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MAKRON Books CAPÍTULO 1 EDITORA NÚMEROS REAIS Tudo o que vamos estudar no curso de Cálculo se referirá a conjuntos de números reais. Estudaremos funções que são definidas e assumem valores nesses con- juntos. Assim, ao estudarmos limite, continuidade, derivadas e integrais dessas funções, usaremos os fatos elementares a respeito dos números reais. Neste 1 2 capítulo, vamos analisar o conjunto dos números reais. Enunciaremos os axiomas básicos, deduziremos propriedades, e apresentaremos exemplos envolvendo estas propriedades. 1.1 CONJUNTOS NUMÉRICOS Os primeiros números conhecidos pela humanidade são os chamados inteiros positivos ou naturais. Temos então o conjunto N = {1, 2, 3, ...}. Os números —1, —2, —3, ... são chamados inteiros negativos. A união do conjunto dos números naturais com os inteiros negativos e o zero (0) define o conjunto dos números inteiros que denotamos por Z={0,±1,±2,±3,...}. 2 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Os números da forma mln, n O, m, n E Z, são chamados de frações e formam o conjunto dos números racionais. Denotamos: Q= {x I x mln , m, n e Z, n O}. Finalmente encontramos números que não podem ser representados na forma mln, n O, m, n e Z, tais como -& = 1,414 ..., n = 3,14159 ..., e = 2,71 ... . Estes números formam o conjunto dos números irracionais que denotaremos por Q'. Da união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais resulta o conjunto dos números reais, que denotamos por 1? = Qu Q' A seguir apresentaremos os axiomas, definições e propriedades referentes ao conjunto dos números reais. No conjunto dos números reais introduzimos duas operações, chamadas adi- ção e multiplicação que satisfazem os axiomas abaixo: 1.1.1 Fechamento. Se a e b e 1?, existe um e somente um número real denotado por a + b, chamado soma e existe um e somente um número real, denotado por ab (ou a x b, ou a - b) chamado produto. 1.1.2 Comutatividade. Se a, b e R entãoa+b=b+a e a-b=b-a. 1.1.3 Associatividade. Se a, b e c e R então a + (b + c) = (a + b) + c e a (b - c) = (a•b) • c. 1.1.4 Distributividade. Se a, b, c E 1? então a• (b + c) = ab + ac. 1.1.5 Existência de Elementos Neutros. Existem O e 1 e R tais que a + O = a e a • 1= a, para qualquer a E R. Números reais 3 1.1.6 Existência de Simétricos. Todo a E R tem um simétrico, denotado por —a, tal que a + (—a) = O. 1.1.7 Existência de Inversos. Todo a E IR, a � O tem um inverso, denotado por 1/a, tal que a • 1— a = 1. Usando 1.1.6 e 1.1.7 podemos definir a subtração e a divisão de números reais. 1.1.8 Subtração. Se a, b E IR, a diferença entre a e b, denotada por a — b, é definida por a — b = a + (—b). 1.1.9 Divisão. Se a,bEIReb � O, o quociente de a e b é definido por —a = a b• 1.2 DESIGUALDADES Para podermos dizer que um número real é maior ou menor que outro, deve- mos introduzir o conceito de número real positivo e uma relação de ordem. 1.2.1 Axioma de Ordem. No conjunto dos números reais existe um subconjunto denominado de números positivos, tal que: (i) se a E E, exatamente uma das três afirmações ocorre: a -= O; a é positivo; — a é positivo; (ii) a soma de dois números positivos é positiva; (iii) o produto de dois números positivos é . positivo. 1.2.2 Definição. O número real a é negativo se e somente se — a é positivo. 1.2.3 Os símbolos < (menor que) e > (maior que) são definidos: (i) a < b <=> b — a é positivo; (ii) a > b .:;=> a — b é positivo. 4 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 1.2.4 Os símbolos 5_ (menor ou igual que) e (maior ou igual que) são definidos: (i) a 5_ b <=> a < b ou a =-- b; (ii) a � b<=>a>boua=b. Expressões envolvendo os símbolos definidos acima são chamadas de DESI- GUALDADES. a<bea>b são desigualdades estritas enquanto a ^ bea � b são desigualdades não estritas. 1.2.5 Propriedades. Sejam a, b, c, d e N. (i) Sea>b eb>c, então a > c. (ii) Se a>bec> O, então ac > bc. (iii) Se a>be c< O, então ac < bc. (iv) Se a > b, então a+c>b+c para todo real c. (v) Sea>bec> d, entãoa+c>b+ d. (vi) Sea>b>Oec>d> O, então ac>bd. As propriedades enunciadas podem ser facilmente provadas usando-se as definições anteriores. Por exemplo: Prova da Propriedade i). (Sea>beb> c, então a > c). (def) Se a > b (a — b) > O. (def) Se b > c (b — c) > O. Usando 1.2.1 (ii), temos (a — b) + (b — c) > O (def) ou a—c>0a>c. Números reais 5 Prova da Propriedade ii). (Se a > b e c > O, então ac > bc). (def.) Se a > b (a — b) > O. Usando 1.2.1 (iii) temos (a — b) • c > O ou (ac — bc) > O e finalmente, pela definição, ac > bc. 1.3 VALOR ABSOLUTO 1.3.1 Definição. O valor absoluto de a, denotado por lal, é definido como lal = a, se a O lal = — a, se a < O. 1.3.2 Interpretação Geométrica. Geometricamente o valor absoluto de a, também chamado módulo de a, representa a distância entre a e O. Escreve-se então lal = . 1.3.3 Propriedades. (i) lxl < a <=> —a < x < a, onde a > O. (ii) >a<=>x>aoux<—a, onde a > O. (iii) Se a, b E IR, então la • bl = Ia! • Ibl. (iv) Se a,bEReb � O, então ab lal Ibl • (v) (Desigualdade triangular) Se a, b e IR, então la + bl lal + (vi) Se a, b E R, então la — bl 5 lal + Ibl. (vii) Se a, b E IR, então Ia! — Ibl .5 Ia — bl. la 1 ).lb 1 a b 6 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Vamos provar algumas das propriedades citadas. Prova da Propriedade i). (Ix1 < a <=> — a < x < a, onde a > 0). Provaremos por partes: Parte 1: — a < x < a, com a > O Ixl < a. Se x �_ 0, lx1 = x. Como, por hipótese, x < a, vem que Ixl < a. Se x < O, lxl = — x. Como — a < x, aplicando a propriedade 1.2.5 iii) concluí- mos que — x < a. Assim, lx1 = — x < a ou seja Ixl < a. Parte 2: lxl < a onde a > O — a < x < a. Se x .� 0, então Ixl = x. Como lx1 < a, concluímos que x < a. Como a > 0, segue que — a < O e então — a < O x < a ou seja —a<x<a. Se x < O, lxl = — x. Como por hipótese Ixl < a, temos que —x < a. Como x < 0, segue que — x > 0. Portanto, — a < 0 < — x < a ou de forma equivalente — a < x < a. Prova da Propriedade iii). (Se a, b E I? então Ia • bl = lal . lbl). Usando 1.3.2, vem labl = I(ab)2 = 'Va2 • b2 = .Va2 • 'NFTo lal • Ibl. Prova da Propriedade iv). (Se a, b E R e b t O então Usando 1.3.2, vem = "\I = — — b O. *NW 1 a 1 b2 I b 1 a b Números reais 7 Prova da Propriedade v). (Se a, b E I?, então la + bl 5_ lal + lb1). Como a, b E R, de 1.2.1(i) vem que ab é positivo, negativo ou zero. Em qualquer caso vale, ab labl = tal Ibl. (1) Multiplicando (1) por 2, temos 2ab 2 lal IbI. (2) Da igualdade (a + b)2 a2 + 2ab + b2 e de (2) vem que (a + b)2 a2 + 2 lal Ibl +b2 (a + b)2 la12 + 2 lal Ibl + Ib12 (a + b)2 5_ (Ial + 1b1)2 . (3) Tomamos a raiz quadrada de (3) e obtemos la + bl 5_ lal + Ibl. Prova da Propriedade vi). (Se a, b e 1?, então la — bl 5 lal + 1b1). Basta escrever a — b = a + (—b) e aplicar a propriedade v). Ia — bl = la + (—b)I lal + I —bl lal + Ibl. Prova da Propriedade vii). (Se a, b E R, então lal — Ibl la — b1). Vamos fazer a — b = c. Aplicando a propriedade v, vem lal = Ic + bl Icl + 1bl lal — Ibl Icl lal — Ibl la — bl . 8 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 1.4 INTERVALOS Intervalos são conjuntos infinitos de números reais como segue: 1.4.1 Intervalo Aberto. {xl a < x < b} denota-se (a, b) ou ]a, b[. 1.4.2 Intervalo Fechado. fx1 a x b) denota-se [a, b]. 1.4.3 Intervalo Fechado à Direita e Aberto à Esquerda. {xl a < x b} de- nota-se (a, b] ou ]a, b]. 1.4.4 Intervalo Aberto à Direita e Fechado à Esquerda. {xl a x < b} de- nota-se [a, b) ou [a, b[. 1.4.5 Intervalos Infinitos. (i) {x I x > a} denota-se (a, + oo) ou ] a, + oo[; (ii) {x 1 x a} denota-se [a, + o.) ou [a, + oo [; (iii) {x 1 x < b} denota-se (-00, b) ou ]— ao, b{; (iv) {x 1 x b} denota-se (— co, b] ou ]- .0, b]. Podemos fazer uma representação gráfica dos intervalos como nos exemplos que seguem: ex. 1.4.1 — (2, 3) ex. 1.4.2 — [O, 3] ex. 1.4.3 — (1, 4] ex. 1.4.4 — [O, 4) O 1 2 3 4 E O 1 2 3 4 O 1 2 3 4 O 1 2 3 4 Números reais 9 ex. 1.4.5 — (i) (O, + ao) O 1 2 3 4 (ii) [1, + O 1 2 3 4 (iii) (-0., 3) 4 O 1 2 3 4 (iv) (-00, 4] 4 3-- 0 1 2 3 4 1.5 EXEMPLOS 1. Determinar todos os intervalos de números que satisfazem as desigualdades abaixo. Fazer a representação gráfica. 3+7x < 8x+9 3+7x-3 < 8x+9-3 7x < 8x + 6 7x-8x < 8x + 6 — 8x —x < 6 x > (propriedade 1.2.5 iv) (propriedade 1.2.5 iv) (propriedade 1.2.5 iii) Portanto, {x I x > —6} = (— 6, + 00) é a solução, e graficamente 6 10 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7 < 5x+35.9 7-3 < 5x+3-3 ^ 9-3 4 < 5x<_6 4 6< x5 5 (propriedade 1.2.5 iv) (propriedade 1.2.5 ii) Portanto, {x 1 4/5 < x 6/5} = (4/5, 6/5] é a solução, e graficamente 4/5 6/5 (iii) x + 7 < 5 , x � —7. Vamos multiplicar ambos os membros da desigualdade por x + 7. Devemos. então, considerar dois casos: Caso]. Então, x + 7 > O ou x>-7 (propriedade 1.2.5 iv) x < 5 (x + 7) (propriedade 1.2.5 x < 5x + 35 x — 5x < 5x + 35 — 5x (propriedade 1.2.5 iv) — 4 x < 35 x > — 35/4 (propriedade 1.2.5 iii) Portanto, {x I x > —7} n {xl x > —35/4} = (-7, + 00) é a solução do 4:354? 1. Caso 2. Então, x+7 < O ou x< —7. 5(x + 7) x > 5x + 35 x < —35/4 Portanto, {x I x < —7} n {x 1 x < —35/4} = (— 00, —35/4) é a solução do caso 2. Números reais 11 A solução final é a união de (-7, + o.) e (— 00, —35/4) ou seja (— oo , —35/4) u (-7, + co) ou ainda x e [-35/4, —7]. Graficamente, -35/4 (iv) (x + 5) (x — 3) > O. A desigualdade será satisfeita quando ambos os fatores tiverem o mesmo sinal: Caso 1. (x + 5) > O e (x — 3) > O ou x > — 5 e x> 3 ou x > Caso 2. x + 5 < Oex-3<0 ou x < —5 e x < 3 ou x < — 5. A solução final será a união entre (3, + e (— co, —5) ou seja todos os x [-5, 3]. Geometricamente, 4 -5 2. Resolva as equações: (i) I5x — 31 = 7. Esta equação é verdadeira quando 5x — 3 = 7 ou 5x — 3 = — 7, ou seja, x = 2 ou x = — 4/5. 12 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Portanto, as duas soluções da equação dada são: x = 2 e x = - 4/5. (ii) I7x - 11 = I2x + 51. Esta equação será satisfeita se: Caso 1. 7x-1 = 2x + 5 7x-2x = 5 +1 5x = 6 x = 6/5. Caso 2. 7x -1 = -(2x +5) 7x -1 -2x-5 7x +2x = -5 +1 9x -4 x = - 4/9. Portanto, a solução final é x = 6/5 e x = - 4/9. (iii) 1 9x + 71 = -7. Esta equação não tem solução pois o valor absoluto de um número nunca pode ser negativo. 3. Encontre os números reais que satisfaçam as seguintes desigualdades: (i) 17x- 21<4. Aplicando a propriedade 1.3.3 (i), -4 < 7x-2<4 -4+2 < 7x-2+2<4+2 Números reais 13 -2 < 7x < 6 2 6 7 x < . Portanto, x E (-2/7, 6/7). 7 - 2x 4 + x s 2, x o - 4. Aplicando a propriedade 1.3.3 (iv), 17 - 2x1 14 + ^ 2. 17 - 2x1 s 214 + xl. Elevando ambos os lados da desigualdade ao quadrado, vem 49-28x+4x2 s4(16+8x:Fx2) 49-28x+ 4x2 s64+32x+4x2 49 -28x + 4x2 - 64 -32x - 4x2 s 0 - 60x - 15 s O - 60x 5 15 60x - 15 - 15/60 x z - 1/4 ou x E [-1/4, + (iii) 3 - 2x s 4, x -2. 2 + x 1 3 - 2x1 s 4 12 + xl 9 - 12x + 4x2 s 16(4+ 4x+x2) 9 - 12x + 4x2 s 64 + 64x + 16x2 -12x2 - 76x -55 s O 14 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 12x2 +76x+55 O 12(x + 5/6) (x + 11/2) .� O (x + 5/6) (x + 11/2) � O. Procedendo como no exemplo 1 (iv) concluímos que a solução final será a união de (— 00 , —11/2] e [-5/6, + o.), ou seja, x (-11/2, —5/6). 4. Mostre que, se a,bERea<b, então (i) (x — a) (x — b) > O x [a, b]. (ii) (x — a) (x — b) O x (a, b). (iii) (x — a) (x — b) <O x E (a, b). (iv) (x — a) (x — b) < O x E [a, b]. Prova de (i). ((x — a) (x — b) > O x [a, b]). Os dois fatores (x — a) e (x — b) devem ter o mesmo sinal. Temos dois casos: Caso 1. x — a > O e x — b > O ou x > a e x > b. A solução deste caso será x > b ou (b, + 00). Caso 2. x—a < O e x—b<0 ou x < a e x < b. A solução deste caso será x < a ou (— 0 , a). Portanto, a solução final é a união entre (— co, a) e (b, + 00) ou seja x g [a. b] Números reais 15 De maneira análoga pode-se provar as demais relações. 1.6 EXERCÍCIOS 1. Determinar todos os intervalos de números que representação gráfica. a) 3 —x < 5 + 3x b) c) 2 > — 3 — 3x � —7 satisfaçam as desigualdades abaixo. Fazer a 1 3x —2x 5 1 x— < — + + 3 4 3 5 3 x < —4 e) x2 _^ 9 1) x2 -3x+2>0 g) 1— x — 2x2 O h) x + 1 x2 — x 3 + x i) x3 +1>x2 +x (x2— 1) (x +4) 5_ O k) 2 x + 2 1) x4 > x2< 1x — 2 — x — 2 x 4<4 n) 1/2 x —rn) x — 3 > 14 + x o) 3 p) x3 — x2 — x —2>0<2x — 5 q) x3 -3x+ 2 50 r) 1 3 x + 1 x — 2 s) 8x3 — 4x2 — 2x + 1 < O t) 12x3 — 20x2 _� — 11x + 2. 2. Resolver as equações em R. a) 15x — 3 I = 12 c) I 2x — 3 I = I 7x — 5 I b) I —4+12x1=7 d) x + 2 x — 2 =5 16 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3x + 8 e) — 4 f) 13x+2I=5—x2x — 3 g) I9x1-11 = x h) 2x-7=Ix1+1. 3. Resolver as inequações em R. a) I x + 121<7 b) 13x-41.<2 c) 15-6x1 � 9 d) 12x-51>3 e) 16+2x1<14—xl f) lx+415.12x-61 • g) 13x1>15-2x1 h) 7 — 2x < 5 + 3x — 2 i) lx-11+1x+21>4 j) _1<lx+21<4 k) 2 +x 3 —x > 4 1) 5 2x— 1 1 x — 2 m) lx1+1<x n). 31x-11+1xl<1 o) 12x2 +3x+3I ^ 3 p) lx-11+1x-31<14x1 1 1 lx+ 111x — 31 — 5 r) x— 1/2 x + 1/2 <1 s) 3 — 2x 1 +x <4 Números reais 17 4. Demonstrar: a) Se a � Oeb � O, então a2 = b2 se e somente se a = b. 1b) Se x < y, então x < — 2 (x+ y)< y. c) 1 xl > a se e somente se x > a ou x < — a, onde a> O. d) Se O < a < b, então "■,/, < a ± 12 2 CAPÍTULO 2 EDITORA DAMAKRONBooks FUNÇÕES Neste capítulo introduziremos um dos mais fundamentais conceitos da mate- mática — o de função. O conceito de função refere-se essencialmente à correspondência entre conjuntos. Uma função associa a elementos de um conjunto, elementos de outro conjunto. Em nosso estudo os conjuntos envolvidos sempre serão subconjuntos de R. As funções neles definidas são chamadas funções reais de variável real. 2.1 DEFINIÇÃO Sejam A e B subconjuntos de 1?. Uma função f: A B é uma lei ou regra que a cada elemento de A faz corresponder um único elemento de B. O conjunto A é chamado domínio de f e é denotado por D(f). B é chamado contradomínio ou campo de valores de f. Escrevemos: f:. A —> B x —> f (x) ou f A —> B x — > y = f (x). 18 Funções 19 2.2 EXEMPLOS Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5}. (i) f: A —> B dada pelo diagrama abaixo é uma função de A em B. (ii) g: A --> B x --> x + 1 é uma função de A em B. Podemos representar g em diagrama. 2.3 CONTRA-EXEMPLOS Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}. (i) f: A —> B dada pelo diagrama a seguir, não é uma função de A em B, pois o elemento 4 E A tem dois correspondentes em B. 20 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração (ii) g: A — B x --> x - 3 não é uma função de A em B, pois o elemento 3 E A não tem correspondente em B. Podemos ver isto facilmente representando g em diagrama. 2.4 DEFINIÇÃO Seja f: A —> B. i) Dado x E A, o elemento f (x) e B é chamado o valor da f-unçãof no ponto x ou imagem de x por f. ii) O conjunto de todos os valores assumidos pela função é chamado conjunto imagem de f e é denotado por Im(f). Funções 21 2.5 EXEMPLO Sejam A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = Z (conjunto dos inteiros) e f: A —> B definida pela regra que a cada elemento de A faz corresponder o seu dobro. Então: — a regra que defmef é y = 2x; —a imagem do elemento 1 é 2, de 2 é 4 etc.; —o domínio de f, D(f) = A; —a imagem de f, Im(f) = {2, 4, 6, 8, 10}. 2.6 EXEMPLO Seja f. R —> R x —> x2 . Então, D(f) = R, Im(f) = [0, + 00). Quando trabalhamos com subconjuntos de R, é usual caracterizar a função apenas pela fórmula ou regra que a define. Neste caso, entende-se que o domínio de f é o conjunto de todos os números reais para os quais a função está definida. 2.7 EXEMPLOS Determinar o domínio e a imagem das funções abaixo: (i) f (x) = 1/x. Esta função só não é definida para x = 0. Logo, D(f) = R — { 0 }. Im(f) = 1? — {0}. 22 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (ii) f (x) = Para x < O, f (x) não está definida. Então, D(f) = [o, + 00) e Im(f) = [O, + 00). (iii) f (x) = — 1. f (x) não está definida para x < 1. D(f) = [1, 00) e Im(f) = (— 00, O]. (iv) f (x) = lxl. D(f) = R e Im(f) = [O, + 00). 2.8 GRÁFICOS 2.8.1 Definição. Seja f uma função. O gráfico de f é o conjunto de todos os pontos (x,f (x)) de um plano coordenado, onde x pertence ao domínio de f. Para determinar o gráfico de uma função, assinalamos uma série de pontos, fazendo uma tabela que nos dá as coordenadas. No ponto em que estamos, não existe outro meio de determinar o gráfico a não ser este método rudimentar. No Capítulo 5, desenvolveremos técnicas mais eficazes para o traçado de gráficos. 2.8.2 Exemplos (i) O gráfico da função f (x) = x2 consiste em todos os pares (x, y) E R2 tais que y = x2. Em outras palavras, é a coleção de todos os pares (x, x 2) do plano xy. A Figura 2.1 nos mostra o gráfico desta função, onde salientamos alguns pontos, de acordo com a tabela. Figura 2-1 Funções, 23 = x2 —2 4 —1 1 o o 1 1 2 4 (ii) Consideremos a função f (x) = x. Os pontos de seu gráfico são os pares (x, x) e E2 . A Figura 2.2 mostra este gráfico. Figura 2-2 (iii) Seja f: IR—> IR definida por -2, se x _^ -2 f(x) = 2, se — 2 < x .^ 2 4, se x > 2. O gráfico de f pode ser visto na Figura 2.3. 24 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 2-3 (iv) Seja f(x) = lxl. Quando x .� O, sabemos que f(x) = x. Quando x < O, f (x) = —x. O gráfico de lx1 pode ser visto na Figura 2.4. Figura 2-4 (v) Seja f(x) = 1 Então, D(f) = IR — { O } . A Figura 2.5 mostra o gráfico de f (x) = 1/x. Podemos nos perguntar se, dada uma curva c no plano xy, ela sempre repre- senta o gráfico de uma função. A resposta é não. Sabemos que, se f é uma função, um ponto de seu domínio pode ter somente uma imagem. Assim a curva c só representa o gráfico de uma função quando qualquer reta vertical corta a curva no máximo em um ponto. Funções Figura 2-5 Na Figura 2.6 a curva c 1 representa o gráfico de uma função enquarito a curva c2 não representa. Figura 2-6 2.9 OPERAÇÕES Assim como podemos adicionar, subtrair, multiplicar e dividir números, também podemos produzir novas funções através de operações. Estas operações são definidas como segue: 26 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 2.9.1 Definição. Dadas as funções f e g, sua soma f + g, diferença f — g. produto f • g e quociente flg, são definidas por: (i) (f + g) (x) = f (x) + g (x); (ii) (f — g) (x) f (x) — g (x); (iii) (f g) (x) =.f (x) g (x); (iv) (flg) (x) = g(x) . O domínio das funçõesf + g, f— g e f • g é a intersecção dos domínios de f e g. O domínio de flg é a intersecção dos domínios de f e g, excluindo-se os pontos x onde g (x) = O. 2.9.2 Exemplo. Sejam f (x) = — x e g (x) = — 3. Então, (f + g) (x) = — x + — 3 ; (f— g) (x) =AIS —x — 'x — 3 ; g) (x) = — x — 3 e .\/5 —(fl g) (x) — Como D(f) = (— 00, 5] e D(g) = [3, + 00), então o domíniof g,f—g e f. g é [3, 5]. O domínio de flg é (3, 5]. O ponto 3 foi excluído porque g(x) = O quando x = 3. 2.9.3 Definição. Se f é uma função e k é um número real, definimos a função kf por (kf) (x) = kf (x) O domínio de kf coincide com o domínio de "Vx — Funções 27 2.9.4 Exemplo. Seja f (x) = I x2 — 4 e k = 3. Então, (kf) (x) = 3 'Vx2 — 4 e D(kf) = (— .0, —2] u [2, + 00). 2.9.5 Definição. Dadas duas funções f e g, a função composta de g com f, denotada por g 0 f, é definida por (g o f) (x) g (f (A)• O domínio de g o f é o conjunto de todos os pontos x no domínio de f tais que f (x) está no domínio de g. Simbolicamente, D(g o f) = {x E D(f) / f (x) E D(g)} . Em diagrama, 2.9.6 Exemplos (i) Sejam f (x) = -Cyc e g (x) = x — 1. Encontrar g o f . Temos, (g o f) (x) = g (f(x)) = g Wc) = —1. Como D(f) = [O, + .0) e Im(f) = [O, + o.) c D(g) = Do), então, D(g o f) = D(f) = [O, + co). 28 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração (ii) Sejam f (x) = 2x - 3 e g (x) = Encontrar: a) g 0 f, b) f 0 g; c) f 0 f e d) g o g- a) (g o (x) = g (f (x)) = g (2x 3) = -\12,x - 3. O domínio de f é D(f) = (- Ge, + oe) e o domínio de g é D(g) = [O, + 00). Assim, o domínio de g o féo conjunto de todos os números reais x, tais que f (x) E [O, + isto é, todos os números reais tais que 2x - 3 O. Logo, D(g o f) = [3f2, + ao). b) (f o g) (x) = f(g(x)) =f(L) = 2 '\F-x-- - 3 e D(f o g) = {x E D(g) [O, + ao) / g (x) E D(f) ao)} = [O, + c) (f of) (x) = f (f (x)) =f -3) = 2(2x - 3) - 3 = 4x - 9. D(f 0 .f) 00, 00) • d) (g o g) (x) =- g (g (x)) = g (\rx-) ‘ .Nr -c = D o g) = [O, + {O, se x < O (iii) Sejam.fix) = x2, se O < x < 1 O, se x > 1 1, se x < O e g(x) = 2x, se O < x < 1 1, se x > 1 . Determinar fo g. Sex<0 , (f o g) (x) = f (g (x)) = f (1) = 1 2 =1 . Se O x 1, (f o g) (x) =f (g (x)) =f (2x). Para O x -1 ' temos O 2x 5. 1. Logo, neste caso, (f 0 g) (x) = (242 = 4x2 .2 Funções 29 Para 2 < x 1 temos 2x > 1. Assim, para este caso, (f 0 g) (x) = O. Se x > 1, (f0 g) (x) = f (g (x)) = f (1) = 1. 1, se x < O Logo, To g) (x) = 4x2,O, se se O < x 1/2 1/2 < x 5. 1 1, se x > 1 O domínio de f o g é D(f o g) = (— + ..). O gráfico de f 0 g pode ser visto na Figura 2.7. 2.10 EXERCÍCIOS —x21. Se f (x) — — 1 4 ' achar: (a) f (0) (c) f (11t) (e) f (1/2) (b) f (-2) (d) f (x — 2) (f) f (ê) 30 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3x — 1 2. Se f (x) —x — 7 , determine: (a) 5fl— 1) — 2f(0) + 33f(5) 7 (c) f (3x — 2) (e) f(h) — f(0) h (b) [f(-1/2)12 (d) f (t) f (t) f Lf (5)1. 3. Dada a função f (x) xl — 2x, calcular f (-1), f (12) e f (-2/3). Mostrar que f (I al) = —1 ai. 4. Se f (x) — ax d + b e d = — a, mostre que f (f (x)) x. cx + 5. Se f (x) = f(a + h) — f(a)+ 2x, achar , h # O e interpretar o resultado geometricamente.h x — 1 6. Dada (x) = + , forme as expressões 4) (1/x) e 1/4) (x).2x 7 7. Dada a função f (x) = x2 + 1, mostrar que, para a � 0,f (1/a) =f (a)/a2. 8. Dada a função f (x) = 1/x, mostrar que f (1 + h) — f (1) — h / (1 + h). Calcular f (a + h) — f (a). 9. Seja f (n) a soma dos n termos de urna progressão aritmética. Demonstrar que f (n + 3) — 3f (n + 2) + 3f (n + 1) — f (n) = O. 10. Exprimir como função de x: a) A área de uma esfera de raio x. b) A área de um cubo de aresta x. c) A área total de uma caixa de volume dado V, sabendo-se que a base é um quadrado de lado x. 11. Exprimir o comprimento 1 de uma corda de um círculo de raio 4 cm, como uma função de sua distância x cm ao centro do circulo. b) y =114 — x2 d) y= -■ix — 2 f) y + x + 4'N/7 x a) y = x2 1 c) y — x — 4 e) y= I x2 — 4x + 3 12. Seja f (x) = (x — 2) (8 — x) para 2 5_ x 5_ 8. a) Determine f (5), f (-1/2) e f (1/2). b) Qual o domínio da função f (x)? c) Determine f (1— 2t) e indique o domínio. d) Determine f (3)] e f (5)]. e) Trace o gráfico de f (x). 13. Determinar o domínio das seguintes funções: h) y x + a g) 3'Nix + 7 — 5\ix + 8 x — a i) y=lx+21 + 4, —5 < x < 2 i) Y= x + 1 k) y = x — 1 1 Y —x 1 + 14. Construir o gráfico cias seguintes funções: a) f (x) = x2 + 8x + 14 c) y = (x — 2)2 e) y = x3 g) f (x) = 1 xl, —3 5 x < 3 f (x) = — x2 + 4x — 1 y = — (x + 2)2 y = 4 — x3 h) f (x) — 1 x — 2 c) f (x) — 1 d) f (x)= "Nix + 1 x 1 + x2 32 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração O, se x < O f(x) = 1/2, 1, se se x = O x > O i) f (x) — x + 3 —k) f(x) = x'x, — 2 5 x 5 O O < x < 2 1) f(x) = x3 , 1, se se x 5_ O O < x < 2 x2, se x > 2 m) f 2px . 15. Para cada uma das seguintes funções f (x) esboce primeiro o gráfico de y = f (x), depois o x)( I f (x) gráfico de y = If (x)1 e fmalmente o gráfico de y = f 2 + 2 a) f (x) (x — 2) (x + 1); b) f (x) = x2; c) f (x) = —x2 ; d) f (x) ,-- 4 —x2 . {x 2 — 9 ' x # — 3 16. Sejam g (x) = x — 3 e f (x) = x+ 3 Calcule k tal que f (x) = g (x) para todo x. 17. Para cada item, calcule f + g, f—g, f- g, fl g, f o g, g of, Ic-f, onde k é uma constante. k, x = —3 . yk a) f (x) =- 2x b) f (x) 3x — 2 , g(x)=x2+1 g (x) I xl g (x)= 1/x g (x) x — 2 Funções 33 e) f (x) = 'lx — 2 g (x) = lx — 3 f(A= X3 g (x) = 1/ f-- 18. Seja h definida por h(x) = 2x — 7. Calcule h o h, h2 e h + h. 19. Sabendo que f = g o h, nos itens (a), (c) e (d) encontre a função h e no item (b) a função g. a) f (x) = x2 + 1 g(x)=x+1 b) f (x) = 'lx + 2 h(x) = x + 2. c) f (x) = a + bx g(x)=x+a. d) f(x)=1x2 -3x+51 , g(x)=Ixl. 20. Sendo f (x) = ax + b, para quais valores de a e b tem-se (f o f) (xj = 4x — 9? 21. Sejarnf (x) = 'lx — 4 e g (x) = 1/2x + 1, x � 3. Calcule f o g . Dê o domínio e o conjunto imagem de f (x), g (x) e (f o g) (x). 22. Sejam f(x) = 5x, x O —x, O < x 8 e g (x). x3. Calculef o g. -Cx , x > 8 23. A função g é definida por g (x) = x2. Defma uma funçãof tal que (f 0 g) (x) = x, para x O e uma função h, tal que (h o g) (x) = x, para x O. 24. Se f (x) = x2, encontre duas funções g para as quais (f o g) (x) = 4x2 — 12x + 9. 25. Se f (x) = x2 — 2x + 1, encontre uma função g (x) tal que (f / g)(x) = x — 1. 34 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 26. Dadas as funçõesf (x) = x2 — 1 e g (x) = 2x — 1: (a) Determine o domínio e o conjunto imagem de f (x). (b) Determine o domínio e o conjunto imagem de g (x). (c) Construa os gráficos de f (x) e g (x). (d) Calcule f+ g, f— g, g• f, flg,f o g e g o f. (e) Determine o domínio das funções calculadas no item (d). 2.11 FUNÇÕES ESPECIAIS A seguir vamos relacionar algumas funções que chamaremos de funções es- peciais. 2.11.1 Função Constante. É toda função do tipo f (x) k, que associa a qualquer número real x um mesmo número real k. A representação gráfica será sempre uma reta paralela ao eixo do x, passando por y = k. O domínio da função f (x) = k é D(f) = O conjunto imagem é o conjunto unitário Im(f) = {k}. Exemplos. (i) f (x) = 2 [Figura 2.8.(a)]. (ii) f (x) = —3 [Figura 2.8 .(b)]. Funções 35 ♦ Y X -3 (b) 2 X (a) Figura 2-8 2.11.2 Função Identidade. É a função fl. 1? 1? definida por f (x) = x. O gráfico desta função é uma reta bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes (Figura 2.9). Figura 2-9 O domínio de f (x) = x é D(f) = 1?. O conjunto imagem é Im(f) = E. 36 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 2.11.3 Função do 1 2 Grau. Função do 1 2 grau é toda função que associa a cada número real x, o número real ax + b, a # O. Os números reais a e b são chamados, respectivamente, de coeficiente angular e linear. Quando a > O a função f (x) = ax + b é crescente, isto é, à medida que x cresce, f (x) também cresce. Quando a < O a função f (x) = ax + b é decrescente, isto é, à medida que x cresce, f (x) decresce. O gráfico da função f(x) = ax + b é uma reta não paralela aos eixos coorde- nados. O domínio de f (x) = ax + b é D(f) = O conjunto imagem é Im(f) = 1?. Exemplos. (i) f (x) = 2x + 3 é uma função do P grau crescente porque a > O (Figura 2.10). Figura 2-10 (ii) A função f (x) = — 3x + 1 é uma função do 1 2 grau decrescente porque a < 0 (Figura 2.11). Funções 37 Figura 2-11 (iii) No movimento retilíneo uniforme, o espaço percorrido é uma função do tempo, expresso pela fórmula s = so + vt, onde 3'0 e v são constantes e v O. Esta função é do P grau. 2.11.4 Função Módulo. A função definida por y = lx 1 chama-se função módulo. O seu domínio é o conjunto D(f) = R e o conjunto imagem é Im(f) = [O, + O gráfico desta função está ilustrado na Figura 2.12. Figura 2-12 2.11.5 Função Quadrática. A função f: IR —> R definida por f (x) = ax2 + bx + c, a � O é chamada função do r grau ou função quadrática. Seu domínio é D(f) = R. O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria • paralelo ao eixo dos y. Se o coeficiente de x 2 for positivo (a > O), a parábola tem a Figura 2-13 s s A = b2-4ac = O a parábola inter- cepta o eixo dos x em um único ponto. A = 11-4ac <O a parábola não intercepta o eixo dos x. A = tf-4ac> O a parábola inter- cepta o eixo dos x em dois pontos distintos. 38 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração concavidade voltada para cima. Se a< O, a parábola tem a concavidade voltada para baixo. A intersecção do eixo de simetria com a parábola é um ponto chamado vértice. A intersecção da parábola com o eixo dos x define os zeros da função. No quadro seguinte caracterizamos as diversas possibilidades (Figura 2.13). 2.11.6 Função Polinomial. É a funça".0- 3f: I? -->1? definida porflx) agn+ a ix" 1 + ...+an1 x+atz onde a0' a 1, • •' a,, a0 � O, são números reais chamados coeficientes e n, inteiro não negativo, determina o grau da função. Funções 39 O gráfico de uma função polinomial é uma curva que pode apresentar pontos de máximos e mínimos Posteriormente faremos esboços de gráficos dessas funções com auxilio das derivadas. O domínio é sempre o conjunto dos números reais. Exemplos. (i) A função constante f (x) = k é uma função polinomial de grau zero. (ii) A função f (x) = ax + b, a # O é uma função polinomial do 1 2 grau. (iii) A função quadrática f (x) = ax2 + bx + c, a # O é uma função polinomial do r grau. (iv) A função f (x) = x3 é uma função polinomial chamada função cúbica. (v) A função f (x) = 5x5 — 6x + 7 é uma função polinomial de grau 5. 2.11.7 Função Racional. É a função definida como o quociente de duas funções polinomiais, isto é 4 f(x) = p(x) , p(x) e q(x) são polinômios e q(x) # O. q(x)' O domínio da função racional é o conjunto dos reais excluindo aqueles x tais que q(x) = O. Exemplos. x — 1 (i) A funçãoftx) — é função racional de domínio D(f) = R — (-1 } (Figura 2.14). x Figura 2-14 D(f) = R — {-4, —3, 3} (Figura 2.15 ►. -4 -3 Figura 2-15 2.12 FUNÇÕES PARES E ÍMPARES Dizemos que uma função f (x) é par se, para todo x no domínio de f, f (—x) = f (x). Uma função f (x) é ímpar se, para todo x no domínio de f, f (—x) = — f (x). O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo dos y e o gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à origem. Exemplos. (i) A função f (x) = x2 é par, já que f (—x) = (-42 = x2 = f (x). (ii) A função f (x) = x5 + x3 é ímpar, já que f (—x) = (—x)5 + (—x)3 = — x5 — x3 = — (x5 + x3) = — f (x). (iii) A função f (x) = x3 + 4 não é par nem ímpar. 40 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (x2 + 3x — 4)(..x= — 9) (ii) A função f(x) — (f. + x — 12)(x — 3) é racional de domínio Funções 41 2.13 FUNÇÕES PERIÓDICAS Dizemos que uma função f(x) é periódica se existe um número real T O tal que f (x + T) = f (x) para todo x E D(f). O número T é chamado período da função f (x). O gráfico de uma função periódica se repete a cada intervalo de comprimento ITI. Exemplos. (i) Mais adiante, mostraremos que as funções trigonométricas f(x) = sen x e f (x) = cos x são periódicas de período T = 2n. (ii) A função constante é periódica e tem como período qualquer número T O. (iii) A Figura 2.16 mostra gráficos de outras funções periódicas. Figura 2-16 2.14 FUNÇÃO INVERSA Seja y = f (x) uma função de A em B ou f: A —> B. Se, para cada y E B, existir exatamente um valor x E A tal que y = f (x), então podemos definir uma função g: B —> A tal que x = g (y). A função g definida desta maneira é chamada função inversa de f e denotada por f -1 . 42 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Exemplos. (i) A função f: R -' E definida por y = 2x - 5 tem como função inversa f -1 : 1?-> R, definida por x = (y + 5). - (ii) A função f: - {3} -' 3 - 1- {-1} definida por y - admite x a função inversa f -1: E - {-1} -' R - {3} definida por 1 + 3y x = y + 1 Graficamente, podemos determinar se uma função admite inversa. Passando uma reta paralela ao eixo dos x, esta deve cortar o gráfico em apenas um ponto. A Figura 2.17 ilustra a função f: E-> E dada por y = x2 que não possui inversa. Fazendo uma restrição conveniente no domínio, essa mesma função pode admitir inversa. Por exemplo, para x z O existe a inversa x1 = .6 e para x s O existe a inversa x2 = - V. Figura 2-17 Para fazermos o gráfico da função inversa basta traçarmos a reta y = x e observarmos a simetria. Exemplos. (i) A função f: [O, + 00) -> [O, + 00), definida por f (x) = x2 tem como inversa a função g: [O, + 00) -0 [O, + 00) dada por g (x) = Vi (ver Figura 2.18). Funções 43 (ii) A função f: I? ---> 11? dada por y = x3 admite a função inversa g: R dada por g (x)= 3'\11x (ver Figura 2.19). Figura 2-18 Figura 2-19 2.15 ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES 2.15.1 Função Exponencial. Chamamos de função exponencial de base a, a fun- ção f de IR em I? que associa a cada x real o número real ax, sendo a um número real, 0 < a � 1, ou, f: R — > R x ---> y = ax. O domínio da função exponencial é D(f) = R. A imagem é Im(f) = (0, o.). Podemos também denotar Im(f) = (0, = R+*. Com relação ao gráfico da função f (x) = ax (Figura 2.20) podemos afirmar: 1) a curva que o representa está toda acima do eixo das abcissas, pois y = ax > O para todo x e R; 2) corta o eixo das ordenadas no ponto (0, 1); 3) f (x) = a' é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 44 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração A y Y = ax (0<a<1) (0,1) Figura 2-20 2.15.2 Função Logarítmica. Dado um número real a (O < a � 1), chamamos função logarítmica de base a a função de R +* em R que associa a cada x o número logo x, isto é, f: R±* -*R x —> y = loga x. As funções f de R+4, em R definida porf (x) = logo x e g de R em R4,* definida por g (x) = ax; O < a � 1, são inversas uma da outra. Temos D(f) = R±* e Im(f) R. Com relação ao gráfico da função f (x) = logax (O < a � 1) (Figura 2.21), podemos afirmar: 1) está todo à direita do eixo y; 2) corta o eixo das abscissas no ponto (1, O); 3) f (x) = logax é crescente se a > 1 e decrescente se O < a < 1; 4) é simétrico ao gráfico da função g (x) = ax em relação a reta y = x. 01= ax Y (0<a<1) X Y= log x /' (0<a<1) Funções 45 Figura 2-21 2.15.3 Funções Trigonométricas FUNÇÃO SENO Seja x um número real. Marcamos um ângulo com medida x radianos, na circunferência unitária com centro na origem (ver Figura 2.22). Seja P o ponto de intersecção do lado terminal do ângulo x, com essa circunferência. Figura 2-22 Denominamos seno de x a ordenada OP 1 do ponto P em relação ao sistema U O V. 46 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Definimos a função seno como a função f de 1? em 1? que a cada x e I? faz corresponder o número real y = sen x, isto é, f: R -› R x ---> y = sen x. O domínio da função seno éR e o conjunto imagem é o intervalo [-1, 1]. A função y = sen x é periódica e seu período é 2n, já que sen (x + 27t) = sen x. Em alguns intervalos sen x é crescente e em outros é decrescente. Por exemplo, nos intervalos [O, ic/2] e [31c/2, 2n] sen x é crescente. Já no intervalo [7c/2, 37t/2] ela é decrescente. O gráfico da função f (x) = sen x, denominado senóide, pode ser visto na Figura 2.23. Figura 2-23 FUNÇÃO COSSENO Seja x um número real. Denominamos cosseno de x a abcissa OP2 do ponto P em relação ao sistema U O V (Figura 2.22). Definimos a função cosseno como a função f de 1? em I? que a cada x E R faz corresponder o número real y = cos x, isto é, f: I? -- I? x y = cos x. O domínio da função cosseno éR e o conjunto imagem é o intervalo [-1, 1]. t - sen x tg x — cos x 1 sec x — cos x Funções 47 Para todo x E 1?, temos cos (x + 27c) = cos x. Portanto, a função cosseno é periódica e seu período é 27c. Em alguns intervalos a função cosseno é crescente e em outros decrescente. Por exemplo, no intervalo [O, 7c] a função f(x) = cos x é decrescente. Já no intervalo [n, 27c] ela é crescente. O gráfico da função f (x) = cos x, denominado cossenóide, pode ser visto na Figura 2.24. Figura 2-24 FUNÇÕES TANGENTE, COTANGENTE, SECANTE E COSSECANTE Estas funções são definidas em termos de seno e cosseno. As funções tangente e secante são, respectivamente, denotadas pelos símbolos tg e sec e definidas por: para todos os números reais x tais que cos x O. cotgx = cos x sen x cosec x — 1 sen x 48 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração As funções cotangente e cossecante são, respectivamente, denotadas por cotg 1 e cosec e definidas por: 1 para todos os números reais x tais que sen x # O. O domínio das funções tg x e sec x é o conjunto de todos os números reais x —25E 37c—2 ± 7cpara os quais cos x # O. Como cos x = O quando x for ± —2 ± , , ..., isto é, quando x = — 2 + mc, n E Z, temos D(tg) = D(sec) = {x E R lx# ic12 + nn, n E Z}. Analogamente, o domínio das funções cotangente e cossecante é o conjunto de todos os números reais x para os quais sen x # O. Como sen x = O para x = n E Z, temos: D(cotg) = D(cosec) = {x e 1?Ix � nn,neZ}. Os gráficos dessas funções podem ser vistos na Figura 2.25. Podemos observar que as funções tangente e cotangente são periódicas de período E e que as funções secante e cossecante são periódicas de período 27c. 2.15.4 Funções Trigonométricas Inversas. COnforme definição da seção 2.14, sabemos que é impossível definir uma função inversa para a função y sen x, porque a cada valor de y corresponde uma infinidade de valores de x. Portanto, para definirmos a função inversa de y = sen x necessitamos restringir o domínio. Este fato ocorre com todas as demais funções trigonométricas. y = sec x y = cosec x y = tg x ♦Y -3n./2 -n12 n/2 3n/2o Figura 2-25 X Funções FUNÇÃO ARCO SENO Seja f: [-7t/2, n/2] —> [—I, 1] a função definida por f (x) = sen x. A função inversa da f (x), será chamada arco seno, e denotada por [-1, 1] —> [—n/2, 7t/2], onde f -1 (x) = arc sen x. Simbolicamente, para —2 2y —7t ' escrevemos a equivalência: y = arc sen x <=> sen y = x O gráfico desta função nos mostra uma função crescente (Figura 2.26). Y 7c/2 -7c/2 Figura 2-26 50 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Observamos que na definição da função arco seno poderíamos ter restringido o domínio de y = sen x a qualquer dos seguintes intervalos: [7c/2, 37t/2] , [37c/2, Sic/2] , [57E/2, 7/r/2], ..., ou [-37c/2, -7c/2] , [-57c/2, -37c/2] , [-77c/2, -57c/2], . FUNÇÃO ARCO COSSENO Seja f: [O, it] [-1, 1] a função definida por f (x) = cos x. A função inversa de f será chamada arco cosseno, e denotada por f -1 : [-1, 1] —> [O, n]. onde f -1 (x) = arc cos x. Simbolicamente, para O .^ y S TC, escrevemos: y= arc cos x <=> x = cos y O gráfico desta função nos mostra uma função decrescente (Figura 2.27). Observação: A função y = arc cos x pode ser definida também pela equação arc cos x = 2 - arc sen x Funções 51 Figura 2-27 De fato, utilizando o triângulo retângulo (Figura 2.28), temos: Figura 2-28 Os ângulos a e 13 são complementares, ou o 7ca + p = —2 x = sen a = cos 13. Portanto, a = arc sen x e = arc cos x. Concluímos que Itarc cos x = 2 — arc sen x. 52 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração FUNÇÃO ARCO TANGENTE A função inversa da tangente é definida para todo número real. Seja f: it12) ----> /2 a função definida por f (x) = tg x. A função inversa de f, será chamada função arco tangente e denotada por f -1 : 1? (-n/2, +n/2), onde f-1 (x) = arc tg x. Simbolicamente, para -n/2 < y < n/2, escrevemos y = arc tg x <=> x = tg y O gráfico nos mostra que quando x se toma muito grande, arc tg x aproxima-se de n/2. Quando x se toma muito pequeno, arc tg x se aproxima de -n/2. É uma função crescente (ver Figura 2-29). Figura 2-29 OUTRAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS Podemos definir a função inversa da cotangente como y = arc cotg x = — 2 - arc tg x onde O < y < 7C. X y n/2 X y = are cotg x -1 y = are sec x Ay Tu/2 -1 1 --a/2 y = arc cosec x Figura 2-30 X Funções 53 As funções inversas da secante e da cossecante serão funções de x no domínio 1 xl z 1, desde que adotemos as definições: y = arc sec x = arc cos (1/x) y = arc cosec x = arc sen (1/x). A Figura 2.30 mostra o gráfico dessas funções trigonométricas inversas. 54 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 2.15.5 Funções Hiperbólicas As expressões exponenciais e ex + 2 ocorrem freqüentemente na Matemática Aplicada. Estas expressões definem, respectivamente, as funções seno hiperbólico de x e cosseno hiperbólico de x. O comportamento dessas funções nos leva a fazer uma analogia com as funções trigonométricas. SENO HIPERBÓLICO E COSSENO HIPERBÓLICO A função seno hiperbólico, denotada por senh, e a função cosseno hiperbólico, denotada por cosh, são definidas, respectivamente, por: senhx -" - x 2 '+ e e cosh x= 2 O domínio e imagem das funções senh e cosh são: D (senh) (- + °°), D (cosh) = (- 00, °°), Im (senh) = (- + .0) e Im (cosh) = [1, + O gráfico da função senh é dado na Figura 2.31(a). Pode ser obtido pelo método chamado adição de ordenadas. Para usar essa técnica, esboçamos os gráficos 1 das funções -2 e' e - e' (tracejados) e somamos as respectivas ordenadas.2 Da mesma forma obtemos o gráfico da função cosh [Figura 2.31 (b)]. Funções 55 (a) (b) Figura 2-31 A função cosseno hiperbólico pode ser usada para descrever a forma de um cabo ou corrente flexível, uniforme, cujas extremidades estão fixas a uma mesma altura. Na Figura 2.32 desenhamos um fio de telefone ou de luz. Observamos que a curva representada pelo fio aparenta a forma de uma parábola. No entanto, é possível mostrar que a equação correspondente é: y = cosh (x/a), a E R. Esta curva recebe a denominação catenária. Figura 2-32 As quatro funções hiperbólicas restantes podem ser definidas em termos de senh e cosh. 56 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração I TANGENTE, COTANGENTE, SECANTE E COSSECANTE HIPERBÓLICAS As funções tangente, cotangente, secante e cossecante hiperbólicas, denotadas respectivamente por tgh, cotgh, sech e cosech são definidas por: — tgh x = senh x coshx ex + e- x coshx + cotghx — — senhx ex — e- x sechx = 1 = 2 coshx ex + e cosechx = 1 2 senhx eX _ e-x Os gráficos dessas funções podem ser vistos na Figura 2.33. Muitas identidades análogas às conhecidas para funções trigonométricas são válidas para as funções hiperbólicas. Por exemplo, pode-se verificar que cosh2u — senh2u = 1. Esta identidade é análoga à identidade trigonométrica cos eu + sen2u = 1 e pode ser usada para justificar o adjetivo "hiperbólico" nas definições. De fato, a identidade cosh 2u — senh2u = 1 mostra que o ponto P de coordenadas (cosh u, senh u) está sobre a hipérbole unitária x2 — y2 = 1. Fazendo u variar no conjunto dos reais, o ponto P descreve o ramo direito da hipérbole. Observamos que aqui a variável real u não representa um ângulo, como acontece nas funções trigonométricas. No entanto, pode-se estabelecer uma relação interessante, que fornece uma interpretação geométrica para o parâmetro u. Na Figura 2.34(a), representamos o círculo unitário, onde demarcamos um ponto P (cos t, sen t). A área Ac do setor circular QOP é dada por 1 AC = 2 t (1)2 1= —2 t e portanto, t = 2Ac. -1 y = tgh x y = cotgh x (a) (b) X X -1 y = sech x (c) Figura 2-33 y = cosech x (d) A Y Funções 57 Uma relação análoga a esta, é válida para as funções hiperbólicas. De fato, é possível mostrar que a área Ah , do setor hiperbólico QOP da Figura 2.34(b), é dada por A =2 u e dessa forma, u = 2Ah . P (cosh u, senh u) 58 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (a) (b) Figura 2-34 Relacionamos abaixo, outras identidades que podem facilmente ser verificadas: 1 tgh u — cotgh u 1 — tgh2 u = sech2 u e 1 — cotgh2 u = —cosech2 u. 2.15.6 Funções Hiperbólicas Inversas Nesta seção estudaremos as funções hiperbólicas inversas. Para isso, devemos nos lembrar das definições da seção 2.15.5 e observar os gráficos das Figuras 2.31(a) e (b) e 2.33. FUNÇÃO INVERSA DO SENO HIPERBÓLICO Analisando o gráfico da função y = senh x [Figura 2.31 (a)], vemos que a cada valor de y na imagem corresponde um único valor de x no domínio. Assim, podemos definir a sua função inversa. A função inversa do seno hiperbólico, chamada argumento do seno hiperbólico e denotada por arg senh, é definida como segue: y = arg senh x <=> x = senh y Funções 59 Temos D(arg senh x) = Im (arg senh x) = R. O gráfico da função arg senh pode ser visto na Figura 2.35. Ele é obtido fazendo uma reflexão do gráfico da função senh sobre a reta y x. Figura 2-35 FUNÇÃO INVERSA DO COSSENO HIPERBÓLICO Para definirmos a inversa da função cosseno hiperbólico precisamos restringir o seu domínio, pois como podemos ver no seu gráfico, Figura 2.31(b), a cada valor de y na imagem, exceto y = 1, correspondem dois valores de x no domínio Seja f: [O, + -4 [1, + a função dada por f (x) = cosh x. A sua função inversa é chamada argumento do cosseno hiperbólico e é denotada por arg cosh. Simbolicamente, para y O, escrevemos y = arg cosh x <=> x = cosh y Temos D(arg cosh x) = [1, + e Im(arg cosh x) = [O, + oo). O gráfico pode ser visto na Figura 2.36. 60 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração AY X Figura 2-36 INVERSAS DAS FUNÇÕES TANGENTE HIPERBÓLICA, COTANGENTE HIPERBÓLICA E COSSECANTE HIPERBÓLICA Para definirmos as inversas destas funções não necessitamos restringir os seus domínios, pois a cada valor de y na imagem corresponde um único valor de x no domínio [ver Figura 2.33,(a), (b) e (d)]. As funções inversas da tangente hiperbólica, cotangente hiperbólica e cosse- cante hiperbólica, denotadas respectivamente por arg tgh, arg cotgh e arg cosech, são definidas como segue: y = arg tgh x <=> x = tgh y y = arg cotgh x <=> x = cotgh y y = arg cosech x <=> x = cosech y A Figura 2.37 mostra um esboço dos gráficos dessas funções. y= arg cosech xy= arg cotgh x Jay Funções 61 y= arg tgh x Figura 2-37 INVERSA DA FUNÇÃO SECANTE HIPERBÓLICA Da mesma forma que ocorreu com a inversa do cosseno hiperbólico, para definirmos a inversa da função secante hiperbólica devemos restringir seu domínio Seja f: [O, + co) --> [O, 1] a função dada por f (x) = sech x. A sua função inversa é denotada por arg sech. Para y O, temos y = arg sech x <=> x = sech y Na Figura 2.38 podemos ver um esboço do gráfico da função arg sech. arg senti x = ln (x + 11x2 + 1 ), x qualquer; arg cosh x = ln (x + 11x2 — 1), x �. 1; arg tgh x = 2— ln 1 — x 1 (1 + x — 1 < x < 1 ; arg sech x = In + -‘11 - X2 , O<X.