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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Prof. Douglas de M. Franco Legislação Tributária Sumário: Constituição Federal: Princípios e Normas Gerais Legislação Tributária Específica Aplicação Normativa Noções de Legislação Empresarial e Trabalhista Legislação Tributária O que define o comportamento obrigatório é a norma jurídica. As contradições entre as normas são resolvidas principalmente pela hierarquia das leis. Há limitações ao poder de tributar (arts. 150 e 152, CF). Princípio da Não Cumulatividade dos tributos. Legislação Tributária “Art. 96, do CTN. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.” Elementos da Norma Jurídica Hipótese prevista em lei; Mandamento (positivo ou negativo), diante da ocorrência da hipótese; Sanção, imposta pela desobediência do mandamento (enforcement). Constituição Federal (CF/88) Traz diretrizes fundamentais (princípios); Traz normas definidoras e sistematizadoras: Os Artigos 145 a 162 organizam o STN; Os Arts. 194 a 204 dispõem sobre a Seguridade Social. Princípios Tributários São valores superiores da coletividade. São pilares onde é erigido o sistema tributário nacional. O Estado também deve respeito aos princípios Dão limites claros ao poder de tributar Temos os Princípios Tributários ... da Legalidade da Isonomia Tributária da Irretroatividade da Anterioridade do Esclarecimento do Consumidor da Reserva de Lei para Anistia da reserva de lei complementar da noventena Princípios Tributários Princípio da Legalidade (art. 150, I, CF) de acordo com este princípio os tributos só podem ser instituídos ou majorados por meio de lei, da mesma forma que eles só podem ser extintos e reduzidos por meio de lei. A mera atualização da base de cálculo por correção monetária não é majoração de tributo, por isso pode ser feita por decreto. Já a modificação da base de cálculo de forma a onerar o contribuinte é majoração de tributo, e por ser majoração, só pode ser feita por meio de lei. 9 Princípios Tributários Princípio da Isonomia Tributária (art. 150, II, CF) É vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos Princípios Tributários Princípio da Irretroatividade (art. 150, III, CF) É vedado cobrar tributos, em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado Princípios Tributários Princípio da Anterioridade (art. 150, b), CF) É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; Admite exceções: art. 153 e 195, §5º, CF Princípio do Esclarecimento do Consumidor (art. 150, §5º, CF) A lei determinará medidas para que o consumidor seja esclarecido acerca de dos impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. LC 12.741/12 (Lei da Transparência) Princípio da Reserva de Lei para Anistia (art. 150, §6º, CF) O CTN traz as normas gerais sobre anistia e remissão Admite lei específica federal estadual ou municipal. Princípio da Reserva de Lei Complementar(art. 150, §6º, CF) O constituinte reservou para a LC certas matérias que considerou mais relevantes. Assinale a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da: anterioridade. irretroatividade. anualidade. imunidade recíproca. legalidade. Leis Complementares Regulamentam as normas constitucionais; É lei federal; Ex.: Código Tributário Nacional (CTN) - LC 5.172/66: - Define as normas gerais de direito tributário, bem como fato gerador, base de cálculo e contribuinte. a CF distribui a competência Tributária da União, Estados, DF e dos Municípios e diz quais os impostos que cada ente da federação pode instituir, mas remete à Lei Complementar o poder de definir os tributos e suas espécies, fato gerador, base de cálculo, normas gerais, etc. Pode, por LC, ocorrer instituição de empréstimos compulsórios (art. 148 da CRFB); as contribuições sociais, e; impostos instituídos na competência residual da União (art. 154 e art. 195 §4 º CRFB). 17 Código Tributário Nacional (CTN) Algumas normas gerais de direito tributário: Obrigação Lançamento Crédito Prescrição e decadência de tributos Renúncia Fiscal (isenção, não incidência e incentivos fiscais) a CF distribui a competência Tributária da União, Estados, DF e dos Municípios e diz quais os impostos que cada ente da federação pode instituir, mas remete à Lei Complementar o poder de definir os tributos e suas espécies, fato gerador, base de cálculo, normas gerais, etc. 18 Leis Ordinárias São leis comuns federais, estaduais e municipais; A União possui LO para instituir IR, IPI, IOF; Os estados possuem LO para ICMS, IPVA etc Os municípios possuem LO para ISS, IPT etc No entanto, não há hierarquia entre elas; → Todas se submetem às normas gerais do CTN. Em geral, os tributos devem ser instituídos por meio de Lei Ordinária, salvo as exceções previstas na Constituição Federal, dentre elas a instituição de empréstimos compulsórios (art. 148 da CRFB); as contribuições sociais, e; impostos instituídos na competência residual da União (art. 154 e art. 195 §4 º CRFB). 19 Medidas Provisórias Medidas com força de lei adotadas em caso de relevância e urgência; Não pode tratar de matéria reservada a LC; Não pode instituir ou majorar impostos, exceto Imposto de Importação, de Exportação, IPI e IOF. 20 Resoluções As Resoluções do Senado: Eliminam normas declaradas inconstitucionais pelo STF; Estabelecem os limites das alíquotas dos impostos de transmissão, circulação de mercadorias e serviços. 21 Decreto Legislativo São elaboradas e promulgadas pelo Legislativo; Insere tratados internacionais no ordenamento; Institui lei cujo veto do Presidente tenha sido derrubado. 22 Decreto Regulamentar São elaboradas e promulgadas pelo Executivo; Destinam-se a dar detalhes de aplicação prática ou consolidar legislação esparsa sobre determinado tributo; Decreto 3000/99 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR) 23 Normas complementares às leis, tratados e decretos São orientações dadas pelas autoridades administrativas a seus subordinados: Portarias; Ordem de serviço; Circulares; Instruções normativas; Atos declaratórios Etc. São normas que não “inovam”, isto é, não criam impostos ou alíquotas. 