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26/09/2013 1 Evapotranspiração Prof. Glauco de Souza Rolim Dpto. de Ciências Exatas-DCE Disciplina: Agrometeorologia -Agronomia Definições Evapotranspiração (ET) = evaporação da água (do solo e da superfície de folhas, etc) mais a transpiração da água (pelas plantas e pelos animais) Definição: evaporação A evaporação é um processo físico de mudança de fase, passando do estado líquido para o estado gasoso. A evaporação de água na atmosfera ocorre de oceanos, lagos, rios, do solo e da vegetação úmida (evaporação do orvalho ou da água interceptada das chuvas) Evaporação da água das superfícies de água livre, vegetação úmida ou do solo Para que ocorra evaporação da água há a necessidade de energia para ‘quebrar’ a tensão superficial. Essa energia é chamada de calor latente de vaporização (E), que para 20°C corresponde a: E = 2,45 MJ/kg (a 20oC) Água ou Solo Definições: evaporação 26/09/2013 2 Definição: evaporação TsE .002361,0501,2 Para qualquer Temperatura: (MJ/ kg) ver animação bolha de água na estação espacial Imagem de átomos da superfície de uma gota de água (ilustrando a tensão superficial que forma uma “rede” que segura a bolha de água) Definição: Transpiração-plantas Transpiração – Teoria da Coesão Evaporação O abaixamento do potencial hídrico da atmosfera (ar) promove a evaporação das paredes celulares. Isso promove a redução do potencial hídrico nas paredes celulares e no citoplasma Coesão (no xilema) A coluna de água no xilema é mantida por coesão das moléculas de água nos vasos. Bolhas de ar bloqueia o movimento Absorção de água (do solo) O menor potencial hídrico das raízes provoca a entrada de água. A área de absorção depende da quantidade de radículas. A água se move através da endoderme por osmose solo = - 0,1 a - 2 atm raíz = - 1 a - 10 atm folhas = - 5 a - 40 atm ar = - 100 a - 1000 atm A transpiração é um processo biofísico pelo qual a água que passou pela planta, fazendo parte de seu metabolismo, é transferida para a atmosfera preferencialmente pelos estômatos, obedecendo uma série de resistências desde o solo, passando pelos vasos condutores (xilema), mesófilo, estômatos e finalmente indo para a atmosfera. Definição: Transpiração-animais 100 50 0 Arai et al., 2007 Função das condições do ambiente + outros fatores Biofísicos... Idade, camada de Pêlos, gordura, tx metabolismo,.. Vamos focar nossos estudos em áreas Vegetadas com cultivos agrícolas Definição: Evapotranspiração (ET) Como é praticamente impossível se distinguir o vapor d´água proveniente da evaporação da água no solo e da transpiração das plantas, a evapotranspiração é definida como sendo o processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera por evaporação da água do solo e da vegetação úmida e por transpiração das plantas. 26/09/2013 3 Importância da ET: Ciclo Hidrológico Importância: Bacia Hidrológica e local Prec. ET Q Micro-bacia Hidrográfica Determinação da Vazão de rios em Bacias Hidrográficas Prec. ET Determinação do armazenamento de água nos solos Importância: ET x Produtividade Girassol, Argentina (Grassini et al., 2009) Trigo, China (Zhang et al., 2004) Milho, Marrocos (Bouazzama et al., 2012) Alfafa, California (Grismer, 2001) Geleiras 99,36% Lagos 0,33% Lagos Salinos 0,28% Atmosfera 0,03% Rios e Córregos 0,003% Importância: Irrigação racionalizada A quantidade de água disponível para