^ 1; 62 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Y X Figura 2-38 Podemos exprimir as funções hiperbólicas inversas em termos de logaritmos naturais. Isso decorre do fato das funções hiperbólicas serem definidas em termos da função exponencial, que admite a função logaritmo natural como inversa. A seguir apresentamos essas expressões, que aparecem freqüentemente na integração. arg cotgh x = 2— ln x x + 1 r 1 , lx I > 1 ;1 [1 -1 + x2 \arg cosech x = ln — x + 1 lx1 ) , x O. Funções 63 EXEMPLO. Mostrar que arg senh x = ln (x + •NI x2 + 1 ), para todo valor de x. Sejam xeRey= arg senh x. Então, x = senh y — e portanto, eY — e-Y 2 - 2x — = O. Multiplicando ambos os membros da igualdade por e, temos e2Y — 2xeY — 1 = O. Resolvendo esta equação para eY pela fórmula quadrática, obtemos 2x + •Ni 4x2 + 4_ _ x ± x2+ 1 . 2 Como e > O para qualquer y, a solução envolvendo o sinal negativo deve ser descartada. Portanto, ey = x + x2 + 1 . Tomando o logaritmo natural, temos y = ln (x + x2 + 1 ) , ou seja, arg senh x = ln (x + x2 + 1 ) . 2.16 EXERCÍCIOS 1. Construir os gráficos das funções de 1 9 grau. Dar o domínio e o conjunto imagem. (a) y = kx ; se k = O, 1, 2, 1/2, — 1, —2 (b) y=x+b, se b=0,1,-1 (c) y = 1,5x + 2. 64 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 2. Construir os gráficos das funções quadráticas. Dar o domínio e o conjunto imagem. (a) y = ax2, se a = 1, 1/2 e -2 (b) y = x2 + c, se c = O, 1, 1/2, -3 (c) y = yo + (x- 1)2, se yo = O, 1, -1 (d) y = ax2 + bx + c, se a = 1, b = -2 e c = 5. 3. Construir os gráficos das funções polinomiais. Dar o domínio e o conjunto imagem. (a) y = 2 + (x - 1)3 (b) y = x4 (c) y = 2x2 - 4. 4. Construir os gráficos das funções racionais. Dar o domínio e o conjunto imagem. . 1 x - 1 (a) y = - 2 (b) y = (c) y -(x - 1)2 X X -I- 4 5. A função f (x) é do 1 2 grau. Escreva a função se f(-1)= 2 e f (2) = 3. 6. Determinar quais das seguintes funções são pares ou ímpares (a) f (x) = 3x4 - 2x2 + 1 (b) f (x) = 5x3 - 2x (c) f (s) = s2 + 2s -I- 2 (d) f (t) = t6 - 4 3 f(y) - Y Yy2 +1 1(h) .ft -2x) = (a' + a-x) (j) flx) = ln (x + 'N/ 1 + x2 ) . (e) f (x) =I xl x - 1 (g) f(x) = x + 1 (i) f(x) = ln 1 + x 1 - x x + 1(c) f(x) — x — 1 (d) f(x)=Ix1+Ix-11. Funções 65 7. Demostre que sef e g são funções ímpares, então (f + g) e (f — g) são também funções ímpares. 8. Demonstre que se f e g são funções ímpares, então f-g e flg são funções pares. 9. Mostre que a função —1 [f(x) + f(—x)] é par e que a função —1 ff (x) — f (—x)] é ímpar.2 2 10. Demonstre que qualquer função f: R R pode ser expressa como a soma de urna função par com uma função ímpar. 11. Expresse as funções seguintes como a soma de uma função par e uma função ímpar (a) f (x) = x2 2 (b) (x) = x3 — 1 12. Seja f (x) uma função, cujo gráfico para x O, tem o aspecto indicado na figura. Completar esse gráfico no domínio x < O, se: a) f (x) é par; b) f (x) é ímpar. 13. Em cada um dos exercícios determine a fórmula da função inversa. Fazer os gráficos da função dada e de sua inversa. (a) y = 3x + 4 (b) y — 1x — a (c) y= X+ a+ (d) y = 1, x> Ox a 66 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração (e) y = .Nrx - 1, x>_1 (f) y = - - x, x5 a x2 (g) Y - 1 x O (h) y = x2 - 4 , O x- + (i) y = x2 - 4 , x O. 14. Mostrar que a função y = f(x) - x + 2 - 1 coincide com a sua inversa, isto é, x = f(y)2x ou f (f (x)) = x. 15. Dada a função y = f(x) = 1 + definida para todo x real, demonstrar que sua inversa "\1 é a função x = g (y) \h. y2 definida para ly I < 1. se x < 1 16. Seja f(x) = x2, se 1 .^ x 5 9 27 -\rx- , se x > 9 . Verifique que f tem uma função inversa e encontre! 1 (x). 17. Se f (x) e g (x) são periódicas de período T, prove que: (a) h(x) = f (x) + g (x) tem período T. (b) h(x) = f (x) • g (x) é periódica de período T. (c) h(x) = g() , g (x) # O V x, é periódica de período T. 18. Se f (x) é periódica de período T, prove que 3T também é período de f 19. Sabendo que f (x) é uma função par e periódica de período T = 4, complete o seu gráfico. Funções 67 20. Se f (x) = 2x, mostrar que f (x + 3) -f (x -1) = 15/2f (x). 21. Seja 4)(x) = 1/2 (ax + a-x) e 111(x) = 1/2 (a' - a-x) . Demostrar que 4T(x + y) =4)(x) 4)(Y) + Ni(x) • NI(Y) e ni(x + =4)(x) - V(Y) +4)(Y) • 111(x). 22. Construir o gráfico das seguintes funções exponenciais. (a) y = ax, se a = 2, 1/2, e (e = 2,718 ...) (b) y = 10 1 Ix (c) y = e-x2 (d) Y = - 2x 23. Dada 4)(x) = ln 1 - x1 + x verifique a igualdade 4)(a) + 4)(b) - 24. Sejam f (x) = log x e g (x) = x3 . r a + b 1 + ab 68 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Forme as expressões (a) f [g (2)] (c) g[f (a)], a > O. (b) f [g (a)], a > O 25. Construir o gráfico das seguintes funções logarítmicas. (a) y =ln (—x) (c) y=ln(x+1) (e) y=x1nx. (b) y= ln I xl (d) y = logax se a = 10, 2 e 1/2 26. Se f (x) = arc tg x prove que .f(x) + KY) — f (ir x yY ) • 27. Prove que arc tg a — arc tg b = arc cotg b — arc cotg a. 28. Sejaft0) = tg O . Verifique a igualdade f (2 O) = 2 f (0) 29. Seja f (x) = arc cos (log 10 x). Calcular f (1110), f (1) e f (10). 30. Determinar o domínio das seguintes funções: x(a) y = arc cos 2 +1 x (b) y = arc sen (log 10 x/10) (c) y = Nisen 2x . 31. Construir o gráfico das seguintes funções trigonométricas. Verificar se são periódicas e em caso afirmativo determinar o período. I. 1 — LAO) 1 2 Funções 69 (a) y = sen kx, k = 2, 3, 1/2 e 1/3 (c) y=kcos 2x, k=2,-1 e 1/2 (e) y = cos (x + n12) (g) y = cotg (x + rc/4) (i) y = 1 + sen x (b) y = k cos x, k = 2, 3, 1/2, 1/3 e —1 (d) y =- sen (x — rc/2) (I) y = tg (x — 37r/2) (h) y = tg 2x (j) y=l+Isen2x1 32. Dada a função f (x) = 2 senh x — 3 tgh x, calcule f (2),f (-1) e f (0). 33. Prove as identidades: (a) 1 — tgh2 u = sech2 u (b) 1 — cotgh2 u = cosech2 u. 34. Defina uma função inversa para y = cosh x, para x O. Esboce o gráfico. 35. Mostre a validade das expressões: (a) arg cosh x = ln (x + "si x2 — 1), x 1; (b) arg tgh x = 1/21n 1 + x ) 1 — x , —1 < x < 1; (c) arg sech x = ln r i+ ,11 — x2 \ x , O < x 1. 36. Sendo f (x) = cosh x, mostre que f [In ( x + "\Ix2 — 1)] = x 37. Mostre que as funções senh x, tgh x, cotgh x e cosech x são ímpares. 38. Mostre que as funções cosh x e sech x são pares. MAKRON Books CAPÍTULO 3 EDITORA DAU LIMITE E CONTINUIDADE O objetivo deste capítulo é dar uma definição de LIMITE de uma maneira intuitiva e também de uma maneira convencional. Vamos analisar propriedades e teoremas referentes a' limites de funções. Finalmente, definiremos a continuidade das funções usando limites. 3.1 NOÇÃO INTUITIVA Inicialmente faremos algumas considerações. Sabemos que, no conjunto dos números reais, podemos sempre escolher um conjunto de números segundo qualquer regra pré-estabelecida. Analisemos os seguintes exemplos de sucessões numéricas. (1) 1, 2, 3, 4, 5, ... (2) 1/2, 2/3, 3/4, 4/5, 5/6, ... (3) 1, 0, —1, —2, —3, ... (4) 1, 3/2, 3, 5/4, 5, 7/6, 7, ... Na sucessão (1), os termos tornam-se cada vez maiores sem atingir um LIMITE. Dado um número real qualquer, por maior que seja, podemos sempre encon- 70 Limite e continuidade 71 trar na sucessão, um termo maior. Dizemos então que os termos dessa sucessão tendem para o infinito ou que o limite da sucessão é infinito. Denota-se X -> 00 . Na sucessão (2) os termos crescem mas não ilimitadamente. Os números aproximam-se cada vez mais do valor 1, sem nunca atingirem esse valor. Dizemos que De maneira análoga, dizemos que na sucessão (3) x —> — 00 . Em (4) os termos da sucessão oscilam sem tender para um limite. Ampliaremos agora, o conceito de LIMITE para os diversos casos de Limite de uma função. Observemos as seguintes funções: Exemplo 1. Seja y = 1 — 1/x (ver Figura 3.1 e Tabela 3.1). Tabela 3.1 x 1 2 3 4 5 6 500 1000 y O 1/2 2/3 3/4 4/5 5/6 499/500 999/1000 . . . x —1 —2 —3 —4 —5 . —100 —500 2 3/2 4/3 5/4 6/5 . . 101/100 501/500 X 72 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 3-1 Esta função tende para 1 quando x tende para o infinito. Basta observar as tabelas e o gráfico para constatar que: y -4 1 quando x —> + 00 . Denota-se lim (1 - 1/x) = 1. X Exemplo 2. A função y = x2 + 3x - 2 tende para + ao quando x --> ± Denota-se lim (x2 + 3x - 2) = + X —) ± 00 De fato, intuitivamente, basta analisar o gráfico (Figura 3.2) e as sucessões da tabela (Tabela 3.2). Tabela 3.2 x 1 2 3 4 5 6 7 100 1000 2 8 16 26 38 52 68 10298 1002998 .. x -1 -2 -3 -4 -5 -6 . . . -100 -500 - 4 - 4 - 2 2 8 16 . . . 9698 248498 Limite e continuidade 73 Figura 3-2 Exemplo 3. 2x 1 A função y = + tende para 2 quando x —> ± co, e escrevemos x — 1 . 2x + 1 hm — 2. x— 1 Tabela 3.3 x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,0001 y 3,5 5 8 14 32 302 3002 30002 x — 1 O 0,9 0,99 0,999 0,9999 y 0,5 —1 — 28 — 298 — 2998 — 29998 74 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 3-3 Observando a Figura 3.3 e a Tabela 3.3 ainda podemos dizer que y —> + quando x —> 1 através de valores maiores do que 1 e que y —> — 00 quando x —> 1 através de valores menores do que 1. Neste caso, estamos nos referindo aos limites laterais denotados por: lim x 1+ lim x +00 e -00, respectivamente chamados limite à direita e limite à esquerda. Exemplo 4. A Figura 3.4 nos mostra o gráfico da função 1 Y — (x + 1)2 Esta função tende para o infinito quando x tende para —1, e escrevemos 1 11111 - Ce x _> (x + 1)2 1 lim 1 — +00. + 1)2 lim x->-1+ + 1)2 -1 Limite e continuidade 75 ou ainda, Tabela 3.4 x —3 2 —1,5 —1,25 —1,1 —1,01 —1,001 y 0,25 1 4 16 100 10000 1000000 x O — 0,5 — 0,75 — 0,9 — 0,99 — 0,999 y 0,25 1 4 16 100 10000 1000000 Figura 3-4 Exemplo 5. A Figura 3.5 mostra o gráfico da função -1 Y = (x - 2)2 Escrevemos lim x->2 — — 00 ou y —> — oo quando x —> 2.- 2)2 x y 3 2,5 2,1 2,01 2,001 —0,25 — 4 — 100 — 10000 — 1000000 76 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Tabela 3.5 2 1 1,5 1,9 1,99 1,999 —0,25 — 1 — 4 — 100 — 10000 — 1000000y x Figura 3-5 Exemplo 6. Na Figura 3.6 temos o gráfico da função y = 3x -1. De modo análogo aos exemplos anteriores, observando esse gráfico e a Tabela 3.6, podemos escrever que lim (3x - 1) = lim (3x - 1) = 2, x-41+ x-41 ou ainda, lim (3x -1) = 2. x-41 Limite e continuidade 77 Tabela 3.6 x 0 0,25 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999 0,9999 y — 1 — 0,25 0,5 1,25 1,7 1,97 1,997 1,9997 x 2 1,75 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,0001 y 4,25 3,5 2,75 2,3 2,03 2,003 2,0003 Figura 3 -6 Podemos agora analisar os exemplos dados de outro modo. No Exemplo 3.6, observa-se que é possível fazer o valor de y tão próximo de 2 quanto desejarmos, tomando x suficientemente próximo de 1, mas não necessaria- mente igual a 1. Ou ainda, o valor absoluto da diferença y — 2 tão pequeno quanto desejarmos, tomando o valor absoluto da diferença x — 1 suficientemente pequeno. (Observe a Tabela 3.6.) Estamos agora aptos a formular as definições formais. 78 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3.2 DEFINIÇÃO Seja f (x) definida num intervalo aberto I, contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Dizemos que o limite de f (x) quando x aproxima-se de a é L, e escrevemos lim j(x) = L x a se para todo - e > 0, existe um 8 > 0, tal que If (x) — LI < e sempre que 0 < lx — al < 8. 3.3 EXEMPLOS Usando a definição 3.2 provar que: (i) lim (3x — 1) = 2. x-->1 De acordo com a definição 3.2 devemos mostrar que, para todo E > 0, existe um 5 > 0, tal que I (3x — 1) — 2 I < E sempre que 0<lx—ll< 8. O exame da desigualdade envolvendo E proporciona uma chave para a escolha de 8. As seguintes desigualdades são equivalentes: 13x-1-21 < E I3x — 3 I < e I3(x — 1) I < E 3 lx — 1 I < E Ix — 1 I < e/3. A última desigualdade nos sugere a escolha do 8. Fazendo 50 = E/3, vem que I (3x — 1) — 2 I < e sempre que O < lx — 1 I < 8. Limite e continuidade 79 Portanto, hm (3x — 1) = 2. —> 1 (i) lim x2 = 16. x—>4 Vamos mostrar que dado e > O, existe 3 > O, tal que 1x2 — 16 1 < e sempre que O < Ix — 4 1 < 6. Da desigualdade que envolve E, temos lx2 — 16 1 < E IX-41 IX+ 4 1 < E Necessitamos agora substituir Ix + 41 por um valor constante. Neste caso, vamos supor O < 8 1, e então, de O < Ix — 4 1 < 8, seguem as seguintes desigualdades equivalentes: lx — 4 1 < 1 —1 <x-4 < 1 3 <x < 5 7 <x + 4 9 Portanto, Ix + 4 1 < 9. Escolhendo 6 = min (e / 9,1), temos que se Ix — 4 1 < 8 então Lx2 — 161= Ix— 411x + 41 < 6. 9 < 9 9 = e. Logo lim x2 = 16. x —>4 80 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3.4 PROPOSIÇÃO (UNICIDADE DO LIMITE) Se lim f(x) = L1 e lim f(x) = L2, então L 1 = L2. x —> a x -) a Prova. Seja E > O arbitrário. Como lim f(x) = L 1, existe 8 > O tal que x-> a I f (x) - L 1 1 < E /2 sempre que O < lx - a 1 < S i . Como lim f(x) = L2, existe 52 > O tal que -) a I f (x) - L21 < E /2 sempre que O < Ix - a I < 8 2 . Seja 8 = min {8 1 , S2 }. Então, If(x) - L 1 1 < E/2 e If(x) - L21 < E./2 sempre que 0 < ix - al < 8. Seja x tal que O < lx - al < S. Então, podemos escrever IL i - L2I = IL 1 - f (x) + f (x) - L2I ^ If (x) - L 1 1 + If (x) - L21 < E/2 + e/2 = e. Como e é arbitrário, temos IL 1 - L2I = O e portanto L 1 = L2 . 3.5 PROPRIEDADES DOS LIMITES - , Na Seção 3.3, usamos a definição de limite para provar que um dado número era limite de uma função. Foi um processo relativamente simples para funções lineares, que se tornou complicado para funções mais elaboradas. A seguir introduziremos propriedades que podem ser usadas para achar muitos limites sem apelar para a pesquisa do número 8 que aparece na definição 3.2. 3.5.1 Proposição. Se a, m e n são números reais, então lim (mx + n) = ma + n. x —> a Limite e continuidade 81 Prova. Caso I: m O. De acordo com a definição 3.2, dado e > O, devemos mostrar que existe 8 > O, tal que 1 (m x + n) — (m a + n)I < e sempre que O < 1 x — al < 8. Podemos obter a chave para a escolha de 8 examinando a desigualdade que envolve E. As seguintes desigualdades são equivalentes: 1 (m x + n) — (m a + n)I < E iM X — m al < E Iml I x — al < E 1 x — al < E 1 m 1 A última desigualdade sugere a escolha 8 = 1m 1 E 1De fato, se 8 = 1m ' temos e1(m x + n) — (m a + n)I = Iml lx — al < Iml • —Iml sempre que O < lx — al < 8, e portanto, lim (mx + n) = ma + n. x —> a Caso 2: m = O. Se m = O, então 1 (m x + n) — (m a + n)I = O para todos os valores de x. Logo, tomando qualquer 8 > O, a definição de limite é satisfeita. Portanto, lim (mx + n) = ma + n, para quaisquer a, m e n reais. x a Da proposição 3.5.1, decorre que: (a) Se c é um número real qualquer, então lim C = C. .x -4 a (d) lim x -4 a lim f(x) x-->a , desde que lim g(x) � O; x —> a f(x) g(x) Hm g(x) x-4 aa 82 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (b) lim x = a. x -› a 3.5.2 Proposição. Se lim f(x) e lim g(x) existem, e c é um número real qualquer, então: x -4 a x a (a) lim [f(x) ± g(x)1 = lim f(x) ± Hm g(x); —)(1 x—>a x—>a (b) lim cf(x) = c • lim f(x); x-->a x—>a (c) lim f(x) • g(x) = Hm f(x) • lim g(x); x—>a x—>a x-->a (e) lim [Rx)]n = [lim f(x)]" para qualquer inteiro positivo n; x—>a x-->a (t) lim V.gx) = lim f(x) , se lim f(x) > O e n inteiro ou se x-4a x-4a x—>a lim f(x) 5 O e n é um inteiro positivo ímpar; x -› a (g) lim ln [f(x)] = ln [ Hm f(x)], se lim f(x) > O; x—>a x—>a x—>a (h) lim cos [fix)] = cos [ lim f(x)]; x-->a x—>a (i) lim sen [f(x)] = sen [ lim f(x)]; x—>a x—>a lim f (x) (i) lim e f (x) = e x—'a x—>a • Limite e continuidade Provaremos o item (a) desta proposição usando o sinal positivo. Prova do item (a). Sejam lim f(x) = L, lim g (x) =M e E > 0 arbitrário. Devemos pro- x a x—>a var que existe S > 0 tal que (f (x) + g (x)) — (L + M)1 < E sempre que 0 < k - ai < 8. Como lim f (x) = L e E/2 > 0, existe S i > 0 tal que [f(x) —Li < E/2 x—>a sempre que 0 < — ai < S i Como lim g (x) = M, existe 82 > O tal que 1g(x) — Al < E/2 sempre x—>a que 0 <ix—al < 82 . Seja S o menor dos números S i e 82 . Então 8 s Si e s 82 e assim, se O < — ai < 8, temos 1g(x) — < E/2 e [1(x) — Li < E/2. Logo, (gx) + g(x)) — (L + M)1 = 1 (gx) —L) + (g(x) —M)1 s 1 f(x) — L1 + 1g(x) — M 1 < 612 + cI2 = E sempre que 0 < x — ai < S e desta forma lim (j(x) + g(x)) = L + M. x —>a 3.5.3 Proposição. Se f(x) s h(x) s g(x) para todo x em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente em x = a, e se lim f(x) = L = lim g(x) x—►a x—>a 84 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração então, lim h(x) = L. x —> a Prova. Seja E > O arbitrário. Como lim flx) = L, existe S i > O tal que If (x) — LI < x —> a sempre que O < Lr — al < 8 1 . Como lim g(x) = L, existe 32 > O tal que Ig (x) — LI < e X a sempre que O < lx — al < 82 . Seja 8 = min {8 1 , 82 }. Então, se O < Lr — a! < 8 temos que If (x) — LI < e e Ig (x) — LI < e, ou de forma equivalente, L — e < g (x) <L-i-eeL—E<f(x)<L+ E. Assim, usando a hipótese, concluímos que se O < lx — al j< 8, então, L < f (x) 5. h(x) g (x) < L + E , isto é, L — e < h(x) < L + e. Logo, se O < Lr — al < 8, temos que Ih(x) — LI < e e, portanto, lim h(x) = L . x a 3.5.4 Exemplos. (i) Encontrar lim (x2 + 3x + 5). x—> 2 Temos, hm (x2 + 3x + 5) = lim x2 + lim 3x+ lim 5 x —> 2 x —> 2 x —+ 2 x --)22 = lim x2 + 3 lim x + lim 5 2 x-422 x 2 = 22 + 3 2 + 5 = 15. Limite e continuidade 85 (ii) Encontrar lim x-93 x — 5 x3 — 7 Hm x-, 3 x — 5 lim (x — 5) x->3 3 — 5 —1 lim (x3 — 7) 27 — 7 10 x->3 — L1 < e x3 — 7 L1 <e (iii) Encontrar lim -‘ix4 — 4x + 1 . x-4-2 de forma Hm \ix4 — 4x + 1 \I Hm (X4 - 4x + 1) x -> - 2 x ->- 2 = -\](-2)4 —4(-2) + 1 = 5. X2(iv) Encontrar hm - 1 — 1 1(x) = im (x — 1) = O . -41 Neste caso, não podemos aplicar a propriedade do quociente pois Porém, se fatoramos o numerador obtemos x2 — 1 (x — 1)(x + 1) — x + 1 para x # 1. x — 1 x —1 Como no processo de limite os valores de x considerados são próximos de 1, ias diferentes de 1, temos lim X2 - 1- 1) (X + 1) - 11111 - Hm (x + 1) = 2 x — 1 x —x-,1 x->1 x-41 (v) Encontrar Hm x2 x sen —1 x Vamos usar a proposição 3.5.3. Como todos os valores da função seno estão tre —1 e 1, temos 0 < sen 1x 1, V x O. sen 1 x o x2 x2, V x O. =0.sen -1 x lim x2 x->I3 .(d) lim f(x). x -> 4 lim f(x). x -> (e) lim f(x). x-> 86 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Multiplicando a desigualdade por x2, temos Como lim 0 = O e lim x2 = O, pela proposição 3.5.3 concluímos que x->I3 x->0 3.6 EXERCÍCIOS 1. Seja f (x) a função defmida pelo gráfico: Intuitivamente, encontre se existir: e(a) lim flx). 6 (b) lim f(x). x->3 - e(c) lim f(x).x->1+ x -> 3 Limite e continuidade 87 2. Seja f(x) a função definida pelo gráfico: Intuitivamente, encontre se existir: ',(a) lim f(x). (b) lim f(x). x -> -2+ x -> -2 c (c) lim f(x). .(d) lim f(x). x -> -2 X -> 3. Sejafix) a função defmida pelo gráfico: Intuitivamente, encontre se existir: e (a) lim f(x). (b) lim f(x). x->0+0+ x -> O- x O (c) lim f(x). b(d) lim f(x). x -> + $(e) lim f(x). X -3 - lim f(x). x -> 2 88 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 4. Seja f(x) a função definida pelo gráfico: Intuitivamente, encontre se existir: e (a) lim f(x). x 2+ (d) lim f(x). .(b) lim f(x). x 0(e) lim f(x). x (c) lim f(x). x -ì + 5. Seja f(x) a função definida pelo gráfico: Intuitivamente, encontre se existir: ., (a) lim ,fix). x -4 1 + ((d) lim f(x). x -9 + m (b) lim f(x). x-) 1 o (e) lim f(x). x--t- oo '(c) lim f(x). 1 Limite e continuidade 89 u6. Mostrar que existe o limite de f(x) = 4x — 5 em x = 3 e que é igual a 7. 7. Mostrar que lim x2 = 9. x —› 3 Nos exercícios 8 a 12 é dado lim f(x) = L. Determinar um número 8 para o E dado x —> a tal que If(x) — LI < e sempre que O < I x — al < S. 8. lim (2x + 4) = 8 e = 0,01. x 2 9. lim (-3x + 7) = 10 , e = 0,5. x-*-1 e = 0,1. x —> —2 X + 2 2 1 — x 3 1 limE = 0,25.— x —> 5 X2 — 1 12. lim 1 x— 1 — 2 e = 0,75. X —> 13. Demonstrar que lim x sen 1/x = 0. x —> O 14. Mostrar que: (0 Se f é uma função polinomial, então lim f(x) = fia) para todo real a. x -4a (ii) Se g é uma função racional e a pertence ao domínio de g então lim g(x) = g(a)• x —> a Calcular os limites nos exercícios 15 a 34, usando as propriedades de Limites. 45. lim (3 — 7x — 5x2). 16. lim (3x2 — 7x + 2). x —> O x —> 3 10. lim x2 — 4 — —4 11. x -- 30. Hm 3x -32 x - 4 .31. lim [2 sen x - cos x + cotg x]. x -37c/2 032. lim (ex + 4x). ,21 i x->4 90 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 17. Em (-x5 + 6x4 + 2). x->-1-1 19. Hm [(x + 4)3 (x + 2)-11. x- -1 18. Hm (2x. + 7). x -> 1/2 20. lim [(x - 2) 10 (x + 4)]. x -> x + 4 t + 3 21. lim 22. Em3x -x ->2 t->2 t + 2 . X223. lim -1 x -)1 x 1. +St + 6. t2 24. hm t + 2t->2 t225. lint - 5t + 6 26. s + 4 t-2 t - 2 s -3 1/2 2s 27. lim 3N2x + 3. x -34 28. fim (3x + 2)2/3 . x -37 2x229. lim - x x -) .5/1 3x 33. Em (2x + 3) 1/4 . senil x 34. lim 4x ->2 3.7 LIMITES LATERAIS 3.7.1 Definição. Seja f urna função definida em um intervalo aberto (a, c). Dizemos que um núMero L é o limite à direita da função f quando x tende para a, e escrevemos lim f(x) = L, x a-F Limite e continuidade 91 se para todo e > O, existe um 8> O, tal que f(x) - LI < e sempre que a < x < a + 8. Se Hm f(x) = L, dizemos que f(x) tende a L quando x tende para a pela x _> a+ direita. Usamos o símbolo x a+ para indicar que os valores de x são sempre maiores do que a. De maneira análoga, definimos limite à esquerda. 3.7.2 Definição. Sejaf uma função definida em um intervalo aberto (d, a). Dizemos que um número L é o limite à esquerda da função f, quando x tende para a, e escrevemos lim f(x) = L, se para todo e > O, existe um 8 > O, tal que If(x) - LI < e sempre que a - < x < a. Neste caso, o símbolo x —> a indica que os valores de x considerados são sempre menores do que a. Observação. As propriedades de limites, vistas nas proposições 3.5.1, 3.5.2 e 3.5.3 continuam válidas se substituirmos x —> a por x --> a+ ou x —> a- . 3.7.3 Exemplos (i) Dada a função f(x) = (1 + -Vx - 3 ), determinar, se possível, lim f(x) e lim f(x). x -)3+ x-)3 A função dada só é definida para x 3. Assim, não existe lim f(x). x-43 Para calcular lim f(x), podemos aplicar as propriedades. Temos, x->3+ lim f(x) lim (1 + - 3 ) x -> 3+x-)3+ OCV le4 0.‘ -1; 1.6 o 6 CP, 92 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração • lim 1 + lim - 3 x ->3+3+ x -> 3+ • 1 + lim (x - 3) 3+ • 1 + 0 • (ii) Seja f(x) = x -cri Ose x 1, se x = . Determinar Hm flx) e lim f(x). Esboçar o gráfico. x->o+ x-r Se x > O, então Ixl = x e f (x) = = Logo, lim f(x) = Hm -1 = - 1. x-,o+ Se x < 0, então Ixl = -x e f(x) = = 1. x Portanto, Hm f(x) = Hm 1 = 1. x x O gráfico da função pode ser visto na Figura 3.7. Observamos que lim f(x) # lim f(x). x x-30 Limite e continuidade 93 Figura 3-7 (iii) Seja f(x) = Ixl. Determinar lim f(x) e lim f(x). Esboçar o gráfico. x-:■+ x-)o Se x O, então f(x) = x. Logo, lim f(x) = lim x = O. x-o+ x->o+ Se x < O, então f(x) = -x. Logo, lim f(x) = lim (-x) = O. A Figura 3.8, mostra o esboço do gráfico da função. Neste exemplo, podemos observar que lim f(x) = lim f(x). x o+ x Figura 3-8 94 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração O teorema a seguir nos dá a relação existente entre limites laterais e limite de uma função. 3.7.4 Teorema. Se fé definida em um intervalo aberto contendo a, exceto possivel- mente no ponto a, então Hm f(x) = L se e somente se lim f(x) L x- a x—►a+ e lim f(x) = L. x- a- Prova. Provaremos apenas a condição suficiente. A condição necessária é conseqüência imediata das definições dos limites envolvidos. Suponhamos que Hm f(x) = L e Hm f(x) L. Então, dado e > 0 arbitrá- x -a+ rio, existe S i > O tal que if (x) - L < E' sempre que a < x < a + 8 1 e existe 82 > 0 tal que tf (x) - Li < e sempre que a - 82 < x < a. Seja 8 = min {S i , 82}. Então a - 82 s a - 8 e a+Ssa+ 8 1 , e, portanto, se x � a e a-S<x<a+6, temos que If (x) - Li < E. De forma equivalente, If (x) - Li < E sempre que O < lx - ai < S e desta forma, lim f(x) = L. 3.7.5 Exemplos (i) Analisando os exemplos anteriores, podemos concluir que: kl -ó - o(a) Também não existe lim - x -z (b) Hm ixi = 0. x -o Limite e continuidade 95 {x 2 + 1 , para x < .2 (ii) Seja f(x) = 2 , para x = 2 9 - x2 , para x > 2 . Determinar, se existirem, lim f(x), lim f(x) e lim f(x). Esboçar o gráfico x-)2+ x->2 x->2 da função. Se x > 2, então, f (x) = 9 - x2 . Assim, lim f(x) = Hm (9 - x2) = lim 9 - Hm x2 =9 - 4 = 2+ x-2+ x->21- x-42+ Se x < 2, então, f(x) = x2 + 1. Portanto, Hm f(x) = lim (x2 + 1) = lim x2 + lim 1 = 4 + .1 = 5. x->2 x->2 x-)2 x->2 Como Hm f(x) = lim f(x) = 5, concluímos que x_)2+ lim f(x) = 5. x->2 A Figura 3.9, mostra o gráfico de f(x). {x2 - 2x + 1 , x � 3 .2. Seja h(x) = 7 x 3 . 96 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 3 -9 3.8 EXERCÍCIOS 1. Seja f(x) = Calcule: )(b) Em flx). x -› 3- x -) 3+ ‘""( ,,(d) lim f(x). -(e) Hm f(x). x - > 5 - x_5+ Esboçar o gráfico deflx). 3(a) lim f(x). (c) lim fiz). x -4 3 Em f(x). x-)5 •Calcule lim h(x). Esboce o gráfico de h(x). x-)33 Limite e continuidade 97 3. Seja F(x) = Lx — 4L Calcule os limites indicados se existirem: e(a) lim F(x). x->4+ Esboce o gráfico de F(x). sa(b) lim F(x). s(c) lim F(x). x->4 x -> 4 4. Seja f (x) = 2 + 15x — 11. Calcule se existir: (a) lim f(z). (b) hm f(x). e(c) lim Rx). x —> 1/5+ x —> 1/5 x -> 1/5 Esboce o gráfico de f(x). Seja g(x) = — 31 x — 3 x 3 (a) Esboce , x = 3 . o gráfico de g(x). '(b) Achar, se existirem lim g(x), x > 3+ lim x —> 3- g(x) e lim x -> 3 g(x). { e6. Seja h(x) = x/lx 1 , se x O O , se x = O . Mostrar que h(x) não tem limite no ponto O. el. Determinar os limites à direita e à esquerda da função f(x) = arc tg 1/x quando x -* O. a8. Verifique se lim x 1 1 existe.—X > -5. - ,00 —oo,O x 3 O° ..°00 o o ' 98 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 9. Seja f(x) = 1/x , x2 , 2 , 2 — x , x < 0 O X < 1 x =- 1 x > 1 . Esboce o gráfico e calcule os limites indicados se existirem: é (a) lim f(x). x —) —1 ,*(19) lim f(x). a(c) lim f(x). x —) x )0+ ,(d) lim f(x) . x—) '(e) lim f(x). lim f(x). x —> O x ->2+2+ ,(g) lim f(x). x - 2 •(h) lim f(x). x— 2 10. Seja f(x) = (x2 - 25)/(x — 5). Calcule os limites indicados se existirem: *(a) lim f(x). x O _ 1(b) lim f(x). ,(c) lim f(x). x -> 5+ x -> - ((d) lim f(x). s(e) lim f(x). x —> 5 x --> - 5 3.9 CÁLCULO DE LIMITES Antes de apresentar exemplos de cálculo de limites, vamos falar um pouco sobre expressões indeterminadas. Costuma-se dizer que as expressões: são indeterminadas. O que significa isto? Limite e continuidade 99 Vejamos, por exemplo, O- • O Sejam f e g funções tais lim f(x) = lim g(x) = O. Nada se pode afirmar, x-*a x—>a a priori, sobre o limite do quociente f/g. Dependendo das funções f e g ele pode assumir qualquer valor real ou não existir. Exprimimos isso, dizendo que 0/0 é um símbolo de indeterminação. Para comprovar o que dissemos acima, vejamos dois exemplos: (i) Sejam f(x) = x3 e g(x) = x2 . Temos, lim f(x) = lim g(x) = O x x 3e lim = lim x-5 = lim x = O. g(x) x --)13 x (ii) Sejam f(x) = x2 e g(x) = 2x2 . Temos, lim f(x) = lim g(x) = O e, neste caso, x-4c■ x->o lim x. f( ) x2 - lim - lim 1 = -1 - x g(x) x2x2 x-'0 2 2 Analisaremos, agora, alguns exemplos de cálculo de limites onde os artifícios algébricos são necessários. São os casos de funções racionais em que o limite do denominador é zero num determinado ponto e o limite do numerador também é zero neste mesmo ponto. Simbolicamente estaremos diante da indeterminação do tipo 0/0. lim x3Exemplo 1. h - 3x + 2 x -4 -2 x2 - 4 100 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Neste caso, fatora-se o numerador e o denominador fazendo-se a seguir as simplificações possíveis. Aplicamos então a proposição 3.5.2. Temos, lim = hm - 3x + 2 (x2 - 2x + 1)(x + 2) x---2 x2 - 4 x--2-2 (x - 2)(x+ 2) = lim x2 - 2x + 1 x--2 x - 2 lim (x2 - 2x + 1) x->-2 um (x - 2) x 2 - 9/4. + 2 - Exemplo 2. hm x-›0 Para este exemplo usaremos o artifício da racionalização do numerador da função. Segue então, + 2 - = lim esix + 2 - (Nix + 2 + lim x-)o x x->0 Xe■ix + 2 + = lim (Nix + 2 )2 -(Nr2-:)2 x x ( "■ix + 2 + ) = lim x + 2 - 2 x->0 X( . 1.7C 2 +') Limite e continnifkrk 101 = lim , x—)o "Vx + 2 + N12— 1 2 *Ni2.-- Exemplo 3. lim r— x-41 Nx — 1 Neste caso faremos uma troca de variáveis para facilitar os cálculos. Por exemplo, x = t6, t O. Quando t6 —+ 1, temos que t -->.1. Portanto, 3-■&"lim — 1 = lim — 1 x — 1 r—› Nt6 — 1 = llim- 1 t-91 r — 1 lim (t — 1) (t + 1) rol = (t +1) (t2 + t + 1) lim t+ 1 = t -41 , + t + 1 = 2/3. 1 3fX — Exemplo 4. lim (x + h)2 — x2 h->0 h Neste exemplo, simplesmente desenvolve-se o numerador para poder realizar as simplificações. Obtem-se: h x . m ( + h)2 — x2 —lim +x2 2xh + h 2 — x2 h->0 h h->0 h um 2xh + h2 = h->0 h um h(2x + h) h->0 h = lim (2x + h) h->0 2x. 3.10 EXERCÍCIOS 1. Para cada uma das seguintes funções ache hm f(x) — f(2) x- 2 — 2x -• 2 ?,(u) f(x) = 3x2 . (b) f(x) = 1/x, x O. • (c) f(x) = 2/3 x2 . e(d) f(x)= 3x2 + 5x — 1. 6 (e) f(x) = x + 1 , x � —1 . a (f) f(x) = x3. 102 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração .■11. + x — 1 19. lim —x • Vx' — 4a 21. lim a � O . x —> a x — a x->0 -3\1 8 + — 2 h "V x2 + a2 — a lim , a, b > O . x "\ix2 + b2 — b tf 17 ( Limite e continuidade 103 Nos exercícios 2 a 25 calcule os limites. . x3 + a. hm , x x- - 1 3. lim t3 + 4ê + 4f (t + 2) (t — 3) E4. lim x2 + 3x — 10 1$. lim 2t2 — 3t — 5 • x->2 3x2 — 5x — 2 —> 5/2 2t — 5 06. lim x2 + (1 — a)x — a 97. lim 3x2 — 17x + 20 3 — axx-*a x->4 4x2 — 25x + 36 Li x2-1 (m-},, y,,y--n__L x2 + 3x + 2 (/ -IJ) X2 - 4 x2 — 5x + 6 410. lim D11. x — 2x ->2 x->2 XL —12x + 20 42. lim (2 + h)4 — 16 3. fim (4 + 02 -16 • 01 h — > tr) x2 + 6x + 5 *8. lim x-->_1 x— 3x — 4 ▪ lim x '125 + 3t — 5 .N1a2 + bt — a .r.14. lim m15. lim , a > O r —> o t r->0 — 1 \Àt, 'N/2(h2 — 8) + h . 16. t.17. 11111 h-->1 h — 1 h->-4 h + 4 104 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração • 22. te lim x ->1 — 1 23. lim x 1 -2 ï; + - 1)24\1; - 1 3 - -\/5 + x •t; 24. Hm x ->4 1 - - X FI + x — —x 25. lim 3.11 Limites no Infinito No exemplo 1 da seção 3.1, analisamos o comportamento da função f(x) = 1 - 1/x para valores de x muito grandes. Intuitivamente, vimos que podemos tomar o valor de f(x) tão próximo de 1 quanto desejarmos, tomando para x valores suficientemente elevados. (Observar a Tabela 3.1.) Da mesma forma, fazendo x decrescer ilimitadamente vemos que f(x) se aproxima desse mesmo valor 1. Temos as seguintes definições: 3.11.1 Definição. Seja_ f uma função definida em um intervalo aberto (a, + oe Escrevemos, fim f(x) = L, x-,+-+- quando o número L satisfaz à seguinte condição: Para qualquer e > O, existe A > O tal que If (x) - LI < e sempre que x > A. 3.11.2 Definição. Seja f definida em (- 00, b). Escrevemos, lim f(x) = L, X -) se L satisfaz a seguinte condição: Para qualquer e > O, existe B < O tal que If (x) - LI < e sempre que x < B. Limite e continuidade 105 Observação.As propriedades dos limites dadas na proposição 3.5.2 da seção 3.5, permanecem inalteradas quando substituimos x —> a por x —> + .0 ou x —> — oo. Temos ainda o seguinte teorema, que nos ajudará muito no cálculo dos limites no infinito. / 3.11.3 Teorema. Se n é um ral ero inteiro positivo, então: (i) lim 1= 0. Xn (ii) hm — = 0. xn Prova. Vamos demonstrar o item (i). Devemos provar que, para qualquer e > 0, existe A > 0, tal que < e sempre que x > A. O exame da desigualdade que envolve c nos sugere a escolha de A. As seguintes desigualdades são equivalentes: — —0 xn < E < E 106 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração A última desigualdade nos sugere fazer A = 1/ W. Temos que x > A — -o < E e desta forma limhm — = O. x—>+.0 Xn A demonstração do item (ii) se faz de forma análoga. Sugerimos ao aluno que tente fazê-la. 3.11.4 Exemplos 2x(i) Determinar lim – 5 x + 8 Neste caso, temos uma indeterminação do tipo — • Vamos dividir o numerador e o denominador por x e depois aplicar as proprie- dades de limites juntamente com o teorema 3.11.3. Temos, lim 2x – 5 lim 2 – 5/x x + 8x–>+– x–>+. 1+ 8/x lim (2 – 5/x) lim (1 + 8/x) lim 2 – lim 5/x lim 1 + lim 8/x Limite e continuidade 107 2 — 5.0 1 + 8.0 = 2. 2x3 3x + 5 (ii) Encontrar lim 4x5 — 2 Novamente temos uma indeterminação do tipo 00/co. Para usarmos o teorema 3.11.3, dividimos o numerador e o denominador pela maior potência de x, que neste caso (X.5-- Temos, lira x 2x3 — 3x + 5 4x5 — 2 — 3 5 x2 x4 + x5 x -÷ - 4 — 2/x5 lim lim (2/x2 — 3/x4 + 5/x5) X —) — lim (4 — 2/x5) x 2 lim 1/x2 — 3 lim 1/x4 + 5 lim 1/x5 X —) — 00 x -) -0 x -- o0 lim 4 — 2 lim 1/x5 x — X —) — cc. 2.0 — 3.0 + 5.0 4 — 2.Ó .= 2x + 5 (iii) Determinar lim J, 9 x +— LX- 5 108 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Neste caso, dividimos o numerador e o denominador por x. No denominador tomamos x = &, já que os valores de x podem ser considerados positivos (x --> + co). Temos, 2x + 5 hm' *V2x2 - 5 lim + 5/x - , x->+- "%12x2 - 5 / yx/72 lim (2 + 5/x) x lim 2x2 - 5 x->+- x2 lim 2 + 5 lim 1/x x->+- x->+- •■12 - 5/x2x->+- 2 + 5.0 lim (2 - 5/x2) x 2 I2 - 5.0 2x(iv) Determinar lim + 5 x->-- "V2x2 - 5 Como no exemplo (iii), dividimos numerador e denominador por x. Como neste caso x —> - co, os valores de x podem ser considerados negativos. Então, para o denominador, tomamos x = --5172 . Temos, lim 2x + 5 = lim 2 + 5 / x , x->-- N2x2 _ 5 "V2x2 _ 5 / (- Limite e continuidade 109 2 + 5/x 2x — 5 x2 lim (2 + 5/x) x — V lim (2 — 5/x2) 2 + 5.0 — \12 — 5.0 2 — = — 3.12 LIMITES INFINITOS No exemplo 4 da seção 3.1, analisamos o comportamento da função f(x) = 1/(x + 1)2 quando x está próximo de —1. Intuitivamente, olhando a Tabela 3.4, vemos que quando x se aproxima cada vez mais de —1, f(x) cresce ilimitadamente. Em outras palavras, podemos tornar f(x) tãó grande quanto desejarmos, tomando para x valores bastante próximos de —1. Temos a seguinte definição. 3.12.1 Definição. Seja f(x) uma função definida em um intervalo aberto contendo a, exceto, possivelmente, em x = a. Dizemos que lim .ftx) = + 00, x —> a se para qualquer A > 0, existe um 8 > O tal que f(x) > A sempre que 0<Lr—ai<S. 110 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração De modo semelhante, observando a Figura 3.5, do exemplo 5 da seção 3.1, podemos ver o que ocorre com uma função f(x) cujos valores decrescem ilimitadamente nas proximidades de um ponto a. 3.12.2 Definição. Seja f(x) definida em um intervalo aberto contendo a, exceto, possivelmente, em x = a. Dizemos que lim ff x) = x -3 a se para qualquer B< O, existe um 8 > 0, tal que f(x) <B sempre que 0 < lx - al < 5. Além dos limites infinitos definidos em 3.12.1 e 3.12.2, podemos considerar ainda os limites laterais infinitos e os limites infinitos no infinito. Existem definições formais para cada um dos seguintes limites: lim f(x) = + ao , lim f(x) = + ao , lim f(x) = - 00 , x -> a+ x -> a- x -> a+ lim f(x) = , lim f(x) = a° lim f(x) = - 00 , x -> a- x -> + x -> +oo lim f(x) = + D3 e lim f(x) = Por exemplo, dizemos que lim f(x) + a° se para qualquer A > 0, existe x -> a+ um 8 > O tal que f (x) > A sempre que 0 < x < a + 8. A seguir apresentamos um teorema muito usado no cálculo de limites infinitos. 3.12.3 Teorema. Se n é um número inteiro positivo qualquer, então: lim(i) — = + co. x - > O+ X" Limite e continuidade 111 se n é par se n é impar . Prova. Vamos provar o item (i). Devemos mostrar que para qualquer A > O, existe 8 > O, tal que > A sempre que O < x < xn Trabalhando com a desigualdade que envolve A, obtemos uma pista para a escolha de S. Como x > O, as desigualdades abaixo são equivalentes: 1 >A x" 1xn < —A x < V1/A. Assim, escolhendo 8 , = !■11/A , temos 1/x" > A sempre que O < x < 3.12.4 Propriedades dos Limites Infinitos. De certo modo, a proposição 3.5.2 permanece válida para limites infinitos, embora devamos tomar muito cuidado quando combinamos funções envolvendo esses limites. A Tabela 3.7 nos dá um resumo dos fatos principais válidos para os limites infinitos, onde podemos ter x —> a, x —>a+, x —> a-, x —> + 00 ou x --> — 00. As demonstrações não são difíceis. Provaremos o item 01 como exemplo. Na Tabela 3.7, 0+ indica que o limite é zero e a função se aproxima de zero por valores positivos e 0- indica que o limite é zero e a função se aproxima de zero, por valores negativos. 112 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Tabela 3.7 lim f(x) lini g(x) h(x) = lim h(x) simbolicamente 01 ± ao ±00 f(x) + g(x) f00 +.+.=+. 02 + ao f(x) - g(x) ? (+ ao) - (+ oo) é indeterminação 03 + ao k f(x) + g(x) +00 +00+k=+00 04 -ao k f(x) + g(x) - 0. -00+k= - .** 05 + 00 f(x) - g(x) (+ °e) - (+ c°) = + a° 06 - ... f(x) • g(x) _ .... (+ c°) • (- °°) = - a° 07 + c. . k > 0 f(x) • g(x) +00- . +00 •k=+00,k>0 08 + co k < 0 f(x) • g(x) -ao + oo • k = - 0*, k < O 09 f(x) - g(x) ? ± oo • O é indeterminação 10 k ± 03 f(x)/g(x) O k/± 00 = O 11 ± ao ± ao f(x)/g(x) ? ± *01+ oo é indeterminação 12 k > O 0+ f(x)/g(x) + ao kl0+ = + co, k > O 13 + c. f(x)/g(x) +00 + 0010+ = + 00 14 k > 0 0- f(x)/g(x) - oo k10- = - 09, k > O 15 r f(x)1g(x) - o. + 0010- = - c. 16 O O f(x)/g(x) 010 é indeterminação Prova do item 01. Sejam f e g tais que lim f(x) = +co, lim g(x) = + co e x —> a x —> a h(x) = f(x) + g(x). Vamos provar que lim h(x) = + x —> a Devemos mostrar que dado A > 0, existe 5 > 0, tal que h(x) > A sempre que 0 < Lx — al < 5. Limite e continuidade 113 Seja A > O qualquer. Como lim f(x) = + 00, 3 S i > O tal que f(x) > A/2 sempre X -9 a que O < Ix — al < 8 1 . Como lim g(x) = + 00, existe 82 > O tal que g(x) > A/2 sempre x—>a que O < lx — al < 82 . Seja 8 = min {S 1 , 842 }. Temos, então h(x) = f(x) + g(x) > A/2 + A/2 = A sempre que O < Ix — al < 8 e desta forma lim h(x) = + 00. x—>a 3.12.5 Exemplos (i) Determinar lim (x3 + + 1/x2). x Temos, lim (x3 + + 1/x2) = lim x3 + lim + lim 1/x2 x—>0 x—>0 x—>0 x—>0 = O + O + 00 = oo (ii) Determinar lim (3x5 — 4x3 + 1). X —> Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 0.0 — °O. Para determinar o limite usamos um artifício de cálculo. Escrevemos, 4 1lim (3x5 — 4x3 + 1) = lim X5 3 — - I- x "X"' 114 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração +.0(3-0+0) = + o o lx(iii) Determinar lim —1x1 lim —1x1 e lim 1 I- x2 x X2 x -> o x -)0 x Para x > 0, temos Ixl = x. Assim, IXlim I = lim x + r2 = - 1 = °. x -> 0+ x -> Para x < 0, temos lx1 = - x. Portanto, lim lx1 = h -x m = lim --1 = + x -> 0 X- x --> x -> 0- X . I IX Como Hm i-x2 = hm = I, concluímos que lim = co x -› o x-> o x- x o x2 (iv) Determinar lim 5x + 2 lx x -> -1 + 11 Quando x —> - 1 , Ix + 11 --> O+ . Assim, lim (5x + 2) lim 5x + 2 x - _-1 -3 _ - x -i ... . lx + 11 lim lx + 11 0+-› x -)-1 x2 + 3x + 1 (v) Determinar lim x -) 2+ X2 + X - lim x -> 2 x2 + 3x + 1 x2 + x - 6 e lim x -> 2 x2 + 3x + 1 x2 + x - 6 Limite e continuidade 115 Temos, lim x2-1- 3x + 1 x2 + 3x + 1 - l x , + x - 6 x->m2+ (x 2) (x + 3) • lim (X2 + 3.X + 1) x -> 2+ lim [(x - 2) (x + 3)] x -> 2+ o+ = o°. Ainda, lim (X2 + 3x + 1) h x2 + 3x + 1 x 2.-m x -> r" , + X - 6 lim [(x - 2) (x + 3)] x -> 2 11 ' = —00 Como . x2 + 3x + 1 lim + 3x + 1 x2 + 3x + 1 hm , não existe o lim • x -> 2+ X- + X - 6 x + X - 6 2 X- + X - 6 Porém, muitas vezes, calculando limites de urna maneira menos formal, escrevemos que x -> 2 lim x2 + 3x + 1 x2 + x - 6 00 sem nos preocuparmos com o sinal. 116 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração x2(vi) Determinar lim + 3 Dividindo o numerador e o denominador por x 2, temos 3 1 + — x2x2 + 3 lim limY + 2 1 2 x2) x-›+- lim [1 + x-›+- 3 1 2 x +x x2 lim + 00, - x3(vii) Determinar lim 5 Dividindo o numerador e o denominador por x 3 , temos lim 5 - x3 8x + 2 - limX -+ oo 8 2 x2 lim (5/x3 - 1) X - lim (8/x2 + 2/x3) X - - - x + 2 • 8x + 2 Limite e continuidade 117 — o+ (viii) Determinar lim 2x4 + 3x2 + 2x + 1 4 - x4 Dividindo o numerador e o denominador por x4, temos lim 2x + 3x2 + 2x + 1 = lim 4 - x4 x —› + 3 2 1 2 + — x 2 + — X3 + 4 , -x4 3 2 1 2+ + — x3 + x4 lim .% —4 4- c. 44 _ 1 2 -2. x2(ix) Determinar lim + 3x - 1 .x-9+0 x3 - 2 Dividindo o numerador e o denominador por x3 , temos x2 + 3x - 1 lim -> x3 - 2 x-›+- 1 3 1 + x x2 x3 1-X3 lim lim X —) o 1 / ao ai . . . a n - 1 I- n X xn - 1 xn bo + b 11 + + bm-1 + mxin-1 .„rn = lim — • x -)-4- X —> 118 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração = (x) Mostrar que se P(x) = acre + a ixn - 1 + + an e Q(x) = boiln + b re" -1 + + bm , então P(x) alim - ux-n lim x->±- x -> boXin Temos, lim aoxn + a 1xn-1 + + a n b oxm + b ixm-1 + + bm • ( ai an -1 ano xn a + + + + —xn-1 vn 1‘. = lim x b b b bo + + + m- + — f-1 Limite e continuidade 119 ao bo Xlim ` • ▪ + Xrn aoxn = lim ▪ -4± boxm 3.13 EXERCÍCIOS 1. 3x + lxl o(b) lim f(x) . x -)-- Se f(x) — 7x 5ixi , calcule: 9(a) lim f(x). —> 1 •2. Se f(x) = calcule: (x + 2)`: t(a) lim f(x) . #(b) lim f(x) . x -4 —2 x -4+ Nos exercícios 3 a 40 calcule os limites. o3. lim (3x3 + 4x2 — 1) . .9 4. lim 1 4 \2 — — + x a + 00 x x2 %S. . t + 1 ,o6. • 8. limhm lim + 1Um r + 1 lim t2, — 2t + 3 , r + 1 2x5 — 3x3 + 2 2t` + 5t — 3 —x` + 7x — 5- 99. 3x5 — x2 + 7 '10. lim ——5x3 + 2lim 2 — X2 7x3 + 3x -4 -- X CO 14. lim X CO 11. Hm x2 + 3x + 1 x t213. lim — 1 + OD t - 4 *12. lim '"rx + 3x - 10 x3 x (2x - 7 cos x) 3x2 - 5 sen x + 1 23. lim 5x3 - x2 + x - 1 x -00 x4 + x3 - x + 1 V25. lim 2x2 - 7 27. lim + CO „V 3s / - 4s5 2s7 + 1 120 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração V VV — 1 15. lim v + r 3v - 1 17. lim Vx2 + 1 x + 1x -.-00 19. lim x(Vx2 - 1 - x). x ► + 21. lim 10X2 - 3x + 4 x 3x2 - 1 Nix216. lim + 1 x + 1 18. lim ( Vx2 + 1 - 1/x2 - 1) . x + 20. lim (13x2 + 2x + 1 - Vfx ). x + co 422. x3 -2x+1+lim X2 — 1 lim - s 24. hm + OD VS2 + 7 26. lim (116x4 + 15x3 - 2x + 1 - 2x x + O V2x2 - 7 28. lim x + 3 x - 00 X + CO 29. lim 30. lim 3 - y Y 4- c° V 5 + 4y2 Y NI 5 + 4372 31. lim 32. x 3+ X — 3 x 3— — 3 x x.- - 4x 24- X2 — 4 33. lim 34. lim x Limite e continuidade 121 ,35. lim + 6 y 6+ y2 - 36 037. lim 3 - x x -)4+ - 2x - 8 .36. lim Y + 6 y -6 y` - 36 .38. lim 3 - x, x -)41- - 2x - 8 439. lim 1 •40. lim x 3 3 1 x -) 3+ 1 3 1 3.14 LIMITES FUNDAMENTAIS Daremos a seguir três proposições que caracterizam os chamados limites fundamentais. Estaremos tratando de casos particulares de indeterminações do tipo 0/0, 1- e 00° . 3.14.1 Proposição. O lim x é igual a 1. x -)0 Prova. Consideremos a circunferência de raio -1 (Figura 3.10). Figura 3-10 x Seja x a medida em radianos do arco AOM . Limitamos a variação de x ao intervalo (O, n/2). 122 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Observando a Figura 3.10, escrevemos as desigualdades equivalentes: área A MOA < área setor MOA < área A AOT OA • MM' < OA • AM < OA • AT 2 2 2 MM' < AM AT sen x < x tg x. Dividindo a última desigualdade por sen x, já que sen x > O para x E (0, 2 , temos —Tc 1 1 x sen x sen x x 1 cos x cos X. (1) Por outro lado, sen x/x e cos x são funções pares. Então, sen x) sen x (-x) e cos (-x) = cos x. Portanto, a desigualdade (1) vale para qualquer x, x # 0. Como lim cos x = 1 e lim 1 = 1, pela proposição 3.5.3, segue que x x ->cs enxlimhm - 1. x Limite e continuidade 123 3.14.2 Exemplos e. s n 2x(i) hm x x Por 3.14.1, podemos calcular limites do tipo sen u lim u onde u é uma função em x. Neste exemplo, u 2x e u -> O quando x ---> O. Portanto, sen 2x hm n. se u sen u -lim = 2 lim - 2 • 1 = 2. x -› o x uso u/2 u soo u sen 3x(ii) limx sen 4x Neste caso, faremos inicialmente alguns artifícios de cálculo como segue: lim sen 3x x -o sen 4x sen 3x • 3x3x sen 4x • 4x 4x •lim sen 3x 3 x o 3x 4 lim sen 4x 3 1 4 1 3 x 4x 4 124 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração (iii) lim • x -) Temos neste caso, g. t xhm x -) o sen x 1 lim • x -13, x cos i sen x 1 • lim x >O x x _,(;) cosi 1 • 1 1. 3.14.3 Proposição. lim (1 + 1/x)x = e , onde e é o número irracional neperiano x ±- cujo valor aproximado é 2,718281828459 .... Prova. A prova desta proposição envolve noções de séries, por este motivo será aqui omitida. 3.14.4 Exemplos (i) Provar que lim (1 + x) i/x = x -O Em primeiro lugar provaremos que lim (1 + x) l'x = e . x -)o+ sen x lim cos x x -> O x Limite e continuidade 125 De fato, fazendo x = 1/t temos que t —> + oo quando x —> 0+ . Logo, lim (1 + x) 1 x (1 + 1 / t) t = e . x r->+- Da mesma forma, prova-se que lim (1 + x) l'x = e . x-* Portanto, lim (1 + x) lix = e . x > o (ii) Determinar lim ln (1 + t) In . r -> o Usando a proposição 3.5.2(g), temos lim ln (1 + t) in t ▪ in [ hm (1 + 0 1/1t-> O ▪ ln e 3.14.5 Proposição. lim - 1 - ln a (a > O, a � 1). x -> O -x PrOva. Fazendo t = ax - 1, temos = t + 1. (1) Aplicando os logaritmos neperianos na igualdade (1), vem ln ln (t + 1) xlna = ln(t+1) 126 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração ln (t + 1) x ln a Quando x -3 O, x O temos que t —> O, t O e então podemos escrever lim lim ln (t + 1) ax - 1 x - o x t -> O In a 1 lim ln + 1) t -) o lim 1 ln a liram ln t + 1) t-> 0 Considerando o exemplo 3.14.4(ü), concluímos que ax - 1 lim - ln a. x->o 3.14.6 Exemplos t 17'(i) lim aX - x -) o x Temos, lira aX - tr" x-> o x x-›o bx -1bx ax x lim x-11 X2 - 1 ex - 1 ax - 1 Limite e continuidade 127 3.14.5. lim bx • lim x x-)0 r a jx - 1 b X 1•ln a ln a/b. i) ex 1 ax - 1 U lim - >1 x2 - 1 Neste exemplo, utilizamos artifícios de cálculo para aplicarmos a proposição lim ex - _ ax - ->1 x2 - 1 = limm (ex — 1) — (ax — 1) X -> 1 (x + 1)(x - 1) ex _ 1 lim ce _ _ = 1 [ limx 1 x - 1 x _41 x - 1 I_, 1 x + 1 1 2 lim ex _1 1 x-+ 1 x - 1 lim x -> 1 - 1 - 11 x-1 Fazemos t = x - 1 e consideramos que, quando x —> 1, x 1, temos t O, t O. Portanto, et t ]1 -[ lim - a - 1 2 t -5 0 t 13. lim 1 - 2 cos x + cos 2x x 14. lim (1 + 1/n)n 1- 5 n-).0X2 128 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 1 -2 (ln e - ln a) - 1 (1 - ln a 2 3.15 EXERCÍCIOS Nos exercícios 1 a 27, calcule os limites aplicando os limites fundamentais. sen 9x n. se 4x01. lim • .2. hm x x -)0 3x .3. hm e. s n 10x 4. lim sen ax b O . x sen 7x x sen bx 6. hm. sen x/2o 5. lim tg x -)0 x x o x3 ,Àx+1 tg.- 4 .8. um 1 - cos xlim , • • x -)-1 (x + 1)J x --) o x 1 - cos xlim x > o x2 10. lim (x - 3) coser 7C X. x --> 3 11. lim 12. lim6x sen 2x cos 2x - cos 3x• 2x + 3 sen 4xx x x2 16. 