −h < x < 0 o campo vale E−x = −ρvε0 x+ k2 • como definiremos o valor da constante k1? • na região de cargas positivas 0 < x < h o campo vale E+x = ρvε0 x+ k1 • onde sabemos o valor do campo na região de cargas positivas? • em x = h o campo é nulo por quê? – as contribuições dos planos infinitos se cancelam – não existe densidade de carga no plano x = h • assim E+x (x = h) = 0 = ρv ε0 x+ k1 → E+x = ρv ε0 (x− h) 24 CAPÍTULO 3. FLUXO ELÉTRICO E LEI DE GAUSS • em x = −h o campo é nulo por quê? – as contribuições dos planos infinitos se cancelam – não existe densidade de carga no plano x = −h • assim E−x (x = −h) = 0 = ρv ε0 x+ k2 → E−x = − ρv ε0 (x+ h) • na região 0 < x < h temos E+x = ρv ε0 (x− h) • na região −h < x < 0 temos E−x = − ρv ε0 (x+ h) • no ponto x = 0 temos E−x = − ρv ε0 h