irrigação por rios e córregos no mundo Corresponde a 0,003% do total De água do planeta, ou seja, É necessário boas práticas de irrigação para sustentabilidade Ou seja, a determinação de ET deve ser feita de forma mais acurada possível Superfície 77,78% Subterrânea 22,22% Oceanos 97,22% Água doce 2,78% Água realmente disponível Corresponde a 0,003% do total do planeta Água doce Água superficial Total 26/09/2013 4 Importância: Irrigação Área de pastagens naturais e plantadas em marrom < 700 mm 700-800 mm 800-900 mm > 1200 mm 900-1000 mm 1000-1100 mm 1100-1200 mm “Torneira” “Chave Geral” Similarmente a: Mecanismo Fundamental: Evapotranspiração Dalton (1934): explica o processo de ET na atmosfera (considera que o solo não tem restrição hídrica) ET = ( esuperfície - esup acima) x f(vento) esuperficie evaporante esup acima Temperatura, Pressão atmosférica, Vento, Radiação, ... Temperatura, Pressão atmosférica, Vento, Radiação, ... (atmosfera adjacente à Folha, solo, ...) (atmosfera ‘acima’) Qto > De E > vento: > ET!! Disponibilidade de água do solo (Armazenamento, ARM) Balanço Hídrico: (=contabilização da água do solo) se o solo estiver com baixo ARM (falta de água) a ET é diminuida 1) 2) De : déficit de pressão parcial de vapor (Kpa) Então, a ET é determinada pela disponibilidade de H2O no solo e regulada Pelas condições meteorológicas 26/09/2013 5 Mecanismo Fundamental: Evapotranspiração 1) Qual ambiente tem maior ET ? (supondo que o solo tenha água) com alta umidade atmosférica? ou baixa? ... > De !! Mecanismo Fundamental: Evapotranspiração 2) Qual ambiente tem maior ET ? (supondo que o solo tenha água e mesmas condições meteorológicas) Com planta com alta área foliar? ou Baixa ? Eucalipto IAF= entre 6 e 7 Beterraba IAF= entre 2 e 3 )( )( )( 2 2 msolodoárea mfoliarárea IAFfoliaráreadeÍndice Mecanismo Fundamental: Evapotranspiração J F M A M J J A S O N D 150 100 50 0 (Adaptado de Strahler e Strahler, 1989) Região Tropical (10°S) Latitudes Médias ( 20°S) Latitudes Altas (40°S) Mediterrâneo (40°N) E v a p o tr a n s p ir a ç ã o m é d ia (m m /m ê s ) Evapotranspiração em função da disponibilidade de Energia (balanço de energia) Mecanismo Fundamental: Evapotranspiração P a rt iç ã o d a e v a p o tr a n s p ir a ç ã o Transpiração + evaporação Ín d ic e d e á re a f o lia r (L A I) ( m 2 fo lh a m -2 te rr e n o ) Emergência Colheita 26/09/2013 6 Tipos de Evapotranspiração Evapotranspiração Potencial ou de Referência (ETP ou ETo) “ Real (ETR) “ de cultivo (ETc) “ Real de cultivo (ETr) “ de Oásis (ETO) Evapotranspiração Potencial (ETP, ETo) =“Evapotranspiração de Referência” ou ...“Potencial de Evapotranspiração” ou... Evapotranspiração teórica máxima Cultivo Padrão= GRAMA (IAF 3) Crescimento ativo Ampla área de bordadura ET depende somente das condições meteorológicas Dessa forma a ET é uma variável meteorológica que expressa o potencial de evapotranspiração da região CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS Saldo de Radiação Temperatura, UR Velocidade do vento,... + = ETP SEM RESTRIÇÃO HÍDRICA Evapotranspiração Potencial (ETP, ETo) Normalmente a ETP é mensurada ou estimada em estações meteorológicas padrão Para servir como base para estrapolação para os cultivos da região Quando: Qg T vento e UR temos ETP Evapotranspiração Real (ETR) é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de ETP, porém, com ou sem restrição hídrica (depende do Balanço Hídrico). Cultivo Padrão= GRAMA (IAF 3) Ampla área de bordadura ET depende das condições meteorológicas e da umidade do solo CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS Saldo de Radiação Temperatura, UR Velocidade do vento,... + = ETR COM OU SEM RESTRIÇÃO HÍDRICA 26/09/2013 7 Evapotranspiração Real (ETR) Como a ETR pode ter restrição hídrica ela sempre é menor ou igual e ETP (sem restrição) ETPETR Se ETR = 9 mm e ETP = 10 mm .... O gramado deixou de evapotranspirar 1 mm em relação ao “máximo teórico” ETP ETR OU, Se fizermos: Chamado de evapotranspiração Relativa (ETrel) Teremos: 9/10 = 0,9 x 100 = 90% o gramado evapotranspirou 90% do máximo naquele período É claro, ... Se o vlr de ETR= ETP, teremos ETrel=1 ... Ou seja, o máximo que era para evapotranspirar: evapotranspirou! Evapotranspiração Real (ETR) Outro conceito importante é a fração-p do solo ou água facilmente disponível (AFD): que corresponde a quantidade de água que o solo pode secar sem que as plantas diminuam seu desenvolvimento Crop Maximum Root Depth 1 (m) Depletion Fraction 2 (for ET 5 mm/day) p a. Small Vegetables Broccoli 0.4-0.6 0.45 Brussel Sprouts 0.4-0.6 0.45 Cabbage 0.5-0.8 0.45 Carrots 0.5-1.0 0.35 Cauliflower 0.4-0.7 0.45 Celery 0.3-0.5 0.20 Garlic 0.3-0.5 0.30 Lettuce 0.3-0.5 0.30 Onions - dry 0.3-0.6 0.30 - green 0.3-0.6 0.30 - seed 0.3-0.6 0.35 Spinach 0.3-0.5 0.20 Radishes 0.3-0.5 0.30 b. Vegetables - Solarium Family (Solanaceae) Egg Plant 0.7-1.2 0.45 Sweet Peppers (bell) 0.5-1.0 0.30 Tomato 0.7-1.5 0.40 c. Vegetables - Cucumber Family (Cucurbitaceae) Cantaloupe 0.9-1.5 0.45 Cucumber - Fresh Market 0.7-1.2 0.50 - Machine harvest 0.7-1.2 0.50 Pumpkin, Winter Squash 1.0-1.5 0.35 Squash, Zucchini 0.6-1.0 0.50 Sweet Melons 0.8-1.5 0.40 Watermelon 0.8-1.5 0.40 d. Roots and Tubers Beets, table 0.6-1.0 0.50 Cassava - year 1 0.5-0.8 0.35 - year 2 0.7-1.0 0.40 Parsnip 0.5-1.0 0.40 Potato 0.4-0.6 0.35 Sweet Potato 1.0-1.5 0.65 Turnip (and Rutabaga) 0.5-1.0 0.50 Sugar Beet 0.7-1.2 0.553 e. Legumes (Leguminosae) Beans, green 0.5-0.7 0.45 Beans, dry and Pulses 0.6-0.9 0.45 Beans, lima, large vines 0.8-1.2 0.45 Chick pea 0.6-1.0 0.50 Fababean (broad bean) - Fresh 0.5-0.7 0.45 - Dry/Seed 0.5-0.7 0.45 Grabanzo 0.6-1.0 0.45 Green Gram and Cowpeas 0.6-1.0 0.45 Groundnut (Peanut) 0.5-1.0 0.50 Lentil 0.6-0.8 0.50 Peas - Fresh 0.6-1.0 0.35 - Dry/Seed 0.6-1.0 0.40 Soybeans 0.6-1.3 0.50 f. Perennial Vegetables (with winter dormancy and initially bare or mulched soil) Artichokes 0.6-0.9 0.45 Asparagus 1.2-1.8 0.45 Mint 0.4-0.8 0.40 Strawberries 0.2-0.3 0.20 g. Fibre Crops Cotton 1.0-1.7 0.65 Flax 1.0-1.5 0.50 Sisal 0.5-1.0 0.80 h. Oil Crops Castorbean (Ricinus) 1.0-2.0 0.50 Rapeseed, Canola 1.0-1.5 0.60 Safflower 1.0-2.0 0.60 Sesame 1.0-1.5 0.60 Sunflower 0.8-1.5 0.45 i. Cereals Barley 1.0-1.5 0.55 Oats 1.0-1.5 0.55 Spring Wheat 1.0-1.5 0.55 Winter Wheat 1.5-1.8 0.55 Maize, Field (grain) (field corn) 1.0-1.7 0.55 Maize, Sweet (sweet corn) 0.8-1.2 0.50 Millet 1.0-2.0 0.55 Sorghum - grain 1.0-2.0 0.55 - sweet 1.0-2.0 0.50 Rice 0.5-1.0 0.204 j. Forages Alfalfa - for hay 1.0-2.0 0.55 - for seed 1.0-3.0 0.60 Bermuda - for hay 1.0-1.5 0.55 - Spring crop for seed 1.0-1.5 0.60 Clover hay, Berseem 0.6-0.9 0.50 Rye Grass hay 0.6-1.0 0.60 Sudan Grass hay (annual) 1.0-1.5 0.55 Grazing Pasture - Rotated Grazing 0.5-1.5 0.60 - Extensive Grazing 0.5-1.5 0.60 Turf grass - cool season 5 0.5-1.0 0.40 - warm season 5 0.5-1.0 0.50 k. Sugar Cane 1.2-2.0 0.65 l. Tropical Fruits and Trees Banana - 1st year 0.5-0.9 0.35 - 2nd year 0.5-0.9 0.35 Cacao 0.7-1.0 0.30 Coffee 0.9-1.5 0.40 Date Palms 1.5-2.5 0.50 Palm Trees 0.7-1.1 0.65 Pineapple 0.3-0.6 0.50 Rubber Trees 1.0-1.5 0.40 Tea - non-shaded 0.9-1.5 0.40 - shaded 0.9-1.5 0.45 m. Grapes and Berries Berries (bushes) 0.6-1.2 0.50 Grapes - Table or Raisin 1.0-2.0 0.35 - Wine 1.0-2.0 0.45 Hops 1.0-1.2 0.50 n. Fruit Trees Almonds 1.0-2.0 0.40 Apples, Cherries, Pears 1.0-2.0 0.50 Apricots, Peaches, Stone Fruit 1.0-2.0 0.50 Avocado 0.5-1.0 0.70 Citrus - 70% canopy 1.2-1.5 0.50 - 50% canopy 1.1-1.5 0.50 - 20% canopy 0.8-1.1 0.50 Conifer Trees 1.0-1.5 0.70 Kiwi 0.7-1.3 0.35 Olives (40 to 60% ground coverage by canopy) 1.2-1.7 0.65 Pistachios 1.0-1.5 0.40 Walnut Orchard 1.7-2.4 0.50 Google: (Table 22 FAO) Evapotranspiração Real (ETR) Temos então: ETR = ETP enquanto a umidade do solo estiver dentro da AFD ETR/ETP= Ks Umidade do solo “0” Água facilmente disponível (AFD) (o solo pode perder sem que haja danos às plantas) 1,0 qCC Umidade na ‘capacidade de campo’ Qual ambiente tem maior ET ? (supondo que o solo tenha água, casos A e B) com alta umidade atmosférica? ou baixa? Deserto (solo com pouca água) ETP ou ETR? ETP (isto é: o potencial de evapotranspiração) maior no ambiente com maior energia: Deserto, ambiente ensolarado e/ou quente (Caso C, B) ETR (isto é: que realmente ocorre...) maior com disponibilidade de água E energia (Caso B) Caso A Caso B Caso C Depende !! 26/09/2013 8 Evapotranspiração de Cultivo (ETc=kc.ETP) O ETc é definido como a evapotranspiração de um cultivo em determinada etapa (fase fenológica) de seu desenvolvimento em condições ótimas de desenvolv. (é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de ETP, porém, em um cultivo de interesse ) Kc é chamado de coeficiente de cultivo O kc depende do tipo de planta (resistência à passagem de água e do IAF) Ampla área de bordadura ETc depende das condições meteorológicas e do tipo de cultivo x = ETc SEM RESTRIÇÃO HÍDRICA E EM CONDIÇÕES ÓTIMAS DE DESENVOLVIMENTO ETP kc Evapotranspiração de Cultivo Variação de Kc com o desenvolvimento de cultivos anuais Kc médio Kc final Estabele- cimento Desenvolvimento Vegetativo Florescimento e Frutificação Maturação Tempo (dias) Observa-se que os valores de Kc acompanham basicamente a área foliar da cultura. No caso das culturas anuais o Kcini varia de 0,3 a 0,5, Kc médio de 0,8 a 1,2, e o Kc final de 0,4 a 0,7, dependendo do tipo de cultura. No caso de culturas perenes ou árvores, os valores de Kc também irão variar de acordo com o IAF e o tipo de cultura. Veja a seguir as diferenças nos estágios de desenvolvimento entre os diversos tipos de cultura, inclusive a de referência. Coeficiente de cultivo: kc Evapotranspiração de Cultivo Comparação dos estágios de desenvolvimento (e do IAF) de diferentes tipos de cultivo e da cultivo de referência (grama) Estação de Crescimento Anual Capins Perenes Cultivos Perenes Árvores Cultivo de referência (gramado) Tipo de Cultivo Início Desenv. Vegetativo Meia-estação Final da estação 26/09/2013 9 Evapotranspiração Real de cultivo (ETr) ETr é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de ETc, porém, com ou sem restrição hídrica. Sempre ETr ≤ ETc (similarmente a ETR ≤ ETP) “Tipo de planta e IAF” “Consumo de água do