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DIREITO CONSTITUCIONAL II - Marcelo Novelino

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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 Primeira institucionalização coerente do Estado de Direito 
ocorreu com a Revolução Francesa de 1789. 
 Principal ideia do Estado de Direito: Império da Lei. 
 A principal característica é o abstencionismo, Estado liberal. 
 Veio substituir o Estado de Polícia, que intervinha em todos os 
setores da sociedade. 
 O movimento novo geralmente é oposto ao movimento do Estado 
anterior. 
 
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 O objetivo foi criar um Estado que respeitasse as liberdades 
individuais. 
 A liberdade é o valor supremo do Estado Social de Direito. O 
objetivo era respeito pelo Estado das liberdades individuais, que só vai se 
intrometer naquilo que é essencialmente necessário. 
 
 
 Os direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia 
Os direitos que surgem são liberdade e propriedade, eram os direitos 
reivindicados pela burguesia. 
Apesar de serem direitos aplicados a todos os cidadãos, não apenas aos 
burgueses, tinham aplicação apenas formal e não substancial. 
Teoricamente, as classes inferiores desfrutavam desses direitos. Na prática, 
não. Não tinham o caráter substancial que conhecemos hoje. 
 A limitação do Estado pelo direito se estende ao Soberano 
Antes do Estado de Direito, o Soberano estava acima do direito. Após o 
Estado de direito, o soberano também passa a ser limitado pelas leis. 
 Atuação da Administração Pública dentro da legalidade 
 
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Nesse período surge o Princípio da Legalidade da Administração Pública, 
com o Advento do Estado de Direito. A Administração Pública passa a poder 
fazer apenas aquilo que a lei autoriza. Administração Pública como 
atividade sub-legal. 
 O papel do Estado se limita à defesa da ordem e segurança 
públicas 
Neste período, o Estado não fazia qualquer intervenção em relações 
econômicas e sociais, que ficavam adstritas ao âmbito individual. 
No aspecto econômico do Estado de Direito, era chamado de Estado 
mínimo. 
 
 
 
1.1.1 Rule of Law 
 Inglaterra 
 Marco Teórico: 1885 – The Law of the Constitution, Albert Dicey 
Idéia: governo das leis em substituição ao governo dos Homens. 
Governo das leis está acima dos governos públicos. 
 
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Experiência inglesa que até hoje consideramos no nosso ordenamento 
jurídico, como devido processo legal substantivo, processo justo e 
adequado e não qualquer regra de processo formal. 
 Devido processo legal em caráter substancial 
Quando se falava em restringir liberdades e propriedade, além de 
observarem o devido processo legal em seu caráter formal, deveria 
observar seu caráter substantivo. 
 Limitação do poder arbitrário decorre da proeminência das leis e 
costumes 
Idéia de império da lei, mas como era um sistema Comon Law, não apenas 
as leis mas também os costumes servem como limite para o Estado. 
 Igualdade de acesso aos Tribunais 
 
1.1.2 Rechtsstaat (Estado de Direito) 
 Prússia – Século XVIII 
 A idéia principal, a viga mestra deste modelo de Estado é a 
impessoalidade do Poder. 
 O Estado passa a ser o único soberano, não mais as pessoas. 
 
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 A vontade do Soberano corresponde àquilo que está na lei. O 
Estado não tinha qualquer limitação nas leis. A lei era compreendida como 
vontade do soberano. E se o soberano é o Estado, essa lei não limita o 
Estado, ele pode colocar o que quiser na lei. Não há limitação material pela 
lei ao Estado. 
 Se a lei é a vontade do soberano e se o soberano é o estado, o 
conteúdo da lei não é vinculante. 
 
1.1.3 État Légal 
 Surge com a Revolução Francesa em 1789, e depois evolui para 
outro modelo de Estado, o État Du Droit. 
 Apesar de a tradução ser Estado Legal, o sentido do État Légal é de 
Estado de Direito, corresponde ao Rechtsstaat. 
 Ambos trazem a idéia de um sistema de leis feitas pelo legislador. 
Só que há uma diferença fundamental entre o Rechtsstaat e o État Légal – 
apesar de em ambos os casos ser um sistema de leis feitas pelo legislador, 
somente no État Légal é que se exigia que os legisladores fossem eleitos de 
forma democrática. No Rechtsstaat, não, poderia ser qualquer legislador, 
por pessoas que não eram eleitas de forma democrática. 
 
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 O poder Legislativo tinha que ter seus representantes eleitos 
democraticamente. 
 Esse etat legal apresentou uma série de problemas na França, pois 
existia uma profunda desconfiança dos Franceses em relação ao PJ, 
principalmente os revolucionários. Em razão desta desconfiança, não 
permitiam que o PJ aplicasse diretamente a Constituição, a chamada 
adjudicação da Constituição. 
 O caráter da Constituição era meramente político, não jurídico, 
não vinculava o PE e PL, era como se fosse um conselho ao legislador. Por 
isso, foi um sistema inadequado. 
 Substituído pelo État Du droit – chamado de Verfassungsstaat 
(Estado Constitucional) – não corresponde ao Rechtsstaat. 
 
 
 
 Essa divisão corresponde ao lema da Revolução Francesa: 
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, feita por Karel Vazak (1979). 
 Posteriormente, o Norberto Bobbio, disseminou essa divisão pelo 
mundo. 
 
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 No Brasil, quem divulgou foi Paulo Bonavides. 
 
1ª Geração – Direitos Civis e Políticos 
 Direitos ligados à liberdade. 
Direitos reivindicados pela Burguesia em face do Estado: exigem uma 
abstenção do Estado, são direitos que tem caráter negativo. 
 Visava a não interferir nas liberdades individuais. 
 Caráter abstencionista do Estado. 
 São direitos individuais. Direitos atribuídos sobretudo ao indivíduo 
em face do Estado. 
O que a burguesia queria com a Revolução era respeito à sua liberdade e 
propriedade. As classes populares se uniram à burguesia, mas quem 
liderava a revolução eram os burgueses. 
 Surge a primeira concepção importante de Constituição, a chamada 
Constituição Sociológica, na Prússia, em 1862. 
 O protagonista da Concepção Sociológica foi Ferdinand Lassale. 
 Lassale fazia uma distinção importante entre 2 tipos de Constituição: 
o Constituição Jurídica/Escrita 
 
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É o documento constituição que a gente conhece, com a CF/1988. Conjunto 
de normas feitas pelo Poder Constituinte Originário. 
o Constituição Real/Efetiva 
É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada Nação. Ou 
seja, são os poderes que existem de fato, e não de direito, os que mandam, 
os burgueses, os banqueiros,
a aristocracia, a monarquia. Eles é que 
realmente estabelecem as regras, as condições do Estado. 
Lassale dizia que se houver um conflito entre a Constituição Escrita e a 
Constituição Efetiva, qual prevalecerá? Lembre-se que é uma Concepção 
Sociológica, ela vai estudar as relações dos fatos, as relações sociais, vai ter 
um fundamento sociológico. Então, para ele, a Constituição Efetiva vai 
sempre prevalecer sobre a Constituição Jurídica. Essa soma dos fatores 
reais de poder vai sempre prevalecer sobre a Constituição Escrita: 
“Constituição como folha de papel”, expressão consagrada por Lassale, para 
referir a falta de importância que ele atribuía à Constituição Escrita, ela não 
serve para nada, só tem legitimidade se corresponder à Constituição Real. 
Constituição sem força normativa, que ninguém obedece: Constituição 
Jurídica/Escrita. 
 
1.2 Liberalismo 
 
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 Surge nesta etapa, Estado de Direito, Estado Liberal. 
 Podemos falar em: 
 Liberalismo Político 
 Liberalismo Econômico 
 
1.2.1 Liberalismo Político 
 Corresponde à idéia de Estado limitado. 
 Dentro dessa idéia, temos 2 pilares principais: 
 Direitos individuais oponíveis ao Estado 
 Estado limitado por direitos individuais oponíveis ao Estado 
 Separação de Poderes entre órgãos distintos 
 Quando Montesquieu pegou o modelo inglês e escreveu sua obra, 
não estabeleceu um esquema rígido de separação dos poderes. 
 A idéia principal dele era repartir as funções do estado para que 
houvesse uma limitação recíproca entre os Poderes. 
 Se o Estado acumula todas as funções de legislar e executar 
(elaborar e aplicar as leis), vai abusar porque não tem limites. Então, o 
objetivo era evitar o abuso por meio da repartição de poderes. 
 
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 Quem tem poder e não encontra limites tende a dele abusar. 
 Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 
1789. Vigora até hoje. Faz parte do bloco de constitucionalidade da França. 
Art. 16: Toda sociedade na qual não há garantia de direitos nem é 
assegurada a separação de poderes não possui uma Constituição. 
 Essa era a idéia do liberalismo político 
 
1.2.2 Liberalismo Econômico 
 Associar à idéia de Estado mínimo. 
 1776 – “A riqueza das nações” – Adam Smith – Principal 
representante do liberalismo econômico. 
 Dizia que o Estado deve ter apenas 3 deveres: 
 Proteger a Sociedade contra invasão ou agressão de outras 
sociedades; 
 Estabelecer uma adequada administração da justiça (conflitos 
internos); 
 Erigir e manter certas obras e instituições que nunca seriam do 
interesse privado. 
 
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Cuidar das obras e instituições que não dariam lucro, o que não geraria 
interesse dos particulares e, por isso, o Estado deveria intervir. Estado 
mínimo, que não intervém em praticamente nada. 
“A busca do lucro é o mais importante instrumento de transformação da 
sociedade.” 
 
1.3 Hermenêutica 
 Como era a hermenêutica, a interpretação neste período? 
 A interpretação dos juízes era ampla como é hoje? 
 Havia profunda desconfiança da atuação dos juízes, tanto que não 
podiam aplicar a Constituição. Portanto, a atividade hermenêutica era uma 
atividade mecânica, não havia liberdade para os juízes, resultante da 
literalidade dos textos. Ou seja, a interpretação dessa época era apenas 
literal, apenas divulgar o que o texto dizia. Não chegavam a interpretar, “o 
juiz é a boca da lei”. Deveria apenas reproduzir o conteúdo legal. 
“O PJ terá um perigoso privilégio se puder interpretar as leis.” 
 “Querem destruir meus Códigos”, quando quiseram interpretar os 
Códigos de Napoleão. 
 
 
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2. Estado Social (1918) 
 Com o fim da 1ª GM, em razão da grande demanda por direitos 
sociais, o liberalismo se mostrou inadequado para atender essas demandas. 
Então surge o Estado Social. 
 O liberalismo entra em crise e vêem que o Estado mínimo não é 
suficiente para atender os direitos sociais. Uma transformação do Estado 
Liberal. 
 Não confundir com estado Socialista. O que diferencia ambos é o 
capitalismo. 
 O Estado Social adere ao Capitalismo. 
 
2.1 Características 
 O que diferencia o Estado Social do Estado Liberal Anterior? 
 Intervenção nos domínios econômico, social e laboral 
Era um estado intervencionista, que interferiu nas questões econômicas – 
regulação econômica, questões sociais (estabelecendo os direitos sociais), e 
em questões trabalhistas, regulando as relações de trabalho. Atuação ativa 
do estado, que deixa de ter postura abstencionista para ter uma atuação 
intervencionista. 
 
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O mercado deixa de ser livre para ser regulado pelo Estado. 
 O Estado assume um papel decisivo na produção e distribuição de 
bens 
 O estado começa a produzir determinados bens e distribuir 
determinados bens. 
 Garantia de um mínimo de bem-estar 
Este estado do bem-estar social é chamado de “welfare state”. Está 
associado à característica da garantia de um mínimo de bem-estar. Temos 
no Brasil um exemplo hoje: o benefício do LOAS, previsto tanto na CF 
quanto na Legislação Previdenciária. A pessoa não precisa contribuir à 
Previdência, é um benefício assistencial, concedido a incapazes ou a idosos, 
cuja renda familiar seja igual ou inferior a ¼ do Salário Mínimo. 
Relacionado ao mínimo existencial para uma vida digna. 
 Estabelecimento de um grande convênio global implícito de 
estabilidade econômica / Pacto Keynesiano 
John Maynard Keynes foi o principal protagonista dessa visão econômica, 
que surge a partir da década de 30. Revolucionou a economia com seu 
pensamento. 
Auge: décadas de 50 e 60. 
 
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Com o fim da 2ª GM, praticamente todos os países ocidentais passaram a 
adotar a teoria econômica dele. 
Na década de 70 teve um declínio. 
Década de 2000, com a última crise econômica, voltou a ser ressaltada por 
Obama (USA) e Gordon Brown (UK) em suas campanhas. 
 
2.2 Direitos Fundamentais 
 
 2ª Geração/Dimensão – Igualdade material 
 Direitos sociais, econômicos e culturais 
Direitos positivos. O Estado tem que agir positivamente para garantir esses 
direitos. 
Exigem atuação positiva do Estado e não abstenção. 
São direitos coletivos. 
2 direitos sociais incluídos no artigo 6º da CF/88, que não estavam 
previstos no texto original: 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
 
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maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 64, de 2010) 
 
CESPE: 
Com a 2ª Geração, surgem as garantias institucionais. Garantias não do 
indivíduo (HC; MS, HD), mas garantias de determinadas instituições 
importantes para a sociedade: 
 Família 
 Imprensa livre (tanto que o STF definiu que a Lei de Imprensa não foi 
recepcionada pela CF). 
 Os direitos sociais não foram consagrados apenas em 1918, pois a 
CF Francesa de 1791, feita logo após a Revolução Francesa, já consagrava 
alguns direitos sociais. 
 As 2 constituições escritas mais importantes que surgiram no 
início foram as de: 
 EUA – 1787 (1ª) 
 França – 1791 
 
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 A diferença básica sobre este tema nas 2 CF foi que a dos EUA até 
hoje está em vigor e a Americana não tem 1 direito social sequer; só tem 
direitos civis e políticos. 
 A CF francesa contemplava alguns direitos sociais, mas durou 2 
anos, substituída em 1793. Era instrumento político, tinha direitos sociais, 
mas não protegia ninguém. 
 A CF que realmente divulgou esses direitos foi a Constituição de 
Weimar, 1919. A CF mexicana de 1917 também foi muito importante nessa 
proliferação dos direitos sociais. 
 
2.3 Concepções 
 
2.3.1 Concepção Política 
 Principal Protagonista: Karl Schmidt 
 Surgiu numa obra de 1928. 
 Chama-se concepção política porque o fundamento da 
Constituição é a decisão política que a antecede. 
 Faz distinção entre 2 tipos de Constituição: 
 
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 Constituição propriamente dita 
 Leis constitucionais 
 Estas 2 formalmente não têm diferença, ambas são um documento 
único. Formalmente são idênticas, formalmente são o mesmo documento. 
 Substancialmente, são distintas. O conteúdo delas é diferente. A 
diferença de conteúdo é que 
 Constituição propriamente dita 
é a que decorre de uma decisão política fundamental: estabelecer normas 
que tratam de direitos fundamentais, estrutura do Estado e organização dos 
Poderes (quais as competências do PE, PL e PJ?) essas são as matérias 
constitucionais, as matérias clássicas das Constituições. Esse é objeto que 
decorre de uma decisão política fundamental. Isso é constituição 
propriamente dita, todo o restante são apenas leis constitucionais. 
Ex. de lei constitucional: Colégio D. Pedro II. 
 
2.3.2 Concepção Jurídica 
 Principal Protagonista: Hans Kelsen 
 Surgiu na famosa obra “Teoria Pura do Direito”, em 1925. 
 
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 O Jurista não precisa se socorrer da sociologia, da política ou da 
história, para buscar a fundamentação da Constituição, pois ela se encontra 
no plano jurídico. 
 Kelsen fala que a Constituição tem um fundamento político, ela 
não diz o que é, mas o que deve ser como direito. É um conjunto de normas 
como as demais leis, com o detalhe de ser a norma suprema. 
 Faz uma criação teórica abstrata, irreal, uma fundamentação que 
só ele utiliza, inventada por ele. 
 Para entender, é importante ver outra distinção que ele faz: 
 Constituição em sentido Lógico-jurídico 
 Constituição em sentido Jurídico-positivo 
 
 Constituição em sentido Jurídico-positivo 
É a constituição escrita, o documento constitucional 
Ex.: CF 1988 é, para o Kelsen, a Constituição em sentido Jurídico-positivo. 
 