2n + \n + 1 2n + l > —> 1 + X[ .) 18. lim (1 + l/tg Atg X . TCx )2 15. 17. n --> Limite e continuidade 129 \rx 19. lim (1 + cos x) licc" 37e 20. lhn 1 + 10 x 2 21. lim 10x-2 — 1 xx-32 -2 22. x -› —3 x+3 4 5 — 1 x + 3 - 25 23. lim 24. 11111 x—>2 x — 2 x,1 sen [5 (x - 1)] 25. lim x -K) e-aX — CbX g. t h ax 26. hm x—>I3 Xx e" - eb 27. lim x 0 sen ax - sen bx 3.16 CONTINUIDADE Quando definimos lim f(x) analisamos o comportamento da função f(x) para x-> a valores de x próximos de a, mas diferentes de a. Em muitos exemplos vimos que lim f(x) pode existir, mesmo que f não seja definida no ponto a. Se f está definida em x -> a a e lim f(x) existe, pode ocorrer que este limite seja diferente de f(a). x — 1 3 4 - 1 x —> a 130 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Quando lim f(x) = fla) diremos, de acordo com a definição abaixo, que f é x a contínua em a. 3.16.1 Definição. Dizemos que uma função f é contínua no ponto a se as seguintes condições forem satisfeitas: (a) f é definida no ponto a; (b) lim f(x) existe; x —› a (c) lim f(x) = fla). x —> a A Figura 3.11, mostra esboços de gráficos de funções que não são contínuas em a. a XaX Figura 3 -11 . • Limite e continuidade 131 3.16.2 EXEMPLOS X2 - 1 (i) Sejam f(x) — ex — 1 x2 — 1 se x 1x —1 { g(x) = 1 se X = 1 . As funções f e g não são contínuas em a = 1. A função f não está definida em a = 1. Portanto, não satisfaz a condição (a) da definição 3.16.1. Já para a função g, temos g (1) = 1, mas (x — 1)(x + 1) lim g(x) = hm —lim (x + 1) = 2 . x ->11 x—>1 x— 1 x -)1 Logo, a condição (c) não se verifica no ponto a = 1. A Figura 3.12, mostra um esboço do gráfico dessas funções. Figura 3-12 2 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (ii) Sejam f(x) = e (x - 2)2 g(x) = 1 (x 2)2 3 As funções f e g não são contínuas no ponto a= 2. A função f não está definida neste ponto e a função g, embora esteja definida em a= 2, não cumpre a condição (c) da definição 3.16.1 pois lim g(x) g(2). x->2 A Figura 3.13, mostra os gráficos dessas funções. se x # 2 se x = 2 . (iii) Seja f(x) = Figura 3-13 x lx I se x #O O se x = 0 . f não é contínua no ponto a = O. De fato, se x > O, .ftx) = x = 1. Assim, hm f(x) = 1. Se x < O, f(x) = x = - 1. - xx -› o Limite e continuidade 133 Logo, lim f(x) = -1. Portanto, não existe lim f(x) e dessa forma f não é x-)o x--)13 contínua em a = O. Na Figura 3.14, podemos ver um esboço do gráfico dessa função. Figura 3-14 x + 3 , se x > - 1 (iv) Seja h(x) = - x + 1, se x < - 1 . h é contínua em todos os pontos. De fato, seja a E R . Se a > - 1, temos lim h(x) = lim (x + 3) = a + 3 = h(a). x—*a x—>a Se a < - 1, temos lim h(x) = lim (-x + 1) = -a + 1 = h(a). x-4a x-)a Se a = - 1, temos lim h(x) = lim (x + 3) = - + 3 = 2 = h(-1) e x -1+ 134 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração lim h(x) = lim (-x+ 1) = -(-1) + 1 = 2. x->-1 x-3-1 Logo, lim h(x) = 2 = h (-1). Podemos ver um esboço do gráfico de h(x), na Figura 3.15. AY h(x) X Figura 3-15 3 se x = - 2 . Então, a função g não é contínua em x = - 2, pois lim g(x) = lim 1 e lim g(x) = lim 1+ x +2 - + C° .x->-2 x -> x+ 2-2 x -> -2+ x -> -2 Neste caso, embora a função g seja definida em a = - 2, lim g(x) não x->- 2 (v) Seja g(x) = se x -2 existe. Podemos ver um esboço do gráfico de g (x) na Figura 3.16. Limite e continuidade 135 Figura 3-16 PROPRIEDADES DAS EVIVOES CONTÍNUAS 3.16.3 Proposição. Se as funções f_e g são contínuas em um ponto a, então: (i) f + g é contínua etn,A; (ii) é contínua em cr: (iii) f g é contínua em a; (iv) f/ g é contínua em a, desde que g(a) Prova. Vamos provar o item (iv). Os demais ficam como exercício. Suponhamos que g(a) O. Então f /g é definida no ponto a. Como f e g são contínuas no ponto a, temos lim f(x) = fia) e lim g(x) = g(a). x-*a x-+a Assim, pela proposição 3.5.2, temos lim f(x) f(x) x—>a f(a) — — (f/g)(a)g(x) lim g(x) g(a) x—>a Logo, f /g é contínua no ponto a. lim X-->a 136 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3.16.4 Eroposição. (i) Uma função_nolinogiál é contínua para todo número real. (ii) Uma_ função racional é contínua em todos os pontos de seu do 'aio. (iii) As funções f(x) = sen x e f(x) = cos x são contínuas para todo número real x. (iv) A função exponencial f(x) _ = e é contínua para todo número real x. A prova dessa proposição segue diretamente das propriedades de limites. 3.16.5 Proposição. Sejam f _e_gfunções tais que lim b e g é contínua x-*a em b. Então lim (g o f)(x) = g(b), ou seja, x-*a lim g[f(x)] = g [ lim f(x)]. x-*a x-*a Prova. Queremos mostrar que lim (g o f)(x) = g(b), isto é, dado e > O, 3 8 > 0, x—>a tal que 1(g o f)(x) — g(b)I < e sempre que O < Lic — al < S. Como g é contínua em b, por definição, Hm g(y) = g(b). Portanto, dado y—>b e > O, 3 S i > O, tal que Ig(y) — g(b)I < e sempre que O < ly — bl < 8 1 . Como para y = b, temos Ig(y) — g(b)I = O < e, podemos escrever Ig(y) — g(b)I < e, sempre que ly — bl < S i . (1) Limite e continuidade 137 Como lim f(x) = b e 8 1 > 0, pela definição de limite, 3 8 > 0, tal que x -> a 1f (x) - bl < S i sempre que 0 < lx - al < 8. Portanto, se O < Lr - al < 8, y = f (x) satisfaz (1) e dessa forma I g[f (x)] - g(b)1 < e. 3.16.6 Proposição. Se f é contínua em aeg é contínua em ,ffa), então a função composta_g af é contínua no ponto a.. Prova. Como f é contínua no ponto a, temos lim f(x) = f(a). x -) a Como g é contínua emf(a), podemos aplicar a proposição 3.16.5. Temos, então lim (g o f )(x) = g E lim fix)1 = g [(f(a)] x —› a x a (g of ) (a)• Logo, g 0 f é contínua em a. 3.16.7 Proposição. Seja v = fix) ima fanção-de 1 • . - Seja J =1(aSefadnúte_umafunção_inmersa_g_ contínua em todos os pontos de J. Observamos que, com o auxílio desta proposição, podemos analisar a conti- nuidade das diversas funções inversas definidas no Capítulo 2. Por exemplo, a função g: R+ * -> 1? 2 - X —> 111 X ua num IL • II J -› I, então é contínua, já que ela é a inversa da função exponencial f (x) = ex. *.% 138 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 3.16.8 Definição. Seja fdefmida num intervalo fechado [a, b]. (i) Se hm f(x) = f(a), dizemos que f é contínua à.direita no ponto a. X a (ii) Se lim f(x) = f(b), dizemos que f é contínua à esquerda no ponto b. x — b (iii) Se f é contínua em todo ponto do intervalo aberto (a, b), f é contínua à direita em a e contínua à esquerda em b, dizemos que f é contínua no intervalo fechado [a, b]. 3.16.9 Teorema do Valor Intermediário. Se f é contínua no intervalo fechado [a, b] e L é um número tal que f(a) S L f(b) ou f (b) L 5_ 1(2), então existe pelo menos um x E [a, b] tal que f(x) = L (Ver Figura 3.17). Figura 3-17 Esse teorema nos mostra por que as funções contínuas em um intervalo muitas vezes são consideradas como funções cujo gráfico pode ser traçado sem levan- tar o lápis do papel, isto é, não há interrupções no gráfico. Não apresentamos sua demonstração aqui. Conseqüência. Se f é contínua em [a, b] e se f(a) e f(b) tem sinais opostos, então existe pelo menos um número c entre a e b tal que f (c) = O (Ver Figura 3 . 1 8 ) . Limite e continuidade 139 Figura 3-18 3.17 EXERCÍCIOS 1. Investigue a continuidade nos pontos indicados: sen x (a) f(x) = x , x O x = O em x = O. (b) f(x) = x — x I em x = O. X3 - 8 X2 - 4 3 x = 2 (c) f(x) = x � 2 em x = 2. (d) f(x) = 1 sen l/x em x = 2. { x2 sen 1/x , x O (e) f(x) = emx=0. x = 0 140 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração - .x2 , x < 1 (I) f(x) = 1 , x > 1 em x =1: x = 1 x2 — 4 , x 2(g) f(x) x 2 em x = 2. x = 2 a (h) f( x � -1 x) = 1_,x,, x<_1 em x = —1. (i) f(x) = x2 + 7 , x2 + 1 em x = 2 . • 0) .f(X) = 2 3x2 .1 + — x — 3 em x = — 3 . 2. Determine, se existirem, os valores de x e D(f), nos quais a função f(x) não é contínua. x ' x2 # 1_2 , (a) f(x) = { l''' — -I * 0 x = —1 . (b) f(x) — 1 + cos x3 + sen x (c) f(x) — x — lx I x NIx2 + 5x + 6 , x < — 3 e x > — 2 (£0 itx) = —1 —3 < x — 2 c) f(x) = x O x > O x O x = O , a) f(x) = x, x lx I Limite e continuidade 141 1 - cos x , x<O (e) f(x) = x2 + 1 x O (f) f(x) = 2 (g) f(x) { x - 1 x2 - 3x + 4 x � 1 (h) f(x) = cos x X + 7Z 3. Faça o gráfico e analise a continuidade das seguintes funções: 1 x = 1 x2 - 4 x � - 2 b) f(x)f(x) x + 2 1 x = - 2 { ln (x + 1) , x > O dj f(x) -= -x , x<O e) f(x) - x3 + 3x2 - x - 3 + 4x + 3 4. Calcule p de modo que as funções abaixo sejam contínuas. x2 + px + 2 , (a) f(x) = 3 x � 3 (b) f(x) = x + 2p , x .^ -1 x = 3 , x > -1 142 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (c) f(x) = e2x x O 1'3 — 7 , x = O . 5. Determine, se existirem, os pontos onde as seguintes funções não são contínuas. x(a) f(x) — (x 3)(x + 7) (c) f(x) = 1 1 + 2 sen x (b) f(x) = '/(3 — x)(6 — x) x (d) .f(x) — 2 + 3x — 1 x- — 6x + 10 6. Prove que se f(x) e g(x) são contínuas em xo = 3, também o são f+g e f -g. 7. Defina funções f, g e h que satisfaçam: (a) f não é contínua em 2 pontos de seu domínio; (b) g é contínua em todos os pontos de seu domínio mas não é contínua em I? ; (c) h of é contínua em todos os pontos do domínio def; Faça o gráfico das funções f, g, h e h of. 8. Dê exemplo de duas fimçõesf e g que não são contínuas no ponto a= O e tais que h =f•gé contínua neste ponto. Faça o gráfico das funções f, g e h. 9. Sejam f, g e h funções tais que, para todo x,f (x) ^ g (x) h(x). Sef e h são contínuas no ponto x = a e f(a) = g(a) = h(a), prove que g é contínua no ponto a. 10. Sejam a E R ef: R —> R uma função definida no ponto a. Se lim f(x) — fia) — m, provex — aque f é contínua no ponto a. x —› a Neste capítulo, estudaremos a DERIVADA. Veremos, inicialmente, que ela representa a inclinação de uma curva num ponto. Posteriormente, apresentaremos outras aplicações práticas, em diversos ramos da Física, Engenharia, Economia etc. 4.1 A RETA TANGENTE Vamos definir a inclinação de uma curva y = f(x) para, em seguida, encontrar a equação da reta tangente à curva num ponto dado. As idéias que usaremos, foram introduzidas no século XVIII, por Newton e Leibnitz. Seja y = f(x) uma curva definida no intervalo (a, b), como na Figura 4.1. Sejam P(x 1 , y 1) e Q(x2, y2) dois pontos distintos da curva y = f(x). Seja s a reta secante que passa pelos pontos P e Q. Considerando o triângulo retângulo PMQ, na Figura 4.1, temos que a inclinação da reta s (ou coeficiente angular de s) é Y2 Y1 Ay tg = — x2 - X1 Ax 143 144 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 4-1 Suponhamos agora que, mantendo P fixo, Q se mova sobre a curva em direção a P. Diante disto, a inclinação da reta secante s variará. À medida que Q vai se aproximando cada vez mais de P, a inclinação da secante varia cada vez menos, tendendo para um valor limite constante (Ver Figura 4.2.). Esse valor limite, é chamado inclinação da reta tangente à curva no ponto P, ou também inclinação da curva em P. Figura 4-2 4.1.1 Definição. Dada uma curva y = .ffx), seja P(x 1 , y 1 ) um ponto sobre ela. A inclinação da reta tangente à curva no ponto P é dada por for infinito.Ax + Ar) — J(x1) Derivada 145 Ay flx2) m (x l) = lim A = Q -> 1-1-4" x 2 -> X I x2 - x1 quando o limite existe. Fazendo x2 = x 1 + Ax podemos reescrever o limite (1) na forma f(xi + Az) — fiz ) m(x 1) = lim -› O Ax Conhecendo a inclinação da reta tangente à curva no ponto P podemos encon- trar a equação da reta tangente à curva em P. 4.1.2 Equação da Reta Tangente. Se a função f (x) é contínua em x 1 , então a reta tangente à curva y = f(x) em P(x 1 , f (x 1 )) é: (i) A reta que passa por P tendo inclinação m(x 1 ) lim Ax -> O equação f(x / + Ax) — f(x 1 ) , se este limite existe. Neste caso temos aAx (1) (2) (3)y —J(x 1 ) = m (x —x 1). (ii) A reta x = x i se lim Ax -> O 4.1.3 Exemplos (i) (x1 , y 1 )• Encontre a inclinação da reta tangente à curva y = x2 — 2x + 1 no ponto Se f (x) = x2 — 2x + 1, então f(x 1 ) = x 12 - 2x + 1 e 146 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração + Ax) = (x 1 + Ax)2 —2(x 1 + Ax) + 1 = x 1 2 + 2x iAx + (Ax)2 —2x1 — 2Ax + 1. Usando (2), vem m(x ) = fixi + Ax) — J(x 1 ) lim Ax —> O Ax xi + 2x Ax + (Ax2) — 2x 1 —2Ax + 1 — — 2x 1 + 1) lim 2x1Ax —> O AX 2x 1Ax + (0x)2 — 2Ax • lim Ax O Ax Ax(2x 1 + Ax — 2) • lim Ax -> o Ax • 2x1— 2. Portanto, a inclinação da reta tangente à curva y = x 2 — 2x + 1 no ponto (x 1 , y 1 ) é m (x 1 ) = 2x 1 — 2. (ii) Encontre a equação da reta tangente à curva y = 2x 2 + 3 no ponto cuja abscissa é 2. O ponto da curva y = 2x2 + 3, cuja abscissa é 2, é o ponto P(2 , f(2)) = (2, 11). Vamos encontrar a inclinação da curva y = 2x2 + 3 no ponto P (2, 11). Para isso, encontraremos primeiro, a inclinação da curva num ponto (x 1 , y 1 ). Temos, Derivada 147 f(xi + Ax) — J(x1) m(x 1 ) = lim Ax->o o Ax 2(x1 + Ax)2 + 3 — (24 + 3) = lim Azoo Ax • lim Az -4 O Ax Ax(4x 1 + 2Ax) • lim Ax -) o • 4x 1 . Como m (x 1 ) = 4x 1 , então m (2) = 4 2 = 8. Usando (3), escrevemos a equação da reta tangente à curva y = 2x2 + 3 em P(2, 11). Temos, (xi) (x —x 1 ) y — 11 = 8 (x — 2), ou ainda, 8x — y — 5 = O. (iii) Encontre a equação da reta tangente à curva y = , que seja paralela à reta 8x — 4y + 1 = O. Antes de desenvolvermos este exemplo, convém lembrar que duas retas são paralelas quando os seus coeficientes angulares são iguais. Vamos primeiro encontrar a inclinação da reta tangente à curva y = -■ijc num ponto (x 1 , y 1 ). Temos, 24 + 4x 1 Ax- + 2(Ax)2 + _L 1 2 •Ni. Portanto, m (x 1) - 148 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração f(xi + Ax) - .fixe) m(x i) = lim est -“) Ax • lim Ar -> 0 • lim + Ax - + Ax + eximo Ax (•■Ix i + Ax + •fx-) x + Az - x1 1 ez • lim -Ks Ax ('Ix 1 + Ax + Ax Ax(Ix1 + Ax + Como a reta que queremos deve ser paralela a 8x - 4y + 1= O, podemos escrever m (x1) - 1 - 2 , já que o coeficiente angular de 8x - 4y + 1 = O é 2. 2 Nx i De 1 - 2 concluímos que x 1 = 1/16. 2 Nx i Portanto, a reta que queremos é a reta tangente à curva y = Cx no ponto (1/16,.ft1/16)), ou seja, (1/16, 1/4). Temos, * y= NiX 1/4 -1/8 1/16 Figura 4-3 Usando (2), temos f(x i + Ax) — f(x ) mr(xi) = lim .-K) Ax Derivada 149 y = m (x — x 1 ) y — 1/4 = 2 (x — 1/16) 16y — 4- = 32x — 2 32x — 16y + 2 = O, ou ainda, 16x — 8y + 1 = 0. Graficamente, este exemplo é ilustrado na Figura 4.3. (iv) Encontre a equação para a reta normal à curva y = x2 no ponto P(2, 4). Para resolvermos este exemplo, devemos lembrar que a reta normal a uma curva num ponto dado, é a reta perpendicular à reta tangente neste ponto. Duas retas t e n são perpendiculares se mn = -1, (4) onde m t e mn são as inclinações das retas t e n, respectivamente, num dado ponto P. Vamos então calcular a inclinação da reta tangente à curva no ponto P (2, 4). 150 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração mt (x 1 ) = 2x1' Quando x 1 = 2, temos m t (2) = 2 2 = 4. Usando (4), podemos encontrar a inclinação da reta normal à curva y = x 2 no ponto (2, 4). Temos, mt • mn = —1 4m —1 Mn — 1/4. Aplicando os dados à equação da reta, vem y —,f(x 1 ) = m (x x 1 ) y — 4 = — 1/4 (x — 2) OU, 4y + x — 18 = 0. Portanto, x + 4y — 18 = O é a reta normal à curva y = x 2 em (2, 4). Graficamente, este exemplo é ilustrado na Figura 4.4. Figura 4-4 Derivada 4.2 A DERIVADA DE UMA FUNÇÃO NUM PONTO A derivada de uma função f (x) no ponto x l , denotada por f' (x i ), (lê-se/linha de x, no ponto x 1 ), é definida pelo limite - % - f(x i + Ax) - .f(xl ) f (x 1) = lim quando este limite existe. Ax -> O Ax Também podemos escrever f '(x ) = lim f(x 2) - x2 -"1 x2 - x1 Como vimos na seção anterior, este limite nos dá a inclinação da reta tangente à curva y = f(x) no ponto (x 1 : f(x 1)). Portanto, geometricamente, a derivada da função y f(x) no ponto x l , representa a inclinação da curva neste ponto. 4.3 A DERIVADA DE UMA FUNÇÃO A derivada de uma função y = f(x) é a função denotada por f ' (x), (lê-se f linha de x), tal que, seu valor em qualquer x E D (f) é dado por f(x + Ax) - f(x) f '(x) = hm , se este limite existir. -> O Dizemos que uma função é derivável quando existe a derivada em todos os pontos de seu domínio. Outras notações podem ser usadas no lugar de y' = f (x): (i) D x f (x) (lê-se derivada de f (x) em relação a x). (ii) D xy (lê-se derivada d,e y em relação a x). 152 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração dy(tu) — (lê-se a derivada de y em relação a x).dx 4.4 EXEMPLOS (i) Dada f (x) = 5x2 + 6x – 1, encontre f ' (2). Usando a definição 4.2, temos f(2 + Ax) – fl2) f ' (2) = lim Az -> O Ax ulin 5(2 + Ax)2 + 6(2 + Ax) – 1 – (5 • 2 2 + 6 • 2– 1) Ax -> 0 Ax 20 + 20Ax + 5(Ax)` + 12 + 6Ax – 20 – 12 lhn Ax->O O Ax 26Ax + 5(Ax)2 lim Ar -> O Ax urn Ax(26 + 5Ax) Ax -> O lim (26 + 5Ax) Ar --> O 26. –(ii) Dada f(x) – x + 2 , encontre f ' (x). x 3 Derivada 153 Usando a definição 4.3, temos f ' (x) = lim + i\x) — f(x) Ax-->0 x + Ax — 2 x — 2 x + Ax + 3 x + 3 • hm Ax--)0 Ax • lim (x + Ax — 2)(x + 3) — (x — 2)(x + Ax + 3) eX o (x + Ax + 3)(x + 3) • Ax • limm x2 x+xAx+ Ma— 6— x2 — xdx — x + 2Ax + 6 Az -4 CI ± Ax + 3)(x + 3) • Ax • lim 5Ax Ax-)0 (x + AX . + 3)(x + 3) Ax, • lim -) O (-X ± 1- 3)(x + 3) 5 (x + 3)2 • (iii) Dada f(x) = Cx, encontre f ' (4). f ' (xi) = lim f(x) — f(x i ) .■Tx —2 x — 4 5 154 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (L—(L-2)('+2) • lim 4 (x — 4) ( + 2) • 11111 x —> 4 (x — 4)("G + 2) x—>4 \. + 2 1 4 (iv) Dada f(x) = x1/3 , encontre f '(x). Usando a definição 4.3, temos f ' (x) = h x . m + Az) — f(x) • —> O Ax (x + AX) 1/3 — X1/3 • fim • —› O Ax Resolveremos este limite como no exemplo 3, da Seção 3.9, fazendo troca de variáveis. Sejam (x + Ax) = t3 e x = a3 . Então, f ' (x) = lim t — a t a a3 • lim t a t2 + at + a 2 1 x — 4 1 3a2 Derivada 155 Como a = X 1/3 , vem 1 f '(x) — 3x2"3 Observamos, neste exemplo, que f(x) = X 1/3 é contínua em O, mas 1 f '(x) = 33 não é definida em O. 4.5 CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DERIVÁVEIS De acordo com a observação feita no exemplo (iv) da Seção 4.4, concluímos que f(x) contínua em x i , não implica na existência de f ' (x 1 ). A recíproca porém é verdadeira, como mostra o seguinte teorema. - 4.5.1 Teorema. Toda função derivável num ponto x 1 é contínua nesse ponto. Prova. Seja f(x) uma função derivável em x 1 . Vamos provar que f(x) é contínua em x 1 . Em outras palavras, vamos provar que as condições da definição 3.16.1 são válidas. Isto é: (i) f(x 1 ) existe; (ii) lim f(x) existe; x (iii) lim f(x) = f(x 1 ) . x x l Por hipótese, f (x) é derivável em x 1 . Logo, f ' (x 1 ) existe e, pela fórmula f '(x) = lim x x 1 f(x) — f(x 1 ) x — x concluímos que f(x 1 ) deve existir para que o limite tenha significado. 156 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Além disso, temos lim [RA - f (xl)] = x ix i f(x) — f (x lim (x — x)_ x —> x "1 -1 .f(x) — f(x 1 ) X X - X-) x 1 • O f' (x 1 ). Portanto, lim [f(x) — f(x i)] = O . x x 1 Temos então, lim f(x) = lim [f(x) — f(x + f(x)] . 1 x x • lim [f(x) — f(xi )] + lim f(x1) X1 • O + f(x 1 ) Valem então as condições (i), (ii) e (iii) e conclui-se que f (x) é contínua em x 1 . 4.6 EXERCÍCIOS • lim— x 1 ) lim 1. Determinar a equação da reta tangente às seguintes curvas, nos pontos indicados. Esboçar o gráfico em cada caso. 1 f(x) = '34x + 3 .1 - xd) f(x) - x + 3 e) f(x) - -■12x - 1 Derivada 157 a) f(x)=x2 -1;x=1,x=0,x=a,ae R. b) f(x)=x2 -3x+6;x=-1,x=2. c) f(x)=x(3x- 5) ; x = 1 , x =a,ac R.2 d) f(x) = -1 ; x -13 , x =3. 1 e) f(x) = , ae R-{-2,4)x - a f) f(x)= 2' ; x=0, x=3, x=a, a>0. 2. Em cada um dos itens do. exercício (1), determinar a equação da reta normal à curva, nos pontos indicados. Esboçar o gráfico, em cada caso. 3. Determinar a equação da reta tangente à curva y = 1 - x 2, que seja paralela à reta y = 1 - x. 4. Encontrar as equações das retas tangente e normal à curva y x2 - 2x + 1 no ponto (-2, 9). 5. Encontrar a equação da reta tangente à curva y = x 3 - 1, que seja perpendicular à reta y = - x. 6. Dadas as funções f (x) = 5 - 2x e g (x) 3x2 - 1, determinar: a) f' (1) + g' (1) c) f (2) -f ' (2) 2f' (0)- g' (-2) d) [g' (0)]2 + 1 g' (0) + g(0)2 e) f( 5- ) - f '(5/2)2 g'(5/2) 7. Usando a definição, determinar a derivada das seguintes funções: a) f(x) = 1- 4x2 b) f(x) = 2x2 - x - 1 f(x) - 1 x + 2 158 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 8. Dadas as funções f(x) — x 1 — 1 e g (x) = 2x2 — 3, determinar: a) f o f' b) f' 0f c) go f d) g O f g) - g' ff e) f ' + g' f) f ' - 2g ' x — 1 , x O 9. Dada a função f(x) = „ verificar se existe f ' (0). Esboçar o gráfico. x , x < O 10. Dada a função f(x) — 1 6 verificar se existe f ' (3). Esboçar o gráfico.2x — 11. Dada a função f(x) = 2x2 — 3x — 2 , determinar os intervalos em que: a) f' (x)> O b) f' (x) < O. 4.7 DERIVADAS LATERAIS 4.7.1 Definição. Se a função y =f (x) está definida em x i , então a derivada à direita de f em x 1 , denotada por f: (x 1) , é definida por AxAx -) 0+ f(xi Ax) f(xi) lim f(x) - lim x x - x 1 caso este limite exista. Derivada 159 4.7.2 Definição. Se a função y = f(x) está definida em x i , então a derivada à esquerda de f em x 1 , denotada por f ' (x 1 ) , é definida por lim f(x l + Az) — f(x i ) f(x) — x xix-*x1_ x — caso este limite exista. Uma função é derivável em um ponto, quando as derivadas à direita e à esquerda nesse ponto existem e são iguais. Quando as derivadas laterais (direita e esquerda) existem e são diferentes em um ponto x 1 , dizemos que este é um ponto anguloso do gráfico da função. 4.8 EXEMPLOS , (i) Seja f a função definida por 3x — 1 , se x < 2 flx) = 7 — x , se x 2 . (a) Mostre qtlef é contínua em 2. (b) Encontre ff.' (2) e r (2) . Na Figura 4.5 esboçamos o gráfico desta função. 160 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 4-5 (a) Esta função é contínua em 2. De fato, existe f(2) = 5; existe o limite lim flx) = lim (7 - x) = /hm (3x - 1) = 5; x-> 2+x->2 x--►2 e finalmente, lim f(x) = ff2) = 5 . x->2 (b) Obtemos!: (2) usando a definição 4.7.1. Temos, (2) = um A2 + dx) - f(2) -› o+ Ar hm -[7.;. - (2 + dx)] - 5 + dxaz-4o lim 5 - dx - 5 + dxAx-40 Derivada 161 • lim (-1) Ax -> O+ • - 1. Usando a defmição 4.7.2, obtemos f (2) . Temos, f' (2) = lim Ax) /(2) Ox -3O Ax • lim [3 (2 + Ax) - 1] - 5 Ax -> O Ax • limm 6 3Ax - 1 - 5 Ax -> õ Ax • lim 3 Ar -> O • 3. Como hm . f(2 + Ax) - f(2) # bm. f(2. + Ax) - ft2) Ax -> O+ Ax -> O concluímos que não existe o lim f(2 + Ax) - f(2) Az -> O Ax Portanto, a função f(x) não é derivável em x 1 = 162 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Dizemos que x 1 = 2 é um ponto anguloso do gráfico de f(x). (ii) Seja a função f(x) = (x - 2) 1 x 1. Encontre f; (0) e f" (0) . Podemos reescrever a f(x) como: (x - 2) • x = x2 - 2x , se x O f(x) = (x - 2) • (-x) -x2 + 2x , se x < O . A Figura 4.6 mostra o gráfico de f (x). Figura 4-6 Usando 4.7.1 e 4.7.2, respectivamente, obtemos f+ (0) e r (0) . Temos, (0) = lim f(0 + Ar) - f(0) lim + Ax)2 - 2 (0 + Ar)] - 0 Ax -> O Ar Derivada 163 • lim (Ax)2 — 2Ax + Ax4x -+ O • lim (Ar Ax — 2) Ax_,O+ Ax • lim (Ax — 2) Ax -40+ • —2. r (0) = lim .ff0 + Ax) — f(0) • lim [— (0 + Ax)2 + 2 (0 + Ax)] — 0 Az -3 0- AX • lirn — (Ax)2 + 2Ax Az -> 0 Ax • lim Ax (—Ax + 2) Az-) ó Ax lim (—Ax + 2) Ax -> 0 • 2. Concluímos, então, que não existe f ' (0) porque f_ 1' (0) f ' (0) . 1. f(x) = 2Lx - 3 I 2. f(x) = x 2x- 1, - x2 , 3. .nx) = I2x + 4 I + 3 4. j(x) = {1 O 2 - x2 , x < -2 5. f(x) -2 tx I 5 2 2x - 6 , x < 2 . x2 - 1 , se lx I 5 l 6. Seja f(x) = { 1 - x2 , se lx I > 1 . 3. 164 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Ainda podemos concluir que o gráfico da função f tem duas tangentes no ponto x = O. A Figura 4.6 mostra estas tangentes, dadas por y — O = (-2) (x — O) , ou seja, y = —2x e y — O = 2(x — O), ou seja, y = 2x. 4.9 EXERCÍCIOS Nos exercícios 1 a 5 calcular as derivadas laterais nos pontos onde a função não é derivável. Esboçar o gráfico. a) Esboçar o gráfico de f b) Verificar se f é contínua nos pontos - 1 e 1. c) Calcular!' (- ), f ' (-1 + ), f ' (1- ) e f ' (1 + ). d) Calcular f ' (x), obter o seu domínio e esboçar o gráfico. Derivada 165 7. Encontrar as derivadas laterais das seguintes funções, nos pontos indicados. Encontrar os intervalos onde f ' (x) > O e f ' (x) < O. 4.10 REGRAS DE DERIVAÇÃO Nesta seção, deduziremos várias regras, chamadas regras de derivação, que permitem determinar as derivadas das funções sem o uso da definição. 4.10.1 Proposição (Derivada de uma Constante). Se c é uma constante e f(x) = c para todo x, então f ' (x) = O. 166 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Prova. Seja f(x) = c. Então, f ' (x) = lim + Ax) - f(x) Ax-> o Ax c - c • lim Ax *oo Ax • hm O Ax —> O • O. 4.10.2 Proposição (Regra da Potência). Se n é um número inteiro positivo e f(x) = xn, então f ' (x) = n xn -1 . Prova. Seja f(x) = x". Então, f '(x) = lim ft + Ax) - .fix) Ax 0 Ax- • lim ± AX)n — Xn Ax ->O Ax Expandindo (x + A x)" pelo Binômio de Newton, temos f '(x) = [xn + -1 Ax n(n 2! - 1) _ _xr, 2 Axe nx(Ax)n —1 ± (A(Ax)" xn lim Ax^ O Ax[nxn - + 101 - 2! 1 ) xn -2 Ax nx(Ax)" — 2 + (A(Ax)" — 1 Ax Ax lim —> O Derivada 167 2n —lim [nXn n( .11 Ax + + nx(Ax)n 2 + (&)n 11 Ax —) O 2! 1) n x" . 4.10.3 Exemplos (i) Se f(x) = x5 então f ' (x) = 5x4 . (ii) Se g(x) = x então g' (x) = 1. (iii) Se h(x) = x l° então h' (x) = 10x9 4.10.4 Proposição (Derivada do Produto de uma Constante por uma Função). Sejam f uma função, c uma constante e g a função definida por g(x) = c f (x). Se f ' (x) existe, então g' (x) = c f' (x). Prova. Por hipótese, existe x + Ax) — f(x). f '(x) = lun Ax O Ax Temos, g ' (x) = urn g(x + Ax) — g(x) —) O Ax =lim cf (x + Ax) — cf (x) Ax -o Ar lim c Ax —> x + Ax) — f(x)1 Ar c h x. m f( + Ax) — f(x) —) 0 Ax c f ' (x). 168 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 4.10.5 Exemplos (i) Se f (x) = 8x2 então f ' (x) = 8(2x) = 16x. (ii) Se g(z) = -2z7 então g' (z) = -2(7z6) = -14z6 . 4.10.6 Proposição (Derivada de uma Soma). Sejam f e g duas funções e h a função definida por h(x) = f (x) + g(x). Se f ' (x) e g' (x) existem, então h' (x) = f ' (x) + g' (x). Prova. Por hipótese, existem f '(x) = lim ,Rx + Az) - j(x) e g '(x) - lim g(x + Ax) - g(x) ar -3 o Ax Ax Temos, h '(x) = lim h(x + Ax) - h(x) ex -4 o Ax [f(x + Ax) + g(x + Az)] - [f(x) + g(x)] • lim Ax -+ O AX lini [fix + Ax) - f(x)] + [g(x + Ax) - g(x)] • -> o Ax • lim fix + Ax) - f(x) lim g(x + Ax) - g(x) • —> O Ax Ax -* o Ax • f' (x) + g ' (x). Derivada 169 A proposição 4.10.6 se aplica para um número finito de funções, isto é, a derivada da soma de um número finito de funções é igual à soma de suas derivadas, se estas existirem. 4.10.7 Exemplos (i) Seja f (x) = 3x4 + 8x + 5. Então, f ' (x) = 3•(4x3 ) + 8 1 + 0 = 12x3 + 8. (ii) g' (.Y) Seja g(y) = 9y5 — 4y2 + 2y + 7. Então, 9 • (5y4) — 4 • (2y) + 2 1 + O 45y4 — 8y + 2. 4.10.8 Proposição (Derivada de um Produto). Sejam f e g funções e h a fun- ção definida por h(x) = f(x) • g(x). Se f ' (x) e g' (x) existem, então h' (x) = f(x) • g' (x) + f ' (x) • g(x). Prova. Por hipótese, existem f(x + Ax) — f(x) g(x + Ax) — g(x) f '(x) = lim e g '(x) — lim Az-> o Ax Ax -> o Ar Também podemos concluir, pelo teorema 4.5.1, que f é contínua e assim lim fiz + Ar) = f(x) . Temos, Az -* o h 'fx) = lim h (x + Ax) — h(x) ArAx —> O lim f (x + Ar) • g(x + Ax) — f(x) g(x) —> O Ax 170 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Adicionando e subtraindo ao numerador a expressão f (x + A x) g(x), vem h '(x) = lim f (x + Ax) g (x + Ax)—f(x + Ax)g(x) + f(x + Ax) g(x) — flx) gexl AX Axo = (. f x + Ax) [g(x + Ax) — g(x)1 + g(x)[f (x + Ax) fix)] Ax -) O Ax lim Ax -> O f + Ax) . g (x Ax) - g Ax + lim [ (x.) f + Ax) - f (x) Az -) O Ax lim f (x + Ax) • lim g (x Ax) g (x) Az-) O Ax -> O Ax + 11111 g (X) lim f ± Ax) f(X) -) O O Ax = f (x) • g ' (x) + g (x) f ' (x). 4.10.9 Exemplos (i) Seja f (x) = (2x3 — 1) (x4 + x2). Então, f ' (x) = (2x3 — 1) (4x3 + 2x) + (x4 + x2) (6x2). 1 (ii) Seja f(t) - 2 t) = (t2 + 5) (t6 + 4t) . Então, 1 [(t2f '(t) = 2 — [(r. + 5)(6t5 + 4) + (t6 + 40(20] . Derivada 171 4.10.10 Proposição (Derivada de um Quociente). Sejam f e g funções e h a função definida por h(x) = f(x)/g(x), onde g(x) O. Se f' (x) e g' (x) existem, então h '(x) = g(x) • f '(x) - f(x) g '(x) [ g(x)] 2 Prova. Por hipótese, existem e g '(x) = lim g(x + Az) - g(x) Ax -> O Ax ex -) o Ax Temos também, pelo teorema 4.5.1, que g é contínua e assim lim g(x + Ax) = g(x). Temos, -> o h '(x) = hm h(x + Ax) - h(x) -> O Ax f (x + Ax) f(xl lim g (x + Ax) g (x) Ox O lim 1 rf (x + Ax) g(x) - j(x) g(x + Ax)1 AX--)13 g(x Ax g(x) Subtraindo e adicionando f(x) • g(x) ao numerador, obtemos h '(x) = [. 1 [f(x + Ax)g(x) - f(x) g(x) + f(x) g(x) - f(x)g(x + Ax)]= hm Ax ->0 Ax g(x + Ax) g(x) f , (x) lim f (x + Ax) - f(x) 172 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração f (x + Ax) — f (x) g(x) — f (x) g(x + Ax) — g (x) - Ax Ax= ex -> o g (x + Ax) - g (x) lira f (x + Ax) — f (x) um g (x) — lim f (x) • lira. g (x + Ax) — g(x) Ax ->O Ax Ax -*O Az->O Ar -) O Ax lim g (x + Ax) • lim g (x) Az->o Arom o f '(x) • g(x) — f(x) • g '(x) g(x) g(x) f '(x) g(x) — f(x) g'(x) [g(x)] 2 4.10.11 Exemplos 2x4 _ 3 (i) Encontrar f ' (x) sendo f(x) — x2 5x + 3 Temos, f '(x) = (x2 — 5x + 3)(2 • 4x3 — O) — (2x4 — 3)(2x — 5) (x2 — 5x + 3)2 (x2 — 5x + 3)(8x3) — (2x4 — 3)(2x — 5) (x2 — 5x + 3)2 (ii) Se g(x) = —1 , encontrar g'(x). Derivada 173 Temos, g '(x) = —1 X2 4.10.12 Proposição. Se f(x) = x-n onde n é um inteiro positivo e x , então f ' (x) = - n•x- n - 1 . Prova. Podemos escrever f(x) = 1 xn Aplicando a proposição 4.10.10, vem f '(x) = xn•O - 1 - nxn -1 (xn)2 nxn - 1 x2n _ n xn -1 x-2 n - n x- n -1 4.11 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 22, encontrar a derivada das funções dadas. 1. f(r)= nr2 3. ,ftw) = aw2 b 2. f(x)=3x2 + 6x - 10 14. f(x) = 14 - - 2 x3 3ê + 5t - 1 15. f(t) - t- 1 16. f(t) - 2t - 2 ê 17. f(x) = 4 - x5 .x2 5x + 7 18. f(x) - 2x 2 f(x) = X 1- X + 2 6X) -'"4 (t - a)220. f(t) - t - b 174 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 5. f(x) (2x + 1) (3x2 + 6) 6 f(x) = (7x -1) (x + 4) 7. f(x) = (3x5 - 1) (2 -x4) 8. f(x) = -2 (5x - 3)-1 (5x + 3)3 9. f(x)= (x -1) (x + 1) 10. f(s) = (s2 -1) (3s -1) (5s3 + 2s) 11. f(x) =7(ax2 + bx + c) 12. f(u) = (4u2 - a) (a -2u) 2x + 4 t - 1 13. f(x) = 14. f(t) -3x - 1 t + 1 21. f(x) = —3 + —5 1 x4 + 2 22. f(x) = -2 .X4 x5 23. Seja p(x) = (x - a) (x - b), a e b constantes. Mostrar que se a # b então p (a) p (b)= O, mas p' (a) # O e p ' (b) # O. 24. Dadas as funções f(x) = x2 + Ax e g(x) = Bx, determinar A e B de tal forma que f '(x) + g '(x) = 1 + 2x f(x) - g(x) = x2 . 25. Dada a função f(t) = 3t3 - 4t + 1, encontrar f(0) - T'(0). x 26. Encontrar a equação da reta tangente à curva y + 1 3x - 4 no ponto de abscissa x = -1. 27"; Encontrar a equação da reta normal à curva y = (3x2 - 4x)2 no ponto de abscissa x = 2. Derivada 175 7-, x — 1 Encontrar as equações das retas tangentes à curva y — x + 1 que sejam paralelas à reta y 1 3 229. Em que pontos o gráfico da função y = —3 x 3 — — 2 + 2x tem tangente horizontal? 30.) Seja y ax2 + bx . Encontrar os valores de a e b sabendo que a tangente à curva no ponto (1, 5) tem inclinação m = 8. 4.12 DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA Consideremos duas funções deriváveis f e g onde y = g(u) e u = f(x). Para todo x tal que f(x) está no domínio de g, podemos escrever y = g(u) = g [f(x)], isto é, podemos considerar a função composta (g 0 f) (x). Por exemplo, uma função tal como y = (x2 + 5x + 2)7 pode ser vista como a composta das funções y = u7 = g(u) e u = x2 + 5x + 2 = f(x). A seguir apresentamos a regra da cadeia, que nos dá a derivada da função composta g 0 f em termos das derivadas de f e g. 4.12.1 Proposição (Regra da Cadeia). Se y = g(u), u f(x) e as derivadas dy/du e du/dx existem, então a função composta y = g [f(x)] tem derivada que é dada por cly _dy du ou y '(x) = g '(u) f '(x) . dx du • dx Prova Parcial. Vamos fazer a demonstração supondo que existe um intervalo aberto I contendo x, tal que Au = (x + Ax) — .1(x)1 # O sempre que (x + Az) E 1 e Ax # O. (1) Isso se verifica para um grande número de funções, porém não para todas. Por exemplo, se f for uma função constante a condição acima não é satisfeita. Porém neste 176 Cálculo A- Funções, Limite, Derivação, Integração caso, podemos provar a fórmula facilmente. De fato, se f (x) = c então f ' (x) = O e y = g [f (x)] = g(c) é constante. Assim, y' (x) = O = g' (u) • f ' (x). Então provemos que y' (x) = g' (u) • f ' (x) quando f(x) satisfaz a condição (1). Como y = g [f (x)], temos Y '(x) = lim g[x Ax)] - g [f(x)] Ax -*o Ax Vamos considerar primeiro o quociente g [f(x + Ax)] - g [f(x)] Ax se este limite existir. Seja Au = f(x + Ax) - f(x). Então Au depende de Ax e Au -> O quando Ax -> O. Temos, g [f(x + Ax)] - g [f(x)] g [f(x) + Au] - g [l x)] Ax Ax g (u + Au) - g(u) Ax Pela condição (1), Au � O em um intervalo aberto contendo x. Assim, podemos dividir e multiplicar o quociente acima por Au. Temos então, g [f(x + Ax)] - g [f(x)] g (u + Au) - g(u) Au Ax Ax Au g(u + Au) - g(u) Au Au Ax g (u + Au) - g(u) f (x + Ax) -f(x) Au Ax Derivada 177 Aplicando o limite, temos y '(x) lim g [f(x + Ax)] — g [Rx)] —> o Ax lim g u + Au) — g(u) lim f(x + Ax) — f(x) Au -› O Au Az g '(u) • f '(x). 4.12.2 Exemplos (i) Dada a função y = (x2 + 5x + 2)7 , determinar dy/dx. Vimos anteriormente que podemos escrever y = g(u) = u7 , onde u = x2 + 5x + 2. Assim, pela regra da Cadeia, dy du dx du dx 7u6 • (2x + 5) 7(x2 + 5x + 2)6 (2x + 5). (ii) Dada a função y = (3x + 2)s , encontrar y'. 2x + 1 ■ 3x + 2 Podemos escrever y = u5 , onde u —+ 1 . Aplicando a regra da cadeia,2x temos 178 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração dy dy du dx du • dx 5u4 (2x + 1) - 3 — (3x + 2) - 2 (2x + 1)2 ▪ 5 • 3x + 2) 4 6X + 3 — 6x — 4 2x + 1 (2x + 1)2 • 5 3x + \4 —1 2x+ 1) (2x + 1)2 (iii) Dada a função y = (3x2 + 1)3 • (x — x2)2 , determinar dy/dx. Neste caso temos o produto de duas funções f(x) = (3x2 + 1) 3 e. g(x) = (x — x2)2 . Assim, pela proposição 4.10.8, y ' (x) = f(x) - g ' (x) + f ' (x) g(x). Encontrando f ' (x) e g' (x) pela regra da cadeia, temos f ' (x) = 3(3x2 + 1)2 • 6x e g ' (x) = 2(x — x2) • (1 — 2x). Logo, y '(x) = (3x2 + 1)3 • 2(x — x2) (1 — 2x) + 3(3x2 + 1)2 • 6x (x — x2)2 = 2(3x2 + 1)3 (x — x2) (1 — 2x) + 18x (3x2 + 1)2 (x — x2)2. Derivada 179 4.12.3 Proposição. Se u = g(x) é uma função derivável e n é um número inteiro não nulo, então [g(x)r = n • [g(x)rdx Prova. Fazendo y = un, onde u = g(x) e aplicando a regra da cadeia, temos y '(x) = n I u ' ou —dx [g(x)]n = n • [g(x)r 1 • g '(x). A regra da potência pode ser generalizada como segue: Se u = g(x) é uma função derivável e r é um número racional não nulo qualquer, então [g(x)] r = r [g(x)] r-1 • g '(x), ou ainda, (u•) ' = r ur -1 . 4.12.4 Exemplos (i) Dada a função f(x) = 5x2 + 3 , determinar f ' (x). Podemos escrever f(x) - 5 (x2 + 3 ) 1/2 . Assim, f '(x) = 2 1_ (x2 ± 3)-1/2 \ 5x • g '(x). 4/ 180 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração t2 (ii) Dada a função g(t) - 31 ' determinar g (t). -\it3 + 1 Escrevendo a função dada como um produto, temos g(t) = t2 . (t3 + 1)-1/3 . Assim, -1 -1 g ' (t) = f -1 3 t'2 + 1 ) 3 3t2 +( t3 + 1)-1/3 2t = - ê (t3 + 1)-4/3 + 2t (t3 + 1)-1/3 . Podemos resumir as proposições da Seção 4.10 e 4.12 na seguinte tabela de derivadas. 4.12.5 Tabela. Sejam u = u(x) e v = v(x) funções deriváveis e c uma constante qualquer. (I) y = c y' = (2) y = x y ' = 1. (3) y = c•u y' = c • u' (4) y = u + v y ' = u' + v' (5) y = u v y' = u v' + v • u' (6) y y, = vu' - uv ' V v2 (7) y=ua,0 � aE Q = ua - 1 • u ' . A Tabela 4.12.5 nos ajuda a determinar as derivadas de algumas funções. Derivada 181 4.12.6 Exemplos. Determinar a derivada das funções: (i) y = x8 + (2x + 4) 3 + 8x7 + 3(2x 8x7 6(2x+ + 4) 4)2+ 2 + + 12 x -1 /2 2\rx_ (ii) Y = -\.1x2 - 3 CV x2 — 3 — (x + 1) 1 (x2 — 3)-1/2 • 2x Y= x2 _ 3 )2 x + 1 1x2 — 3 — x(x + 1)t1lx2 — 3 x2 — 3 (x2 — 3) — x(x + 1) '\ix2 — 3 x2 — 3 —3 — x (x2 — 3)11x2 — 3, • 3x (8x3 — 2). y' 3x (24x2) + (8x3 — 2) 3 • 72x3 + 24x3 — 6 • 96x3 — 6. 182 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (iv) y= \I6x2 + 7x + 2 . Podemos escrever y = (6x2 + 7x + 2)1'3. Temos, y' = (6x2 + 7x + 2)-273 - (12x + 7) 12x + 7 3 1 3 .N1 (6x2 + 7x + 2)2 4.13 TEOREMA (DERIVADA DA FUNÇÃO INVERSA) Seja y = f(x) uma função definida em um intervalo aberto (a, b). Suponhamos que f(x) admita uma função inversa x = g(y) contínua. Se f ' (x) existe e é diferente de zero para qualquer x E (a, b), então g = f -1 é derivável e vale 1 1 g '(Y) = f , (x) - f ' [g(y)] Prova. A Figura 4.7 nos auxiliará a visualizar a demonstração que segue. Sejam y = f(x) e Ay = f(x + Ax) - f(x). Observamos que, como f possui uma inversa, se Ax # O temos que f(x + Ax) f(x) e portanto, Ay # O. Como f é contínua, quando Ax O temos que Ay também tende a zero. Da mesma forma, quando Ay --> O, Ax = g(y + Ay) - g(y) também tende a zero. Temos então, Ax —>0 Ay --> O. (1) Derivada 183 AYf(b) y + Ay = t(x + Ax) y= f(x) f(a) Ay Ax a x x + Ax b x g (y) g (y+Ax) Figura 4-7 Por outro lado, para qualquer y = J(x) vale a identidade g(y + Ay) — g(y) (x + Ax) — x Ay f(x + Ax) — f(x) Ar f(x + Ax) — flx) 1 f (x + Ax) — f (x) Ax Como f ' (x) existe e f ' (x) O para todo x E (a, b), usando (1), vem fim g (y AY) g(Y) - ey --> O Ay lim f (x + Ax) f(x) Ax -40 Ax 1 f '(x) 1 Concluímos que g '(y) existe e vale g '(y) — f '(x) 1 184 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 4.13.1 Exemplos (i) Seja y = f(x) = 4x — 3. A sua inversa é dada por 1 x = g(y) = — 4 (y + 3) . Podemos ver que as derivadas, f '(x) = 4 e g '(y) = 1/4 são inversas uma da outra. (ü) Seja y = 8x3 . Sua inversa é x = y . Como y ' = 24x2 é maior que zero para todo x # O, temos dx 1 dy 24x2 1 1 1 3 ---)2 63'2/324 2 Para x = O, temos y = O e y ' = O. Portanto, não podemos aplicar o teorema 4.13. 4.14. DERIVADAS DAS FUNÇÕES ELEMENTARES Nesta seção apresentaremos as derivacraS das funções elementares: exponen- cial, logarítmica, trigonométricas, trigonométricas inversas, hiperbólicas e hiperbólicas inversas. Apresentaremos uma tabela de Regras de Derivação que será usada no decorrer de todo o estudo de Cálculo Diferencial e Integral. Derivada 185 4.14.1 Proposição (Derivada da função exponencial) Se y = ax, (a > O e a # 1) então y'=axlna(a>0ea#1). Prova. Seja y = ax (a > O e a # 1). Aplicando a definição 4.3, temos y ' = lim Az —5 O Ax ax (ate — 1) = hm Ax O Az = lim a' • lim aA'r — 1 • —> O Ax —> 0 Ax Como lim aAx — é o limite fundamental provado na Seção 3.14.5, vem ex imo Ax y' = ax • ln a. Caso Particular: Se y = ex então y' = ex - in e = e', onde e é o número neperiano. 4.14.2 Proposição (Derivada da função logarítmica). Se y = log a x (a > O, a � 1), então y ' = l log e (a > O , a # 1). x a ax + ax 186 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Prova. Seja y = logo x (a > O, a � 1). Aplicando a definição 4.3, temos loga(x + Ax) - logax y' = lim Ax -> o Ax x + Ax Ioga = lim ex Ax = lim [1 logo Ax —) Ax+ — x ■ 1/4x = 11111 logo 1 -I- Ax O Usando a proposição 3.5.2(g), podemos escrever 1/u - y ' = logo lim Ax1 + — x = Ioga filim Ax O Ax/Ax 1/Ax - x/ Ax 1/Ax x/x - = logo [ lim O—> 1I + x/Ax Derivada 187 x/Ax 1/x logo [ limAx o 1 1+ x /Ax x/Ax = — 1 log a lim / 1 1 1 + Ax —> O x/Ax• 1 Usando o limite fundamental da Seção 3.14.3, vem y ' = 1— logo e . x Caso Particular: Se y=lnxentãoy'= 1 lne 1 x 4.14.3 Proposição (Derivada da função exponencial composta). Se y = uv, onde u = u (x) e v = v (x) são funções de x, deriváveis num intervalo I e u (x) > O, Vxe I então y' = v • ui' u' + uv•ln u • v'. Prova. Usando as propriedades de logaritmos, podemos escrever y = 14V = eV • ln u Portanto, y = (g f)(x), onde g(w) = ew e w = f(x) = v ln u. Como existem as derivadas g' (w) = ew e f' (x) = (v ln = v' • ln u + v u u 188 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração pela regra da Cadeia, temos y' = g' (w) • f ' (x) v ' ln u + v • u ' u [12 ' ln u + v • — u ev • ln u u ' = uv • lnu • v' + vuv -1 • u'. Se u(x) é uma função derivável, aplicando a regra da Cadeia podemos gene- ralizar as proposições da Seção 4.14. Acrescentamos as seguintes fórmulas em nossa tabela de derivadas. (8) y = a" (a > O, a � 1) y' = a"• ln a - u' (9) y = e" y' = e'• u' (10) y = ioga u y' = log e u a (11) y = ln u , u' u (12) y = y' = v - u -1 •u' + uv - ln u• v', u > O . 4.14.4 Exemplos. Determinar a derivada das funções: y 3 2X2 + 3x - 1 Derivada 189 Fazendo u = 2x2 + 3x - 1, temos y = 3". Portanto, y' = 3" ln 3 • u' 32x2 + 3x - •ln 3 • (4x + 3). 1 \"`-/ (i Y = Temos y = 1 j2 onde u = . Assim, 1 1 y' ( 2 ui 2 • u ( 2 ) In 21 21 1x x + 1 (iii) y = e x - 1 Fazendo y = e" com u - +x 1 , temos x - 1 = e" u' x + I x -1 (x - 1)•1 - (x + 1) - 1 = e x + x -1 -2 = e • (x - 1)2 - 1)2 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (iv) y eX ln x . Neste caso fazemos y = eu, onde u = x In x. Então, y' = e" • u' = ex -lnx ex" inx cx xr x • 1+ lnx 11 = ex • inx (1 + lnx). (v) y = log2 (3x2 + 7x — 1). Temos y = log 2 u, onde u = 3x2 + 7x — 1. Portanto, u' y' = • log2e 6x + 7 • log e . 3x2 + 7 x — 1 2 ex (vi) y = In + 1 ex Ternos y = ln u , onde u — x 1 • Logo ,+ Y' = Derivada 191 (x + 1)? - ex 1 (x + 1)2 et x + 1 (vii) y = (x2 + 1)2 1 . Temos y = uv, onde u = x2 + 1 > O e v = 2x - 1. Assim, y' = (2x -1) (x2 + 1)2x -1-1 .(x2 + 1)' + (x2 + 1)2x -1 • ln (x2 + 1) • (2x - 1)' = (2x - 1) (x2 + 1)2' 2 2x + (x2 + 1)2' 1 • ln (x2 + 1)•2. Derivadas das funções trigonométricas 4.14.5 Proposição (Derivada da função seno). Se y sen x então y' = cos x. Prova. Seja y = sen x. Aplicando a definição 4.3, temos y' = lim sen (x + Ax) - senx • •Ax--“) Ax Para desenvolvermos o limite aplicaremos a fórmula trigonométrica: + sen p - sen q = 2 sen P • cos p q -2 2 Então, 2 sen x + Ax - x • cos x + Ax + x 2 2 = Ax 192 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Em --> O 2x + Ax2 sen Ax— 2 cos 2 Ax Ax \2 sen —2 Ar2 2 2x + Ax 2 lim Ax -o coslim Ax -*o • 1 • cos x • cos 4.14.6 Proposição (Derivada da função cosseno). Se y = cos x, então y ' = — sen x. Prova. Seja y = cos x. Aplicando a definição 4.3, temos y' = lim cos (x + Ax) — cosx Ax-->0 Ax Aplicaremos a fórmula trigonométrica: + q sen P • cosp — cos q = —2 sen p q2 2 Então, —2 sen x + Ax + x sen x + Ax — x• 2 2 Ax • lim (-2 sen 2x + Ax) hm n. se Ax/2 est o 2 Ax —>o 2. Ax = Em Ax *o Derivada 193 1—2 • sen x — 2 • 1 — sen x. 4.14.7 Derivadas das demais funções trigonométricas. Como as demais funções trigonométricas são definidas a partir do seno e cosseno, podemos usar as regras de derivação para encontrar suas derivadas. Por exemplo, sen xse y = tg x = , então y' = sec2 x . cos x De fato, usando a regra do quociente, obtemos = cos x • cos x — sen x (— sen x) cos 2X cose x + sen2 x cose x cose x sec2 x. Similarmente, encontramos: Se y = cotg x então y' = — cosec2 x ; se y = sec x então y' = sec x • tg x e se y = cosec x então y' = — cosec x • cotg x. 194 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Usando a regra da cadeia, obtemos as fórmulas gerais. Acrescentamos os seguintes itens na tabela de derivadas. , (13) y = sen,u = (14) y = cos u =3 (15) y = tg u =3 (16) y = cotg u =, (17) y = sec u = (18) y = cosec u y' = cos •/‘ - u' y' = - sen u - u' y' = sec2 u -u' y' = - cosec2 u • u' y' = sec u - tg u • u' y' = - cosec u • cotg u • u'. 4.14.8 Exemplos. Determinar a derivada das seguintes funções: (i) y = sen (x2). sen u, u x2 . y' = (cos u) u' • [cos (x2)] • 2x • 2x cos (x2). (ü) y • cos (1/x). • cos u, u = (1/x). y' = (- sen u) • u' • [- sen ( 1/x)] - 1/x2 1 sen (1/x) . x2 Derivada 195 (iii) y = 3 tg .\rx + cotg 3x . y' = (3 tg + (cotg 3x)' 3 - sec2 (G)' + (— coseu 3x) • (3x)' c3 sec2 -\/. • 1 — ( osec2 3x) 3 . 2L cos x (iv) 1 + cotgx y' = (1 + cotg x) (cos — cos x (1 + cotg x)' (1 + cotg x)2 (1 + cotg x) (—sen x) — cos x (—cosec2 x) (1 + cotg x)2 — sen x — sen x cotg x + cos x cosec2 x (1 + cotg x)2 (v) y = sec (x2 + 3x + 7). y = secu,u=x2 +3x+7. y' = sec u • tg u • u' [sec (x2 + 3x + 7) • tg (x2 + 3x + 7)] • (2x + 3) (2x + 3) sec (x2 + 3x + 7) • tg (x2 + 3x + 7). i) y = cosec x + 1 y = cosec u , u — x — 1 196 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração y' = — cosec u• cotg u- u' = [— cosec x + 1 x — 1 • cotg x + 1 —2 x — 1 (x — 1)2 2 x + 1 x + 1 (x — 1)2 cosec [ x — 1 - cotg x — 1 • Derivadas das Funções Trigonométricas Inversas 4.14.9 Proposição (Derivada da função arco seno). Seja f: [-1, 1] —>[- 7c/2, n/2] definida por f(x) = arc sen x. Então y = f(x) é derivável em (-1, 1) e 1 y' — N1 —x2 Prova. Sabemos que y = arc sen x <=> x = sen y , y E [- na, 7C/2]. Como (sen y)' existe e é diferente de zero para qualquer y E (-7t12, vc/2), aplicando o teorema 4.13, vem 1 1 Y = (sen y) ' cos y (1 ) Como para y E (-7C/2, n/2) temos cos y = — sen2 y , substituindo em (1), vem y' — , 1 Como sen y — x temos y' — , 1 , para x E (-1, 1). "V 1 — sen2 y .‘11 — x2 4.14.10 Proposição (Derivada da função arco cosseno). Seja f.• [-1, 1] —> [0, n] definida por f(x) = arc cos x. Então y = f(x) é derivável em (-1, 1) e —1 Y — "\/1 — x2 y = — arc sen x 1 x2 , para x E (— 1, 1). 4.14.11 Proposição (Derivada da função arco tangente). definida por f (x) = arc tg x. Então y = f (x) é derivável e --> (- na, 7c/2) 1 1 + x2 Derivada 197 Prova. Usando a relação arc cos x = 2 — arc sen x e a proposição 4.14.9, obtemos Prova. Sabemos que y = arc tg x <=> x = tg y , y E (— n/2, n/2). Como (tg y)' existe e é diferente de zero para qualquer y E (—n/2, n/2), aplicando o teorema 4.13, vem 1 1 Y' — (tg y)' sec2 y Como sec2 y = 1 + tg2 y, obtemos y' 1 1 + tg2 y Substituindo tg y por x, temos 1 y — 1 + x2 198 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 4.14.12 Derivadas das Demais Funções Trigonométricas Inversas. As de- mais funções trigonométricas inversas possuem derivadas dadas por: (i) Se y = arc cotg x então y' = 1 + x2 (ii) Se y = arc sec x, Ix 1 11, então y' - lx 1 > 1 . lx 1 "Vx2 - 1 (iii) Se y = arc cosec x, Ix 1 _� 1, então y' - -1 lx 1 > 1 . lx I "Nix2 - 1 A implicação (i) pode facilmente ser verificada se usarmos a relação arc cotg x = 2- - arc tg x e a proposição 4.14.11. Provaremos a implicação (ii). Seja y = arc sec x = arc cos (1/x) para lx1 1. Então y ' = [arc cos (1/x)]'. Usando a proposição 4.14.10 e a regra da Cadeia, temos -1 ir -‘11 - (1/42 )9 x x2 .