solo” Evapotranspiração de Oásis (ETO) é a evapotranspiração de uma área vegetada úmida (irrigada) que é circundada por uma extensa área seca, de onde provém energia por advecção (calor sensível, H´), a qual aumenta a quantidade de energia disponível para a ET. ETR (grama) ETc Vento ETO Evapotranspiração de Oásis (ETO) Efeito Varal Curva de Evapotranspiração Vento Predominante Real Seco Transição Área Tampão Úmido Oásis + Bal. Horizontal Bal. Vertical Potencial Bal. Vertical é a evapotranspiração de uma área vegetada úmida (irrigada) que é circundada por uma extensa área seca, de onde provém energia por advecção (calor sensível, H´), a qual aumenta a quantidade de energia disponível para a ET. A figura ao lado mostra os diferentes tipos de ET descritos anteriormente. Na área seca tem-se ETR, limitada pelas condições de umidade do solo. Na área irrigada (bordadura ou área tampão) tem-se ETO, a qual é condicionada pelos balanços vertical (Rn) e horizontal (H´) de energia. No centro da área úmida tem-se ETP, a qual depende única e exclusivamente do balanço vertical de energia. + Evapotranspiração de Oásis (ETO) ETO = ETP * Ko Ko Área circundante seca (vegetação morta) Área circundante gramada Extensão da área úmida Limite superior do Ko Dados válidos para UR = 30%, U2m = 2 m/s, altura da vegetação úmida = 2m e IAF = 3. Área seca Área úmida Vento ETO ao lado da área seca= 2.5XETP já a 300m ETOETP 26/09/2013 10 Fatores determinantes da Evapotranspiração Fatores Climáticos: saldo de radiação, temperatura do ar, umidade relativa do ar e velocidade do vento Umidade do solo Fatores do cultivo: altura, área foliar, tipo de cultivo,albedo, profundidade do sistema radicular. Fatores de Manejo e do Solo: espaçamento/densidade de plantio, orientação de plantio, uso de cobertura morta (plantio direto), capacidade de armazenamento do solo, impedimentos físicos/químicos, uso de quebra-ventos, etc... ETP ou ETo ETR ETc ETr Cultivo padrão (grama, alfafa) Cultivo qualquer ETO Medidas da evaporação e evapotranspiração Medidas da evaporação Tanque de 20m2 Parafuso micrométrico O tanque de 20m2 é utilizado para medir a evaporação (E20). Suas medidas se assemelham às obtidas em lagos. Portanto, sofre pouca influência de fatores externos, dado o grande volume de água que ele contém. ELago = E20 A evaporação é medida com tanques evaporimétricos, onde obtém-se a lâmina de água evaporada de uma determinada área. Depois podemos aplicar um método para transformar a evaporação em evapotranspiração (a ser discutido mais adiante) Medida da evaporação Tanque GGI-3000 (área de 3000 cm2) Como os tanques Classe A e o GGI-3000 são menores e contém um volume de água muito menor do que o tanque de 20m2, o volume de água evaporado nesses evaporímetros costuma ser superior. A relação entre as evaporações que ocorrem nesses três tipos de tanque evaporimétricos são apresentados a seguir. Área de 1,15 m2 Medidas da evaporação 26/09/2013 11 Medida da evaporação E20 = 0,76*ECA = 0,95*EGGI Existe uma proporcionalidade entre esses três tanques de medida da evaporação. Essa relação entre eles foi determinada para Piracicaba por Oliveira (1971): Já Volpe e Oliveira (2003) em Jaboticabal obtiveram as seguintes relações: E20 = 0,75*ECA = 0,85*EGGI Tanque Classe A Tanque GGI-3000 (área de 3000 cm2) Como as relações apresentadas por Volpe e Oliveira (2003) para Jaboticabal foram baseadas numa série de dados