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CUSTO_DA_MÃO_E_DEPRECIAÇÃO_EXAUSTÃO_E_AMORTIZAÇÃO

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CENTRO PAULA SOUZA
FATEC Ourinhos
Curso de Agronegócio
Hideki M. Nagae
Willian Kemp
CUSTO DA MÃO-DE-OBRA E DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO
OURINHOS/SP
2012
Hideki M. Nagae
Willian Kemp
CUSTO DA MÃO-DE-OBRA E DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO
Trabalho: Definição teórica e Exercícios da Unidade 6 – Custos da Mão-de-Obra e Unidade 7 – Depreciação, Exaustão e Amortização, apresentado a Faculdade de Tecnologia de Ourinhos, como exigência parcial à aprovação na Disciplina de Custos e Orçamentos no Agronegócio.
Professor: Donizeti Ap. Mello
OURINHOS/SP
2012
UNIDADE 6 - CUSTO DA MÃO-DE-OBRA
“Administração rural - A necessidade de uma gestão profissional”
O novo cenário que se deslumbra para a agricultura brasileira, o produtor estará obrigado a buscar uma eficiência econômica cada vez maior. Se no passado o grande desafio for ter ganho de produtividade através de melhores manejos técnicos. hoje, soma-se a isso uma necessidade imperiosa de se ter uma Administração profissional da propriedade rural.
A necessidade de ser cada vez mais eficiente e econômico, ao mesmo tempo em que é cada vez menos amparado pelo governo, está obrigando a todos os produtores a evoluírem em seus métodos de gestão, tratando a propriedade como uma verdadeira empresa. Para isso, é obrigatório conhecer em detalhes dados de suas atividades como: Custos dos processos, tendências dos mercados, riscos, potenciais de produção, e dentro do possível medi-los para que decisões sejam tomadas racionalmente em cima de fatos e números, e não emocionalmente sem os amparos de dados.
Administração rural não significa apenas cortar custos, como também não significa investir cegamente em tecnologia. A arte da administração rural consiste justamente em traçar uma correlação entre custos e investimentos de um lado, e retorno, faturamento, produto colhido, do outro. Até quando, um determinado investimento é um "bom negócio"? Quando se torna "um negócio caro"? E a partir de quanto se torna "impagável"? E um corte de despesa, até quando é correto? Quando essa economia acarretará perdas ou prejuízos maiores que o valor economizado? Essas são algumas perguntas chaves que um administrador rural moderno precisará responder...
Objetivo principal de uma gestão empresarial é a lucratividade; já que LUCRO = RECEITA - DESPESAS, podemos concluir que o domínio dos Custos de Produção  é de fundamental importância.
Custos de Produção  definem-se pelo somatório de dispêndios, desembolsados ou não, que de uma forma ou outra ocorrem na execução de uma atividade produtiva.
Os componentes dos custos de produção de uma atividade agrícola podem ser agrupados de 4 maneiras principais, sendo que os resultados finais devem ser sempre muito semelhantes:
CUSTO FIXOS & CUSTOS VARIÁVEIS
Aqui a linha divisória será definida por uma questão: os custos variam ou não de acordo com a área plantada?
- Custos fixos -  São aqueles que ocorrem sempre, independentemente da área plantada ou tecnologia utilizada; ocorrem até mesmo se não houver produção. São custo fixos:  salários e encargos da mão de obra permanente; depreciação de máquinas, implementos e benfeitorias; impostos, taxas e juros sobre capital fixo.
- Custos variáveis -  São aqueles que ocorrem e variam numa relação direta com a área plantada, tecnologia usada e volume produzido. Exemplos: insumos, mão de obra temporária, combustível, fretes, secagem e armazenagem, juros sobre capital de custeio, etc...
CUSTOS DIRETOS & CUSTOS INDIRETOS
Aqui a linha divisória será definida por outra questão: podemos medir o custo com exatidão e atribuí-lo a uma determinada atividade ou hectare?
- Custo direto -  É aquele que podemos medir e calcular com precisão e que incide única e diretamente sobre uma determinada atividade. Ex.: insumos, combustível e lubrificantes, mão de obra temporária, etc...
- Custo Indireto - É aquele que precisa ser estimado. É o caso do custo de um administrador que divide seu tempo entre várias atividades, ou depreciação de máquinas e benfeitorias, custos de oportunidade da terra e do capital de giro, etc...Custos indireto são basicamente os custos fixos.