\/x2 - x2 1 x2 -Jx2 - -4-2 lx 1 x2 1ix2 - 1 1 onde lx 1> 1. Ix1 .N1x2 - Acrescentamos os seguintes itens na tabela de derivadas: (19) y = arc sen u (20) y = arc cos u (21) y = arc tg u (22) y= arc cotg u (23) y = arc sec u iul � 1 (24) y = arc cosec u ¡ui � 1 y' — '\11 — u2 —u' y' — -V1 — u2 u' y = 1 + u2 — u' r 1 + u2 u' .Y' — lu I .‘11£2 - 1' lul> 1 y' — — u' , lul > lu I 1/u2 — 1 4.14.13 Exemplos. Encontre a derivada das-segii~mMes; (i) y = arc sen (x + 1). y = arc sen u, u = x + 1. u' \11 — u2 1 — — (x + 1)2 (ii) y = arc tg 1 • X2 1 +x2 y = arc tg u , u — 1 — 1 +x2 -2x 200 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração y' 1 + u2 y' = ( 1 + X2) • (-2x) - 1 - X2) • 2x (1 + x2)2 1 + [ 1 x:1+x2 4.14.14 Derivadas das funções hiperbólicas. Como as funções hiperbólicas são definidas em termos da função exponencial, podemos facilmente determinar suas derivadas, usando as regras de derivação já esta- belecidas. Por exemplo, se y = senh x, então Y { - 2 1= - 2 (e' - e-x)' 1= - 2 (ex + e-x) = cosh x. Similarmente, obtemos as derivadas das demais funções hiperbólicas. Podemos acrescentar na tabela de derivação as seguintes fórmulas. (25) y = senh u (26) y = cosh u y' = cosh u u' y' = senh u•u' Derivada 201 (27) y = tgh u y' = sech2 u • u' (28) y = cotgh u y' = — cosech2 u • u' - (29) y = sech u y' = — sech u- tgh u • u' (30) y = cosech u y' = — cosech u • cotgh u • u'. 4.14.15 Exemplos. Determinar a derivada das seguintes funções: (i) y • senh (x3 + 3). senh u, u = x3 + 3. y' = cosh u • u' = cosh (x3 + 3) 3x2 . (ii) y • sech (2x). sech u, u = 2x. y' = — sech u tgh -u' • — sech (2x) tgh (2x) • 2. (iii) y = ln [tgh (3x)]. y = ln u, u = tgh (3x). u' u sech2 (3x) 3 tgh (3x) 202 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 3 cosh2 (3x) senh (3x) cosh (3x) = 3 sech (3x) - cosech (3x). (iv) y cotgh(1 - x3). • cotgh u, u = 1 - x3 . y' -cosech2 u - u' • -cosech2 (1 - x3) • ( -3x2) • 3x2 cosech2 (1 - x3). 4.14.16 Derivadas das funções hiperbólicas inversas. Na Seção 2.15.6 vimos que y = arg senh x pode ser expresso na forma y = ln (x + -gx2 + 1) . Assim, fazendo u = x + 11x2 + 1 e aplicando a regra da cadeia, obtemos Y' - (X -I- '\/X2 1)' x + 2+ 1 11 + - 2 (x2 + 1)-1/2 • 2x X \x2 + 1 1 + .VX2 ± 1 X VX2 ± 1 x Derivada 203 1lx2 + 1 + x 1 1- 1 x + .\f x2 ± 1 1 1 •Nix2 + 1 De maneira similar podem ser obtidas as derivadas das demais funções hiper- Portanto, se y = arg senh x então y' — bólicas. Apresentamos as fórmulas que completam nossa tabela de derivadas. (31) y = arg senh u y ' "\itê + 1 (32) y = arg cosh u u > 1 -‘1/42 1— u, (33) y = arg tgh u y' = 1 — u2 lul < 1 (34) y = arg cotgh u y' 1 _ u, u2 lul > 1 —u' (35) y = arg sech u Y' — ,0<u<1 u "\11 — u2 (36) y = arg cosech u —u ' Y' — u O. lu I "\11 +u2 4.14.17 Exemplos. Determinar a derivada de cada uma das funções dadas. (i) y = x2 arg cosh x2. 204 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Temos, 2x = x2 + 2x arg cosh x2-vx4 = 2x [ ‘x 4 - 1 x2 + arg cosh x2 (ii) y = arg tgh (sen 3x (sen 3x)' 1 - (sen 3x)2 cos (3x) 3 cose 3x 3 cos 3x = 3 sec 3x. (iii) y = x arg senh x - •Nix2 + 1 . y' = x • 1+ 1 arg senh x - 21 (x2 + 1)-1/2 2x..v,x2 - , + arg senhx - "Vx2 + 1 Nx2 + 1 = arg senh x. Derivada 205 4.14.18 Tabela Geral de derivadas. Reunindo todas as fórmulas obtidas, formamos a tabela de derivadas que apresentamos a seguir. Nesta tabela u e v são funções deriváveis de x e c, a e a são constantes. (1) y = c y' = O (2) y=xy'=1 (3) y = c - u y' = c • u' (4) y = u + v ' = u' + v' (5) y = u • v y' = u • v' + v u' (6) y= y ' = v u' - u • v' v2 (7) y = u (a � O) y' = a•u 1 • u' (8) y = a" (a > O, a � 1) y' = a" • ln a•u' (9) y = e" y' = e" u' ,1 1 (10),y -= logau y' = —u' logo e . u 1\- __- (11) y = ln u y' = u (12) y = uv y' = v • uv - 1 •u' + te • ln u • v' (u > o) (13) y = sen u y' = cos u • u' (14) y = cos u y' = -sen u • u' (15) y = tg u y' = sec2 u • u' \ (16) y = cotg u y' = - cosec2 u u' u' 206 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (17) y = sec u y' = sec u • tg u • u' (18) y = cosec u y' = — cosec u cotg u u' (19) y = arc sen u u' u2 (20) y arc cos u y' —u' - u2 (21) y = arc tg u y' = u' 1 +u2 y = arc cotg u y' = 1 + u2 (23) y = arc sec u, lul 1 y' — , u' lul Nu2 — 1 lul > 1 (24) y = arc cosec u, lu! 1 y' — u ' lul > lul Nu2 — 1 (25) y = senh u y' = cosh u u' (26) y = cosh u y' = senh u u' (27) y = tgh u y' = sech2 u u' (28) y = cotgh u y' = — cosech2 u • u' (29) y = sech u y' = — sech u • tgh u • u' (30) y = cosech u y' = — cosech u • cotgh u u' X(31) y = arg senh u y' — u' - \lu2 + 1 (32) y = arg cosh u u'y' — u > 1-\1/42 — 1 Derivada 207 u (33) y = arg tgh u y ' - lul < 1 1 - u2 (34) y = arg cotgh u y u '= lul > 1 1 - u2 (35) y = arg sech u -u y ' - , O < u < 1 u 1/1 - u2 7;(36) y = arg cosech u y' = -u ' , u � O. lu] -‘11 + u2 i, 1 1 4.15 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 75 calcular a derivada. 1. 3. f(x)= 10 (3x2 + 7x - 3) 1-9 2. 1f(x) = - a (bx2 + ax)3 4. f(x) = 1 (2x5 + 6x-3)5 f(x) (3x2 6x) 10 _ 1 x2 5. f(t) = (7t2 + 6t)7 (3t - 1)4 6. f(x)= (5x -2) 6 (3x - 1)3 7. f(t) - 7t + 1 8. f(x) - (2x - 5)4 + x +1 - 2t2 + 3 ) 9. f(x) = N1(3x2 + 6x - 2)2 10. f(t) = (4t2 -5t + 2)- 1/3 11. f(x) - 2x 12. X27f(x) Iv3x + 1 ',13x - 1 5 2 3x+1 13. f(t) = 2t +..\41 1 14: + 6x + 7f(x) = 2 e t - 1 208 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 115. f(x) = -3 3 _ x 17. f(x) = 23x2 .4- 6x 19. f(s) = (7 s2 + 6s -1)3 + 2e - 35 21. f(t) = et/2 (t2 + 50 23. f (x) = log2 (2x + 4) 25. f(s) = log3 + 1 27. f(x) = ln 1 + —1x x2 16. f(x) = 18. f(x) = [ 1 In 2x e-1 + 1 20. f(t) - 'Niet - 1 2/2( f(t) "\let + 1 24. f(x) = 1- (br,) + c) - Inx a 126. f(x) = -2 ln (7x2 - 4) 23. ftx) = ln + x)1 - x 29. 31. 33. 37. 39. a3x 30. f(t) = a \\ri. f(x) = b3x2 - 6x f(t) = (2t + 1)? - 1 32. f(x) = (eX2 1 s) = (a + bs) in(af( -2 bs) 34. f(x) = sen (2x + 4) MJ= cos (7[12 - u) 36. f(8) = 2 cos (2 02 — 3 + 1) f(0) = 2 cos 02 • sen 2 0 f(a) - 1 + cos 2 a2 f(x) = sen3 (3x2 + 6x) 40. f(0)= sen2 8 + cos2 8 Derivada 209 41. ,fix) = 3tg (2x + 1) + -Cx 42. f(s) = cote (2s — 3)2 3 sec2x43. f(x) — 44. f(x) — isen x 45. .f(x) = e2x cos 3x 46/ fix) = sen (x + 1) ex 47. f(0) = — cosec2 03 48. f(x) = sen2 (x/2) cose (x/2) 49. f(x) = a ••cos bx 50. f(t) = 1n cos2t 51. f(u) = (u tg u)2 52. f(x) = log2 (3x — cos 2x) 53. f(0) a cotg O a>0 54. f(t) e2 cos 2t 55. f(x) = (arc sen 42 56. f(x) = arc cos 3 57. f(t) = t arc cos 3t f(t) = arc cos (sen t) 61. f(x) = arc sec 58. f(s) — arc sen s/2 s + 1 6‘. f(x) = arc tg 1 x2 62. f(x) = senh (2x —1) 63. f(t) t2 arc cosec (2t + 3) 64. f(t) ln [cosh (t2 — 1)] 65. f(x) — (sen hx) x 67. ftt) = [cotgh (t + 1)2 ]1/2 66. f(t) = tgh (4t2 — 3)2 68. f(x) = sech [ln x] 210 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 69. f(x) = (3x + 1)cosech 1 3 70. f(x) = (arg senh x)2x 71. f(x) = x arg cosh x - 1/-x2 - 1 72. f(x) = arg tgh x2 73. f(x) x arg cotgh x2 74. f(x) = (x + 1) arg sech 2x 75. 1f(x) 2 [arg cosh x2]2 76. Encontrar f ' (x). 1 - x , x O a)' f(x) = , x > O ) f(x) = ln I 3 - 4x c) f(x) =e 12x-11 . 77. Calcular f ' (0), se jlx) = e-x cos 3x. 78. Calcular f ' (1), se .fix) = ln (1 + x) + arc sen x/2. 79. Dada f(x) = é X , calcularflO) + xf '(0). 80. Dada f(x) = 1 + cos x, mostrar que f(x) é par e f ' (x) é ímpar. 81. Dada afiz) = sen 2x cos 3x, mostrar que .gx) é ímpar e f '(x) é par. 82. Dada a função f(x) = sen 2x , calcular f (x) e verificar que f e f ' são periódicas de2mesmo período. 83. Seja.fix) derivável e periódica de período T. Mostrar que f ' também é periódica de período T. Derivada 211 84. Mostrar que a função y = x e X satisfaz a equação xy' = (1 - x)y. 2 85. Mostrar que a função = x e-x /2 satisfaz a equação xy ' = (1 - x2)y. 86. Mostrar que a função y = 1 satisfaz a equação xy' = y (y ln x - 1).1 + x + ln x 87. Sejam f e g funções tais que (f o g) (x) = x para todo x, e f '(x) e g '(x) existem para todo x. Mostrar que f '(g(x)) = g ,(x) , sempre que g' (x) # O. 88. Obtenha a regra do produto para (uv)' derivandp a fórmula ln (uv) ln u + ln v. 89. Provar que: a) Se y = cotg x, então y' = - cosec2 x. b) Se y = sec x, então y' = sec x tg x. c) Se y arc cotg x, então y ' - -1 1 +x2 /0" d) Se y arc cosec x,lx I _� 1, então y' - , lx1 > 1 . Ixl 'Vx2 - 1 e) Se y = cosh x, então y' = senh x. f) Se y = tgh x, então y' = sech2 x . g) Se y = sech x, então y' = - sech x - tgh x. 212 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração —1 h) Se y = arg sech x, então y ' — O < x < 1 . x — x2 i) Se y = arg cosech x, então y ' — —1 x # O . Ix I .\/1 +x2 90. Encontrar todos os pontos onde o gráfico de f(x) tem tangente horizontal. a) f(x) = sen 2x; b) f(x) = 2 cos x. 4.16 DERIVADAS SUCESSIVAS Seja f uma função derivável definida num certo intervalo. A sua derivada f ' é também uma função, definida no mesmo intervalo. Podemos, portanto, pensar na derivada da função f ' 4.16.1 Definição. Seja f uma função derivável. Se f' também for derivável, então a sua derivada é chamada derivada segunda de f e é representada por f "(x) (lê-sef-duas linhas de x) ou (lê-se derivada segunda de f em relação a x). 4.16.2 Exemplos (i) Se f (x) = 3x2 + 8x + 1, então f' (x) = 6x + 8 e f " (x) = 6. (ii) Se f(x) = tg x, então f ' (x) = sec2 x e f " (x) = 2sec x • sec x tg x 2 sec2 x • tg x. Derivada 213 (iii) Se f(x) = "Nix2 + 1 , então f' (x) 2 1 _ (x2 + 1)-1/2 2x X (X2 ± 1) -1/2 e -1f " (x) = x -2 (x2 + 1) -3/2 • ZX -I- (X2 ± 1) -4/2 1 X2 .\/(X2 + 1)3 .\IX2 + 1 Se f " é uma função derivável, sua derivada, representada por f "' (x), é chamada derivada terceira de f(x). A derivada de ordem n ou n-ésima derivada de f, representada por f (n)(x), é obtida derivando-se a derivada de ordem n —1 de f. 4.16.3 Exemplos (i) Se f(x) = 3x5 + 8x2, então f '(x) = 15x4 + 16x f "(x) = 60x3 + 16 f '" (x) = 180x2 f iv(x) = 360x j(5) (x) = 360 "x) f (n)(x) = 0, para n 6. 214 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (ii) Se f(x) = e x/2, então f '(x) = 1 x/22 f"(x) = 1 e - f '"(x) = 1 -8 e x/2 f (n) (x) = 2n e x/2 (iii) Se f(x) = sen x, então f ' (x) = cos x f "(x) = - sen x f "' (x) = - cos x f iv(x) = sen x f (n)(x) = cos x, para n = 1, 5, 9, .. . - sen x, para n = 2, 6, 10, .. . - cos x, para n = 3, 7, 11, .. . sen x, para n = 4, 8, 12, .. . Derivada 215 4.17 DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 4.17.1 Função na forma implícita. Consideremos a equação F(x, y) = O. (1) Dizemos que a função y = f(x) é definida implicitamente pela equação (1), se ao substituirmos y por f(x) em (1), esta equação se transforma numa identidade. 4.17.2 Exemplos (i) A equação x2 + 12 y —1 = O define implicitamente a função y = 2 (1 —x 2). 1 De fato, substituindo y = 2 (1 — x2) na equação x2 + — 2 y — 1 = O , obtemos 1a identidade x2 + — 2 2(1 — x2) — 1 = O . (ii) A equação x2 + y2 = 4 define, implicitamente, uma infinidade de funções. De fato, resolvendo a equação para y como função de x, temos y = ± -\14 — x2 . Duas funções na forma implícita são obtidas naturalmente: y = + -\/4 — x2 e y = — •\14 — x2 . Os gráficos dessas funções são, respectivamente, a semicircunferência superior e inferior da circunferência de centro na origem e raio 2 (ver Figura 4.8). 216 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 4-8 Podemos obter outras funções implícitas da equação x 2 + y2 = 4. Se tomamos um número real c qualquer entre —2 e 2, podemos definir a função para x c'■14 — x2 , h(x) = - -\14 - x2 , para x < c . A função h(x) é definida implicitamente pela equação x 2 + y2 = 4, pois x2 + [ h (x) ] 2 = 4 para todo x no domínio de h. Podemos ver o gráfico da função h na Figura 4.9. Observamos que esta função não é contínua no ponto c e portanto não é derivável. Figura 4-9 Derivada 217 Atribuindo diferentes valores a c, podemos obter tantas funções quantas quei- ramos. Assim, a equação x 2 + y2 = 4, define implicitamente uma infinidade de funções. Nem sempre é possível encontrar a forma explícita de uma função definida implicitamente. Por exemplo, como explicitar uma função y = f(x) definida pela equação y4 + 3xy + 2 ln y = O? O método da derivação implícita perrnite encontrar a derivada de uma função assim definida, sem a necessidade de explicitá-la. 4.17.3 A Derivada de uma função na forma implícita. Suponhamos que F(x, y) = O define implicitamente uma função derivável y =f (x). Os exemplos que seguem mostram que usando a regra da cadeia, podemos determinar y' sem explicitar y. Exemplos. (i) Sabendo que y = f(x) é uma função derivável definida implicitamente pela equação P + y2 = 4, determinar y'. Como a equação x2 + y2 = 4 define y = f(x) implicitamente, podemos consi- derá-la uma identidade válida para todo x no domínio de f. Derivando ambos os membros desta identidade em relação a x, temos (x2 + y2)' = (4)' ou, (x2) ' (Y2) ' 0 . Como y = f(x), usando a regra da cadeia, vem 2x + 2y y' = O. • 218 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Isolando y', temos Observamos que, neste exemplo, foi usado o fato de que y =,f(x) é uma função derivável definida implicitamente. Esse resultado não é válido para a função h(x), representada graficamente na Figura 4.9. De fato, embora esta função também seja definida implicitamente pela equação x2 + y2 = 4, ela não é contínua no ponto x = c e portanto, não é derivável neste ponto. (ii) Sabendo que y = f(x) é definida pela equação xy2 + 2y3 = determinar y'. Sabemos que a equação xy 2 + 2y3 = x — 2y é uma identidade quando substi- tuimos y por f (x). Portanto, em todos os pontos onde y f(x) é derivável, temos .as seguintes igualdades: (xy2 + 2y3)' = (x — 2y)' (xy2)' + (2y3)' = (x)' — (2y)' x • 2y y' + y2 + 6y2 y' = 1 — 2y'. Isolando y' na última igualdade, temos Y — 2xy + 6y2 + 2 (iii) Se y = f(x) é definida por x2y2 + x sen y = O, determinar y'. Lembrando que y = f(x) e derivando em relação a x com o auxilio da regra da cadeia, temos x-2 • y' + 2 1- X cos y y' + sen y = O. 1 — y2 Derivada 219 Isolando y', vem + sen y y — 2x2y + x c3os y (iv) Determinar a equação da reta tangente à curva x2 + 2 y — 1 = O no ponto (— 1, O). Derivando implicitamente em relação a x, temos 1 2x + — 2 y ' = O Portanto, y' = — 4x. No ponto x = —1, y' = 4. A equação da reta tangente à curva no ponto (-1, O) é dada por y — O = 4 (x + 1), ou seja, y = 4x + 4. 4.18 DERIVADA DE UMA FUNÇÃO NA FORMA PARAMÉTRICA 4.18.1 Função na Forma Paramétrica. Sejam { x = x(t) Y = Y(0 ) (1) duas funções da mesma variável real t, t E [a, b]. Então, a cada valor de t correspondem dois valores x e y. Considerando estes valores como as coordenadas de um ponto P, podemos dizer que a cada valor de t corresponde um ponto bem determinado do plano xy. Se as funções x = x(t) e y = y(t) são contínuas, quando t varia de a até b, o ponto P(x(t), y(t)) descreve uma curva no plano (ver Figura 4.10). As equações (1) são chamadas equações paramétricas da curva e t é chamado parâmetro. 220 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração A y y(t) a x(t) Figura 4-10 Vamos supor agora, que a função x = x(t) admite uma função inversa t = t(x). Neste caso, podemos escrever y = y [t(x) e dizemos que as equações (1) definem y como função de x na forma paramétrica. Eliminando o parâmetro t nas equações (1), podemos obter a função y = y(x) na forma analítica usual. Muitas curvas importantes costumam ser representadas na forma paramétrica. Em geral, as equações paramétricas são úteis porque, em diversas situações, elas simplificam os cálculos. Elas também são muito usadas na Física, para descrever o movimento de uma partícula. A seguir, apresentamos as equações paramétricas de algumas curvas e damos exemplos de algumas funções definidas na forma paramétrica. 4.18.2 Exemplos x = 2t + 1 (i) As equações y = 4t + 3 definem uma função y(x) na forma paramétrica. Derivada 221 De fato, a função x = 2t + 1 é inversível sendo que sua inversa é dada por t = —1 (x — 1). . Substituindo este valor na equação y = 4t + 3, obtemos a equação 2 cartesiana da função y(x), que é dada por y = 4 [ — 2 (x — 1) + 3 = 2x + 1. (ii) As equações x = a cos t (2) y = a sen t , t e [O, 2 n] , onde a é uma constante positiva, representam uma circunferência de centro na origem e raio a. Na Figura 4.11, visualizamos o parâmetro t, O 5 t 5_ 2 n, que representa o ângulo formado pelo eixo positivo dos x e o segmento de reta que une o ponto P à origem. Figura 4-11 Para obter a equação cartesiana, devemos eliminar o parâmetro t. 222 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Elevando ao quadrado cada uma das equações em (2) e adicionando-as, obte- MOS x2 = a2 cos2 t y2 = a2 sen2 t x2 + y2 = a2 cos2 t + a2 sen2 t = a2 ou seja, x2 4_ y2 = a2 . Observamos que, neste exemplo, não temos uma função y(x) na forma para- métrica, porque a função x = a cos t não é inversível no intervalo [O, 2 n ]. No entanto, podemos obter uma ou mais funções y y(x) na forma paramétrica, restringindo convenientemente o domínio y = - Figura 4-12 Y = - 2 _ x2 Por exemplo, as equações {x = a cos t y --,-- a sen t , t E [O, 7C] Derivada 223 definem, na forma paramétrica, a função y = -N, I 612 - x2 e as equações {x = a cos t y = a sen t , t E [n,27c] definem a função y = — Ia 2 — x2 (ver Figura 4.12). (iii) As equações {x = a cos t y= b sen t , t E 10, 27c1 , (3) onde a e b são constantes positivas, representam uma elipse de centro na origem e semi-eixos a e b, como mostra a Figura 4.13(a). Neste caso, o parâmetro t também representa um ângulo e pode ser visualizado na Figura 4.13(b). (a) (b) Figura 4-13 Para obter a equação cartesiana da elipse dada, devemos eliminar o parâ- metro t. b2 x2 = a2 b2 cos2 t a2 y2 = a2 b2 sen2 t b2 x2 + a2 y2 = a2 b2 (cos2 t + sen2 t) = a2 b2 ou, de forma equivalente, x2 y2 a2 b2 = 224 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Multiplicando a primeira equação de (3) por b e a segunda equação por a, obtemos bx = ab cos t ay = ab sen t. Elevando cada uma dessas equações ao quadrado e adicionando-as, vem Como no exemplo anterior, restringindo convenientemente o domínio,' ipo- demos definir uma ou mais funções y(x) na forma paramétrica. j Figura 4-14 Derivada 225 Por exemplo, as equações {x = a cos t y = b sen t , t e definem, na forma paramétrica, a função y(x) que está representada na Figura 4.14. (iv) As equações {x = a cosa t y= a sen3 t,0‹ t<27z, onde a é uma constante positiva, representam a curva vista na Figura 4.15(a). O ' (4) (a) (b) Figura 4-15 Esta curva é chamada astróide ou hipociclóide de 4 cúspides e pode ser definida como a trajetória descrita por um ponto fixo P de uma circunferência de raio a/4, quando esta gira, sem escorregar, dentro de uma circunferência fixa de raio a. 226 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Na Figura 4.15(b), ilustramos o significado geométrico do parâmetro t. Para obter a equação cartesiana da curva, procedemos de forma análoga aos exemplos anteriores. Elevando cada equação de (4) à potência 2/3 e adicionando-as, obtemos X2/3 a2/3 cos2 t y2/3 = C/2/3 sen2 t x2/3 + y2/3 = a2/3 (cos2 t + sen2 t) ou, de forma equivalente, x2/3 + y2/3 Observamos que as equações (4) não definem uma função y(x) na forma paramétrica, porque x = a cos a t não é inversível no intervalo [0, 2/c]. Portanto, se queremos definir uma função y(x) na forma paramétrica, devemos tomar o cuidado de restringir conveniententemente o domínio. 4.183 Derivada de uma Função na Forma Paramétrica. Seja y uma função de x definida pelas equações paramétricas x = x(t) (5) y = y(t) , t E [a,b] Suponhamos que as funções y = y(t), x = x(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis. Podemos ver a função y = y(x), definida pelas equações (5), como uma função composta y = y [t(x)] e aplicar a regra da cadeia. Temos, então dy dx = y ' (t) - t '(x) . (6) Derivada 227 Como x = x(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis, pelo teorema 4.13, vem 1 t '(x) = x '(t) Substituindo (7) em (6), obtemos (7) dy y '(t) dx x '(t) . dyObservamos que esta fórmula nos permite calcular a derivada sem dx conhecer explicitamente y como função de x. 4.18.4 Exemplos dy (i) Calcular a derivada da função y(x) definida na forma paramétrica dxpelas equações: x = 2t + 1 x = 3t — 1 (a) (b) y = 4f + 3 ; y = 9t2 — 6t . Solução. (a) Temos, dy y '(t) 4 - 2dx x '(t) 2 (b) Temos, cli _ y '(t) 18t — 6 dx x '(t) 3 — 2 . (8) 228 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração dySe quisermos o valor da derivada em função de x, devemos determinardx t = t(x) e substituir em (8). Temos, x = 3t — 1 1t = —3 (x + 1) . Substituindo em (8), vem dy = 6 1— (x + 1) — 2 dx • 3 = 2x. (ii) Determinar a derivada —dy da função y(x) definida na forma paramétrica pelas equações x = 4 cosa t y = 4 sena t , Temos, o < t < 2 x'(t) = —12 cose t sen t y' (t) = 12 sen2 t cos t. Portanto, o dy y '(t) 12 sen2 t cos t sen t — — tg t .dx x '(t) — 12 cose t sen t cos t Derivada 229 Observamos que este resultado só é válido para os pontos onde x' (t) O, ou seja, para t � Oet � —7c2 - (iii) Determinar a equação da reta tangente à circunferência x 2 + y2 = 4, no ponto . Solução. Vamos usar a função y(x) definida na forma paramétrica pelas equa- ções xx = 2 cos t y= 2 sen t , t E [O, 7t] , como vimos no Exemplo 4.18.2(ü). Vamos agora, calcular a inclinação da reta tangente no ponto P, ou seja, vamos dy calcular o valor da derivada no ponto P. Temos,dx y '(t) 2 cos t— —dx x '(t) — —2 sen t — cotg t . Precisamos determinar o valor do parâmetro t que corresponde ao ponto P. Temos, = 2 cos t -\Õ = 2 sen t , TCe portanto t = 4 A equação da reta tangente à curva no ponto PC , , é dada por y— = —1(x — , 230 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração ou seja, y= —x + 2-\/2". 4.19 DIFERENCIAL 4.19.1 Acréscimos. Seja y = f(x) uma função. Podemos sempre considerar uma variação da variável independente x. Se x varia de x 1 a x2, definimos o acréscimo de x, denotado por Ax, como Ax = x2 — x l . A variação de x origina uma correspondente variação de y, denotada por Ay, dada por Ay = f(x2) —f(x1) ou, Ay =f(x / + Ax) — f(x 1) (ver Figura 4.16). Ay x, Ax x2 1 X Figura 4-16 Deripada 231 4.19.2 Diferencial. Sejam y = f(x) uma função derivável e Ax um acréscimo de x. Definimos: (a) a diferencial da variável independente x, denotada por dx, como dx = Ax; (b) a diferencial da variável dependente y, denotada por dy, como dy = f '(x) Ax. De acordo com a definição anterior, podemos escrever dy = f '(x) • dx ou dy dx = f , (x). Assim, a notação dy já usada para f ' (x), pode agora ser considerada umdx quociente entre duas diferenciais. 4.19.3 Interpretação Geométrica. Consideremos a Figura 4.17, que representa o gráfico de uma função y f(x) derivável. O acréscimo Ax que define a diferencial dx está geometricamente representado pela medida do segmento P M [P(x i , f(x i )) e M(x2, /V IM (ver Figura 4.17). Figura 4-17 232 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração O acréscimo Ay está representado pela medida do segmento M Q [Q (x2, f (x2)]. A reta t é tangente à curva no ponto P. Esta reta corta a reta x = x2 no ponto R, formando o triângulo retângulo P M R. A inclinação desta reta t é dada por!(x 1 ) ou tg a. Observando o triângulo P M R, escrevemos nxi) = tg a = PAIAiR onde MR e PM são respectivamente as medidas dos segmentos MR e PM. Usando o fato de que f'(x i) = dxdy , concluímos que dy MR , já que PM = dx Observamos que, quando Ax torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferença Ay — dy. Usamos esse fato em exemplos práticos, considerando Ay dy .(Ay aproximadamente igual a dy), desde que o dx considerado seja um valor pequeno. 4.19.4 Exemplos (i) Se y = 2x2 — 6x + 5, calcule o acréscimo Ay para x = 3 e Ax = 0,01. Usando a definição de Ay, escrevemos Ay = f(x i + Ax) —f(x i) = f(3 + 0,01) — .V) = f(3,01) —f(3) • [2 - (3,01)2 — 6 3,01 + 5] — [2 3 2 — 6 3 + 5] • 5,0602 — 5 • 0,0602. (ii) Se y = 6x2 — 4, calcule Ay e dy para x = 2 e Ax = 0,001. Usando a definição de Ay, temos Ay =f(x 1 + Ax) = f (2 + 0,001) —/(2) Derivada 233 = [6 • (2,001)2 — 4] — [6 22 — 4] = 20,024006 — 20 = 0,024006. Usando a definição de dy, temos dy = f ' (x) Ax = 12x • Ax 12.2.0,001 0,024. Observamos que a diferença Ay — dy = 0,000006 seria menor caso usássemos um valor menor que 0,001 para Áx. (iii) Calcule um valor aproximado para 65,5 usando diferenciais. Seja y = f(x) a função definida por f(x) = "tx . Escrevemos, y + Ay = .3■Ix + Ax e dy — dx 3 2/3 Fazemos x = 64 e dz = 1,5, isto porque 64 é o cubo perfeito mais próximo de 65,5. Portanto, x + Ax = 65,5 , dx = Ax = 1,5 e 1 )2/3 dy = 3(64 3 1 1,5 = l ' 5 6 — 0,03125 . la 234 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Então, .■/65,5 = + 1,5 = .3\ix + Ax = y + Ay . Fazendo Ay dy, obtemos finalmente que y + Ay = 4 + 0,03125 = 4,03125. (iv) Obtenha um valor aproximado para o volume de uma fina coroa cilíndrica de altura 12 m, raio interior 7 m e espessura 0,05 m. Qual o erro decorrente se resolvermos usando diferenciais? A Figura 4.18 representa o sólido de altura h, raio interior r e espessura Ar. O volume V do cilindro interior é dado por V = 7C r2 h re 72 - 12 588 7C M3 . Figura 4-18 Dando um acréscimo Ar o volume da coroa será igual à variação AV em V. Derivada 235 Usando diferenciais, temos dV = 2nrhAr = 2n • 7 • 12 0,05 = 8,4 n m3 . O volume exato será AV • n(r+Ar)2 •11 — nr2 h • n(7,05)2 12 — • 72 . 12 • 596,43 TC - 588 TZ • 8,43 n m3 . Portanto, o erro cometido na aproximação usada foi AV — dV= 0,03 n m3 . 4.20 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 12 calcular as derivadas sucessivas até a ordem n indicada. 1. y=3x4 -2x;n=5 2. y=ax3 +bx2 +cx+d;n=3 3. y=3-2x2 +4x5 ;n=10 4. y = "\13 — x2 ;n=2 5. 1 6. y=e2x+1 ;n=3y —x — 1 , n —4 7. 1y = — ;n=4 8. y=ln2x;n=2 9. y=senax ; n=7 10. y = —2 cos ; n = 5 236 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 11. y=tgx;n=3 12. y=arctgx;n= 2. 13. Achar a derivada de ordem 100 das funções: a) y = sen x; b) y = cos x (1)nnt 14. Mostrar que a derivada de ordem n da função y = 1/x é dada por y (n) = ' xn +1 • 15. Mostrar que a derivada de ordem n da função y = e" é dada por y(n) = an e". 16. Sejam f (x) e g(x) funções deriváveis até 3'1 ordem. Mostrar que: a) (fg)" = + 2f ' g' + fg"; b) (fg)"' = gf.., +3f " g' +3f ' g" + fg"' 17. Mostrar que x = A cos (ffit + a ), onde A, w e a são constantes, satisfaz a equação d2x 2x 0+ = = dt2 18. Calcular y' = dY x das seguintes funções definidas implicitamente. a) x3 +y3 =a3 b) x3 +x2y+y2 = O d) y3 - x - y x + y e) a cose (x + y) = b tgy=xy g) eY=x+y. 19. Determinar as retas tangente e normal à circunferência de centro (2, 0) e raio 2, nos pontos de abscissa 1. y220. Demonstrar que a reta tangente à elipse X2 + = 1 no ponto (x0, yo) tem a equação x xo y yo a2 b2 - 1 . CO3 21 f , O2 Derivada 21. Em que pontos a reta tangente à curva y 2 = 2x3 é perpendicular à reta 4x — 3y + 1 = O? 22. Mostrar que as curvas cujas equações são 2x 2 + 3y2 = 5 e y2 = x3 interceptam-se no ponto (1, 1) e que suas tangentes nesse ponto são perpendiculares. dy23. Calcular a derivada y ' = das seguintes funções definidas na forma paramétrica. Para dx quais valores de t, y' está definida? = t2 (a) (b) = t3 , t e (o,+ eo) x = 3 cos t (c) (d) y= 4 sen t , t E [n, 27c] x = cos 2t y= sen 2t , t E x = cos3 t y = sen3 t , t e x = 2t —1 (e) y= ta + 5,-00< t <+ 00 1) { x = 8 cos3 t y= 8 sen t, t E [O, 7C] 24. Determinar a equação da reta tangente à elipse {x = 2 cos t y = 3 sen t , t e [0, 27c] -NrT,— no ponto P(N2 , 3 2 2 25. Determinar as equações da reta tangente e da reta normal à astróide x = cosa t{ y = sen3 t , t e [0, 2n] 238 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração no ponto P 8 3 8 1 .f3— 26. Encontrar Ay — dy das funções dadas. a) y= 3x2 —x+ 1; b) y = 2NÍ.• ; 27. Encontrar Ay e dy para os valores dados a) y = 1 2x` = 0,001 ; x = 1 ; b) y = 5x2 — 6x ; Ax = 0,02 ; x = O ; 2x+ 1 y= x — 1 • Ax = 0,1 ; x = —1 ; xc) y — + 1 2x — 1 • 28. Calcular um valor aproximado para as seguintes raízes, usando diferencial. a) -‘11:1- ; b) 63,5 ; c) 13 . 29. Calcular a diferencial das seguintes funções. a) y = ln (3x2 — 4x) ; b) y — x + 1 . eX c) y = sen (5x2 + 6). 30. A área S de um quadrado de lado x é dada por S = x2. Achar o acréscimo e a diferencial desta função e determinar o valor geométrico desta última. 31. Dar a interpretação geométrica do acréscimo e da diferencial da função S = iv x2 (área do círculo). 32. Uma caixa em forma de um cubo deve ter um revestimento externo com espessura de 1/4 cm. Se o lado da caixa é de 2 m, usando diferencial, encontrar a quantidade de revestimento necessária. Derivada 239 33. Um material está sendo escoado de um recipiente, formando uma pilha cônica cuja altura é sempre igual ao raio da base. Se em dado instante o raio é 12 cm, use diferenciais para obter a variação do raio que origina um aumento de 2 cm3 no volume da pilha. 34. Use diferenciais para obter o aumento aproximado do volume da esfera quando o raio varia de 3 cm a 3,1 cm. 35. Um terreno, em desapropriação para reforma agrária, tem a forma de um quadrado. Estima-se que cada um de seus lados mede 1 200 m, com um erro máximo de 10 m. Usando diferencial, determinar o possível erro no cálculo da área do terreno. 36. Um pintor é contratado para pintar ambos os lados de 50 placas quadradas com 40 cm de lado. Depois que recebeu as placas verificou que os lados das placas tinham 1/2 cm a mais. Usando diferencial, encontrar o aumento aproximado da porcentagem de tinta a ser usada. 53° MAKRON Books CAPÍTULO 5 APLICAÇÕES DA DERIVADA Neste capítulo, apresentaremos as aplicações da Derivada. Em diversas áreas encontramos problemas que serão resolvidos utilizando a derivada como uma taxa de variação. A análise do comportamento das funções será feita detalhadamente usando definições e teoremas que envolvem derivadas. Finalmente, introduziremos as regras de L'Hospital, que serão usadas no cálculo de alguns limites. 5.1 VELOCIDADE E ACELERAÇÃO Velocidade e aceleração são conceitos que todos nós conhecemos. Quando dirigimos um carro, podemos medir a distância percorrida num certo intervalo de tempo. O velocímetro marca, a cada instante, a velocidade. Se pisamos no acelerador ou no freio, percebemos que a velocidade muda. Sentimos a aceleração. Mostraremos que podemos calcular a velocidade e a aceleração através de derivadas. 240 a –m At v (t + At) – v (t) Aplicações da derivada 241 5.1.1 Velocidade. Suponhamos que um corpo se move em linha reta e que s = s(t) represente o espaço percorrido pelo móvel até o instante t. Então, no intervalo de tempo entre t e t + At, o corpo sofre um deslocamento As = s(t + At) – s(t). Definimos a velocidade média nesse intervalo de tempo como o quociente s(t + At) – s(t) v – At isto é, a velocidade média é o quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo. De forma geral, a velocidade média nada nos diz sobre a velocidade do corpo no instante t. Para obtermos a velocidade instântanea do corpo no instante t, calculamos sua velocidade média em instantes de tempo At cada vez menores. A velocidade ins- tantânea, ou velocidade no instante t, é o limite das velocidades médias quando At se aproxima de zero, isto é, v t lim As = s (t + At) – s (t) )( = —A At —> O At At —> o At Como já vimos no capítulo anterior, esse limite é a derivada da função s = s(t) em relação a t. Portanto, ds v (t) = s '(t) = dt • 5.1.2 Aceleração. O conceito de aceleração é introduzido de maneira análoga ao de velocidade. A aceleração média no intervalo de tempo de t até t + At é dada por Observamos que ela mede a variação da velocidade do corpo por unidade de tempo no intervalo de tempo At. Para obtermos a aceleração do corpo no instante t, 242 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração tomamos sua aceleração média em intervalos de tempo At cada vez menores. A acele- ração instantânea é o limite v (t + At) — v (t) a (t) = lim — v '(t) . At -> O At Logo, a derivada da velocidade nos dá a aceleração. Como v(t) = s '(t) , temos a(t) = v '(t) = s "(t). 5.1.3 Exemplos (i) No instante t O um corpo inicia um movimento em linha reta. Sua posição no instante t é dada por s(t) = 16t — t2 . Determinar: (a) a velocidade média do corpo no intervalo de tempo [2, 4]; (b) a velocidade do corpo no instante t = 2; (c) a aceleração média no intervalo [O; 4]; (d) a aceleração no instante t = 4. (a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo entre 2 e 4 é dada por v — s (4) — s (2) 4 — 2 (16 4 — 42) — (16 • 2 — 22 ) 4 — 2 48 — 28 2 = 10 unid. veloc. . Aplicações da derivada 243 (b) A velocidade do corpo no instante t = 2 é o valor da derivada s '(t) no ponto t = 2. Como s(t) = 16t — t2, temos v(t) = s '(t) = 16 — 2t. No instante t = 2, a velocidade é v(2) = 16 — 2 • 2 = 12 unid. veloc. (c) A aceleração média no intervalo [0, 4] é dada por a — v (4) — v (0) m 4- 0 Como v(t) = 16 — 2t, temos am (16 — 2 4) — (16 — 2 0) 4 8-16 4 = —2 unid. aceler. . (d) A aceleração no instante t = 4 é dada pela derivada v ' (4). Como v(t) = 16 — 2t, temos a(t) = v ' (t) = — 2. Portanto, a(4) = —2 unid. aceler. . (ii) A equação do movimento de um corpo em queda livre é — — 1 gt2 s — 2 244 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração onde g 9,8 m/s2 é a aceleração da gravidade. Determinar a velocidade e a .aceleração do corpo em um instante qualquer t. Num instante qualquer t, a velocidade é dada por v(t) = s' (t) 1= — 2 g • 2t = gt m/s. A aceleração num instante t é a(t) = v ' (t) = g In/s2 , que é a aceleração de gravidade. 5.2 TAXA DE VARIAÇÃO Na seção anterior vimos que quando um corpo se move em linha reta de acordo com a equação do movimento s = s(t), a sua velocidade é dada por v = s' (t). Sabemos que a velocidade representa a razão de variação do deslocamento por unidade de variação do tempo. Assim, a derivada s' (t) é a taxa de variação da função s(t) por unidade de variação t. O mesmo ocorre com a aceleração que é dada por a(t) = v' (t). Ela representa a razão de variação da velocidade v(t) por unidade de variação do tempo t. Toda derivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. Dada uma função y = f(x), quando a variável independente varia de x a x + Ax, a correspondente variação de y será Ay = f(x + Ax) — f(x). O quociente Aplicações da derivada 245 Ay fix + Ax) — jlx) LX Ax representa a taxa média de variação de y em relação a x. A derivada f(x + Ax) — f(x) f '(x) = lim —> o é a taxa instantânea de variação ou simplesmente taxa de variação de y em relação a x. A interpretação da derivada como uma razão de variação tem aplicações práticas nas mais diversas ciências. Vejamos alguns exemplos. 5.2.1 Exemplos (/) Sabemos que a área de um quadrado é função de seu lado. Determinar: (a) a taxa de variação média da área de um quadrado em relação ao lado quando este varia de 2,5 a 3 m.; (b) a taxa de variação da área em relação ao lado quando este mede 4 m. Solução. Sejam A a área do quadrado e 1 seu lado. Sabemos que A = 12 . (a) A taxa média de variação de A em relação a 1 quando 1 varia de 2,5 m a 3 m é dada por AA A(3) — A(2,5) Al 3 — 2,5 9 — 6,25 0,5 246 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 2,75 0,5 = 5,5. (b) A taxa de variação da área em relação ao lado é dada por dA (p) dl dl 2 1. Quando 1= 4, temos dA dl 2 4 = 8 , OU, dA dl = 8 . (4) Portanto, quando 1 = 4 m, a taxa de variação da área do quadrado será de 8 m2 por variação de 1 metro no comprimento do lado. (2) Uma cidade X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por f(t) = 64t — 3 (a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4? (b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8? (c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia no 52 dia? Aplicações da derivada 247 Solução. A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função f(t) em relação a t. Portanto, para um tempo t qualquer, essa taxa é dada por f ' (t) = 64 — t2 . (a) No tempo t = 4, temos f ' (4) = 64 — 16 = 48. Logo, no tempo t = 4, a moléstia está se alastrando à razão de 48 pessoas por dia. (b) No tempo t = 8, temos f ' (8) = 64 — 64 = 0. Portanto, no tempo t = 8 a epidemia está totalmente controlada. (c) Como o tempo foi contado em dias a partir do 1 9 dia de epidemia, o 5 9 dia corresponde à variação de t de 4 para 5. •0 número de pessoas atingidas pela moléstia durante o quinto dia será dado por 53\ 4364 • 5 — — 64 4 — — 3 3 1(5) — fl4) 5 64= 320 — 12 — 256 + 3 43. No item (a), vimos que no tempo t = 4 (início do 5°), a epidemia se alastra a uma taxa de 48 pessoas por dia. No item (c), calculamos que durante o 5 9 dia 43 pessoas serão atingidas. Essa diferença ocorreu porque a taxa de propagação da moléstia se modificou no decorrer do dia. 248 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (3) Analistas de produção verificaram que em uma montadora x, o número de peças produzidas nas primeiras t horas diárias de trabalho é dado por f (t) = 50 (t2 + t), para O _5 t 5 4 200 (t + 1), para 4 5 t 5 8. (a) Qual a razão de produção (em unidades por hora) após 3 horas de trabalho? E após 7 horas? (b) Quantas peças são produzidas na 8'1 hora de trabalho? Solução. (a) A razão de produção após 3 horas de trabalho é dada por f '(3). Para t < 4, temos f '(t) = 50(2t + 1). Portanto, f '(3) 50(2 • 3 + 1) = 350. Logo, após 3 horas de trabalho a razão de produção é de 350 peças por hora de trabalho. A razão de produção após 7 horas de trabalho é dada por f ' (7). Para t > 4, f '(t) = 200. Logo, após 7 horas de trabalho a razão de produção é de 200 peças por hora de trabalho. (b) O número de peças produzidas na oitava hora de trabalho é dado por f(8) — f(7) = 200(8 + 1) — 200(7 + 1) = 200. Aplicações da derivada 249 Neste exemplo, o número de peças produzidas na 8 4 hora de trabalho coincidiu com a razão de produção após 7 horas de trabalho. Isso ocorreu porque a razão de produção permaneceu constante durante o tempo considerado. (4) Um reservatório de água está sendo esvaziado para limpeza. A quanti- dade de água no reservatório, em litros, t horas após o escoamento ter começado é dada por V = 50(80 — t)2 . Determinar: (a) A taxa de variação média do volume de água no reservatório durante as 10 primeiras horas de escoamento. (b) A taxa de variação do volume de água no reservatório após 8 horas de escoamento. (c) A quantidade de água que sai do reservatório nas 5 primeiras horas de escoamento. Solução. (a) A taxa de variação média do volume nas 10 primeiras horas é dada por Av_ 50 (80 — 10)2 — 50 (80 — 0)2 At 10 50 [702 — 802 ] 10 50 • (-150) —7.500 1/hora. O sinal negativo aparece porque o volume de água está diminuindo com o tempo. 250 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (b) A taxa de variação do volume de água num tempo qualquer é dada por dV 50 2(80 — t) (— 1) dt —100(80 — t). No tempo t = 8, temos dV dt (8) —100 (80 — 8) = —100.72 = —72011h. (c) A quantidade de água que sai do reservatório nas 5 primeiras horas é dada por V(0) — V(5) = 50(80)2 — 50(75) 2 = 38.750 1. Em muitas situações práticas a quantidade em estudo é dada por uma função composta. Nestes casos, para determinar a taxa de variação, devemos usar a regra dá cadeia. Vejamos os exemplos que seguem. (5) Um quadrado de lado 1 está se expandindo segundo a equação 1= 2 + t2 , onde a variável t representa o tempo. Determinar a taxa de variação da área desse quadrado no tempo t = 2. Solução. Seja A a área do quadrado. Sabemos que A = 12 e que 1= 2 + t2 . A taxa de variação da área em relação ao tempo, num tempo t qualquer é dada por dA dt Aplicações da derivada 251 Usando a regra da cadeia, vem dA dA dl dt dl dt • 21. 2t • 4/ t • 4(2 + t) - t. No tempo t = 2, temos • 4 (2 + 22) • 2 • 48 unid. área/unid. tempo. (6) O raio de uma circunferência cresce à razão de 21 cm/s. Qual a taxa de crescimento do comprimento da circunferência em relação ao tempo? Solução. Sejam r = raio da circunferência, t = tempo, 1 = comprimento da circunferência . Da geometria, sabemos que 1 = 2 Ir r. Por hipótese, a taxa de crescimento de r em relação a t é —dr = 21 cm/s.dt A taxa de crescimento de 1 em relação a t é dada por —dl • Usando a regra dadt cadeia, vem dl _ dl dr dt dr dt dA dt (2) 252 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração = 2n • —drdt = 2 n 21 = 42 n cm/s. (7) Um ponto 13 (x, y) se move ao longo do gráfico da função y = 1/x. Se a abscissa varia à razão de 4 unidades por segundo, qual é a taxa de variação da ordenada quando a abscissa é x = 1/10? Solução. Temos dy dx dt dx • dt • Como x varia à razão de 4 unid./seg, dt—dt = 4 . Como y = 1/x, dy —dx Então, dy _ 1 4 dt x2 —4 X2 Quando x = 1/10, temos dy = —4 dt (1/10)2 = —4. 100 = — 400 . Aplicações da derivada 253 Portanto, quando a abscissa do ponto P é x = 1/10 e está crescendo a uma taxa de 4 unid./seg a ordenada decresce a uma razão de 400 unid./s. Intuitivamente, podemos perceber isso analisando o gráfico de f (Ver Figura 5.1). Figura 5-1 (8) Acumula-se areia em um monte com a fora de um cone onde a altura é igual ao raio da base. Se o volume de areia cresce a uma taxa de 10 m 3/h, a que razão aumenta a área da base quando a altura do monte é de 4 m? Solução. Sejam V = volume de areia, h = altura do monte, r = raio da base, A = área da base. (Ver Figura 5.2.) Figura 5-2 254 Cálculo A -- Funções, Limite, Derivação, Integração Da geometria, sabemos que A = 7C /2 V =Ã7cr2 h. (2) dVPor hipótese, = 10 m3/h e h = r. Substituindo h = r em (2), temosdt 1V = — 3 7c r3 . (3) Queremos encontrar a taxa de variação dA quando r = 4 m.dt Derivando (1) em relação a t, temos dA dA dr dt - dr dt dr = 2 Tc r .dt dtPrecisamos determinar • Derivando a equação (3) em relação a t, vem dV dV dr dt - dr dt r2 dr dt Como dV— dt = 10 m3/h, temos dr 1 10dt it r2 10 - r2 Aplicações da derivada 255 Portanto, dA 10 = 27c r dt r2 20 r • Quando r= h= m' dt dA 4 20 6 • Logo, quando a altura do monte é de 4 m, a área da base cresce a uma taxa de 5 m2/h. 5.3 EXERCÍCIOS 1. Um corpo se move em linha reta, de modo que sua posição no instante t é dada por, f(t) = 16t + t2 , O t 5. 8, onde o tempo é dado em segundos e a distância em metros. (a) Achar a velocidade média durante o intervalo de tempo [b, b + h], 0 b < 8. (b) Achar a velocidade média durante os intervalos [3; 3,1], [3; 3,01] e [3; 3,001]. (c) Determinar a velocidade do corpo num instante qualquer t. (d) Achar a velocidade do corpo no instante t = 3. (e) Determinar a aceleração no instante t. 2. Influências externas produzem uma aceleração numa partícula de tal forma que a equação de seu movimento retilíneo é y= —b + ct , onde y é o deslocamento e t o tempo. (a) Qual a velocidade da partícula no instante t = 2? (b) Qual é a equação da aceleração? 3. A posição de uma partícula que se move no eixo dos x depende do tempo de acordo com a equação x = 3t2 — t3 , em que x vem expresso em metros e t em segundos. 256 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (a) Qual é o seu deslocamento depois dos primeiros 4 segundos? (b) Qual a velocidade da partícula ao terminar cada um dos 4 primeiros segundos? (c) Qual é a aceleração da partícula em cada um dos 4 primeiros segundos? 4. Um corpo cai livremente partindo do repouso. Calcule sua posição e sua velocidade depois de decorridos 1 e 2 segundos. (Da Física, use a equação y= vot — 12 g t2 para determinar a posição y do corpo, onde v o é a velocidade inicial e g 9,8 m/s2). 5. Numa granja experimental, constatou-se que uma ave em desenvolvimento pesa em gramas { 20+2 (t + 4)2 , O < t < 60 W(t) = 24,4t + 604 , 60 t < 90 , onde t é medido em dias. (a) Qual a razão de aumento do peso da ave quando t = 50? (b) Quanto a ave aumentará no 51 2 dia? (c) Qual a razão de aumento do peso quando t = 80? 6. Uma peça de carne foi colocada num freezer no instante t = O. Após t horas, sua temperatura, em graus centígrados, é dada por 4 1 T (t) = 30 — 5t + + t O < t 5 . Qual a velocidade de redução de sua temperatura após 2 horas? 7. A temperatura de um gás é mantida constante e sua pressão p em kgf/cm3 e volume v em cm 3 estão relacionadas pela igualdade vp = c, onde c é constante. Achar a razão de variação do volume em relação à pressão quando esta vale 10 kgf/cm 3 . 8. Uma piscina está sendo drenada para limpeza. Se o seu volume de água inicial era de 90.000 litros e depois de um tempo de t horas este volume diminuiu 2500 t2 litros, determinar: (a) tempo necessário para o esvaziamento da piscina; Aplicações da derivada 257 (b) taxa média de escoamento no intervalo [2, 5]; (c) taxa de escoamento depois de 2 horas do início do processo. 9. Um apartamento está alugado por Cr$ 4.500,00. Este aluguel sofrerá um reajuste anual de Cr$ 1.550,00. (a) Expresse a função com a qual podemos calcular a taxa de variação do aluguel, em t anos. (b) Calcule a taxa de variação do aluguel após 4 anos. (c) Qual a porcentagem de variação do aluguel depois de 1 ano do primeiro reajuste? (d) Que acontecerá à porcentagem de variação depois de alguns anos? 10. Numa pequena comunidade obteve-se uma estimativa que daqui a t anos a população será de p (t) = 20 — t + 1 milhares. (a) Daqui a 18 meses, qual será a taxa de variação da população desta comunidade? (b) Qual será a variação real sofrida durante o 18° mês? -11. Seja r a raiz cúbica de um número real x. Encontre a taxa de variação de r em relação a x quando x for igual a 8. 