mais longa, essas parecem ser mais confiáveis. Exemplo: E20 = 5 mm/d irá corresponder a ECA = 6,7 mm/d e EGGI = 5,9 mm/d Medidas da evaporação Medida de Evapotranspiração Medidas da evapotranspiração Princípio: (mais simples) diferença de peso de um dia para outro! DPeso = quanto de água evapotranspirou Lisímetros (Lisós – peso) ou evapotranspirômetros Medida de Evapotranspiração A evapotranspiração é medida com tanques vegetados denominados de lisímetros ou evapotranspirômetros, que servem para determinar qualquer tipo de ET. Lisímetros de drenagem Lisímetros de pesagem Montagem de um lisímetros Lisímetro de balança Medidas da evapotranspiração Medida de Evapotranspiração Lisímetro de pesagem para a medida da ET do cafeeiro Lisímetro de pesagem para a medida da ET da cultura do milho Medidas da evapotranspiração 26/09/2013 12 Medida de Evapotranspiração Medidas da evapotranspiração Exemplo em citros: Métodos de estimativa da ETP ou ETo Métodos de estimativa da ETP ou ETo Método de Thornthwaite (1948) Método empírico baseado apenas na temperatura média do ar, sendo esta sua principal vantagem. Foi desenvolvido para condições de clima úmido e, por isso, normalmente apresenta sub-estimativa da ETP em condições de clima seco. Apesar dessa limitação, é um método bastante empregado para fins climatológicos, na escala mensal. Esse método parte de uma ET padrão (ETp), a qual é a ET para um mês de 30 dias e com N = 12h. A formulação do método é a seguinte: ETP = ETp * COR (mm/mês) ETp = 16 (10 Tm/I)a (se 0 ≤ Tm < 26,5oC) ETp = -415,85 + 32,24 Tm – 0,43 Tm2 (se Tm 26,5oC) I = 12 (0,2 Ta)1,514 sendo Ta = temp. média anual normal a = 0,49239 + 1,7912 10-2 I – 7,71 10-5 I2 + 6,75 10-7 I3 COR = N/12 * NDP/30 sendo N = fotoperíodo do mês em questão NDP = dias do período em questão Método de Thornthwaite (1948) Exemplo Local: Piracicaba (SP), latitude 22o42´S Janeiro – Tmed = 24,4oC, N = 13,4horas, NDP = 31 dias, Ta = 21,1oC I = 12 (0,2 21,1)1,514 = 106,15 a = 0,49239 + 1,7912 10-2 (106,15) – 7,71 10-5 (106,15)2 + 6,75 10-7 (106,15)3 = 2,33 ETp = 16 (10 24,4/106,15)2,33 = 111,3 mm/mês ETP = 111,3 * COR COR = 13,4/12 * 31/30 ETP = 111,3 * 13,4/12 * 31/30 = 128,4 mm/mês ETP = 128,4 mm/mês ou 4,14 mm/dia 26/09/2013 13 Método de Camargo (1971) Método empírico, baseado no método de Thornthwaite. Sendo assim, apresenta as mesmas vantagens e restrições desse método. Apesar disso, tem uma vantagem a mais que é não necessitar da temperatura média anual normal. No entanto, considera a irradiância solar extraterrestre (Qo), a qual é fornecida por tabelas. ETP = 0,01 * (Qo/2,45) * Tmed * NDP Qo = 37,6(d/D2)[(p/180)hn senf.send + cosf.cosd.senhn] hn = arcos[ -tan f. tan d] f= Latitude (em graus e negativo para hemisfério sul) d = declinação solar = 23,45 sen [(360/365).(NDA – 80)] NDA= dia juliano (1-365) (d/D)2 = 1 + 0,033 cos (360 NDA / 365) NDP= número de dias do período, Tmed= temperatura média do período, Qo= irradiância solar no topo da atmosfera (MJ/m-2dia-1) Método de Camargo (1971) Local: Piracicaba (SP) – latitude 22o42´S Janeiro : Tmed = 24,4oC, Qo = 41,405 MJ m-2dia-1 (dado do dia 15/jan=média), NDP = 31 dias ETP = 0,01 * (41.405/2.45) * 24,4 * 31 = 127,8 mm/mês (4,12 mm/d) Exemplo Método de Hargreaves e Samani (1985) Método empírico, desenvolvido para a região de clima seco. Baseia-se na temperatura média do ar e na amplitude térmica. Tem como vantagem