 Constituição em sentido Lógico-jurídico 
É o que Kelsen chama de Norma Fundamental Hipotética. 
 
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Fundamental, porque é o fundamento da Constituição em sentido jurídico-
positivo. 
Hipotética, porque não é uma norma posta, é apenas uma norma 
pressuposta. 
Não está em nenhum documento fundamental, não está em nenhum 
documento do Estado. 
É uma pressuposição que o Estado tem para manter o respeito à 
Constituição. 
Quem determina que as leis sejam obedecidas? A Constituição, tenho que 
obedecer a lei porque a Constituição determina. 
E quem determina que a Constituição deve ser obedecida? Kelsen justifica 
com a norma fundamental hipotética, que diz que todos devem obedecer a 
Constituição. Deve-se pressupor que todos devem obedecer a constituição. 
É esse o conteúdo da norma fundamental hipotética. 
 
 
2.4 Liberalismo igualitário & Comunitarismo 
 
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 O liberalismo, hoje, nos EUA é usado em sentido diverso do Brasil 
e da Europa. É chamado de liberalismo igualitário, com características 
específicas. 
 Talvez os 2 principais representantes do Liberalismo Igualitário 
sejam Rauls e Dworkin, baseado na filosofia de Kant. 
 O Liberalismo igualitário é bem diferente do liberalismo 
tradicional, da Europa. Considera o valor liberdade e igualdade. 
 O debate filosófico entre as 2 correntes é que para o liberalismo, o 
importante é o indivíduo; para o Comunitarismo, é a comunidade. 
 
2.4.1 Liberalismo Igualitário 
 A política não tem por obrigação responder às exigências de 
sobrevivência do indivíduo, mas sim garantir a cada um, de maneira 
igualitária, a liberdade de escolher e perseguir uma concepção de “vida boa” 
(good life: cada um vai buscar conforme o que considerar correto), nos 
limites do respeito de uma capacidade equitativa por parte dos outros. 
 Para os liberalistas igualitários, cada pessoa deve ter a liberdade 
de conceber o que entender mais adequado para uma vida boa. Não é o 
Estado que decidirá. 
 Limite: direito de terceiros, nos quais não pode interferir. 
 
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 Parte de uma premissa fundamental: a premissa empírica de que 
parte é o pluralismo das sociedades contemporâneas. 
 Idéia de pluralismo de valores. 
 Não há um valor homogêneo, que todos perseguem. Cada um tem 
uma percepção de vida diferente e o Estado deve respeitar as concepções 
religiosas, de mundo etc. 
 A conseqüência que esse respeito terá é a neutralidade do Estado. 
O Estado deve ser neutro, para não interferir. Ex.: estado laico, não 
confessional. Se tiver uma religião oficial, estará desrespeitando as 
concepções dos que não seguem a mesma. Deve ser laico para que todos 
sejam igualmente respeitados, conforme a religião que cada um considerar 
mais adequada. 
 Papel do Estado: limita-se a garantir o respeito pelos direitos 
individuais e pelos Princípios de Justiça. O Estado que respeita o liberalismo 
Igualitário não adota uma ética substancial (não diz quais bens devem ser 
perseguidos), mas uma ética procedimental. 
 Teorias baseadas no procedimento. 
 Se eu estabelecer o que cada um deve fazer, vou ter problema 
diante do pluralismo da sociedade. Então, o Liberalismo igualitário não 
estabelece uma idéia substancial de bem, não diz o que fazer, mas como se 
 
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deve utilizar um procedimento para chegar ao resultado correto. Diz quais
procedimentos devem ser adotados para se chegar a um resultado, mas o 
resultado desses procedimentos cada um é que vai definir. Ex.: eleições 
democráticas, participação de todos etc. 
 
2.4.2 Comunitarismo 
 A liberdade e a identidade não são características inatas à pessoa. 
 Dizem que liberdade não é como dizem os liberais, característica pré-
política que todos tem. A liberdade não é dada, não é inata, que todo 
ser humano possui, mas é algo conquistado pela sociedade, através de 
muita luta. 
 Os fins que orientam a existência não são produtos de uma escolha 
soberana, mas sim de um horizonte sócio-cultural. 
Vão dizer: essa opção de vida boa que os liberais pregam é balela, porque as 
pessoas não são soberanas para fazer tantas escolhas, porque os fins são 
estabelecidos pela sociedade em que vivem, pela comunidade em que a 
pessoa vive; de acordo com o meio em que a pessoa vive, ela escolhe 
influenciada pela comunidade de que faz parte. 
 Ao contrário do liberalismo (cada um persegue seus interesses), 
diz que comunidade não é a simples soma de condutas individuais, mas que 
 
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comunidade exige participação política e cooperação social. As pessoas 
fazem parte de um todo e têm obrigações para com ele. Todos influenciam e 
são influenciados. 
 O liberalismo adota uma ética procedimental, mas o 
Comunitarismo adota uma ética substancial, ou seja, eles têm uma 
concepção específica, o bem comum. O fim buscado é bem comum. 
 LICC art. 5º veja o que diz sobre a interpretação teleológica. 
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige 
e às exigências do bem comum. 
 É uma visão comunitarista. Existe sim um fim a ser buscado, o 
bem comum. 
 
2.5 Hermenêutica 
 Com o surgimento dos direitos fundamentais de 2ª Geração, 
ocorre um incremento do ordenamento jurídico. Uma coisa é aplicar 
direitos individuais (liberdade, privacidade, propriedade), outra, é aplicar 
direitos sociais, econômicos e culturais. O grau de complexidade do 
ordenamento jurídico se tornou muito maior. Ex.: direito à saúde, à 
educação. O que eles englobam? 
 
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 Passou-se a exigir também uma maior sofisticação da 
interpretação (atividade hermenêutica) e aí surgem os famosos elementos 
desenvolvidos por Savigny, a partir da 2ª metade do século XIX. 
 Os 4 elementos de interpretação desenvolvidos foram 
 Elemento gramatical/literal 
 O que vai buscar compreender o sentido da palavra, da frase no 
contexto. 
 Elemento lógico 
 Trabalha com os elementos da lógica formal, aplicando-os à 
interpretação jurídica. 
 Elemento histórico 
Aquele no qual o interprete vai buscar nos debates, nos motivos que deram 
origem à lei, qual eram os anseios da sociedade. Vai buscar esse contexto 
histórico. Debates, discussões, exposição de motivos, anseios da sociedade. 
Propiciam uma evolução da interpretação. 
 Elemento sistemático (talvez, o mais importante) 
É aquele que diz que a norma não existe sozinha, mas faz parte de um 
sistema de normas. Então, quando vou interpretá-la, não posso interpretá-
la isoladamente, mas em conjunto com as demais normas do sistema, ou 
 
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com as outras leis ou outros dispositivos daquela lei, para que o 
ordenamento jurídico seja uniforme e interpretado como um todo. 
 
3. Estado Democrático de Direito / Estado Constitucional 
Democrático 
 Vem substituir o Estado Social. 
 Podemos colocar como marco temporal de surgimento o final da 
2ª Guerra Mundial – 1945. 
 A partir daí, começa a surgir este novo modelo de estado. 
 Introduziu a soberania popular dentro do conceito de Estado. 
Então, o poder tem que ser exercido conforme a vontade do povo, que passa 
a ser preponderante. Tem que ser um Estado Democrático de direito. Esse 
direito tem que corresponder aos anseios da sociedade. Ex. claro é a 
Alemanha nazista, tudo o que o Hitler fez foi dentro da legalidade, mas ele 
adotava medidas de emergência, que davam a ele tanto poder para tomar as 
decisões que tomou. 
 Então, as leis devem ser criadas por um órgão popular. 
 Estado Constitucional Democrático: não é uma simples questão de 
nomenclatura. 
 
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 No estado de direito, vem à mente o império da lei. 
 No Estado Constitucional Democrático, vem à mente a força 
normativa da constituição. É um deslocamento de paradigma, para deixar 
claro que todos estão submetidos à Constituição, inclusive o legislador. 
 A doutrina utiliza a nomenclatura no mesmo sentido. Se o 
examinador, colocar as mesmas características, não vai querer pirar! 
 
3.1 Características 
 Aplicação direta da Constituição 
Antes, a Constituição, principalmente na parte dos direitos fundamentais, 
não tinha aplicação direta, só se aplicava indiretamente. O direito 
fundamental, para ele gerar um direito subjetivo, tinha que invocar uma 
regulamentação legal. A aplicação da CF era apenas indireta. Hoje se fala em 
eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que se aplicam diretamente 
às relações Estado-particular, mas também nas relações entre particulares. 
 É uma característica das constituições modernas. O juiz pode 
aplicar diretamente o texto constitucional. 
 Reconhecimento da força normativa da Constituição 
 
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 Até então, você tinha na Europa, principalmente, a constituição 
vista como um documento meramente político, não vinculava os poderes 
públicos, só servia como uma orientação aos Poderes Públicos e o PJ não 
poderia obrigar os Poderes a submeterem-se à Constituição. 
 Nos EUA não, desde que a CF foi feita, ela já tinha caráter jurídico, 
tanto que em 1803 houve controle de constitucionalidade (Murbury X 
Madison). 
 Hoje, é vista na Europa como instrumento jurídico, vinculante, 
obrigatório. 
 Assegurar direitos fundamentais e a supremacia da Constituição 
através de uma jurisdição constitucional 
 É criar um sistema de controle pelo PJ a fim de assegurar tanto a 
supremacia da Constituição quanto os direitos fundamentais nela 
consagrados. Por isso que na Europa surgiram vários Tribunais 
Constitucionais, como na Alemanha e Áustria. 
 Limitação do Poder Legislativo deixa de ser apenas formal e passa 
a abranger, também, o aspecto material 
 O próprio Kelsen dizia que o legislador só estaria limitado por 
normas de procedimento, que seria difícil o legislador ficar vinculado a 
normas substanciais da Constituição, que seria praticamente impossível 
 
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exercer um controle desse tipo. Dizia que o legislador tem que observar os 
procedimentos para elaboração da lei que a Constituição estabelece. Agora, 
o conteúdo da Constituição não, não precisa observar. Esta teoria, adotada 
até então, é observada. Hoje temos controle de constitucionalide
pela forma 
e pelo conteúdo das leis. Controle de constitucionalidade material é recente, 
da última metade do século XX para cá. Controle de constitucionalidade por 
omissão inconstitucional surgiu em 1975, na Iugoslávia. Existe em poucos 
países: Iugoslávia, Portugal e Brasil, mas antigamente ninguém adotava. 
 A Democracia deixa de ter apenas aspecto formal (premissa 
majoritária) e passa a ter também um aspecto substancial 
 O conceito formal de democracia corresponde à premissa 
majoritária, ou seja, a vontade da maioria. Antigamente, democracia era 
vista como vontade da maioria. Era vista através de aspectos formais, por 
exemplo, eleições periódicas, alternância de poder, vontade da maioria. 
 Hoje, o conceito de democracia abrange também isso, mas é muito 
mais do que vontade da maioria, é também fruição de direitos fundamentais 
por todos, inclusive pelas minorias. 
 Quando se fala hoje em democracia, a vontade da maioria é 
importante, mas o conceito de democracia é alargado para os direitos 
fundamentais. As minorias têm direitos fundamentais que devem ser 
respeitados por todos, inclusive pela maioria, para evitar a “tirania da 
 
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maioria”. A maioria iria impor sua vontade e a minoria iria ficar em 2º 
plano. 
 
3.2 Direitos Fundamentais 
 A partir da 2ª metade do século XX, surgem os direitos de 3ª 
Geração, ligados ao valor Fraternidade. 
 Quais são os direitos de 3ª Geração/Dimensão? 
 Direito ao meio ambiente 
 Autodeterminação dos povos 
 Direito ao desenvolvimento 
 etc 
 Esses direitos não são individuais nem coletivos, são direitos 
transindividuais. São tanto direitos coletivos quando direitos difusos. 
 Seguindo a classificação de Bonavides, + utilizada em provas 
federais, ele considera de 4ª Geração 3 direitos: 
 Democracia 
 Informação 
 Pluralismo 
 
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 Ligado diretamente aos direitos das minorias, ao respeito às 
diferenças. Respeito ao direito de todos, inclusive das minorias. Respeitar o 
outro como ele é, independentemente do que eu queria que ele fosse. 
 Direito de 5ª dimensão: 
 Paz 
 
3.3 Concepção Normativa 
 Autor protagonista: Konrad Hesse. 
 Tem 1 obra que é 1 marco no constitucionalismo contemporâneo, 
aula inaugural em Fraiburg, na Alemanha, 1959, “A força normativa da 
Constituição”. 
 Apesar de muitas vezes ser conformada pela realidade, a 
Constituição possui uma força normativa capaz de modificá-la. 
 Contrapor à concepção de Lassale. É contrária à de Lassale. 
 Não nego que em alguns casos a Constituição seja conformada 
pela realidade, mas em outros casos, a constituição jurídica é capaz de 
modificar a realidade. Nem a constituição real se subordina à constituição 
escrita nem esta àquela. É uma relação de condicionamento recíproco. Uma 
influencia a outra. 
 
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 O sentido do direito não é legitimar relações de poder e, por isso, a 
constituição tem força para modificar a realidade, basta que para isso exista 
“vontade de constituição” e não apenas “vontade de poder”. 
 
4. Libertarianismo 
 O liberalismo dos EUA é um pensamento de esquerda, é sinônimo 
de pensamento progressista. Dworkin é 1 liberal no sentido norte-
americano, de esquerda. 
 Liberal nos EUA – características: 
 Forte intervenção na economia 
 Ampla proteção das liberdades civis 
 Libertarianismo corresponde ao liberalismo clássico. 
 Tem 2 bases fundamentais: 
 Individualismo 
 Pluralismo 
 Defendem que não deve haver diferença de tratamento entre 
união homo-afetiva e homossexual, são contrários à obrigatoriedade de uso 
cinto de segurança, favoráveis à legalização de drogas mais leves, não deve 
 
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haver restrição ao fumo, ao aborto. Cada 1 é adulto para tomar sua própria 
decisão e o Estado não deve intervir. 
 
5. Organização do Estado Brasileiro 
 
1.1 Formas de Estado 
 
1.1.1 Estado Unitário 
 Há 1 centro de Poder, incidindo sobre as mesmas pessoas e o 
mesmo território. Isso não significa que esse poder não possa ser 
descentralizado. Pode haver uma descentralização política e/ou 
administrativa. 
 O Brasil foi um Estado unitário até a Proclamação da República, 
em 1889. 
 Modelo Europeu, mais antigo. 
 
1.1.2 Estado Federal 
 Origem: EUA, Constituição Norte-americana de 1787. 
 
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 As colônias se uniram para formar uma Confederação, os Estados 
mantêm sua soberania, não abrem mão de sua soberania. 
 Os Estados Federados se unem através de um Tratado 
Internacional. Ex.: UK. 
 Ou podem adotar uma Constituição comum. 
 Geralmente, a Confederação tem objetivo de defesa ou relações 
internacionais, para que o comércio com outros Estados possa ser 
incrementado. 
 
 2 fatores que geralmente levam à formação da Federação: 
 Governo eficiente e 
 Território extenso 
 
 Características da Federação: 
+ de 1 centro de Poder incidindo sobre as mesmas pessoas e o mesmo 
Território. 
Os entes possuem apenas autonomia; não possuem soberania (quem possui 
soberania é o Estado): “foedus”, “foederis” significa união, pacto, aliança. 
 
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 A Forma Federativa foi consagrada em 1891. 
 
 As formas de Estado não se confundem com as Formas de 
Governo. 
 
2. Formas de Governo 
 
 
2.1 Monarquia 
 O poder pertence ao Monarca ou Rei. 
 Não há res pública, coisa pública. 
 É 1 governo de indivíduos. 
 O que caracteriza uma Monarquia? 
 Características que diferenciam a Monarquia da República: 
 Irresponsabilidade política do Monarca 
 O governo do Monarca tem as características da 
 
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o Hereditariedade e 
o Vitaliciedade. 
 