12. Um líquido goteja em um recipiente. Após t horas, há 5t — t1'2 litros no recipiente. Qual a taxa de gotejamento de líquido no recipiente, em 1/hora, quando t = 16 horas? 13. Um tanque tem a forma de um cilindro circular reto de 5 m de raio de base e 10 m de altura. No tempo t = 0, a água começa a fluir no tanque à razão de 25 m 3/h. Com que velocidade o nível de água sobe? Quanto tempo levará para o tanque ficar cheio? 14. Achar a razão de variação do volume v de um cubó em relação ao comprimento de sua diagonal. Se a diagonal está se expandindo a uma taxa de 2 m/s, qual a razão de variação do volume quando a diagonal mede 3 m? 15. Uma usina de britagem produz pó de pedra, que ao ser depositado no solo, forma uma pilha cônica onde a altura é aproximadamente igual a 4/3 do raio da base. 258 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (a) Determinar a razão de variação do volume em relação ao raio da base. (b) Se o raio da base varia a uma taxa de 20 cm/s, qual a razão de variação do volume quando o raio mede 2 m? 16. Os lados de um triângulo equilátero crescem à taxa de 2,5 cm/s. (a) Qual é a taxa de crescimento da área desse triângulo, quando os lados tiverem 12 cm de comprimento? (b) Qual é a taxa de crescimento do perímetro, quando os lados medirem 10 cm de comprimento? 17. Um objeto se move sobre a parábola y = 2x 2 + 3x — 1 de tal modo que sua abscissa varia à taxa de 6 unidades por minuto. Qual é a taxa de variação de sua ordenada quando o objeto estiver no ponto (0, —1)? 18. Um trem deixaffia estação, num certo instante, e vai para a direção norte à razão de 80 km/h. Um segundo trem deixa a mesma estação 2 horas depois e vai na direção leste à razão de 95 km/h. Achar a taxa na qual estão se separando os dois trens 2 horas e 30 minutos depois do segundo trem deixar a estação. 19. Uma lâmpada colocada em um poste está a 4 m de altura. Se uma criança de 90 cm de altura caminha afastando-se da lâmpada à razão de 5 m/s, com que rapidez se alonga sua sombra? 20. O raio de um cone é sempre igual à metade de sua altura h. Determinar a taxa de variação da área da base em relação ao volume do cone. Análise do Comportamento das Funções Dada uma curva y = ftx), usaremos a derivada para obter alguns dados acerca da curva. Por exemplo, discutiremos os pontos de máximos e mínimos, os intervalos onde a curva é crescente ou decrescente. Esses dados nos levam a um método geral para construir esboços de gráficos de funções. Aplicações da derivada 259 5.4 MÁXIMOS E MÍNIMOS A Figura 5.3 nos mostra o gráfico de uma função y = f(x), onde assinalamos pontos de abscissas x l , x2 , x3 e x4 . Figura 5-3 Esses pontos são chamados pontos extremos da função. f(x i ) e f(x3) são cha- mados máximos relativos e f(x2),flx4) são chamados mínimos relativos. Podemos formalizar as definições. 5.4.1 Definição. Uma função f tem um máximo relativo em c, se existir um interva- lo aberto I, contendo c, tal que f(c) f(x) para todo x E 1 n D(f). 5.4.2 Definição. Uma função f tem um mínimo relativo em c, se existir um interva- lo aberto I, contendo c, tal que f(c) f(x) para todo xe I n D(f). 5.4.3 Exemplo. A função f(x) = 3x4 — 12x2 tem um máximo relativo em c = O, pois existe o intervalo (-2, 2) tal que f(0) f(x) para todo x E (-2, 2). Em c2 = — -\/2: e c3 = .\ff, a função dada tem mínimos relativos pois f(— f(x) para todo x E (-2,0) e f f(x) para todo x E (O, 2) (ver Figura 5.4). 260 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração ♦Y -2 Nffi ' 2 X -12 Figura 5 -4 A proposição seguinte permite encontrar os possíveis pontos extremos de uma função. 5.4.4 Proposição. Suponhamos que f(x) existe para todos os valores de x e (a, b) e que f tem um extremo relativo em c, onde a < c < b. Se f '(c) existe, então f ' (c) = O. Prova. Suponhamos que f tem um ponto de máximo relativo em c e que f ' (c) existe. , Então, .1(x) - f(c) - fim = .ffx) - f(c) f(x) - f(c) f '(c) = lim - lim •x - c x - c _ x - cx c C+ -) Como f tem um ponto de máximo relativo em c, pela definição 5.4.1, se x estiver suficientemente próximo de c temos que f(c) f(x) ou f(x) f(c) O. Se x -->c+, temos x - c > O. Portanto, flx) - flc) O e então x - c x. j( ) - f(c) f '(c) = lim O . + x - c (1) Se x —>c-, temos x- c < O. Portanto, f(x) -1(c) � O e então x - c Aplicações da derivada 261 f '(c) = lim fix) fic) > O . _ x — c (2) X -, c Por (1) e (2), concluímos que f ' (c) = O. Se f tem um ponto de mínimo relativo em c, a demonstração é análoga. Esta proposição pode ser interpretada geometricamente. Se f tem um extremo relativo em c e se f '(c) existe, então o gráfico de y = f(x) tem uma reta tangente horizontal no ponto onde x = c. Da proposição, podemos concluir que quando f '(c) existe, a condição f '(c).= O é necessária para a existência de um extremo relativo em c. Esta condição não é suficiente (ver Figura 5.5(a)). Isto é, se f ' (c) = O, a função f pode ter ou não um extremo relativo no ponto c. Da mesma forma, a Figura 5.5(b) e (c) nos mostra que quando f ' (c) não existe, .Rx) pode ter ou não um extremo relativo em c. Y X (a) (b) X Figura 5 -5 O ponto c E D( f ) tal que f ' (c) = O ou f '(c) não existe, é chamado ponto crítico de f. Portanto, uma condição necessária para a existência de um extremo relativo em um ponto c é que c seja um ponto crítico. É interessante verificar que uma função definida num dado intervalo pode admitir diversos pontos extremos relativos. O maior valor da função num intervalo é 262 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração chamado máximo absoluto da função nesse intervalo. Analogamente, o menor valor é chamado mínimo absoluto. Por exemplo, a função f(x) = 3x tem um mínimo absoluto igual a 3 em [1, 3). Não existe um máximo absoluto em [1, 3) . A função f(x) = —x2 + 2 possui um máximo absoluto igual a 2 em (-3, 2). Também podemos dizer que —7 é mínimo absoluto em [-3, 2] . Temos a seguinte proposição, cuja demonstração será omitida. 5.4.5 Proposição. Seja!: [a, b] —> 1? uma função contínua, definida em um interva- lo fechado [a, b]. Então f assume máximo e mínimo absoluto em [a, b]. Para analisarmos o máximo e o mínimo absoluto de uma função quando o intervalo não for especificado usamos as definições que seguem. 5.4.6 Definição. Dizemos que f(c) é o máximo absoluto da função f, se c e D( f ) e f(c) � .ffx) para todos os valores de x no domínio de f. 5.4.7 Definição. Dizemos que f(c) é o mínimo absoluto da função f se c e D( f ), e f(c) f(x) para todos os valores de x no domínio de f. 5.4.8 Exemplos (i) A função f(x) = x2 + 6x — 3 tem um mínimo absoluto igual a —12 em c = —3, já que f(-3) = —12 ^ f(x) para todos os valores de x e D( f ) (ver Figura 5.6(a)). (ii) A função f(x) = —x2 + 6x — 3 tem um máximo absoluto igual a 6 em c = 3, já que f(3) = 6 f(x) para todos os x e D( f ) (ver Figura 5.6(b)). Aplicações da derivada 263 (a) (b) Figura 5-6 5.5 TEOREMAS SOBRE DERIVADAS 5.5.1 Teorema de Rolle. Seja f uma função definida e contínua em [a, b] e derivá- vel em (a, b). Se f(a) = f(b)= O, então existe pelo menos um ponto c entre a e b tal que f ' (c) = O. Prova. Faremos a prova em duas partes. lg parte. Seja f(x) = O, para todo x, a x b. Então f '(x) = O para todo x, a < x < Portanto, qualquer número entre a e b pode ser tomado para c. 2g parte. Seja f(x) O, para algum x, a < x < b. Como f é contínua em [a, h], pela proposição 5.4.5, f atinge seu máximo e seu mínimo em [a, b]. Sendo f(x) O para algum x E (a, b), um dos extremos de f será diferente de zero. Como f(a) = f(b) = O, esse extremo será atingido em um ponto c e (a, b). Como f é derivável em c E (a, b), usando a proposição 5.4.4, concluímos que f ' (c) = O. 264 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 5.5.2 Teorema do Valor Médio. Seja f uma função contínua em [a, b] e derivá- vel em (a, b). Então existe um número c no intervalo (a, b) tal que f(b) — fia) f ' (c) — b — a Antes de provar este teorema apresentaremos sua interpretação geométrica. Geometricamente, o teorema do valor médio estabelece que se a função y = f(x) é contínua em [a, b] e derivável em (a, b), então existe pelo menos um ponto c entre a e b onde a tangente à curva é paralela à corda que une os pontos P (a, f(a)) e Q (b, f(b)) (ver Figura 5.7). Figura 5-7 Prova do Teorema do Valor Médio. Sejam P (a, f(a)) e Q (b, f(b)). A equação da reta é b) — f( y — f(a) f(b — a a) (x — a) . Fazendo y = h (x), temos f (b) — f (a) h (x) — b — a (x — a) + f (a) . Aplicações da derivada 265 Como h (x) é uma função polinomial, h (x) é contínua e derivável em todos os pontos. Consideremos a função g (x) = f(x) — h (x). Esta função determina a distância vertical entre um ponto (x, f(x)) do gráfico de f e o ponto correspondente na reta secante Temos, g(x) = f(x) — f(b) —b — a f(a) (x — a) — f(a) . A função g (x) satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle em [a, b]. De fato, (i) g (x) é contínua em [a, b] já que f(x) e h (x) são contínuas em [a, b]. (ii) g (x) é derivável em (a, b) pois f(x) e h (x) são deriváveis em (a, b). (iii) g (a) = g (b) = O, pois b)g(a) = f f ( — a (a) — (a — a) — f(a) = Ob f( a) e f( — f(g(b) = f(b) — b) — a a) (b — a) — f(a) = O .b Portanto, existe um ponto c entre a e b tal que g' (c) = O. f(b) — a —Como g '(x) = f '(x) — b temos f(a) ' f(b) — f(g '(c) = f ,(c) — b — a a) — O e desta forma, 1T b) — f(a)f ' (c) — b — a 266 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 5.6 FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES 5.6.1 Definição. Dizemos que uma função f, definida num intervalo I, é crescente neste intervalo se para quaisquer x l , .x2 E I, x 1 < x2, temos f(x l ) 5_ flx2) (ver Figura 5.8). x, x2 X Figura 5-8 Figura 5-9 5.6.2 Definição. Dizemos que uma função f, definida num intervalo /, é decrescen- te nesse intervalo se para quaisquer x l , X2 E I, x 1 < x2 temos f(x l) f(x2) (ver , Figura 5.9). Se uma função é crescente ou decrescente num intervalo, dizemos que é monótona neste intervalo. Analisando geometricamente o sinal da derivada podemos determinar os in- tervalos onde uma função deriv. ável é crescente ou decrescente. Temos a seguinte proposição. 5.6.3 Proposição. Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável no intervalo (a, b). (i) Se f ' (x) > O para todo x e (a, b) então f é crescente em [a, b]; (ii) Se f '(x) < O para todo x E (a, b) então f é decrescente em [a, b]. Aplicações da derivada 267 Prova. Sejam x 1 e x2 dois números quaisquer em [a, b] tais que x 1 < x2. Então f é contínua em [x 1 , x2] e derivável em (x1 , x2). Pelo teorema do valor médio, segue que 3 c E (xi , x2) tal que f '(c) — f (x2 ) - f (x 1 ) • x2 - x1 (1) (i) Por hipótese, f '(x) > O para todo x E (a, b). Então f '(c) > O. Como x1 < x2 , x2 - x1 > O. Analisando a igualdade (1), concluímos que f(x 2 ) — f(x 1 ) > O, ou seja, f(x2) > f(x i ). Logo, f é crescente em [a, (ii) Neste caso, f '(x) < O para todo x E (a, b). Temos então f '(c) < O e x2 - X1 > O. Analisando a igualdade (1), concluímos que f(x 2 ) — f(x 1 ) < O e dessa forma f(x2) < f(x / )• Logo, f é decrescente em [a, b]. Observamos que a hipótese da continuidade de f no intervalo fechado [a, b] é muito importante. De fato, tomando por exemplo, a função f: [O, 1] —> R x + , para O x < 1 f(x) = 1 , para x = 1 temos que f '(x) = 1 > O para todo x E (O, 1) e no entanto, f não é crescente em [O, 1]. A proposição não pode ser aplicada porque f(x) não é contínua no ponto 1. 268 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 5.6.4 Exemplos. Determinar os intervalos nos quais as funções seguintes são crescentes ou decrescentes. (i) f(x) = x3 + 1. Vamos derivar a função e analisar quais os números x tais que f ' (x) > O e quais os números x tais que f ' (x) < O. Temos, f ' (x) = 3x2. Como 3x2 é maior que zero para todo x O, concluímos que a função é sempre crescente. A Figura 5.10 ilustra este exemplo. Figura 5-10 (ii) f(x) = x2 - x + 5. Temos f ' (x) = 2x - 1. Então, para 2x - 1 > O ou x > 1/2 a função é crescente. Para 2x - 1 < 0 ou x < 1/2 a função é decrescente (ver Figura 5.11). Aplicações da derivada 269 Figura 5-11 2x2 — 4, se x 1 (iii) f(x) = —x — 1, se x 1 . O gráfico de f(x) pode ser visto na Figura 5.12. Figura 5-12 Se x < 1, então f ' (x) 4x. Temos, 4x > O para x e (O, 1); 4x < O para x (-03, O). 270 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Se x > 1, temos f '(x) = —1. Então, f '(x) < O para todo x e (1, + ao). Concluímos que f é crescente em [O, 1] e decrescente em (— oo, O] u [1, + 5.7 CRITÉRIOS PARA DETERMINAR OS EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO A seguir demonstraremos teoremas que estabelecem critérios para determinar os extremos de uma função. 5.7.1 Teorema (Critério da derivada primeira para determinação de extremos). Seja f uma função contínua num intervalo fechado [a, b] que possui derivada em todo o ponto do intervalo (a, b), exceto possivelmente num ponto c. (i) Se f '(x) > O para todo x < c ef' (x) < O para todo x > c, então f tem um máximo relativo em c. (ii) Se f '(x) < O para 'todo x<cef'(x) > O para todo x > c, então f tem um mínimo relativo em c. Prova. (i) Usando a proposição 5.6.3, podemos concluir que f é crescente em [a, c] e decrescente em [c, b]. Portanto,flx) < f(c) para todo x # c em (a, b) e assim f tem um máximo relativo em c. (ii) Pela proposição 5.6.3, concluímos que f é decrescente em [a, c] e crescente em [c, b]. Logo f(x) > f(c) para todo x � c em (a, b). Portanto, f tem um mínimo relativo em c. A Figura 5.13 ilustra as diversas possibilidades do teorema. Aplicações da derivada 271 Figura 5-13 5.7.2 Exemplos (i) Encontrar os intervalos de crescimento, decrescimento e os máximos e mínimos relativos da função f(x)=x3 -7x+ 6. Temos f ' (x) = 3x2 — 7, para todo x. Fazendo f ' (x) = O, vem 3x2 — 7 = OU, x = ± - /7/3. Portanto, os pontos críticos da função f são + -■/7/3 e — '17/3 . Para x < — [7/3 ,f ' (x) é positiva. Aplicando a proposição 5.6.3, concluímos que f é crescente em (— oo, — .V7/3). Para — V7/3 < x < V7/3, f ' (x) é negativa. Então f é decrescente em H I7/3 , I7/3 1 . Para x > .V7/3 , f ' (x) é positiva e então, f é crescente em [ .V7/3 , + .0) . Pelo critério da derivada primeira concluímos que f tem um máximo relativo em —117/3 e f tem um mínimo relativo em + -■17/3 . A Figura 5.14 mostra um esboço do gráfico de f. 272 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 5-14 (ii) Seja (x — 2)2 — 3 , se x .^ 5 f(x) = 1/2 (x + 7) , se x > 5 . Se x < 5, temos f ' (x) = 2 (x — 2) e se x > 5 temos f ' (x) =.1/2. Ainda (5) = 1/2 e f' (5) = 6. Logo, f '(5) não existe e então 5 é um ponto crítico de f. O ponto x = 2 também é ponto crítico, pois f ' (2) = O. Se x < 2, f ' (x) é negativa. Então pela proposição 5.6.3, f é decrescente em (— , 2]. Se 2 < x < 5, f ' (x) é positiva. Então f é crescente em [2, 5]. Se x > 5, f ' (x) é positiva. Entãof é crescente em [5, + 00) . Pelo critério da derivada primeira, concluímos que f tem um mínimo relativo em x = 2. Apresentamos o gráfico de f na Figura 5.15. Aplicações da derivada 273 Figura 5-15 5.7.3 Teorema (Critério da derivada V para determinação de extremos de uma função). Sejam f uma função derivável num intervalo (a, b) e c um ponto crítico de f neste intervalo, isto é, f ' (c) = O, com a < c < b. Se f admite a derivada f " em (a, b), temos: (i) Se f "(c) < O, f tem um valor máximo relativo em c. (ii) Se f "(c) > O, f tem um valor mínimo relativo em c. Prova. Para provar este teorema utilizaremos o seguinte resultado que não foi mencio- nado no Capítulo 3. "Se lim f(x) existe e é negativo, existe um intervalo aberto x a contendo a tal que f(x) < O para todo x � a no intervalo". Prova de (i). Por hipótese f "(c) existe e f "(c) < O. Então, f _ Hm f (x) f ,(c) x _,, x—c " " Portanto, existe um intervalo aberto I, contendo c, tal que f '(x) f '(c) < O , para todo x E I. (1)x — c 274 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Seja A o intervalo aberto que contém todos os pontos x e I tais que x < c. Então, c é o extremo direito do intervalo aberto A. Seja B o intervalo aberto que contém todos os pontos x E I tais que x > c. Assim, c é o extremo esquerdo do intervalo aberto B. Se x e A, temos x — c < 0. De (/), resulta que f '(x) > f '(c). Se x E B,x—c> 0. De (/), resulta que f ' (x) < f ' (c). Como f ' (c) = 0, concluímos que se x E A, f ' (x) > 0 e se x e B, f ' (x) < 0. Pelo critério da derivada primeira (teorema 5.7.1), f tem um valor máximo relativo em c. A prova de (ii) é análoga. 5.7.4 Exemplos. Encontre os máximos e os mínimos relativos de f aplicando o critério da derivada segunda. (i) f(x)= 18x + 3x2 — 4x3 . Temos, f ' (x) = 18 + 6x — 12x2 e f "(x) = 6 — 24x. Fazendo f ' (x) = O, temos 18 + 6x — 12x2 = 0. Resolvendo esta equação obtemos os pontos críticos de f que são 3/2 e —1. Como f " (3/2) = —30 < O, f tem um valor máximo relativo em 3/2. Como f "(—J) = 30 > O, f tem um valor mínimo relativo em —1. (ii) f(x) . = x (x — 1) 2 . Neste exemplo, temos f '(x) x• 2 (x — 1) + (x 1)2 1 3x2 — 4x + 1 Aplicações da derivada 275 e f "(x) = 6x — 4. Fazendo f ' (x) = 3x2 — 4x + 1 = O e resolvendo a equação obtemos os pontos críticos de f, que neste caso são 1 e 1/3. Como f "(1) = 2 > O, f tem um valor mínimo relativo em 1. Como f " (1/3) = —2 < O, f tem um valor máximo relativo em 1/3. 1(iii) f (x) = 6x — 3x2 + 2 x 3 . Temos, 3f '(x) 6 — 6x + 2 x2 . e f "(x) = — 6 + 3x. Fazendo f ' (x) = O, temos 6 — 6x + 3—2 x2 = O Resolvendo a equação, obtemos x = 2 que neste caso é o único ponto crítico de f. Como f " (2) = O nada podemos afirmar com auxílio do teorema 5.7.3. Usando o critério da derivada primeira, concluímos que esta função é sempre crescente. Portanto não existem máximos nem mínimos relativos. 5.8 CONCAVIDADE E PONTOS DE INFLEXÃO O conceito de concavidade é muito útil no esboço do gráfico de uma curva. Vamos introduzi-lo, analisando geometricamente a Figura 5.16. Na Figura 5.16(a) observamos que dado um ponto qualquer c entre a e b, em pontos próximos de c o gráfico de f está acima da tangente à curva no ponto P (c, f(c)). Dizemos que a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo (a, b). 276 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração y (a) (b) Figura 5-16 Como f ' (x) é a inclinação da reta tangente à curva, observa-se na Figura 5.16(b), que podemos descrever esta mesma situação afirmando que no intervalo (a, b) a derivada f ' (x) é crescente. Geometricamente, isto significa que a reta tangente gira no sentido anti-horário à medida que avançamos sobre a curva da esquerda para a direita. Analogamente, a Figura 5.17 descreve uma função que tem concavidade vol- tada para baixo no intervalo (a, b). (b) Figura 5-17 Na Figura 5.17(b) vemos que a tangente gira no sentido horário quando nos deslocamos sobre a curva da esquerda para a direita. A derivada f ' (x) é decrescente em (a, b). Aplicações da derivada 277 Temos as seguintes definições: 5.8.1 Definição. Uma função f é dita côncava para cima no intervalo (a, b), se f ' (x) é crescente neste intervalo. 5.8.2 Definição. Uma função! é côncava para baixo no intervalo (a, b), se f ' (x) for decrescente neste intervalo. Reconhecer os intervalos onde uma curva tem concavidade voltada para cima ou para baixo, auxilia muito no traçado de seu gráfico. Faremos isso, analisando o sinal da derivada f "(x). 5.8.3 Proposição. Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável até 24 ordem no intervalo (a, b): (i) Se f "(x) > O para todo x e (a, b), então f é côncava para cima em (a, b). (ii) Se f "(x) < O para todo x E (a, b), então f é côncava para baixo em (a, b). Prova. (i). Como f "(x) = ' (x)r , se f "(x) > O para todo x e (a, b), pela proposição 5.6.3, f ' (x) é crescente no intervalo (a, b). Logo, f é côncava para cima em (a, b). Analogamente, se prova (ii). Podem existir pontos no gráfico de uma função nos quais a concavidade muda de sentido. Esses pontos são chamados pontos de inflexão. 5.8.4 Definição. Um ponto P (c, f(c)) do gráfico de uma função contínua f é chama- do um ponto de inflexão, se existe um intervalo (a, b) contendo c, tal que uma das seguintes situações ocorra: (i) f é côncava para cima em (a, c) e côncava para baixo em (c, b). (ii) f é côncava para baixo em (a, c) e côncava para cima em (c, b). Na Figura 5.18, os pontos de abscissa c l , c2, c3 e c4 são pontos de inflexão. Vale observar que c2 e c3 são pontos de extremos de f e que f não é derivável nestes 278 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração pontos. Nos pontos c 1 e c4 , existem as derivadas f ' (c 1 ) e f '(c4). Nos correspondentes pontos (c 1 , f(c 1 )) e (c4 , f(c4)) a reta tangente corta o gráfico de f. Figura 5-18 5.8.5 Exemplos. Determinar os pontos de inflexão e reconhecer os intervalos onde as funções seguintes tem concavidade voltada para cima ou para baixo. (i) f(x) = (x — 1) 3 . Temos f '(x) = 3 (x — 1)2 e f "(x) = 6 (x — 1). Fazendo f "(x) > O, temos as seguintes desigualdades equivalentes 6 (x — 1) > O x — 1 > O x > 1. Aplicações da derivada 279 Portanto, no intervalo (1, + 00), f "(x) > O. Analogamente, no intervalo (– co, 1),f "(x) < O. Pela proposição 5.8.3 f é côncava para baixo no intervalo (– 1) e no intervalo (1, + f é côncava para cima. No ponto c = 1 a concavidade muda de sentido. Logo, neste ponto, o gráfico de f tem um ponto de inflexão. Podemos ver o gráfico de f na Figura 5.19. Figura 5-19 (ii) f(x) = x4 – x2 . Temos, f ' (x) = 4x3 –2x e f "(x) = 12x2 – 2. Fazendo f "(x) > O, vem 12x2 -2 > O x2 > 1/6. -■WEntão, x > '‘W ou x < – —66 280 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Portanto, f tem concavidade para cima nos intervalos \ ' 6 i ■ 6 ' + c° • • ( ( -\W ( .Nr6-- -■1-6---No intervalo – — 6 , — 6 , f "(x) < 0. Portanto, neste intervalo f é côncava para baixo. Nos pontos c 1 – 6 6 e c2 – a concavidade muda de sentido. Logo, nestes pontos o gráfico de f tem pontos de inflexão. A Figura 5.20 mostra o gráfico de f onde assinalamos os pontos de inflexão. Figura 5-20 .12 para x 1 1-(x - 1)2 , para x > 1 . (iii) f(x) = Para x < 1, f ' (x) = 2x e f "(x) = 2. Para x > 1, f ' (x) = –2(x – 1) e f "(x) = –2. Logo, para x e (– 00, 1),f "(x) > 0 e portanto f é côncava para cima neste intervalo. No intervalo (1, + 00), f "(x) < 0. Portanto, neste intervalo f é côncava para baixo. No ponto c = 1, a concavidade muda de sentido e assim o gráfico de f apresenta um ponto de inflexão em c = 1. X Aplicações da derivada 281 O gráfico de f pode ser visto na Figura 5.21. Observamos que no ponto c = 1, f tem um máximo relativo. Figura 5-21 5.9 ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS E VERTICAIS Em aplicações práticas, encontramos com muita freqüência gráficos que se • aproximam de uma reta a medida que x cresce ou decresce (ver Figuras 5.22 e 5.23). Figura 5-22 Estas retas são chamadas assíntotas. 282 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Y - Figura 5-23 Particularmente, vamos analisar com um pouco mais de atenção as assíntotas horizontais e as verticais. 5.9.1 Definição. A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de y = flx), se pelo menos urna das seguintes afirmações for verdadeira: (i) lim f(x) = + x -> a+ (i liM j(X) = 00 x -> a- F1111 + j(X) = x -> a (iv) lim f(x) = — 00 . x-3 a 5.9.2 Exemplo. A reta x = 2 é uma assíntota vertical do gráfico de 1 Y — — 2)2 Aplicações da derivada 283 De fato, 1lim =. 1 = + oe , ou também, x 2+ (x 2)2 O+ H 1m = = x 2- (X — 2)2 1 0+ A Figura 5.24 ilustra este exemplo. 2 Figura 5-24 5.9.3 Definição. A reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de y = f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira: (i) Hm J(x) = b x (ii) lim Rx) = b . x 5.9.4 Exemplo. As retas y = 1 e y = —1 são assíntotas horizontais do gráfico de x Y — "‘ix2 + 2 284 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração porque lim , — 1 e lim +— Nx2 + 2 x 1x2. + 2 — — 1 (ver Figura 5.25) . Figura 5-25 5.10 ESBOÇO DE GRÁFICOS Utilizando todos os itens citados na análise do comportamento de uma função, podemos fazer um resumo de atividades que nos levarão ao esboço de gráficos. ETAPAS PROCEDIMENTO DEFINIÇÕES E TEOREMAS UTILIZADOS 14 Encontrar D( f ) 24 Calcular os pontos de intersecção com os eixos. (Quando não requer muito cálculo.) 31 Encontrar os pontos críticos Seção 5.4. O Determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de f(x) Proposição 5.6.3. Aplicações da derivada 285 ETAPAS PROCEDIMENTO DEFINIÇÕES E TEOREMAS UTILIZADOS 5 4 Encontrar os máximos e mínimos relativos. Teoremas 5 7 1 ou 5.7.3. 6á Determinar a concavidade e os pontos de inflexão de f Proposição 5.8.3. 7a Encontrar as assíntotas horizontais e verticais se existirem. Definições 5.9.1 e 5.9.3. 84 Esboçar o gráfico. 5.10.1 Exemplos. Esboçar o gráfico das funções: (i) f(x) = 3x4 — 8x3 4- 6x2 + 2. Seguindo as etapas propostas temos: lg etapa. D( f ) I?. 2g etapa. Intersecção com o eixo dos y. f(0) = 2. 3g etapa. f ' (x) = 12x3 — 24x2 + 12x. Resolvendo 12x3 — 24x2 + 12x = O, encontramos x 1 = O e x2 = 1 que são os pontos críticos. 4' etapa. Fazendo f ' (x) > O, obtemos que 12x3 — 24x2 + 12x > O quando x> O. Portanto, f é crescente para x O. Fazendo f '(x) < O, obtemos que 12x3 — 24x2 + 12x < O quando x < O. Portanto, f é decrescente para x O. 286 Cálculo A -- Funções, Limite, Derivação, Integração _ etapa. Temos f "(x) = 36x2 — 48x + 12. Como f " (0) = 12 > 0, temos que o ponto O é um ponto de mínimo e f(0) = 2 é um mínimo relativo de f. Come(f "(1) = 0, nada podemos afirmar. 6 etapa. Fazendo f "(x) > 0, temos que 36x2 — 48x + 12 > O quando x E [(— , 1/3) u (1, + 0.)}. Então, f é côncava para cima em (— , 1/3) u (1, + ao). Fazendo f "(x) < 0, temos que 36x2 — 48x + 12 < 0 para x E (1/3, 1). Então f é côncava para baixo em (1/3, 1). Os pontos de abscissa 1/3 e 1 são pontos de inflexão. 75 etapa. Não existem assíntotas. cV etapa. Temos na Figura 5.26 o esboço do gráfico. Figura 5-26 (ti) f(x) — x2 x — 3 O domínio de f é D( f ) = I? — {3 }. Aplicações da derivada 287 Temos, x (x — 6) f '(x) = (x — 3)2 f "(x) — 18x — 54 • (x — 3)4 Fazendo f ' (x) = 0, temos x (x — 6) =o (x — 3)2 e então, x=0ex=à são pontos críticos. Vemos que f ' (x) > O quando x E [(— oo , 0) u (6, + oo)]. Assim, f é crescente em (— 00 , 0] u [6, + oe). Fazendo f '(x) < 0, vemos que f é decrescente em [0, 6]. Como f "(0) < 0, temos que O é ponto de máximo relativo e como f " (6) > 0, temos que 6 é ponto de mínimo relativo. Ainda f (0) = O é o máximo relativo de f e f (6) = 12 é o mínimo relativo de f. Fazendo 18x — 54 f "(x) > 0(x — 3)4 obtemos que f é côncava para cima em (3, + c.) e fazendo 18x — 54 f "(x) —< 0 , (x — 3)4 obtemos que f é côncava para baixo em (— ao , 3). 288 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Determinando os limites x2 lim = —9 = + 00 x 3+ X - 3 0+ e x2 lim = 9_ = 0- encontramos que x = 3 é assíntota vertical. Não existe assíntota horizontal. x2A Figura 5.27 mostra o esboço do gráfico de f(x) - Figura 5-27 (iii) f(x) -= (x + 1) 1 /3 . O domínio deflx) é D( f ) = 1?.. f (x) corta o eixo dos y no ponto y = 1 já que f (0) = 1. Corta o eixo dos x em -1 já que resolvendo (x + 1) 113 = 0, obtemos x = -1. Fazendo f (x) = 3 (x + 1)- 2/3 = 0 x - Aplicações da derivada 289 concluímos que não existe x que satisfaça f ' (x) = O. Como f ' (-1) o único ponto crítico de f é x = -1. Como f '(x) é sempre positiva concluímos que a função é sempre crescente. Não existem máximos nem mínimos Como -f "(x) = 2 (x + 1)- 5/3 ,9 concluímos que para x < - 1, f "(x) > O e portanto f é côncava para cima em (- 00 , -1). Quando x > -1, f "(x) < O e então f é côncava para baixo em (-1, + 0.0). O ponto de abscissa x = -1 é um ponto de inflexão. Não existem assíntotas. A Figura 5.28 mostra o gráfico de f(x). Figura 5-28 5.11 EXERCÍCIOS 1. Em cada um dos seguintes casos, verificar se o Teorema do Valor Médio se aplica. Em caso afirmativo, achar um número c em (a, b), tal que 290 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração f , (c) _ f(b) — f(a) b — a Interpretar geometricamente. a) fix) = 1 ; a = 2 , b = 3 . b) f(x) = I ; a = - x c) f(x)=x3 ;a= O ,b= 4 . d) f(x) = x3 ; a = —2 , = O . e) .ffx) = cos x ; a = O , b = 7c/2. f) f(x) = tg x ; a = ir.14 , b = 37c/4. g) f(x)=tgx;a=0;b=n14. h) f(x) = 111 — x2 ; a = —1 , b = 3 1— i) f(x) = ; a = —1 , b = 1 . j) f(x) = lx I ; a = —1 , b = 1 . 2. A função f(x) = x213 — 1 é tal quef(-1) = .ftl) = O. Por que ela não verifica o Teorema de Rolle no intervalo [-1, 11? 3. Seja./(x) = —x4 + 8x2 + 9. Mostrar quef satisfaz as condições do Teorema de Rolle no intervalo [-3, 3] e determinar os valores de c E (-3, 3) que satisfaçam f ' (c) = O. 4. Usando o teorema do valor médio provar que: a) Isen0—senal5.10—a1,V 8,cce R; b) sen85_0,0 � 0. 5. Determinar os pontos críticos das seguintes funções, se existirem. a) y =3x + 4 b) y = x2 —3x + 8 c) y=2+2x — x2 d) y = (x — 2) (x + 4) e) y=3 —x3 f) y=x3 +2x2 +5x+3 g) y=x4 +4x3 h) y = sen x Aplicações da derivada i) y = cos x j) y = sen x — cos x k) m) o) y ex — x = x x < O x > O n) Y (x2 — 9 )2/3 y = 1 2x — 3 1y x2 f(x) — 4 x , { x2 6. Determinar os intervalos nos quais as funções seguintes são crescentes ou decrescentes. a) f (x) = 2x — 1 c) f (x) = 3x2 + 6x +7 e) f (x) (x —1) (x —2) (x + 3) g) f (x) = 2x i) f (x) = x e—x b) f (x) = 3 — 5x d) f (x) =- x3 2x2 — 4x + 2 fj f(x) = 2 x + se n x h) f (x) e—x .4_ — x2 D f(x) = x — 1 k) f (x) = x + 1 l) f(x) = eX sen x , x e [O, 2n]. 7. Determinar os máximos e mínimos das seguintes funções, nos intervalos indicados. a) f (x) =1-3x , [-2, 2] b) f (x) = x2 — 4 a-1 , 3] c) e) f (x) = 4 — 3x + 3x2 , [0, f(x) = 2 3] 2] d) f) f (x) = x3 — x2 , [O, 5] f(x) = I x — 21 , [1, 4] 1 + x2 — , g) f(x) = cosh x , [-2, 2] h) f (x) = tgh x , [-2, 2] 291 292 Cálculo A— Funções, Limite, Derivação, Integração i) f(x) = cos 3x , [O, 27r] j) ,ffx) = cose x , [O, 27t] k) f(x) = sena x — 1 , [O, n./2]. 8. Encontrar os intervalos de crescimento, decrescimento, os máximos e os mínimos relativos das seguintes funções. a) f(x)=2x+ 5 b) f(x) = 3x2 + 6x + 1 c) g(x) = 4x3 — 8x2 d)- h(x) = 3 X3 + X2 — 6x + 5 e) = t — 1f(t) f) f(t) = t + —1 t + 1 g) g (x) = x h) h(x) —1— Nx i) f (x) = 1 2 — 1 j) g(x) = x + 4 , x < — 2 x2 — 2 , x > —2 3 — 4t , t > O 1 + x , x < —1 k) h(t) = 1) ,f(x) = 4t + 3 , t 5 O 1 — x2 , x —1 10 — (x — 3)2 , x 5 —2 m) g(x) = 5(x — 1) —2 < x 5 —1 — + (x — 2)2 , x > —1 9. Encontrar os pontos de máximo e mínimo relativos das seguintes funções, se existirem. a) f(x) = 7 x2 — 6x + 3 b) g(x) = 4x — x2 d) h(x) = _1x4 3 — x3 + 4x2 — 4x + 8 4 c) h(x) = x3 + 3x2 — 7 x + 9 x + 4 c) f(x) 1 d) f(x) = 2x e-3x Aplicações da derivada 293 , t < O e) f(t) = {ê f) f(x) = 6x2/3 — 2x 3t2 , t O g) i) f(x) = 5 + — 2)7/5 = 4xg(x) h) j) f(x) = 3 + (2x + 3)4/3 x +h(x) 1 x2 + 4 x2 — 2x + 2 k) f(x) = + 2)2 — 1)3 1) f(x) = x2 .N/16 — x . logo x 10. Mostrar que y = tem seu valor máximo em x = e (número neperiano) para todos os números a > 1. 11. Determinar os coeficientes a e b de forma que a função f(x) = x3 + a x2 + b tenha um extremo relativo no ponto (-2, 1). 12. Encontrar a, b, c e d tal que a função f(x) = 2ax3 + bx2 — cx + d tenha pontos críticos em x=0 ex= 1. Se a > O, qual deles é de máximo, qual é de mínimo? 13. Demonstrar que a função y = a x2 + b x + c, x e R, tem máximo se, e somente se, a < O., e mínimo se, e somente se, a > O. 14. Determinar os pontos de inflexão e reconhecer os intervalos onde as funções seguintes tem concavidade voltada para cima ou para baixo. a) f(x) = —x3 + 5x2 — 6x b) f(x) = 3x4 — 10x3 — 12x2 + 10x + 9 e) f(x) = x2 ex f) f(x) = 4 .Nix + 1 — x2 — 1 2 g) .t)— t 2 + 9 • (t 3)2 h) f(t)= cos t , t E [O, 27t] i) f(x) = x , x> 1 .f(x) = { 2x - x2 , x < 1 x2 — 4 , x < 2 4 — x2 , x > 2 x — 4 — 3 b) f(x) — x + 2a) f(x) — 4 1 "Nix — 3 f(x) -gx2 — 16 f) f(x) 2 x -\lx2 + x — 12 j) f(x) = eX —1 e) f(x) , Nx + 4 g) f(x) — 2x2 i) f(x) e 1/X 294 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 15. Determinar as assíntotas horizontais e verticais do gráfico das seguintes funções: c) f(x) — 4 d) f(x) — — 1 x2 — 3x + 2 (x — 3) (x + 4) k) f(x) x. 16. Esboçar o gráfico das seguintes funções: a) y=x2 +4x+ 2 b) y (x — 3) (x + 2) c) y = —x3 + 3x2 — 2x + d) y = x3 — 9 x2 — 12x + 3 3 2 6 2 — 1 4 ,, _2 e) Y = x + 5 _3 f) y = x4 - 32x + 48 g) y = x + —2 y — 2x x 2 3x + 1 i) y = (x + 2)(x — 3) 2 y = x2 — 2x — 3 Aplicações da derivada 295 k) y — 4 I) y = cosh x = X3/2 n) y = x2 o) y = ln (2x + 3) p) y = ln (x2 + 1) . 5.12 PROBLEMAS DE MAXIMIZAÇÃO E MINIMIZAÇÃO A seguir apresentamos alguns problemas práticos em diversas áreas, onde aplicamos o que foi visto nas Seções 5.4 e 5.7 sobre máximos e mínimos O primeiro passo para soluCionar estes problemas é escrever precisamente qual a função que deverá ser analisada. Esta função poderá ser escrita em função de uma ou mais variáveis. Quando a função é de mais de uma variável devemos procurar expressar uma das variáveis em função da outra. Com a função bem definida, devemos identificar um intervalo apropriado e então proceder a rotina matemática aplicando definiçõe e teoremas. 5.12.1 Exemplos (1) Na Biologia, encontramos a fórmula = V • A, onde é o fluxo de ar na traquéia, V é a velocidade do ar e A a área do círculo formado ao seccionarmos a traquéia (ver Figura 5.29). Figura 5-29 Quando tossimos, o raio diminui, afetando a velocidade do ar na traquéia. Sendo ro o raio normal da traquéia, a relação entre a velocidade V e o raio r da traquéia durante a tosse é dada por V (r) = a r2 (r0 — r), onde a é uma constante positiva. 296 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (a) Calcular o raio r em que é maior a velocidade do ar. (b) Calcular o valor de r com o qual teremos o maior fluxo possível. Solução. (a) O raio r da traquéia contraída não pode ser maior que o raio normal r o, nem menor que zero, ou seja, O r 5_ ro . Neste item vamos encontrar o máximo absoluto da função V(r) em O r ro . Temos, V(r) = a r2(ro — r); V '(r) = 2a ro r —3a r2 . Fazendo V '(r) = 2a 1-0 r — 3a r2 = O, obtemos os pontos críticos r1 = —2 r e1 3 O r2 = O . Temos V "(r) = 2a 1-0 — 6a r. Como V " (0) = 2a rei > O, concluímos que r2 = O é um mínimo relativo. Como V "(2/3 r o) é um valor negativo, concluímos que r 1 = 2/3 1-0 é um valor máximo relativo. Para r E [O, ro], temos que o máximo absoluto é V(2/3r0) = 4a/27r(3) . Diante deste resultado afirmamos que a velocidade do ar na traquéia é maior quando o raio r da mesma, é dois terços do raio ro da traquéia não contraída. (b) Podemos escrever a função (1) = V • A em função do raio r da traquéia: 414(r) = ar2 (ro — r) • TC /2 . Queremos encontrar o máximo absoluto da função cgr) em O r ri:) . Temos, O' (r) = 4a TC ro r3 — 5a 7C tA . Fazendo 4'- (r) = 4a Te 1-0 r3 — 5a TC r4 = O, obtemos r 1 = O e r2 = 4/5 ri) como pontos críticos de 0(r). (2000 - x) CONJUNTO HABITACIONAL x Aplicações da derivada 297 Temos 0"(r) = 12a 7E ro r2 — 20a TC r3 . Logo, 0" (0) = O e 0"(415 O= —64/25 a it ti . Concluímos que em 4/5 r0 temos um ponto de máximo relativo. O ponto r 1 = O é um ponto de mínimo relativo, pois a função (1)(r) decresce em (— 00, 0] e cresce em [0, 4/5 ro]. O máximo absoluto em [0, r0] será 0(4/5 r0) que é igual à 256/3125 a it go . Portanto, o maior fluxo possível é obtido quando r = 4/5 r0 . (2) Uma rede de água potável ligará uma central de abastecimento situada à margem de um rio de 500 metros de largura a um conjunto habitacional situado na outra margem do rio, 2000 metros abaixo da central. O custo da obra através do rio é de Cr$ 640,00 por metro, enquanto, em terra, custa Cr$ 312,00. Qual é a forma mais econômica de se instalar a rede de água potável? Solução. A Figura 5.30 esquematiza a função que dará o custo da obra: f(x) = (2000 — x) - 312,00 + -six2 + 5002 • 640,00. CENTRAL DE ABASTECIMENTO Figura 5-30 Nosso objetivo será calcular o mínimo absoluto dessa função para O x 2000. Temos, f '(x) = —312,00 + 640,00 x .Vx2 + so02 1 298 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Resolvendo a equação 00x— 312,00 + 640, — O , "\ix2 + 5002 obtemos que x E 279,17 m é um ponto crítico. Temos, f "(x) = 5002 • 640,00 (x2 + 5002)3/2 Como f" (279,17) > 0, temos que x = 279,17 é um ponto de mínimo relativo. Resta-nos saber se este mínimo é absoluto no intervalo O 5 x 5_ 2000. Como o único ponto crítico de f no intervalo aberto (0, 2000) é x E 279,17, este ponto é mínimo absoluto neste intervalo. Como f(0) > f(279,17) e f(2000) > f(279,17), concluímos que a obra poderá ser realizada com o menor custo possível se a canalização de água alcançar o outro lado do rio 279,17 m abaixo da central de abastecimento. (3) Um galpão deve ser construído tendo uma área retangular de 12100 m 2 . A prefeitura exige que exista um espaço livre de 25 m na frente, 20 m atrás e 12 m em cada lado. Encontre as dimensões do lote que tenha a área mínima na qual possa ser construído este galpão. Solução. A Figura 5.31 ajuda a definir a função que vamos minimizar. Figura 5-31 Temos que S "(x) = ponto de mínimo 44 N580800 e portanto S x3 3 W > 0.x = 44 30 um 3 Aplicações da derivada 299 Sabemos que A = 12100 m2 = x • y. (1 ) A função que definirá a área do lote é S = (x + 12+ 12) (y + 25 + 20) = (x + 24) (y + 45). (2) De (1), obtemos que y = 12100 . Substituindo em (2), vem x S(x) = (x + 24) r 12100 + 45 X Esta é a função que queremos minimizar. Temos, S ' (x) = 45x2 — 290400 x2 44 - Resolvendo a equação = 45x2 — 290400 = 0 , obtemos que x = 3 00 é x2 um ponto crítico. (x é uma medida e portanto consideramos só o valor positivo.) 44 ..■Fazendo x = 3 30 80,33 m, obtemos que 12100 12100 y = = = 150,62m,x 4430I3 e então, a área mínima é obtida quando as dimensões do lote forem aproximadamente (80,33 + 24) m x (150,62 + 45) m. x 300 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (4) Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construída de forma que o seu volume seja 2500 m 3 . O material da base vai custar Cr$ 1200,00 por m2 e o material dos lados Cr$ 980,00 por m 2. Encontre as dimensões da caixa de modo que o custo do material seja mínimo Solução. Observando a Figura 5.32, escrevemos a função que dá o custo do material: C = x2 1200,00 + 4xy 980,00. X 4x Figura 5-32 Como V = x2y = 2500 cm 3 , temos que a dimensão y pode ser escrita como y = 2500/x2. Substituindo esse resultado em (1), obtemos C (x) = 1200,00 • x2 + 9.800.000,00/x, que é a função que queremos minimizar. (1) Aplicações da derivada 301 Temos, C '(x) — 2400 00 x3 — 9.800.000,00xz 002400,00x3 — 9.800.000, Resolvendo a equação — 0, encontramosx2 x = 5 3 98 = 15,983 m, que é o ponto crítico que nos interessa.3 De fato, para x 15,983 vamos ter um ponto de mínimo, já que C" (15,983) > 0. Portanto, as dimensões da caixa de modo a obter o menor custo possível são x a.. 15,983 mey E 9,785 m. 5.13 EXERCÍCIOS • 1. Um fio de comprimento / é cortado em dois pedaços. Com um deles se fará um círculo e com o outro um quadrado. a) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das duas áreas compreendidas pelas figuras seja mínima? b) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das áreas compreendidas seja máxima? 2. Determinar o ponto P situado sobre o gráfico da hipérbole xy = 1, que está mais próximo da origem. 3. Um fazendeiro tem 200 bois, cada um pesando 300 kg. Até agora ele gastou Cr$ 380.000,00 para criar os bois e continuará gastando Cr$ 2,00 por dia para manter um boi. Os bois aumentam de peso a uma razão de 1,5 kg por dia. Seu preço de venda, hoje, é de Cr$ 18,00 o quilo, mas o preço cai 5 centavos por dia. Quantos dias deveria o fazendeiro aguardar para maximizar seu lucro? 4. Achar dois números positivos cuja soma seja 70 e cujo produto seja o maior possível. 302 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 5. Usando uma folha quadrada de cartolina, de lado a, deseja-se construir urna caixa sem tampa, cortando em seus cantos quadrados iguais e dobrando convenientemente a parte restante. Determinar o lado dos quadrados que devem ser cortados de modo que o volume da caixa seja o maior possível. 6. Determinar as dimensões de uma lata cilíndrica, com tampa, com volume V, de forma que a sua área total seja mínima. 7. Duas indústrias A e B necessitam de água potável. A figura a seguir esquematiza a posição das indústrias, bem como a posição de um encanamento retilíneo 1, já existente. Em que ponto do encanamento deve ser instalado um reservatório de modo que a metragem de cano a ser utilizada seja mínima? B RESERVATÓRIO C- 12 Km 8. Qual é o retângulo de perímetro máximo inscrito no círculo de raio 12 cm? 9. Traçar uma tangente à elipse 2x2 + y2 = 2 de modo que a área do triângulo que ela forma com os eixos coordenados positivos seja mínima. Obter as coordenadas do ponto de tangência e a área mínima. 10. Mostrar que o volume do maior cilindro reto que pode ser inscrito num cone reto é 4/9 do volume do cone. 11. Um cone reto é cortado por um plano paralelo à sua base. A que distância da base deve ser feito esse corte, para que o cone reto de base na secção determinada, e de vértice no centro da base do cone dado, tenha volume máximo? 12. Determinar o ponto A da curva y = x2 + x que se encontra mais próximo de (7, O). Mostrar que a reta que passa por (7, O) e por A é normal à curva dada em A. 13. Uma folha de papel contém 375 cm2 de matéria impressa, com margem superior de 3,5 cm, margem inferior de 2 cm, margem lateral direita de 2 cm e margem lateral esquerda de 2,5 cm. Aplicações da derivada 303 Determinar quais devem ser as dimensões da folha para que haja o máximo de economia de papel. 14. Uma janela tem a forma de um retângulo encimado por um semi-círculo. Achar as dimensões de modo que o perímetro seja 3,2 m e a área a maior possível. 15. Um canhão, situado no solo, é posto sob um ângulo de inclinação a. Seja 1 o alcance do 2canhão, dado por 1 = 2v sena cos a , onde v e g são constantes. Para que ângulo o alcance é máximo? 16. Uma agência de turismo está organizando um serviço de barcas, de uma ilha situada a 40 km de uma costa quase reta, para uma cidade que dista 100 km, como mostra a figura a seguir. Se a barca tem uma velocidade de 18 km por hora, e os carros tem uma velocidade média de 50 km/h, onde deverá estar situada a estação das barcas a fim de tornar a viagem a mais rápida possível? Fl ESTAÇÃO CIDADE 100 Km 17. Uma cerca de 1 m de altura está situada a uma distância de 1 m da parede lateral de um galpão. Qual o comprimento da menor escada cujas extremidades se apoiam na parede e no chão do lado de fora da cerca? 18. Seja s uma reta que passa pelo ponto (4, 3) formando um triângulo com os eixos coordenados positivos. Qual a equação de s para que a área desse triângulo seja mínima? 19. Uma pista de atletismo com comprimento total de 400 m, consiste de 2 semi-círculos e dois segmentos retos, conforme figura a seguir. Determinar as dimensões da pista, de tal forma que a área retangular, demarcada na figura, seja máxima. 304 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 20. Um cilindro circular reto está inscrito num cone circular reto de altura H = 6 m e raio da base R = 3,5 m. Determinar a altura e o raio da base do cilindro de volume máximo. 21. Uma fábrica produz x milhares de unidades mensais de um determinado artigo. Se o custo de produção é dado por C = 2x3 + 6x2 + 18x + 60, e o valor obtido na venda é dado por V = 60x — 12x2, determinar o número ótimo de unidades mensais que maximiza o lucro L = V —C. / 22. Um cilindro reto é inscrito numa esfera de raio R. Determinar esse cilindro, de forma que seu volume seja máximo. 23. Um fazendeiro deve cercar dois pastos retangulares, de dimensões a e b, com um lado comum a. Se cada pasto deve medir 400 m 2 de área, determinar as dimensões a e b, de forma que o comprimento da cerca seja mínimo. 24. Um fabricante, ao comprar caixas de embalagens, retangulares, exige que o comprimento de cada caixa seja 2 m e o volume 3 m 3 . Para gastar a menor quantidade de material possível na fabricação das caixas, quais devem ser suas dimensões? 25. Um retângulo é inscrito num triângulo retângulo de catetos medindo 9 cm e 12 cm. Encontrar as dimensões do retângulo com maior área, supondo que sua posição é dada na figura a seguir. Aplicações da derivada 305 • 5.14 REGRAS DE L'HOSPITAL Nesta Seção apresentaremos um método geral para levantar indeterminações do tipo 0/0 ou Esse método é dado pelas regras de L'Hospital, cuja demonstração necessita da seguinte proposição. 