CUSTOS DESEMBOLSADOS & NÃO DESEMBOLSADOS
Essa abordagem, bastante prática, simplesmente divide os custos de acordo com a necessidade ou não de desembolso físico no ano.
- Custo desembolsado - Todo aquele que tem que ser efetivamente pago durante o ano agrícola, independentemente de ter que ser rateado entre várias atividades ou não. Ex: óleo e lubrificantes, insumos, todos os salários e encargos, juros sobre custeio, prestações a serem pagas no ano, taxas, impostos, fretes, etc...
- Custo não-desembolsados - É aquele que mesmo não exigindo desembolso ou pagamento no ano, deve ser estimado ou provisionado, tais como: depreciação de máquinas, implementos e benfeitorias; custo de oportunidade da terra e do capital próprio; obrigações de longo prazo.
CUSTO POR TIPO OU NATUREZA
Nesse último método, os custo são divididos de acordo com sua natureza: 
- Insumos - consideram-se apenas os insumos utilizados - sementes, fertilizantes, defensivos, etc...
- Operações - Aqui se calcula o custo da hora-máquina, onde entra combustível, lubrificante, manutenção, tratorista, depreciação, juros, seguro. Esse custo é multiplicado pelo tempo de cada operação, para temos então um custo/hectare de cada operação.
- Outros - Nesse item geralmente se inclui mão de obra permanente (menos tratoristas), depreciação de infra estrutura, gastos administrativos, frete, secagem e armazenagem, impostos e taxas, assistência técnica, etc...
Como se pode ver há várias maneiras de se calcular os custos de produção, e todos eles tendem a resultados muito semelhantes, senão idênticos. O importante é que, independente do método utilizado, os critérios sejam claros para o produtor, e que principalmente, nenhum custo seja esquecido.
“25 DE MAIO É DIA DO TRABALHADOR RURAL”
As oportunidades de empregado dessa classe estão cada vez mais escassas e a mão de obra barata tem sido cada vez mais explorada. Até 1963, quando foi instituída a Lei nº 4.214, conhecida como o “Estatuto do Trabalhador Rural”, o trabalhador do campo não tinha nenhum direito assegurado.  Esse Estatuto foi revogado pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, a qual instituiu diversas normas para o trabalho rural, definindo, inclusive, os conceitos de empregado e empregador.
A advogada trabalhista da IOB Folhamatic, Ydileuse Martins, explica que, segundo a legislação, empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual ao empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. “Empregador Rural é a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e  com auxílio de empregados”, afirma Ydileuse.
Mas será que os direitos do trabalhador rural estão sendo devidamente cumpridos? Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), existem cerca de 5 milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariados, dos quais 3,2 milhões estão em situação de informalidade, o que equivale a 64% do total. “O trabalhador rural brasileiro, na maioria das vezes, não possui registro em carteira, Logo, não têm direito à aposentadoria, ao auxílio-doença, ao décimo terceiro salário, ao pagamento de hora extra, entre outros. É necessário regularizar a situação desses trabalhadores, oferecendo condições de trabalho decentes a essas pessoas”, comenta Ydileuse.
Vale destacar que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 6,12% em 2011, alcançando R$ 822,9 bilhões, de acordo com informações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que prevê, para este ano, um faturamento de R$ 318 bilhões, com crescimento de 7,98% em relação a 2011. “A situação
contrasta com o cenário dos trabalhadores rurais, os quais vivem reivindicando melhorias nas condições de trabalho, com a criação de uma Política para os Assalariados Rurais, que tenha por objetivo combater a informalidade e estimular a geração de emprego e renda. Não podemos continuar elevando nossa economia com o suor desses trabalhadores&rdquo ;, explica a advogada da IOB Folhamatic.
Os direitos trabalhistas do empregado rural, salvo algumas regras diferenciadas, estão de acordo com as normas previstas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), inclusive descanso semanal remunerado; 13º salário; dissídio coletivo; e reajuste salarial.
O artigo 7º da Constituição Federal de 1988 praticamente equiparou os direitos trabalhistas do trabalhador rural com o urbano, os quais são: relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa; seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; salário mínimo, fixado em lei; piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; irredutibilidade do salário; garantia de salário, nunca inferior ao mínimo; 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; remuneração do trabalho noturno superior & agrave; do diurno; participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração; salário-família para os seus dependentes; duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal; jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias; licença-maternidade, nos termos fixados em lei; aviso prévio proporciona l ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei; redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; aposentadoria; assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 6 anos de idade em creches e pré-escolas; seguro contra acidentes de trabalho; ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato.