2.2 República 
 Res pública, coisa do povo. Não é um governo de indivíduos. 
 A república é o Governo do Povo. 
 Características opostas à da Monarquia: 
 Responsabilidade Política; 
 Eletividade no Poder – a pessoa adquire o poder por meio da eleição; 
 Temporariedade – o poder é sempre temporário (mandato), não 
vitalício. 
 Um dos princípios da República é a alternância de Poder, que está 
dentro da eletividade e temporariedade. 
 
 
3. Sistemas de Governo 
 
 
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3.1 Parlamentarista 
 + antigo, + tradicional, adotado inicialmente na Europa 
 2 figuras bem distintas: 
 Chefe de Estado 
Figura simbólica que representa o Estado, principalmente no plano 
Internacional. 
As questões políticas mais importantes não são traçadas
pelo Chefe de 
Estado. 
Não toma medidas de caráter político importantes. 
Quem é esta figura simbólica? 
Depende do tipo de Parlamentarismo: 
- Parlamentarismo Republicano: o Chefe de Estado é o 
Presidente da República. Ex.: Alemanha, África do Sul, 
Coréia do Sul, Índia, Áustria. 
- Parlamentarismo Monárquico: o Chefe de Estado é o 
Rei/Rainha ou o Monarca. Ex.: Japão, Espanha, UK. 
 
 1º Ministro 
 
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Traça as diretrizes políticas importantes. 
Primeiro Ministro. 
Auxiliado pelo gabinete (Seriam os ministros do 1º ministro). 
Pode ser destituído mesmo antes do prazo final. 
Pode haver a “Moção de Desconfiança” do Parlamento: se o Parlamento 
perceber que há uma grave crise política, o Primeiro Ministro e o Gabinete 
podem ser destituídos. 
 
3.2 Presidencialista 
 EUA 
 As figuras de Chefe de Estado e Chefe de Governo se misturam na 
mesma pessoa: o Presidente da República. 
 Questões internacionais: Chefe de Estado. 
 Políticas internas: Chefe de Governo. 
 
3.3 Semi-parlamentarismo / Semi-presidencialismo 
 Divergência sobre seu surgimento. 
 
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 Surgiu na França, com o Advento da 5ª República. 
 Alguns dizem que surgiu na Constituição de Weimar, 1919. 
 Também há distinção entre as figuras Chefe de Estado e Chefe de 
Governo, porém, o Presidente da República é eleito diretamente pelo Povo. 
 O Presidente da República titulariza funções políticas 
importantes. 
 Ex.: França e Portugal. 
 
4. Características essenciais da Federação 
 
4.1 Descentralização Político-administrativa estabelecida pela 
Constituição 
 O que diferencia Descentralização Política de Descentralização 
Administrativa? 
 Descentralização Política: é a capacidade de inovar na ordem 
jurídica – o Poder central delega a outros poderes competências políticas 
 Descentralização Administrativa: competência para executar 
aquilo que foi estabelecido por lei. 
 
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 Da mesma forma que o Poder central pode delegar, a qualquer 
momento pode retirar, revogar a delegação. Isso diferencia o Estado 
Unitário do Estado Federal (cuja delegação está prevista na CF). 
 
4.2 Participação das vontades parciais na vontade nacional 
(Princípio da Participação) 
 Em um Estado Federal, há vários estados-membros que se unem e 
formam a Federação. 
 Como estes Estados participam da formação da vontade nacional? 
 No Brasil, por exemplo, através do Senado Federal. 
 Todos os Estados têm o mesmo nº de representantes para que 
todos os Estados sejam igualmente representados. 
 
4.3 Princípio da Autonomia 
 Os entes se auto-organizam através de constituições próprias. 
 Característica importante que não se encontra no Estado Unitário 
é a inexistência de constituições estaduais, porque não existem estados-
membros. 
 
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 Diferença que alguns autores fazem entre Constituição Federal e 
Constituição Nacional: 
 Algumas normas não se dirigem só à União, mas a todos os Entes 
Federativos, são normas da chamada Constituição Nacional. 
Ex.: direitos fundamentais são aplicáveis em todos os níveis. 
Ex.: art. 19 e 37. 
 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes 
o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
 
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eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
 
 Há normas dirigidas apenas à União. 
Municípios têm LO, Estados tem CE; alguns dispositivos se referem 
especificamente à União: Constituição Federal. 
Norma de reprodução obrigatória: O STF entende que essas normas são de 
observância obrigatória pelos Estados, em que as CE terão de reproduzir 
esses princípios básicos. A CE tem que reproduzir, porque na CF a 
referência é apenas à União. As normas que são expressas pela CF não 
precisam ser reproduzidas. 
 
5. Requisitos para Manutenção da Forma Federativa 
Requisitos para que a federação não seja dissolvida. 
5.1 Constituição Rígida 
5.2 Intangibilidade da Forma Federativa de Estado (Art. 60, § 4º, 
I) 
5.3 Órgão incumbido de exercer o controle de 
constitucionalidade 
 
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6. Soberania X Autonomia 
 
6.1 Soberania 
 É o poder político supremo e independente. 
 Poder político supremo 
 Essa característica se refere à ordem interna. 
 Na ordem interna, não está limitado a qualquer outro poder. Está 
acima de todos os poderes. 
 Poder político independente 
 Essa característica se refere à ordem internacional. 
 Não está obrigado a acatar normas que não sejam 
voluntariamente aceitas e encontra-se em igualdade com os poderes de 
outros povos. 
 É isso que significa soberania externa. 
 
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 O conceito de soberania vem cada vez mais sendo relativizado. Vai 
se formando uma ordem mundial e os países que não respeitam 
determinadas normas, ainda que não obrigados, ficam isolados do restante, 
sofrendo embargos econômicos e outras medidas. 
 No estado Federal, o atributo da soberania é do Estado Brasileiro, 
titular da soberania. 
 A soberania pertence à República Federativa do Brasil. 
 A União não tem soberania, tem apenas autonomia. 
 Em alguns países, a União tem soberania. 
 Apesar de não ter soberania, quem exerce o atributo da soberania 
no plano internacional é a União, encarregada do exercício da soberania do 
Estado Brasileiro. 
 
6.2 Autonomia 
 Palavra de origem grega: 
 auto = próprio 
 nomos = norma 
 
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 Capacidade de elaboração de normas próprias. Capacidade de 
elaborar suas próprias normas. 
 No Estado Brasileiro, todos os entes federativos são dotados de 
autonomia: União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. 
 Este entendimento é retirado, basicamente, de 2 dispositivos da 
CF: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado 
Democrático [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
§ único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
 
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Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar. NEL declaratória de princípios 
institutivos ou organizativos 
 
 Todos os entes têm a mesma autonomia. 
 Autonomias principais – basicamente, 4 autonomias (Organização, 
Legislação, Governo & Administração): 
o Auto-organização 
 União: CF 
 Estados-membros: CE 
 Municípios: Lei Orgânica 
 DF: Lei Orgânica 
o Auto-legislação 
 
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 Cada 1 desses entes elabora suas próprias normas. Leis Federais, 
estaduais, municipais, distritais. 
 Vale a mesma distinção entre Lei Federal e Lei Nacional. 
 Ex.: CTN é 1 lei nacional (aplica-se a todos os entes: U, E, DF e M). 
 Lei Federal: Lei 8.112/90 – Reg. Jdco. Serv. Civis da União. 
 Servidores estaduais e municipais têm suas respectivas leis. 
o Auto-governo 
 As pessoas dos municípios e estados elegem seus próprios 
representantes, seus governos eleitos diretamente pela população. 
o Auto-administração 
 Autonomia administrativa. 
 
 Os Municípios têm a mesma autonomia dos demais entes. 
 
 
Autonomia Política: auto-legislação + auto-governo 
 
 
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7. Repartição de competências 
 
 Utiliza um princípio que vai informar de maneira geral o critério 
para que as competências sejam repartidas entre os entes. 
 O Princípio que informa a repartição de competências é o 
Princípio da Predominância do Interesse. De acordo com o tipo de 
interesse predominante, determinadas competências são atribuídas a cada 
ente. 
 União: ficará responsável por assuntos de interesse geral. 
 Estados: responsável por assuntos de interesse regional. 
 Município: ficará responsável por assuntos de interesse local. 
 
 A partir desse princípio, a CF estabelece 4 critérios para 
repartição de competências: 
 
7.1 Campos específicos de competência administrativa e 
legislativa 
 
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Para alguns entes federativos, a CF atribui poderes enumerados; a outros, 
exemplificativos. 
 Entes para os quais a CF enumerou expressamente suas 
competências: 
 União - sobretudo no artigo 21 (competências administrativas), 22 
(competências legislativas) e 48; quando atribui competência 
administrativa, indiretamente atribui competência legislativa 
para tais assuntos e vice-versa; 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da 
República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor 
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: 
 
 Municípios – a CF enumerou as competências administrativas e 
legislativas, misturou tudo no artigo 30. 
 
 Poderes remanescentes/residuais: 
 Estados-membros – artigo 25, § 1º 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXPRESSA 
AUTONOMIA: CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO 
 
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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
 
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL RESIDUAL 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição. 
OBS: Reservadas: expressão típica do federalismo norte-americano, 
tecnicamente inadequado. Atentar para o que fala a prova, se for cópia da 
CF ou se apresenta a palavra técnica: competência residual. 
 
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL EXPRESSA 
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os 
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de 
medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 5, de 1995) 
 
NEL declaratória de princípios institutivos ou organizativos 
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por 
 
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agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
 
 DF –art. 32, § 1º 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios. 
A competência legislativa atribui, indiretamente, competência 
administrativa. 
Câmara Legislativa (Câmara Municipal + Assembléia Legislativa). 
 
7.2 Possibilidade de Delegação 
 Brasil: Federalismo centrípeto. 
 Causa: a maioria das competências foi atribuída à União. 
 Ex.: art. 21 + 22. 
 Como há uma concentração muito grande de competências na 
União, a CF permitiu que a União pudesse delegar algumas dessas 
competências. 
 2 aspectos “pegadinhas” em prova objetiva: 
 
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 A União só pode delegar essas competências através de Lei 
Complementar. 
Para ser Lei complementar, a questão tem que falar expressamente. 
 A União só pode delegar essas competências ao Estados e Distrito 
Federal. 
Essas matérias não podem ser delegadas a Município: 
Art. 22, § único. Lei Complementar poderá autorizar os ESTADOS [e DF] a 
legislar sobre questões ESPECÍFICAS das matérias relacionadas neste 
artigo. 
A União vai ter competência para tratar do assunto, mas poderá delegar 
competência aos Estados para tratar de temas específicos dentro do 
assunto. 
 
 Parte da doutrina faz distinção entre competências privativas e 
competências exclusivas, que não consta expressamente na CF. 
 A CF não considerou tecnicamente essa distinção, usando ambas 
as palavras sem critério. 
 Competência Privativa é aquela atribuída a um determinado ente 
ou órgão, mas que admite delegação ou legislação suplementar. Ex.: art. 
 
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22, § ún. é privativa, porque, apesar de ser matéria atribuída à União, pode 
ser delegada aos Estados. 
 
 Competência
Exclusiva: não admite delegação nem legislação 
suplementar. A exclusiva exclui quaisquer outros órgãos e outros entes 
federativos. É só aquele que pode exercer. 
 
7.3 Competências comuns 
 São comuns a todos os entes da Federação. É tão comum que 
qualquer um pode exercer esse tipo de competência: U, E, DF e M. 
 Se a CF não fala “compete legislar”, trata-se de competência 
administrativa. 
 
COMPETÊNCIA MATERIAL (ADMINISTRATIVA) COMUM 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas 
e conservar o patrimônio público; 
 
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II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e 
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas 
formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento 
alimentar; 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das 
condições habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, 
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa 
e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
Comp. Adm. Exclusiva da União: 
Art. 21 Compete à União: XIX 
instituir sistema nacional de 
gerenciamento de recursos 
hídricos e definir critérios de 
outorga de direitos de seu uso. 
 
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XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do 
trânsito. 
§ único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o 
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito 
nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
 
7.4 Competências Concorrentes 
 Se é concorrente, significa que mais de um órgão vai exercer. Mas 
não será exercida por todos. 
 São aquelas que, apesar de não terem sido atribuídas a todos os 
entes, podem ser exercidas por mais de um deles. Mas não são todos que 
poderão, a CF estabelecerá quem poderá. 
 Município não tem competência concorrente. 
 A competência concorrente refere-se à competência legislativa. 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE U, E e DF não M 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
 
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I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e 
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e 
paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino e desporto; 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
 
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XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui 
a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
 Os municípios podem tratar das matérias do artigo 24, já que não 
foi atribuída a eles competência concorrente? 
 Sim, eles podem legislar sobre essas matérias. O 24 não fala nada, 
mas há outro dispositivo que, em alguns casos, atribui indiretamente essa 
possibilidade ao município, o artigo 30, I e II. 
 
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Art. 30. Compete aos Municípios: 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA 
I - legislar sobre assuntos de interesse local (Princípio da Predominância do 
Interesse); 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
 O município poderá suplementar a legislação federal e a estadual, 
desde que não seja competência privativa ou exclusiva. 
 
Dispositivos mais cobrados em concurso – art. 24, §§ 1º a 4º: 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui 
a competência suplementar (complementar) dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
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§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
É importante ler a CF sobre o tema (art. 18 a 37) – nas provas, cai letra da 
CF! 
 
 Competência Legislativa Privativa: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
 
 Competência Legislativa Concorrente: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
 
Reportagem na Folha de SP, pesquisa feita sobre métodos de estudo 
 
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 Essas competências são competências não cumulativas.
União e Estados não tratarão dos mesmos aspectos sobre 
determinada matéria. A União estabelecerá normas gerais e os Estados, as 
normas específicas. Por isso, são não cumulativas. Se União e Estados 
pudessem estabelecer normas gerais e específicas, seria cumulativa e 
geraria conflito entre a norma federal e a estadual. 
 Não há hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais. 
 Se a União estabelecer norma específica, será inconstitucional. 
 Se o Estado estabelecer uma norma geral, será inconstitucional. 
 A norma específica feita pelo Estado tem que obedecer o conteúdo 
da norma geral feita pela União. Se a União estabelecer norma geral e o 
Estado, norma específica incompatível com aquela, esta norma estadual não 
pode ser objeto de ADI, porque não está violando diretamente a CF – a 
violação é apenas indireta. Ela terá sua eficácia suspensa no que contrariar 
a norma federal. 
 
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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR (Complementar e Supletiva) 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais. 
 Competência Complementar: 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui 
a competência suplementar dos Estados (competência complementar, 
porque o Estado complementa a norma geral editada pela União). 
 Competência Supletiva: 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
 Suspensão da Eficácia: 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia* da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
 Se a União não faz a norma geral, como o Estado exercerá a 
competência específica? Ele pode editar a norma geral e a norma específica. 
 Quando for editada norma federal, a norma estadual terá sua 
eficácia suspensa. 
 
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 A revogação só pode ser feita pelo mesmo órgão (PL-PL, PE-PE) e 
só pode ocorrer com atos de mesma densidade normativa (CF-CF, Lei-Lei, 
Decreto-Decreto). 
 
 Se a lei federal que suspendeu a eficácia for revogada, haverá o 
efeito repristinatório tácito em relação à lei estadual. 
 
* A MP não revoga lei, apenas suspende sua eficácia. Se o Congresso rejeita 
a MP, a lei volta a ser aplicada. Isso acontece muito! 
 
 Município é ou não ente federativo?! 
Defensores: art. 1º e 18 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
 
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III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
§ único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar. NEL declaratória de princípios 
institutivos ou organizativos 
 Como os municípios têm as mesmas autonomias dos demais entes, 
a maioria da doutrina entende que são entes federativos. É entendimento 
amplamente majoritário. 
 
 
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 José Afonso da Silva sustenta que Município não é ente 
federativo, com fundamento em 2 razões: 
o Não existem Federações de Municípios. 
Só existem Federações de Estados. 
O Município, ao ser considerado ente federativo, teria natureza de Estado-
membro. Mesmo que o município deixe de existir, a Federação Brasileira 
continuaria a existir. 
o Os municípios não participam da vontade nacional. 
Esse realmente é um problema, porque uma das características da 
Federação é a representação da vontade parcial na vontade geral. 
Para JAS, município é ente apenas administrativo, não é ente federativo. 
 