5.14.1 Proposição (Fórin- ula de Cauchy). Se f e g são duas funções contínuas em [a, b], deriváveis em (a, b) e se g' (x) # O para todo x E (a, b), então existe um número z E (a, b) tal que f(b) — f(a) _ f '(z) g(b) — g(a) g '(z) Prova. Provemos primeiro que g(b) — g(a) # O. Como g é contínua em [a, b] e derivável em (a, b), pelo teorema do valor médio, existe c e (a, b) tal que g '(c) = g(b) — g(a) b — a (1) Como, por hipótese, g' (x) # O para todo x E (a, b), temos g' (c) # O e assim, pela igualdade (1), g(b) — g(a) # O. Consideremos a função h(x) = Í(x) — fia) — [g(b) — g(a) f(b) — fla)][g(x) — g(a)] A função h satisfaz as hipóteses do teorema de Rolle em [a, b], pois: (i) Como f e g são contínuas em [a, b], h é contínua em [a, b]; (ii) Como f e g são deriváveis em (a, b), h é derivável em (a, b); (iii) h (a) = h (b) = O. 306 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Portanto, existe z E (a, b) tal que h' (z) = O. Como h '(x) = f ' (x) — f(b) — f(a) g(b) — g(a) g '(x), temos f'(z) — f(b) — f(a) g(b) — g(a) • g '(z) = O . (2) Mas g' (z) # O. Logo, podemos escrever (2) na forma f(b) — fia) f'(z) g(b) — g(a) g '(z) 5.14.2 Proposição (Regras de L'Hospital). Sejam f e g funções deriváveis num intervalo aberto I, exceto possivelmente, em um ponto a E I. Suponhamos que g' (x) # O para todo x # a em I. (i) Se lim • (x) = lim g(x) = O e lim f '(x) = L, então x —) a x --> a x a g (x) lim = lim f (X) = L ; x —> a g(x) x —> a g (ii) Se lim f(x) = lim g(x) = oo e lim f '(x) = L, então x —> a x--> a x —> a g (x) lim x) = lim f (X) — L . x —> a g(x) x —> a g Prova do item (i). Suponhamos que lim tome a forma indeterminada 0/0 e que x —> a g(x) lim f (X) = L . Queremos provar que lim ) = L . x —> a g ' (,C) x —> a g(x) Aplicações da derivada 307 Consideremos duas funções F e G tais que e f(x) , sexta F(x) = O , se x = a g(x), sext a G(x) = O se x Então, lim F(x) = lim f(x) = O = F(a) x —> a x —> a lim G(x) = lim g(x) = O = G(a) . x —> a x —> a Assim, as funções F e G são contínuas no ponto a e portanto, em todo intervalo I. Seja x E I, x a. Como para todo x � a em I, f e g são deriváveis e g '(x) O, as funções F e Gsatisfazem as hipóteses da fórmula de Cauchy no intervalo [x, a] ou [a, x]. Segue que existe um número z entre a e x tal que F(x) — F(a) F '(z) G(x) — G(a) G '(z) . Como F(x) = f(x), G(x) = g(x), F(a) = G(a) = O, F '(z) = f '(z) e G '(z) = g '(z), vem f(x) = f '(z) g (x) g '(z) Como z está entre a e x, quando x —) a temos que z --> a. Logo, lim f(x) — lim f (Z) — lim f (Z) — L . x a g (x) x a g '(z) z _> a g '(z) 308 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Observamos que se lim f(x) = lim g(x) = O ou u m f(x) = lim g(x) = 00 , x —> a x — > a x —> a x >a e lim r (x) = ao, a regra de L'Hospital continua válida, isto é x— > a g (x) lim ftx) = lim • f (X) = 00 x —> a g(x) x a g '(x) Ela também é válida para os limites laterais e para os limites no infinito. A seguir apresentaremos vários exemplos, ilustrando como muitos limites que tomam formas indeterminadas podem ser resolvidos com o auxilio da regra de L'Hospital. 5.14.3 Exemplos (i) Determinar lim 2x • x,o ex — 2x Quando x'—> O, o quociente toma a forma indeterminada 0/0. Aplican- ex 1 do a regra de L'Hospital, vem 2x lim = lim —2 2= = 2. x,o e —1 x,o e e° Aplicações da derivada 309 x2(ii) Determinar lim + x - 6 X-32 x2 - 3x + 2 O limite toma a forma indeterminada 0/0. Aplicando a regra de L'Hospital, temos limm x2 + - 6 =. lim 2x + 1 2 2 + 1 = 5 . x-2 , X'-`" - 3x + 2 2 2x - 3 2 2 - 3 sen x - x (iii) Determinar lim x o + e' - 2 Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 0/0. Aplicando a regra de L'Hospital uma vez, temos lim sen x - x lim cos x x-*o ex + - 2 x-,oeX - éX Como o último limite ainda toma a forma indeterminada 0/0, podemos aplicar novamente a regra de L'Hospital. Temos, cos x - 1 - sen x -lim = lim = = . x -> O - x O ex + e- x 2 Logo, lim sen x - x = . x-. 1:-.) + X- 2 - 1(iv) Determinar lim eX x + x3 + 4x Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 00/ao. Aplicando a regra de L'Hospital sucessivas vezes, temos lim ex — 1 lim eX = + - x3 + 4x X-->+oo 3x2 + 4 310 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração = lim -›+ - 6x = lim x -> 6 (v) Determinar hm (3x x->+- Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 00 °. Vamos transformá-la numa indeterminação do tipo ../00 com o auxílio de logaritmos e em seguida aplicar a regra de L'Hospital. Seja L = lim (3x + 9) 1/x . Então, lnL = ln lim (3x 4. 9) 1/x . x-)+- x Aplicando a proposição 3.5.2(g) e as propriedades de logaritmos, vem In L = lim ln (3x + 9) 1/x" x + lim 1 ln (3x + 9) hm ln 3x + 9) x -) X Temos agora uma indeterminação do tipo 00/00. Aplicando a regra de L'Hos- pital, obtemos lim + 9) . 3 ln L = hm - hm1 x 3x +. 9 Aplicações da derivada 311 Como ln L = O, temos L = 1 e dessa forma lim (3x + 9) 1tx = 1 . x^ + 00 (vi) Determinar lim x sen 1/x . Neste caso temos uma indeterminação do tipo .0 • O. Reescrevendo o limite dado na forma lim x sen 1/x = lim x-›+- sen 1/x 1/x temos uma indeterminação do tipo 0/0. Aplicando a regra de L'Hospital, vem lim x sen 1/x = lim sen 1/x .7c -›+- 1/x lim lim cos 1/x + cos O 1. 312 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (vii) Determinar Hm x —> o ( 1 1 x2 + x cos i — 1 Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 0. — .... Reescrevendo o limite dado, temos lim ( 1 1 = lim cos x — 1 — x2 — X x-->0\ / x2 + x cos X — 1 x —> 0 (X2 + X) (cos X — 1) Temos então uma indeterminação do tipo 0/0. Aplicando a regra de L'Hospital, vem lim f 1 "1_ — lim cos x — 1 — x2 — x x2 + x cos x — 1 (x2 + x) (cos x — 1) — sen x — 2x — 1lim x —> o = x —> o x o (x2 + x) • (— sen x) + (cos x —1) (2x + 1) —1 o (viii) Determinar lim (2x2 + x) x . x o+ Neste caso, temos uma indeterminação do tipo 0° . Com o auxilio de logarit- mos, vamos transformá-la numa indeterminação da forma 00/00. Seja L = lim (2x2 + x) x . Então, x ln L = in [ lim (2x2 + x x x o+ 12x2 + 2x 4x + 1ln L = lim Aplicações da derivada 313 ▪ 1.,_ rr, (.2 + x->0 L • lim x • ln (2x2 + x) x->0+o+ • lim ln (2x2 + x) x-)0+ 1/x Temos agda uma indeterminação do tipo Aplicando a regra de L'Hospital, vem lnL = lim x-> o+ 4x3 + x2 x-)o+ 2 - x2 + x Aplicando novamente a regra de L'Hospital, obtemos o 1 o. Como ln L = O, temos L = 1. Logo, (2x2 + x) = 1 . x o+ 314 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (ix) Calcular lim 1 + 1 2x Neste caso, temos uma indeterminação do tipo I – . Usando logaritmos, vamos transformá-la numa indeterminação da forma 0/0. x Seja L = lim 1 + —1 2x . Então, ln L = ln lim + 11 + — 2-x\ x X --> lim [ ln 1 1 + x 2x = lim x ln 1 1 + x 2x In 1 + 1 2x = lim X Temos agora uma indeterminação do tipo 0/0. Aplicando a regra de L'Hospital, obtemos ln L = lim X -- +00 ( 1 – 1 / 1 +- 2x22x2 - 1/x2 lim 1 -x –)+– 1 + 2x 1/x 1/2 1Portanto, ln L = — 2 dessa forma L = e112. Logo, =e 1/2 5.15 EXERCÍCIOS lim 1. lim x-2 - 4x + 4 x —> 2 X2 — x - 2 2. lim X2 — 1 x-1 x2 + + 3 Aplicações da derivada 315 1/2 1 1/2. Determinar os seguintes limites ccim auxilio das regras de L'Hospital. 3. lim x O x2 + 6x x3 + 7x2 + 5x 4. lim 2x2 + x - 1 x —> 1/2 4X2 — 4X + 1 5. lim 6 - 2x + 3x2 - x3 x - 33 x4 — 3x3 - x + 3 7. lim x2 - 6x + 7 x x3 + 7x - 1 • 9. lim 7x5 - 6 4x2 - 2x + 4 eX 11. EM 6. lim x + 1 x --+ -1 2x" + 2x3 + 3x2 + 2x - 1 8. lim 5 - 5x3 x 2 - 2x3 5 10. lim - x + x2 x-9+.0 2 - x - 2x2 X9912. lim 316 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 13. lim x x_,0 ex — cos x 14. lim x2 (e l — 1) x -> + m 15. lim x —)7v2 (x — ir/2)2 2x — 1 17. lim x —> 2 [2x — 4 x — 2 )1 — 1 18. x )x + 1 cos x 2x16. lim 19. lim —) x x cotg x 2 cos x 21. lim senh x X -3 0 sen x 23. lim sec 2 x — 2 tg x + cos 4xx —> ir./4 20. Hm tgh x+ 22. lim ln x 3—> + lim cosh x — 1 x 24. —> 1 —cos i 25. Hm (1 — cos x) cotg x 26. Hm [ln x ln (x — 1)] x —> —> 1 3 27. lim 1 1 x— n. [2(1 — -Ct ) 3(1 — ) 1 x4 + ln x 28. hm —> o+ 29. fim x sen x „+x —> 1 — x 30. lim x —>1 7t xcos 2 31. Hm (1 — x) 32. lim x sen 71/x X —> + X2/3 senh x33. lim (x2 + 2) 1/3 —> 0. 34. Hm Aplicações da derivada 317 35. lim (2x - 1) 2/x x ln (sen a x) 36. lim x --> 0 (cos 2x) 3/2 1 5 x - 3 x2 - x - 637. lim, In (sen x) x-) 0+ 38. lim x -) 3 2 1 2 + ln x 39. lim+ x tg x x O 40. lim x ->0 + x x In x 41. lim (1 - tg x) sec 2x x -› n/4 42. lim + x + ln x 43. lim (ex + x) x -) o 5.16 FÓRMULA DE TAYLOR A Fórmula de Taylor consiste num método de apróximação de uma função por um polinômio, com um erro possível de ser estimado. 5.16.1 Definição. Seja f: 1 --> I? uma função que admite derivadas até ordem n num ponto c do intervalo 1. O polinômio de Taylor de ordem n de f rigponto c, que denotamos por P n(x), é dado por .„(n) P n (x) = f(c) + f '(C) (x - c) + (x - c)2 + . + 3 n! ) (x - c) n Observamos que no ponto x = c , Pn (c) = .gc) . 5.16.2 Exemplo. Determinar o polinômio de Taylor de ordem 4 da função f (x) = no ponto c = O. 318 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Temos, f(x) = f ' (x) = ...= f (iv) (x) = e x e assim, f(0) = f '(0) ..= f (1v) (0) = e ° = 1 . Portanto, P 4(x) = 1 + 1 (x – O) + — (x – 0)2 + — 3! (x — O)3 + 4! (x 0)42! X2 X3 X4 2! = 1 + X + 3! 4! — ' é o polinômio de Taylor de grau 4 da função f(x) = ex no ponto c = O. Dado o polinômio de Taylor de grau n de uma função f(x), denotamos por Rn (x) a diferença entre f(x) e P n (x), isto é, Rn (x) = f(x) – P n (x) (ver Figura 5.33). c X Figura 5-33 Temos então, f(x) = Pn (x) + R n (x), ou mais explicitamente, f(n) f(x) = .Ac) +f ' (c) (x – c) + f "(c) (x – c)2 + (x – cr + R (x) . (1)2! n! n Aplicações da derivada 319 Para os valores de x nos quais Rn (x) é "pequeno", o polinômio P n(x) dá uma boa aproximação de f(x). Por isso, R n(x) chama-se resto. O problema, agora, consiste em determinar uma fórmula para R n(x) de tal modo que ele possa ser avaliar..! Temos a seguinte proposição. 5.16.3 Proposição (Fórmula de Taylor). Seja f: [a, b] —> 1? uma função defmi- da num intervalo [a, b]. Suponhamos que as derivadas f ' , f " , f (n) existam e sejam contínuas em [a, b] e que f (n + 1) exista em (a, b). Seja c um ponto qualquer fixado em [a, b]. Então, para cada x E [a, b], x # c, existe um ponto z entre c e x tal que f(x) = f(c) + f (c) — c) + + f (n) (C) — C)n f(n+1) (z) n! — c)n + 1 (n + 1)! (2) Quando c = 0, a Fórmula de Taylor fica f(x) = f(0) + f '(0) x f (a n! f ) (0) xn + 1) (Z) xn + 1 (n + 1)! e recebe o nome de Fórmula de Mac-Laurin. Prova. Faremos a demonstração supondo x > c. Para x < c, o procedimento é análogo. Sejam 13 n (t) o polinômio de Taylor de grau n de f no ponto c e Rn (t) o resto correspondente. Então, f(t) = P n(t) + R n(t), para qualquer t e [a, b]. Portanto, no ponto x, temos f(x) = f(c) + f '(c) (x — c) +f 2!"(c) (x — c)2 + + f (n n! ) (C) (x — c)n + R n(x) . Para provar (2), devemos mostrar que .f(n + 1) ( Rn (x) = (n + 1`)! (x — c)" 1 , onde z é um número entre c e x. 320 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Para isso, vamos considerar a seguinte função auxiliar: g: [c, x] —> 1? f " t () g(t) = f(x) — f(t) — f ' (t) (x — t) — 2! (x — t)2 — f (n) (t) (x _ + 1(x — tr — R ,z(x) • n! (x — c)n + 1 Pelas propriedades das funções contínuas, segue que g é contínua em [c, x]. Pelas propriedades das funções deriváveis, segue que g é derivável em (c, x). Além disso, podemos verificar que g(c) = g(x) = O. Logo, g satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle em [c, x] e portanto existe um ponto z, entre c e x, tal que g' (z) = O. Derivando a função g com o auxílio das regras de derivação e simplificando, obtemos f(n +1) vz) Rn (x) — (n + 1)!' (x — c) (n+1) , e, conseqüentemente, a fórmula (2) fica provada. Observando as fórmulas (1) e (2), vemos que na Fórmula de Taylor apresen- tada, o resto Rn (x) é dado por f(n + 1) (,A R (x) = (n + 1) "'!) (x — c)n + 1n Essa forma para o resto é chamada Forma de Lagrange do Resto e a fórmula (2) é dita Fórmula de Taylor com Resto de Lagrange. Existem outras formas para o resto, como a forma da integral, que não abordaremos aqui. 5.16.4 Exemplos (i) Determinar os polinômios de Taylor de grau 2 e de grau 4 da função f (x) = cos x, no ponto c = O. Esboçar o gráfico de f e dos polinômios encontrados. Aplicações da derivada 321 Usando o polinômio P4(x) para determinar um valor aproximado para cos —7t g o que se 6pode afirmar sobre o erro cometido? Solução. Para determinar os polinômios pedidos, necessitamos do valor de f e de suas derivadas até ordem 4, no ponto c = O. Temos, f(x) = cos x , ft0) = cos O = 1 f '(x) = — sen x , f '(0) = — sen O = O f "(x) = — cos x • f "(0) = — cos O = —1 f "'(x) = sen x , f "'(0) = sen O = O f `v(x) = cos x • f iv(0) = cos O = 1. O polinômio de Taylor de grau 2, no ponto c, é dado por f "( c) P2(x) = f(c) + f ' (c) (x — c) + 2, (x — c)2 . Como no nosso caso c = O, vem P2(x) = f(0) + f'(0) x + f (10) .x2 = 1 + O • X + 2! 1) x2 X2 = 1 - • O polinômio de Taylor de grau 4, no ponto c, é dado por P4(x) = f(0) + f ' (0) (x) + f ';(,°) x2 + f 3" (1 °) x3 + f 4v (,2c) x4 322 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração ( 20 x2 + x3 + 1 x4= 1+0-X+ 2! 3! 4! X2 X4 = — r • 2 24 A Figura 5.34 mostra o gráfico de f(x), P2(x) e P4(x). Comparando esses gráficos, podemos observar que o gráfico de P4(x) está mais próximo do gráfico de f(x). Se aumentarmos n, o gráfico de P n(x) se aproxima cada vez mais do gráfico de f(x)• Figura 5-34 Usando o polinômio P4(x) para determinar um valor aproximado de cos —n ,6 pela Fórmula de Taylor, temos cos —n = P4 (n/6) + R4 (n/6)6 = 1 — —1 —7c —1 ' f (5)(z) 6 `5 62! 4! 6 5! J \ onde z é um número entre O e n/6. Aplicações da derivada 323 Como f (v ) (x) = —sen x e I — sen x I 1 para qualquer valor de x, podemos afirmar que o resto R4 ( —6 ) satisfaz I R4 (n/6) I= I- sen z I 5! 1 ( n 6 5! 6 E 0,000327 . Logo, quando calculamos o valor de cos —7c pelo polinômio P4(x), temos6 cos = 1 - (7c/6)2 (n/6)4 —11 6 2! 24 E 0,86606 e podemos afirmar que o erro cometido, em módulo, é menor ou igual a 0,000327. (iii) Determinar o polinômio de Taylor de grau 6 da função f (x) = sen 2x no ponto c = 4 Usar este polinômio para determinar um valor aproximado para sen 3 Fazer uma estimativa para o erro. Solução. Devemos calcular o valor da função e suas derivadas até ordem 6, no ponto 7C C = —4 . Temos, f(x) = sen 2x , f(n/4) = sen Tc/2 = 1 f '(x) = 2 cos 2x f (n14), ' = 2 cos n/2 = O f "(x) = — 4 sen 2x , f "(n14) = — 4 f '" (x) —8 cos 2x , f "'(7c14) = 0 324 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração f iv(x) = 16 sen 2x , f iv(n/4) = 16 f v(x) = 32 cos 2x , f v(7c14) = O f vi(x) = — 64 sen 2x , f (n14) O polinômio de Taylor de grau 6, no ponto c = it/4,, é dado por 2 4 1! x 4 ± f (TC ± f ' (n/4)) TC " n/4) 2! z— 4 ) P6(x) = f + f(vi) (n/4) TC )6 6! x - 4 2 4 = 1 -1- 0 + (-4) x—n) +0+16 4! x-4 ) 2! 4 22 4 6= — X - - 2- X - - 26 )2, 1 - 2! 4 4! 4 6! •N 6 6! 4+ 0 + x — — 64) (— 6ir x 4 Usando o polinômio P6(x) para determinar sen 3 , obtemos pela Fórmula de Taylor, TC sen —3 = sen (2 7r./6) = f (7E/6) = P6 (7C/6) + R6 (n./6) 22 (ir ?L 2 24 n n 4 26 = 1 - - - - 1- - -2! 6 4 4! 6 4 6! ir n 6 Pvii) (z) + "7C 7L ∎7 6 4 6 47! \. k À 7C 70,86602526 + f (vio (z) 7! 6 4 Aplicações da derivada 325 satisfaz [ Como f(vii)(x) = - 128 cos 2x e 1 cos 2x 1 ^ 1 para todo x, o resto R6 Z \7 128 7! 6 4 IR6 (7E/6) 1 2,1407 x 10-6 . Logo, usando o polinômio P6(x) obtemos sen 3 = 0,86602526e o erro come- tido, em módulo, será inferior a 2,1407 x 10 -6 . Usando a Fórmula de Taylor, pode-se demonstrar a seguinte proposição que nos dá mais um critério para determinação de máximos e mínimos de uma função. 5.16.5 Proposição. Seja f: (a, b) R uma função derivável n vezes e cujas derivadas, f ' , f " , f (n) são contínuas em (a, b). Seja c E (a, b) um ponto crítico de f tal que f ' (c) = = -1) (c) = O e f (n) (c) � 0. Então, (i) se n é par e f(n) (c) 5 0, f tem um máximo relativo em c; (ii) se n é par e f(n) (c) 0, f tem um mínimo relativo em c; (iii) se n é ímpar, c é um ponto de inflexão. 5.16.6 Exemplos (i) Determinar os extremos da função f(x) = (x - 2)6 . Temos f' (x) = 6 (x - 2)5 . Fazendo f' (x) = 0, obtemos x = 2, que é o único ponto crítico de f. Calculando as derivadas seguintes no ponto x = 2, temos f" (x) = 30 (x - 2)4 , f" (2) = O f,.. (x) = 120 (x - 2)3 , f"' (2) = O fiv (x) = 360 (x - 2)2 , fiv (2) = 326 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração f (1') (x) = 720 (x — 2) , f(") (2) = O f" (x) = 720 , f (14) (2) = 720 # 0. Logo, x = 2 é um ponto de mínimo relativo. (ii) Pesquisar máximos e mínimos da função f (x) = x5 — x3 . Fazendo f ' (x) = 5x4 — 3x2 = 0, obtemos os pontos críticos que são x i = 0, x2 = .■i3/5 e x3 = — -V-3/5 . Calculando o valor das derivadas seguintes no ponto x 1 = 0, temos f " (x) = 20x3 — 6x , f " (0) = O f "' (x) = 60x2 - 6 , f "' (0) = —6 # 0. Como f "' (0) � 0, concluímos que O é um ponto de inflexão. No ponto x2 = -■r3/5, temos f "(x) = 20x3 — 6x , f "(NTD) = 20 (3/5)32 — 6 .Nii75- = 20 • — 65 = 6I7>0. Logo, concluímos que x 1 = é um ponto de mínimo relativo. No ponto x3 = temos Aplicações da derivada 327 )3/2 f "(x) = 20x3 - 6x , f "( - .\13/5 ) = — 20 —3 — 6 ( — 'N/3/5 ) 5 = — 6 -■/3/5 < 0 . Logo, o ponto x3 = — 'N/3/5 é um ponto de máximo relativo. 5.17 EXERCÍCIOS 1. Determinar o polinômio de Taylor de ordem n, no ponto c dado, das seguintes funções: a) f(x) = ex12; C = 0 e 1; n = 5 b) f(x) = X ; c = —1 e 2; n=4 c) f(x)=1n(1—x); c=0 e 1/2; n = 4 d) f(x) = sen x ; c = rt12 ; n = 8 e) f(x) = cos 2x ; c = O e n/2 ; n = 6 1 f (x) - 1 + x ,c-0 e 1;n=4. 2. Encontrar o polinômio de Taylor de grau n no ponto c e escrever a função que define o resto na forma de Lagrange, das seguintes funções: a) y=coshx;n=4;c=0 b) y = tg x ; n=3; C = 7C c) y = ; n = 3 ; c = 1 d) y= e x2 ; n = 4 ; c = O. 3. Usando o resultado encontrado no exercício 1, item (c), com c = O, determinar um valor aproximado para ln 0,5. Fazer uma estimativa para o erro. 4. Determinar o polinômio de Taylor de grau 6 da função f(x) = 1 + cos x no ponto c = it. Usar este polinômio para determinar um valor aproximado para cos (5n/6). Fazer uma estimativa para o erro. 1 25. Demonstrar que a diferença entre sen (a + h) e sen a + h cos a é menor ou igual a — 2 h . 328 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6. Um fio delgado, pela ação da gravidade, assume a forma da catenária y = a cosh —x .a Demonstrar que para valores pequenos de Ixl,a forma que o fio toma pode ser representada, x2aproximadamente, pela parábola y = a + —2a 7. Pesquisar máximos e mínimos das seguintes funções: a) f(x) = 2x — 4 c) f(x) = (x — 4) 10 e) f(x) = x6 — 2x4 b) f(x) = 4 — 5x + 6x2 d) f(x) = 4 (x + 2)7 f(x) _ x5 1325 x3 MAKRON Books CAPÍTULO 6 EDITORA DAVFSt INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO Neste capítulo introduziremos a integral. Em primeiro lugar, trataremos da integração indefinida, que consiste no processo inverso da derivação. Em seguida, veremos a integral definida, que é a integral propriamente dita, e sua relação com o problema de determinar a área de uma figura plana. Por fim, apresentaremos o Teorema Fundamental do Cálculo, que é a peça Chave de todo Cálculo Diferencial e Integral, pois estabelece a ligação entre as operações de derivação e integração. 6.1 INTEGRAL INDEFINIDA 6.1.1 Definição. Uma função F(x) é chamada uma primitiva da função f(x) em um intervalo 1 (ou simplesmente uma primitiva de .ftx)), se para todo x e 1, temos F ' (x) = f(x). Observamos que, de acordo com nossa definição, as primitivas de uma função f(x) estão sempre definidas sobre algum intervalo. Quando não explicitamos o intervalo e nos referimos a duas primitivas da mesma função f, entendemos que essas funções são primitivas de f no mesmo intervalo 1. 329 330 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.1.2 Exemplos x3 \(i) F (x) = 3 é uma primitiva da função f(x) = x2, pois F ' (x) = 1/3 3x2 = x2 = f(x). (ii) As funções G(x) = x3/3 + 4, H(x) = 1/3 (x3 + 3) também são primitivas da função f(x) = x2, pois G ' (x) = H' (x) = f(x). (iii) A função F(x) = 1/2 sen 2x + c, onde c é uma constante, é primitiva da função f(x) = cos 2x. (iv) A função F(x) = 1/2x2 é uma primitiva da função f(x) = —1/x3 em qualquer intervalo que não contém a origem, pois para todo x O, temos F '(x) = fiz). Os exemplos anteriores nos mostram que uma mesma função f(x) admite mais que uma primitiva. Temos as seguintes proposições. 6.1.3 Proposição. Seja F(x) uma primitiva da função f(x). Então, se c é uma cons- tante qualquer, a função G(x) F(x) + c também é primitiva de f(x). Prova. Como F(x) é primitiva de f(x), temos que F '(x) = f(x). Assim, G ' (x) = (F(x) + = F ' (x) + O = f(x), o que prova que G(x) é uma primitiva de f(x). 6.1.4 Proposição. Se f ' (x) se anula em todos os pontos de um intervalo I, então f é constante em Prova. Sejam x, y E I, x < y. Como f é derivável em I, f é contínua em [x, y] e derivável em (x, y). Pelo Teorema do Valor Médio, existe z E (x, y), tal que f (z) f(Y) - flx) y — x Introdução à integração 331 Como f '(z) = O, vem que f(y) — f(x) = O ou f( y) = f(x). Sendo x e y dois pontos quaisquer de I, concluímos que f é constante em I. 6.1.5 Proposição. Se F(x) e G(x) são funções primitivas de f(x) no intervalo I, então existe uma constante c tal que G(x) — F(x) = c, para todo x E I. Prova. Seja H(x) = G(x) — F(x). Como F e G são primitivas de f(x) no intervalo I, temos F ' (x) = G ' (x) = f(x), para todo x E I. Assim, H ' (x) = G '(x) — F ' (x) = f(x) — f(x) = O, para todo x E Pela proposição 6.1.4, existe uma constante c, tal que H (x) = c, para todo x E I. Logo, para todo x E 1, temos G(x) — F(x) = c. Da proposição 6.1.5, concluímos que se F(x) é uma particular primitiva de f, então toda primitiva de f é da forma G(x) = F(x) + c, • onde c é uma constante. Assim o problema de determinar as primitivas de f, se resume em achar uma primitiva particular. 6.1.6 Exemplo. Sabemos que (sen x)' = cos x. Assim, F(x) = sen x é uma primitiva da função flx) = cos x e toda primitiva de f(x) = cos x é da forma G(x) = sen x + c, para alguma constante c. 6.1.7 Definição. Se F(x) é uma primitiva de f(x), a expressão F(x) + c é chamada integral indefinida da função f(x) e é denotada por f .ffx) dx = F(x) + c . 332 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração De acordo com esta notação o símbolo 1. é chamado sinal de integração, f(x) função integrando e f(x) dx integrando. O processo que permite achar a integral inde- finida de uma função é chamado integração. O símbolo dx que aparece no integrando serve para identificar a variável de integração. Da definição da integral indefinida, decorre que: (i) f (x) dx = F (x) + c <=> F ' (x) = f (x). (ii)f f (x) dx representa uma família de funções (a família de todas as primitivas da função integrando). Propriedades da Integral Indefinida 6.1.8 Proposição. Sejam f, g: I —> R e K uma constante. Então: (i) J K f (x) dx = K J f (x) dx. (ii)f (f (x) + g (x)) dx = Jf (x) g (x) dx. Prova. (i) Seja F (x) uma primitiva de f (x). Então K F (x) é uma primitiva de K f(x), pois (K F(x))' = K F ' (x) = K flx). Desta forma, temos IKf(x)dx = KF(x)+c=KF(x)+Kc i = K [F(x) + c] = K Jf (x) dx. (ii) Sejam F(x) e G(x) funções primitivas de f(x) e g(x), respectivamente. Então, F (x) + G (x) é uma primitiva da função (f (x) + g (x)), pois [F(x) + G(x)]' = F '(x) + G '(x) = f(x) + g(x). Introdução à integração 333 Portanto, J(f (x) +g(x))dx = [F (x) + G (x)] + c = [F(x) + G(x)1 + c + c2 , onde c = c i + c2 = [F(x) + c 1 ] + [G(x) + c2] = f (x) dx + S g (x) dx. O processo de integração exige muita intuição, pois conhecendo apenas a derivada de uma dada função nós queremos descobrir a função. Podemos obter uma tabela de integrais, chamadas imediatas, a partir das derivadas das funções elementares. 6.1.9 Exemplos (i) Sabemos que (sen = cos x. Então cos x dx = sen x + c. (ii) Como (—cos = sen O, então sen 8 d6 = — cos 6 + c. (iii) J ex dx = eX + c, pois (e)' = ex. (iv) X2/3 dx = —3 x5/3 + c, pois (3/5 x5/3)'= X213 .5 (v) J dt = 2 ' + c, pois (2 Vi5' = 1/Nií . 334 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 6.1.10 Tabela de Integrais Imediatas (1) c (2) —du = ln ru I + c ua +1(3) J ua du — a + 1 + c (a é constante � —1) a" f ua du = ln a + c (5); e" du = e" + c (6) sen u du = — cos u + c (7) cos u du = sen u + c s.. (8) (9) $ sec2 u du = tg u + c cosec2 u du = — cotg u + c 5,..— „.K., k' (10) f sec c/ = sec u + c , >c d ct5)') x 1 (11) cosec u cotg u du = — cosec u + c (12) du — arc sen u + c '■1 1 — u2 (13) du - arc tg u + c .1 1 + Introdução à integração 335 (14) j du. — are sec u + c u .\442 — 1 4's (15) S senh u du = cosh u + c (16)J. cosh u du = senh u + c (17) S sech2 u du = tgh u + c (18) cosech2 u du = — cotgh u + c (19) sech u • tgh u du = — sech u + c At(20) f cosech u • cotgh u du = — cosech u + c (21) du arg senh u + c = ln u + -5,/u2 + 1 + cJ "\11 + u2 (22) f du — arg cosh u + c = ln I u + 'Vu2 — 1 +c — 1 arg tgh u + c , se lul < 1(23) du arg cotgh u + c , se lul > 11 — u2 1 = — 2 ln 1 + u 1 — u + c (24) du — —arg sech lu I+ c u —u2 (25) du — —arg cosech lu I + c . u + u2 6.1.11 Exemplos. Calcular as integrais indefinidas. (i) 5 (3x2 +5+ -Cx) dx . 'NA Usando as propriedades da integral indefinida e a tabela de integrais;temos 336 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Usando as propriedades da integral indefinida e a tabela de integrais, podemos calcular a integral indefinida de algumas funções. J 3x2 + 5 + dx = 3 f x2 dx + 5 f dx + f x1/2 dz X3 x3/2 = 3 —3 + 5x + + c3/2 2 = x3 + 5x + –3 x3/2 + c . (ii) (3 sec x • tg x + cosec2 dx. Temos, (3 sec x • tg x + cosec2 x) dx = 3 sec x tg x dx + cosec2 x dx = 3 sec x – cotg x + c. (iii) sec2 x iii) dx .cosec x Neste caso, temos sec2 x dx = i• 1 sen x dx = cosec x J cos x cos x tg x • sec x dx = sec x + c . (iv) ( 3 .•VX-2 + 1/3x) dx . Temos, f ( -‘172 + 1/3x) dx =I.j 3 x2 dx + j 1/3x dx f x2/3 dx + 1 dx 3 x x5/3 1 5/3 + —3 ln lx 1 + c 3 x5/3 3 ln lx 1 + c5 V ( ) x4 + 3x 1/2 + 4 v dx . ?Cic Temos, • 1,, J . x4 + 3x- 3 1— 3 1/2 + 4 dx 1r; ( x4 3x -1/2 4 dx (x111. + 3x-516 + 4x 9 dx x11/3 dx + 3 .1' x-5/6 dx + 4 j. x-1/3 dx x14/3 X1/6 X2/3 14/3 + 3 1/6• + 4 2/3• + c = X1413 + 18x1/6 6X273 + c .14• Introdução à integração 337 ■■■ 338 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 1 \ [(vi) f 2 cosx + -,- Nx -- dx . Temos, ( 1\ 2 cos x+ r- Nx dx • f 2 cos x dx + _ F-dx NX • 2 cos x dx + S x112 dx X1/2 = 2 sen x + + c1/2 = 2 sen x + + c. sen x 2 sen x 2 dx2 ex - 2 + dx • J 2 e dx - S 2 dx +coscos x X x x7 • 21ex -I secx-tgxdx + 2 sf x 7 dx = 2ex - sec x + 2 •+ c-6 1 = 2ex - sec x - + c. 3x6 (vii) Temos, f sen x 2 2 e - + — dx cos2 x X7 1. _ N 2. f —X3 3. (ax4 + bx3 + 3c) dx 4. 5. (2x2 3)2 dx 6. 7. 1 dy 8..12y - '■/2y 9. x3 dx 10. J dx2sen x 'dt 3/2 + 3 x5 + 2x2 - 1 dx X4 9t2 + 1-1 Nt3 dt 1 "\rx- ± x 3 dx f 2x2 + 1 dx x2 ± 1 dxx2 sen x dx cos1' 2 x )1- -N/ 1 _ X2 dx Introdução à integração 339 6.2 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 10, calcular a integral e, em seguida, derivar as respostas para conferir os resultados. Nos exercícios de 11 a 30, calcular as integrais indefinidas. Á. 8x4 - 9x3 + 6x2 - 2x + 1 x2 J 4 4 \4/ 7X X- dx ( et 2 17. f — + "\it- + -1 dt t 19. - e-x) dx cos O • tg OdO 20. f(t + dt 340 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 21. J x-1/3 - 5 dx x f sec2 x (cosa x + 1) dx 25. x2 — 1 J x2 d + 1x 22. — h et + cosh t) dt f (a,2 a2 , a � O, constante. 26. '3N1 8 (t - 2)6 (t + ) 3 dt2 27. J (et - 4 16t + ) dt 28. ln x x ln x`- dx 29. tg2 x cosec2 x dx 30: (x - 1)2 (x + 1)2 dx 31. dt J - 1/2) t" onde n E z. 32. Encontrar uma primitiva F, da função f(x) = x213 + x, que satisfaça F(1) = 1. 33. Determinar a função f(x) tal que 5 f(x) dx = x2 + 2 cos 2x + c . 34. Encontrar uma primitiva da função f(x) = — + 1 que se anule no ponto x = 2. 35. Sabendo que a função f(x) satisfaz a igualdade f( 1x) dx = sen x - x cos x - + c , determinar f (n/4). 36. Encontrar uma função f tal que f '(x) + sen x = O e ,ff0) = 2. Introdução à integração 341 6.3 MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO OU MUDANÇA DE VARIÁVEL PARA INTEGRAÇÃO Algumas vezes, é possível determinar a integral de uma dada função, aplican- do uma das fórmulas básicas depois de ser feita uma mudança de variável. Este processo é análogo à regra da cadeia para derivação e pode ser justificad-o como segue. Sejam flx) e F(x) duas funções tais que F ' (x) = f(x). Suponhamos que g seja outra função derivável tal que a imagem de g esteja contida no domínio de F. Podemos considerar a função composta F o g. Pela regra da cadeia, temos [F(g(x))]' = F ' (g(x)) • g ' (x) = f(g(x)) • g '(x), isto é, F(g(x)) é uma primitiva de f(g(x)) • g ' (x). Temos, então f (g (x)) g' (x) dx = F (g (x)) + c . (1) Fazendo u = g(x), du =g '(x) dx e substituindo em (1), vem f (g (x)) g ' (x) dx = f (u) du = F (u) + c. Na prática, devemos então definir uma função u = g(x) conveniente, de tal forma que a integral obtida seja mais simples. 6.3.1 Exemplos. Calcular as integrais: x2 \1-(i) 1 +2x dx ,s Fazemos u = 1 x2. Então, du = 2x dx. Temos, du ,1 1 1 r 1 + x2 dx u 342 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração = 111 114 + C = ln (1 +x2)+ c. (ii) sen2 x cos x dx. Se fizermos u = sen x, então du = cos x dx. Assim, sen2 x cos x dx = Ju2du = - U3 + C3 sena x 3 + c (iii) sen (x + 7) dx. Fazendo u = x + 7, temos du = dx. Então, J sen (x + 7) dx = J sen u du = - COS U + C = - cos (x + 7) + c. (iv) f tg x dx. Podemos escrever tg x dx = sen x dx cos x Fazendo u = cos x, temos du = — sen x dx e então sen x dx = — du. Portanto, tg x dx = r — du du — — ln lu I + cu = — ln I cos x 1 + c. (v) I dx(3x — 5) 8 Fazendo u = 3x — 5, temos du = 3 dx ou dx = 1/3 du. Portanto, (3x dx_ 5)8 .1* 1/3 du 1 . 8 du = u8 3 j ir 3 _ 71 u - 7 + c —1 + c . 21 (3x — 5)7 Introdução à integração 343 (vi) (x + sec2 3x) dx. Podemos escrever, f (x + sec2 3x) dx = f x dx + J sec2 3x dx x2— 2 + f sec2 3x dx . (1 ) Para resolver J sec2 3x dx fazemos a substituição u = 3x. Temos, então du = 3dx ou dx = 1/3 du Assim, 344 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração J 1 1sec2 3x dx = sec2 u • —3 du = —3 sec2 u du 1 1= —3 tg u + c = —3 tg 3x + c . Substituindo em (I), obtemos X2 1(x + sec2 3x) dx = —2 —3 tg 3x + c . du u2 + a2 , (a � O). Como a � O, podemos escrever a integral dada na forma du1 f. u2 + u2 + a2 du • + 1 a2 Fazemos a substituição v = u a. Temos então, dv = 1/a du ou du = a dv. Portanto, du 1 f a dv u2 + a2 a2 J v2 + 1 1f dv a -1 v2 1- 1 1=—a arc tg v + c 1 = arc tg — a + c . a Introdução à integração 345 r2 dx+ 6x + 13 • Para resolver esta integral devemos completar o quadrado do denominador. Escrevemos, x2 +6x+13 = x2 +2•3x+9-9+13 = (x + 3)2 + 4. Portanto, dx dx x2 + 6x + 13 (x + 3)2 + Fazendo u = x + 3, du = dx e usando o exemplo anterior, obtemos 2 / dx = du — 1 arc tg + c .x2 + 6x + 13 u.. ± 22 2 1 arc tg x + 3 = — 2 2 + c . (ix) — 2 x + 1 Neste caso, fazemos a substituição u = — 2 . Então, u2 = x — 2 ou x = u2 + 2, ou ainda, dx = 2 u du. Substituindo na integral, vem — 2 x + 1 dx 2 u du u2 + 2 + 1 2 u2 du 2 u2 du u2 + 3 u2 + 3 346 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Efetuando a divisão dos polinômios, temos — 2 x + 1 — 3 dx 2 ( 1 + ) duu2 3 2 [ du 3 1 u2 + 3 du = 2 u — 6 J. du u2 + 3 6 c= 2 u — ar tg + c .N13 '‘1 3 6 x — = 2 -■ix — 2 — arc tg •Ni 2 + c . (x) J .Nit2 - 2 t4 dt . Escrevemos, 'Vt2 —2 t4 d = f t2 (1 — 2 t2 ) dt = J t — 2 t2 dt . —Fazendo u = 1 — 2t2, temos du = — 4t dt e então t dt = du Assim, .\it2 - 2 t4 dt u1/2 — du 4 _ —4 u1/2 du 1 u3/2 — 1 4 3/2 4- c — 2 t2)3/2 + C . Introdução à integração 347 6.4 EXERCÍCIOS Calcular as integrais seguintes usando o método da substituição. (2x2 + 2x — 3) 10 (2x + 1) dx (x3 — 2) 1/7 x2 dx f 5 x dx .\1X — . 5x "‘/4 — 3x2 dx 1 1Ix2 + 2x4 dx f (e2t + 2) 1/3 e2t dt et dt u et + 4 1 e i/x + 2 x2 dx tg x sec2 x dx 10. senil x cos x dx 11. sen x dx COS 5 X 1 2 sen x — 5 cos x dx cos x 15. 1 ex cos 2 et dx 15. sen (50 — 7t) de 2 sec2 0 . dea + b tg 0 cos X2 dx 3i. arc sen y dy —y2 18. dx( 16 + r2 19( dy y` — 4y + 4 ).‘./ S gsen 0 cos O de 348 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração ln x2 \, x dx 22. f 'N/3 t4 + t2 dt 24. 3 dx 26. -I x2 - 4x + 1 + 3 28.dxx - 1 f (sen 4x + cos 27c) dx 30. f x e3x2 dx dt 32. 34.t ln t .f (e2x + 2)5 e2x dx f cos x 36. 38. 40. dx3 - sen x 5 x2 -V1 + x dx f t cos t2 dt 42. 1 sen1/2 2 O cos 2 O dO 44. 21. 23. 25. 31. 33. 35. 27. 29. 37. 39. 41. 43. (e" + e-arf dx 4 dx 4 xa + 20x + 34 est dx e2x + 16 3 dx x lna 3x ( 2x2 1- x dx dt (2 + 8x \I1 - 2x2 dx ef 4 t dt '‘/4 t2 + 5 l' dv i 'i-v- (1 + 'Nfv-)5 f x4 e- xsdx 5 8x2 16x3 + 5 dx 5 seca (5x + 3) dx Introdução à integração 349 45. sen O dO •/ (5 - cos 0) 3 46. $ cotg u du 47. f (1 + e-at)3/2 e-at dt , a > O 48. 1 cos x dx 49. r ,Ft - 4 dt 50. $ x2 (sen 2x3 + 4x) dx 6.5 MÉTODO DE INTEGRAÇÃO POR PARTES Sejam f(x) e g(x) funções deriváveis no intervalo I. Temos, [f(x) g(x)]' = f(x) - g ' (x) + g(x) • f ' (x) ou, f(x) • g ' (x) = [f(x) g(x)]' - g(x) • f ' (x)• Integrando ambos os lados dessa equação, obtemos f (x) • g ' (x) dx = f [f (x) g (x)r dx - g (x) • f ' (x) dx, ou ainda, f (x) • g ' (x) dx = f (x) • g (x) -1 g (x) • f ' (x) dx. (1) Observamos que na expressão (1) deixamos de escrever a constante de inte- gração, já que no decorrer do desenvolvimento aparecerão outras. Todas elas podem ser representadas por uma única constante c, que introduziremos no final do processo. Na prática, costumamos fazer u = f(x) du = f ' (x) dx 350 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração e v = g(x) dv = g '(x) dx. Substituindo em (1), vem que é a fórmula de integração por partes. 6.5.1 Exemplos (i) Calcular j x e-2x dx. Antes de resolver esta integral, queremos salientar que a escolha de u e dv são feitas convenientemente. Neste exemplo, escolhemos u = x e dv = e-2x dx. Temos, u= x du= dx dv = e-2x dx v= j e-2x dx = 21 e-2x . Aplicamos então a fórmula f udv=u•vivdu e obtemos e- 2x —11 2 dxdx = — 1 2 Introdução à integração 351 Calculando a última integral, vem 1 ex • e-2x dx — 2 1 x e — — —4 — + c . Observamos que se tivéssemos escolhido u = C2x e dv = x dx, o processo nos levaria a uma integral mais complicada. (ii) Calcular ln x dx. Seja u x du = llx dx dv = dx v = dx = x. Integrando por partes, vem 5 ln xdx = (ln x)• x — x• 1 dx = xlnx—f dx x ln x — x + c. (iii) Calcular x2 sen x dx. Neste exemplo, vamos aplicar o método duas vezes. Seja u = x2 du=2xdx dv = sen x dx v = sen x dx = — cos x. Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Integrando por partes, vem x2 •sen x dx = x2 (— cos x) — J(— cos x) 2x dx = —x2 cosx+2fxcosxdx. A integral x cos x dx deve ser resolvida também por partes. Fazemos, u = x du = dx dv = cos x dx v = J cos x dx = sen x. Temos, x cos x dx = x sen x — J sen xdx. Logo, j. x2 sen x dx = cos x + 2 [x sen x — sen x dx] —x2 cos x + 2x sen x + 2 cos x + c. (iv) Calcular eax sen x dx. Este exemplo ilustra um artifício para o cálculo, que envolve também duas aplicações da fórmula de integração por partes. Seja u = e2x du = 2 e2x dx dv = sen x dx v = J sen x dx = — cosi. Introdução à integração 353 Aplicando a integração por partes, vem e21` sen x dx e2r (- cos x) - f (- cos x) 2e2x dx —e2x COS X 1- 2 e2x cos x dx. Resolvendo .1 e2x cos x dx por partes, fazendo u = e2x e dv = cos x dx, encontramos S e2x sen x dx = -e2x cos x + 2 [e2x sen x - f sen x • 2 elt. dx] = -e2x cos x + 2 e2x sen x - 4 f ea' sen x dz. (2) Observamos que a integral do 2 membro é exatamente a integral que quere- mos calcular. Somando 4 f e2x sen x dx a ambos os lados de (2) , obtemos 5 .1 e2x sen x dx = -e2x cos x + 2 e2x sen x. Logo, e2x sen x dx = 5 (2 e2x sen x - e2x cos x) + c . (v) Calcular f sena x dx. Neste caso, fazemos .r, u = sen2 x du = 2 sen x cos x dx dv = sen x dx v = f sen x dx = - cos x. , C ' s ttik - V -- 354 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Então, J sena x dx = sen2 x (- cos x) - - cos x • 2 sen x cos x dx - sen2 x cos x + 2 cos2 x sen x dx COS3 X = - sen2 X COS X — 2 3 + c . 6.6 EXERCÍCIOS Resolver as seguintes integrais usando a técnica de integração por partes. 1. $ x sen 5x dx G 5 ln (1 — x) dx 3. f t e4t dt 4. f (x + 1 ) cos 2 x dx 5. f x ln 3 x dx 6. i cos3 x dx 7. f ex cos ";, dx 8. 5 \rx ln x dx 9. cosec3 x dx 10. $ x2 cos a x dx 11. $ x cosec2 x dx 12. j. arc cotg 2x dx Introdução à integração 355 13. f e" sen bx dx 15. X3 — X2 dX 14. ln (ax + b) dx "■Iax + b 16. J 1n3 2 x dx 17. j. are tg a x dx 18. 5 x3 sen 4x dx 19. f (x — 1) e' dx 20. f x2 ln x dx 21. f x2 ex dx 22. i arc sen ; dx 23. (x — 1) sec2 x dx J 24. e3x cos 4x dx 25. x"- ln x dx , n E N 26. 5 in(x2 +1)dx 27. ln (x + 1 + x2 ) dx 28. x arc tg x dx 29. dx 30. x cose x dx 31. J (x+ 3)2 ex dx 32. J x + 1 dx 33. cos (ln x) dx 34. arc cos x dx 35. seca x dx 36. x3 evx dx. 356 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.7 ÁREA Desde os tempos mais antigos os matemáticos se predcupam com o problema de determinar a área de uma figura plana. O procedimento mais usado foi o método da exaustão, que consiste em aproximar a figura dada por meio de outras, cujas áreas são conhecidas. Como exemplo, podemos citar o círculo. Para definir sua área, consideramos um polígono regular inscrito de n lados, que denotamos por Pn (Figura 6.1(a)). Seja An a área do polígono P n . Então, An = n AT , onde AT é a área do triângulo de base /n e altura hn (Figura 6.1(b)). (a) (b) Figura 6-1 I n 2 • h n Como AT — e o perímetro do polígono Pn é dado por pn = nin, vem A n = n • 2 2 Fazendo n crescer cada vez mais, isto é, n + co, o polígono Pn toma-se uma aproximação do círculo. O perímetro pn aproxima-se do comprimento do círculo 2nr e a altura hn aproxima-se do raio r. In hn pn hn Introdução à integração 357 Temos, 2 icr r lim A n = 2 — n r2 , que é a área do círculo. Para definir a área de uma figura plana qualquer, procedemos de forma aná- loga. Aproximamos a figura por polígonos cujas áreas possam ser calculadas pelos métodos da geometria elementar. Consideremos agora o problema de definir a área de uma região plana S, delimitada pelo gráfico de uma função contínua não negativa f, pelo eixo dos x e por duas retas x = a e x = b (ver Figura 6.2). Figura 6-2 Para isso, fazemos uma partição do intervalo [a, b], isto é, dividimos o inter- valo [a, b] em n subintervalos, escolhendo os pontos a = x < x < < x. < x. < ...< x n = b .o 1-1 Seja Axi = xi - xi_ 1 o comprimento do intervalo [x i_ 1 , xi]. Em cada um destes intervalos [x i_ 1 , xi], escolhemos um ponto qualquer ci . Para cada i, i = 1, n, construímos um retângulo de base Ax i e altura f(ci) (ver Figura 6.3). n --) 358 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 6-3 A Figura 6.4 ilustra esses retângulos nos casos n = 4 e n = 8. Figura 6-4 A soma das áreas dos n retângulos, que representamos por Sn, é dada por: Sn = f(c 1 ) Axi +1(c2) &2 +... +.ficn) An = fici) Axi . i = 1 Esta soma é chamada soma de Riemann da função f(x). Introdução à integração 359 Podemos observar que a medida que n cresce muito e cada Azi, i = 1, n, torna-se muito pequeno, a soma das áreas retangulares aproxima-se do que intuitiva- mente entendemos como a área de S. 6.7.1 Definição. Seja y = f(x) uma função contínua, não negativa em [a, b]. A área sob a curva y =flx), de a até b, é definida por A = Hm n flc i) A xi , máx A x. —> O i = 1 onde para cada i = 1, n, c i é um ponto arbitrário do intervalo É possível provar que o limite desta definição existe e é um negativo. [xi_i , xil. número não 6.8 INTEGRAL DEFINIDA A integral definida está associada ao limite da definição 6.7.1. Ela nasceu com a formalização matemática dos problemas de áreas. De acordo com a terminologia introduzida na seção anterior, temos a seguinte definição. 6.8.1 Definição. Seja f uma função definida no intervalo [a, b] e seja P uma partição qualquer de [a, b]. A integral definida de f de a até b, denotada por r f(x) dx ,a é dada por fb flx) dx = lim a máx Ari —> O desde que o limite do 2° membro exista. 360 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Se fb f(x) dx existe, dizemos que f é integrável em [a, b]. a Na notação sb f(x) dx , os números a e b são chamados limites de integração a (a = limite inferior e b = limite superior). Se f é integrável em [a, b], então Sb f(x) dx = f(t) dt = fb f(s) ds , a a a isto é, podemos usar qualquer símbolo para representar a variável independente. Quando a função f é contínua e não negativa em [a, b], a definição da integral definida coincide com a definição da área (Definição 6.7.1). Portanto, neste caso, a integral definida f(x) dx a é a área da região sob o gráfico de f de a até b. Sempre que utilizamos um intervalo [a, b], supomos a < b. Assim, em nossa definição não levamos em conta os casos em que o limite inferior é maior que o limite superior. 6.8.2 Definição (a) Se a > b, então J(x) dx = — r f(x) dx , se a integral à direita existir. (b) Se a = b e f(a) existe, então f f(x) dx = O .a Introdução à integração 361 É muito importante saber quais funções são integráveis. Uma ampla classe de funções usadas no Cálculo é a classe das funções contínuas. O teorema abaixo, cuja demonstração será omitida, garante que elas são integráveis. 6.8.3 Teorema. Se f é contínua sobre [a, b], então f é integrável em [a, b]. Propriedades da Integral Definida 6.8.4 Proposição. Se f é integrável em [a, b] e k é um número real arbitrário, então k f é integrável em [a, b] e Sb k f(x) dx = k f f(x) dxa a Prova. Como f é integrável em [a, b], existe o lim máx Ax. O f(c i) Axi , = 1 e portanto, podemos escrever Sb k f(x) dx lim k f(c Axi a máx exi O =. 1 n k lim (c. Axi máx Az . O = = k t f(x) dx .a 11 362 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.8.5 Proposição. Se f e g são funções integráveis em [a, b], então f + g é integrável em [a, b] e r „(x) ,g(x)1dx f(x) dx + g(x) dx.a a a Prova. Se f é integrável em [a, b] existe o limite lim fiC i) ,\x , que é a fb f(x) dx . máx Az. --> O i = 1 a Se g é integrável em [a, b] , existe o limite n lim E g(c i) Axi , que é a fb g(x) dx . máx Ax —> O = a Escrevemos então, fb + g(x)1 dx = lim Cffci) + g(c) ) Axi a máxAxi-÷0 i=1 lim f(c i) Axi + lim g(c i) máx O i = 1 máx O i = 1 Ç f(x) dx + g(x) dxa a Observamos que esta proposição pode ser estendida para um número finito de funções, ou seja, Introdução à integração 363 r [Ti (x) + f2(x) + + fn(x)] dx = a fi (x) dx + Sb f2 (x) dx ... a + fb fn (x)dx a Vale também para o caso de termos diferença de funções, isto é, fb [f(x) — g(x)] dx = r f(x) dx — g(x) dx . a a a 6.8.6 Proposição. Se a <c <b e f é integrável em [a, c] e em [c, b], então f é integrável em [a, b] e fb flx) dx = f(x) dx + fb f(x) dx . a a c Prova. Consideremos uma partição no intervalo [a, b] de tal forma que o ponto c (a < c < b) seja um ponto da partição, isto é, c = xi, para algum i. 11111111 Podemos dizer que o intervalo [a, c] ficou dividido em r subintervalos e [c, b] em (n — r) subintervalos. Escrevemos as respectivas somas de Riemann f(c i) Axi e J(c)&i = = r + Então, f(c i) Axi = f(c Axi + ,Aci) Axi = = = r + 364 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Usando a definição de integral definida, vem fb flx) dx lim f(ci) Axi a máxhai -› o lim máx Azi -> O 1 ( r i = 1 fici)Axi + f(ci)Axi = r + 1 llm f(ci)Axi + lim flc)Axi MáJC AXi O i MáX AXi -> O i=r+i f(x) dx + fb fix) dx a c Esta propriedade pode ser generalizada: "Se f é integrável em um intervalo fechado e se a, b, c são pontos quaisquer desse intervalo, então fb flx) dx = Sc f(x) dx + fb fix) dx ." a a c A Figura 6.5 ilustra a proposição 6.8.6, para o caso em que f(x) > O. A área do trapezóide ABCD adicionada à área do trapezóide BEFC é igual à área do trapezóide AEFD. Figura 6-5 Introdução à integração 365 6.8.7 Proposição. Se f é integrável e se f(x) >_ O para todo x em [a, b], então Sb f(x) dx O . a Prova. Como .Aci ) O para todo ci em [xi_ 1 , xi], segue que f(ci) Axi O . = 1 Portanto, n lim .Ac i)A .^ O MáXAXi -4 O = 1 e dessa forma fb f(x) dx O . a 6.8.8 Proposição. Se f e g são integráveis em [a, b] e f(x) g(x) para todo x em [a, b], então .ftx) dx r g(x) dx . a a Prova. Fazemos I = r f(x) dx — g(x) dx . a a 366 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Devemos mostrar que 1 _^ O. Usando a proposição 6.8.5, podemos escrever 1 = Sb f(x) dx — jb g(x) dx a a = fb Ú(x) — g(x)) dx . a Como f(x) g(x) para todo x e [a, b] temos que f(x) — g(x) O, para todo x e [a, b]. Usando a proposição 6.8.7, concluímos que I _^ O. 6.8.9 Proposição. Se f é uma função contínua em [a, b], então fb f(x) dx a Sb I f(x) dx a Prova. Se f é contínua em [a, b], então a) f é integrável em [a, b]; b) I f 1 é contínua em [a, b]; c) I f 1 também é integrável em [a, b]. Sabemos que — I f(x) I f(x) I f(x) I . Usando a proposição 6.8.8, escrevemos fb — ifix) dx fb f(x) dx � r,fix)I dx . a a a Introdução à integração 367 Pela proposição 6.8.4, vem — fb 1f(x) 1 dx 5 f(x) dx 5_ fb Igx) 1 dx . a a a Usando a propriedade 1.3.3(i), segue que f(x) dx a sb f(x) dx a Na proposição a seguir, cuja demonstração será omitida, apresentamos o Teo- rema do Valor Médio para integrais. 6.8.10 Proposição. Se f é uma função contínua em [a, b], existe um ponto c entre a e b tal que fb flx) dx = (b — a) f(c) . a Seflx) O, x e [a, b], podemos visualizar geometricamente esta proposição. Ela nos diz que a área abaixo da curva y =f(x), entre a e b, é igual à área de um retângulo de base b — a e altura f(c) (ver Figura 6.6). Figura 6-6 ■ . 368 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 6.9 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO O teorema fundamental do Cálculo nos permite relacionar as operações de derivação e integração. Ele nos diz que, conhecendo uma primitiva de uma função contínua f: [a, b] —> I?, podemos calcular a sua integral definida f(t) dt . Com a isso, obtemos uma maneira rápida e simples de resolver inúmeros problemas práticos que envolvem o cálculo da integral definida. Para apresentar formalmente o teorema, inicialmente vamos definir uma importante função auxiliar, como segue. Tomamos a integral definida ff(t)dt , a fixamos o limite inferior a e fazemos variar o limite superior. Então, o valor da integral dependerá desse limite superior variável, que indicaremos por x. Fazendo x variar no intervalo [a, b], obtemos uma função G(x), dada por G(x) = r flt) dt . a Intuitivamente, podemoS compreender o significado de G(x), através de uma análise geométrica. Conforme vimos na seção 6.8, se f(t) _^ O, V t E [a, b], a integral f(t) dt a representa a área abaixo do gráfico de f entre a e b (ver Figura 6.7(a)). Da mesma forma, G(x) = f f(t) dta nos dá a área abaixo do gráfico de f entre a e x (ver Figura 6.7(b)). Podemos observar que G(a) = O e G(b) nos dá a área da Figura 6.7(a). Introdução à integração 369 Y = f(t) Y = f (a) (b) Figura 6-7 Vamos agora, determinar a derivada da função G(x). Temos a seguinte propo- lição. 