As proibições são: diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XXXIII, prevê ainda a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Exercícios
01) Podemos citar como exemplo de mão-de-obra direta:
a) Técnico agrícola
b) Proprietário da fazenda
c) Trabalhador rural.
d) Contador
e) N.D.A.
02) Podemos citar como exemplo de mão-de-obra indireta:
a) Técnico agrícola
b) Proprietário da fazenda
c) Trabalhador rural
d) Contador.
e) N.D.A.
03) Quando fazer o apontamento de horas de um funcionário ficar inviável por ser trabalhoso demais e também seu valor não é relevante para a formação do custo do produto, estamos falando da:
a) Mão-de-obra direta
b) Mão-de-obra indireta.
04) Se um funcionário que ganha R$1.332,00 for contratado no dia 05/08/2012, qual o valor do 13º salário que a empresa rural vai ter que pagar no ano de 2012?
a) R$ 555,00. (R$1.332,00/12x5=R$555,00).
b) R$444,00
c) R$592,00
d) R$740,00
e) N.D.A.
05) De acordo com o exercício 04 qual o valor que a empresa deverá recolher de FGTS e INSS
respectivamente?
a) R$59,20 e R$19,98
b) R$47,36 e R$15,98
c) R$ 44,40 (R$555,00x8%=R$44,44) e R$ 14,99 (R$555,00x2,70%=R$14,99.
d) R$11,99 e R$35,52
e) N.D.A.
06) O funcionário de uma propriedade rural está completando 01 ano de trabalho na empresa, seu salário é R$1.500,00 por mês. As férias e os encargos de FGTS e INSS (respectivamente) que deverá ser paga ao funcionário terão o valor de:
a) R$1.833,30–R$146,66–R$49,50.
b) R$1.800,00–R$144,00–R$48,60.
c) R$1.999,95(R$1.500,00x1,33=R$1.999,95)–R$160,00(R$1.999,95x8% = R$160,00) –R$54,00.(R$1.999,95x2,70%=R$54,00).
d) R$1.999,95–R$54,00–R$160,00.
e) N.D.A.
UNIDADE 7 - DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO
DEPRECIAÇÕES
Segundo o Dicionário de Termos de Contabilidade, de Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion, Editora Atlas:
Depreciação na agropecuária. Depreciação aplicada somente aos bens tangíveis. No que tange às culturas permanentes, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor parte, somente se pode falar em depreciações em caso de empreendimento próprio da empresa e doa qual serão extraídos apenas frutos. Quando é extraído o caule (cana-de-açúcar, floresta para industrialização da madeira etc...), denomina-se exaustão.
Também de forma exatamente igual a qualquer outro Ativo Imobilizado, a cultura permanente deverá, a partir do início da produção, começar a sofrer o registro relativo à baixa do seu valor decorrente da exploração.
A apropriação dessa parcelas se faz como custo da produção, o que significa que há, na prática, uma transferência do Ativo Não Circulante – Imobilizado para o Ativo Circulante (“Produtos em Elaboração”, posteriormente, “Produtos Acabados”) para somente depois afetar o resultado (na forma de “Custo dos Produtos Vendidos”).
Quanto à terminologia, dá-se o nome de depreciação ao registro da baixa do Ativo quando se trata de cultura que produz “frutos”, em que a planta (nossa “máquina”) continua como está. E isso ocorre então na citricultura, nos pomares, nas plantações de café, no seringal etc. (entenda*se que fruto aqui, significa o produto objeto da exploração).
Entretanto, no caso em que a planta em si, ou parte dela, é extraída, fisicamente falando (parte da planta, do pé, e não o fruto), á baixa é dado o nome de exaustão.
Assim, no corte do pinho, tem-se a exaustão (parcial, pelos vários cortes possíveis) da floresta.
Em algumas situações, pode haver dúvidas em função de interpretações. Por exemplo, na cana-de-açúcar, costuma-se falar em exaustão porque há a retirada física de um pedaço da planta. Mas há quem interprete que o imobilizado é formado pela raiz e partes não cortadas, considerando-se como “fruto” o colmo; e por isso, alguns dão o nome de depreciação á apropriação do custo desse imobilizado á produção em andamento. Todavia, a primeira forma parece-nos a mais adequada.