 DF é Estado, Município, os 2 ou nenhum dos 2? 
 LRF estabelece os limites de despesas com pessoal. 
 U: 50% 
 E: 60%; PL – 3% - DF requereu 
enquadramento como município em ADI 
 M: 60% PL – 6% 
 
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 STF: qual a natureza do DF? 
 ADI 3756: DF é 1 unidade federada com competência parcialmente 
tutelada pela União que não é nem Estado nem Município. É unidade 
federativa autônoma tutelada pela União. 
 Nesta questão, está muito mais próximo do Estado do que do 
Município, porque tem PJ. Portanto, tem que ser tratado como os 
Estados foram tratados. 
 
6. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
 
1. Poder Legislativo 
 
1.1 Comissões 
 As comissões passaram a ter maior destaque na CF/1988. Os 
temas tratados no legislativo estão se tornando cada vez mais diversos e 
complexos. Diversidade e especialização/conhecimento técnico das 
matérias exigiram a especialização das comissões. 
 
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1.1.1 Classificações: 
 
 Quanto à duração: 
a) Temporária 
O prazo de duração pode se extinguir de 3 maneiras. 
 Conclusão dos trabalhos 
 Fim do prazo estabelecido Ex.: CPI de 6 meses para apuração de 
determinados fatos. Este prazo pode ser prorrogado indefinidamente 
– não existe número certo de prorrogações. 
 Fim da legislatura 
Mas, por ser Temporária, a Comissão tem que terminar dentro da própria 
legislatura1. É o prazo máximo/final. 
b) Permanente 
Têm prazo permanente de duração. 
 
1
 Legislatura: CF 44, p. único. – período de mandato dos deputados – 4 anos. Senador fica por duas legislaturas. 
Sessão legislativa: CF 57 – Anual – tem 2 períodos: 2/fev – 17/jul + 1/ago. Dentro desse período, há as Sessões 
Ordinárias. Sessões Extraordinárias Ocorrem no período de recesso. 
 
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Ex.: CCJ, Comissões Temáticas. 
Formadas, geralmente, de forma proporcional. 
 
 
 Quanto à formação 
a) Exclusiva 
 Ex.: a CCJ da Câmara e a do SF. 
b) Mistas 
 Formadas por membros das duas Casas. 
 
1.1.2 CPI 
 Art. 58, § 3º 
 Por que se faz uma investigação no âmbito do PL? 
 Essa investigação é instrumental, não é um fim em si mesmo, é um 
instrumento para se atingir determinados fins. 
 Uma das funções Típicas do PL é legislar. 
 
 
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 Os objetivos da CPI são: 
 Auxiliar na elaboração de leis 
Importante meio de informação para elaborar determinadas leis que 
coíbam determinada conduta não desejada. 
 Fiscalizar o Governo e a Administração Pública 
 Informar a opinião pública 
“A CPI são os olhos e os ouvidos do Parlamento”. 
 
 Quem pode ser investigado por CPI? 
 PE 
 Pessoas Físicas 
 Pessoas Jurídicas 
 Órgãos ligados à gestão da coisa pública ou que de alguma forma 
tenham que prestar contas sobre dinheiro, bens ou valores públicos. 
Qualquer um que tenha ligação com a coisa pública. 
 
 Requisitos para Criação 
 
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a) Requerimento à Mesa 
 O requerimento tem que ser de pelo menos 1/3 
dos membros da Casa. 
 CPMI: 1/3 de cada Casa (1/3 CD + 1/3 SF). 
STF: o requerimento é uma exigência a ser examinada no momento do 
protocolo do pedido, não sendo necessária posterior ratificação. MS 26.441. 
CF Weimar (1919): CPI é um direito das minorias de fiscalizar as maiorias. 
b) Objeto determinado 
O fato que ela vai apurar deve ser certo, determinado. Este fato não impede 
que, durante as investigações que estão sendo feitas, novos fatos conexos, 
descobertos, sejam investigados. Neste caso, basta fazer um aditamento da 
petição inicial da CPI. 
Sempre que se fala em CPI, não se pode esquecer que é órgão do PL; por 
isso, não pode ter mais poderes do que o Parlamento; seus poderes serão os 
do Parlamento. 
CN, CD ou SF – não pode investigar fatos que sejam de interesse exclusivo 
dos Estados e dos Municípios (interesse local ou regional). Devem ser fatos 
de interesse geral, da União; caso contrário, estaria ferindo o Princípio 
Federativo. Se houver uma conexão entre fato de interesse estadual e da 
União, pode investigar. 
 
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O CN não pode fiscalizar fatos de interesse exclusivamente privado. 
c) Prazo certo de duração – Comissão temporária 
 
 
Esses requisitos são normas de observância obrigatória. Art. 58, § 3º: 
 
Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros 
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, 
mediante requerimento de 1/3 de seus membros, para a apuração de fato 
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores. 
Não formula acusações nem pune delitos. Apenas investiga, com algumas 
prerrogativas que a polícia não tem. 
Para exercer esses poderes, a fundamentação deve ser contemporânea e 
adequada, porque muitas vezes vai violar determinados direitos 
fundamentais. Fundamentação adequada não precisar ter a mesma 
profundidade da fundamentação jurisdicional; o indício deve ser idôneo 
 
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para a investigação de uma pessoa e instauração da CPI, ou quebra de 
determinados sigilos. Não obedecida a fundamentação idônea e adequada, 
ela pode ser anulada. 
Instrumentos contra CPI: 
Se houver risco de a pessoa ser presa, cabe HC. 
Dependendo do caso, também caberá MS. 
Impetrados contra o Presidente da CPI ou contra a autoridade coatora. Ex: 
relator da CPI, mas nem sempre. 
São impetrados no STF. Se a CPI terminar, eles são considerados 
prejudicados. 
 
 Poderes da CPI: 
a) Quebra de sigilos: 
 Bancário 
 Fiscal 
 Telefônico (Dados) =/= da interceptação telefônica 
 Dados 
 
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b) Fiscalização / Apreensão de documentos 
c) Condução coercitiva 
d) Realizar exames periciais 
Lembre que sempre deve haver fundamentação contemporânea e adequada 
para o exercício dos Poderes. 
 
Se um Deputado ou Senador se recusar a depor, ele pode até perder o 
mandato por quebra de decoro parlamentar, mas não serão obrigados a 
depor sobre informações ligadas ao mandato. Esta proteção não se 
restringe a Parlamentares, porque as pessoas que recebem informações em 
razão do ofício têm a mesma garantia. Mas é uma proteção mais específica: 
Art. 53, § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar 
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do 
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam 
informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
 Limites aos Poderes da CPI: 
a) “Cláusula de Reserva de Jurisdição”: 
 Inviolabilidade de domicílio 
 
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Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito 
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial; 
 Interceptação telefônica 
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins 
de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, 
de 1996) 
A interceptação telefônica é a última forma de investigação, porque entra 
profundamente na intimidade das pessoas. 
 Prisão 
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos 
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em 
lei; 
CPI pode decretar prisão apenas em flagrante delito. 
 Sigilo imposto a processo judicial. 
 
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X - são invioláveis [4] a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
Quando um processo tramita em segredo de justiça, a CPI não pode ter 
acesso a esse processo; está protegido pela reserva de jurisdição. Apenas o 
juiz que o decretou pode quebrá-lo. 
b) Direitos e garantias profissionais 
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
Direito a advogado. 
Tem direito ao silêncio se de alguma forma a resposta puder prejudicá-la. 
Se uma pessoa vai a uma CPI depor como testemunha, tem direito ao 
silêncio quanto aos fatos que possam incriminá-la. 
 
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o 
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
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Direito ao sigilo profissional ou segredo de ofício. 
 
CPI possui poderes investigatórios e instrutórios. 
Não possui poderes acautelatórios (assegurar a efetividade do provimento 
final). Ex. indisponibilidade de bens, arresto, proibição de ausentar-se do 
país, arresto, sequestro ou hipoteca judiciária. 
 
1.1.3 CPI Estadual 
Normas de Observância obrigatória 
Só pode investigar fatos de interesse estadual – regional. 
Não pode investigar fatos de interesse nacional ou municipal. 
Tem que observar a competência fiscalizatória da casa a que pertence. 
CPI Estadual não tem competência para investigar autoridades submetidas 
a foro privilegiado federal. STJ Pet. Ag. Rg. N 1611/RO. 
Pode determinar quebra de sigilo bancário. Esses poderes têm que estar 
previstos na CE ou no Regimento Interno da Assembléia Legislativa. ACO 
730/RJ. 
 
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Se cometer abuso de poder, a competência para apreciar o HC ou MS será 
atribuída ao TJ. 
 
1.1.4 CPI Municipal 
Votos de alguns ministros do STF: a CPI Municipal pode ser instaurada, em 
razão do princípio da simetria. É um dos instrumentos mais importantes de 
fiscalização do Parlamento; por isso, o PL Municipal deve ter esse 
instrumento também. 
Qual a extensão dos poderes desta CPI? 
Tem os mesmos poderes de uma CPI Federal e de uma CPI Estadual? 
Tem poderes de investigação próprios de autoridade judicial? 
O entendimento majoritário é que a CPI municipal não tem poderes de 
investigação próprios de autoridade judicial. Os poderes que ela tem são os 
previstos no regimento interno. 
O que tem de diferente no município para que ela não possa exercer tais 
poderes? 
Não existe PJ Municipal, por isso a CPI Municipal não tem poderes próprios 
de autoridade judicial. Para o exercício de tais poderes, a CPI deve 
requisitar ao PJ que os exerça. 
 
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RE 96.049/SP Os poderes da CPI devem constar no Regimento Interno. A 
Lei Orgânica do Município deve prever a existência de CPI. 
 
1.2 Garantias PL – Institucionais 
Essas garantias, por serem institucionais, não podem ser renunciadas. A 
função da garantia não é assegurar privilégios, mas independência e 
imparcialidade necessárias ao ofício. 
Iniciam com a diplomação. 
Terminam com o fim ou renúncia do mandato. 
Min. Carmem Lúcia: “Não existem vereadores suplentes, deputados 
suplentes ou senadores suplentes”. O que existe é o suplente de vereador, 
deputado ou senador. Como suplente não é parlamentar, não tem nenhum 
tipo de garantia. Poderá ser parlamentar se o cargo ficar vago, mas, por 
enquanto, é suplente. 
 
O parlamentar afastado tem suas imunidades material e formal suspensas, 
mas continua a ter foro privilegiado por prerrogativa de função. 
STF Súmula 4 
 
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Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de 
Estado (cancelada). 
Entendimento anterior à CF/88. 
Durante Estado de Defesa e Estado de Sítio, estas garantias permanecem. 
 
Art. 53, § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante 
o estado de sítio [e estado de defesa], só podendo ser suspensas 
mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos 
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis 
com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 
2001) 
 
São 3 exigências para que a suspensão possa ocorrer: 
 voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, 
 nos casos de atos praticados fora do recinto do 
Congresso Nacional, 
 que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 
 
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Infrações penais  STF 
 
a) Foro por prerrogativa de função: 
Art. 53, § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, 
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
Com o término do mandato, os autos só não serão remetidos ao juiz de 
origem ser o julgamento no STF já tiver sido iniciado. Inq. 2295. Os 
inquéritos tramitam também perante o STF. 
Essas infrações penais comuns abrangem delitos eleitorais, contravenções 
penais, crimes dolosos contra a vida. Esta prerrogativa de foro só vale para 
causas penais. Ação de Improbidade Administrativa não é de competência 
do STF por ato praticado antes da diplomação. Após a diplomação, o crime é 
de responsabilidade, não de improbidade. 
Recl. 2138/DF. 
Se houver conexão, a prerrogativa de foro atrai a competência para o STF. 
 
STF Súmula 704 
 
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Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro 
por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
 
b) Imunidade material / Inviolabilidade 
Freedom of speech 
IMUNIDADE MATERIAL / ABSOLUTA / REAL / SUBSTANTIVA / 
SUBSTANCIAL / INVIOLABILIDADE / INDENIDADE 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, [administrativa, 
política*,] civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e 
votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
*STF 
 Penal 
 Civil 
 Administrativa 
 Política 
Não compatível com a falta de decoro parlamentar. 
 
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Imunidade material em relação ao aspecto penal: STF  causa excludente 
de tipicidade. 
 
Palavras, votos e opiniões – 2 situações diferenciadas pelo STF: 
 Proferidas dentro do Parlamento – presunção absoluta de 
que foram proferidas em razão do mandato. Independem de 
nexo causal com a atividade parlamentar. Quando se 
encontra dentro do recinto legislativo, há presunção 
absoluta de que estão ligadas à função. RE Agr 463.671. 
Eventuais abusos devem ser coibidos pela própria Casa, não 
é competência do STF. Pode perder o cargo – é uma 
responsabilização política. 
 Proferidas fora do Parlamento – deve haver conexão com a 
atividade parlamentar. Provada a conexão, não há justa 
causa para a ação penal. 
 
 STF: A imunidade abrange, também, fatos divulgados pela 
imprensa. 
 
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 O STF entende que, se as palavras foram proferidas em resposta 
imediata ao Parlamentar, elas também estariam protegidas pela imunidade 
material. 
 
c) Imunidade Formal 
Incoercibilidade impessoal relativa / “Freedom from arrest” 
STF Súmula 245 
A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa. 
 
Não confundir com a
Súmula 704, que se aplica à prerrogativa de foro: 
 
STF Súmula 704 
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro 
por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
 
 Prisão (53, § 2º) 
 
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§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os 
autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 Regra: o parlamentar é insuscetível de prisão provisória (cabe 
prisão definitiva de acordo com o STF). 
Exceção: 
 Pode ser preso em flagrante nos casos de crimes inafiançáveis 
(esta prisão será mantida ou não pelo Congresso); 
A casa respectiva não faz análise jurídica, mas sim de conveniência e 
oportunidade (juízo político) 
 
 Esta proteção se refere apenas à prisão penal cautelar: 
“...Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos...” 
STF admite prisão quando há decisão condenatória definitiva. 
Se a casa do respectivo parlamentar entender que a prisão tem cunho 
político, pode decidir pela liberação do cara. 
 
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 Processo (53, § 3º ss ) 
Grande alteração com a EC 35/2001, que substituiu a 
improcessabilidade pela processabilidade. 
Inq. 1.710 – O Min. Relator disse que não há mais imunidade processual 
na CF. Decisão de 2002, Novelino não concorda; considera que foi uma 
decisão do relator, não do STF. Entende que não acabou a imunidade 
processual, mas que ela foi apenas mitigada. 
Tanto o inquérito quanto o processo tramitam no STF. 
Ao receber a denúncia, o STF dará ciência à casa do respectivo 
parlamentar. 
Se os parlamentares considerarem que há uma perseguição política (que 
o cara está sendo processado por razões políticas), Partido Político que 
tenha representação na Casa poderá requerer pela deliberação para 
suspensão do processo. Necessária maioria absoluta para suspensão, que 
pode ocorrer até a decisão. Suspenso o processo, suspende-se, também, a 
prescrição. 
A possibilidade de suspensão do processo é apenas para crimes 
praticados após a diplomação. 
 
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Terminou o mandato, termina a suspensão do processo, mesmo 
que o parlamentar se reeleja. Neste 2º mandato, o processo pode ser 
suspenso novamente? STF  não, o processo não pode ser suspenso 
novamente, porque o crime foi praticado antes da nova legislatura. AC 
(AgR)700. 
IMUNIDADE FORMAL/PROCESSUAL/ADJETIVA PARA O PROCESSO - §§3º a 
5º 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido 
APÓS a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo 
voto da maioria de seus membros (= maioria absoluta), poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o 
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
 
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§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, 
nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam 
informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora 
militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da 
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
Estado de Defesa/Sítio X Imunidades Parlamentares 
 Regra: As imunidades subsistem 
 Exceção – 3 requisitos: 
 Permissão por 2/3 dos membros da casa 
 Esses 2/3 só podem suspender a imunidade do 
parlamentar se for ato praticado fora do recinto, 
nunca dentro. 
 O ato deve ser incompatível com a medida adotada 
 
 
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§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o 
estado de sítio [e estado de defesa], só podendo ser suspensas mediante 
o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados 
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a 
execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
As imunidades subsistem durante o Estado de Defesa e não podem ser 
suspensas. Só podem ser suspensas no Estado de Sítio. 
 
d) Deputados Estaduais 
Consagrada pela CF/88. 
Art. 27, § 1º - Será de 4 anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, 
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
Antes, era só no Território do Estado; então, o STF editou a Súmula 3: 
STF Súmula 3 
A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à justiça do Estado 
(superada). 
 