a sua aplicabilidade em climas áridos e semi-áridos, como no nordeste do Brasil. A desvantagem é sua limitação de uso para condições de clima úmido, quando apresenta super-estimativas. ETP = 0,0023 * (Qo/2.45) * (Tmax – Tmin)0,5 * (17,8 + Tmed) * NDP Local: Piracicaba (SP) – latitude 22o42´S Jan – Tmed = 24,4oC, Tmax = 32oC, Tmin = 18,8oC, Qo = 41,405 MJ m-2dia-1, NDP = 31 dias ETP = 0,0023 * 16,9 * (30 – 18,8)0,5 * (24,4 + 17,8) * 31 = 170,2 mm/mês (5,5 mm/d) Jul – Tmed = 19,5oC, Tmax = 26oC, Tmin = 13oC, Qo = 41,405 MJ m-2dia-1, NDP = 31 dias ETP = 0,0023 * 9,6 * (26 – 13)0,5 * (19,5 + 17,8) * 31 = 92,0 mm/mês (3,0 mm/d) Exemplo OBS: Observe que para o mês úmido (janeiro) em Piracicaba, o método de H&S superestimou a ETP em relação aos demais métodos. Por outro lado, no período seco do ano (julho), o método apresentou um resultado muito próximo do obtido pelo método de Thornthwaite-Camargo-Tef, mostrando sua boa estimativa para tais condições. Método do tanque Classe A Método empírico, baseado na proporcionalidade existente entre a evaporação de água do tanque classe A (ECA) e a ETP, visto que ambas dependem exclusivamente das condições meteorológicas. A conversão de ECA em ETP depende de um coeficiente de proporcionalidade, denominado coeficiente do tanque (Kp). Kp depende por sua vez de uma série de fatores, sendo os principais o tamanho da bordadura, a umidade relativa do ar e a velocidade do vento. ETP = ECA * Kp O valor de Kp é fornecido por tabelas, equações, ou ainda pode-se empregar um valor fixo aproximado, caso não haja disponibilidade de dados de UR e U para sua determinação. Duas situações são consideradas para a obtenção do Kp. 26/09/2013 14 Coeficiente do tanque (Kp) Vento (km/d) Bordadura UR <40% 40 a 70% >70% Leve 1 0,55 0,65 0,75 (<175) 10 0,65 0,75 0,85 100 0,70 0,80 0,85 1000 0,75 0,85 0,85 Moderado 1 0,50 0,60 0,65 (175 a 425) 10 0,60 0,70 0,75 100 0,65 0,75 0,80 1000 0,70 0,80 0,80 Valores de Kp para o Caso A Vento (km/d) Bordadura UR <40% 40 a 70% >70% Leve 1 0,70 0,80 0,85 (<175) 10 0,60 0,70 0,80 100 0,55 0,65 0,75 1000 0,50 0,60 0,70 Moderado 1 0,65 0,75 0,80 (175 a 425) 10 0,55 0,65 0,70 100 0,50 0,60 0,65 1000 0,45 0,55 0,60 Valores de Kp para o Caso B Método do tanque Classe A Método do Tanque Classe A Exemplo Além das tabelas, Kp pode ser determinado pela seguinte equação (Snuder, 1992): Kp = 0,482 + 0,024 Ln (B) – 0,000376 U + 0,0045 UR B = bordadura, em m; U = velocidade do vento, em km/d; UR = umidade relativa do ar, em % Além disso, pode-se adotar um valor fixo de Kp, quando não se dispõe dos dados de B, U e UR: Kp = 0,7 a 0,8 Local: Piracicaba (SP) – latitude 22o42´S 25/02/2001 – ECA = 5,6 mm/d, UR = 68%, U = 2,0 m/s (172,8 km/d), B = 10m Kp Tabelado para o Caso A – Kp = 0,75 ETP = 0,75 * 5,6 = 4,2 mm/d Método de Priestley- Taylor (1972) Método físico, baseado no método original de Penman. O método de P&T considera que a ETP proveniente do termo aerodinâmico, ou seja, do poder evaporante do ar, é uma porcentagem da ETP condicionada pelo termo energético. Assim, mesmo levando em consideração o balanço de energia, esse método apresenta um componente empírico. ETP = 1,26 W (Rn – G) / Rn = saldo de radiação (MJ/m2d) G = Fluxo de calor no solo = 0,03 Rn (MJ/m2d) W = 0,407 + 0,0145 T (para 0oC < T < 16oC) W = 0,483 + 0,01 T (para T > 16oC) = 2,45 MJ/kg Exemplo Local: Piracicaba (SP) – latitude 22o42´S 25/02/2001 – Rn = 15 MJ/m2d, G = 0,45 MJ/m2d, Tmed = 25oC (W = 0,733) ETP = 1,26 * 0,733 * (15 – 0,45) / 2,45 ETP = 5,5 mm/d Método de Penman- Monteith Método físico, baseado no método original de Penman. O método de PM considera que a ETP é proveniente dos termos energético e aerodinâmico, os quais são controlados pelas resistências ao transporte de vapor da superfície para a atmosfera. As resistências são denominadas de resistência da cobertura (rs) e resistência aerodinâmica (ra). Para a cultura padrão, rs = 70 s/m. A figura acima mostra o conjunto de resistências que controlam o transporte de vapor para a atmosfera. A rs é o conjunto das resistências dos estômatos, cutícula e do solo. (Padrão FAO- 1991) 26/09/2013 15 Método de Penman- Monteith )34,01( 275 )( )(408,0 2 2 Us T eeU GRns ETP as Rn- Radiação Líquida Total diária (MJ m-2 d-1) G – Fluxo de calor no solo (MJ m-2 d-1) – Constante psicrométrica = 0,063 kPa °C-1 T – Temperatura média do ar (°C) U2- Velocidade do vento a 2 m (m s -1) ea – Pressão atual de vapor (kPa) es – Pressão de saturação de vapor (kPa) s – declividade da curva de pressão de vapor (kPa) 2)3,237( 4098 T e s s T T se 3,237 5,7 106108,0 100 URe e sa Método de Penman- Monteith Dia 30/09/2004 Rn = 8,5 MJ/m2d, G = 0,8 MJ/m2d, Tmax = 30oC, Tmin = 18oC, U2m = 1,8 m/s, URmax = 100% e URmin = 40% esTmax = 0,611 * 10 [(7,5*30)/(237,3+30)] = 4,24 kPa esTmin = 0,611 * 10 [(7,5*18)/(237,3+18)] = 2,06 kPa es = (4,24 + 2,06)/2 = 3,15 kPa T = (30 + 18)/2 = 24oC s = (4098 * 3,15) / (237,3 + 24)2 = 0,1891 kPa/oC URmed = (100 + 40)/2 = 70% ea = (70 * 3,15)/100 = 2,21 kPa De = 3,15 – 2,21 = 0,94 kPa ETP = [0,408*0,1891*(8,5-0,8) + 0,063*900/(24+273)*1,8*0,94]/[0,1891+0,063*(1+0,34*1,8)] ETP = 3,15 mm/d Avaliação do Método de Penman-Monteith para estimativa da ETo em diferentes condições climáticas Kenia (clima desértico) Avaliação do Método de Penman-Monteith para estimativa da ETo em diferentes condições climáticas Avaliação pelo trabalho de Camargo e Camargo, 2000: Thornthwaite: funciona bem em climas úmidos, satisfatório em climas frios (CAN), temperados (USA), tropical (SP) Thornthwaite e Penman: resultados semelhantes em climas úmidos Thornthwaite: subestima em climas áridos e pode superestimar em climas super-úmidos Tanque Classe-A: pode superestimar em região árida, recomenda-se enterrio do tanque Blaney Criddle: invernos secos superestima consideravalmente Camargo 71 = Thorthwaite 26/09/2013 16 Outros métodos citados por Doorenbos e Pruitt (1997) Exercício para próxima aula 1. Calcule a ETP (ou ETo) pelos métodos de A)Thornthwaite, B) Camargo, C)Tanque Classe A, D) Hargreaves e Samani, E) Priestley e Taylor e F) Penman-Monteith e compare com o valor obtido em lisímetro de pesagem (ETPlis) Dados: a) Tmed anual normal para Jaboticabal, igual a 28,9°C b) Coordenadas: Latitude: 21° 14’ 05”, Longitude 48º 17' 09“, Altitude 615,01 m c) Admitir bordadura da área do tanque classe A igual a 10 m d) Admitir G (Fluxo de calor sensível no solo) =0, Fotoperíodo (N)= 10,7 horas Data: 18/10/2010 (Temperatura média diária) Tmed = 25,0°C (Temperatura máxima diária) Tmax = 32,6°C (Temperatura mínima diária) Tmin = 17,4°C (Umidade relativa) UR =70,6% (Velocidade do vento a 2 metros) u2m =1,9 m/s (Evaporação do Tanque Classe A) ECA = 6,6 mm/dia (Radiação Líquida) Rn =14,79 MJ m-2dia-1 (Evapotranspiração medida em lisímetro de pesagem) ETPlis= 6,3 mm/dia