Todavia, o importante não é a terminologia, uma vez que depreciação e exaustão (bem como amortização) são nomes diferentes do mesmo procedimento contábil, e sua diversificação existe mais em termos semânticos.
Afinal, o valor em si da baixa é o mais importante e esse não depende, numa boa contabilização, do nome, e sim dos métodos adotados. Esses métodos, quando bem adotados, levam em conta a vida útil econômica do ativo, o eventual valor residual ao fim da sua utilização pela empresa, e também a evolução da produção quando não for ela homogeneamente distribuída ao longo do tempo.
Dessa forma, é comum uma plantação, no primeiro ano de produção, frutificar apenas 20% ou 30% do que consegue em 1 ou 2 anos depois. Assim, efetuar uma depreciação em bases iguais durante, por exemplo, 8 anos esperados de produção, é aumentar muito o custo unitário do primeiro ou dos primeiros anos. Por isso, quando há uma curva bem definida que represente a evolução do volume de produção ao longo da vida útil da planta, deve-se efetuar
a baixa do imobilizado não de forma linear, mas numa evolução igual a essa curva de produção.
Isso é comumente utilizado nas exaustões, quando se fazem as baixa proporcionalmente ao volume total esperado, mas é, da mesma maneira, absolutamente necessário e válido também para as depreciações, desde que, é claro, haja essa curva acentuada que espelhe uma produção bastante variada ao longo da vida útil da plantação.
A definição do Parecer Normativo CST nº 18/1979
O Fisco ao ser indagado sobre a questão da apropriação dos custos ou encargos da exploração de plantações de certas espécies vegetais que não se extinguem com o primeiro corte, mas depois de dois ou mais cortes, no que se refere à amortização ou exaustão, editou o PN CST nº 18/1979 para esclarecer como ele entende a sua aplicabilidade para fins de apuração do Imposto de Renda.
Foram conceituadas neste parecer para fins de aplicabilidade as florestas e a vegetais de menor porte o seguinte:
Depreciação: No caso de empreendimento próprio da empresa e do qual serão extraídos apenas os frutos. Nesta Hipótese, o custo de aquisição ou formação é depreciado em tantos anos quantos forem os de produção de frutos.
Verifica-se que o critério apresentado no item anterior vem de encontro com este parecer editado pela Coordenação do Sistema Tributário da Receita Federal do Brasil, que ainda hoje é aplicado.
Exemplos de depreciação
Na cultura do chá, o que se colhe é a folha e não a árvore que dá o produto da colheita.
Na cultura bananal, após a retirada da banana o seu tronco é cortado e volta a dar novo fruto.
Nas culturas mais tradicionais em que somente é extraído o fruto e não se procede a nenhum corte de troncos ou caule, não temos problema em identificar como depreciação, por exemplo; laranjeira, limoeiro, mexeriqueira, abacateiro, etc.
Caso prático
Admita-se exploração de laranjas em que ao longo dos seus estimados 15 anos produziram-se dois milhões de caixa e no seu primeiro ano de colheita extraíram-se 150 mil caixas temos a seguinte taxa de depreciação:
2.000.000/150.000 = 13,33%
Taxa de depreciação anual de 13,33% superior à taxa admitida por pesquisa de 6,67% por ano.
Registro Contábil da depreciação
	D – Custo/Despesa Operacional (Conta de Resultado)
C – Depreciação Acumulada (Conta Redutora do Ativo Imobilizado)
AMORTIZAÇÃO
Amortização: Reservado tecnicamente para os casos de aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade de terceiros, apropriando-se o custo desses direitos ao longo do período determinado, de madeira de florestas pertencentes a terceiros, ou de exploração de pomar alheio, por prazo determinado, preço e único e prefixado.
Na aquisição de direitos de exploração de culturas ou de florestas de terceiros, os gastos envolvidos nesta transação são registrados em conta do ativo imobilizado e, posteriormente, amortizados no prazo de vigência do contrato.
Exemplo:
Admita-se aquisição de exploração de um pomar de laranjas pelo prazo de 10 anos no valor de R$ 750.000,00 e considerando uma colheita por ano.
