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Profª Cristiane Maluf Rodrigues Correia DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS ROTEIRO DE AULA DIREITO CIVIL IV TEORIA GERAL DOS CONTRATOS NOÇÕES INTRODUTÓRIAS CONTRATO: é a mais importante fonte de obrigação. EFEITO: criação de direitos e obrigações – cria, modifica ou extingue direitos. CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL: mútuo consenso – livre manifestação de vontade (sem vício). FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO: advento do princípio da socialidade – art. 421 , CC. - Prevalência dos valores coletivos sobre os valores individuais – valoração da pessoa humana – MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. - Analogia ao princípio da função social da propriedade previsto na CF/88. - Limitador condicionante ao princípio da autonomia da vontade (liberdade contratual e da obrigatoriedade). - A prevalência do interesse público (coletivo) está pautado nos princípios da probidade e boa-fé que deve reger toda relação contratual. (art. 422, CC). - alguns exemplos de prevalência da função social do contrato no CC: art. 50 (desconsideração personalidade jurídica); art.156 (estado de perigo); art. 157 (lesão); art. 424 (contrato de adesão); etc. CONTRATO NO CDC (Lei 8.78/90) - Previsão constitucional: CF/88 – art. 5º, XXXII. - Figuras identificadoras : - consumidor - fornecedor: (produtor, fabricante, comerciante e, principalmente, prestador de serviços). - Não esquecer regra básica: confronto entre lei geral e lei especial – prevalece lei especial , exceto no contrato de transporte em que esta regra é invertida (essa exceção será estuda em momento oportuno – quando estudarmos o contrato de transporte). REQUISITOS DE VALIDADE DOS CONTRATOS - Relevância: para possibilitar a produção de seus efeitos: criar, modificar ou extinguir direitos, caso contrário, o contrato será nulo (166, I) ou anulável (171, I). REQUISITOS SUBJETIVOS (a) Capacidade genérica – de ordem geral para a validade dos contratos – art.104, CC. (b) Aptidão específica para contratar – capacidade especial (legitimidade) – exs.: doação; compra e venda a outros descendentes; prestação de fiança; etc. (c) Consentimento: recíproco acordo de vontades em variados aspectos (existência e natureza; objeto e cláusulas). - deve ser livre e espontâneo (sem vício). - manifestação: expressa (ex.: art. 13, Lei 8.245/91) ou tácita (ex.:doação pura). REQUISITOS OBJETIVOS (OBJETO) – art. 104, II - licitude: não contrário ao ordenamento jurídico. - possibilidade física ou jurídica: exs.:herança de pessoa viva (CC, 426); - determinação do objeto : determinado / determinável – arts. 243 e 252, - ambos do CC – a determinação se dá com a concentração (escolha). REQUISITOS FORMAIS: - forma: especial (solene) ou livre – CC, arts. 166, IV e V. - art. 107, CC – prevalência da informalidade PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS AUTONOMIA DA VONTADE: - origem no Direito Romano: liberdade de contratar - fundamento para os contratos atípicos - limitação: art. 421 – função social do contrato SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA (Art. 17, LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO) - prevalência do interesse coletivo sobre o individual -Intervenção estatal nas relações privadas = DIRIGISMO CONTRATUAL: Lei de Usura; Lei do inquilinato; CDC etc CONSENSUALISMO - Basta para o aperfeiçoamento do contrato. - Prevalência da informalidade. RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO - em regra vincula as partes envolvidas (relativização – art. 421 – função social do contrato = terceiros que são direta ou indiretamente atingidos podem se manifestar na relação contratual para defender seus interesses) PRINCÍPIO DA REVISÃO OU ONEROSIDADE EXCESSIVA - Oposição ao princípio da obrigatoriedade - Teoria rebus sic stantibus (teoria da imprevisão) – art. 478, CC PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E DA PROBIDADE - Art. 422, CC - conduta dos contratantes pautada em: retidão de caráter, ética e moral. - Ver também: arts. 113 e 187, CC. DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES - Fase da Puntuação: não vincula (pesquisar: preço, qualidade, vantagens ...) - deveres jurídicos para os contratantes nesta fase = responsabilidade aquiliana (extracontratual) e não contratual. – hipótese regulamentada pelo art. 186 c/c 187 c/c 927, todos do CC. *Nesta fase não existe contrato PROPOSTA (OFERTA / POLICITAÇÃO) - Deve ser clara, séria e precisa - Características: *Elementos essenciais: preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento. *Força vinculante (art. 427, CC) - exceções 2ª parte do art. 427, CC: cláusula expressa a respeito; natureza do negócio e circunstâncias do caso (art. 428) * Art. 428, CC: ofertar a pessoa presente e ofertar a pessoa ausente PROPOSTA NO CDC (ARTS. 30 A 35) - Acepção mais ampla: direcionadas a pessoas indeterminadas, ou seja, contratação em massa. ACEITAÇÃO - Deve ser pura e simples, ou seja, sem inovações (art. 431, CC) – qualquer restrição ou modificação ensejará uma contraproposta = nova proposta - Art. 432, CC: pode ser tácita - Inexistência de força vinculante – arts. 430 e 433, ambos do CC. MOMENTO DE CONCLUSÃO DO CONTRATO - Entre presentes – poderá estipular prazo ou não. Se não for estipulado prazo aceitação deve manifestada na hora. - Entre ausentes: art. 434, caput, CC – adotou a teoria da expedição - Concepção doutrinária: teoria da recepção (incisos I, II e II do art. 434, CC) – portanto, em questão objetiva seguir a concepção do legislador, em questão subjetiva (aberta) discorrer abordando as duas concepções. LUGAR DA CELEBRAÇÃO - ART. 435, CC – regra geral - Relevância: definir foro competente - Art. 9º, § 2º, LINDB – aplica-se aos contratos de consumo eletrônico internacional. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO AOS EFEITOS Unilaterais: criam obrigações unicamente para uma das partes. Bilaterais: geram obrigações para ambos os contraentes – há reciprocidade= por isso são chamados de SINALAGMÁTICOS. Plurilaterais ou plúrimos: contêm mais de duas partes. Gratuitos ou benéficos: uma parte apenas gera benefício ou vantagem. Onerosos: podem ser: - Comutativos: prestações certas e determinadas – equivalência de prestações (objetiva ou subjetiva). - Aleatórios: incerteza – acontecimento futuro e imprevisível. Basta que haja risco para um dos contraentes para que seja considerado aleatório (risco é da essência do negócio). * Acidentalmente aleatórios: dependendo das circunstâncias um contrato comutativo pode se tornar aleatório (acidentalmente) como no caso da compra e venda: 1- venda de coisas futuras - incerteza quanto à existência (art. 458) - ou quanto à quantidade da coisa (art. 459). 2 - venda de coisas existentes, mas expostas a riscos (perecimento ou deterioração) – arts. 460 e 461, CC. QUANTO A FORMAÇÃO Paritário: as partes discutem livremente as condições. Adesão: preponderância da vontade de uma das partes: - disparidade econômica e inferioridade psíquica; - restrição ao princípio da autonomia da vontade; - controvérsia quanto à natureza contratual; - CDC – arts. 47 e 54; - CC, 2002 – arts. 423 e 424; - o contrato de adesão pode ser classificado como contrato-tipo: cláusulas pré-redigidas. QUANTO AO MOMENTO DE EXECUÇÃO a) Instantânea ou imediata; b) diferida; c) de trato sucessivo ou execução continuada; QUANTO AO AGENTE a) Personalíssimo (intuitu personae); b) Impessoal; c) Individual; Coletivo; QUANTO AO MODO POR QUE EXISTEM a) Principais; b) Acessórios; c) Derivados (subcontratos); QUANTO À FORMA a) Solenes; b) Não solenes; Consensuais Reais; QUANTO AO OBJETO a) Preliminar (pré-contrato): tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. * NÃO SE CONFUNDE COM A FASE DA PUNTUAÇÃO (NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES) – ANTECEDE A REALIZAÇÃO DO CONTRATO PRELIMINAR - Gerar obrigações para apenas uma das partes = OPÇÃO – direito potestativo. QUANTO À DESIGNAÇÃO a) Nominados e típicos; - CC, regulamenta 23 espécies de contratos nominados que a título de exemplificação podemos citar: compra e venda; troca; contrato estimatório; transporte etc. b) Inominados e atípicos; - art. 425, CC �PAGE � �PAGE �3� DIREITO CIVIL CONTRATOS NOÇÕES INTRODUTÓRIAS