6.9.1 Proposição. Seja f uma função contínua num intervalo fechado [a, b]. Então a função G: [a, b] —> n definida por G(x) = f(t) dt , a tem derivada em todos os pontos x E [a, b] que é dada por G ' (x) = f(x), ou seja, dx ,fft) dt = f(x) . Prova. Vamos determinar a derivada G ' (x), usando a definição G '(x) = lim G(x + Ar) — G(x) Ax —> O Ax 370 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Temos, G(x) = r f(t) dt ;a +Ax G(x + Ax) = r ,f(t)dt ; a +Ax G(x + dx) — G(x) = J f(t) dt — J f(t) dt . a a Usando a proposição 6.8.6, podemos escrever ix+Ax f(t) dt = r f(t) dt + r+Ax f(t) dtj a a e então, G(x + Az) — G(x) = +Ax f(t) dt + r f(t) dt — f ,fit) dta a+Ax J flt) dtx Como f é contínua em [x, x + Ax}, pela proposição 6.8.10, existe um ponto x entre x e x + Ax tal que rx+Ax f(t) dt = (x + A x — x) f( x ) = f(x- ) Ax ■ Introdução à integração 371 Portanto, lim G(x + A x) — G(x) lim f( ) A x Ar -4 0 Ax o Ax = ) . Az —> O Como x está entre x e x + Ax, segue que x x quando Ax —> O. Como f é contínua, temos lim f(x ) = lim f( x ) = f(x). Ax —> X -) X Logo, (. G x + A x) — G(x) hm — f(x) , ou seja,Ax G '(x) = f(x). Observamos que quando x é um dos extremos do intervalo [a, b], os limites usados na demonstração serão limites laterais. G '(a) será uma derivada à direita e G' (b) uma derivada à esquerda. Uma importante conseqüência desta proposição é que toda função f(x) contí- nua num intervalo [a, b] possui uma primitiva que é dada por G(x) = r f(t) dt . a Outro resultado importante obtém-se da análise geométrica. Voltando à Figura 6.7, podemos dizer que a taxa de variação da área da Figura 6.7(b) com relação a t é igual ao lado direito da região. Podemos agora, estabelecer formalmente' o Teorema Fundamental do Cálculo. 372 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.9.2 Teorema. Se f é contínua sobre [a, b] e se F é uma primitiva de f neste intervalo, então fb f(t) dt = F(b) — F(a) . a Prova. Como f é contínua sobre [a, b], pela proposição 6.9.1, segue que G(x) = r f(t) dt a é uma primitiva de f nesse intervalo. Seja F(x) uma primitiva qualquer de f sobre [a, b]. Pela proposição 6.1.5, temos que F(x) = G(x) + C, V x E [a, b]. Como G(a) = ja f(t) dt = O e G(b) = Sb f(t) dt , calculando a diferença a a F(b) — F(a), obtemos F(b) — F(a) = (G(b) + c) — (G(a) + c) = G(b) — G(a) = fb f(t) dt — O a = r f(t) dt a Observamos que a diferença F(b) — F(a) usualmente é denotada por b . Também escrevemos, a fb f(x) dx = F(x) a b a = F(b) — F(a) . F(t) Introdução à integração 373 6.9.3 Exemplos. Calcular as integrais definidas: (i) 53 x dx . 1Sabemos que F(x) = 2 x2 é uma primitiva de f(x) = x. Portanto, 3 32 - 2 9 1 4—1 2 12 2 2 1 x dx _ 1 2 x2 2 (ii) cos t dt o A função F(t) = sen t é uma primitiva de f(t) = cos t. Logo, n/2 = sen —7t — sen O = 1.2oJ cos t dt = sen to (iii) o (x3 — 4x2 + 1) dx . Usando as propriedades da integral definida e o Teorema Fundamental do Cálculo, temos 1 (x3 — 4x2 + 1) dx = x3 dx — 4 x2 dx + dx O o o x3—4 3 o = ( — 4 — O) — ( —4 — O) + (1 — O)3 = —1/12. x4 4 1 + x 1 374 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 1 x dx (iv) 10X2 ± 1 Vamos primeiro, encontrar a integral indefinida / x dxx2 + 1 • Para isso, fazemos a substituição u = x2 + 1. Temos então, du = 2x dx ou x dx = —du . Portanto,2 du/2 1 du – 1J ln lul + c u • 2 u 2 1 • –2 ln (x2 + 1) + c . Logo, pelo Teorema Fundamental do Cálculo, temos 1.1 x dx 1• ln (x2 + 1)J0 x2 + 1 2 1 1= –2 ln 2 – 1 ln 1 In 2 .2 Observamos que, para resolver esta integral, também podemos fazer a mudan- ça de variáveis na integral definida, desde que façamos a correspondente mudança nos limites de integração. Ao efetuarmos a mudança de variável fazendo u = x2 + 1, vemos que: x = O u = 1; x = 1 u = 2. ■ 1 x dx -I o x2 ± 1 — 2 du/2 1 2 du 1— ln I u I 2 1 u 2 2 1 Introdução à integração 375 Então, = —1 (ln 2 — ln 1) = —1 ln 2 . 2 (v) 12 x e -X.2 +1 dx . 1 2 Calculamos primeiro a integral indefinida 1= x e x + 1 Fazendo u = —x2 + 1, temos du = —2x dx ou x dx = --du • Assim,2 = S eu — du —— 2 1 s — 1 eu du 2 eu + c 2 1 c_x2 + + c . 2 Logo, 2 — x e-x + 1 dx — 1 x2 + 1 .1 2 2 —1 4 + 1 1 - 1 + 1 — 1 e 3 +C + —2 2 2 2 6.10 EXERCÍCIOS 2 2 2 1. Calculando as integrais / 1 = f x2 dx , 12 = x dx e 13 = dx , obtemos // = 7/3, /2 = 3/2 e I3 = 1. Usando estes resultados, encontrar o valor de: 376 Cálculo A- Funções, Limite, Derivação, Integração a) 12 c-1) dx b) 2x (x + 1) dx 2c) (x - 1) (x - 2) dx d) 52 (3x + 2)2 dx 1 2. Sem calcular a integral, verificar as seguintes desigualdades: a) f3 3(3X2 + 4) dx $ (2x2 + 5) dx 1 1 b) -1 dx < -2 X -2 2 c) sen x dx O s3rc32 - cos x dx O . o ni2 1 5,--- 3. Se f Nx2 dx = calcular r dt. O 7 2 4. Se r./ 9 cos2 t dt = 9 71 calcular o 4 ' - cos2 O dO. 5. Verificar se o resultado das seguintes integrais é positivo, negativo ou zero, sem calculá-las. a) fo dx $2. nb) sen t dt0 x + 2 o c) 2 (2x + 1) dx 3 (X2 — 2x - 3) dx1 6. Determinar as seguintes derivadas: a) dx r "\it 4 dt I L.2 m d 2x A_ dy J 3 x2 + 9 `4-4 d d 8 s 1 t sen t dtc) 2x + , — 1 x < O ; em [-1, 1] 5 , 0 � x<1 a) f(x) = Introdução à integração 377 7. Em cada um dos itens abaixo, calcular a integral da função no intervalo dado e esboçar seu gráfico. c) -n -n -n b) f(x)= I sen x 1 ; em [— ic , ir ] c) flx) = 21x 1 ; em [ — 1, 1] x 1 d) f(x) = x — I 2 ; em [ —1,1] e) f(x) = sen x + 1 sen x 1 ; em [— ir , 7r] f) f(x)= sen x + I cos x 1; em [ — TC , rc]. 8. Mostrar que: a) jn sen 2x cos 5x dX = 0 b) S cos 2x cos 3x dx = O sen 5x cos 2x dx = 0 (Sugestão: Usar as fórmulas sen mx sen nx sen mx cos nx cos mx cos nx 1 — 2 _ 1 — 2 1 2 [cos (m n) x — cos (m + n) x] , [sen (m + n) x + sen (m — n) x] e [cos (m + n) x + cos (m — n) x] , onde m e n são dois inteiros quaisquer.) 9. Se f(x) é contínua e f(x) M para todo x em [a, b], provar que fb flx) dx M (b — a) . Ilustrar graficamente, supondo f(x) O.a 24. _ 'NI2x - 1 dx 25. dx ,(,,,+,)3 10. Se f(x) é contínua e m 5f(x) para todo x em [a, b], provar que m (b - a) fb f(x) dx . Ilustrar graficamente, supondo m > 0. a 11. Aplicar os resultados dos exercícios 9 e 10, para encontrar o menor e o maior valor possível das integrais dadas a seguir: 4 a) r 5x dx b) 1 2x2 dX 3 -2 c) .14 I x - 11 dx 14 (x4 - 8,12 + 16) dx -1 Nos exercícios de 12 a 34, calcular as integrais. 12. x(1,_ x3) dx 13. r (x2_ 4x + 7) dx -1 - 3 14. s2 dx61 x 15. r 2t dt4 1 021c I sen xl dx 23. JJ o v2 dv - 2 (v3 — 2)2r.,Ix2+ 922. 4 dx dy 17.7. o '13y + 1 f1 x2 dx 19. - 1 ,1x3 + 9 $ 5 12t - 4 I dt 21. -2 16. 18. 20. r/4 sen x cos x dx n/4 1x2 - 3x + 2 dx 378 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 2 cos x 29. f (2x + 1)- 1/2 dxO28. J7 (1 + sen x)5 dx Introdução à integração 379 26. x + x dxJ o 27. ri2 sen2 x dxO 30. r ecx dx o 31. 5x3 7x2 - 5x + 2 dx 1 x2 2 1 232. 1.2 x ln x dx 33. s- (t — — t ) dt *I 1 - 3 34. 1 x3 8s - dx . o x + 2 35. Seja f contínua em [-a, a]. Mostrar que: a) Se f é par então ia f(x) dx = 2 ia f(x) dx . -a O b) Se f é ímpar então f f(x) dx = O . -a 36. Usar o resultado do exercício 35 para calcular: a) fn 2 sen x dx-rz c) fl (x4 + x2) dx . - 1 b) cos x dx • 7t- 6.11 CÁLCULO DE ÁREAS O cálculo de área de figuras planas pode ser feito por integração. Vejamos as situações que comumente ocorrem. 380 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.11.1 Caso I. Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f, pelas retas x = a, x = b e o eixo dos x, ondef é contínua e.fix) O, V XE [a, b] (ver Figura 6.8). Figura 6-8 Neste caso, a área é dada por fb f(x) dx . a 6.11.2 Exemplo. Encontre a área limitada pela curva y = 4 x 2 e o eixo dos x. A curva y = 4 — x2 intercepta o eixo dos x nos pontos de abscissa —2 e 2 (ver Figura 6.9). Figura 6-9 2 X3 4x — —3 / -2 2 A = 1 (4 — x2) dx-2 N‘N y= f(x) Introdução à integração 381 No intervalo [-2 , 2], y = 4 — x2 ^ 0. Assim, a área procurada é a área sob o gráfico de y = 4 — x2 de —2 até 2. Temos, [ (8 — 8/3) — 8 — 2) 3 \ = 32 3 — 3 ' Portanto, A = 32/3 u • a (32/3 unidades de área). 6.11.3 Caso II. Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f, pelas retas x = a, x = b e o eixo dos x, ondef é contínua eflx) 0, V x E [a, b] (ver Figura 6.10). É fácil constatar que neste caso basta tomar o módulo da integral r f(x) dx , ou seja,a jb f(x) dx a A = Figura 6-10 382 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 6.11.4 Exemplos. (i) Encontre a área limitada pela curva y = — 4 + x 2 e o eixo dos x. A curva y = x2 — 4 intercepta o eixo dos x nos pontos de abscissa —2 e 2 (ver Figura 6.11). Figura 6-11 No intervalo [-2, 2], y = x 2 — 4 O. Assim, f2 (x2 — 4) dx - 2 323 u.a. (ii) Encontre a área da região S, limitada pela curva y = sen x e pelo eixo dos x de O até 27c. Precisamos dividir a região S em duas subregiões S 1 e S2 (ver Figura 6.12). A = — 32 3 Introdução à integração 383 Figura 6-12 No intervalo [O, n], y = sen x ^ O e no intervalo [n, 2n], y = sen x O. Portanto, se A l é a área de S 1 e A2 é a área de S2, temos A = A i +A2 = sen x dx + o = — cos X 1.27t sen x dx 7C — cos x o 7t —cos n + cos O + I —cos 2n + cos TC I — (— 1) + 1 + j — 1 1- (— 1) = 4 u.a. 6.11.5 Caso III. Cálculo da área da figura plana limitada pelos gráficos de f e g, pelas retas x = a ex= b, onde f e g são funções contínuas em [a, b] e f(x) ^ g(x), V x e [a, b]. Neste caso pode ocorrer uma situação particular onde f e g assumem valores não negativos para todo x E [a, b] (ver Figura 6.13). 384 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 6-13 Então a área é calculada pela diferença entre a área sob o gráfico de f e a área sob o gráfico de g, ou ainda, A r • f(x) dx — g(x) dx a a • fb (f(x) — g(x)) dx . a Para o caso geral, obtemos o mesmo resultado. Basta imaginar o eixo dos x deslocado de tal maneira que as funções se tornem não-negativas, V x e [a, b]. Observando a Figura 6.14, concluímos que A' A • fb (/ (x) — g 1 (x)) dx a • fb (f(x) — g(x)) dx . a f Introdução à integração 385 Figura 6-14 6.11.6 Exemplos (i) Encontre a área limitada por y = x 2 e y = x + 2. As curvas y = x2 ey=x+ 2 interceptam-se nos pontos de abscissa -1 e 2 (ver Figura 6.15). No intervalo [-1, 2], temos x + 2 x2. Então, x2 x3A = $2 (x ± 2- x2) dx = [-2- + 2x' - -3- = —22 2 32 \ ( (-- 1)2 ( 1) 3 3 2 + 2 • (- 1) - 3) 9= 2 u.a. 2 386 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 6-15 (ii) Encontre a área limitada pelas curvas y = x 3 e y x. As curvas y = x3 e y = x interceptam-se nos pontos de abscissa -1, O e 1 (ver Figura 6.16). t Figura 6-16 No intervalo [-1, 0], x < x3 e no intervalo [0, 1], x > x3 . Logo, A = J.° (x3 - x) dx + (x - x3) dx -1 O o x2 x4 ( —2 —4 -1 1 1= 2 u.a. Introdução à integração 387 Observamos que poderíamos ter calculado a área da seguinte forma: A = 2 (x - x3) dx = -1 u.a. , O 2 pois a área à esquerda do eixo dos y é igual a que se encontra à sua direita. (iii) Encontre a área da região limitada pelas curvas y = x 2 - 1 e y = x + 1. As curvas y = x2 -1 e y = x + 1 interceptam-se nos pontos de abscissa -1 e 2 (ver Figura 6.17). Figura 6-17 No intervalo [-1, 2], x + 1 _^ x2 - 1. Logo, 2 A = [(x + 1) - (x2 - 1)] dx - 1f2 — X2 ± 2) dx - 1 ( x2 2 2 + 2x = 9/2 u.a. 388 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (iv) Encontre a área da região S limitada pelas curvas y - x = 6, y - x3 = O e 2y + x = O. Devemos dividir a região em duas subregiões S 1 e S2 (ver Figura 6.18). Figura 6-18 No intervalo [- 4, O], a região está compreendida entre os gráficos de xy= 2 e y= 6+ x (região S i ). No intervalo [O, 2], está entre os gráficos de y = x 3 e y = x + 6 (região S2). Se A l é a área de S 1 e A2 é a área de S2, então a área A procurada é dada por A = A l + A2' Cálculo de A • No intervalo [- 4 , O] , 6 + x - -x . Assim,1- 2 A = [(6 + x) - (-x/2)] dx - 4 Jt) ( 6 + dx -4 2 o + 3x24 —4 Introdução à integração 389 = 12 u.a. Cálculo de A2: No intervalo [O, 2], 6 + x ?_ x3 . Então, A = j.2 [(6 + x) — x3] dx 2 O x2 x4 ) 6x + 4 = 10 u.a. Portanto, A = A l + A2 = 12 + 10 = 22 u.a. 6.12 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 29 encontrar a área da região limitaria pelas curvas dadas. 1. x=1/2, x= .'■47 e y= x+2 y2 = 2x e x2 = 2y 3. y=5—x2 e y=x+3 4. y = x2 e y = 6 5. y=1—x2 e y=-3 6. x+y=3 e y+x2 =3 7. x=y2 , y—x=2 , y2 e y=3 8. y=x3 — x e y=0 9. y=e' , x=0 , x=1 e y=0 10. x = y3 e x = y 2 o 390 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 11. y=lnx , y=0 e x = 4 12. y=lnx , x=1 e y = 4 13. y = sen x e y = - sen x , x E [O, 2n] 14. y = cos x e y = -cos x, x e - - 17G 3n2 2[ - 15. y = coshx , y=senhx , x=-1 e x=1 16. y = tgx , x=0 e y=1 17. y=e-x , y=x+1 e x = -1 18. y=sen2x , y=x+2 , x=0 e x=7"c/2 19. y=-1-x2 , y=-2x-4 - 3 3 7t20. y = cos x , y - 5n x+ 10 x E 2 3 4n 21. y - 1 x - 11 ,y= 1 -x ,y= 2x+lex=-3 122. x = y2 e y = - - 2 x 24. x=y2 +1 e x+y=7 23. y=4 -x2 e y = x2 - 14 25. y= x , y=rx e y=4 26. y = arc sen x , y = na e x = O 27. y = 2cosh X2 , x=-2,x=-2ey=0 28. y=lx- 2 I e y = 2 - (x- 2)2 29. y = - 1 , y= -x e x = 1. 30. Encontrar a área das regiões S 1 e S2, vistas na figura a seguir Introdução à integração 391 MAKRON Books CAPÍTULO 7 MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO Neste capítulo, apresentaremos, inicialmente, alguns métodos utilizados para resolver integrais envolvendo funções trigonométricas. A seguir veremos a integração por substituição trigonométrica e a integração de funções racionais por frações parciais. Finalmente, abordaremos as integrais racionais de seno e cosseno usando a substituição universal e as integrais envolvendo raízes quadradas de trinômios do segundo grau. 7.1 INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 7.1.1 As integrais f sen u du e f cos u du . As integrais indefinidas da função seno e da função cosseno estão indicadas na tabela da Seção 6.1.9. Temos, f sen u du =— cos u+ C e f cos u du -= sen u + C . 392 Métodos de integração 393 7.1.2 Exemplos. Calcular as integrais: (i) J (x + 1) sen (x + 1)2 dx . Usando o método da substituição (Seção 6.3), fazemos u = (x + 1)2. Então, du = 2 (x + 1) dx. Temos, (x + 1) sen (x + 1)2 dx = 21 sen u du = — —1 cos u + C 2 = — —2 cos (x + 1) 2 + C . (ii) o cos (e2x) dx . Vamos primeiro, encontrar a integral indefinida I = e2x cos (e2x) dx Para isso, fazemos a substituição u = e2x . Temos então, du = 2e2x dx. Portanto, = —1 cos u du2 = —1 sen u + C = —1 sen (e2x) + C . 2 394 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Logo, pelo Teorema Fundamental do Cálculo, temos f o 2 cos (e2') dx = sen (e2') = 2 (sen e2 - sen 1) . 7.1.3 As integrais .1. tg u du e f cotg u du . As integrais indefinidas da função tangente e da função cotangente são resol- vidas usando o método da substituição, como foi visto no exemplo 6.3.1(iv). Temos, $ tg u du = sen uduJ cos u = - ln I cos u I + C = in I (cos u)-1 I + C = ln I sec u I + C ; e cotg u du = duf sen u cos u = ln I sen u I + C . 7.1.4 Exemplos. Calcular as integrais (i) tg .■[:í dx f.X.- • Métodos de integração 395 Fazemos u = c . Então, du — 2 •Nlx 1 , dx . Temos, f tg dx = 21n I sec I + C ..N/lx (ii) S cotg (ln x) dx . Fazemos u =1n x. Então, du = llx dx. Temos, r cotg (In x) dx = in I sen (ln x)1 + C . x 7.1.5 As integrais sec u du e cosec u du . Nestas integrais usamos um artifício de cálculo para podermos aplicar o método da substituição. Na integral da secante, multiplicamos e dividimos o integrando por sec u + tg u. Temos, f sec u du = sec u (sec u + tg u) du.sec u + tg u Fazemos v = sec u + tg u. Então, dv = (sec u • tg u + sec2 u) du. Portanto, 5 sec udu dvv = ln lv + C = In I sec u + tg u I + C . 396 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Na integral da cossecante, multiplicamos e dividimos o integrando por cosec u - cotg u. Temos, cosec u du - cosec u (cosec u - cotg u) du . J cosec u - cotg u Fazemos v = cosec u - cotg u. Então, dv = cosec u cotg u - (- cosec2 u)] du (cosec2 u - cosec u • cotg u) du. Portanto, cosec u' du = dv v = lnlvl+C = ln I cosec u - cotg u I + C. 7.1.6 Exemplos. Calcular as integrais (i) sec (5x - n) dx .J \\ j,,`,,(\)( (' yn Fazemos u = 5x - 7L. Então, du = 5dx. Portanto, sec (5x - ic) dx = -1 sec u du 5 1 = - 5 ln sec (5x - n) + tg (5x - n) + C . 1= — 2 ln 27t 27ccosec —3 — cotg —3 IC Ir cosec — 3 — cotg — 3 - 2 Métodos de integração 397 (ii) 3 d 1:6 sen 2 0 Vamos primeiro, encontrar a integral indefinida í d sen 2 0 Para isso, fazemos u = 28. Então, du = 2d0. Portanto, 1 d sen 20 cosec 20 de 1 cosec u du2 = —1 ln 1 cosec 20 — cotg 201 + CC .2 Logo, pelo Teorema Fundamental do Cálculo, temos r/3 1 4/6se d n 9 2 — 2 ln cosec 2 8— cotg 2 8 n/3 n/6 = —1 ln 3. 2 398 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.2 INTEGRAÇÃO DE ALGUMAS FUNÇÕES ENVOLVENDO FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 7.2.1 As integrais sena u du e S cosa u du , onde n é um número inteiro positivo. Nestas integrais, podemos usar artifícios de cálculo com auxílio das identida- des trigonométricas sen2 x + cos2 x =1 1 — cos 2xsen2 x — 2 1 + cos 2xcos2 X — 3 visando a aplicação do método da substituição. Os exemplos que seguem ilustram os dois possíveis casos: n é um número ímpar ou n é um número par. Estas integrais também podem ser resolvidas com auxilio das fórmulas de redução ou recorrência, conforme veremos na Seção 7.2.11. 7.2.2 Exemplos. Calcular as integrais (i) cos5 x dx . Vamos inicialmente preparar o integrando para a aplicação do método da substituição. Observamos que o artifício que usaremos é válido sempre que n for um número ímpar. Fatorando convenientemente o integrando e aplicando a identidade (1), temos cos5 x = (cos2 x)2 • cos x = (1— sen2 x)2 cos x 2 Métodos de integração 399 = (1 — 2 sen2 x + sen4 x) cos x = cos x — 2 sen2 x cos x + sen4 x cos x. Portanto, cos5 x dx (cos x — 2 sen2 x cos x + sen4 x cos x) dx cos x dx — 2 J sen2 x cos x dx + J senil x cos x dx 2 1= sen x — —3sena x + —5 sen" x + C . (ii) f sen3 29 d0 . Usando o mesmo raciocínio do exemplo anterior, temos sen3 20 = sen2 29 sen 20 (1— cose 20) • sen 20 sen 20 — cos2 20 sen 20. Portanto, f sen3 29 d0 = (sen 20 — cos2 20 sen 20) d0 J= sen 20 d0 — cos 2 29 sen 20 de 1 1= — —2 cos 29 + —6 cosa 29 + C . 400 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração (iii) f seno x dx . Neste exemplo n é um número par. Na preparação do integrando, usamos agora as identidades (2) e (3). Temos, sen4 X = (sen2 )2 1 — cos 2x ,2 2 = —1 (1 — 2 cos 2x + cose 2x)4 -"" 4 1 — 2 cos 2x + 1 + cos 4x 2 1 = —3 — 2 cos 2x + 1 cos 4x .8 8 Portanto, J seno x dx = 1 cos 2x + —1 cos 4x) dx 3 1 1= —8 x — —4 sen 2x + sen 4x + C . Observamos que o raciocínio usado neste exemplo é válido para as potências pares. 7.2.3 A integral senm u cosa u du, onde m e n são inteiros posi- tivos. Nestas integrais, a preparação do integrando deve ser feita visando à aplicação do método da substituição, da mesma forma que foi feito em 7.2.1 e 7.2.2. Métodos de integração 401 Quando pelo menos um dos expoentes é ímpar usamos a identidade (1) e quando os dois expoentes são pares usamos (2) e (3) e, eventualmente, também (1). 7.2.4 Exemplos. Calcular as integrais (i)f sen5 x • cos2 x dx Preparando o integrando, temos sen5 x cos2 x = (sen2 x)2 • sen x • cos2 x = (1— cos2 x)2 • sen x cos x = (1 — 2 cos2 x + cos4 x) sen x cos2 x = cos2 x sen x — 2 cos4 x sen x + cos6 x sen x. Portanto, sen5 x cos2 x dx = (cos2 x sen x — 2 cos4 x sen x + cos6 x sen x) dx cos2 x sen x dx — 2 cos4 x sen x dx + cos6 x sen x dx — 3 1 1 cos" x + —2 cos5 x — cos' x + C . 5 (ii) sen2 x cos4 x dx . Preparando o integrando, temos 402 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração sen2 x cos4 x = sen2 x • (cos2 x)2 1 - cos 2x 1 + cos 2x 2 22 = 1 (1 + cos 2x - cos2 2x - cosa 2x) -1 [ 1 + cos 2x - 8 2 1 + s 4x - (1 - sen2 2x) cos 2xco = — 1 1 6 - — 1 1 6 cos 4x + 1 sen2 2x cos 2x . Portanto, 1 1f sen2 x cos4 x dx = f —16 - —16 cos 4x + -8 sen2 2x cos 2x dx 1 1 16 1 - 8 x sen 4x + 4 sena 2x + C . 64 (iii) sen4 x cos4 a,x x . Quando m e n são iguais, também podemos usar a identidade sen x cos x = -1 sen 2x. 2 (4) Temos, 4 sen4 x COS4 x = -2 sen 2x 1 = 16 (sen2 242 Métodos de integração 403 1 r 1 — cos 4x \2 --- 16 2 (1 — 2 cos 4x + cos e 4x)64 1 ( 1 — 2 cos 4x + 1 +cos 8x - 64 2 3 1 1 — cos 4x +128 32 128 cos 8x . Portanto, seno x coso x dx = 3 1128 32 1 — 8cos 4x + 128 cos 8x dx - 128 128 1 8 1024sen 4x + sen 8x + C . 7.2.5 As integrais tgn u du e cote u du, onde n é inteiro posi- tivo. Na preparação do integrando, usamos as identidades tg2 u = sec2 u — 1 e (5) cotg2 u = cosec2 u — 1. (6) Os artifícios são semelhantes aos usados nas seções anteriores. Temos, tez u = tgn u tg2 u = tgn- 2 u (sec2 u — 1) 404 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração e cotg" u = cotg" -2 cotg2 u cotg" u (cosec2 u — 1). 7.2.6 Exemplos. Calcular as integrais (i) f tg3 30 d0 . Preparando o integrando, temos tg3 30 = tg 30 • tg2 30 tg 30 (sec2 30 —1) - tg 30 sec2 30 — tg 30. Portanto, tg3 30 de • (tg 30 sec2 30 — tg 30) d0 • —1 tg2 30 + —3 ln I cos 30 I + CC .6 1 (ii) cotg4 2x dx . Preparando o integrando, temos cotg4 2x • cotg2 2x • cotg2 2x • cotg2 2x (cosec2 2x -1) Métodos de integração 405 = cotg2 2x • cosec2 2x — cotg2 2x cotg2 2x cosec2 2x — (cosec2 2x — 1) cotg2 2x • cosec2 2x — cosec2 2x + 1. Portanto, cote 2x dx = (cotg2 2x cosec2 2x — cosec2 2x + 1) dx 1 1= — — 6 cotg -2 2x + — 2 cotg 2x + x + C . 7.2.7 As integrais seca u du e coses" u du, onde n é inteiro posi- tivo. Estas integrais, para o caso de n ser um número par, são resolvidas utilizando as identidades (5) e (6). Temos, n - 2 secn x = (sec2 x) 2 • sec2 x n - 2 = (tg2 X + 1) 2 • sec2 x e n - 2 COSeCn x = (cosec2 x) 2 cosec2 x n - 2 = (cotg2 x + 1) 2 cosec2 x . Quando n for ímpar, devemos aplicar o método da integração por partes visto na Seção 6.5. -r/ 406 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.2.8 Exemplos. Calcular as integrais (i) cosec6 x dx . Preparando o integrando, temos cosec6 x (cosec2 x)2 cosec2 x • (cotg2 x + 1)2 • cosec2 x • (cotg4 x + 2 cotg2 x + 1) cosec2 x • cotg4 x cosec2 x + 2 cotg2 x cosec2 x + cosec2 x. Portanto, cosec6 _rx dx = (cotg4 x cosec2 x + 2 cotg2 x cosec2 x + cosec2 x) dx = - - 5 cotg5 -2- cotg3 - cotg x + C . 3 (ii) seca x dx . Nesta integral, vamos usar o método de integração por partes. Seja u = sec x du = sec x • tg x dx dv = sec2 x dx v = sec2 dx = tg x . Então, seca x dx = sec x • tg x - tg x • sec x • tg x dx Métodos de integração 407 = sec x • tg x tg2 x sec x dx = sec x • tg x (sec2 x 1) sec x dx sec x tg x sec3 x dx + sec x dx Adicionando seca x dx a cada membro, obtemos 2 sec3 x dx = sec x tg x + sec x dx = secxtgx+lnIsecx+tgx1 OU f sec3 dx 2x = —1 sec x tg x + —1 ln 1 sec x + tg x I -F C . 7.2.9 As integrais f tgm u seca u du e cotgm u cosecn u du, onde m e n são inteiros positivos. Quando m for ímpar ou n for par, podemos preparar o integrando para aplicar o método da substituição. Quando m for par e n for ímpar a integral deve ser resolvida por integração por partes. Os exemplos que seguem ilustram os diversos casos. 7.2.10 Exemplos. Calcular as integrais (i) te x secó xdx. Neste exemplo n é par. Podemos, então, preparar o integrando para aplicar o método da substituição. Temos, 408 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração te x sec6 x = te x(sec2 x)2 sec2 te x(tg2 x + 1)2 sec2 x te x (tg4 x + 2 tg2 x + 1) sec2 x tg 11 x sec2seu X + 2 tg9 x sec2 x + te x sec2 X. Portanto, tg7 x sec6 x dx = (tg 11 x sec2 x + 2tg9 x sec2 x + tg7 x sec2 x) dx 1 12 1 10 1 tg8 x + C .12 tg x + -5 tg x + -8 (ii) f te x sec5 x dx . Neste exemplo m é ímpar. Podemos, então, preparar o integrando como segue te x sec5 x = (tg2 x)3 tg x sec4 x sec x = (sec2 x - 1)3 seê x sec x tg x = (sec l° x - 3 sec8 x + 3 sec6 x - sec4 x) sec x tg x. Portanto, te x sec5 x dx = c l° x - 3 sec8 x + 3 sec6 x - sec4 x) sec x tg x dx secll 1 9 3 7 11 x - - sec x + - sec x - - sec5 x + C . 11 3 7 5 Observamos que, no exemplo (i), poderíamos preparar o integrando de forma idêntica à preparação do exemplo (ii), pois m = 7, isto é, m é ímpar. Os resultados seriam equivalentes. Métodos de integração 409 (iii) tg2 x sec3 x dx . Reescrevendo o integrando, temos tg2 x seca x dx = f (seca x — 1) sec3 x dx (sec5 x — sec3 x) dx 1 sec5 j. secasec CLÃ. x dx . Recaímos em duas integrais que devem ser resolvidas por partes, como foi feito no exemplo 7.2.8(ü). Temos, f tg2 x sec3 x dx = f sec5 x dx — f sec3 x dx 1 1= — 4 seca x tg x — — 8 sec x tg x 1 — — 8 ln I sec x + tg x I + C . Observamos que as integrais sec 5 x dx e ; sec3 x dx também podem ser calculadas usando a fórmula de recorrência que será dada na seção seguinte. 7.2.11 Fórmulas de Redução ou Recorrência. O método de integração por partes pode ser usado para obtermos fórmulas de redução ou recorrência. A idéia é reduzir uma integral em outra mais simples do mesmo tipo. A aplicação repetida dessas fórmulas nos levará ao cálculo da integral dada. As mais usadas são: 1 sena u du = —1 n — 1sena - 1 u cos u + senn-2 u du ; (7) 410 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração j" cosa u du = - 1 cosa - 1 u sen u + n - 1 cos" u du ; (8) n n secn u du - 1 secn - 2 u tg u + n 2 secn - 2 u du ; (9) n - 1 n - 1 -1 n - 2 cosecn u du - n - 1 coses" -2 u cotg u + n -1J COSeCn- 2 u du . (10) Prova de (7). Seja u = senn-1 u du* = (n - 1) senn-2 u cos u du dv = sen u du v sen u du = - cos u . Integrando por partes, vem sena u du = senn -1 u (- cos u) - - cos u) • (n - 1) • senn -2 u • cos u du = - senn -1 u cos u + (n - 1) S senn -2 u cose u du = - senn -1 u cos u + (n - 1) 5 senn -2 u (1 - sen2 u) du - senn -1 u cos u + (n - 1) 5 (senn -2 u - senn u) du = - senn -1 u cos u - -1) senn u du + n - 1) senn 2 u du . OU, n - 1 senas u du = --1 senn -1 u cos u +n n senn-2 u du , Métodos de integração 411 Somando (n - 1) .1" senas u du em ambos os membros, obtemos J senn udu=- senas 1 u cos u + (n - 1) senn -2 u du o que prova (7). 7.2.12 Exemplo. Aplicar uma fórmula de recorrência para calcular a integral f sen5 2x dx . Fazendo u = 2x, temos du = 2 dx. Então, sen5 2x dx = sen5 u du2 2[ 5 sen4 u cos u + -5. 1* n3 u du]4-1 10 2 -1 n = 1 seno 1.£ cos ± — 5 —3 sen 2 cos u + 3 J sen u du — 1 10 15 A 4sseno u cos u - —2 sen2 u cos u - —15 cos u + C = 1 1 seno 2x cos 2x - — 2 sen2 2x cos 2x - —4 cos 2x + C .15 15 412 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.2.13 Integração de funções envolvendo seno e cosseno de arcos dife- rentes. As identidades trigonométricas sen a cos b = -1 [sen (a + b) + sen (a - b)]2 1 sen a sen b = -2 [cos (a - b) - cos (a + b)] cos a cos b = 1 [cos (a + b) + cos (a - b)]2 auxiliam na resolução de integrais envolvendo seno e cosseno de arcos diferentes. Os exemplos seguintes ilustram alguns casos. 7.2.14 Exemplos. Calcular as integrais (i) J sen 4x cos 2x dx . Usando (11), vamos preparar o integrando. Temos, sen 4x cos 2x = -1 [sen 6x + sen 2x] . 2 Logo, f sen 4x cos 2x dx 1 [sen 6x + sen 2x] dx 1 [ sen 6x dx + j sen2xdx ] Métodos de integração 413 1 [ 1 1cos 6x) + (— cos 2x) + C2 6 • — 4 [ 3 cos 6x + cos 2x + C . (ii) sen 5x sen 2x dx. Usando (12), temos S sen 5x sen 2x dx = S [cos 3x — cos 7x] dx 1 • 2 [1 cos 3x dx — f cos 7x dx] • —21 [ 1 1—3 sen 3x — —7 sen 7x + C. (iii) cos 5x cos 3x dx. Usando (13), temos cos 5x cos 3x dx • 122 [cos 8x + cos 2x] dx 1 [f cos 8x dx + cos 2x dx] 2 1 [ 1 8 sen 8x + 12 sen 2x + C [ • 4 4 sen 8x + sen 2x + C - a (b) a (c) 414 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.3 INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA Muitas vezes, substituições trigonométricas convenientes nos levam à solução de uma integral. Se o integrando contém funções envolvendo as expressões N/a2 — u2 , -\/a2 + u2 ou -siu2 — a2 , onde a > O , é possível fazermos uma substituição trigonométrica adequada. As Figuras 7.1 (a), (b) e (c) nos sugerem tal substituição. Figura 7-1 (i) A função integrando envolve •a2 — u2 . Neste caso, usamos u = a sen O. Então, du = a cose dO. Supondo que 2 O — 2' temos .\/(22 u2 = .Va2 — a2 sen2 = Ja2 (1 — sen2 O) = -ga2 cose O a cos Métodos de integração 415 (ii) A função integrando envolve -\/:42 + a2 . Neste caso, usamos u = a tg O. Então, du = a sec2 O dO. Supondo que — 2 71 < 8 < —1c ' temos2 -Nla2 + u2 = -\/£22 a2 tg2 = (1 + tg2 O) = -‘1a2 sec2 O = a sec O. (iii) A função integrando envolve .Niu2 — a2 Neste caso, usamos u = a sec O. Então, du = a sec 8 tg O dO. Supondo O tal que O 5 < —/t ou 71 < 3n temos2 .\/u2 a2 = 1Ia2 sec 2 O — a2 -Nla2 (sec2 O — 1) = -sia2 tg2 = a tg O. 7.3.1 Exemplos. Calcular as integrais (i) .1 9 -51 — x2 dx . 2 x2 Neste exemplo, usamos x = 3 sen O. Então, dx = 3 cos O dO. Assim, •NI9 — x2 = 3 cos O , para << 8<<-2.2 O 2. 416 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Logo, í —x2 dx = 1 3 cos e • 3 cos O d-I 2x2 2 J 9 sen2 O 1 cotg2 e d O2 1 2 (cosec2 O — 1) d e 1= — 2 (— cotg e — e) + C . Devemos agora, escrever este resultado em termos da variável original x. Sabemos que, se x = 3 sen e, — -7t , então e = arc sen —x2 2 3 Observando a Figura 7.1(a), vemos que — x2 cotg e — Portanto, •NI9 — x2 dx 1 ( — x2 — arc sen —x + C . 2x2 2 3 (ii) x2 dx. 7"" 3 x2 + 4 Neste exemplo, usamos x = 2tg O. Então, dx = 2 sec2 e de. Assim, 'Nix2 + 4 = 2 sec 8 , para-7—c < O < 2 2 x2 dx — 3 xx2 + 4 2 -5,1x2 +4 x 2 — ln3 2 2 3 \ix2+4 x 2 + 2 + C Métodos de integração 417 Logo, x23 v.3 x2 + 4 dx 1 s 4 tg2 O • 2 sec2 dO- 3 2 sec • -L31- tg2 O sec O dO • S (sec2 0 — 1) sec dO • J (seca O — sec O) de . Usando a fórmula de recorrência 7.2.11(9), vem J x23 N.3 x2 + 4 dx • 3 [ sec O tg O + J secOdO— J sec O dO = 3 sec O tg O — 3 ln I sec O + tg I + C . Vamos agora, escrever esta resultado em termos da variável original x. Obser- vando a Figura 7.1(b), escrevemos '‘ix2 +sec = 2 4 e tg = 2 • Portanto, 1 _1 = —6 x NX2 + 4 — 2 ln -Nix2 + 4 + x 2 + C 418 Cálculo A -- Funções, Limite, Derivação, Integração Este resultado poderia ainda ser escrito como .\/ x23 ,x2 + 4 dx=-1-x1Lx2 + 4 -3 + 4 + x)+D, 6 3 onde D = C + -2 In 2 . 3 f dx x3.VX2 - 16 Neste exemplo, usamos x = 4 sec O. Então, dx = 4 sec O tg e dO. Assim, 1/X2 - 16 = 4 tg O , para O < O < 1-c ou 7t < < 3 7t 2 - 2 Logo, x311x2 - 16 J 64 4 sec O tg O dO seca O 4 • tg O 1 r - 64 -1 sec2 O 1 64 1 cose e de 1 64 1 + cos 20 dO 2 1 -I (1 + cos 20) dO- 128 - 1288 2 (0 + - 1 sen 20) + C . Métodos de integração 419 Vamos agora, escrever este resultado em termos da variável original x. Obser- vando a Figura 7.1(c), escrevemos '‘ix2 — 16 4 sen O — , cos O = — x Da identidade trigonométrica sen 20 = sen O cos O 2 vem que —1 sen 20 — 16 4 Para substituirmos o valor de O , devemos tomar algum cuidado. Inicialmente, observamos que a função integrando está definida para valores de x 4 e x < —4. Para x > 4, temos que sec O = > 1 e portanto , 0 = arc sec , 7Co < —2 • Para x < — 4, temos que sec O = < —1 e sua inversa4 arc sec 4 toma valores entre —7t e n (ver Seção 2.15.4). 2 n Como ao fazermos a substituição x = 4 sec O, assumimos que n O < 32 e como sec (2n — a) = sec a, para x < — 4, podemos escrever O = 2 n — arc sec —x4 7t 5 0 < 2 dx x3 'N x2 — 16 1 X L1 I X2 - 16 27z — arc sec +128 4 x2 420 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Portanto, para x > 4, temos f' x N dx 1 1/x2 — 16 f x3 •\/x2 — 16 128 4 x2 arc sec + 4 + C ) e para x < — 4, ■1 x 4 'si x2 — 16 — arc sec + 128 4 x2 onde C = —7t + C 64 7.4 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 35, calcular a integral indefinida. i' Sem1. dx 2. .1. cos x • cos (sen x) dx 3. . 1 Nxr- i sen 2x J cos x dx 4. f x tg (x2 + 1) dx 5. ( cotg (1/x) dx 6. f sec (x + 1) dx •1 x2 7. f sen (cot + O) dt 8. f x cosec x2 dx 9. f cos x • tg (sen x) dx 10. f sena (2x + 1) dx 25. 6cos 3x dx Métodos de integração 421 11. J cos5 (3 — 3x) dx 12. J 2x sen4 (x2 -1) dx 13. e2x cose (e2' — 1) dx 14. sena 20 coso 20 d0 15. sena (1 — 20) cos3 (1 — 20) d0 16. S sen19 (t — 1) cos (t — 1) dt 18. f tg3 x cos4 x dx 20. f tg4 x dx 22. 5 15 sen5 x dx 24. f 48 sen2 x cos4x dx 26. f 3 cose x dx sen4 x 28. i 2 .-- dx 30 5 cosa X dx. sen4 x .‘ 5 x tg3 ,six2 32. 1 dx 1X2 — 1 34. i cosec4 (3 — 2x) dx 1 17. 0 — tg, -.; (ln 0) d0 19. J coso x dx sen2 x 21. dx COS4 X 23. 15 sen2 x cos3 x dx 27. 1 sen 3x cos 5x dx 29. sen cot sen (mt + 0) dt 31. seco t cotg6 t sen8 t dt 33. seca (1 — 4x) dx 35.J x cotg2 (x2 — 1) cosec2 (x2 — 1) dx 36. Verificar as fórmulas de recorrência (8), (9) e (10) da Seção 7.2.11. 422 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 37. Verificar as fórmulas: (a) S tgn u du - n 1-1 $ tgn 2 u du (b) S cotg" u du = n -1 1 cotgn -1 u - u du n38. Calcular a área limitada pela curva y = cos x, pelas retas x -7c 3e x = 22 e o eixo dos x. 39. Calcular a área limitada por y = 2 I sen x I , x = O, x = 2n e o eixo dos x. 40. Calcular a área da região limitada por y = tg3 x,y= 1 ex= O. 41. Calcular a área sob o gráfico de y = cos6 x, de O até n. 42. Calcular a área sob o gráfico de y = sen 6 x, de O até n. 43. Calcular a área sob o gráfico de y = sen 3 x, de O até 7C. 3 n 44. Calcular a área entre as curvas y = sen 2 x e y 4 cos2 x, de --1C até 4 Nos exercícios de 45 a 67, calcular a integral indefinida. 45. dxx2„/„:2_5 • f dt -‘19 - 16 ê 47. .1. X31IX2 - 9 dx 48. S (1 - 4 l2)3/2 dt 49. S X2 .‘i4 - X2 dx 50. f X3 -N/X2 -f- 3 dx 51. i 5x + 4 dx 52. j. (x +1)2 "■Lc2 + 1 dx J X3 \X2 +1 53. 5 ., I '7 + 16 ,er5 dt 54. $ .,/ 6r dxvr 2r + 1 Métodos de integração 423 55. f 56. fX2 dx"\12 — X2 x + 1 dx57 r dx-‘14 — e2x 58. S 'N/x 2 — 1 drx2 J VX2 — 1 59. 3 '511 + x2 dx 60. J (x + 1) dx x3 — x2 61. (6x + 5) dx 62. (x + 3) dx. "\19x2 + 1 -Vx2 + 2xJ 63. f.\14 - x2 dx 64. f Jx2 — 4 dx 65. f -V4 + X2 dx x2 66. .{ (*Ni 1 + x2 + 2x) dx 67. f +sen x dx -\11 + x2 Nos exercícios de 68 a 72, calcular a integral definida. 68. 70. dx fa/2b69. o 71. — b2 x2 dx, 0<a<b dt O ' 1`3x2 + 2 dt f 1 t4 + t2 dt t2 .‘19t2 + 16 72. (t — 1)2 \i(t — 1)2 — 9 424 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.5 INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS POR FRAÇÕES PARCIAIS No Capítulo 2, vimos que uma função racional f(x) é definida como o quo- ciente de duas funções polinomiais, ou seja, p(x) flx) — q(x) onde p(x) e q(x) são polinômios. As integrais de algumas funções racionais simples, como por exemplo 1 1 2x 1 x2 x2 + 1 .x2 + 1 x2 + 6x + 13 são imediatas ou podem ser resolvidas por substituição e já foram vistas anteriormente. Nesta seção, vamos apresentar um procedimento sistemático para calcular a integral de1~.1 r função racional. A idéia básica é escrever a função racional dada como uma soma de frações mais simples. Para isto, usaremos um resultado importante da Álgebra, que é dado na proposição seguinte. 7.5.1 Proposição. Se p(x) é um polinômio com coeficientes reais, p(x) pode ser expresso como um produto de fatores lineares e/ou quadráticos, todos com coeficientes reais. 7.5.2 Exemplos. (i) O polinômio q(x) = x2 — 3x + 2 pode ser escrito como o produto dos fatores lineares x — 2 e x — 1, ou seja, q(x) = (x — 2) (x — 1). (ii) O polinômio q(x) = x3 — x2 + x — 1 pode ser expresso como o produto do fator linear x — 1 pelo fator quadrático irredutível x 2 + 1, isto é, q (x) = (x2 + 1) (x — 1). Métodos de integração 425 [ 1(iii) p(x) = 3 x + — 3 (x — 1)2 (x2 + 3x + 4) é uma decomposição do poli- / nômio p(x) = 3x5 + 4x4 — 2x3 — 16x2 + 7x + 4. A decomposição da função racional f(x) — p(x) em frações mais simples, estáq(x) subordinada ao modo como o denominador q(x) se decompõe nos fatores lineares e/ou quadráticos irredutíveis. Vamos considerar os vários casos separadamente. As formas das respectivas frações parciais são asseguradas por resultados da Álgebra e não serão demonstradas. Para o desenvolvimento do método, vamos considerar que o coeficiente do termo de mais alto grau do polinômio do denominador q(x) é 1. Se isso não ocorrer, dividimos o numerador e o denominador da função racional f(x) por esse coeficiente. Vamos supor, também, que o grau de p(x) é menor que o grau de q(x). Caso isso não ocorra, devemos primeiro efetuar a divisão de p(x) por q(x). As diversas situações serão exploradas nos exemplos. 1 2 Caso. Os fatores de q(x) são lineares e distintos. Neste caso, podemos escrever q(x) na forma q(x) = (x — a 1 ) — a2) (x — an ), onde os ai, i = 1, n, são distintos dois a dois. A decomposição da função racional f(x) p(x)x) = em frações mais simples é q(x) dada por 1 f(x) — A A2 + + A n x — a 1 x — a2 x — an onde A1, A2, •"' An são constantes que devem ser determinadas. 426 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7.5.3 Exemplos x — 2 x3 — 3x2 — x + 3 (i) Calcular I = dx . Solução. Temos, x — 2 x — 2 x3 — 3x2 — x + 3 (x — 1) (x + 1) (x — 3) x — 1 + x + 1 x — 3 Reduzindo novamente ao mesmo denominador, vem x — 2 (x + 1)(x —3)A 1 + (x — 1)(x —3)A2 + (x — 1)(x + 1)A 3 (x —1)(x + 1)(x —3) (x —1) (x + 1)(x-3) (x2 — 2x — 3) A 1 + (x2 — 4x + 3) A2 + (X2 - 1) A 3 (X - 1) (X + 1) (X - 3) (A i + A2 A3 )X2 + (- 2A 1 — 4A2)x + (— 3A 1 + 3A2 —A3) (x 1) (x + 1) (x — 3) Eliminando os denominadores, obtemos x — 2 = (A 1 + A2 + A3 ) X2 + (-2A 1 - 4A2) X + (-3A 1 + 3A 2 - A3). Igualando os coeficientes das mesmas potências de x, segue que A 1 + A2 + A3 = O -2A 1 - 4A2 = 1 -3A 1 + 3A2 - A3 = —2 . A i A2 A3 Métodos de integração 427 Resolvendo o sistema de equações, obtemos 1 3 1A i = —4 , A2 = —8 e = — • 8 Portanto, a decomposição em frações parciais é dada por x — 2 1/4 — 3/8 1/8 (x — 1) (x + 1) (x — 3) - x — 1 x + 1 x — 3 1 1 3 1 1 1 • 4 x — 1 - 8 x + 1 + 8 x — 3 e então, — 1 dx 3i dx 1 í 4-1 x-1 8.1 x+1 8-x— 3 1= 4—lnlx-11--1nlx+11+-1nlx-31+C. Observamos que existe outra maneira prática para determinar os valores das constantes A 1, e A3. Eliminando os denominadores na igualdade x — 2 Al A2 A3 (X - 1) (X + 1)(X - 3) x — 1 x + 1 x — 3 obtemos x — 2 = (x + 1) (x — 3) A 1 -F (x — 1) (x — 3) A2 (X - 1)(X + 1) A3 . Podemos, agora, determinar A 1 , A2 e A 3 tomando valores de x que anulem os diversos fatores, como segue: 428 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração x = 1 —> 1 — 2 = (1 + 1) (1 —3)A 1 + (1-1) (1 —3)A2 + (1— 1)(1 + 1) A3 — 1 = —4A 1 A l = 1 x= —1 —> —1 — 2 = (-1 + 1) (-1 — 3)A 1 + (-1— 1) (-1 — 3)A 2 + (-1 - 1) (- 1 + 1) A3 • —3 = 8A2 A= -----3 •2 8 x = 3 —> 3 — 2 = (3 + 1) (3 — 3) A / + (3 — 1) (3 — 3) A 2 + (3 — 1) (3 + 1) A3 1 = 8A3 A3 1 8 • (ii) Calcular / — — 4x3 dx 2x3 + x2 — 2x — 1 Solução. Para resolvermos este exemplo, devemos inicialmente preparar o integrando. Como o grau de p (x) é igual ao grau de q (x) efetuamos a divisão dos polinômios. Temos, —4x3 2x2 — 4x — 2 --2+ 2x3 + X2 - 2x — 1 2x-3 + x2 — 2x — 1 Métodos de integração 429 Portanto, _ 2dx 2x2 — 4x — 2 dx 2x3 + x2 — 2x— 1 = —2x+1 1 , 2x2onde / = — 4x -- 2 dx 1 2r3 + x2 — 2x — 1 Para resolver I l , ainda necessitamos preparar o integrando. Dividindo o nu- merador e o denominador da função integrando por 2, vem 1 r 1/2 (2x2 — 4x — 2) dx 1/2 (213 + x2 — — 1) J X2 - 2x — 1 X3 + -1 X2 - X - 2 1 Como as raízes de q(x) = x3 + —2 2x2 — x — — 1 são x = 1 , x = —1/2 e x = —1, temos x2 — 2x — 1 Al A2 A3 11 X - 1 X + 1/2 X + 1X3 + 2 X 2 - X - 2 Eliminando os denominadores, obtemos dx. x2 — 2x — 1 = (x + 1/2) (x + 1) + (x — 1) (x + 1) A2 + (X - 1) (X + 1/2) A3 . x = — — 2 -3 1/4 = 2 A2 1 430 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Substituindo x pelos valores x = 1, x = —1/2 e x = —1, vem X = 1 -> 3—2 = — 2 • 2 A l A = — —21 3 e então, X = -1 -3 A2 = - -3 ; 2 = —2 • • A2 3 A3 = 2. Portanto, X2 - 2x — 1 2 1 1 1 1 1 1 3 x-1 3 x+1/2 x + 1X3 + - 2 x2 — x — 2 2 í dx 1 í dx + 2 í dx 3Jx-1 3ix+1/2 Jx+1 2 1—3 = — — 3 ln Ex — 1 I — ln lx + 1/2 1 + 2 ln Ix + 1 1 + C1 Métodos de integração 431 Logo, 1 1 = — 2x — — 2 ln lx — 1 I — —3 ln lx + 1/2 I +2 ln lx + 11 + C 3 1 = — 2x — —2 ln lx— 1 1 — —3 ln I2x + 1 1 + — 3 ln 2 + 2 ln lx + 1 I + C = —2x — —2 ln lx— 11— — 3 ln I2x + 11+ 21n lx + 11+C, onde C = C / + —3 ln 2 . 22 Caso. Os fatores de q(x) são lineares sendo que alguns deles se repetem. Sé um fator linear x — a i de q(x) tem multiplicidade r, a esse fator corres- ponderá uma soma de frações parciais da forma B 1 B2 — a dr (X — a ¡)r i . . . — ai) onde B 1 , B2 , . . . , Br são constantes que devem ser determinadas. 7.5.4 Exemplos (i) Calcular X3 ± 3x 1 dx . x4 — 4x2 Solução. As raízes de q (x) são x = 2, x = —2 e x = O, sendo que x = O tem multiplicidade 2. Assim, o integrando pode ser escrito na forma x3 + 3x — 1 x3 + 3x — 1 x4 4x2 (x — 2) (x + 2) x2 432 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Al A2 B1 B2- • x — 2 x + 2 x2 x Eliminando os denominadores, obtemos x3 + 3x — 1 = (x +2)x2 A 1 + (x — 2) x2 A2 + (x — 2) (x + 2) B i + (x — 2) (x + 2) xB2 Atribuindo a x os valores x = 2, x = —2 e x = O, vem x = 2 --> 13=4 • 4A 1 , A 13 '11 16' x = - 2 --> —15 =-4•4A A — 2.---5 • 2 , 2 - 16' = 1 x = O -4 —1 = —2 • 2 B I , B 1 4 Por esse procedimento não conseguimos determinar o valor de B2. Para deter- miná-lo, tomamos uma equação conveniente do sistema obtido igualando os coeficien tes das mesmas potências de x. Usando a igualdade dos coeficientes de x 3 , obtemos 1 = A i + A2 + B2 1 = 13- + + 816 16 2 B2 = - 3 Métodos de integração 433 Portanto, x3 + 3x – 1 13 1 15 1 1 1 3 1 x4 – 4 x2 16 x – 2 16 x + 2 -I- 4 • x2 4 • x e então, ix3 + 3x– 1 – 13 dx 15 dx lfdx – 3 idxdx -1 x4 – 4 x- 16 .1 x – 2 16 x + 2 4 x2 4 x = —13 lnLx-21 + 15 – 1 34x Inixi+C•16 16 (ii) Calcular 121 8x3 – 12,c2 + 6x – 1 dx. Vamos primeiro, encontrar a integral indefinida dx . 8x3 – 12x2 + 6x – 1 Como o coeficiente do termo de mais alto grau do polinômio do denominador é diferente de 1, para resolvermos I, necessitamos preparar o integrando. Dividindo o numerador e o denominador da função integrando por 8, vem 3f x/8 X3 - 3 - 2 X2 I- - x – 1 dx 4 8 1 8 3 1 X3 - -3 x2 + – 4 x – – 82 = x dx. 434 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração O polinômio q(x) = x3 - 3x2 + —3x - -1 2 tem raiz x = -12 4 com multiplicidade 3. Assim, o integrando pode ser escrito na forma Al A2 3 1 3 ▪ f 8 x 2 ) 2 + - 4 x - - r 1 1 A3■ x - 22 Eliminando os denominadores, vem x = A + A2 + 1"x- 2 2 A3 = A3 X2 + (-A3 + A2 4) x + - 1 A3 2- - 1 A2 +A l . Igualando os coeficientes das mesmas potências de x, segue que A3 = O A2 - A3 = 1 A 2 4 + -1 A 3 O2 Resolvendo o sistema de equações, obtemos A1 = -2 A2 = 1 e A3 = O . Portanto, a decomposição em frações parciais é dada por x 1 1 2 4 x— 8 2 - - 1 2 X - ' X3 - X2 ( 1 Métodos de integração 435 e então, 1 — 8 1 i* dx 2 — 1/2) 3 + 8 4 (x — 1/2) 2 x — 1/2 Logo, i2 X 3 1 8X3 - 1 2X2 1- 6X - 1 8 1 8 5 18 - 1 1 1- 1 1/2] [4(x — 1/2)2 —1 x — 1/2 1 1 [4 • (2 — 1/2)2 2 — 1/2 4 (1 — 1/2)2 Observamos que o procedimento prático adotado nos exemplos anteriores para calcular as constantes das frações parciais, não é eficiente neste exemplo, pois ele fornece apenas o valor de uma das constantes. No entanto, ele pode ser usado como ferramenta auxiliar. 3 1 Caso. Os fatores de q(x) são lineares e quadráticos irredutíveis, sendo que os fatores :.dadráticos não se repetem. A cada fator quadrático x2 + bx + c de q(x), corresponderá uma fração parcial dx ia forma 436 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Cx + D x2 + bx + c 7.5.5 Exemplos (i) Calcular I = f 2x2 + 5x + 4 dx x3 + x2 + x — 3 O polinômio q(x) = x3 + x2 + x — 3 tem apenas uma raiz real, x = 1. Sua decomposição em fatores lineares e quadráticos é dada por q(x) = (x — 1) (x2 + 2x + 3). Podemos, então, expressar o integrando na forma 2x2 + 5x + 4 A Cx + D x3 + x2 + x — 3 x — 1 -4- x2 + 2x + 3 Eliminando os denominadores, vem 2x2 +5x+4 = A(x2 +2x+3)+(Cx+D)(x-1) = (A + C)x2 + (2A —C +D)x +3A —D, e então, { A + C = 2 2A — C + D = 5 3A — D = 4 . r- Métodos de integração 437 Resolvendo o sistema, obtemos 11 1 9A = —6 ; C -- —6 e D —6 • Portanto, 2x2 + 5x + 4 11 1 1 x + 9 x 3 + x2 + x — 3 6 • x — I + 6 • x2 + 2x + 3 e dessa forma, 11 r dx 1 f x + 9 dx6 x 1 6 x2 + 2x + 3 1= —11 ln lx 1 I + —6 /1 + C ,6 onde, x + 9 /1 = ,, dx . + 2.x + 3 O integrando de / 1 é uma função racional cujo denominador é um polinômio quadrático irredutível. Integrais dessa forma, aparecem freqüentemente na integração das funções racionais e podem ser resolvidas completando o quadrado do denominador e fazendo substituições convenientes. Temos, x2 +2x+3 = (x2 +2x+1)-1+3 = (x + 1)2 + 2, 438 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração e portanto, = x + 9 dx1 j + 1)2 + 2 Fazendo a substituição u = x + 1, temos x = u — 1 e dx = du. Então, ru-1+9 chi_ i u + 8 du1 u2 + 2 J u2 + 2 u du + 8 du u2 + 2 J u2 + 2 1= —2 ln (u2 + 2) + arc tg + C N2 .V2 1 = —2 In (x2 + 2x + 3) + arc tg x + 1 +C . Logo, / = —11 ln — 1 I + —1 El ln (22 + 2x + 3) + arc tg6 2 N2 N2 8 x + 1 dx (ii) Calcular 1o (x 2 + x + 1) (x2 + 4x + 5) Vamos primeiro, calcular a integral indefinida dx (x2 + x + 1) (x2 + 4x + 5) _ Métodos de integração 439 O polinômio q(x) = (x2 + x + 1) (x2 + 4x + 5) não possui raízes reais e já se encontra decomposto em fatores quadráticos irredutíveis. Podemos, então, escrever o integrando na forma 1 C x + D C2x + D2 (X2 + + 1) (X2 + 4x + 5) x2 + x + 1 ± x2 + 4x + 5 Eliminando os denominadores, vem 1 (C1x+D1)(x2+4x+5)+(C2x+D2)(x2+x+ 1) (C 1 + C2) x3 + (4C i + C2 + D i + D2) X2 + (5C 1 + C2 + 4D 1 + D2) X + 5D 1 + D2 , e então, Cl + C2 = 0 4C 1 + C2 + D i + D2 = 0 5C1 + C2 + 4D 1 + D2 = 0 5D 1 + D2 = 1 . Resolvendo o sistema, obtemos 3 3 n e D =C = ; = e 2 13Cl = — 13 , 2 13 = 8 Portanto, 1 1 —3x + 1 1 3x + 8 (x2 + x + 1) (x2 + 4x + 5) 13 x2 + x + 1 + 13 x2 + 4x + 5 e assim, I 1( —3x + 1 dx + 1 í 3x + 8 dx . ' = 13J .1-2 +x+ 1 13 -I x2 + 4x + 5 440 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Completando os quadrados dos denominadores, vem —3x + 1 dx 3x + 8 (x + 1/2)2 + 3/4 + J (x + 2)2 + 1 dx Fazendo a substituição u = x + 1/2 na primeira integral e v = x + 2 na segunda, obtemos 1 = —3 (u — 1/2) + 13 (v — 2) + 8 u2 + 3/4 du + v2 + 1 d1,1 1 13 1 u du 5 du u2 + 3/4 2 u2 + 3/4 + 3 v dv v2 + 1 2 dv v2 + 1 3 C-2 1 — ln (u2 + 3/4) + 2 arc tg 2 3 ln (v2 + 1) + 2 arc tg v1 2 5 2 ln (x2 + x + 1) + 1 [ 3 5 arc tg 1 + —3 ln (x2 + 4x + 5) + 2 arc tg (x + 2) + C .2 Logo, o (x2 +x+1)(x2 +4x+ 5) 13 2 in 3 + 5 3 1 [ 3 arc tg + ln 10 3 3I. 1 dx — — 1 3+ 2 arc tg 3 — 5 3.