R$ 750.000,00/10 anos = R$ 75.000,00 por ano
R$ 75.000,00/12 meses = R$ 6.250,00 por mês
Registro contábil mensal
	D – Despesa com Amortização (Conta de Resultado)
C – Amortização Acumulada (Conta Redutora do Ativo Imobilizado)
EXAUSTÃO
Segundo o Dicionário de Termos de Contabilidade, de Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion, Editora Atlas:
“Exaustão. Amortização aplicada somente aos recursos naturais exauríveis. Quando se trata de floresta (ou vegetação em geral), o custo de sua aquisição ou formação (excluído o solo) será objeto de quotas de exaustão, à medida que seus recursos forem exauridos (esgotados). Aqui, não se tem a extração de frutos, mas a própria árvore é ceifada, cortada ou extraída do solo, Corresponde à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto seja recursos minerais ou florestais, ou bem aplicados nessa exploração.”
Exaustão segundo o PN CST nº 18/1979
Exaustão: Quando se trata de floresta própria, o custo de aquisição ou formação será objeto de quotas de exaustão, medida e na proporção em que os seus recursos forem sendo exauridos. Também será exaustão quando a floresta for de terceiros, mas é explorada em função de contrato por prazo indeterminado.
Ao aplicar o cálculo da exaustão exposto ao final da extração dos últimos recursos, tem-se baixado do ativo o valor total pertinente a essa floresta, o qual terá sido distribuído como custo pelos diversos exercícios sociais em que a empresa promoveu a extração ou utilização dos recursos, na exata proporção da parcela extraída ou utilizada em cada período.
Cálculo da quota de exaustão dos recursos florestais
Para o cálculo do valor da quota de exaustão, deve ser observado o seguinte critério:
Inicialmente, deve-se apurar o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados ou a quantidade de árvores extraídas, durante o período de apuração, representa em relação ao volume ou à quantidade de árvores que no início do período de apuração compunham a floresta;
O percentual encontrado deverá ser aplicado sobre o valor contábil da floresta, registrado no Ativo, e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos.
Periodicidade na contabilização
Nas empresas industriais, a manutenção de sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração exige que os encargos de exaustão dos bens empregados na produção sejam contabilizados mensalmente. Método também nas empresas agropecuárias.
As pessoas jurídicas não enquadradas nessa hipótese:
Caso submetidas à apuração trimestral do lucro real, poderão contabilizar o encargo mensalmente ou no encerramento de cada trimestre de apuração do lucro real;
Caso tenham optado pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por estimativa, poderão contabilizar o encargo:
b.1) mensalmente;
b.2) no encerramento do período de apuração do lucro real, em 31 de dezembro ou por ocasião de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades; ou
b.3) por ocasião do levantamento de balanços ou balancetes de suspensão ou redução do pagamento do imposto mensal.
Verificação do saldo a exaurir
Antes de efetuar o cálculo dos encargos de exaustão do saldo de abertura, deve-se tomar o cuidado de verificar se não existem bens que já estejam totalmente exauridos ou exauridos em montante que já não permita mais aplicar integralmente a taxa anual, hipótese em que esta deverá ser ajustada ao saldo exaurível.
Por essa razão, a empresa precisa manter controles adequados que permitam comprovar à fiscalização, quando solicitado, que a exaustão acumulada não excede a 100% do custo de aquisição dos bens (corrigido monetariamente até 31.12.1995, quando se tratar de bens adquiridos até essa data).
Exemplo
Suponhamos que a empresa ABC plantou 25.000 árvores, ao custo de R$ 4.000,00, para vendê-las após a extração.
Pelo registro do custo do plantio das árvores:
	D – Recursos Florestais (Imobilizado)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) R$ 4.000,00
Cálculo e contabilização dos encargos de exaustão
Dando continuidade ao desenvolvimento do exemplo, vamos considerar que a hipotética empresa registre mensalmente os encargos de exaustão, e que, em determinado mês, esta tenha extraído 5.000 árvores.
Neste caso, o cálculo dos encargos de exaustão seria assim efetuado: 5.000 (árvores extraídas) / 25.000 (árvores que compõem a floresta) = 20% (taxa de exaustão em junho/20X1).
R$ 4.000,00 (custo das árvores) x 20% = R$ 800,00 (valor do encargo de exaustão)
O registro contábil dos encargos de exaustão apurados naquele mês seria, por sua vez, assim efetuado:
Pelo registro do encargo da exaustão:
	D – Exaustão de Recursos Florestais (Conta de Resultado)
C – Exaustão Acumulada (Conta Redutora do Ativo Imobilizado) R$ 800,00
O caso da cana-de-açúcar
O custo de formação de plantações de espécies vegetais que não se extinguem com o primeiro corte, mas que permitem cortes adicionais deve ser objeto de quotas
de exaustão, e não de depreciação. Os custos necessários para a formação da cultura da cana-de-açúcar serão registrados no ativo imobilizado dentro do Ativo Não Circulante, ao passo que os gastos relativos à manutenção dessa cultura devem ser incorporados ao ativo circulante.