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Como a CF/88 trata da matéria, a súmula restou superada. Hoje, a 
imunidade é em todo o território nacional, não está restrita ao Estado. 
Todo o Estatuto dos Parlamentares Federais aplica-se, por simetria, aos 
deputados Estaduais. 
STF  o Estatuto dos Parlamentares Federais previsto na CR aplica-se 
imediatamente e de forma integral aos Parlamentares Estaduais. 
Ao tratar desses temas, a CE não pode ir além, nem aquém, da CF. Tem que 
ser simétrica, tem que ser no mesmo sentido. Não pode dar mais nem 
menos prerrogativas. Tem que ser exatamente as mesmas. 
Se o deputado estadual pratica um crime doloso contra a vida, a 
competência será do TJ; quando a matéria for de competência da JF, será 
competência do TRF (mesmo nível); se for crime eleitoral, a competência 
será do TRE. 
STF Súmula 721 
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição 
estadual. 
 
 
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STF: no caso dos Deputados Federais, não se aplica a Súmula 721, porque 
não é apenas a CE que atribui esta competência, mas a CF 27, § 1º. RHC 
80.477. 
 
e) Vereadores 
Só têm imunidade material/inviolabilidade & restrita à circunscrição do 
município. 
 
Art. 29. O Município
reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com o 
interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara 
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
Imunidade Material: 
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do 
inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 
O vereador tem que estar dentro do Município ou as palavras e opiniões 
devem estar relacionadas ao Município? 
 
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Novelino entende que a norma protege o Vereador mesmo que ele esteja 
fora do Município, quando as palavras estiverem relacionadas ao Município. 
Porém, não parece ser este o entendimento do STF, que considera que o 
Parlamentar deve estar dentro dos limites territoriais do Município. 
Principalmente os votos do Gilmar Mendes adotam esta posição. 
Poderia a Lei Orgânica ou a CE conferir imunidade formal ao Vereador? 
Não. 
O STF admite que seja estabelecida prerrogativa de foro, no caso do 
Vereador, se a CE estabelecer. A CE não está obrigada a estabelecer esta 
prerrogativa de foro para o Vereador, diferente do Deputado Federal, cuja 
prerrogativa é obrigada a prever. A Lei Orgânica não pode atribuir 
competências ao TJ. 
No caso do Vereador, se praticar crime doloso contra a vida, a competência 
será do Tribunal do Júri – SEMPRE – mesmo que a CE preveja foro por 
prerrogativa de função. 
STF Súmula 721 
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição 
estadual. 
 
 
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1.3 Processo Legislativo 
 
1.3.1 Conceito 
Conjunto de normas que regulam a produção dos atos normativos 
primários. 
Atos normativos primários são os que atribuem seu fundamento de 
validade diretamente da CF. 
A CF determinará a norma e o conteúdo dos Atos. 
Só há um ato que não entra abaixo da CF: as Emendas constitucionais. 
Previsão dos Atos Normativos Primários: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos (expedidos pelo CN); 
 
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VII – resoluções (do CN, da CD e do SF). 
§ único. lei Complementar (MP) disporá sobre a elaboração, redação, 
alteração e consolidação das leis. 
 
Dispositivo muito comum em provas. 
Princípio da Unidade da CF: todas as normas têm a mesma hierarquia. 
STF & STJ  não há hierarquia entre LC e LO. 
 
Os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do processo 
legislativo constitucional. Se esse processo não for observado, caberá 
impetração de Mandado de Segurança. Este processo legislativo violado tem 
que ser o processo legislativo constitucional, o que a CF estabelece, porque 
há regras de processo legislativo que não estão na CF, estão no Regimento 
Interno. Se a regra violada é do Regimento Interno, não se admite o MS, é 
questão interna corporis, que tem que ser resolvida internamente. Só se 
admite MS se o processo legislativo violado for o constitucional. 
Apenas o Parlamentar da Casa em que esteja tramitando o projeto de lei 
tem legitimidade para impetrar o MS. 
 
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Se o objeto do MS é proteção do direito líquido e certo do Parlamentar, 
significa que é um controle incidental, por via de exceção, concreto. A 
análise da inconstitucionalidade é feita incidentalmente. 
 
STF  Os princípios básicos do processo legislativo são normas de 
observância obrigatória. Por isso, serão aplicados nos âmbitos estadual e 
municipal. 
 
 A CE pode estabelecer que o veto do Governador seja 
derrubado por escrutínio em aberto pela Assembléia 
Legislativa? 
Art. 66, § 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias a 
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria 
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio SECRETO. 
A CE só poderia prever o escrutínio secreto; se previsse escrutínio em 
aberto, seria inconstitucional. 
 
1.3.2 Fases do Processo Legislativo (Ordinário) 
 
 
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3 espécies de Processo Legislativo 
 Ordinário – produção de leis ordinárias 
 Sumário 
 Especiais 
 
 Ordinário – produção de leis ordinárias 
 Sumário 
Basicamente, é o tempo de tramitação do projeto de lei. 
Iniciativa apenas do Presidente da República (pedido de urgência). 
Pedida a urgência, há prazo de 45 dias para cada casa analisar o Projeto de 
Lei. Se o SF fizer alguma Emenda ao Projeto de Lei, tem que voltar para a 
Câmara apreciar a Emenda, em 10 dias. 
Prazo máximo do Processo Legislativo Sumário: 100 dias. 
Não observado o prazo, tranca a pauta do Congresso Nacional. 
Se houver MP e Projeto de lei trancando a pauta, vota-se antes a MP, depois, 
o Projeto de Lei. 
Esses prazos não são aplicáveis no Projeto de Código e não correm no 
período de recesso parlamentar. 
 
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Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente 
da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores 
terão início na Câmara dos Deputados. 
+ 
Projetos de iniciativa concorrente 
dos Deputados ou Comissões da Câmara, 
do PGR e 
de iniciativa popular (art 61, §2º) 
 
SF como casa iniciadora – projetos de iniciativa 
dos Senadores 
de Comissões do Senado 
 
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO / REGIME DE URGÊNCIA 
CONSTITUCIONAL: prazo máximo de 100 dias! 
§ 1º - O Presidente da República (só ele tem essa legitimidade) poderá 
solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. 
 
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§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se 
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até 45 
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva 
Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado (ex. 
MP), até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos 
Deputados far-se-á no prazo de 10 dias, observado quanto ao mais o 
disposto no § anterior. 
§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso 
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código. 
 
O processo legislativo é divido em 3 fases: 
 
a) Introdutória 
Começa com a iniciativa
(61). 
Existe diferença entre legitimados para propor LO ou LC? 
São exatamente os mesmos. 
 
 
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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe 
1 a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal ou do Congresso Nacional, 
2 ao Presidente da República, 
3 ao STF, 
4 aos Tribunais Superiores, 
5 ao PGR e 
6 aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
 
As 2 diferenças entre LO e LC são: 
 Matéria 
 LC – matéria reservada 
 LO – matéria residual (o que não for matéria 
específica de outro ato). 
 Quórum de Aprovação 
 LC: maioria absoluta 
 
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 LO: maioria simples 
 
Iniciativa geral/comum/concorrente 
É a regra geral. Em regra, as iniciativas previstas na CF não são 
exclusivamente atribuídas a um legitimado. 
Existe mais de um legitimado que pode tomar a iniciativa. 
Ex.: leis que tratem da organização do MP. 
 
Iniciativa Privativa/Exclusiva 
Exceção. 
Aquela atribuída a um só legitimado para tratar de determinada matéria. 
Doutrina diz que 
 Privativa: pode ser delegada 
 Exclusiva não pode ser delegada. 
STF  Se é exceção, deve ser interpretada restritivamente; NÃO se 
presume e NÃO pode ser ampliada por lei. São as hipóteses exclusivamente 
previstas. 
 
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Ex.: matéria orçamentária (165). 
 
 Polêmica: 
De quem é competência em matéria tributária? 
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa [*] do Presidente da República as 
leis que: 
II - disponham sobre: 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária[*] e 
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
 
 
 
 
 
O Art. 61, § 1º, II, b, trata de matérias ligadas, apenas, à administração dos 
Territórios. 
[*] STF: 
Entendeu que a exclusividade em iniciar o 
processo legislativo sobre mat. Tributária 
é exclusivamente em relação às leis dos 
Territórios Federais 
 
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 PE MP PL PJ Outros 
 
61 
LO / 
LC 
 
PR PGR 
(Leis ligadas 
ao MP) 
DF 
SF 
Comissão 
STF 
TS 
Cidadão 
(Iniciativa 
popular) 
 1% 
eleitores 
 Divididos 
em 5 
Estados 
 0,3% dos 
Eleitores de 
cada 1 dos 
Estados 
 
60 
EC 
PR 1/3 CD 
1/3 SF 
 José Afonso da 
Silva considera 
possível. 
Novelino: 
 
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Matéria tributária é de competência comum. 
 
 
Projeto de Lei 
 
 Como é regra 
especial, não 
comporta 
interpretação 
extensiva. Não se 
presume. Não há 
decisão do STF 
quanto ao tema. 
 
Possível pela 
maioria das 
Assembléias, com 
maioria relativa 
de seus membros 
 
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b) Constitutiva 
 
I. Discussões 
CCJ – analisa a constitucionalidade. Se considerar inconstitucional, dará um 
parecer terminativo e o projeto de lei é arquivado. Ex.: projeto de 
descriminalização do aborto realizado nos primeiros 3 meses de gravidez. O 
parlamentares podem recorrer dessa decisão e o Plenário apreciará o 
conteúdo do projeto de lei. 
Comissões temáticas – especializadas em determinados temas. Foram 
muito valorizadas pela CF/88. 
Plenário da CD & SF 
 
 
II. Votação 
Quórum para instalação do plenário/Quórum de votação: nº de 
parlamentares que devem estar presente no plenário para que o processo 
de votação possa se iniciar. Art. 47 – regra geral: exigido pela CF para 
qualquer deliberação no Congresso Nacional. Se não houver este quórum 
 
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mínimo, a deliberação não pode ocorrer. MAIORIA ABSOLUTA. A maioria 
absoluta não varia. 
 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de 
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, 
presente a maioria absoluta de seus membros. 
1º presente a maioria absoluta de seus membros – quórum de instalação da 
sessão de votação / Quórum de votação: maioria absoluta 
2º serão tomadas por maioria dos votos – quórum de aprovação de LO: 
maioria simples 
CD – 257 (513) – Regra: Casa Iniciadora 
SF – 41 (81) – Regra: Casa Revisora. Exceção: será casa iniciadora nos 
projetos de iniciativa de Senador. 
Emenda a Projeto de Lei: 
 A iniciativa de emenda pode ser feita por qualquer dos 
legitimados do artigo 61. No entanto, com exceção dos parlamentares só 
serão admitidas emendas aditivas e no projeto apresentado pelo próprio 
legitimado. 
 
 
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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe 
1 a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal ou do Congresso Nacional, 
2 ao Presidente da República, 
3 ao STF, 
4 aos Tribunais Superiores, 
5 ao PGR e 
6 aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
Emenda aditiva: acrescenta algo no projeto de lei. Qualquer legitimado pode 
apresentar. Os legitimados 2 a 6 só podem apresentar emenda aditiva nos 
projetos que eles próprios fizerem. Parlamentar poderá apresentar emenda 
aditiva em qualquer projeto. Portanto, só pode ser apresentada pelo 
legitimado ou por Parlamentar. Apresentada a emenda aditiva, ela é 
considerada um novo projeto de lei. 
 Emenda modificativa: legitimidade apenas de Parlamentares. 
 Emenda supressiva: legitimidade apenas de Parlamentares. 
 
 
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Quando a iniciativa é exclusiva do Presidente da República, ex. 61, § 1º, 
admite-se emenda? Admite-se emenda a projeto de lei de iniciativa 
exclusiva? 
[*] TECNICAMENTE, é Competência Exclusiva/Reservada, devido à 
indelegabilidade. 
§ 1º - São de iniciativa privativa [*] do Presidente da República as leis que: 
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; 
II - disponham sobre: 
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta 
e autárquica ou aumento de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária[*] e 
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, 
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
d) organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública da União, bem 
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
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Competência concorrente do PGR para dispor sobre organização do MPU: 
Art. 128, § 5º - leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa 
é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a 
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, 
observadas, relativamente a seus membros... 
e) criação e extinção de Ministérios e *órgãos (qualquer estrutura 
organizacional integrante da administração pública) da administração 
pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
* “Órgãos” – palavra usada em sentido amplo ou atécnico. 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, 
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a 
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
 
 Quando a CF reserva a iniciativa, ela não está retirando do 
Parlamento a sua competência para discutir, votar e aprovar o Projeto de 
Lei. Ela está reservando, apenas, o momento inicial àquele legitimado. 
 2 restrições: 
 STF: a emenda tem que estar relacionada ao conteúdo do 
projeto apresentado. 
 
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 Art. 63: vedação de aumento de despesa em projeto de 
iniciativa exclusiva. 
 
CABE EMENDA PARLAMENTAR A PROJETO DE INICIATIVA RESERVADA, 
DESDE QUE HAJA PERTINÊNCIA TEMÁTICA E NÃO ACARRETE AUMENTO 
DE DESPESAS: 
Art. 63. NÃO será admitido aumento da despesa prevista: 
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, 
ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; 
Art. 166, 
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que 
o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: 
I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a LDO; 
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de 
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: 
a) dotações para pessoal e seus encargos; 
b) serviço da dívida; 
 
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c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e 
Distrito Federal; ou 
III - sejam relacionadas: 
a) com a correção de erros ou omissões; ou 
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. 
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias NÃO 
poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual. 
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e 
do Ministério Público. 
SANÇÃO PRESIDENCIAL NÃO CONVALIDA VÍCIO DE INICIATIVA. 
 
 
O processo legislativo é bicameral. Se houver emenda/modificação na casa 
revisora, o projeto volta para a casa iniciadora, que se manifestará 
unicamente sobre a modificação. A casa iniciadora pode fazer emenda da 
emenda da casa revisora (subemenda)? Não, é inadmissível subemenda. 
 
 
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Pormenorização 
 É uma técnica legislativa. Alteração mais formal do que, 
propriamente, do conteúdo do projeto. É muito comum de ocorrer. 
 
 
III. Aprovação 
Quórum de aprovação: toda vez que a CF não estabelecer quórum 
específico, vale a regra geral do artigo 47. 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de 
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, 
presente a maioria absoluta de seus membros. 
1º presente a maioria absoluta de seus membros – quórum de instalação da 
sessão de votação / Quórum de votação: maioria absoluta 
2º serão tomadas por maioria dos votos – quórum de aprovação de LO: 
maioria simples 
Maioria relativa/simples – mais de 50% dos presentes na votação. Maioria 
relativa depende de uma condição: depende do nº de membros que 
estiverem presentes. LC: quórum de votação = quórum de aprovação. 
 
 
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Art. 69. As Leis Complementares serão aprovadas por maioria absoluta. 
Quórum de aprovação: 
 LC: maioria absoluta (50% + 1) 
 EC: 3/5 (60%) 
  votação: 2 turnos em cada casa, que são votados 
consecutivamente na mesma casa. Prazo não definido entre os turnos, na 
CF. Ex.: CD vota em 1º turno. Prazo. CD vota em 2º turno.  SF vota em 1º 
turno. Prazo. SF vota em 2º turno. 
 
Art. 60, § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em 2 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 
dos votos dos respectivos membros. 
 