\& —2 arc tg — ln 5 — 2 arc tg 2 +C Métodos de integração 441 1 3 [ 3 2 / n 3 5 .N& 3 n + 2 arc tg 3 - 5 .\1--3 • 7c6 - 2 arc tg2 ± 3 1 13 [ 2 3 2 3 4- 5 18 + 2 arc tg 3 - 2 arc tg 2 . 4° Caso. Os fatores de q(x) são lineares e quadráticos irredutíveis sendo que alguns dos fatores quadráticos se repetem. Se um fator quadrático x2 + bx + c de q(x) tem multiplicidade s, a esse fator corresponderá uma soma de frações parciais da forma C x + D C2x + D2 Csx + DS (x2 + bx + c)s (x2 + bx + c)s -1 x2 + bx + c 7.5.6 Exemplos x + 1 (i) Calcular / - r dx . *1 X (X2 -1- 2x + 3)2 O integrando pode ser escrito na forma x + 1 A Cix + D l C2x + D2 X (X2 + 2x + 3)2 x + (X2 ± 2x + 3)2 + (x2 + 2x + 3) • Eliminando os denominadores, vem x + 1 ii(x2+2x+3)2+x(Cix+D1)+ x (x2 + 2x + 3) (C2 x +D2) (A + C2) x4 + (4A + 2C2 + D2) x3 + (10A + + 3C2 2D2) X2 + (12A + + 3D2)x + 9A, 442 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração e então, 4A 10A + C l + 3C2 9 + 2C2 + D + 3D2 1 9A = 1 . 1 2D2 = 0 12A + D2 .= A + C2 = Resolvendo o sistema, obtemos A = -9- 1 1 1 – ; C 1 =-3 ;D l =-3 ;C2 9 1 2– ; D2 = e assim, x + 1 1 1 1 – x + 1 1 – x – 2 x (x2 + + 3)2 9 • x ± 3 • (x2 + 2x + 3) 2 ± 9 • x2 + 2x + 3 • Portanto, 1 dx 1I = —x + 3 – x + 1 dx – 1 .1 x + 2 dx (x2 + 2x + 3)2 9 x2 + 2x + 3 9 1 1In lx I + 3 / – – 1 /2' –x x+ 1 + 2 onde /, – (x2 + 2x + e L, - x2 + 2x + 3 dx dx . A integral /2 é análoga às que foram resolvidas no decorrer dos exemplos do 3° Caso. Como naqueles exemplos, para resolvê-la, completamos o quadrado do deno- minador e fazemos uma substituição conveniente. Temos, x + 2 /, – dx – x + 2 dx. x2 + 2x + 3 (x + 1)2 + 2 Métodos de integração 443 Fazendo a substituição u = x + 1 ; x = u — 1 e dx = du, vem u + 1 = du u2 + 2 j"u2 u+2 du + J du u2 ± 2 2 ln (u2 + 2) + 1 arc tg + C 1 1 x + 1 = —2 ln (x2 + 2x + 3) + r- arc tg + Uma integral como 1 não foi vista anteriormente. Para calculá-la, inicial- mente, completamos o quadrado do denominador e fazemos a mesma substituição que fizemos para calcular /2. Temos, 11 — x + 1 (x2 + 2x + 3)2 dx r —x + 1 dx [(x + 1)2 ± 212 — u + 2 du(u2 + 2)2 (onde u = x + 1) u du+ 2 J (u2 + 2)2 du (u2 + 2)2 1 du 2 (U2 1- 2) + (U2 + 2)2 du Para (u + 2)2 podemos recorrer a uma substituiçãoara resolver a integral trigonométrica como foi visto em 7.3. Fazemos u = õ tg O. Então du = see2 8 dO. Assim, 444 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração du (u2 + 2)2 .NÕ sec2 dO (2 tg2 O + 2)2 fl seca e de 4 seco e j de - 4 .1 sec2 O f cose e do • 4 r- ■ - N2 - 1 cos sen4 2 1 + -2 • 8 (cos e sen O + e) . Para retornar à variável anterior u, observamos a Figura 7.2. Temos, f2- cos e -\/2 + u2 sen + 1.42 = arc tg (u2 + 2)2 8 2 + u2 Figura 7-2 Portanto, du r -v2 u + arc tg u a) Métodos de integração . 445 e então, Il 2 (u 21+ 2) + 2 8 [2 :2 arc tg + C . Retornando à variável original x, vem 1 1 + + arc t 1) x + 11 +C ., 2 (x-2 + 2x + 3) 4 x2 + 2x + 3 g Substituindo os resultados obtidos para / 1 e /2 na integral 1, obtemos / = —1 ln Lx1 + +1 1 1 x + 1 + arc tg x +1 9 3[2(x2+2x+3) 2 x2 +2x+3 4 — — 9 1 —2 [1 x 1 +ln (x-2 + 2x + 3) + arc tg + C = 9 — ln x + 6(x2 +2x+3) 36 x1 x + 2 -\12- + 1 + are tg r— — ln + 2x + 3) + C . -V2 Na resolução das integrais de funções racionais que se enquadram no 4° Caso, normalmente aparecem integrais da forma du (u2 a2) n , n 1 . Se n = 1, esta integral nos dá arco tangente. No exemplo a seguir, encontramos uma fórmula de recorrência para esta integral, para n > 1. du (ii) Determinar uma fórmula ele recorrência para I n = J (u2 a2) n n> 1 . 446 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Inicialmente, vamos escrever a integral dada na seguinte forma conveniente: 1 (a2 + u2) — u2 du a2 j (U2 I- a2) n - U2du , = a2 (u2 + a2) n , 2Ui a2) n du . Temos, Agora, vamos usar integração por partes para resolver a segunda integral. U2 (u2 ▪ a2) n J (u2 a2) n du . Fazendo U =U du* = du dv = 2 a2) n 2 (1 — n) u du (u2 a2) 1-n - vem u2 u (u2 ▪ a2) 1-n r (u2 a2) 1 -n du(u2 ▪ a2) n du — 2 (1 — n) 2 (1 — n) = u „ (lê ▪ a2) 1 -n 1 du 2 (1 — n) 2 (n — (u2 a2)n-1' Substituindo este resultado na expressão geral de / n, obtemos In 1 du u (u2 + a2) 1 n 1 du a2 [ (u2 + a2) n-1 2 (1 — n) 2 (n — 1) (u2 + a2) ' 1 1-/ Métodos de integração 447 1 u ( u 2 a2) 1-n 2 (n - 1) - 1 du a2 + 2 (n - 1) 2 (n - 1) J (u2 a2) n-1 1 u (u2 a2) 1-n 2n - 3 du a2 2 (n - 1) 2 (n - 1) f (u2 a2) n-1 Logo, du u (u2 a2) 1- n 2n - 3 du (u2 a2) n 2a2 (n -1) + 22a (n - 1) -I (u2 a2) n-l • dx (iii) Calcular I = J (4r2 + 8x + 13)3 A integral I pode ser reescrita na forma dx [4(++1)+9I 3 dx [ (2x + 2)2 + 9 ] 3 Fazendo a substituição u = 2x + 2; du = 2dx, obtemos I = -1 du 2 J (u2 +32)3 Utilizando a fórmula de recorrência do exemplo anterior, vem I= - 1 [ 2 9 2 2 9 2 u (u2 + 9) -2 + 3 S du 2 + 9)2 8. dxx3 _ 4x2 (x2 + 1) x4 - 7x3 + 18x2 - 20x + 8 7. dx 10. í 5 dx x3 + 4x 9. í x3 + 2x2 + 4 dx 2x2 + 2 448 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração 1 2 { 3 u (u2 + 9) -1± 1 du 36 ( + 9)2 36 [ 2 9 1 2tê + 9 1 /42 I- 9 1} 1 u u 1 1 2 arc tg 33 + C 36 (u2 + 9)2 + 36 18 (u [ + 9) + 18 • 1 2x + 2 3 2x + 2[ + C { 18 (4x2 + 8x + 13) 1 2x + 21} + arc tg 54 3 x + 1 1 x + 1 1 2x+2 1 + C.36 (4x2 + 8x + 13)2 + 12 [ 18 + (4x2 + 8x + 13) arc tg 108 3 7.6 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 23, calcular a integral indefinida. 1. xx+3x d x dx2x2 + 3x - 2 í 2x + 1 2. dx x - 1 3x2 3. x3 + x2 - 4x -- 4. 4 2x3 - X2 - 2x + 1 dx 5. í x2 + 5x + 4 dx 6 x -x _ 1 dx .; x2 _ 2x + 1 (x - 2)2 (x - 3)- dx 16. 1 X2 dx3x2 _ 1 x _ 2 2 15'J 4X -x3 - 6X2 + 4x + 8 4x4 17. f 19. 1 dXr3 + 9x x3 + x2 + 2x + dX 21. X3 - 1 r dx x4 — 3x3 + 3x2 — x 23. f x2 + 2x — 1 dx 24. (x — 1)2 (x2 + 1) Verificar a fórmula da 1 u + a— ln a2 - U2 2a u — a 25. Calcular a área da região limitada pelas curvas 1 1 (x — 1) (x — 4) Y (1 — x) (x — 4) 26. Calcular a área da região sob o gráfico de y = 18. f dx ,,(x` + 1) (x2 + 4) x = 2 e x = 3 . 1 , de x = — 2 até x = 2 . + 2x + 5 20. X3 dX (x2 + 2)2 x dx 22. (x — 1)2 (X + 1)2 Métodos de integração 449 11. í 3x — 1 dx / x2 — x + 1 12. dx ,3 + 8 13. J x — 1 dx (x2 + 2x + 3)2 14. .1* dxx (x2 — x + 1)2 450 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 27. Calcular a área da região sob o gráfico de y = — 1 , de x = 1 até x = 4 . x2 (x — 5) 1 28. Calcular a área da região sob o gráfico de y — ( + 3)` de x = — 2 até x = 2. x2 7.7 INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS DE SENO E COSSENO Quando temos uma integral da forma ei R (cos x, sen x) dx , isto é, o integrando é uma função racional de sen x e cos x, a integral dada pode ser reduzida a uma integral de uma função racional de uma nova variável t. Para isso, fazemos a substituição. t = tg -2 , - 7C < x < 7C . (1) Para exprimir a função integrando em termos da nova variável t, precisamos encontrar cos x, sen x e dx em função de t. Temos, sen x - 2 sen -x cos - 22 1 2 sen -x cos -x 2 2 cos2 sen -x2 2 2 sen cos / cos2 -X 2 2 / 2 ¡cos2 -x + sen2 -x 2 / cos2 X 2 2 Além disso, como t = tg 2 , temos x = 2 arc tg t, e assim, dx = 2 dt 1 + t2 Métodos de integração 451 cos x 2 tg —2 1 + tg2 X 2 2t 1 + t2 cos x2 — sen2 —x 2 2 1 cos2 —X — sen2 X2 2 ( cose X— 2 —x+ sen2 cos2 2 2 1 — tg2 X 2 1 + tg2 —X 2 1 — t2 1 + t2 Portanto, quando fazemos a substituição t = tg 2 , podemos utilizar as fór- mulas 2t 1 — t2 2 dt sen x — cos x — dx — 1 + t2 1 t2 1 + , (2) 452 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Observamos que a substituição (1) transforma qualquer integral de função racional de seno e cosseno, numa integral de função racional de t. Por isso, ela também é conhecida como a "substituição universal" para a integração de expressões trigono- métricas. 7.7.1 Exemplos (i) Calcular 1 = f dx3 + 5 cos x • Fazendo x = tg -t e usando (2), vem2 I = 2 dt .f 1 t2 1 t23 + 5 1 + t2 2 dt f 1 + t2 3 + 3t2 + 5 -5t2 1 + t2 2 dt -1 8 - 2 t2 dt J t2 - 4 Resolvendo esta integral pelo método das frações parciais, vem [ 1 dt 1 dt 4- I t+ 2 4.1 t-2 Métodos de integração 453 1 1= —4 ln t + 21 —4 1n 1 t — 21 + C =4 In t + 2 t — 2 + C. Finalmente, substituindo t = tg 2 , obtemos I = —4 ln tg + 2 tg —x 2 — 2 (ii) Calcular / = S dx sen x + cos x + 2 • Usando a substituição x = tg —t e (2), vem2 2 dt 1 + t2 2t 1 2 1+t2 1 + t` 2 dt 1 +t2 2t + 1 — t2 + 2 + 2t2 1 + t2 2 dt t2 + 2t + 3 454 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração = 2 1 dt (t + 1)2 + 2 2 cr— ar tg +C =arc tg 2 (t + 1) + C . Substituindo t = tg 2 , obtemos I= arc tg [ 2 tg 2— + 1 + C .x 7.8 INTEGRAIS ENVOLVENDO EXPRESSÕES DA FORMA "\I ax2 + bx + c (a � O) Algumas integrais que envolvem a expressão 'N ax2 + bx + c , podem ser resolvidas usando-se uma substituição conveniente. Podemos completar o quadrado do trinômio axe + bx + c, para visualizar a substituição. Os exemplos seguintes apresentam casos onde, após a substituição, a integral recai numa integral tabelada ou numa integral de um dos tipos apresentados ante- riormente. 7.8.1 Exemplos (i) Calcular I = dx LX2 + 8x + 15 / = ln x + 4 + -\/x2 + 8x + 15 + C. Métodos de integração 455 Vamos completar o quadrado do trinômio x 2 + 8x + 15. Temos, x2 + 8x + 15 = (x + 4)2 — 1. Neste caso, a substituição conveniente é u = x + 4 ; du = dx, que transforma a integral / numa integral tabelada (ver 6.1.10 — (22)). Temos, 1 du = arg cosh u + C = ln 1 u + 'qu2 — 1 + C . Portanto, / = arg cosh (x + 4) + C ou 3x + 2 (ii) Calcular 1 = dx . — 16x — 4x2 Temos, 9— 16x — 4x2 =25 — (2x + 4)2 . 456 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Logo, I f 3x + 2 .\/25 - (2x + 4)2 Para resolver esta integral, podemos usar uma substituição trigonométrica (ver Seção 7.3). Temos, 2x + 4 = 5 sen 6, dx = -5 cos 0 de e2 — 7t 2 - - 2 -■125 - (2x + 4)2 = 5 cos O . Logo, 1 - f 3 (5/2 sen - 2) + 2 5 cos O dO5 cos O 2 f[ — 15 sen O - 2 dO 4 = - —15 cos O - 20 + C .4 2x + 4 2x + 4Como 2x + 4 = 5 sen O, temos que sen O - 5 , 0 - arc sen 5 e cos O = 125 (2x + 4)2.5 Métodos de integração 457 Portanto, 15 1 =• 5— • — N25 — (2x + 4)2 — 2 arc sen 2x 5 + 4 + C 4 f2x 9— 4 5— 16x — 4x 2 — 2 arc sen + 4 + C . — A seguir apresentamos outras substituições usadas para a resolução deste tipo de integral. Temos os seguintes casos: (a) O trinômio axe + bx + c apresenta a > O. Neste caso, podemos usar -‘lax2 + bx + c =±fia x + t . (1 ) (b) O trinômio axe + bx + c apresenta c > O. Neste caso, podemos usar •\161.7ê + bx + c = xt ± -‘1-c (2) (c) O trinômio axe + bx + c tem raízes reais. Usamos, para este caso, a substituição •Nlax2 + bx + c = (x — r) t , (3) onde r é qualquer uma das raízes do trinômio axe + bx + c. 458 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Os exemplos seguintes mostram esses casos. 7.8.2 Exemplos (i) Calcular I = dx x -\1 4x2 + x - 3 Neste caso, o trinômio apresenta a = 4 > O e raízes reais. Portanto, podemos escolher entre as substituições dos casos (a) e (c). Vamos escolher o caso (a), usando o sinal positivo de (1). Temos, •Ni 4x2 + x - 3 = 2x + t. Então, 4x2 +x-3 (2x + t) 2 4x2 +x-3 = 4x2 +4xt+t2 x-4xt = t2 +3 x(1-4t) = t2 +3 t2 + 3 x 1 - 4t dx - 4t2 + 2t + 12 (1 - 4t)2 dt e 14x2 + x - 3 = 2 • t2 + 3+ t 1 - 4t - 2t2 + t + 6 1 -4t • Métodos de integração 459 Substituindo essas expressões na integral, vem — 4t2 + 2t + 12 (1 — 4t)2 12 -i- 3 — 2t2 + t + 6 dt 1 — 4t 1 — 4t f• 2 J t2 + 3 dt cr— ar tg + C N3 N3 14x2 + x — 3 — 2x +C.2 c= —,-- ar tg N3 dx (x + 4) -‘1x2 + 4x + 9 O trinômio x2 + 4x + 9 tem a = 1 > 0 e c = 9 > 0. Portanto, podemos escolher entre os casos (a) e (b). Vamos usar (2) com o sinal positivo. Temos, •Vx2 + 4x + 9 = x t + 3 x2 + 4x + 9 = (x t + 3)2 6t — 4 1 — 12 ; 6t2 — 8t + 6 (1 — t2)2 (ii) Calcular I = x dx 460 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração e •Vx2 + 4x + 9 — 6t — 1 — /2 t + 3 3t2 — 4t + 3 1 — t2 Substituindo esses resultados na integral, vem = 6t2 — 8t + 6 (1 — t2)2 6t — 4 + 4 3t2 — 4t + 3 1 — t2 1 — t2 dt dt —2t2 + 3t _ 1 dt 2 J t2 — 3/2 t Esta integral pode ser resolvida por frações parciais (ver Seção 7.5). Como as raízes de q (x) = t2 — —3 t são t = 0 e t= 3/2 , vem2 1 Al A2 -3 3t2 - - 2 t t — Eliminando os denominadores, obtemos 1 = A l (t — 3/2) + A2 t . "■/x2 + 4x + 9 —3 x 3ln 2Ix2 +4x+9 — 3x — 6 x = ln + C . Métodos de integração 461 Substituindo t pelos valores t = O e t = 3/2, vem t = O —> 31 =-2A 1A 1 A = — —2 •1 3 , 3t = —2 —> 1 = 3 A2 2 2A2 = -3- . Logo, — 213 dt + 2/3 dt t t —3/2 2 1 2 In t 1 — 1 2 ln I r 3/2 I + C3 • 3 1 = 1 ln —3 ln — 3 1 + Voltando à variável x, temos 462 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração (iii) Calcular 1 = dx x Nx2 + x - 6 Neste exemplo, r 1 = 2 e r2 = -3. Podemos, Temos, a = 1 > O e o trinômio x2 + x - 6 apresenta raízes reais então escolher entre (1) e (3). Escolhemos (3) com r = 2. •Nix2 + x - 6 = (x - 2) t x2 +x-6 = (x - 2)2 t2 (x - 2) (x + 3) (x - 2)2 t2 x + 3 (x - 2) t2 x 212 + 3 t2 - 1 C = - 10t (t2 - 1)2 e r 212 + 3 2 12 - 1 1x2 + x - 6 = • t 5t t 2 - 1 Substituindo em 1, obtemos -10t I. (12 - 1)2 d t2t2 + 3 5t t2 - 1 t2 - I I = Métodos de integração 463 = r —10t10r + 15t dt j* — dt t2 + 2 1 = — arc tg 2 2 +C f '■/x2 + x — 6 arc tg x — 2■ 7.9 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 14, calcular a integral indefinida. + C. r (1 + sen x) 1. j dx 2.sen x (1 + cos x) dx J 1 + sen x + cos x 2 dx 3. 4.sen x + tg x 5 4 dx + 5.cos x dx 5. 6. 3 + cos x f l dx — cos x 1 + cos x 7. dx 8.1 — sen x 9, í cos (2t — 1) dt 2 — cos (2t — 1) 11. dx 4 sen ex — 3 cos dx 3 + sen 2x dt J 3 + sen t + cos t í cos 0 d 1 + cos 10. 12. 464 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 13. dx sen x + cos x de 14 *J 4 — sen 9 + cos e 1 15. Calcular a área sob a curva y = 2 + sen x ' de x = O a x = 2—7t 16. Calcular a área limitada pelas curvas y — 1 1e y — , entre —7/ e —7;2+cosx 2 — cos x 2 Nos exercícios de 17 a 33, calcular a integral indefinida. 17. dx x "‘/5x — x2 — 6 19. dx x "\14x2 + x — 3 21. J x .2 + x — 23. _ 1) _ dx IX2 - 2x — 3 25. dx "`ix2 + 3x + 2 f (2x + 1) .\ 14x2 + 4x27. dx 29. dx (2x — 1) x2 — x + 5/4 dx (x + 4) "%/x2 + 4x + 9 20. dx 1/1 + x + x2 22. x + 1 , dx5 (2x + x2) . \ i2x + x2 r — 'N/1 + x + x2 24. i dx 2x2 \11 + x + x2 26. dx "\ix2 + 2x — 3 28 9x2 + 5+ 12x dx 30. dx x x _ 3 18. x '‘Ix2 — 4x — 4 '‘ix2 + 2x dx 31. 32. f x + 3 dx 33. dx .3 — 2x — DAVFSC s3) MAKRONBooks K\ \e‘ APLICAÇÕES DA INTEGRAL DEFINIDA CAPÍTULO 8 No Capítulo 6, estudamos a integral definida e analisamos uma importante aplicação que é o cálculo de área de regiões planas. Neste capítulo, outras aplicações da integral definida serão discutidas. 8.1 COMPRIMENTO DE ARCO DE UMA CURVA PLANA USANDO A SUA EQUAÇÃO CARTESIANA A representação gráfica de uma função contínua y = f(x) num intervalo [a, b], pode ser um segmento de reta ou uma curva qualquer. A porção da curva do ponto A(a, .ffa)) ao ponto B(b, f(b)) é chamada arco (ver Figura 8.1). AY y = f(x) b X Figura 8-1 465 466 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Queremos encontrar um número s, que intuitivamente, entendemos ser o com- primento de tal arco. 8.1.1 O gráfico de y = f(x) num intervalo [a, 11] é um segmento de reta. Neste caso, observando a Figura 8.2, vemos que s = -\/(b — a)2 + (f(b) — f(a))2 . AN, B f(b) f(a) a b X Figura 8-2 8.1.2 O gráfico de y = f(x) num intervalo [a, b é uma curva qualquer. Sabemos da Geometria, que o perímetro de uma circunferência é definido - como o limite dos perímetros dos polígonos regulares nela inscritos. Para outras curvas, podemos proceder de forma análoga. Seja C uma curva de equação y = f(x), onde f é contínua e derivável em [a, b]. Queremos determinar o comprimento do arco da curva C, de A até B (ver Figura 8.3). Seja P uma partição de [a, b] dada por a = x0 < x1 < x2 < < X. 1 < X < < Xn = b. Sejam Q0, Q 1 , ..., Qn os correspondentes pontos sobre a curva C. Unindo os pontos Q0 , Q 1 , ..., Qn , obtemos uma poligonal, cujo comprimento nos dá uma aproxi- Aplicações da integral definida 467 mação do comprimento do arco da curva C, de A até B. A Figura 8.4 ilustra esta poligonal para n = 7. ♦y B b X Figura 8-3 O comprimento da poligonal, denotado por Ç. é dado por: 1n — _ 1)2 ± (A) — )2. i =1 Figura 8-4 (1) 468 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Como f é derivável em [a, b], podemos aplicar o Teorema do Valor Médio (ver 5.5.2) em cada intervalo [x i_ 1 , x i], i = 1, 2, n, e escrever flx - f(xi_ i ) = 3 ' (c i) (xi -xi-1)' onde ci é um ponto do intervalo (xi_ 1 , xi). Substituindo este resultado em (/), obtemos n = "\I(x- - 1 )2 + (C i)]2 (r. - xi _ 1)2 i = 1 n = V 1 + r(of (x. - x )1 i = 1 n N,1 + (c i)]2 A xi , (2) i =1 onde A x. = x - x.1 1-1 A soma que aparece em (2) é uma soma de Riemann da função -■11 + [p(x)i2 . Podemos observar que a medida que n cresce muito e cada A xi, i = 1, 2, ... , n, torna-se muito pequeno, /n aproxima-se do que intuitivamente entendemos como o comprimento do arco da curva C, de A até B. 8.1.3 Definição. Seja C uma curva de equação y = f(x), onde f é uma função contínua e derivável em [a, b]. O comprimento do arco da curva C, do ponto A(a, f(a)) ao ponto B(b, f(b)), que denotamos por s, é dado por s = tnáx ex. -3 O .‘11 [f'(c i)]2 A xi i =1 (3) se o limite à direita existir. Aplicações da integral definida 469 Pode-se provar que, se f ' (x) é contínua em [a, b], o limite em (3) existe. Então pela definição da integral definida (ver 6.8.1), temos (4) 8.1.4 Exemplos (i) Calcular o comprimento do arco da curva dada por y = X312 - 4, de A(1, —3) até B(4, 4). Solução. A Figura 8.5 ilustra este exemplo. Figura 8-5 470 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Temos, y = X3/2 - 4 e y'= —3 X1/2 . Aplicando (4), vem2 4 "V 1 /•1 X1/2\2 "A.2 4 si \I 1 4. 4 x dx ( 9 3/2 \ 1 + — x 44 9 3/2 = 27 103/2 — 8 8 [13 27 4 3/2 80 .Ni10 — 13 unidades de 27 comprimento . Observamos que poucos exemplos apresentam no integrando uma função, tal que a integral possa ser resolvida por um dos métodos apresentados nos capítulos anteriores. Os métodos que dão uma solução aproximada estão além dos objetivos deste livro. (ii) Obter uma integral definida que nos dá o comprimento da curva y = cos 2x, para O x n. Temos, y = cos 2x e y' = —2 sen 2x. Portanto, s = .N11 + 4 sen2 2x dx .o S = 4 Aplicações da integral definida 471 Podem ocorrer situações em que a curva C é dada por x = g(y) em vez de y =f(x). Neste caso, o comprimento do arco da curva C de A(g(c), c) até B(g(d), d) (ver Figura 8.6), é dado por (5) d c a b X Figura 8-6 (iii) Calcular o comprimento do arco dado por x = I y3 —1 — 1 , 2 y1 y 3. Neste exemplo, vamos usar (5). Temos, 3 g(Y) = Y 1 3 ±6 1 y 1 e g '(y) = 2 y2 — 6y2 -\1 Portanto, 1+ y2 1 )2 dY 2 - 6y2 1.3 1 472 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 1.3 (9y4 + 1)2 dy '11 36y4 3 9y4 + 1 A 1 6y2 "Y = 1.3 3 2 1.4- - J [2, " 6 dy (3 1 y-' 1 2 • 3 +6.6 • — 1 118 9 8.2 COMPRIMENTO DE ARCO DE UMA CURVA PLANA DADA POR SUAS EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS Vamos agora, calcular o comprimento de arco de uma curva C, dada na forma paramétrica pelas equações {x = x(t) Y = t E [to , t1 ], onde x = x(t) e y = y(t) são contínuas com derivadas contínuas e x ' (t) # O para todo t E [to , t 1 ]. Neste caso, conforme vimos em 4.18, estas equações definem uma função y = f(x), cuja derivada é dada por 4y y ' (t) dx x '(t) . 3 Aplicações da integral definida 473 Para calcular o comprimento de arco de C, vamos fazer uma mudança de variáveis em (4). Substituindo x = x(t); dx = x '(t) dt, obtemos + lf" (41 2 dx r ri iro 1+ [y '(t) 1 2 X '(t) dt ,4 x '(t) onde x(to) = a e x(t i ) = b. Portanto, 1 S = -N [X (012 + (01 2 dt . o 8.2.1 Exemplo. Calcular o comprimento (ia hipociclóide x = 2 sena t y = 2 cosa t . Solução. A Figura 8.7 ilustra esta curva. Figura 8-7 474 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Observamos que esta curva é simétrica em relação aos eixos. Vamos então, calcular o comprimento do arco que está descrito no primeiro quadrante, isto é, {x = 2 sen3 t y = 2 cosa t t E [O , 7C/21. Temos, x(t) = 2 sen3 t , x ' (t) = 6 sen2 t cos t ; y(t) 2 cosa t , y '(t) = - 6 cos2 t sen t. Portanto, *\/[x '(t)]2 + [y '(t)]2 dt V(6 sen2 t cos t)2 + (- 6 cos2 t sen t)2 dt I36 seno t cosa tj+ 36 coso en2 dt s tt o J.o 7r./2 So n/2 J.o n/2 fo \136 sen2 t cosa t dt 6 sen t cos t dt 7r,/26 sen2 t= O = 3 unidades de comprimento. 2 Aplicações da integral definida 475 Logo, o comprimento total da hipociclóide dada é 4 • 3 = 12 unidades de comprimento. 8.3 ÁREA DE UMA REGIÃO PLANA Um estudo de área de regiões planas foi feito no Capítulo 6. Nesta seção, vamos calcular a área de uma região plana, sendo que as curvas que delimitam a região são dadas na forma paramétrica. Caso I. Cálculo da área da figura plana S, limitada pelo gráfico de f, pelas retas x = a, x = b e o eixo dos x (ver Figura 8.8), onde y = f(x) é contínua, f(x) O V x E [a, b] e é dada por {x = x(t) , t E [to , ti ] , com x(to) = a e x(ti ) = b. Figura 8-8 y = y(t) Neste caso, conforme vimos em 6.11.1, a área de S é dada por 476 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Fazendo a substituição x = x(t); dx = x ' (t) dt, obtemos (1) 8.3.1 Exemplo. Calcular a área da região limitada pela elipse A Figura 8.9 ilustra este exemplo. x = 2 cos t y = 3 sen t . Figura 8-9 Como esta curva apresenta simetria em relação aos eixos, vamos calcular a área da região S i que está no primeiro quadrante. Para aplicar (1) precisamos determinar os limites de integração to e t 1 . Para isso, usamos as equações paramétricas da curva. Observando a Figura 8.9, vemos que x varia de O a 2 e assim, to corresponde ao ponto P(0, 3) e t i corresponde ao ponto Q(2, O) sobre a elipse. Aplicações da integral definida 477 No ponto P(0, 3), temos O = 2 cos to , 3 = 3 sen to ; dessa forma, to = —2 . No ponto Q(2, O), temos 2 = 2 cos t i , O = 3 sen t i ; então, t 1 = O. Portanto, o A 1 = it/2 3 sen t • (— 2 sen t) dt 50 n/2 — 6 sen2 t dt 1 — 2 cos 2t dt [= 3 t — sen 2t 2 / 3 te 2 u.a.. = 6 50 n/2 n/2 o Logo, a área da região limitada pela elipse é 4 —37c = 67z u.a.. 2 478 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Caso II. Cálculo da área da figura plana limitada pelos gráficos de f e g, pelas retas x=aex= b, onde f e g são funções contínuas em [a, b], comflx) g(x), V x e [a, b] e são dadas na forma paramétrica. A Figura 8.10 ilustra este caso. ♦Y = f(x) Y2 = g(x) a b X Figura 8-10 Temos que y 1 = f(x) é dada por = x1 (t)1 t E [to , t1] e y2 = g(x) é dada por {X2 = x2 (t) Y2 = y2 (t) , t e [t2 , t3] , onde x 1 (t0) = x2(t2) = a e x 1 (t1 ) = x2(t3) = b. Usando o resultado de 6.11.5 e o caso anterior, vem A = fb Ú(x) - g(x)] dx a y1 = y1( t) Aplicações da integral definida 479 f(x) dx — g (x) dx a a = 1 y (t) x r 13 (t) dt — t 2 y2 (t) x2 ' (t) dt . (2) O S.3.2 Exemplo. Calcular a área entre as elipses { x = 2 cos t y = 4 sen t e x = 2 cos t y = sen t . A Figura 8.11 ilustra este exemplo. Figura 8-11 • 480 Cálculo A - Funções, Limite, Derivação, Integração Procedendo de forma análoga ao exemplo 8.3.1 e aplicando (2), obtemos 0 A = 4 Lt/2 [4 sen t (- 2 sen t) - sen t • (- 2 sen t) ] dt O = 4 Lc/2 (- 8 sen2 t + 2 sen2 t) dt n/2- 4 J - 6 sen2 t dto 24 S 11/2 ( 1 1o - 2 cos 2 t dt n/2 = 12 t - -2 sen 2 t = 12 • 2 = 6 7c u. a. . 8.4 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 14, encontrar o comprimento de arco da curva dada. 1. y=5x-2 , -2 ^ x< 2 2. y = x 13 - 1 , 1 x < 2 13. y = -3 (2 + X2)3/2 , 0 < X < 3 5 . Y = 1 x 4 1 1 < x < 2 8x2 4. X2/3 + y2/3 = 2/3 Aplicações da integral definida 481 1 e + e-1 7. y = -2 (e' + e-x) , de (0,1) a (1, 2 8. y = ln x , NIT s x s VFi 9. y = 1 - ln (sen x) , sx s 10. y = , de Po(0, O) até P 1(4, 8) 11. y = 4 + 2 , de P0(0, 2) até P1 (1, 6) 12. y = 6 (1/7 - 1) , de Po(1, O) até P1(2 Vr, 6) 13. (y - 1)2 = (x + 4)3 , de P0(-3, 2) até Pi(0, 9) 14. x2 = y3 , de P0(0, O) até P1(8, 4) Nos exercícios de 15 a 21, estabelecer a integral que dá o comprimento de arco da curva dada. \_. 15. y=x2 , O sxs 2 '.. 1 1 '16. 1= - x , de PO(-4 , 4) até P1(4 , -4 ) -,. N-17. x2 - y2 = 1 , de P0(3, - 2 V-2-) até /31(3, 2 .{2-) 18. y , de P0(0, 1) até P1(2, e2) 19. y=x2 +2x-1 , Osxsl 20. y = , 2 s x s 4 21. y=sen3x,Osxs 2n {yx ==24. 25.— sen tcos t t E [0,27t ] {x = t sen t y = t cos t , t [0,7c] {yx26. 3t + 2 t— 1 { x = 1/3 t3 y = 1/2 t2 , O t < 2, t e [O, 2] 27. {xy28. et cos t et sen t 1 t < 2 29. {x = 2 cos t + 2t sen t O t 7Cy= 2 sen t — 2t cos t , < 2 t e [0,2n]31. Achar o comprimento da circunferência {x = a cos ty = a sen t ' 482 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Nos exercícios de 22 a 29, calcular o comprimento de arco da curva dada na forme paramétrica. { 30. Achar o comprimento da hipociclóide x = 4 sena t y = 4 cosa t ' t e [0,2n] 32. Calcular o comprimento da parte da circunferência que está no primeiro quadra= x = 7 cos t/4y = 7 sen t/4 Nos exercícios de 33 a 35, calcular a área da região limitada pelas seguintes curvas, dadas na forma paramétrica. Jx = cos ty = sen t Jx = 2 cosa t y = 2 sena t { x = cos t y = 1/2 sen t {y = 2 sen t x = 2 cos t 33. e 34. e 22. {x = t3 1 < t < 3 23. {x = 2 (t — sen t) Y t2 y = 2 (1 — cos t) t E [0, n] Aplicações da integral definida 483 {x = t 35. y= i2 e {x = 1 + ty = 1 + 3t 36. Calcular a área da parte da circunferência {x = 2 cos t 2 sen ty = n que está acima da reta y = 1. 37. Calcular a área da região delimitada pela elipse {x = 3 cos ty = sen t . 38. Calcular a área da região limitada à direita pela elipse {x = 3 cos t y = 2 sen t e à esquerda pela reta 3 j • x — 2 39. Calcular a área da região entre as curvas .= 4 cos t = 2 sen t e { x = cos t y = sent. x 3 cos t ,.„40. Calcular a área entre o arco da hipociclóide , , t e Lu,—]earetax+y= . y = 3 sen' t 2 41. Calcular a área delimitada pela hipociclóide x = 4 sen3 t y = 4 cosa t . 42. Calcular a área da região S, hachurada na Figura 8.12. { x = k(t — sen t) y = k(1 — cos t) 21m Figura 8-12 484 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 8.5 VOLUME DE UM SÓLIDO DE REVOLUÇÃO Fazendo uma região plana girar em torno de uma reta no plano, obtemos um sólido, que é chamado sólido de revolução. A reta ao redor da qual a região gira é chamada eixo de revolução. Por exemplo, fazendo a região limitada pelas retas y = 0, y = x e x = 4 girar em torno do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cone (ver Figura 8.13). Figura 8-13 Se o retângulo delimitado pelas retas x = O, x = 1, y = O e y = 3 girar em torno do eixo dos y, obtemos um cilindro (ver Figura 8.14). X Figura 8-14 Aplicações da integral definida 485 Consideremos agora, o problema de definir o volume do sólido T, gerado pela rotação em tomo do eixo dos x, da região plana R vista na Figura 8.15. Figura 8-15 Suponhamos que f(x) é contínua e não negativa em [a, b]. Consideremos uma partição P de [a, b], dada por a = xo < x 1 < < < xi < < xn = b. Seja Ari = xi — xi_ 1 o comprimento do intervalo [ , xi ]. Em cada intervalo , xi ], escolhemos um ponto qualquer ci. Para cada i, i = 1, n, construimos um retângulo R i, de base A xi e altura f(c i). Fazendo cada retângulo R i girar em tomo do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cilindro (ver Figura 8.16), cujo volume é dado por [ f(ci) ] 2 A xi . A soma dos volumes dos n cilindros, que representamos por Vn , é dada por Vn = n [f(c i ) ]2 A x i + 7C [f(C2) ]2 A x2 + + 7L [ f(cn) ]2 Axn n ic [f(ci)]2 A xi , i e nos dá uma aproximação do volume do sólido T (ver Figura 8.17). 486 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 8-16 Podemos observar que à medida que n cresce muito e cada A xi, i = 1, n, torna-se muito pequeno, a soma dos volumes dos n cilindros aproxima-se do que intuitivamente entendemos como o volume do sólido T. Figura 8-17 8.5.1 Definição. Seja y = f(x) uma função contínua não negativa em [a, b]. Seja R a região sob o gráfico de f de a até b. O volume do sólido T, gerado pela revolução de R em torno do eixo dos x, é definido por V = 11111 máx —> O [f(c i)}2 A x . = (1) Aplicações da integral definida 487 A soma que aparece em (1) é uma soma de Riemann da função [ f(x) ] 2 . Como f é contínua, o limite em (1) existe, e então, pela definição da integral definida, temos ,b V = [f(x)]2 dx . a (2) A fórmula (2) pode ser generalizada para outras situações: (1) A função f(x) é negativa em alguns pontos de [a, b]. A Figura 8.18(c) mostra o sólido gerado pela rotação da Figura 8.18(a), ao redor do eixo dos x, que coincide com o sólido gerado pela rotação, ao redor do eixo dos x, da região sob o gráfico da função I f(x) I de a até b (ver Figura 8.18(b)). Como I f(x) 12 = (f(x)) 2, a fórmula (2) permanece válida neste caso. (a) (b) (c) Figura 8-18 (2) A região R está entre os gráficos de duas funções f(x) e g(x) de a até b, como mostra a Figura 8.19. Supondo f(x) g(x), V x E [a, b], o volume do sólido T, gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x, é dado por V = 7C j a 'M X)12 — [g(4] 2 I dx . (3) 488 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Ay a b X Figura 8-19 (3) Ao invés de girar ao redor do eixo dos x, a região R gira em torno do eixo dos y (ver Figura 8.20). Figura 8-20 Neste caso, temos V = 7C f [g(y)l2 dy • (4) Aplicações da integral definida (4) A rotação se efetua ao redor de uma reta paralela a um dos eixos coordenados. Se o eixo de revolução for a reta y = L (ver Figura 8.21), temos V = 7C [f(x) —L]2 dX. (5) a Ay X Figura 8-21 Se o eixo de revolução for a reta x = M (ver Figura 8.22), temos V = 7C [g(y)—M72dy. (6) c Ay M X Figura 8-22 490 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 8.5.2 Exemplos 1(i) A região R, limitada pela curva y = —4 x2 , o eixo dos x e as retas x = 1 e x= 4, gira em torno do eixo dos x. Encontrar o volume do sólido de revolução gerado. Na Figura 8.23, vemos a região R e o sólido T gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x. Figura 8-23 Aplicando a fórmula (2), temos 4 V 7t ( - 1 2 4 X 2) dx 47r x5 16 5 = 73- [45 - 1 5 1 80 1023 80 ic unidades de volume (u. v.). Aplicações da integral definida 491 (ii) Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos 1 x, da região limitada pela parábola y = -4 (13 - x2) e pela reta y = - 1 (x + 5) .2 Na Figura 8.24 podemos ver a região R e o sólido T, gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x. Figura 8-24 Aplicando a fórmula (3), vem V = J 3_ 1 1 2 4[ (13 x2)1 2 2 (x + 5)[ dx } 1—16 (169 - 26x2 + x4) - -4-.1 (.x2 + 10x + 25)] dx= L3 7C 1 16 J_ 3 (69 - 40x - 30x2 + x4) dx 16 x5Tc [69x - 20x2 - 10x3 + —5 ] -3 492 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 7C 6 69 — 20 — 10 + + 207 — 180 + 270 +5 243] 5 1924 7c 80 = 24,05 u. v. . (iii) Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo do eixo dos 7C 7Zx, da região entre o gráfico da função y = sen x e o eixo dos x, de 2 até 32 • A Figura 8.25 mostra a região R e o sólido gerado pela rotação de R em tomo do eixo dos x. Figura 8-25 Aplicando a fórmula (2), temos V = 7C (sen x)2 dx = 2 - 2— c°s 2x dx Aplicações da integral definida 493 ( 1 — 2 x — 4 sen 2x À r 1 3 7C 1 37r 1 7C 1 7C) • — sen 2 + + sen 2 — 2 2 4 2 2 2 4 2 ■ 3 7Z= 7c[ 4 —0+4+0 = 7C 2 11. V. . (iv) A região limitada pela parábola cúbica y = x 3 , pelo eixo dos y e pela reta y = 8, gira em tomo do eixo dos y. Determinar o volume do sólido de revolução obtido. Podemos ver a região R e o sólido de revolução T, gerado pela rotação de R em tomo do eixo dos y, na Figura 8.26. = lt = Ir 3i/2 - n/2 Figura 8-26 494 Cálculo A -Funções, Limite, Derivação, Integração Para calcular o volume de T vamos aplicar a fórmula (4). Temos, V = 7C1 [g (y)12 dy c ir fg [ y 12 dyo 3it • —5 y5/3 o 3 n 85/3 5 96 7t 5 U. V.. (v) Determinar o volume do sólido gerado pela y = 4, da região limitada por y = 1/x , y = 4 e x = 4 . rotação, em torno da reta A região R e o sólido gerado pela rotação de R em ser vistos na Figura 8.27. torno da reta y = 4, podem 8 Figura 8-27 Aplicações da integral definida 495 Neste exemplo, observamos que o raio da secção transversal do sólido não é f (x) — L, mas sim L — f (x), já que f (x) < L. Porém, como (f (x) — L)2 = (L — f (x))2, a fórmula (5) continua válida. Temos, V = TC J [f(x) — 1,] 2 dx a 7C / 1/4 4 [ — 4 dx 2 1/4 4 ( 1 x2 — —8 + 16 dx 4 1/4 = lt — 1 — 8 ln x + 16x = f 1 1 — — 8 ln 4 + 64 + 4 + 8 In —4 \ ( 255 — 8 ln 16 u.v. . 4 (vi) A região R, delimitada pela parábola x = y = —2 e y = 2 gira em torno da reta x = —1. Determinar o obtido. — 2 y2 + 1 e pelas retas x = —1, volume do sólido de revolução Podemos ver a região R e o sólido gerado pela x = —1, na Figura 8.28. Aplicando a fórmula (6), temos V = 7C f [g(y) — M12 dy c rotação de R, em torno da reta = 496 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 2 -2 7C 2 + 1 -(-1) dy 2 2 7C 1 2 2 dy 2 2 2 1 4 7C Y 2y + 4 dy 2 = Ir [Y5 2y3 23 + 4y20 -2 = [32 16 32 16 20++ +8+20+ 13 +8 448 7r 15 11. v.. X = - Figura 8-28 X Figura 8-29 Aplicações da integral definida 497 8.6 ÁREA DE UMA SUPERFÍCIE DE REVOLUÇÃO Quando uma curva plana gira em torno de uma reta no plano, obtemos uma superfície de revolução. Vamos considerar o problema de determinar a área da superfície de revolução S, obtida quando uma curva C, de equação y = f(x), x e [a, b], gira em torno do eixo dos x (ver Figura 8.29). C.-y = f(x) a Vamos supor que f(x) O, para todo x e [a, b] e que fé uma função derivável em [a, b]. Como fizemos para o cálculo do volume de um sólido de revolução, dividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos através dos pontos a = x < x < < x. < x.< < x n = b.o 1-1 Sejam Q0 , Q 1 , ..., Qn os correspondentes pontos sobre a curva C. Unindo os pontos Q0 , Q 1 , ..., Qa , obtemos uma linha poligonal que aproxima a curva C. A Figura 8.30 ilustra esta poligonal para n = 7. 498 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração AY a=x, x, x2 x3 x, x5 x6 x,=b X Figura 8-30 Fazendo cada segmento de reta desta linha poligonal girar em torno do eixo dos x, a superfície de revolução obtida é um tronco de cone, como mostra a Figura 8.31. Figura 8-31 Da geometria elementar, sabemos que a área lateral do tronco de cone é dada por A = rc (r i + r2) L, onde r 1 é o raio da base menor, r 2 é o raio da base maior e L é o comprimento da geratriz do tronco de cone (ver Figura 8.32). Aplicações da integral definida 499 Figura 8-32 Portanto, a área lateral do tronco de cone que visualizamos na Figura 8.31, é dada por Ai = 7t (xi - i) + f (x i)] A si f (xi _ 1) + 2 A s = 2 7c f (c i) A si , (1) mde As i é o comprimento do segmento Q i _ i Q i e c i é um ponto no intervalo , xi] tal que f (xi _ 1 ) + f (xi) f (c) — 2 • Observamos que podemos garantir a existência de c i _ 1 , xi] que .i:isfaz (2), pelo Teorema do Valor Intermediário (Teorema 3.16.8), já que f é :atinua em [a, b]. 2 ic (2) Analisando o triângulo retângulo Qi _ 1 A Qi da Figura 8.31, vemos que Asi = -`1(xi - _1 )2 + (xi) — f 1))2 (3) 500 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Como f é derivável no intervalo [a, b], podemos aplicar o Teorema do Valor Médio em cada [xi _ 1 , xi], i = 1, n. Então, para cada i = 1, 2, n, existe um ponto di E (xi _/, xi) tal que f(xi) _1) = f xi _1 ) = f ' (di) A xi , onde A xi = xi — t i _1. Substituindo em (3), vem Asl = .\1 (A xi)2 (d,)]2 x,)2 = '\11 + [f' (di) ] 2 A xi Substituindo agora, este resultado em (1), obtemos A i = 2 n f (c i) l + [f '(d)] 2 A xi Esta expressão nos dá a área lateral do tronco de cone gerado pela rotação, em torno do eixo dos x, do segmento de reta Q i _ 1 Qi. Somando as áreas laterais de todos os troncos de cone gerados pela rotação dos segmentos que compõem a linha poligonal, obtemos uma aproximação da área da superfície S, dada por A i = 2 n f (ci) + [f '(d)]2 A xi i=i = Podemos observar que quando n cresce muito e cada Ax i torna-se muito pequeno, a soma das áreas laterais dos n troncos de cone, aproxima-se do que intuiti- vamente entendemos como a área da superfície S. Aplicações da integral definida 501 8.6.1 Definição. Seja C uma curva de equação y = f(x), onde f e f ' são funções contínuas em [a, b] e fx) _� O, V x E [a, b]. A área da superfície de revolução S, gerada pela rotação da curva C ao redor do eixo dos x, é definida por A = lim 2 n f (ci) •NI 1 + [f ' (d.)]2 A x. . máx exi i=1 A soma que aparece em (4) não é exatamente uma soma de Riemarm da função ,f(x) '\11 + [f '(x)] 2 , pois aparecem dois pontos distintos ci e di . No entanto, é possível mostrar que o limite em (4) é a integral desta função. Temos, então A = 2 n Sb f (x) 111 + [ '(x)]2 dx a (5) Observamos que, se ao invés de considerarmos uma curva y = f(x) girando em tomo do eixo dos x, considerarmos uma curva x = g(y), y E [c, d] girando em torno do eixo dos y, a área será dada por A = 2 n _ri g (y) + [g '(y)] dy . (6) 8.6.2 Exemplos (i) Calcular a área da superfície de revolução obtida pela rotação, em torno do eixo dos x, da curva dada por y = 4 U7c x 4 .4 Temos, A 2 n r f (x) 'N11 + [f' (x)] 2 dx a 4 27t1 4-Cx -"\11+ dx 1/4 X (4) 502 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 4 'N/X ± 4 272 1 4 dx1/4 "G. 4 = 8 1r 1/4 + 4 dx 8 7C (x + 4)3/2= 3/2 1/4 16 12 83/2 - 43 2 3 it (128 i — 17 .Nif7 ) u.a. . A Figura 8.33 ilustra este exemplo. Figura 8-33 4 Aplicações da integral definida 503 (ii) Calcular a área da superfície de revolução obtida pela rotação, em torno do eixo dos y, da curva dada por x = y3 , O _^ y 1. Temos, A = 2n fd g (y) *\i1 + [g '(y)]2 dy • 2n f ^1 + (3y2)2 dyo • 2 TC .1. o y 3 'N/1 + 9y4 dy. 3 .■/1 9y4 dy. FazendoVamos agora, calcular a integral indefinida I = a substituição u = 1 + 9y4, temos du = 36y3 dy. Então, = —36 u1/2 du 1 2 u3/2 + 1= — 54 (1 + 9y4)312 + C . Portanto, 2 n A = 54 (1 9y4)3/2 o (10 — 1• 27 A Figura 8.34 ilustra este exemplo. 36 3 u. a.. 504 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Figura 8-34 8.7 EXERCÍCIOS Nos exercícios de 1 a 5, determinar o volume do sólido de revolução gerado pela rotação, em tomo do eixo dos x, da região R delimitada pelos gráficos das equações dadas. 1. y=x+1,x=0,x=2 e y=0 3. y=x2 e y=x3 5. y=x3 ,x=1 e y = O 2. y=x2 +1,x=0,x=2 e y=0 4. y=cosx,y=senx,x=0 e x = 4 Nos exercícios de 6 a 10, determinar o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo do eixo dos y, da região R delimitada pelos gráficos rias equações dadas. 6. y=lnx ,y= —1,y=2 e x=0 7. y=x3 e y=x2 8. x = y2 +1,X = - 2 , y=-2 e y=2 9. y=-1 ,x=0,y= 1 e y=44 1 — 5 7C It10. x = 3+seny,x=0,y — 2 e Y = 5 2 Aplicações da integral definida 505 Nos exercícios de 11 a 16, determinar o volume do sólido de revolução gerado pela rotação das regiões indicadas, ao redor dos eixos dados. 11. y = 2x — 1 ,y=0 ,x=0 ,x= 4 ; ao redor do eixo dos x 12. y2 = 2x,x= 0,y= O e y= 2 ;aoredordoeixodosy 13. y= 2x2 ,x= 1 ,x= 2 e y= 2 ;aoredordoeixoy= 2 14. x = y2 e x = 2 — y2 ; ao redor do eixo dos y 15. y=x+x2 ,y=x2 -1 e x=0 ;aoredordoeixoy=1 16. y = x2/3 e y = 4 ; ao redor dos eixos x = —9 ,y=0 ex=0 17. Encontrar o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo do eixo dos x, da região limitada por y2 = 16x e y = 4x. 18. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo da reta y = 2, da região limitada pory= 1 —x2 ,x= —2 ,x= 2 e y=2. 19. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo da reta y = 2, da região limitada pory= 3 +x2 ,x=-2 ,x= 2 e y= 2. 20. Determinar o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo da reta y = —2, da região limitada pory=cosx,y=-2 ,x= O e x= 27t. 21. Determinar o volume do sólido gerado pela rotação, em tomo da reta y = 2, da região entre os gráficos de y = sen x, y = sen3 x, de x = O até x = 7t/2 Nos exercícios de 22 a 27, calcular a área da superfície gerada pela rotação do arco de curva dado, em tomo do eixo indicado. 22. y = 2x3 , O x 2 ; eixo dos x 23. x = , 1 y 5. 4 ; eixo dos y 24. y=x2 ,-2 ^ x ^ 2 ;eixodosx 25. y = x ,0 ^ x54 ;eixodosx2 26. y = "‘/4 —x2 , O x 1 ; eixo dos x 27. y = 1/16 —x2 , —3 x 3 ; eixo dos x 506 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração 28. Calcular a área da superfície obtida pela revolução do arco da parábola y2 = 8x, 1 x 12, ao redor do eixo dos x. 29. Calcular a área da superfície do cone gerado pela revolução do segmento de reta y = 4x, O < x < 2 : (a) ao redor do eixo dos x; (b) ao redor do eixo dos y. 8.8 COORDENADAS POLARES Até o presente momento, localizamos um ponto no plano por meio de suas coordenadas cartesianas retangulares Existem outros sistemas de coordenadas. Um sistema bastante utilizado é o sistema de coordenadas polares. No sistema de coordenadas polares, as coordenadas consistem de uma distân- cia e da medida de um ângulo em relação a um ponto fixo e a uma semireta fixa. A Figura 8.35 ilustra um ponto P num sistema de coordenadas polares. Pólo ou origem O Eixo Polar Figura 8-35 O ponto fixo, denotado por O, é chamado pólo ou origem. —>A semireta fixa OA é chamada eixo polar. O ponto P fica bem determinado através do par ordenado (r, O), onde 1 r 1 representa a distância entre a origem e o ponto P, e O representa a medida, em radianos, do ângulo orientado AOP. —4 A A P2 TC Aplicações da integral definida 507 Usaremos as seguintes convenções: (i) Se o ângulo AóP for descrito no sentido anti-horário, então O > O. Caso contrário, teremos O < O. (ii) Se r < O, o ponto P estará localizado na extensão do lado terminal do A ângulo AOP. (iii) O par ordenado (O, O), O qualquer, representará o pólo. Observamos que, muitas vezes, o segmento OP é chamado raio. 8.8.1 Exemplos (i) Representar num sistema de coordenadas polares os seguintes pontos: a) P 1 (2, n/4) c) P3 (-2, — n/4) b) P2 (-2, n/4) d) P4 (2, — n/4). A Figura 8.36 (a) e (b), representa os pontos P 1 e P2, respectivamente. (a) (b) Figura 8-36 A Figura 8.37 (a) e (b), mostra os pontos P3 e P4, respectivamente. • 508 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração P3 P4 Figura 8-37 (b) (ii) "O ponto P, tem um número ilimitado de pares de coordenadas polares." Verificar esta afirmação para o ponto da Figura 8.38. Figura 8-38 A Figura 8.39 mostra diversos pares de coordenadas polares do ponto P. Podemos observar que este ponto pode ser representado por todos os pares ordenados da forma r 3 , k 6 + 21c7t),k e Z re OU, [ -3, 6 —77c + 21c7t , k e Z. Aplicações da integral definida 509 A 7n P9 = 0_19n6 O P P P.. 31n -• ..,k- - O= k' , ,,t'' 0, ,'''' A -17n Ao = > 6 (k = 2) (k = -2)(k = O) (k= 1) O ,À" - > A o = -57c 6 (k = -1) Figura 8-39 8.8.2 Relação entre o Sistema de Coordenadas Cartesianas Retangulares e o Sistema de Coordenadas Polares. Em várias situações, surge a necessidade de nos referirmos a ambas, coorde- nadas cartesianas e coordenadas polares de um ponto P. Para viabilizar isto, fazemos a origem do primeiro sistema coincidir com o pólo do segundo sistema, o eixo polar com o eixo positivo dos x e o raio para o qual O = n/2 com o eixo positivo dos y (ver Figura 8.40). Y = 2 AO Figura 8-40 510 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Supondo que P seja um ponto com coordenadas cartesianas (x, y) e coorde- nadas polares (r, e), vamos analisar o caso em que o ponto P está no primeiro quadrante. A Figura 8.41(a) e (b) ilustra o caso para r > O e r < O, respectivamente. Figura 8-41 Podemos observar que: (i) Para r > O, temos cos 8 = x e sen 8 = r r (ii) Para r < O, temos xcos = — x — e sen O — y r —r Portanto, (1) (a) r > O (b)r<0 x = r cos O y = r sen . Aplicações da integral definida 511 Pode-se verificar a validade das relações encontradas, no caso em que o ponto P se encontra sobre um dos eixos ou num outro quadrante. Usando (1), podemos deduzir outra relação muito usada. Elevando ambos os membros das equações em (1) ao quadrado, podemos escrever x2 = r2 cos2 y2 = r2 sen2 e . Adicionando membro a membro, obtemos: x2 + y2 = r2 cos2 e + r2 sen2 O ou x2 + y2 = r2 . Portanto, r = ± -Nix2 + y2 . 8.8.3 Exemplos (i) Encontrar as coordenadas cartesianas do ponto cujas coordenadas polares são (— 4, 77t/6). Solução. A Figura 8.42 ilustra este ponto. Figura 8-42 512 Cálculo A — Funções, Limite, Derivação, Integração Temos, x = r cos O e y = r sen 7 n 7 ic= — 4 cos 6 = — 4 sen 6 -‘& — — 4 — 4 E 1 2 2 = 2 -■F3-- Portanto, (2 ï, 2) são as coordenadas cartesianas do ponto dado. (ii) Encontrar (r, 9), supondo r < O e O 5_ 9 < 27c para o ponto P, cujas coordenadas cartesianas são ('J, —1) . Solução. A Figura 8.43 ilustra o ponto P. Figura 8-43 Aplicações da integral definida 513 Temos, • —"gx2 + y2 = —\13 + 1 —2 ; • O= — — r _ 2 2 sen O = — 1 1 r — 2 2 • 7cPortanto, O = 5 6 . 8.8.4 Gráficos de Equações em Coordenadas Polares. O gráfico de F(r, O) = O é formado por todos os pontos cujas coordenadas polares satisfazem a equação. É comum apresentarmos a equação numa forma explí- cita,