Considerando que em um canavial pode ser extraído, em média, cinco cortes de cana-de-açúcar, a quota de exaustão poderá chegar a 25% ao ano.
Exemplo:
Admitindo-se um canavial com 800 hectares de extração de cana-de-açúcar frente ao um total de 1.850 hectares plantados.
 800 = 43,24%
1.850
Pastagens
As pastagens, mesmo as artificiais, por serem tratadas como uma cultura e que não se extinguem com o primeiro corte, mas permitem cortes adicionais, devem ser objeto de exaustão.
A seguir, demonstramos por meio das tabelas os casos de depreciação, exaustão e amortização que ocorrem na atividade rural:
	REDUÇÕES DE ATIVO FIXO
	SENTIDO GENÉRICO
	CONTABILIDADE RURAL
	Amortização
No sentido amplo da matéria (qualquer ativo fixo de duração limitada)
	Depreciação
Bens Tangíveis
	Depreciação
Culturas permanentes que serão extraídos frutos
	
	Exaustão
Recursos naturais exauríveis
	Exaustão
Culturas permanentes ceifadas, seus recursos são esgotáveis
Reflorestamento, cana-de-açúcar, pastagem etc.
	
	Amortização
Recursos naturais, Bens intangíveis
	Amortização
Aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade de terceiros
Contratos de exploração
Patentes
Em relação à depreciação do rebanho destinado à reprodução, cabe esclarecer que não haverá obviamente a depreciação. A vida útil do rebanho de reprodução, para fins de depreciação, será contada a partir do momento em que estiver em condições de reprodução, ou seja, o rebanho adulto. E, estando em plena reprodução, o animal, obviamente o touro, tende a atingir um nível máximo de eficiência para iniciar o processo de declínio até perder a sua capacidade de reprodução, o que na prática não é uma tarefa fácil.
Contudo, cabe salientar que essa é uma dificuldade que se encontra na prática, já que é tarefa fácil definir um método a ser utilizado, para estabelecer uma curva de eficiência do gado reprodutor, assim como também difícil definir a vida útil do rebanho.
Assim, vale a pena consultar o profissional habilitado para determinar a vida útil do gado reprodutor, seja um veterinário ou zootécnico.
Outra questão a ser pensada é o valor residual correspondente ao seu peso multiplicado pelo preço por arroba, pois eventualmente o gado não sendo mais útil para reprodução, pode passar para a fase de engordar e posterior venda para abate.
Outro ponto polêmico dentro da atividade pecuária é a pastagem. Muitas empresas pecuárias não efetuam a exaustão das pastagens sob alegação de que algumas espécies de capim são consideradas permanentes e não acabam. Outros alegam que é muito difícil estimar o período de vida útil das pastagens ou até mesmo por falta de disposições legais para tal.
Entretanto, é entendimento da maioria dos doutrinadores do assunto, que se deva fazer amortização das pastagens, muito embora seja difícil de estimar o seu tempo de vida útil, que poderia ser resolvido com o auxílio de engenheiros-agrônomos, com auxílio da própria EMBRAPA. Vale lembrar que muitas empresas também investem na qualidade da pastagem, onde os gastos são bem expressivos, o que motiva mais ainda a amortização.
Exercícios
01) Calcule a depreciação:
Trator de rodas com o valor de R$50.000,00.
Pela vida útil em anos
D = 50.000,00 – 5.000,00 = R$4.500,00
		10
Pela vida útil em horas, sabendo que trabalhou na propriedade 360 horas.
D = 50.000,00 = R$138,89
	360
02) Calcule a exaustão:
Valor gasto na formação de uma pastagem artificial R$65.400,00.
E = 65.400,00 = R$13.080,00
	 5
03) Calcule a amortização:
Para perfurar um poço em uma propriedade de terceiros, foram gastos o valor
total de R$20.000,00. O contrato de arrendamento terá vigência de 08 anos.
A = 20.000,00 = R$2.500,00
	 8
Referências
RODRIGUES, Aldenir Ortiz... (et al.) / A Nova Contabilidade Rural, 1ªed. São Paulo: IOB, 2011. 
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/agronegocio/53497/ >. Acesso em 15 nov. 2012.
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=74770 >. Acesso em 15 nov. 2012.

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