CESPE: 
Toda votação & aprovação tem que ocorrer no Plenário ou a Comissão pode 
votar & aprovar projeto de lei, sem passar pelo Plenário? Existe esta 
possibilidade para algumas matérias: as comissões poderão discutir, votar e 
aprovar determinados projetos, desde que haja previsão no Regimento 
Interno. 
 
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Art. 58, § 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
competência do Plenário, salvo se houver recurso de 1/10 (um décimo) dos 
membros da Casa; 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre 
assuntos inerentes a suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer 
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
Através de recurso de 1/10 dos membros, a questão poderá ser levada para 
o Plenário. 
Essa dispensa só pode ocorrer em Lei Ordinária – Comissão não pode 
discutir, votar e aprovar LC nem EC. 
 
LC LO 
 
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Matéria expressa na CF Matéria residual 
Quórum de aprovação: maioria 
absoluta. 
Quórum de aprovação: maioria 
simples 
 
IV. Sanção / Veto 
 Sanção é a concordância do Chefe do Executivo com o 
Projeto de Lei. 
 Sanção pode classificada de 2 formas: 
1) Quanto à exteriorização (15 dias úteis): 
 Expressa 
 Tácita 
2) Quanto à extensão: 
 Total 
 Parcial 
 
Veto. Várias posições doutrinárias sobre a natureza do veto. Prevalece que 
a natureza do veto é um poder-dever. 2 espécies: 
 
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 Jurídico (veto
por inconstitucionalidade - dever) 
 Político (projeto de lei contrário ao interesse 
público) 
 
 O veto é absoluto ou relativo? 
Relativo, pois o Congresso Nacional pode derrubar o veto. 
 Qual o prazo para o Congresso Nacional derrubar o 
veto? 
30 dias, em escrutínio secreto. Art. 66, § 4º. 
Se o veto for parcial, só pode vetar todo o artigo, todo o inciso, todo o 
parágrafo ou toda a alínea. Art. 66, § 2º. É diferente do controle de 
constitucionalidade feito pelo STF, que pode declarar apenas uma palavra 
inconstitucional. 
 Existe veto tácito? 
Não, só pode ser expresso, pois caso permaneça inerte, haverá sanção 
tácita. 
 
Sanção expressa  Promulgação expressa 
 
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Sanção tácita & Derrubada de Veto  se o Presidente não promulgar o 
projeto de lei em 48hs, a competência passa para o presidente do Senado 
Federal. Se o presidente do SF não o fizer, poderá fazê-lo o Vice-presidente. 
Passadas as 48hs, o PR pode promulgar, assim como o Presidente do 
Senado. 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de 
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em 
parte, inconstitucional (VETO JURÍDICO) ou contrário ao interesse público 
(VETO POLÍTICO), vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 dias 
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 horas, 
ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de §, de 
inciso ou de alínea. 
§ 3º - Decorrido o prazo de 15 dias (úteis), o silêncio do Presidente da 
República importará sanção. 
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da 
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, 
 
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e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado 
fazê-lo. 
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias (não há 
sanção para a não observância) contar de seu recebimento, só podendo ser 
rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em 
escrutínio SECRETO (aberto). 
§ 5º - Se o veto NÃO for mantido (/derrubado o veto), será o projeto 
enviado, para promulgação, ao Presidente da República. 
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da 
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, 
e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado 
fazê-lo. 
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será 
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais 
proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 7º - Se a lei NÃO for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da 
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, 
e, se este NÃO o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado 
fazê-lo. 
 
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Regra: votações separada na CD e no DF. Em alguns casos, como na 
derrubada do veto, as duas casas se reúnem conjuntamente para discutir a 
derrubada do veto. Porém, o voto é separado. Para que o veto seja 
derrubado, deve-se observar o voto de 257 deputados e 41 senadores. A 
maioria absoluta deve ocorrer em cada uma das casas. A discussão é feita 
em conjunto, mas os votos são computados separadamente. 
É diferente da sessão unicameral – a única hipótese prevista na CF é a de 
revisão constitucional (art. 3º, ADCT). Neste caso, a maioria absoluta é mais 
da metade dos 594 parlamentares, 298. Podem ser todos deputados, pode 
não ter nenhum senador. 
Estas normas do processo Legislativo Federal são de observância 
obrigatória. 
 
Art. 60, § 5º: Proposta de EC rejeitada não pode ser apresentada novamente 
na mesma sessão legislativa (art. 57: 2/fev-17/jul – 1/08-22/12) 
Art. 60, § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou 
havida por prejudicada NÃO pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa. 
 
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Projeto de lei pode ser reapresentado na mesma sessão, desde que seja 
reapresentado pela maioria absoluta da CD ou do SF. Se for em outra sessão 
legislativa, não precisa observar essa regra. 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá 
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante 
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional. 
 
O presidente sanciona o projeto de lei, por meio do que se tornará lei. 
 
c) Fase complementar 
 Promulgação 
 É o ato que atesta a existência da lei. Confere executoriedade à lei. 
 O presidente promulga a lei. 
 EC: promulgada pelas Mesas da CD e do SF 
Art. 60, § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas MESAS da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de 
ordem. 
 
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 Publicação. 
 Confere obrigatoriedade à lei. 
 EC: publicada pelo Congresso Nacional. 
 
1.3.3 Medida Provisória 
 
O decreto lei não tinha eficácia desde sua edição, diferente da MP. Apesar de 
não ter eficácia desde sua edição, poderia ser aprovado por decurso de 
prazo, sendo automaticamente convertido em lei, o que é pior do que MP. 
MP foi instituída pela CF/88. Sofreu profunda alteração com a EC 32/2001. 
Antes, vigia por 30 dias, só que poderia ser reeditada definitivamente. 
Após a EC 32/2001, o prazo de vigência passou a ser de 60 dias, podendo 
ser prorrogado por mais 60 dias. Essa prorrogação é automática. Seus 
prazos ficam suspensos durante o período de recesso. 
***Após a EC32, a MP não poderá ser reeditada na mesma seção legislativa. 
- As MPs produzem efeitos imediatos: inovação do ordenamento jurídico e 
provocação da manifestação do CN. 
 
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Pegar matéria 
Requisitos constitucionais: 
 Relevância 
 Urgência 
Prazo de apreciação: 45 dias. Não apreciada, entra em regime de urgência & 
tranca a pauta da Casa. As deliberações da Casa ficarão sobrestadas. 
MP não pode tratar de assunto de EC, LC, DL, só pode tratar de assunto de 
Lei Ordinária. Como só pode tratar de assuntos tratados em Lei Ordinária, 
só trancaria a pauta em relação a deliberações Ordinárias. 
MS 27.931/DF. Não houve decisão de mérito. A liminar foi indeferida. Rel. 
Min. Celso de Melo entendeu que seria legítimo esse procedimento. 
 
- A sanção só será necessária no caso de alteração da MP originária. Se o CN 
aprovar a MP integralmente, a sanção do PR é dispensável. 
Automaticamente vai para promulgação pelo Presidente do CN. Se houver 
modificação, vai para o RP sancionar/vetar.
Qualquer alteração feita na MP durante a tramitação na CD ou no SF só 
começará a valer a partir da sanção do PR. 
Como ficam as situações nesse período? 
 
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Nos casos de alteração da MP pelo CN, este deverá editar um DL em até 60 
dias, regulando as situações que ocorreram durante a vigência da MP. 
 
A CF não veda que MP trate de Direitos Fundamentais: pode tratar de 
Direitos e Garantias Individuais e Direito Sociais. Não pode tratar de 
Vedado que MP trate de matéria 
 de LC 
 processual (civil & penal) 
 penal. 
 
Art. 62, § 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre 
matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito 
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
 
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c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a 
garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida 
para atender a despesas imprevisíveis E urgentes, como as decorrentes de 
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no 
art. 62. 
 Interpretação: em regra, MP não pode tratar de matéria 
orçamentária, admitida MP para abertura de crédito extraordinário, 
para atender despesas imprevisíveis & urgentes. 
Portanto, em Matéria Orçamentária há 3 requisitos: relevância, urgência e 
que as despesas sejam imprevisíveis e urgentes. 
 Errado: “Em matéria orçamentária, NÃO cabe MP em nenhuma 
hipótese”. 
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou 
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
 
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III - reservada a Lei Complementar (MP); (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e 
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
RE 254.188 – j. 11/2000 X a lei foi publicada em 2002. 
ADI 4.048 – importante. O conceito de imprevisibilidade está densificado na 
CF, é uma situação grave, imprevista. 
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007. 
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À 
ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA 
EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS. I. MEDIDA PROVISÓRIA E SUA 
CONVERSÃO EM LEI. Conversão da medida provisória na Lei n° 
11.658/2008, sem alteração substancial. Aditamento ao pedido inicial. 
Inexistência de obstáculo processual ao prosseguimento do julgamento. A 
lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida provisória. 
Precedentes. II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE 
NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo 
Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da 
 
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constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema 
ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do 
caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. 
Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato 
de constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE 
LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE 
MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. 
Interpretação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da 
Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62), a 
Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita 
apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do 
que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que 
se submetem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do 
Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 
167, § 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos 
semânticos das expressões "guerra", "comoção interna" e "calamidade 
pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, § 3º 
c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra", "comoção 
interna" e "calamidade pública" são conceitos que representam realidades 
ou situações fáticas de extrema gravidade e de conseqüências imprevisíveis 
para a ordem pública e a paz social, e que dessa forma requerem, com a 
devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura 
atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP 
 
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n° 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover 
despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou 
pela urgência. A edição da MP n° 405/2007 configurou um patente 
desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de 
medidas provisórias para a abertura de créditos extraordinários. IV. 
MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei n° 
11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008. 
 
MP pode tratar de imposto? Pode criar ou majorar impostos? Sim! Só que, 
neste caso, a melhor maneira de entender MP é equipará-la a um Projeto de 
Lei. Não produzirá eficácia a partir de sua edição, só depois de o projeto de 
lei ter sido convertido em lei. 
PL (2010)  convertido em Lei (2011)  exigido em 2012. 
MP (2010)  convertido em Lei (2011)  exigido em 2012. 
Só não se submetem à anterioridade: II, IE, IPI e IOF e Impostos 
extraordinários. 
Cabe MP Estadual? Sim. Piauí, TO, AC, SC. STF admitiu criação pela CE. No 
caso de município, em geral admite-se também, se previsto na Lei Orgânica. 
 
 
 
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- Prerrogativa de foro no âmbito federal: 
- se inicia com a diplomação (é a nomeação do parlamentar); 
- e vi até o fim do mandato ou com a renúncia do parlamentar; 
- durante esse período, o parlamentar tem prerrogativa de foro e será 
julgado perante o STF; 
- caso o parlamentar tenha cometido algum crime antes da diplomação 
(entes de exercer a função parlamentar), será julgado em primeiro 
grau, mas com a diplomação os autos serão remetidos ao STF. Caso 
durante a função parlamentar o
parlamentar não tiver sido julgado e 
findo a prerrogativa de foro, os autos voltarão para o juízo de primeira 
instância; 
 
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- o inquérito policial em relação a parlamentar tem que se dar perante 
o STF. Caso o inquérito esteja perante a justiça comum de primeiro 
grau, o parlamentar poderá fazer uma reclamação pedindo a remessa 
do inquérito policial ao STF. A prerrogativa de foro permanece mesmo 
que ele exerça temporariamente outro cargo; 
- a súmula número 4 do STF encontra-se superada (feita bem antes da 
Constituição de 1.988), assim, atualmente, o parlamentar que exerce 
outro cargo mantém a prerrogativa de foro, mas perde a imunidade. 
Para decorar, basta lembrar que a imunidade é uma garantia do 
legislativo para preservar a independência do poder, por isso ela é 
perdida no caso de exercício de outro cargo; 
- suplente não tem nem prerrogativa de foro nem imunidade; 
- o STF entende que havendo conexão, a competência será do STF 
(assim, no caso de governador que pratica crime juntamente com 
presidente, o STF julgará os dois). Vale lembrar que o que estende ao 
co-réu é a prerrogativa de foro nesse caso, mas não a imunidade, 
conforme a súmula 245 do STF; 
- a prerrogativa de foro está prevista no artigo 53, §1º, que afirma que 
os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão 
submetidos ao julgamento pelo STF; 
 
 
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- Imunidade Material: 
- chamada no direito americano de “Freedom of speech”; 
- prevista no caput do artigo 53 da CRFB/88 e abrange: palavras, votos 
e opiniões, excluindo tanto a responsabilidade civil2 quanto a 
responsabilidade penal; 
- a imunidade nesse caso trata-se de causa excludente de tipicidade; 
- a imunidade abrange tanto as palavras proferidas dentro da casa 
legislativa, tanto as palavras proferidas fora da casa legislativa: se as 
palavras forem proferidas dentro da casa legislativa, não há 
necessidade de comprovação da conexão com a função parlamentar; 
porém, se a palavra for proferida fora do parlamento, é imprescindível 
que tenha conexão com a atividade parlamentar; 
- segundo o STF, palavras e opiniões acobertadas pela imunidade e 
divulgadas na imprensa também estão imunes à censura civil e penal; 
- a resposta imediata a uma injúria acobertada pela imunidade também 
fica imune; 
 
 
2
 Foi a EC 35/01 que consagrou a irresponsabilidade civil no caso de palavras, votos e opiniões, embora mesmo 
antes da previsão expressa na Constituição, já era o entendimento do STF. 
 
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- Imunidade Formal: 
- essa imunidade tem dois aspectos: ela protege o parlamentar em 
relação à prisão e em relação ao processo3; 
- imunidade em relação à prisão: segundo a Constituição, à partir da 
diplomação, não podem ser preso salvo flagrante delito de crime 
inafiançável. Caso seja efetuada a prisão em flagrante (quando o crime 
não seja afiançável), deve-se comunicar (remetendo os autos) em 24 
horas a casa respectiva, para que com maioria dos seus membros, 
resolva a situação (maioria absoluta). Essa imunidade está prevista no 
artigo 53, §2º. Segundo o STF, não pode haver prisão civil do 
parlamentar. Segundo o STF, a imunidade da prisão não se aplica na 
hipótese de sentença transitada em julgado. O parlamentar então, só 
não pode sofrer prisão civil ou prisão penal cautelar; 
- imunidade em relação ao processo: até a EC 35/01 vigorava o 
princípio da improcessabilidade, assim para que um deputado ou 
senador fosse processado, era necessário a autorização da respectiva 
casa. Com a Emenda Constitucional 35/01, o princípio da 
improcessabilidade foi substituído pelo princípio da processabilidade, 
assim a denúncia deverá ser feita perante o STF, que ao receber a 
denúncia, dará ciência à casa do respectivo parlamentar (o STF apenas 
 
3
 Também chamada de imunidade processual. 
 
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dá ciência, continuando o processo a andar). Havendo um partido 
político que tenha representação na respectiva casa, ele poderá 
solicitar, perante à casa, a sustação do andamento daquela ação4, 
assim, entendendo a casa legislativa que há uma perseguição política, 
através da maioria absoluta de seus membros, fica suspenso o 
processo. Fica claro que a suspensão do processo acarreta também a 
suspensão da prescrição. Assim, sempre que se suspende um processo 
em razão de imunidades ou prerrogativas, mesmo sem previsão legal, 
há suspensão da prescrição. Tudo o que foi falado está no artigo 53, do 
§3º ao §5º; 
- a imunidade, ao contrário do foro por prerrogativa de função, atinge 
somente os crimes cometidos durante o mandato; 
 
- Garantias do Poder Legislativo no âmbito estadual e distrital: 
- o artigo 27, §1º, trata desse tema. Segundo esse artigo, não há 
qualquer distinção entre as imunidades dos deputados federal e as 
imunidades dos deputados estaduais; 
 
4
 Essa sustação somente pode se dar até a decisão. 
 
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- a imunidade do parlamentar estadual abrange todo o território 
nacional, não se aplicando mais a súmula 3 do STF que restringia a 
imunidade à justiça do estado; 
- segundo o STF, o regime das imunidades previsto na Constituição 
Federal se aplica de forma direta, imediata e integral aos deputados 
estaduais. Segundo o STF, a Constituição Estadual não pode ser mais 
generosa do que a Constituição Federal, assim, as regras da 
Constituição Estadual devem ser idênticas às regras da Constituição 
Federal; 
- a prerrogativa de foro, diante do poder implícito dos Estados 
membros, pode ser instituída por estes. Portanto, os Estados podem 
instituir prerrogativa de foro em sua Constituição Estadual. A 
Constituição Estadual não pode estabelecer competência do TRF, mas 
caso o crime praticado seja de interesse da União, pode ser julgado 
pelo TRF (a regra é o julgamento pelo TJ); 
- no que se refere aos Deputados Distritais, o artigo 32, §3º, estabelece 
as mesmas regras adotadas para os Deputados Estaduais (art. 27 da 
CRFB/88); 
 