24 Fontes do Direito Tributário e Hierarquia das Leis Tributos 55.767 artigos 33.374 parágrafos 23.497 incisos 9.956 alíneas São editadas, em média, 300 normas por ano Hierarquia das Leis (exemplo 1) O IR, embora seja um imposto da União, legislado por lei federal, tem definidos pelo CTN o fato gerador (art. 43), a base de cálculo (art. 44) e o contribuinte (art. 45), bem como se submete às demais normas de direito tributário Por exemplo: vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária; modalidade de extinção do crédito tributário (pagamento, decadência, prescrição etc); administração tributária etc. Hierarquia das Leis (exemplo 2) A Lei nº 6379/96 disciplina o ICMS do Estado da Paraíba, obedecidos os arts. 146 e 155 da CF, regulamentado pela LC 87/96. Vigência e Aplicação A lei passa a existir depois de sua sanção, promulgação e publicação pelo Chefe do Poder Executivo. “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.” (art. 2º da LICC) O conflito entre duas leis vigentes resolve-se por meio dos critérios da hierarquia, da especialidade e da ordem cronológica. a lei, ao entrar em vigor hoje, já torna possível a cobrança de tributo? Não, porque, embora já esteja vigente, não atingiu ainda sua eficácia plena. 29 Vigência e Aplicação Do ponto de vista espacial, o art. 102 do CTN prescreve que a lei municipal e a lei estadual terão vigência fora do território das entidades tributantes, se assim for reconhecido em convênio e se for reconhecido em lei de normas gerais. A lei federal vai ter vigência fora do território brasileiro quando assim for reconhecido por tratado internacional, como, por exemplo, nos casos dos tratados para evitar a dupla tributação. a lei, ao entrar em vigor hoje, já torna possível a cobrança de tributo? Não, porque, embora já esteja vigente, não atingiu ainda sua eficácia plena. 30 Interpretação e Integração A norma existente, frequentemente, será vinculada ao critério econômico, de acordo com o tributo em exame. (interpretação) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada, a analogia, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito público e a eqüidade (art. 108, CTN). (integração) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 31 Noções de Legislação Empresarial e Trabalhista Empresário Empresário (art. 966, Código Civil): “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” O conceito de empresário abrange todas as atividades de indústria, comércio e prestação de serviços, exceto os serviços considerados como de profissão intelectual, seja ela de natureza científica, literária ou artística. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 33 Empresa É a unidade econômica organizada, que, combinando capital e trabalho, produz ou faz circular bens ou presta serviços, com finalidade de lucro. Adquire personalidade jurídica pela inscrição de seus atos constitutivos no órgão de registro próprio (Junta Comercial) (art. 967, CC). Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 34 Empresa Individual Enquadramento: LC 123/06; art. 150, § 1º, do RIR/99 Tratamento fiscal: Equiparada à pessoa jurídica (art. 150, RIR) → obrigações tributárias principais e acessórias; Microempreendedor Individual (MEI) Fonte: Lei Complementar 123/06 Enquadramento: receita bruta anual de até R$ 36.000,00 Tratamento fiscal: - Mesmo tratamento de pessoa jurídica Empresa Individual Rural Enquadramento: Art. 971, do Código Civil e art. 58, do RIR Tratamento fiscal: IR: tributado como Pessoa Física (art. 57, RIR) Escrituração de Livro Caixa (art. 60, RIR, arts. 1.179 a 1.195, CC) Sociedade Empresária Fonte: art. 982, do Código Civil Características: São registradas no Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) e, localmente, na Junta Comercial; Escrituração contábil obrigatória (art. 1.179, CC) Tratamento fiscal: - São pessoas jurídicas Tipos: - Sociedades Limitadas (Ltdas.) Sociedade por Ações (S.A.) ou Companhias. Sociedade em Comandita Sociedade em Conta de Participação Sociedade Simples Fonte: art. 982, CC Características todas as demais que não sejam enquadradas como sociedade empresária (cooperativas, profissionais liberais, etc); São registradas no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Tratamento fiscal: - São equiparadas às pessoas jurídicas (arts. 150, §1º, III; 647, RIR/99) S.A. ou Companhia Regida por lei especial: Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) Características: - a personalidade da sociedade é totalmente separada dos seus proprietários. - obrigação de publicar Demonstrações Contábeis Média Empresa Fonte: art. 14, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02 (minirreforma tributária) Enquadramento: Faturamento de até 48 milhões no ano-calendário anterior; A escrituração contábil poderá ser substituída pelo Livro Caixa. Tratamento Fiscal: Estão normalmente sujeitas a todos os tributos federais, estaduais e municipais O IR e CSLL podem ser apurados pelo Lucro Real ou pelo Lucro Presumido Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) Fonte: arts. 170 e 179, CF; LC 123/06 (Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte - MPE); Decreto 3.474/00 (Regulamento da MPE); Decreto 6.038/07 (institui o CGMPE). Enquadramento: ME: faturamento de até R$ 240.000 no ano-calendário anterior; EPP: faturamento acima de R$ 240.000, até R$ 2.400.000 Características: Pode ser dispensado da escrituração contábil (art. 970, CC) Passível de tratamento fiscal diferenciado, visando a simplificação de suas obrigações. Regimes Trabalhista e Previdenciários O Empregador (definido pelo art. 2º, CLT) deve financiar parte da seguridade social, pagando contribuições sociais incidentes sobre: Folha de salários (INSS) Faturamento (Cofins) Lucro (CSLL) Documentos Comerciais e Fiscais São documentos Comerciais: Duplicata Mercantil; Duplicata de Prestação de serviço; Nota Promissória; e Cheque São documentos Fiscais: Nota Fiscal