- Garantias do Poder Legislativo no âmbito municipal: 
 
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- a Constituição de 1.988 inovou ao conferir imunidade aos vereadores. 
Vale lembrar que os vereadores não vão ter as mesmas imunidades 
conferidas aos Deputados; 
- vereador somente possui imunidade material, por suas opiniões, 
palavras e votos. Ele não tem imunidade nem com relação à prisão, 
nem com relação ao processo; 
- a imunidade dos vereadores está prevista no artigo 29, VIII, dizendo 
que “[...] a inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e 
votos no exercício do mandato, e na
circunscrição do Município.” A 
expressão “circunscrição do Município” deve ser entendida, segundo o 
STF e maioria da doutrina, como o limite territorial do Município. 
Marcelo Novelino discorda, entendendo que deveria interpretar essa 
expressão como “de interesse do Município”; 
- o STF admite que as Constituições Estaduais admitam prerrogativa de 
foro para o vereador (não é a Lei Orgânica, uma vez que ela não pode 
estabelecer as competência do TJ, que é estadual); 
 
 
 
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- Generalidades: 
- apesar da União se referir apenas ao processo legislativo federal, os 
princípios básicos são de observância obrigatória. A regra decorre 
basicamente do princípio da simetria; 
- os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do 
processo legislativo constitucional, assim, caso esse processo não seja 
observado, o parlamentar pode impetrar mandado de segurança (única 
hipótese de controle preventivo feito pelo judiciário). O parlamentar 
somente pode impetrar mandado de segurança se houver violação de 
norma constitucional, assim, a violação de regimento interno não gera 
a impetração do mandado de segurança (questão própria de regimento 
interno é questão interna corporis, não cabendo ao judiciário analisar); 
- o processo legislativo está previsto no artigo 59 da CRFB/88, 
trazendo os itens: emendas à Constituição; leis complementares; leis 
 
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ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias5; decretos legislativos; 
resoluções6; 
 
- Espécies: 
- ordinário: 
- processo de elaboração da lei ordinária; 
- é dividido em três fases: 
- fase introdutória: há iniciativa do projeto de lei, podendo 
se dividir em duas fases: iniciativa 
geral/concorrente/comum, ou seja, aquela atribuída a mais 
de um legitimado; iniciativa reservada/exclusiva/privativa, 
sendo a atribuída a apenas um legitimado. A iniciativa geral é 
a regra é a regra geral, sendo a iniciativa reservada a exceção. 
A iniciativa reservada, portanto, pelo fato de ser excepcional, 
ela não se presume, sendo o rol previsto na Constituição 
referente à iniciativa reservada taxativo, sendo então 
numerus clausus. A iniciativa geral está prevista no artigo 61 
 
5
 José Afonso da Silva critica a presença da medida provisória nesse artigo, uma vez que esta não segue o 
trâmite do processo legislativo, sendo um simples ato. 
6
 Essas resoluções abrangem as resoluções do Congresso, da Câmara e do Senado. 
 
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da CRFB/887. A regra é que a votação do projeto de lei inicia-
se na Câmara e termine no Senado, sendo a única exceção a 
lei de iniciativa do Senado ou de Comissão do Senado. No que 
se refere à matéria tributária, em função do artigo 61, §1º, II, 
“b”, começaram a advogar que a iniciativa de lei tributária é 
privativa do Presidente: tal fato chegou ao STF que, entendeu 
que a a iniciativa de lei de matéria tributária é de 
competência comum do Presidente e do Poder Legislativo, 
aplicando-se a regra de competência reservada do Presidente 
apenas no caso de Territórios. A iniciativa de lei orçamentária 
é privativa do Presidente da República; 
- fase constitutiva: a fase constitutiva tem várias etapas. 
Após a iniciativa, vem: discussão  votação  aprovação  
sanção  veto. A discussão ocorre basicamente na CCJ 
(Comissão de Constituição e Justiça), assim, passando por 
essa fase, deve ser discutida nas comissões temáticas8, 
passando posteriormente para a discussão em plenário. A 
 
7
 Os legitimados para propor lei ordinária e lei complementar são exatamente os mesmos: qualquer membro 
do Legislativo (Deputado, Senador, comissão); pelo Poder Executivo (Presidente da República); pelo Poder 
Judiciário (STF e Tribunais Superiores, desde que a lei seja relacionada ao Poder Judiciário); pelo Ministério 
Público (Procurador Geral da República, desde que a lei seja relacionada ao MP); cidadão, pela lei de iniciativa 
popular (+ de 1% do eleitorado nacional, com no mínimo 5 Estados, com 0,3% dos eleitorados de cada Estado – 
conforme o artigo 61, §2º). 
8
 Essas comissões são permanentes. Geralmente, as comissões temáticas correspondem aos Ministérios. 
 
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votação em regra é feita no plenário, sendo este responsável 
pela votação do projeto de lei, mas, no entanto, existe a 
possibilidade de um projeto de lei ser votado dentro de uma 
comissão (art. 58, §2º, I)9, sendo o quórum de votação de 
maioria absoluta (deve estar presente pelo menos 50% dos 
membros, seja da comissão, seja do plenário, assim o quórum 
de votação sempre vai ser um número fixo10). A aprovação 
tem quórum distinto: em caso de lei ordinária, maioria 
relativa/simples (mais de 50% dos presentes), e em caso de 
lei complementar, é maioria absoluta. A aprovação de 
emenda constitucional dependo do quórum de 3/5. A regra 
da lei ordinária é a regra geral, valendo para: Medida 
Provisória; decreto legislativo; lei delegada; resoluções, ou 
seja, todas precisam do quórum de maioria relativa/simples 
para aprovação. Além do quorum de aprovação, entre a lei 
ordinária e a lei complementar há uma diferença material 
(em relação à matéria), uma vez que a matéria de lei 
ordinária é uma matéria residual (assim, tudo que a 
Constituição não determinar que será tratado por 
determinada espécie normativa, poderá ser tratada por lei 
 
9
 I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se 
houver recurso de um décimo dos membros da Casa; 
10
 O quórum para votação da lei complementar, portanto, é o mesmo quórum da lei ordinária. 
 
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ordinária). A reserva de lei complementar não se presume, 
devendo estar expressa na Constituição. A sanção do 
Presidente da República, segundo a súmula 5, supre o vício de 
iniciativa (iniciativa privativa do Presidente), mas tal súmula 
encontra-se superada, assim, para o STF o vício de iniciativa é 
insanável. A emenda ao projeto de lei pode ser apresentada 
por qualquer legitimado para propor a lei, desde que seja em 
matéria de sua iniciativa. Com exceção dos parlamentares, os 
legitimados só podem apresentar emendas aditivas (= novo 
projeto)11. Não se admite sub-emenda, assim, não se admite 
que haverá uma emenda na emenda. No caso de emenda 
supressiva, não há necessidade de voltar à primeira casa que 
votou primeiro. O legislativo pode emendar projeto de 
iniciativa exclusiva, desde que ela guarde pertinência com o 
restante. Caldas da lei ou Contrabando legislativo é uma 
forma de aprovar determinado assunto de forma 
despercebida. O artigo 63 diz que não será permitido projeto 
de lei de iniciativa do Presidente da República que resulte em 
aumento da despesa (salvo alguns casos
excepcionais de lei 
orçamentária). Depois de tudo, vem a sanção ou o veto. A 
sanção pode ser expressa ou tácita, assim, decorrido o prazo 
 
11
 Assim, fica claro que emenda supressiva somente pode ser apresentada pelo parlamentar. 
 
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de 15 dias úteis, o silêncio do Presidente importará em 
sanção, concluindo-se, portanto que o veto necessariamente 
deve ser expresso, podendo ser jurídico (em razão de 
inconstitucionalidade) ou político (em razão de interesse 
público). O veto pode ser total ou parcial. O veto é relativo, 
uma vez que pode ser derrubado pelo Congresso Nacional 
por maioria absoluta em sessão conjunta (Câmara e Senado) 
no prazo de 30 dias em escrutínio secreto (essa regra 
também vale para os Estados e Municípios). A derrubada do 
veto está prevista no artigo 66, §4º; 
- fase complementar -> na verdade, tecnicamente, essa é 
uma pós-processo legislativo, mas trataremos dela aqui. A 
promulgação é o ato que atesta a existência da lei e lhe 
confere executoriedade, mas ainda não se torna obrigatória. 
A obrigatoriedade está condicionada à publicação, que 
confere obrigatoriedade à lei. Essa regra, vale na verdade, 
para Lei Ordinária e Lei Complementar (as únicas que 
precisam de sanção e veto). No caso de medida provisória 
convertida em lei, só há necessidade de sanção do Presidente 
se tiver havido alteração no projeto original; 
 
- sumário: 
 
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- a única diferença existente entre o processo legislativo ordinário 
e o processo legislativo sumário, é que neste último, o Presidente, 
quando propor projeto de lei, pode pedir urgência na elaboração 
do projeto de lei, surgindo prazos para apreciação sob pena de 
trancamento da pauta12: 45 dias para a Câmara, 45 dias para o 
Senado, e em caso de emenda, 10 dias para manifestação da 
Câmara13; 
- esses prazos não são contados durante o período de recesso, e 
também não pode ser aplicado o processo legislativo sumário aos 
projetos de Código (em razão da complexidade) – todo o 
procedimento está previsto no artigo 64, §1º ao §4º da CRFB/88 
 
- especiais: 
- medida provisória: 
- efeitos: 
a) inovação na ordem jurídica 
 
12
 Com exceção das que tenham prazo constitucional determinado. 
13
 Somente volta a parte da emenda. 
 
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b) provoca o Congresso Nacional para instauração do 
procedimento necessário à sua conversão em lei ou a 
rejeita; 
- prazo: 
- antes da EC 32/01 a medida provisória tinha o prazo de 
duração de 30 dias e poderia ser reeditada 
infinitamente. As medidas provisórias feitas antes da EC 
32/01 segue o procedimento anterior; 
- a súmula 651 do STF trata do tema (ler); 
- após a EC 32/01 o prazo da medida provisória é de 60 
dias. Se dentro desse prazo ela não for analisada pelo 
Congresso Nacional, automaticamente, 
independentemente de qualquer ato do chefe do 
executivo, ela será prorrogada por mais 60 dias. Essa 
prorrogação não se confunde com a reedição; 
- hoje na CRFB/88 não há limitação quanto ao número 
de reedição de uma medida provisória. A única restrição 
em relação a medida provisória se encontra prevista no 
artigo 62, §10 da CRFB/88, onde dentro de uma mesma 
sessão legislativa, é vedada a reedição de uma medida 
provisória que tenha sido rejeitada; 
 
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- tal regra vale também para as emendas constitucionais, 
conforme prevê o artigo 60, §5º da CRFB/88. Em se 
tratando de projeto de lei rejeitado, poderia este ser 
reapresentado em uma mesma sessão legislativa? Só 
pode ser reapresentado pela maioria absoluta dos 
membros da Câmara ou do Senado; 
- durante o período de recesso, o prazo é suspenso até 
começar uma nova sessão legislativa (2 de fevereiro a 17 
de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro); 
- existe uma medida de urgência para as medidas provisórias. 
Assim, se não forem votadas em 45 dias, elas entram nesse 
regime de urgência. Daí, Michel Temer disse que nada impede 
que possam ser votadas matérias reservadas fora dos dias 
das sessões ordinárias, ou seja, nas sessões ordinárias (já que 
elas não podem ser objeto de medida provisória). Na 
verdade, a medida provisória, segundo ele, somente trancaria 
a pauta em relação às matérias residuais, mas não trancaria a 
pauta em relação às matérias reservadas votadas em sessões 
extraordinárias. A manobra de Michel Temer foi objeto de MS 
27.931/DF que ainda será julgado; 
- o artigo 62, §2º da CRFB/88 diz que se a medida provisória 
“não for apreciada em 45 dias contados de sua publicação, 
 
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entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada 
uma das casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas até 
que se ultime a votação, todas as demais deliberações 
legislativas da casa em que estiver tramitando”. Assim, uma 
interpretação literal do dispositivo nos leva a crer que todas 
as votações ficam suspensas. Mesmo assim, no Mandado de 
Segurança 27.931/DF foi negada a liminar pelo Ministro 
Celso de Mello, que concordou com Michel Temer; 
- a sanção da medida provisória convertida em lei pelo 
Presidente, segundo o STF, somente é indispensável caso 
ocorra alguma alteração do texto original; 
- medida provisória VS lei -> uma norma somente pode 
revogar outra de mesma densidade normativa e que tenha 
sido produzida pelo mesmo órgão. Assim, medida provisória 
não pode revogar uma lei, pode no máximo suspender a 
eficácia de uma lei. Assim, caso uma medida provisória 
suspenda a eficácia de uma lei e depois ela não venha a ser 
convertida em lei, volta a ter eficácia a lei suspensa (é o que a 
doutrina chama de efeito repristinatório tácito); 
- o Presidente não pode retirar a medida provisória da 
apreciação do Congresso, mas ele pode criar outra medida 
provisória revogando a medida provisória anterior. Assim, se 
 
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o Congresso aprovar a medida provisória revogadora, a 
anterior fica definitivamente revogada. Caso o Congresso 
venha a rejeitar a medida provisória revogadora, a medida 
provisória anterior (revogada) volta a tramitar pelo prazo 
restante a que lhe faltava vigorar; 
- medida provisória VS regulamentação de direitos 
fundamentais -> há duas espécies que podem ser 
regulamentadas, sendo essas os direitos individuais e os 
direitos sociais, uma vez que não há restrições para esses 
direitos serem regulamentados por medida de provisória (a 
MP não pode regulamentar direitos políticos e direitos de 
nacionalidade) – art. 60, §1º, I, “a”; 
- medida provisória VS matéria penal -> atualmente, não 
pode haver medida provisória tratando de direito penal e 
processual penal, uma
vez que a Constituição é bastante clara 
em vedar o tratamento desse assunto pela via da Medida 
Provisória – art. 60, §1º, I, “b”; 
- medida provisória VS matéria de lei complementar -> 
matéria de lei complementar não pode ser tratada por 
medida provisória. Na verdade,medida provisória não pode 
tratar de nenhum tipo de matéria reservada, só podendo 
tratar de matéria residual – art. 60, §1º, III; 
 
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- medida provisória VS instituição ou majoração de impostos 
-> em relação aos impostos, a Constituição estabelece no 
artigo 62, §2º uma regra, que diz que em se tratando de 
impostos extrafiscais (II, IPI, IOF, Impostos Extraordinários), 
não há nenhuma restrição, uma vez que eles não se 
submetem ao princípio da anterioridade do Direito 
Tributário. Em se tratando de outros impostos não previstos 
nessa lista, o que se deve contar para fins de observância do 
princípio da anterioridade não é a data da medida provisória, 
mas sim, a data em que esta é convertida em lei – nesse caso, 
a medida provisória age como se fosse um projeto de lei, uma 
vez que o princípio da anterioridade só começa a ser contado 
quando ela é convertida em lei; 
- medida provisória VS chefe do executivo que não seja o 
Presidente da República (governador, prefeito) -> o artigo 62 
da CRFB/88 é categórico em dizer que o Presidente da 
República tem atribuição para editar medida provisória, e 
não outorga a mesma prerrogativa ao governador e prefeito. 
Acontece que a Constituição só trata do processo legislativo 
federal, mas o processo legislativo é norma de observância 
obrigatória para os Estados e Municípios (em decorrência do 
princípio da simetria). Diante do exposto, a Constituição 
 
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Estadual pode atribuir ao Governador a prerrogativa de 
editar medida provisória, e quando o fizer, deve observar as 
normas gerais regulamentadoras da medida provisória 
previstas para o processo legislativo federal (atualmente, 
somente Tocantins, Acre e Santa Catarina concederam essa 
prerrogativa ao Governador). O STF, com base no princípio 
da simetria, adotou o entendimento de que é constitucional a 
adoção por parte dos estados da sistemática das medidas 
provisórias. Ainda assim, o artigo 25, §2º da CRFB/88 (que 
trata do gás canalizado) veda que matérias em relação à gás 
canalizado sejam tratadas por meio de medida provisória (se 
tem vedação expressa para um caso específico, conclui-se que 
no geral, é possível o uso de medida provisória por parte dos 
Estados). No que se refere aos prefeitos, não há decisão do 
STF a respeito do assunto, mas na doutrina, o raciocínio é 
praticamente o mesmo que se faz em relação ao governador: 
em razão do princípio da simetria, as leis orgânicas 
municipais podem prever a utilização de medida provisória 
por parte do prefeito. Resta saber se para que o Município 
tenha essa prerrogativa em sua lei orgânica é necessário que 
o Estado tenha adotado em sua Constituição tal prerrogativa 
para o Governador: surge divergência na doutrina, mas 
Marcelo Novelino entende que parece mais aceitável o 
 
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entendimento de que é necessário que o Estado do qual o 
Município faz parte tenha adotado em sua Constituição 
Estadual a possibilidade de medida provisória para o 
Governador (a lei orgânica municipal deve ser simétrica a 
Constituição da República e à Constituição Estadual – dupla 
simetria da lei orgânica municipal); 
 
 
- Recurso Extraordinário: 
- está previsto na CRFB/88, mais precisamente no artigo 102, III; 
- ainda há tratamento dado pela lei 11.418/06 que alterou o CPC; 
- dúvida: pode o STF atribuir efeito suspensivo ao recurso 
extraordinário? Na jurisprudência do STF, excepcionalmente, ele tem 
admitido a possibilidade de conferir efeito suspensivo a tal recurso 
(dentre essas hipóteses excepcionais, podemos citar a de risco de 
ineficácia da prestação jurisdicional e também quando a matéria 
constitucional de fundo esteja sendo discutida pelo plenário); 
 
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- no Recurso Extraordinário, a petição de recurso deve observar alguns 
aspectos específicos: 
a) a petição deve conter uma preliminar formal de repercussão 
geral (essa exigência passou a ocorrer a partir de 03/05/07). A 
competência para analisar tal preliminar é concorrente entre o 
tribunal de origem (ou turma recursal) e o STF14; 
b) indicação expressa do dispositivo autorizador da interposição; 
c) preceito constitucional teoricamente violado pela decisão 
recorrida; 
- nos termos do artigo 102, III da CRFB/88 “compete ao STF, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe julgar, mediante 
recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância 
(esgotamento das vias recursais ordinárias)15 quando a decisão 
recorrida (prequestionamento)”: ver alíneas na CRFB/88; 
- medida cautelar e liminar são decisão provisórias, não 
definitivas, nesse caso, o STF não tem admitido a interposição de 
 
14
 Lembrando que a análise de repercussão geral é exclusiva do STF. O tribunal de origem vai apenas analisar a 
presença da preliminar de repercussão geral, mas não vai adentrar no mérito e dizer se há ou não repercussão 
geral. O STF somente pode rejeitar a alegação de repercussão geral por 2/3 dos Ministros. 
15
 Nesse sentido, a súmula 281 do STF. 
 
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Recurso Extraordinário, uma vez que ainda não se esgotaram as 
vias ordinárias; 
- o prequestionamento é item indispensável na peça recursal do 
Recurso Extraordinário. Prequestionamento consiste na 
demonstração de que os dispositivos constitucionais apontados 
como violados foram enfrentados na decisão ou em embargos de 
declaração. Há duas súmulas do STF tratando do tema: a primeira 
é a súmula 282 que diz que “é inadmissível o recurso 
extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a 
questão federal suscitada” e a segunda é a súmula 356 que diz que 
“o ponto omisso da decisão sobre o qual não foram opostos 
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso 
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”; 
- o conjunto fático probatório: o STF entende que não é cabível o 
recurso extraordinário quando for necessário o reexame de 
provas, ou seja, o conjunto fático probatório já deve vir de baixo, 
não cabendo ao STF a análise desse conjunto, a moldura fática já 
deve vir delineada das instâncias inferiores; 
- alíneas do artigo 102: 
a) quando a decisão recorrida contrariar dispositivo 
dessa Constituição; 
 
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- nesse caso o STF entende que para cabimento do 
recurso extraordinário a violação deve ser direta, não 
pode ser uma violação reflexa da Constituição; 
- a súmula
280 do STF diz que “por ofensa a direito local 
não cabe recurso extraordinário”, assim, se a violação foi 
de direito local, e não da Constituição diretamente, não 
cabe recurso extraordinário; 
- a súmula 636 diz que “não cabe recurso extraordinário 
por contrariedade ao princípio constitucional da 
legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a 
interpretação dada a norma infraconstitucional [...]”; 
b) quando a decisão recorrida declarar a 
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
- não cabe recurso extraordinário no caso de não-
recepção (portanto, se a norma é anterior a Constituição 
ou anterior ao parâmetro constitucional invocado, não 
cabe recurso extraordinário, uma vez que não se trata de 
norma inconstitucional – já que no Brasil não há 
inconstitucionalidade superveniente); 
c) quando a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de 
governo local em face da Constituição Federal; 
 
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- antes, alguns costumavam dizer que a lei municipal 
somente poderia ser controlada pelo STF por recurso 
extraordinário, mas atualmente, na ADPF lei municipal 
também pode ser objeto de controle perante o Supremo 
Tribunal Federal; 
- quando a Constituição Estadual tem uma norma de 
observância obrigatória16 violada (e apenas nessa 
hipótese), da decisão do Tribunal de Justiça Estadual 
cabe um Recurso Extraordinário para o Supremo 
Tribunal Federal que analisará a lei contestada em face 
da Constituição Federal (não em face da Constituição 
Estadual como fez o Tribunal de Justiça Estadual). A lei 
municipal pode ser objeto de controle concentrado 
abstrato ou do controle difuso concreto (esse último é o 
caso mais comum); 
d) quando a decisão recorrida julgar válida lei local em 
face de lei federal; 
- esta competência era atribuída ao STJ antes da EC/45, 
mas tendo em vista que não há hierarquia entre Leis 
 
16
 Exemplos de normas de observância obrigatória: requisitos para criação da CPI; normas relativas ao TCU; 
normas relativas ao processo legislativo; 
 
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Municipais, Estaduais e Federais, quando uma lei é 
contestada em face da outra, deve-se analisar a 
Constituição Federal para ver se determinada lei invadiu 
a competência de outra lei, por isso essa análise passou a 
ser feita pelo STF; 
 
- repercussão geral: 
- tal exigência foi feita pela EC/45 e regulamentada pela lei 
11.418/06; 
- essa exigência mostra que o recurso extraordinário vem 
perdendo a sua feição subjetiva para assumir a sua função de 
defesa da ordem constitucional objetiva (função de defesa da 
supremacia da Constituição); 
- é um requisito prejudicial e antecedente de admissibilidade 
recursal (atua como uma espécie de filtro recursal para 
admissibilidade do recurso extraordinário); 
- a lei 11.418/06 trouxe alterações apenas no CPC, não trazendo 
alteração para o CPP, daí resta a dúvida se no caso de Recurso 
Extraordinário para o processo penal exige-se a repercussão 
geral: segundo o STF, sim, uma vez que mesmo a lei alterando 
 
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apenas o CPC, ela também se aplica em matéria criminal no que se 
refere à repercussão geral – a intenção da constituição ao exigir 
esse requisito foi em utilizá-lo para toda e qualquer decisão; 
- finalidades da repercussão geral: 
-> firmar um papel do STF como corte constitucional; 
-> delimitar a competência do STF (no que se refere aos 
recursos extraordinários) às questões relevantes do ponto de 
vista social, econômico, político e jurídico que transcendam 
os interesses subjetivos das partes – é o famoso binômio 
“relevância e transcendência”; 
-> uniformizar a interpretação constitucional para evitar que 
o STF decida várias vezes uma mesma questão; 
- transcendência dos motivos (efeitos transcendentes dos motivos 
determinantes): 
- o STF ainda não decidiu de forma definitiva se deve haver ou não 
a transcendência dos motivos (ou seja, se os motivos vinculam ou 
não), e muito menos quais os casos prováveis de aplicação de tais 
motivos; 
 
- Reclamação Constitucional: 
 
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- o STF, através de sua jurisprudência, criou o instituto da reclamação 
constitucional, se baseando na “teoria dos poderes implícitos” (tal 
teoria quer dizer que se a constituição dá para um órgão determinados 
poderes e estabelece determinados fins, significa que ela contemplou 
também os meios necessários para atingi-los); 
- é cabível tanto no STF (art. 102, I, “e”) tanto no STJ (art. 105, I, “f”); 
- quanto à natureza da reclamação, a teoria aparentemente dominante 
é a de Pontes de Miranda, que diz que a reclamação tem natureza de 
uma ação propriamente dita; 
- outra questão que foi muito discutida era se a natureza de tal medida 
era jurisdicional ou meramente administrativa: atualmente, o 
entendimento pacífico é de que se trata de uma medida jurisdicional 
(primeiramente, porque tem o poder de alterar decisões judiciais, e 
depois porque produz coisa julgada); 
- objeto da reclamação: 
- a reclamação tem uma dupla função “político-jurídica”; 
- a primeira função da reclamação é preservar a competência e a 
segunda função é garantir a autoridade das decisões; 
- a decisão atacada pela reclamação constitucional pode ser tanto 
em controle abstrato quanto em controle concreto; 
 
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- legitimidade ativa: 
- na reclamação constitucional, qualquer pessoa atingida pela 
decisão pode ajuizar (não existe um rol de legitimados, como no 
caso da ADI, da ADC, da ADPF); 
 
- Súmula Vinculante: 
- também foi uma inovação da EC/45; 
- na CRFB/88 a súmula vinculante está prevista no artigo 103-A e está 
regulamentada pela lei 11.417/06; 
- a súmula vinculante promove uma aproximação entre o controle 
difuso e o controle abstrato (uma vez que vincula as decisões); 
- natureza da súmula vinculante: 
1ª Posição -> Natureza Legislativa (Lênio Streck) 
- tem natureza legislativa porque tem o poder de elaborar 
norma geral e abstrata; 
2ª Posição -> Natureza Jurisdicional (Jorge Miranda) 
- tem natureza jurisdicional uma vez que necessita de 
provocação e do julgamento de diversos casos anteriores; 
 
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3ª Posição -> “Tertium Genus” (Cappelletti) 
- ela estaria situada entre o concreto dos atos jurisdicionais e 
o abstrato dos atos legislativos; 
4ª Posição -> Natureza Constitucional (prevalece em prova 
objetiva) 
- enquanto a súmula comum tem natureza processual, a 
súmula vinculante tem natureza constitucional. Como diz 
Celso de Mello, a súmula vinculante é uma norma de decisão; 
- objetivo da súmula vinculante (art. 103-A, §1º): 
- terá por objetivo a validade, a interpretação de determinadas 
normas e a eficácia
de normas determinadas, acerca das quais 
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a 
administração pública (principal destinatária da súmula 
vinculante) que acarrete grave insegurança jurídica e relevante 
multiplicação de processos sobre questão idêntica; 
- requisitos (art. 103-A): 
- a súmula vinculante pode surgir por iniciativa do próprio STF ou 
poderá haver uma provocação. São legitimados para provocar o 
STF os legitimados do artigo 103 da CRFB/88 (ou seja, os mesmos 
da ADI, ADC e ADPF), além do Defensor Público Geral da União, 
 
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dos tribunais, e dos municípios (desde que no curso do processo 
em que ele seja parte) – essa iniciativa está prevista no artigo 3º 
da lei 11.417/06, tanto no caput quanto no §1º. Tal regra vale 
tanto para a elaboração da súmula, como também para a revisão 
ou cancelamento da súmula; 
- reiteradas decisões sobre matéria constitucional: apesar do 
silêncio constitucional, essas decisões reiteradas devem ser no 
mesmo sentido, uma vez que, caso sejam divergentes, não está 
autorizada a criação da súmula. As normas devem ser 
constitucionais em sentido amplo, não necessitando ser 
constitucionais em sentido estrito, referindo-se a qualquer 
matéria prevista na constituição; 
- publicação: a súmula deve ser aprovada por 2/3 e deve ser 
publicada pra que ela comece a produzir efeito. O efeito temporal 
da súmula, em regra, será imediato (começa a produzir efeitos a 
partir da publicação no diário oficial, não tendo efeito retroativo, 
portanto, efeito “ex nunc”), porém, admite-se modulação temporal 
dos efeitos da súmula, podendo o STF conferir efeito “ex tunc” à 
súmula (para isso, deve fazê-lo expressamente) – tal regra 
encontra-se prevista no artigo 4º da lei 11.417/06; 
- efeito vinculante em relação aos demais órgãos do poder 
judiciário e à administração pública direta ou indireta na esfera 
 
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federal, estadual e municipal: o efeito vinculante da súmula é o 
mesmo efeito vinculante da ADI, ADC e ADPF, não atingindo todos 
os poderes públicos, mas somente o poder judiciário (com exceção 
do pleno do STF) e toda a administração pública. O poder 
legislativo não fica vinculado em relação a sua função legislativa, 
mas pode ficar vinculado em relação à sua função administrativa 
por exemplo; 
- a partir da súmula vinculante 11 o STF adotou o entendimento de que 
toda súmula vinculante tem efeito impeditivo de recursos; 
 
- Emenda Constitucional 62/09 e Precatórios: 
- o precatório é adotado no Brasil desde a Constituição de 1.934 como 
forma de pagamento de decisões judiciais proferidas contra a Fazenda 
Pública; 
- créditos decorrentes de prestação alimentícia também se submetem a 
regime de precatório, mas possui uma ordem especial. Apenas as 
obrigações definidas em lei como de pequeno valor não se submetem 
ao regime de precatório; 
 
 
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- é pago por meio de RPV, não 
se submetendo ao regime de 
precatórios; 
- é pago por meio de 
precatório 
observando uma 
ordem especial; 
- se 
submetem a 
ordem geral 
de pagamento 
de 
precatórios; 
- obrigação de pequeno valor 
para o município é de 60 
salários mínimos; 
- a prioridade será 
para os créditos cujos 
titulares tenham 60 
anos ou mais ou 
sofram de doença 
grave, desde que 
créditos em até 3 
vezes o valor do 
crédito de pequeno 
valor; 
 
- os estados e municípios - admite-se o 
 
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devem definir quais são os 
créditos de pequeno valor, mas 
o ADCT estabeleceu 
temporariamente para os 
Estados o valor de 40 salários 
mínimos e os Municípios de 30 
salários mínimos; 
fracionamento, 
podendo receber o 
teto com o privilégio 
de ordem e o restante 
sem o privilégio de 
ordem; 
- nos créditos de pequeno valor 
não há fracionamento, não 
podendo receber 60 salários 
mínimos por RPV e o restante 
por meio de precatórios; 
 
 
Observações: 
- segundo o STF, no caso de litisconsórcio ativo facultativo, o valor 
é contado por demanda, ou seja, por pessoa, e não sobre o valor 
total dos créditos somados; 
- sendo o pagamento efetuado dentro do prazo previsto na 
constituição, não haverá a fluência de juros, mas somente a 
 
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correção monetária (na data do pagamento já é feita a correção 
monetária, não expedindo outro precatório para correção); 
- passado o prazo constitucional para o pagamento, além da 
correção monetária, serão devido juros de mora; 
- hipóteses de seqüestro: 
- o preterimento do direito de precedência (logicamente, 
dentro da ordem cronológica daquele crédito); 
- não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação 
do débito; 
- não havendo o cumprimento da ordem de pagamento, pode 
ocorrer intervenção federal no Estado ou no Distrito Federal e 
também pode ocorrer intervenção estadual nos Municípios. 
Porém, segundo o STF a intervenção somente seria possível no 
caso de descumprimento voluntário e intencional; 
- em caso de pagamento de juros de mora, o pagamento é feito 
através de precatório complementar

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